Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Capitulo 3 Legmil
Capitulo 3 Legmil
CAPÍTULO 3
REGULAMENTO DISCIPLINAR DA MARINHA E CÓDIGO PENAL MILITAR
3.1 – DEFINIÇÃO DE CONTRAVENÇÃO DISCIPLINAR
3.1.1 – Propósitos do Regulamento Disciplinar para a Marinha (RDM)
O Regulamento Disciplinar para a Marinha (RDM) tem por propósitos:
a) a especificação e a classificação das contravenções disciplinares.
b) o estabelecimento das normas relativas à
- amplitude das penas disciplinares.
- aplicação das penas disciplinares.
- classificação do comportamento militar.
- interposição de recursos contra as penas disciplinares.
3.1.2 – Definição de contravenção disciplinar
Contravenção Disciplinar é toda ação ou omissão contrária às obrigações ou aos deveres
militares estatuídos nas leis, nos regulamentos, nas normas e nas disposições em vigor que
fundamentam a Organização Militar, desde que não incidindo no que é capitulado pelo Código
Penal Militar como crime.
3.1.3 – Esfera de ação disciplinar
As prescrições do RDM aplicam-se aos militares da Marinha da ativa, da reserva e aos
reformados.
3.1.4 – Disciplina Militar
É a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e
disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e
harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um
dos componentes desse organismo.
A disciplina militar manifesta-se basicamente pela:
– obediência pronta às ordens do superior;
– utilização total das energias em prol do serviço;
– correção de atitudes; e
- cooperação espontânea em benefício da disciplina coletiva e da eficiência da instituição.
3.1.5 – Hierarquia Militar
É a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura militar. A
ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação, se faz pela
antiguidade no posto ou na graduação.
A boa educação militar não prescinde da cortesia. É dever de todos, em serviço ou não,
tratarem-se mutuamente com urbanidade, e aos subordinados com atenção e justiça.
Punição única
Por uma única contravenção não pode ser aplicada mais de uma punição.
Responsabilidade civil
A punição disciplinar não exime o punido da responsabilidade civil que lhe couber.
3.3.5 – Competência para imposição de penas
Têm competência para impor penas disciplinares as seguintes autoridades:
A todos os militares da Marinha:
a) o Presidente da República; e
b) o Comandante da Marinha.
Aos seus comandados ou aos que servem sob sua direção ou ordem:
a) o Chefe, Vice-Chefe e Subchefes do EMA;
b) o Comandante, Chefe do Estado-Maior e os Subchefes do ComOpNav;
c) o Secretário-Geral da Marinha;
d) os Diretores-Gerais;
e) o Comandante do CFN;
f) os Comandantes dos Distritos Navais ou de Comando Naval;
g) os Comandantes de Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais;
h) os Presidentes e Encarregados de OM;
i) os Diretores dos Órgãos do Setor de Apoio;
j) o Comandante de Apoio do CFN;
l) os Comandantes de Navios e Unidades de Tropa;
m) os Diretores de Estabelecimentos de Apoio ou Ensino;
n) os Chefes de Gabinete; e
o) os Capitães dos Portos e seus Delegados.
Direção ou Chefia de Estabelecimento ou Repartição exercida por servidor civil:
Nesses casos a competência é do oficial da ativa, mais antigo da OM.
Delegação de competência
Os Almirantes poderão delegar competência, no todo ou em parte, a Oficiais
subordinados.
Militares da Reserva Remunerada ou Reformados
Os Comandantes dos Distritos Navais ou de Comando Naval têm competência, ainda,
para aplicar punição aos militares da reserva remunerada ou reformados que residem ou exercem
atividades na área de jurisdição do respectivo Comando, respeitada a precedência hierárquica.
- da disciplina; ou
- da regularidade do serviço.
A voz de prisão será dada em nome da autoridade a que o contraventor estiver
diretamente subordinado, ou, quando esta for menos graduada ou antiga do que quem dá a voz,
em nome da que se lhe seguir em escala ascendente.
