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OSTENSIVO EMN-005

CAPÍTULO 3
REGULAMENTO DISCIPLINAR DA MARINHA E CÓDIGO PENAL MILITAR
3.1 – DEFINIÇÃO DE CONTRAVENÇÃO DISCIPLINAR
3.1.1 – Propósitos do Regulamento Disciplinar para a Marinha (RDM)
O Regulamento Disciplinar para a Marinha (RDM) tem por propósitos:
a) a especificação e a classificação das contravenções disciplinares.
b) o estabelecimento das normas relativas à
- amplitude das penas disciplinares.
- aplicação das penas disciplinares.
- classificação do comportamento militar.
- interposição de recursos contra as penas disciplinares.
3.1.2 – Definição de contravenção disciplinar
Contravenção Disciplinar é toda ação ou omissão contrária às obrigações ou aos deveres
militares estatuídos nas leis, nos regulamentos, nas normas e nas disposições em vigor que
fundamentam a Organização Militar, desde que não incidindo no que é capitulado pelo Código
Penal Militar como crime.
3.1.3 – Esfera de ação disciplinar
As prescrições do RDM aplicam-se aos militares da Marinha da ativa, da reserva e aos
reformados.
3.1.4 – Disciplina Militar
É a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e
disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e
harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um
dos componentes desse organismo.
A disciplina militar manifesta-se basicamente pela:
– obediência pronta às ordens do superior;
– utilização total das energias em prol do serviço;
– correção de atitudes; e
- cooperação espontânea em benefício da disciplina coletiva e da eficiência da instituição.
3.1.5 – Hierarquia Militar
É a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura militar. A
ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação, se faz pela
antiguidade no posto ou na graduação.
A boa educação militar não prescinde da cortesia. É dever de todos, em serviço ou não,
tratarem-se mutuamente com urbanidade, e aos subordinados com atenção e justiça.

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3.2 – RELAÇÃO DAS CONTRAVENÇÕES DISCIPLINARES


São contravenções disciplinares:
1) dirigir ou referir-se a superior de modo desrespeitoso.
2) censurar atos de superior.
3) responder de maneira desatenciosa ao superior.
4) dirigir-se ao superior para tratar de assuntos de serviço ou de caráter particular em
inobservância à via hierárquica.
5) deixar o subalterno, quer uniformizado quer trajando à paisana, de cumprimentar o
superior uniformizado, ou em traje civil, desde que o conheça: ou deixar de prestar-lhe as
homenagens e sinais de consideração e respeito previsto nos regulamento militares.
6) deixar deliberadamente de corresponder ao cumprimento do subalterno.
7) deixar de cumprir ordem recebida da autoridade competente.
8) retardar, sem motivo justo, o cumprimento de ordem recebida de autoridade competente.
9) aconselhar ou concorrer para o não cumprimento de qualquer ordem de autoridade
competente ou para o retardamento da sua execução.
10) induzir ou concorrer intencionalmente para que outrem incida em contravenção.
11) deixar de comunicar ao superior a execução de ordem dele recebida.
12) retirar-se da presença do superior sem a devida licença ou ordem para fazê-lo.
13) deixar o Oficial presente a solenidade interna ou externa onde se encontrem superiores
de apresentar-se ao mais antigo e saudar os demais.
14) deixar, quando estiver sentado, de oferecer seu lugar ao superior ressalvada as
exceções regulamentares previstas.
15) representar contra o superior.
a) sem prévia autorização deste;
b) em inobservância à via hierárquica;
c) em termos desrespeitosos; e
d) empregando argumentos falsos ou envolvendo má-fé.
16) deixar de se apresentar, finda a licença ou cumprimento de pena, aos seus superiores
ou a quem deva fazê-lo, de acordo com as normas de serviço de Organização Militar.
17) permutar serviço sem autorização do superior competente.
18) autorizar, promover, tomar parte em, ou assinar representação ou manifestação coletiva
de qualquer caráter contra superior.
19) recusar pagamento, fardamento, equipamento ou artigo de recebimento obrigatório.
20) recusar-se ao cumprimento de castigo imposto.
21) tratar subalterno com injustiça.

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22) dirigir ou referir-se a subalterno em termos incompatíveis com a disciplina militar.


23) tratar, com excessivo rigor, preso sob sua guarda.
24) negar licença a subalterno para representar contra ato seu.
25) protelar, licença, sem motivo justificável, a subalterno para representar contra ato seu.
26) negar licença, sem motivo justificável, a subalterno para se dirigir a autoridade
superior, a fim de tratar dos seus interesses.
27) deixar de punir o subalterno e cometer contravenção, ou de promover sua punição pela
autoridade competente.
28) deixar de cumprir ou de fazer cumprir, quando isso lhe competir, qualquer prescrição
ou ordem regulamentar.
29) ofender física ou moralmente qualquer pessoa, procurar desacreditá-la ou concorrer
para isso, desde que não seja tal atitude enquadrada como crime.
30) desrespeitar medidas gerais de ordem policial, embaraçar sua execução ou concorrer
para isso.
31) desrespeitar ou desconsiderar autoridade civil.
32) desrespeitar, por palavras ou atos, a religião, as instituições ou os costumes de país
estrangeiro em que se achar.
33) faltar à verdade ou omitir informação que possam conduzir à sua apuração.
34) portar-se sem compostura em lugar público.
35) apresentar-se em Organização Militar em estado de embriaguez ou embriagar-se e com
portar-se de modo inconveniente ou incompatível com a disciplina militar em OM.
36) contrair dívidas ou assumir compromissos superiores às suas possibilidades,
comprometendo o bom nome da classe.
37) esquivar-se a satisfazer compromissos assumidos de ordem moral ou pecuniária.
38) não atender a advertência de superior para satisfazer débito já reclamado.
39) participar em OM de jogos proibidos, ou jogar a dinheiro os permitidos.
40) fazer qualquer transação de caráter comercial em OM.
41) estar fora do uniforme determinado ou tê-lo em desalinho.
42) ser descuidado no asseio do corpo e do uniforme.
43) ter a barba, o bigode, as costeletas, o cavanhaque ou o cabelo fora das normas
regulamentares.
44) dar, vender, empenhar ou trocar peças de uniforme fornecidas pela União.
45) simular doença.
46) executar mal, intencionalmente, qualquer serviço ou exercício.
47) ser negligente no desempenho da incumbência ou no serviço que lhe for confiado.

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48) extraviar ou concorrer para que se extraviem ou se estraguem quaisquer objetos da


Fazenda Nacional ou documentos oficiais, estejam ou não sob sua responsabilidade direta.
49) deixar de comparecer ou atender imediatamente à chamada para qualquer exercício,
faina, manobra ou formatura.
50) deixar de se apresentar, sem motivo justificado nos prazos regulamentares, à
Organização Militar para que tenha sido transferido e, às autoridades competentes, nos casos de
comissões ou serviços extraordinários para que tenha sido nomeado ou designado.
51) deixar de participar a tempo à autoridade a que estiver diretamente subordinado a
impossibilidade de comparecer à OM ou a qualquer ato de serviço a que esteja obrigado a
participar ou a que tenha que assistir.
52) faltar ou chegar atrasado, sem justo motivo, a qualquer ato ou serviço de que deva
participar ou a que deva assistir.
53) ausentar-se sem a devida autorização da OM onde serve ou do local onde deva
permanecer.
54) ausentar-se sem a devida autorização da sede da OM onde serve.
55) deixar de regressar à hora determinada à OM onde serve.
56) exceder a licença.
57) deixar de comunicar à OM onde serve, mudança de endereço domiciliar.
58) contrair matrimônio em desacordo com a legislação em vigor.
59) deixar de se identificar quando solicitado por quem de direito.
60) transitar sem ter em seu poder documento atualizado comprobatório de identidade.
61) trajar à paisana em condições que não as permitidas pelas disposições em vigor.
62) permanecer em OM em traje civil, contrariando instruções em vigor.
63) conversar com sentinela, vigia, plantão ou, quando não autorizado, com preso.
64) conversar, sentar-se ou fumar, estando de serviço e quando não for permitido pelas
normas e disposições da OM.
65) fumar em lugares onde seja proibido fazê-lo, em ocasião não permitida, ou em
presença de superior que não seja do seu círculo, exceto quando dele tenha obtido licença.
66) penetrar nos aposentos de superior, em paióis e outros lugares reservados, sem a devida
permissão ou ordem para fazê-lo.
67) entrar ou sair da OM por acesso que não o determinado.
68) introduzir clandestinamente bebidas alcoólicas em OM.
69) introduzir clandestinamente matérias inflamáveis, explosivas, tóxicas ou outras em
OM, pondo em risco sua segurança, e desde que não seja enquadrada como crime.
70) introduzir ou estar de posse em OM de publicações prejudiciais à moral e à disciplina;

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71) introduzir ou estar de posse em OM de armas ou instrumentos proibidos.


