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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

ENFERMAGEM

LAIS FERREIRA DANTAS


SARA MARIA PAULINO MAIA
VITÓRIA DE SOUSA SILVA

SAÚDE E MIDÍA SOCIAL: AS FAKE NEWS QUE MATAM.

QUIXERAMOBIM
2022
LAIS FERREIRA DANTAS
SARA MARIA PAULINO MAIA
VITÓRIA DE SOUSA SILVA

SAÚDE E MÍDIA SOCIAL: AS FAKE NEWS QUE MATAM.

Trabalho de Portfolio Interdisciplinar em Grupo


apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como
requisito parcial para a obtenção de média bimestral na
disciplina de Sociedade Brasileira e Cidadania,
Psicologia Aplicada À Saúde, Ed - Cultura Digital,
Educação a Distância e Gestão, Qualidade e Segurança
do Paciente.

Professores das disciplinas: Stefany Ferreira Feniman,


Mayra Campos Francica dos Santos, Leonardo Antonio
Silvano Ferreira, Silvia Paulino Ribeiro Albanese e Lucio
Mauro Rocker dos Santos.

QUIXERAMOBIM
2022
SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO...........................................................................................................3
2DESENVOLVIMENTO .............................................................................................. 5
3CONCLUSÃO............................................................................................................8
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 10
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1 INTRODUÇÃO

Segundo uma pesquisa feita pelo Laboratório de Análises Clínicas Hilab, em 6 de


maio de 2021, “a sociedade ainda não possui um conhecimento pleno sobre o que é
saúde pública, por ser um conceito muito amplo e envolver uma série de fatores
sociais e econômicos”. Em resumo, entendemos por saúde pública como o direito
básico à saúde para todos, independentemente de classe social. Todos tem por
direito o acesso aos recursos de saúde que o Brasil oferece. No país, a saúde
pública, é um nome dado para as práticas e ações de responsabilidade do Estado
visando garantir aos cidadãos o acesso a saúde física, mental e social. O
funcionamento do sistema público de saúde apresenta-se como uma esfera do
governo, onde possui um órgão para administrar o serviço de saúde nas mais
diversas regiões, existem as secretárias municipais de saúde que são responsáveis
por dar suporte e executar estratégias de vacinação, campanhas e outros.
Atualmente, a área da saúde é a que mais tem sofrido mudanças tecnológicas
para garantir uma melhor assistência aos usuários desse serviço. Já contamos com
as Tecnologias da Saúde, que de acordo com a OMS (Organização Mundial da
Saúde), é a “aplicação de conhecimentos e habilidades organizados na forma de
dispositivos, medicamentos, vacinas, procedimentos e sistemas desenvolvidos para
resolver um problema de saúde e melhorar a qualidade de vida”. Com o forte avanço
das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) o contexto “saúde”
foi ganhando cada vez mais espaço nos meios digitais, que facilitou a troca de
informações e conteúdos sobre saúde entre os usuários.
Contudo, desde a Revolução da Imprensa, em meados do século XV, a
elaboração, o compartilhamento e o uso de informações têm recebido fortes
mudanças. A datar disso, iniciou-se o que hoje conhecemos como propagação
massiva da informação. O alto índice de informações tornou difícil o trabalho de
buscar aquela que atendesse de forma suficiente às necessidades que apareciam.
Esse problema vem se intensificando devido ao desenvolvimento tecnológico,
que passou a dispor um apanhado de elementos designados à produção, ao
tratamento, ao planejamento e à disseminação das informações em grande
proporção. Os novos canais eletrônicos deram autonomia à população que, outrora,
assumia conduta inativa diante das tradicionais formas de comunicação, como
comuns espectadores.
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Por consequência do grande uso das mídias sociais, a sociedade passou a ser
produtora, propagadora e receptora de informação, nos mais diversos contextos. Na
medida que o curso informacional aumentou, expandiu também o volume de
informações falsas, as chamadas fakes News, que, em inúmeros casos, causam
grande desordem.
Essas informações falsas, circulam todos os dias, para todas as pessoas no
mundo, percebendo a necessidade de uma análise sobre essa conjuntura, o
presente trabalho tem como principal objetivo destacar o papel das mídias sociais na
divulgação de fake News da saúde.
É de fundamental importância discorrer sobre esse tema, como um sinal de alerta
acerca de informações falsas divulgadas nas principais mídias sociais devido à
grande facilidade de criação e proliferação dessas notícias.
O presente trabalho destacará a importância das disciplinas de Sociedade
Brasileira e Cidadania, Psicologia Aplicada À Saúde, Pensamento Científico e
Gestão, Qualidade e Segurança do Paciente, fazendo uma breve compreensão e
análise sobre o direito do cidadão em receber laudos médicos diretamente dos
profissionais de saúde, examinando a desestruturação emocional da população ao
receber as notícias e se impressionar com informações rasas e sem embasamento
profissional, por esse viés, percebe-se a importância de dados científicos nas
notícias e também a participação de profissionais da saúde capacitados para agir no
enfrentamento das fake news.
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2 DESENVOLVIMENTO