Transcrição das penas nos assentamentos
A transcrição conterá o resumo do histórico da falta cometida e a pena imposta e, exceto
repreensões em particular, todas serão transcritas nos assentamentos do contraventor, logo após o
seu cumprimento ou a solução dos recursos interpostos, da seguinte forma:
a) para sargentos e demais praças: na Caderneta Registro; e
b) para oficiais e suboficiais: cópia da Ordem de Serviço que publicou a punição será
remetida à DPMM ou ao CPesCFN, a fim de ser anexada aos documentos de informação
referentes ao militar punido.
3.4.2 – Alterações nas penas
Competência para revisão de julgamento
A competência estabelecida no RDM para impor penas disciplinares, não inibe a
autoridade superior na Cadeia de Comando de tomar conhecimento “ex-ofício” de qualquer
contravenção e julgá-la, ou reformar o julgamento de autoridade inferior, anulando, atenuando ou
agravando a pena imposta, ou ainda relevando o seu cumprimento.
Prazo para revisão do julgamento
A revisão do julgamento poderá ocorrer até 120 dias após a data da sua imposição. Fora
desse prazo, só poderá ser feita, privativamente, pelo Comandante da Marinha.
Relevamento do cumprimento de pena
O relevamento pode ser aplicado pelos seguintes motivos:
a) serviços relevantes prestados à Nação pelo contraventor, privativamente, pelo Presi-
dente da República e pelo Comandante da Marinha; e
b) gala nacional ou passagem de chefia, comando ou direção, quando o contraventor já
houver cumprido pelo menos metade da pena.
Competência para relevamento - A competência para relevar o cumprimento da pena é
atribuição das mesmas autoridades citadas no inciso 6.5.1, cada uma quanto às punições que
houver imposto, ou quanto às aplicadas pelos seus subordinados.
Cancelamento de punições
O cancelamento de punições disciplinares, conforme previsto no Art. 39 do RDM,
confere um benefício ao militar mas não apaga o julgamento e a punição. Poderá ser feito
FORMA DE DEFINIÇÃO
AGENTE LOCAL
NA LEI-PENAL COMUM
PREVISTO NO CPM E
NÃO DEFINIDO OU QUALQUER QUALQUER
DEFINIDO DIFERENTE
NA LEI PENAL COMUM
PREVISTO NO CPM E MILITAR EM ATIVIDADE X
QUALQUER
DEFINIDO IGUAL NA MILITAR EM ATIVIDADE
LEI PENAL COMUM
MILITAR EM ATIVIDADE X
SUJEITO À ADM. MILITAR
MILITAR INATIVO OU CIVIL
MILITAR EM SERVIÇO X
QUALQUER
MILITAR INATIVO OU CIVIL
MILITAR EM MANOBRA OU QUALQUER
EXERCÍCIO X MILITAR
INATIVO OU CIVIL
MILITAR EM ATIVIDADE X
PATRIMÔNIO MILITAR OU QUALQUER
ORDEM ADM. MILITAR
MILITAR INATIVO OU CIVIL
X PATRIMÔNIO MILITAR OU QUALQUER
ORDEM ADM. MILITAR
Pena de reclusão
- Pena privativa da liberdade de caráter rigoroso, para ser cumprida em penitenciária,
com estágios diversos, que a lei comina aos crimes de maior gravidade.
Comina – impõe, decreta.
c) ter o agente:
- cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
- procurado por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe
ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
- cometido o crime sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
vítima;
- confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime, ignorada ou
imputada a outrem; e
- sofrido tratamento com rigor não permitido em lei.
3.9 – CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ
O Código Penal Militar agrupa os crimes militares em tempo de paz em diversos títulos,
dos quais, a seguir, serão citados alguns exemplos:
3.9.1 – Crimes contra a segurança externa do País
Hostilidade contra país estrangeiro
Art.136. Praticar o militar ato de hostilidade contra país estrangeiro, expondo o Brasil a perigo
de guerra. (Pena: reclusão, de 8 a 15 anos).
Art. 225. Sequestro ou cárcere privado. Privar alguém de sua liberdade, mediante
sequestro ou cárcere privado. (Pena: reclusão até 3 anos).
Art. 227. Violação de correspondência. Devassar indevidamente o conteúdo de
correspondência privada dirigida a outrem. (Pena: detenção, até 6 meses).