72) portar arma sem autorização legal ou ordem escrita de autoridade competente.
73) dar toques, fazer sinais, içar ou arriar a bandeira nacional ou insígnias, disparar
qualquer arma sem ordem.
74) conversar ou fazer ruído desnecessário por ocasião de faina, manobra, exercício ou
reunião para qualquer serviço.
75) deixar de comunicar em tempo hábil ao seu superior imediato ou a quem de direito o
conhecimento que tiver de qualquer fato que possa comprometer a disciplina ou a segurança da
OM, ou afetar os interesses da Segurança Nacional.
76) ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial, cuja divulgação possa ser
prejudicial à disciplina ou à boa ordem do serviço.
77) discutir pela imprensa ou por qualquer outro meio de publicidade, sem autorização
competente, assunto militar, exceto de caráter técnico não sigiloso e que não se refira à Defesa
ou à Segurança Nacional.
78) manifestar-se publicamente a respeito de assuntos políticos ou tomar parte fardado em
manifestações de caráter político-partidário.
79) provocar ou tomar parte em OM em discussão a respeito de política ou religião;
80) faltar com o respeito devido, por ação ou omissão, a qualquer dos símbolos nacionais,
desde que em situação não considerada como crime.
81) fazer uso indevido de viaturas, embarcações ou aeronaves pertencentes à Marinha,
desde que o ato não constitua crime.
82) disparar arma em OM por imprudência ou negligência.
83) concorrer para a discórdia ou desarmonia ou cultivar inimizades entre os militares ou
seus familiares.
84) disseminar boatos ou notícias tendenciosas.
São também consideradas contravenções disciplinares todas as omissões do dever militar
não especificadas no presente artigo, desde que não qualificadas como crimes nas leis penais
militares, cometidas contra preceitos de subordinação e regras de serviço estabelecidos nos
diversos regulamentos militares e determinações das autoridades superiores competentes.
(9:Art.7°- § único)
3.2.1 – Natureza das contravenções e suas Circunstâncias
As contravenções disciplinares são classificadas como graves ou leves conforme o
dano – grave ou leve – que causarem à disciplina ou ao serviço, em virtude de sua natureza
intrínseca ou consequências que delas advirem ou puderem advir, pelas circunstâncias em que
foram cometidas.

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3.2.2 – Circunstâncias agravantes - São circunstâncias agravantes da contravenção disciplinar:


a) Acúmulo de contravenções simultâneas e correlatas;
b) Reincidência;
c) Conluio de duas ou mais pessoas;
d) Premeditação;
e) Ter sido praticada com ofensa à honra e ao pundonor militar;
f) Ter sido praticada durante o serviço ordinário ou com prejuízo do serviço;
g) Ter sido cometida estando em risco a segurança da OM;
h) Maus antecedentes militares;
i) Ter o contraventor abusado da sua autoridade hierárquica ou funcional; e
j) Ter cometido a falta em presença de subordinado.
3.2.3 – Circunstâncias atenuantes - São circunstâncias atenuantes da contravenção disciplinar:
a) Bons antecedentes militares;
b) Idade menor de 18 anos;
c) Tempo de serviço militar menor de seis meses;
d) Prestação anterior de serviços relevantes já reconhecidos;
e) Tratamento em serviço ordinário com rigor não autorizado pelos regulamentos
militares; e
f) Provocação.
3.2.4 – Circunstâncias justificativas ou dirimentes - São circunstâncias justificativas ou
dirimentes da contravenção disciplinar:
a) Ignorância plenamente comprovada da ordem recebida.
b) Força maior ou caso fortuito plenamente comprovado.
c) Evitar mal maior ou dano ao serviço ou à ordem pública.
d) Ordem de superior hierárquico.
e) Legítima defesa, própria ou de outrem.
3.3 – PENAS DISCIPLINARES
3.3.1 – Do Cumprimento
Repreensão
A repreensão consistirá na declaração formal de que o contraventor é assim punido por
haver cometido determinada contravenção, podendo ser aplicada em particular ou não.
Quando em particular, será aplicada diretamente pelo superior que a impuser;
verbalmente, na presença única do contraventor; por escrito, em ofício reservado a ele dirigido.
Quando pública, será aplicada pelo superior, ou por sua delegação:
a ) verbalmente:

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1. ao Oficial – na presença de Oficiais do mesmo posto ou superiores;


2. ao Suboficial – nos círculos de Oficiais e Suboficiais;
3. ao Sargento – nos círculos de Oficiais, Suboficiais e Sargentos; e
4. às Praças de graduação inferior a Sargento – em formatura da guarnição, ou parte
dela, a que pertencer o contraventor.
b) por escrito, em documento do qual será dado conhecimento aos mesmos círculos
acima indicados.
Impedimento
A pena de impedimento obriga o contraventor a permanecer na Organização Militar, sem
prejuízo de qualquer serviço que lhe competir.
Serviço Extraordinário
A pena de serviço extraordinário consistirá no desempenho pelo contraventor de
qualquer serviço interno, inclusive faina, em dias e horas em que não lhe competir esse serviço.
Prisão Simples
A pena de prisão simples consiste no recolhimento:
a) do Oficial, Suboficial ou Sargento na Organização Militar ou outro local determinado,
sem prejuízo do serviço interno que lhe couber;
b) da Praça, à sua coberta na Organização Militar ou outro local determinado, sem
prejuízo dos serviços internos que lhe couberem, salvo os de responsabilidade e confiança.
Prisão Rigorosa
A pena de prisão rigorosa consiste no recolhimento:
a) do Oficial, Suboficial ou Sargento aos recintos que na Organização Militar forem
destinados ao uso do seu círculo.
b) da Praça, à prisão fechada.
Obs.: Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. (§ 2º Art.142 da CF)

Dispensa das Funções de Atividade


É imposta privativamente pelo Comandante da Marinha, sendo aplicada aos oficiais que
exerçam funções de atividade.
Licenciamento do Serviço Ativo, a bem da disciplina - É imposto pelo Comandante da
Marinha ou por autoridade que dele tenha recebido delegação de competência e aplicada às
Praças sem estabilidade assegurada, não dando direito a qualquer remuneração ao militar.
Às praças prestando serviço militar inicial, esta pena será aplicada pelo comandante do
Distrito Naval onde ocorreu a incorporação, de acordo com o Regulamento da Lei do Serviço
Militar.

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Exclusão do Serviço Ativo, a bem da disciplina


É imposta pelo Comandante da Marinha ou por autoridade que dele tenha recebido
delegação de competência e aplicada ao Guarda-Marinha e às Praças com estabilidade
assegurada, presumivelmente incapazes de permanecer como militares da ativa, após terem sido
submetidas a Conselho de Disciplina, podendo ser:
a) a bem da disciplina: sempre que a praça, de graduação inferior a Suboficial, houver
sido punida no espaço de um ano com 30 dias de prisão rigorosa, ou por má conduta habitual ou
inaptidão profissional.
b) por incapacidade moral: será imposta quando houver cometido ato julgado aviltante
ou infamante por um Conselho de Disciplina.
3.3.2 – Extensão e Classificação das penas disciplinares
As contravenções definidas e classificadas serão punidas com as seguintes penas
disciplinares:
- para Oficiais da ativa:
a) repreensão;
b) prisão simples, até 10 dias; e
c) prisão rigorosa, até 10 dias.
- para Oficiais da reserva que exerçam funções de atividade:
a) repreensão;
b) prisão simples, até 10 dias;
c) prisão rigorosa, até 10 dias; e
d) dispensa das funções de atividade.
- para Oficiais da reserva remunerada e os reformados: não compreendidos na alínea
anterior e os reformados:
a) repreensão;
b) prisão simples, até 10 dias; e
c) prisão rigorosa, até 10 dias.
- para Suboficiais:
a) repreensão;
b) prisão simples, até 10 dias;
c) prisão rigorosa, até 10 dias; e
d) exclusão do serviço ativo, a bem da disciplina.
- para Sargentos:
a) repreensão;
b) impedimento, até 30 dias;

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c) prisão simples, até 10 dias;


d) prisão rigorosa, até 10 dias; e
e) licenciamento ou exclusão do serviço ativo, a bem da disciplina.
- para Cabos, Marinheiros e Soldados:
a) repreensão;
b) impedimento, até 30 dias;
c) serviço extraordinário, até 10 dias;
d) prisão simples, até 10 dias;
e) prisão rigorosa, até 10 dias; e
f) licenciamento ou exclusão do serviço ativo, a bem da disciplina.
3.3.3 – PONTOS PERDIDOS COM AS PENAS DISCIPLINARES IMPOSTAS A TODOS
OS MILITARES DA MB.
a) Um (1) ponto, para cada repreensão, dia de impedimento ou dia de serviço
extraordinário, exceto a repreensão particular verbal;
b) Dois (2) pontos, para cada dia de prisão simples; e
c) Três (3) pontos, para cada dia de prisão rigorosa.
3.3.4 – Outras disposições
Transformação de prisão em impedimento
A critério da autoridade que as impôs, as penas de prisão simples e prisão rigorosa
poderão ser cumpridas pelas Praças como impedimento, em conformidade com os seguintes
critérios:
a) Dois (2) dias, para cada dia de prisão simples; e
b) Três (3) dias, para cada dia de prisão rigorosa.
Recolhimento de Oficial, SO ou SG a camarote
Não é considerada agravação da pena a reclusão do Oficial, Suboficial ou Sargento a
camarote, com ou sem sentinela, quando sua liberdade puder causar dano à ordem ou à
disciplina.
Admoestação
Não será considerada como pena a admoestação que o superior fizer ao subalterno,
mostrando-lhe irregularidade praticada no serviço ou chamando sua atenção para fato que possa
trazer como consequência uma contravenção.
Recolhimento em compartimento fechado
Não será considerado como pena o recolhimento em compartimento fechado, com ou sem
sentinela, bem como a aplicação de camisa de força, algemas ou outro meio de coerção física, de
quem for atacado de loucura ou excitação violenta.

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Punição única
Por uma única contravenção não pode ser aplicada mais de uma punição.
Responsabilidade civil
A punição disciplinar não exime o punido da responsabilidade civil que lhe couber.
3.3.5 – Competência para imposição de penas
Têm competência para impor penas disciplinares as seguintes autoridades:
A todos os militares da Marinha:
a) o Presidente da República; e
b) o Comandante da Marinha.
Aos seus comandados ou aos que servem sob sua direção ou ordem:
a) o Chefe, Vice-Chefe e Subchefes do EMA;
b) o Comandante, Chefe do Estado-Maior e os Subchefes do ComOpNav;
c) o Secretário-Geral da Marinha;
d) os Diretores-Gerais;
e) o Comandante do CFN;
f) os Comandantes dos Distritos Navais ou de Comando Naval;
g) os Comandantes de Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais;
h) os Presidentes e Encarregados de OM;
i) os Diretores dos Órgãos do Setor de Apoio;
j) o Comandante de Apoio do CFN;
l) os Comandantes de Navios e Unidades de Tropa;
m) os Diretores de Estabelecimentos de Apoio ou Ensino;
n) os Chefes de Gabinete; e
o) os Capitães dos Portos e seus Delegados.
Direção ou Chefia de Estabelecimento ou Repartição exercida por servidor civil:
Nesses casos a competência é do oficial da ativa, mais antigo da OM.
Delegação de competência
Os Almirantes poderão delegar competência, no todo ou em parte, a Oficiais
subordinados.
Militares da Reserva Remunerada ou Reformados
Os Comandantes dos Distritos Navais ou de Comando Naval têm competência, ainda,
para aplicar punição aos militares da reserva remunerada ou reformados que residem ou exercem
atividades na área de jurisdição do respectivo Comando, respeitada a precedência hierárquica.

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Duas autoridades com jurisdição disciplinar sobre o contraventor


Quando duas autoridades, ambas com jurisdição disciplinar sobre o contraventor,
tiverem conhecimento da falta, caberá o julgamento à autoridade mais antiga, ou a mais
moderna, se o seu superior assim o determinar.
3.3.6 – Normas para imposição da pena
Providências preliminares à imposição
Nenhuma pena será imposta sem ser ouvido o contraventor e serem devidamente
apurados os fatos, devendo para tal serem observadas as seguintes normas:
a) Normalmente, a pena deverá ser imposta dentro do prazo de 48 horas, contadas do
momento em que a contravenção chegou ao conhecimento da autoridade que tiver que impô-la;
b) O Oficial que lançou a contravenção disciplinar, em Livro de Registro de
Contravenções, deverá dar conhecimento dos seus termos à referida Praça, antes do julgamento
dela;
c) Quando houver necessidade de maiores esclarecimentos sobre a contravenção, a
autoridade mandará proceder sindicância ou, se houver indício de crime, mandará instaurar
inquérito; e
d) Nenhum contraventor será interrogado se desprovido da plena capacidade de entender
o caráter contravencional de sua ação ou omissão, devendo, nessa situação, ser recolhido à
prisão, em benefício da manutenção da ordem ou da própria segurança.
Detenção para averiguação de contravenções
Durante o período de sindicância, o contraventor poderá ficar detido na OM ou em
qualquer outro local que seja determinado. Quando isso ocorrer, devem ser observadas as
seguintes normas:
a) os militares detidos para averiguação de contravenções disciplinares não devem
comparecer a exercícios ou fainas, nem executar serviço algum.
b) a prisão ou detenção de qualquer militar e o local onde se encontra deverão ser
comunicados imediatamente à sua família ou à pessoa por ele indicada, de acordo com a
Constituição Federal.
c) o tempo que durar a detenção será levado em conta:
- integralmente para o cumprimento de penas de impedimento;
- na razão de 1/2 para as de prisão simples; e
- na razão de 1/3 para as de prisão rigorosa.
Do julgamento
A autoridade julgará a gravidade da contravenção:
a) com imparcialidade e isenção de ânimo;

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b) sem condescendência ou rigor excessivo;


c) levando em conta as circunstâncias justificativas ou atenuantes; e
d) tendo sempre em vista os acontecimentos e a situação pessoal do contraventor.
Normas para Imposição
Toda pena disciplinar, exceto repreensão verbal, será imposta da seguinte forma:
a) para Oficiais e Suboficiais: mediante Ordem de Serviço que contenha resumo do
histórico da falta, seu enquadramento no RDM, as circunstâncias atenuantes ou agravantes e a
pena imposta;
b) para Sargentos e demais Praças: mediante lançamento nos respectivos Livros de
Registro de Contravenções Disciplinares (LRCD), onde constará o histórico da falta, seu
enquadramento no RDM, as circunstâncias atenuantes ou agravantes e a pena imposta.
Contravenções simultâneas, mas não correlatas
Quando o contraventor houver cometido contravenções simultâneas, mas não
correlatas ser-lhe-ão impostas penas separadamente. Caso essas penas consistam em prisão
rigorosa, e seu total exceder a 10 dias, serão cumpridas em parcelas não maiores do que 10 dias,
com intervalos de 5 dias.
3.4 – NORMAS PARA REGISTRO E ANULAÇÃO DE PENAS
3.4.1 – Registro e transcrição
Parte
Todo superior que tiver conhecimento, direto ou indireto, de contravenção cometida por
qualquer subalterno, deverá dar parte escrita do fato à autoridade sob cujas ordens estiver, a fim
de que esta puna ou remeta a parte à autoridade sob cujas ordens estiver o contraventor, para o
mesmo fim.
Quando o superior e o subalterno servirem na mesma OM e sendo o subalterno de
graduação inferior a Suboficial, será efetuado o lançamento no Livro de Registro de
Contravenções Disciplinares.
Livros para registro das contravenções
Para registro das contravenções cometidas e penas impostas, haverá na OM dois livros
numerados e rubricados pelo Comandante, sendo um “Livro de Registro de Contravenções
Disciplinares (LRCD) de Sargentos” ou “Livro de Registro de Contravenções Disciplinares
(LRCD) de CB/MN/SD”.
Prisão imediata
Quando a contravenção ou suas circunstâncias exigirem, o superior deverá dar voz de
prisão ao contraventor e fazê-lo recolher-se à sua OM, a bem:
- da ordem pública;