Art. 228. Divulgação de segredo. Divulgar, sem justa causa, conteúdo de documento
particular sigiloso ou de correspondência confidencial, de que é detentor ou destinatário, desde
que da divulgação possa resultar dano a outrem. (Pena: detenção, até 6 meses).
Crimes sexuais
Art. 232. Estupro. Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou
grave ameaça. (Pena: reclusão de 3 a 8 anos, sem prejuízo da correspondente à violência).
Art. 233. Atentado violento ao pudor. Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, a presenciar, a praticar, ou permitir que com ele pratique ato libidinoso diverso da
conjunção carnal. (Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, sem prejuízo da correspondente à violência).
Art. 235. Pederastia ou outro ato de libidinagem. Praticar ou permitir o militar que
com ele se pratique ato libidinoso, homossexual ou não, em lugar sujeito à administração militar.
(Pena: detenção de 6 meses a um ano).
Ultraje público ao pudor
Art. 238. Ato obsceno. Praticar ato obsceno em lugar sujeito à administração militar.
(Pena: detenção de 3 meses a 1 ano).
3.9.3 – Crimes contra o patrimônio
Furto
Art. 240. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel (Pena: reclusão, até 6
anos).
Roubo e extorsão
Art. 242. Roubo simples. Subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante
emprego ou ameaça de emprego de violência contra pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
modo, reduzido à impossibilidade de resistência. (Pena: reclusão, de 4 a 15 anos).
Art. 243. Extorsão simples. Obter para si ou para outrem indevida vantagem
econômica, constrangendo alguém, mediante violência ou grave ameaça. (Pena: reclusão, de 4 a
15 anos).
Art. 245. Chantagem. Obter ou tentar obter de alguém, para si ou para outrem, indevida
vantagem econômica, mediante a ameaça de revelar fato, cuja divulgação pode lesar a sua
reputação ou de pessoa que lhe seja particularmente cara. (Pena: reclusão, de 3 a 10 anos).
Apropriação indébita
Art. 248. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou detenção. (Pena:
reclusão, até 6 anos).
Estelionato e outras fraudes
Art. 251. Obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
(Pena: reclusão, de 2 a 7 anos).
Receptação
Art. 254. Adquirir, receber ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa proveniente
de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. (Pena: reclusão, até
5 anos).
Usurpação
Art.257. Alteração de limites. Suprimir ou deslocar tapume, marco ou qualquer outro
sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa sob a
administração militar. (Pena – detenção, até 6 meses).
§1° alínea I. Invasão de propriedade. Na mesma pena incorre quem invade, com
violência à pessoa ou à coisa, ou com grave ameaça, ou mediante o concurso de duas
ou mais pessoas, terreno ou edifício sob administração militar.
Dano
Art. 259. Dano simples. Destruir, inutilizar, deteriorar ou fazer desaparecer coisa
alheia. (Pena: detenção, até 6 meses; no caso de bem público, detenção de 6 meses a 3 anos).
Art. 263. Dano em navio de guerra ou mercante em serviço militar. Causar a perda,
destruição, inutilização, encalhe, colisão ou alagamento de navio de guerra ou de navio mercante
em serviço militar, ou nele causar avaria. (Pena: reclusão, de 3 a 10 anos).
Usura
Art. 267. Usura pecuniária. Obter ou estipular, para si ou para outrem, no contrato de
mútuo de dinheiro, abusando da premente necessidade, inexperiência ou leviandade do mutuário,
juro que excede a taxa fixada em lei, regulamento ou ato. (Pena: detenção de 6 meses a 2 anos).
3.9.4 – Crimes contra a incolumidade pública
Crimes de perigo comum
Art. 268. Incêndio. Causar incêndio em lugar sujeito à administração militar, expondo a
perigo de vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem (Pena: reclusão, de 3 a 8 anos).
Art. 269. Explosão. Causar ou tentar causar explosão, em lugar sujeito à administração
militar, expondo a perigo de vida, a integridade ou o patrimônio de outrem. (Pena: reclusão, até
4 anos).
indiretamente, ainda que fora da função, ou, antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. (Pena: reclusão, de 2 a 8 anos).