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- da disciplina; ou
- da regularidade do serviço.
A voz de prisão será dada em nome da autoridade a que o contraventor estiver
diretamente subordinado, ou, quando esta for menos graduada ou antiga do que quem dá a voz,
em nome da que se lhe seguir em escala ascendente.
Transcrição das penas nos assentamentos
A transcrição conterá o resumo do histórico da falta cometida e a pena imposta e, exceto
repreensões em particular, todas serão transcritas nos assentamentos do contraventor, logo após o
seu cumprimento ou a solução dos recursos interpostos, da seguinte forma:
a) para sargentos e demais praças: na Caderneta Registro; e
b) para oficiais e suboficiais: cópia da Ordem de Serviço que publicou a punição será
remetida à DPMM ou ao CPesCFN, a fim de ser anexada aos documentos de informação
referentes ao militar punido.
3.4.2 – Alterações nas penas
Competência para revisão de julgamento
A competência estabelecida no RDM para impor penas disciplinares, não inibe a
autoridade superior na Cadeia de Comando de tomar conhecimento “ex-ofício” de qualquer
contravenção e julgá-la, ou reformar o julgamento de autoridade inferior, anulando, atenuando ou
agravando a pena imposta, ou ainda relevando o seu cumprimento.
Prazo para revisão do julgamento
A revisão do julgamento poderá ocorrer até 120 dias após a data da sua imposição. Fora
desse prazo, só poderá ser feita, privativamente, pelo Comandante da Marinha.
Relevamento do cumprimento de pena
O relevamento pode ser aplicado pelos seguintes motivos:
a) serviços relevantes prestados à Nação pelo contraventor, privativamente, pelo Presi-
dente da República e pelo Comandante da Marinha; e
b) gala nacional ou passagem de chefia, comando ou direção, quando o contraventor já
houver cumprido pelo menos metade da pena.
Competência para relevamento - A competência para relevar o cumprimento da pena é
atribuição das mesmas autoridades citadas no inciso 6.5.1, cada uma quanto às punições que
houver imposto, ou quanto às aplicadas pelos seus subordinados.
Cancelamento de punições
O cancelamento de punições disciplinares, conforme previsto no Art. 39 do RDM,
confere um benefício ao militar mas não apaga o julgamento e a punição. Poderá ser feito

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mediante requerimento do interessado, desde que satisfaça às seguintes condições


simultaneamente:
a) não ter sido a falta cometida atentatória à honra pessoal, ao pundonor militar ou ao
decoro da classe;
b) haver decorrido o prazo de cinco anos de efetivo serviço, sem qualquer punição, a
contar da data do cumprimento da última pena;
c) ter bons serviços prestados no período acima, mediante análise de suas Folhas de
Alterações (FA); e
d) ter parecer favorável de seu Chefe, Comandante ou Diretor. (Cap. 2 DGPM-315)
Na análise das condições para requerer o cancelamento das punições, deverá ser
observado o Art. 28 da Lei nº 6.880/1980 (Estatuto dos Militares), o qual relaciona os preceitos
da ética militar, que deverão ser confrontados com as faltas cometidas, para esclarecer se não
atentaram à honra pessoal, ao pundonor militar ou ao decoro da classe, assim entendidas àquelas
previstas nos itens 21, 23, 33, 34 e 76 do art. 7º do RDM. Na referida análise, considerando a
situação individual do requerente, a autoridade competente poderá conceder o cancelamento, em
caráter excepcional e de forma fundamentada, ainda que a falta esteja relacionada às hipóteses
citadas. (DGPM-315)
Competência para cancelamento
Além do Presidente da República e do Comandante da Marinha, a competência para
autorizar o cancelamento de punições cabe aos Oficiais-Generais em cargo de Chefia, Comando
ou Direção, obedecendo-se à cadeia de comando do interessado, não podendo ser delegada.
Efeitos do cancelamento para fins de carreira
O militar, cujas punições disciplinares tenham sido canceladas, poderá concorrer, a
partir da data do ato de cancelamento, em igualdade de condições com seus pares em qualquer
situação de carreira.
O cancelamento concedido não produzirá efeitos retroativos, para quaisquer fins de
carreira.
3.4.3 – Recursos
Recurso à autoridade que aplicou a pena
Aquele a quem foi imposta pena disciplinar pode solicitar reconsideração da punição à
autoridade que a aplicou, devendo esta apreciar e decidir sobre a pena dentro de oito (8) dias
úteis, contados do recebimento do pedido.
Recurso à autoridade superior à que impôs a pena
Aquele a quem for imposta pena disciplinar poderá recorrer à autoridade superior à que
a impôs, pedindo sua anulação ou modificação, obedecendo às seguintes condições:

OSTENSIVO - 3-14 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

- verbalmente ou por escrito;


- com prévia licença da autoridade que impôs a pena;
- por via hierárquica; e
- em termos respeitosos.
Normas para recurso à autoridade superior
O recurso à autoridade superior à que impôs a pena deve observar as seguintes normas:
- recurso deve sem interposto após o cumprimento da pena e dentro do prazo de oito
(8) dias úteis.
- da solução de um recurso só cabe a interposição de novos recursos às autoridades
superiores, até o Comandante da Marinha.
- contra decisão do Comandante da Marinha, o único recurso admissível é o pedido de
reconsideração a essa mesma autoridade.
- quando a punição tiver sido imposta pelo Comandante da Marinha, caberá
interposição de recurso ao Presidente da República.
- recurso deve ser remetido à autoridade a quem dirigido, dentro do prazo de oito (8)
dias úteis, devidamente informado pela autoridade que tiver imposto a pena.
- se o recurso for julgado inteiramente procedente, a punição será anulada e cancelado
tudo quanto a ela se referir; se apenas em parte, será modificada a pena.
3.5 – OUTRAS DISPOSIÇÕES
Aprendizes-Marinheiros
Aos Aprendizes-Marinheiros, serão aplicadas, quando nas Escolas de
Aprendizes-Marinheiros, as penas estabelecidas no respectivo regulamento, e mais as escolares
previstas para falta de aproveitamento. Quando embarcados, serão aplicadas as penas que o
RDM determina para Praças.
Militar sob prisão rigorosa
O militar sob prisão rigorosa fica inibido de ordenar serviços aos seus subalternos ou
subordinados, mas não perde o direito de precedência às honras e prerrogativas inerentes ao seu
posto ou graduação.
3.6 – CRIME MILITAR
3.1.1 – Crimes Militares em tempo de paz
São considerados crimes militares em tempo de paz:
a) Crimes previstos no CPM, quando forem definidos de modo diverso ou não forem
previstos na lei penal comum, qualquer que seja o agente.
b) Crimes previstos no CPM, quando forem definidos de forma igual na lei penal
comum, quando praticados:

OSTENSIVO - 3-15 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

- por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação


ou assemelhado;
- por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração
militar, contra militar da reserva ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
- por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar,
ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar da
reserva, ou reformado, ou civil;
- por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou
reformado, ou assemelhado, ou civil; e
- por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a
administração militar, ou a ordem administrativa militar.
- contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa
militar;
- em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou
assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de
função inerente ao seu cargo;
- contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação,
exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras; e
- ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de
natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem
pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em
obediência à determinação legal superior.
Quadro resumo para conceituação de crime militar em tempo de paz

FORMA DE DEFINIÇÃO
AGENTE LOCAL
NA LEI-PENAL COMUM
PREVISTO NO CPM E
NÃO DEFINIDO OU QUALQUER QUALQUER
DEFINIDO DIFERENTE
NA LEI PENAL COMUM
PREVISTO NO CPM E MILITAR EM ATIVIDADE X
QUALQUER
DEFINIDO IGUAL NA MILITAR EM ATIVIDADE
LEI PENAL COMUM
MILITAR EM ATIVIDADE X
SUJEITO À ADM. MILITAR
MILITAR INATIVO OU CIVIL
MILITAR EM SERVIÇO X
QUALQUER
MILITAR INATIVO OU CIVIL
MILITAR EM MANOBRA OU QUALQUER
EXERCÍCIO X MILITAR
INATIVO OU CIVIL

OSTENSIVO - 3-16 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

MILITAR EM ATIVIDADE X
PATRIMÔNIO MILITAR OU QUALQUER
ORDEM ADM. MILITAR
MILITAR INATIVO OU CIVIL
X PATRIMÔNIO MILITAR OU QUALQUER
ORDEM ADM. MILITAR

PREVISTO NO CPM E MILITAR INATIVO OU CIVIL


SUJEITO À ADM. MILITAR
NÃO DEFINIDO OU X MILITAR EM ATIVIDADE
DEFINIDO DIFERENTE MILITAR INATIVO OU CIVIL
OU DEFINIDO IGUAL NA X MILITAR EM FORMATURA QUALQUER
LEI PENAL COMUM PRONTIDÃO OU EXERCÍCIO
MILITAR INATIVO OU CIVIL
X MILITAR EM FUNÇÃO DE QUALQUER
NATUREZA MILITAR

3.6.2 – Crimes Militares em tempo de guerra


São considerados crimes militares em tempo de guerra:
- Crimes especialmente previstos no CPM para o tempo de guerra.
- Crimes militares previstos para o tempo de paz.
- Crimes previstos no CPM, embora também os sejam com igual definição na lei penal
comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado; e
b) em qualquer lugar, se compromete ou pode comprometer a preparação, a eficiência ou
as operações militares ou, de qualquer outra forma, atenta contra a segurança externa do País ou
pode expô-la a perigo.
- Os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos no CPM,
quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro,
militarmente ocupado.
3.7 – PENAS PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS
3.7.1 – Penas principais
Pena de morte
- Pena corporal, constituída pela privação da vida.
- Somente é aplicada em caso de guerra declarada.
- Executada por fuzilamento.
- A sentença definitiva de condenação à morte é comunicada, logo que passe em julgado,
ao Presidente da República, e não pode ser executada senão depois de sete dias após o
julgamento.
- Se a pena é imposta em zona de operações de guerra, pode ser imediatamente
executada, quando o exigir o interesse da ordem e da disciplina militares.

OSTENSIVO - 3-17 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

Pena de reclusão
- Pena privativa da liberdade de caráter rigoroso, para ser cumprida em penitenciária,
com estágios diversos, que a lei comina aos crimes de maior gravidade.
Comina – impõe, decreta.

- Mínimo de um ano e máximo de trinta anos.


Pena de detenção
- Pena privativa de liberdade a ser cumprida com rigor penitenciário menor que a
reclusão.
- Mínimo de trinta dias e máximo de dez anos.
Pena de prisão
- Resulta da conversão das penas de reclusão ou de detenção até dois anos, quando não
cabível a suspensão condicional da pena.
- Cumprida pelo oficial em recinto de estabelecimento militar.
- Cumprida pela praça em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos
que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo superior a dois
anos.
Pena de impedimento
- Sujeita o condenado a permanecer no recinto da unidade, sem prejuízo da instrução
militar.
- Aplica-se aos delitos de insubmissão.
3.7.2- Penas acessórias
Exclusão das forças armadas
- Aplica-se às praças.
- A condenação à pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois anos, importa a
exclusão das forças armadas.
Perda da função pública, ainda que eletiva
- Aplica-se a civil e ao militar da reserva, ou reformado, se estiver no exercício de função
pública de qualquer natureza.
- Incorre na perda da função pública o civil condenado à pena privativa de liberdade por
crime cometido com abuso de poder ou violação do dever inerente à função pública, ou
condenado, por outro crime, à pena privativa de liberdade por mais de dois anos.
Inabilitação para o exercício de função pública
- Aplica-se a civil ou militar da reserva ou reformado que pratica crime militar;
- Incorre na inabilitação para o exercício da função pública, o condenado à reclusão por
mais de quatro anos, em virtude de crime praticado com abuso de poder ou violação do dever
militar ou inerente à função pública.

OSTENSIVO - 3-18 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela


- Entende-se como pátrio-poder o conjunto de obrigações, a cargo dos pais, no tocante à
pessoa e aos bens dos filhos menores;
- O condenado à pena privativa de liberdade por mais de dois anos, seja qual for o crime
praticado, fica suspenso do exercício do pátrio-poder, tutela ou curatela, enquanto dura a
execução da pena.
Suspensão dos direitos políticos
Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta
em substituição, ou enquanto perdura a inabilitação para função pública, o condenado não pode
votar, nem ser votado.
3.7.3 – Local do cumprimento das penas
Militares
A pena privativa de liberdade por mais de dois anos, imposta a militar, é cumprida em
penitenciária militar e, na falta desta, em estabelecimento prisional civil, ficando o recluso ou
detento sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos benefícios ou
concessões, também, poderá gozar.
Civis
a) Civil cumpre pena imposta pela Justiça Militar em estabelecimento prisional civil,
ficando ele sujeito ao regime conforme a legislação penal comum;
b) Por crime militar praticado em tempo de guerra poderá o civil cumprir a pena, no todo
ou em parte, em penitenciária militar, se, em benefício da segurança nacional, assim o determinar
a sentença.
3.8 – CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES
3.8.1 – Circunstâncias agravantes
São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes ou qualificativas
do crime:
a) a reincidência;
b) ter o agente cometido o crime:
- por motivo fútil ou torpe;
- para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
- depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito,
engano ou força maior;
- à traição, de emboscada, com surpresa, ou mediante outro recurso insidioso
que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima;

OSTENSIVO - 3-19 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

- com o emprego de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer outro


meio dissimulado ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
- contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
- com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério
ou profissão;
- contra criança, velho ou enfermo;
- quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
- em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, alagamento, inundação, ou
qualquer calamidade pública, ou desgraça particular do ofendido;
- estando de serviço;
- com emprego de arma, material ou instrumento de serviço, para esse fim
procurado;
- em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha sede a sua administração; e
- em país estrangeiro.
3.8.2 – Circunstâncias atenuantes
São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
a) ser o agente menor de 21 e maior de 70 anos;

b) ser meritório seu comportamento anterior; e

c) ter o agente:
- cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
- procurado por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe
ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
- cometido o crime sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
vítima;
- confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime, ignorada ou
imputada a outrem; e
- sofrido tratamento com rigor não permitido em lei.
3.9 – CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ
O Código Penal Militar agrupa os crimes militares em tempo de paz em diversos títulos,
dos quais, a seguir, serão citados alguns exemplos:
3.9.1 – Crimes contra a segurança externa do País
Hostilidade contra país estrangeiro
Art.136. Praticar o militar ato de hostilidade contra país estrangeiro, expondo o Brasil a perigo
de guerra. (Pena: reclusão, de 8 a 15 anos).

OSTENSIVO - 3-20 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

Violação de território estrangeiro


Art.139. Violar o militar território estrangeiro, com o fim de praticar ato de jurisdição em nome
do Brasil. (Pena: reclusão de 2 a 6 anos).
Entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil
Art.141. Entrar em entendimento com país estrangeiro, ou organização nele existente,
para gerar conflito ou divergência de caráter internacional entre o Brasil e qualquer outro país,
ou para lhes perturbar as relações diplomáticas. (Pena: reclusão, de 4 a 8 anos).
Tentativa contra a soberania do Brasil
Art.142. Tentar:
- submeter o território nacional, ou parte dele, à soberania de país estrangeiro;
- desmembrar, por meio de movimento armado ou tumultos planejados, o território
nacional, desde que o fato atente contra a segurança externa do Brasil ou a sua soberania; e
- internacionalizar, por qualquer meio, região ou parte do território nacional.
(Pena: reclusão de 15 a 30 anos, para os cabeças; de 10 a 20 anos, para os demais
agentes.)
Consecução de notícia, informação ou documento para fim de espionagem
Art. 143. Conseguir, para o fim de espionagem militar, notícia, informação ou
documento, cujo sigilo seja de interesse de segurança externa do Brasil. (Pena: reclusão, de 4 a
12 anos).
Penetração com o fim de espionagem
Art. 146. Penetrar, sem licença, ou introduzir-se clandestinamente ou sob falso
pretexto, em lugar sujeito à administração militar, ou centro industrial a serviço de construção ou
fabricação sob fiscalização militar, para colher informação destinada a país estrangeiro ou agente
seu. (Pena: reclusão, de 3 a 8 anos).
3.9.2 – Crimes contra a pessoa
Homicídio
Art. 205. Matar alguém. (Pena: reclusão, de 6 a 20 anos; com atenuantes o juiz pode reduzir a
pena de um sexto a um terço; com agravantes, reclusão de 12 a 30 anos).
Genocídio
Art. 208. Matar membros de um grupo nacional, étnico, religioso ou pertencente à
determinada raça, com o fim de destruição total ou parcial desse grupo. (Pena: reclusão, de 15 a
30 anos).