Art. 309. Corrupção ativa. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem indevida
para a prática, omissão ou retardamento de ato funcional. (Pena: reclusão, até 8 anos).
Falsidade
Art. 311. Falsificação de documento. Falsificar, no todo ou, em parte, documento
público ou particular, ou alterar documento verdadeiro, desde que o fato atente contra a
Administração ou, o Serviço Militar. (Pena: sendo documento público, reclusão, de 2 a 6 anos:
sendo documento particular, reclusão, até 5 anos).
Art. 312. Falsidade ideológica. Omitir, em documento público ou particular,
declaração que dele devia constar, ou nele inserir, ou fazer inserir falsa ou diversa da que devia
ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante, desde que o fato atente contra a Administração ou, o Serviço Militar.
(Pena: reclusão, até 5 anos, se o documento é público; reclusão, até 3 anos, se o documento é
particular).
Art. 318. Falsa identidade. Atribuir-se, ou a terceiro, perante a Administração Militar,
falsa identidade, para obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou, para causar dano a
outrem. (Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, se o fato não constitui crime mais grave).
Crimes contra o dever funcional
Art. 319. Prevaricação. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,
ou praticá-lo contra expressa disposição de lei, para satisfazer interesses ou sentimento pessoal.
(Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos).
Art. 322. Condescendência criminosa. Deixar de responsabilizar subordinado que
comete infração no exercício do cargo, ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente. (Pena: se o fato praticado por indulgência, detenção
até 6 meses: se por negligência, detenção até 3 meses).
Art. 324. Inobservância de lei, regulamento ou instrução. Deixar, no exercício de
função, de observar lei, regulamento ou instrução, dando causa direta à prática de ato prejudicial
à Administração Militar. (Pena: se o fato foi praticado por tolerância, detenção até 6 meses; se
por negligência, suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função, de 3 meses a 1
ano).
Art. 326. Violação de sigilo funcional. Revelar fato de que tem ciência em razão do
cargo ou função e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação, em prejuízo da
administração militar. (Pena: detenção, de 6 meses a dois anos, se o fato não constitui crime
mais grave.
3.10.5 – Insubordinação
Recusa de obediência
Art. 163. Recusar obedecer à ordem do superior sobre assunto ou matéria de Serviço,
ou, relativamente, a dever imposto em lei, regulamento ou instrução. (Pena: detenção, de 1 a 2
anos, se o fato não constitui crime mais grave).
Oposição a ordem de sentinela
Art. 164. Opor-se às ordens da Sentinela. (Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano, se o
fato não constitui crime mais grave).
Reunião ilícita
Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato
de superior ou assunto atinente à disciplina militar. (Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano a quem
promove a reunião; de 2 a 6 meses a quem dela participa, se o fato não constitui crime mais
grave).
3.10.7 – Resistência
Resistência mediante ameaça ou violência
Art. 177. Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência ao executor,
ou a quem esteja prestando auxílio. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos).
Forma Qualificada
§ 1° do Art.177. Se o ato não se executa em razão da resistência. (Pena: reclusão de 2 a
4 anos).
Cumulação de Pena
§ 2° do Art.177. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes
à violência, ou, ao fato que constitua crime mais grave.
3.10.8 – Fuga, evasão, arrebatamento e amotinamento de presos
Fuga de preso ou internado
Art. 178. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a
medida de segurança detentiva. (Pena: detenção, de 6 a 2 anos).
Modalidade Culposa
Art. 179. Deixar, por culpa, fugir pessoa legalmente presa, confiada à sua guarda ou
condução. (Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano).
Evasão de preso ou internado
Art. 180. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou internado, usando de violência contra
a pessoa. (Pena: detenção, de 1 a 2 anos, além da correspondente à violência).
§1º do Art.180. Se a evasão, ou a tentativa, ocorre mediante arrombamento da prisão
militar. (Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano).
Arrebatamento de preso ou internado
Art. 181. Arrebatar preso ou internado, a fim de maltratá-lo, tirando-o do poder de
quem o tenha sob guarda ou custódia militar. (Pena: reclusão, até 4 anos, além da
correspondente à violência).