OSTENSIVO - 3-21 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

Lesão corporal e rixa


Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. (Pena: detenção, de 3
meses a 1 ano; se dolosamente produz lesão grave, reclusão até 5 anos; se dolosamente produz
incapacidade permanente, reclusão de 2 a 8 anos).
Periclitação da vida ou da saúde
Art. 212. Abandono de pessoa. Abandonar o militar pessoa que está sob seu cuidado,
guarda, vigilância ou autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos
resultantes do abandono. (Pena – detenção de 6 meses a 3 anos; se resulta em lesão grave,
reclusão até 5 anos; se resulta em morte, reclusão de 4 a 12 anos).
Art. 213. Maus tratos. Expor em perigo a vida ou a saúde, em lugar sujeito à
administração militar ou no exercício de função militar, de pessoa sob sua autoridade, guarda, ou
vigilância, para o fim de educação, instrução, tratamento ou custódia, quer privando-a de
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalhos excessivos ou
inadequados, quer abusando de meios de correção ou disciplina. (Pena – detenção de 2 meses a
1 ano; se resulta em lesão grave, reclusão até 4 anos; se resulta em morte, reclusão de 2 a 10
anos).
Crimes contra a honra
Art. 214. Calúnia. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como
crime. (Pena – detenção de 6 meses a 2 anos).
Art. 215. Difamação. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação.
(Pena – detenção de 3 meses a 1 ano).
Art. 219. Ofensa às forças amadas. Propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de
ofender a dignidade ou abalar o crédito das forças amadas ou a confiança que elas merecem do
público. (Pena – detenção de 6 meses a 1 ano).
Crimes contra a liberdade
Art. 222. Constrangimento ilegal. Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a
não fazer o que a lei permite, ou a fazer ou a tolerar que se faça, o que ela não manda. (Pena:
detenção, até 1 ano, se o fato não constitui crime mais grave).
Art. 223. Ameaça. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro
meio simbólico, de lhe causar mal injusto e grave. (Pena: detenção, até 6 meses, se o fato não
constitui crime mais grave).
Art. 224. Desafio para duelo. Desafiar outro militar para duelo ou aceitar-lhe o
desafio, embora o duelo não se realize. (Pena: detenção até 3 meses, se o fato não constitui
crime mais grave).

OSTENSIVO - 3-22 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

Art. 225. Sequestro ou cárcere privado. Privar alguém de sua liberdade, mediante
sequestro ou cárcere privado. (Pena: reclusão até 3 anos).
Art. 227. Violação de correspondência. Devassar indevidamente o conteúdo de
correspondência privada dirigida a outrem. (Pena: detenção, até 6 meses).
Art. 228. Divulgação de segredo. Divulgar, sem justa causa, conteúdo de documento
particular sigiloso ou de correspondência confidencial, de que é detentor ou destinatário, desde
que da divulgação possa resultar dano a outrem. (Pena: detenção, até 6 meses).
Crimes sexuais
Art. 232. Estupro. Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou
grave ameaça. (Pena: reclusão de 3 a 8 anos, sem prejuízo da correspondente à violência).
Art. 233. Atentado violento ao pudor. Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, a presenciar, a praticar, ou permitir que com ele pratique ato libidinoso diverso da
conjunção carnal. (Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, sem prejuízo da correspondente à violência).
Art. 235. Pederastia ou outro ato de libidinagem. Praticar ou permitir o militar que
com ele se pratique ato libidinoso, homossexual ou não, em lugar sujeito à administração militar.
(Pena: detenção de 6 meses a um ano).
Ultraje público ao pudor
Art. 238. Ato obsceno. Praticar ato obsceno em lugar sujeito à administração militar.
(Pena: detenção de 3 meses a 1 ano).
3.9.3 – Crimes contra o patrimônio
Furto
Art. 240. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel (Pena: reclusão, até 6
anos).
Roubo e extorsão
Art. 242. Roubo simples. Subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante
emprego ou ameaça de emprego de violência contra pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
modo, reduzido à impossibilidade de resistência. (Pena: reclusão, de 4 a 15 anos).
Art. 243. Extorsão simples. Obter para si ou para outrem indevida vantagem
econômica, constrangendo alguém, mediante violência ou grave ameaça. (Pena: reclusão, de 4 a
15 anos).
Art. 245. Chantagem. Obter ou tentar obter de alguém, para si ou para outrem, indevida
vantagem econômica, mediante a ameaça de revelar fato, cuja divulgação pode lesar a sua
reputação ou de pessoa que lhe seja particularmente cara. (Pena: reclusão, de 3 a 10 anos).

OSTENSIVO - 3-23 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

Apropriação indébita
Art. 248. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou detenção. (Pena:
reclusão, até 6 anos).
Estelionato e outras fraudes
Art. 251. Obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
(Pena: reclusão, de 2 a 7 anos).
Receptação
Art. 254. Adquirir, receber ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa proveniente
de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. (Pena: reclusão, até
5 anos).
Usurpação
Art.257. Alteração de limites. Suprimir ou deslocar tapume, marco ou qualquer outro
sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa sob a
administração militar. (Pena – detenção, até 6 meses).
§1° alínea I. Invasão de propriedade. Na mesma pena incorre quem invade, com
violência à pessoa ou à coisa, ou com grave ameaça, ou mediante o concurso de duas
ou mais pessoas, terreno ou edifício sob administração militar.
Dano
Art. 259. Dano simples. Destruir, inutilizar, deteriorar ou fazer desaparecer coisa
alheia. (Pena: detenção, até 6 meses; no caso de bem público, detenção de 6 meses a 3 anos).
Art. 263. Dano em navio de guerra ou mercante em serviço militar. Causar a perda,
destruição, inutilização, encalhe, colisão ou alagamento de navio de guerra ou de navio mercante
em serviço militar, ou nele causar avaria. (Pena: reclusão, de 3 a 10 anos).
Usura
Art. 267. Usura pecuniária. Obter ou estipular, para si ou para outrem, no contrato de
mútuo de dinheiro, abusando da premente necessidade, inexperiência ou leviandade do mutuário,
juro que excede a taxa fixada em lei, regulamento ou ato. (Pena: detenção de 6 meses a 2 anos).
3.9.4 – Crimes contra a incolumidade pública
Crimes de perigo comum
Art. 268. Incêndio. Causar incêndio em lugar sujeito à administração militar, expondo a
perigo de vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem (Pena: reclusão, de 3 a 8 anos).
Art. 269. Explosão. Causar ou tentar causar explosão, em lugar sujeito à administração
militar, expondo a perigo de vida, a integridade ou o patrimônio de outrem. (Pena: reclusão, até
4 anos).

OSTENSIVO - 3-24 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

Também são considerados crimes, causar os seguintes eventos em lugar sujeito à


administração militar: abuso de radiação, inundação, desabamento ou desmoronamento.
Art. 279. Embriaguez ao volante. Dirigir veículo motorizado, sob administração militar,
na via pública, encontrando-se em estado de embriaguez, por bebida alcoólica, ou qualquer outro
inebriante. (Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano).
Crimes contra os meios de transporte e de comunicação
Art. 283. Atentado contra transporte. Expor a perigo aeronave, ou navio próprio ou
alheio, sob guarda, proteção ou requisição militar emanada de ordem legal, ou em lugar sujeito à
administração militar, bem como praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar
navegação aérea, marítima, fluvial ou lacustre sob administração, guarda ou proteção militar.
(Pena: reclusão, de 2 a 5 anos).
Crimes contra a saúde
Art. 290. Tráfico, posse ou uso de entorpecente. Receber, preparar, produzir, vender,
fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo ainda que para uso
próprio, guardar, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo substância entorpecente, ou
que determine dependência física ou psíquica, em lugar sujeito à administração militar, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. (Pena: reclusão, até 5
anos).
3.9.5 – Crimes contra a administração militar
Peculato
Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou comissão, ou desviá-lo em
proveito próprio ou alheio. (Pena: reclusão de 3 a 15 anos).
Concussão, Excesso de exação e Desvio
Art. 305. Concussão. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. (Pena: reclusão,
de 2 a 8 anos).
Art. 306. Excesso de exação. Exigir imposto, taxa ou emolumento que sabe ser
indevido, ou, quando devido, empregar na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não
autoriza. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos).
Art. 307. Desvio. Desviar em proveito próprio ou, de outrem, o que recebeu
indevidamente, em razão de cargo ou função, para recolher aos cofres públicos. (Pena: reclusão,
de 2 a 12 anos).
Corrupção
Art. 308. Corrupção passiva. Receber, para si ou, para outrem, direta ou

OSTENSIVO - 3-25 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

indiretamente, ainda que fora da função, ou, antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. (Pena: reclusão, de 2 a 8 anos).
Art. 309. Corrupção ativa. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem indevida
para a prática, omissão ou retardamento de ato funcional. (Pena: reclusão, até 8 anos).
Falsidade
Art. 311. Falsificação de documento. Falsificar, no todo ou, em parte, documento
público ou particular, ou alterar documento verdadeiro, desde que o fato atente contra a
Administração ou, o Serviço Militar. (Pena: sendo documento público, reclusão, de 2 a 6 anos:
sendo documento particular, reclusão, até 5 anos).
Art. 312. Falsidade ideológica. Omitir, em documento público ou particular,
declaração que dele devia constar, ou nele inserir, ou fazer inserir falsa ou diversa da que devia
ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante, desde que o fato atente contra a Administração ou, o Serviço Militar.
(Pena: reclusão, até 5 anos, se o documento é público; reclusão, até 3 anos, se o documento é
particular).
Art. 318. Falsa identidade. Atribuir-se, ou a terceiro, perante a Administração Militar,
falsa identidade, para obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou, para causar dano a
outrem. (Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, se o fato não constitui crime mais grave).
Crimes contra o dever funcional
Art. 319. Prevaricação. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,
ou praticá-lo contra expressa disposição de lei, para satisfazer interesses ou sentimento pessoal.
(Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos).
Art. 322. Condescendência criminosa. Deixar de responsabilizar subordinado que
comete infração no exercício do cargo, ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente. (Pena: se o fato praticado por indulgência, detenção
até 6 meses: se por negligência, detenção até 3 meses).
Art. 324. Inobservância de lei, regulamento ou instrução. Deixar, no exercício de
função, de observar lei, regulamento ou instrução, dando causa direta à prática de ato prejudicial
à Administração Militar. (Pena: se o fato foi praticado por tolerância, detenção até 6 meses; se
por negligência, suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função, de 3 meses a 1
ano).
Art. 326. Violação de sigilo funcional. Revelar fato de que tem ciência em razão do
cargo ou função e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação, em prejuízo da
administração militar. (Pena: detenção, de 6 meses a dois anos, se o fato não constitui crime
mais grave.

OSTENSIVO - 3-26 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

Crimes praticados por particular contra a Administração Militar


Art. 335. Usurpação de função. Usurpar o exercício de função em repartição ou
estabelecimento militar. (Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos).
Art. 336. Tráfico de influência. Obter, para si ou, para outrem, vantagem ou promessa
de vantagem, a pretexto de influir em Militar, ou assemelhado, ou funcionário de repartição
militar, no exercício de função. (Pena: reclusão, até 5 anos).
3.9.6 – Crimes contra a Administração da Justiça Militar
Recusa de função na Justiça Militar
Art. 340. Recusar-se o Militar, ou assemelhado, de exercer, sem justo motivo legal,
função que lhe seja atribuída na Administração da Justiça Militar. (Pena: suspensão do exercício
do posto ou cargo, de 2 a 6 meses).
Desacato
Art. 341. Desacatar autoridade judiciária militar no exercício da função ou, em razão
dela. (Pena: reclusão, até 4 anos).
Denunciação caluniosa
Art. 343. Dar causa à instauração de Inquérito Policial ou Processo Judicial contra
alguém, imputando-lhe crime sujeito à jurisdição militar, de que o sabe inocente. (Pena:
reclusão, de 2 a 8 anos).
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 346. Fazer afirmação falsa, ou negar, ou calar a verdade, como testemunha, perito,
tradutor ou intérprete, em Inquérito Policial, Processo Administrativo ou Judicial, ou Militar.
(Pena: reclusão, de 2 a 6 anos).
3.10 – PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE E CONTRA A DISCIPLINA
MILITAR
3.10.1 – Motim e Revolta
Motim
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:
- agindo contra a ordem recebida de Superior ou, negando-se a cumpri-la;
- recusando obediência a Superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando
violência;
- assentindo em recusa conjunta de obediência, ou, em resistência ou violência, em
comum, contra Superior; e
- ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou
dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura
militar, ou utilizando-se de quaisquer daqueles locais ou meios de transporte, para ação

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OSTENSIVO EMN-005

militar, ou, prática de violência, em desobediência à ordem superior ou, em detrimento


da ordem ou, da disciplina militar.
(Pena: reclusão de 4 a 8 anos, com aumento em um terço, para os cabeças).
Organização de grupo para a prática de violência
Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares, ou assemelhados, com armamento ou
material bélico de propriedade militar, praticando violência à pessoa ou, à coisa pública ou
particular, em lugar sujeito ou não à Administração Militar. (Pena: reclusão, de 4 a 8 anos).
Omissão de Lealdade Militar
Art. 151. Deixar o Militar, ou assemelhado, de levar ao conhecimento do Superior o
motim ou, a revolta de cuja preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato criminoso, não
usar de todos os meios ao seu alcance para impedi-lo. (Pena: reclusão, de 3 a 5 anos).
Conspiração
Art. 152. Concentrarem-se militares, ou assemelhados, para a prática do crime
previsto no art.149 (Motim).(Pena: reclusão, de 3 a 5 anos).
Isenção de Pena
Parágrafo único do Art.152. É isento de pena aquele que, antes da execução do crime
e, quando ainda era possível evitar-lhe as consequências, denuncia o ajuste de que participou.
Cumulação de Penas
Art. 153. As penas dos art. 149 e 150 são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes
à violência.
3.10.2 – Aliciação e Incitamento
Aliciação para Motim ou Revolta
Art. 154. Aliciar Militar, ou assemelhado, para prática de quaisquer dos crimes previstos
no capítulo anterior (Pena: reclusão, de 2 a 4 anos).
Incitamento
Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou, à prática de Crime Militar (Pena:
reclusão, de 2 a 4 anos).
3.10.3 – Violência contra Superior ou Militar de Serviço
Violência contra Superior
Art. 157. Praticar violência contra Superior. (Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos)
Formas qualificadas
Se o Superior for o Comandante da unidade a que pertence o agente, ou Oficial-General.
(Pena: reclusão, de 3 a 9 anos)
- Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada em um terço.

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OSTENSIVO EMN-005

- Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da Pena da Violência, a do


Crime contra a Pessoa.
- Se da violência resulta morte. (Pena: reclusão, de 12 a 30 anos)
- A pena é aumentada com a sexta parte, se o crime ocorre em Serviço.
Violência contra Militar de Serviço
Art. 158. Praticar violência contra Oficial de Dia, de Serviço, ou, de Quarto, ou, contra
Sentinela, Vigia ou Plantão. (Pena: reclusão de 3 a 8 anos)
3.10.4 – Desrespeito a Superior e a Símbolo Nacional ou, à farda.
Desrespeito a Superior
Art.160. Desrespeitar Superior diante de outro Militar. (Pena: detenção, de 3 meses a 1
ano, se o fato não constitui crime mais grave)
Desrespeito a Comandante, Oficial-General ou Oficial de Serviço
Parágrafo único do Art.160. Se o fato é praticado contra o Comandante da unidade a
que pertence o agente, Oficial-General, Oficial de Dia, de Serviço ou, de Quarto, a pena é
aumentada pela metade.
Desrespeito a Símbolo Nacional
Art. 161. Praticar o Militar, diante da tropa, ou, em lugar sujeito à Administração
Militar, ato que se traduza em ultraje a símbolo nacional. (Pena: detenção, de 1 a 2 anos).
Art. 162. Despojar-se do uniforme, de condecoração militar, insígnia ou distintivo, por
menosprezo ou vilipêndio. (Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano; a pena é aumentada pela
metade, se o fato é praticado diante da tropa ou, em público).
Vilipêndio – desdenho, desprezo.

3.10.5 – Insubordinação
Recusa de obediência
Art. 163. Recusar obedecer à ordem do superior sobre assunto ou matéria de Serviço,
ou, relativamente, a dever imposto em lei, regulamento ou instrução. (Pena: detenção, de 1 a 2
anos, se o fato não constitui crime mais grave).
Oposição a ordem de sentinela
Art. 164. Opor-se às ordens da Sentinela. (Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano, se o
fato não constitui crime mais grave).
Reunião ilícita
Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato
de superior ou assunto atinente à disciplina militar. (Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano a quem
promove a reunião; de 2 a 6 meses a quem dela participa, se o fato não constitui crime mais
grave).