Amotinamento
Art. 182. Amotinarem-se presos, ou internados, perturbando a disciplina do recinto de
prisão militar. (Pena: reclusão, até 3 anos, aos cabeças; aos demais, detenção de 1 a 2 anos).
3.11 – PRINCIPAIS CRIMES CONTRA O DEVER MILITAR
3.11.1 – Deserção
Art. 187. Ausentar-se o Militar, sem licença, da unidade em que serve, ou, do lugar em
que deve permanecer, por mais de 8 (oito) dias. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos; se oficial
a pena é agravada).
Casos assimilados
Art. 188. Na mesma pena incorre o Militar que:
- não se apresenta no lugar designado, dentro de 8 (oito) dias, findo o prazo de
trânsito ou férias.
- deixar de se apresentar à autoridade competente, dentro do prazo de 8 (oito) dias,
contados daquele em que termina ou é cessada a licença, ou agregação, ou, em que é
declarado o Estado de Sítio ou, de Guerra.
- tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de 8 (oito) dias.
- consegue exclusão do Serviço Ativo ou, da situação de Inatividade, criando ou
simulando incapacidade.
Deserção Especial
Art. 190. Deixar o Militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou
aeronave de que é tripulante, ou da partida, ou do deslocamento da unidade ou força em que
serve. (Pena: detenção, até 3 meses, se após a partida ou deslocamento, se apresentar, dentro de
24 horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade policial, para ser
Dormir em Serviço
Art. 203. Dormir o Militar, quando em Serviço, como Oficial de Quarto ou, de Ronda,
ou em situação equivalente, ou, não sendo Oficial, em Serviço de Sentinela, Vigia, Plantão às
Máquinas, ao Leme, de Ronda ou, em qualquer Serviço de natureza semelhante. (Pena:
detenção, de 3 meses a 1 ano).
3.12 – CRIMES DE DESACATO E DESOBEDIÊNCIA
3.12.1 – Desacato e Desobediência
Desacato a Superior
Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou, o decoro, ou procurando
deprimir-lhe a autoridade. (Pena: reclusão, até 4 anos, se o fato não constitui crime mais grave).
Agravação da Pena
§ único do Art.298. A pena é agravada, se o superior for Oficial-General ou
Comandante da unidade a que pertence o agente.
Desacato a Militar
Art. 299. Desacatar Militar no exercício de função de natureza militar ou, em razão
dela. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, se o fato não constitui outro crime).
Desacato a Assemelhado ou Funcionário
Art. 300. Desacatar Assemelhado ou Funcionário Civil no exercício de função ou, em
razão dela, em lugar sujeito à Administração Militar. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, se o
fato não constitui outro crime).
Desobediência
Art. 301. Desobedecer à ordem legal de autoridade militar. (Pena: detenção, até 6
meses).
Ingresso Clandestino
Art. 302. Penetrar em fortaleza, quartel, estabelecimento militar, navio, aeronave,
hangar, ou outro lugar sujeito à Administração Militar, por onde seja defeso ou não haja
passagem regular, ou iludindo a vigilância da sentinela ou de vigia. (Pena: detenção, de 6 meses
a 2 anos, se o fato não constitui crime mais grave).
3.12.2 – Uso de Dispositivos Móveis Inteligentes
Observação:
Tendo em vista o uso de dispositivos móveis inteligentes, alerta-se para o cumprimento
para o cumprimento do previsto no item 3 do Memorando nº 11/2015, do ComOpNav, o qual
prevê a proibição de gravação e divulgação de imagens no interior das OM, sem a devida
autorização.
Deve ser dada atenção especial aos documentos que tramitam via SIGDEM, visto que
esses dispositivos podem capturar imagens de documentos sigilosos ou ostensivos. Relembra-se
que é vedada a tramitação de documentos sigilosos em texto claro ou ostensivos, bem como
utilizar o aplicativo tipo “WhatsApp” para enviar fotos de tais documentos.
O descumprimento de tais orientações sujeitará o militar as sanções previstas nos seguintes
artigos do Código Penal Militar, contidos neste capítulo da apostila de Legislação Militar.
(Art. 219 – Art. 228 e Art. 326)