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OSTENSIVO EMN-005

3.10.6 – Usurpação e Excesso ou Abuso de Autoridade


Uso indevido, por militar, de uniforme, distintivo ou insígnia.
Art. 171. Usar o Militar, ou assemelhado, indevidamente, uniforme, distintivo ou
insígnia de posto ou graduação superior. (Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano, se o fato não
constitui crime mais grave)
Uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar
Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a que não tenha
direito. (Pena: detenção, até 6 meses).
Rigor Excessivo
Art. 174. Exceder a faculdade de punir o subordinado, fazendo-o com rigor não
permitido, ou ofendendo-o por palavra, ato ou, por escrito. (Pena: suspensão do exercício do
posto por 2 a 6 meses, se o fato não constitui crime mais grave).
Violência contra Inferior
Art. 175. Praticar violência contra Inferior. (Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano).
Resultado mais grave
Parágrafo único do Art.175. Se da violência resulta lesão corporal ou morte, é também
aplicada a pena do Crime contra a Pessoa.
Ofensa Aviltante a Inferior
Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza ou pelo meio
empregado, se considere aviltante. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos).
Aviltante – insultuoso, difamatório.

3.10.7 – Resistência
Resistência mediante ameaça ou violência
Art. 177. Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência ao executor,
ou a quem esteja prestando auxílio. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos).
Forma Qualificada
§ 1° do Art.177. Se o ato não se executa em razão da resistência. (Pena: reclusão de 2 a
4 anos).
Cumulação de Pena
§ 2° do Art.177. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes
à violência, ou, ao fato que constitua crime mais grave.
3.10.8 – Fuga, evasão, arrebatamento e amotinamento de presos
Fuga de preso ou internado
Art. 178. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a
medida de segurança detentiva. (Pena: detenção, de 6 a 2 anos).

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OSTENSIVO EMN-005

Modalidade Culposa
Art. 179. Deixar, por culpa, fugir pessoa legalmente presa, confiada à sua guarda ou
condução. (Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano).
Evasão de preso ou internado
Art. 180. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou internado, usando de violência contra
a pessoa. (Pena: detenção, de 1 a 2 anos, além da correspondente à violência).
§1º do Art.180. Se a evasão, ou a tentativa, ocorre mediante arrombamento da prisão
militar. (Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano).
Arrebatamento de preso ou internado
Art. 181. Arrebatar preso ou internado, a fim de maltratá-lo, tirando-o do poder de
quem o tenha sob guarda ou custódia militar. (Pena: reclusão, até 4 anos, além da
correspondente à violência).
Amotinamento
Art. 182. Amotinarem-se presos, ou internados, perturbando a disciplina do recinto de
prisão militar. (Pena: reclusão, até 3 anos, aos cabeças; aos demais, detenção de 1 a 2 anos).
3.11 – PRINCIPAIS CRIMES CONTRA O DEVER MILITAR
3.11.1 – Deserção
Art. 187. Ausentar-se o Militar, sem licença, da unidade em que serve, ou, do lugar em
que deve permanecer, por mais de 8 (oito) dias. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos; se oficial
a pena é agravada).
Casos assimilados
Art. 188. Na mesma pena incorre o Militar que:
- não se apresenta no lugar designado, dentro de 8 (oito) dias, findo o prazo de
trânsito ou férias.
- deixar de se apresentar à autoridade competente, dentro do prazo de 8 (oito) dias,
contados daquele em que termina ou é cessada a licença, ou agregação, ou, em que é
declarado o Estado de Sítio ou, de Guerra.
- tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de 8 (oito) dias.
- consegue exclusão do Serviço Ativo ou, da situação de Inatividade, criando ou
simulando incapacidade.
Deserção Especial
Art. 190. Deixar o Militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou
aeronave de que é tripulante, ou da partida, ou do deslocamento da unidade ou força em que
serve. (Pena: detenção, até 3 meses, se após a partida ou deslocamento, se apresentar, dentro de
24 horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade policial, para ser

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OSTENSIVO EMN-005

comunicada a apresentação ao comando militar competente).


§1º do Art.190. Se a apresentação se der dentro do prazo superior a 24 (vinte e quatro)
horas, não excedente a 5 (cinco) dias. (Pena: detenção, de 2 a 8 meses).
§2º do Art.190. Se superior, a 5 (cinco) dias, não excedente a 8 (oito) dias. (Pena:
detenção, de 3 meses a 1 ano).
§2º-A do Art.190. Se superior, a 8 (oito) dias. (Pena: detenção de 6 meses a 2 anos).
§3º do Art.190. A pena é aumentada em um terço, se se tratar de Sargento, Subtenente
ou Suboficial, e, pela metade, se Oficial.
Deserção por Evasão ou Fuga
Art. 192. Evadir-se o Militar do poder da escolta, ou, de recinto de detenção ou de
prisão, ou fugir em seguida à prática do crime para evitar prisão, permanecendo ausente por mais
de 8 (oito) dias. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos).
Favorecimento a Desertor
Art. 193. Dar asilo a desertor, ou tomá-lo a seu Serviço, ou proporcionar-lhe ou
facilitar-lhe transporte ou meio de ocultação, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu
quaisquer dos crimes previstos neste capítulo (da Deserção). (Pena: detenção, de 4 meses a 1
ano).
Isenção de Pena
§ único do Art.193. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.
3.11.2 – Abandono de posto e outros crimes em serviço
Abandono de Posto
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o Posto ou lugar de Serviço que lhe tenha
sido designado, ou, o Serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo. (Pena – detenção de 3 meses
a 1 ano).
Descumprimento de Missão
Art. 196. Deixar o Militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada. (Pena:
detenção, de 6 meses a 2 anos, se o fato não constitui crime mais grave).
§1º do Art.196. Se for Oficial o agente, a pena é aumentada em um terço.
§2º do Art.196. Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada pela
metade.
§3º do Art.196. Se a abstenção é culposa. (Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano).
Embriaguez em Serviço
Art. 202. Embriagar-se o Militar, quando em Serviço, ou apresentar-se embriagado para
prestá-lo. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos).

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OSTENSIVO EMN-005

Dormir em Serviço
Art. 203. Dormir o Militar, quando em Serviço, como Oficial de Quarto ou, de Ronda,
ou em situação equivalente, ou, não sendo Oficial, em Serviço de Sentinela, Vigia, Plantão às
Máquinas, ao Leme, de Ronda ou, em qualquer Serviço de natureza semelhante. (Pena:
detenção, de 3 meses a 1 ano).
3.12 – CRIMES DE DESACATO E DESOBEDIÊNCIA
3.12.1 – Desacato e Desobediência
Desacato a Superior
Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou, o decoro, ou procurando
deprimir-lhe a autoridade. (Pena: reclusão, até 4 anos, se o fato não constitui crime mais grave).
Agravação da Pena
§ único do Art.298. A pena é agravada, se o superior for Oficial-General ou
Comandante da unidade a que pertence o agente.
Desacato a Militar
Art. 299. Desacatar Militar no exercício de função de natureza militar ou, em razão
dela. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, se o fato não constitui outro crime).
Desacato a Assemelhado ou Funcionário
Art. 300. Desacatar Assemelhado ou Funcionário Civil no exercício de função ou, em
razão dela, em lugar sujeito à Administração Militar. (Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, se o
fato não constitui outro crime).
Desobediência
Art. 301. Desobedecer à ordem legal de autoridade militar. (Pena: detenção, até 6
meses).
Ingresso Clandestino
Art. 302. Penetrar em fortaleza, quartel, estabelecimento militar, navio, aeronave,
hangar, ou outro lugar sujeito à Administração Militar, por onde seja defeso ou não haja
passagem regular, ou iludindo a vigilância da sentinela ou de vigia. (Pena: detenção, de 6 meses
a 2 anos, se o fato não constitui crime mais grave).
3.12.2 – Uso de Dispositivos Móveis Inteligentes
Observação:
Tendo em vista o uso de dispositivos móveis inteligentes, alerta-se para o cumprimento
para o cumprimento do previsto no item 3 do Memorando nº 11/2015, do ComOpNav, o qual
prevê a proibição de gravação e divulgação de imagens no interior das OM, sem a devida
autorização.

OSTENSIVO - 3-33 - REV. 7


OSTENSIVO EMN-005

Deve ser dada atenção especial aos documentos que tramitam via SIGDEM, visto que
esses dispositivos podem capturar imagens de documentos sigilosos ou ostensivos. Relembra-se
que é vedada a tramitação de documentos sigilosos em texto claro ou ostensivos, bem como
utilizar o aplicativo tipo “WhatsApp” para enviar fotos de tais documentos.
O descumprimento de tais orientações sujeitará o militar as sanções previstas nos seguintes
artigos do Código Penal Militar, contidos neste capítulo da apostila de Legislação Militar.
(Art. 219 – Art. 228 e Art. 326)

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