Hoje em dia, o assunto “fake news” detém espaço também nos cenários
eleitorais, no entanto, a discussão se estende em território nacional diante da falta
de uma resolução pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que viesse a tratar do tema
nas próprias eleições desse ano.
Todavia, se ao contrário do ambiente eleitoral, considerarmos a área saúde e
seus impactos? A população deve discernir as fontes, questionar e evitar
compartilhamentos? Ou cabe ao Estado uma maior regulamentação a respeito da
criação e divulgação de dados falsos na internet?
Em virtude da grande produção e repercussão de notícias falsas que foram
publicadas em diversos meios de comunicação e absorvidas pela sociedade, o
Ministério da Saúde brasileiro, as denominou como fake news. Fake news são
informações/notícias/postagens feitas de maneira duvidosa que, sem a análise
correta podem levar ao receptor a pseudoinformações (Allcott H, Gentzkow M,
2016).
Em 2018, foi criado pelo Ministério da Saúde brasileiro um site e também um
espaço nas redes sociais, visando combater as falsas informações. O órgão citado
se dispôs a esclarecer os fatos baseado nos indícios científicos e suas fontes. Isso
foi fundamental depois de um parecer que apresentou que as mídias sociais
dificultavam a população de se proteger de doenças, tais como febre amarela, gripe
e sarampo (Ministério da Saúde (BR), 2018).
Uma pesquisa eletrônica feita por um grupo de acadêmicos de Enfermagem,
mostrou que, pelo menos 66,7% dos participantes já foram influenciados pelas fake
news e os mesmos consideram que elas apresentam um alto teor de relevância,
tendo em vista, que, em alguns casos podem causar grandes riscos à saúde da
população. Foi também perguntado qual grupo etário é o mais atingido por essas
notícias e apresentou-se uma porcentagem de 60%, 6,7% e 33,3% para jovens,
adultos e idosos, respectivamente.
Numa breve análise dos resultados da pesquisa, é possível perceber que os
jovens e idosos são os mais influenciáveis por essas notícias. Pode-se acreditar que
os jovens, em alguns casos, compartilham como forma de repercussão ou
engajamento de seus perfis, a publicação com o maior número de curtidas é a que
se sobressai, não importa seu teor de autenticidade. Já os idosos, podemos analisar
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o contexto da desinformação, porventura, não tiveram o mesmo acesso ao


conhecimento e acabam compartilhando informações de fontes duvidosas ou
desconhecidas.
2.1 FAKE NEWS DA COVID-19: O CAOS SOCIAL.
O coronavírus é uma extensa família de vírus que causa infecções respiratórias
cujos sintomas podem variar do resfriado comum a doenças mais graves.
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE – OMS, 2020c). Em menos de quatro
meses, casos de infecção e mortes relacionadas ao novo coronavírus foram
registrados em todos os continentes, atingindo 189 países e territórios até o dia 6
abril de 2020 (BBC NEWS BRASIL, 2020b). No entanto, fora a rápida dispersão do
vírus, mais acelerado foi o pânico e o temor resultantes da divulgação de
especulações e notícias falsas, principalmente no meio digital, provocando uma
infodemia. Kalil e Santini (2020, p. 5) esclarecem-na ao afirmarem que “A infodemia
é caracterizada por uma quantidade e variedade excessiva de informações de
diferente qualidade e credibilidade (algumas falsas, outras imprecisas, outras
baseadas em evidências)”. O período pandêmico foi solo fértil para criação e
disseminação de notícias falsas, intensificadas com o avanço das TDICs,
especificamente pelas mídias sociais, colaborando assim, para o caos informacional
e a desordem social.

[...] as Fake News apresentam um grande papel de desserviço à sociedade,


de maneira geral, e combatê-las é uma das principais ações para se manter
o estado de bem-estar na população. Além disso, ao evitar a proliferação
desse tipo de notícias, minimiza-se o impacto que a informação errônea pode
causar, assegurando que não se instaure o caos e a população consiga
consumir informações verdadeiras com segurança. (SOUSA JÚNIOR et al.,
2020, p. 342).

Não podemos ignorar que o combate às fake news e à propagação excede as


medidas de advertência e contenção imediatas. Também é necessário capacitar a
sociedade para lidar com esse tipo de informação. As especulações relacionadas à
COVID-19, tinham um aporte teórico e não prático, elas foram usadas para diminuir
ou alertar as pessoas sobre o comportamento do vírus nas distintas regiões do
mundo e nos diferentes organismos hospedeiros.
Ademais, é importante destacar que a literatura brasileira ainda é escassa sobre
a pandemia de COVID-19 e a velocidade desta produção do conhecimento vai de
encontro com a produção das fake news. No andamento da produção intelectual
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sobre a pandemia, esta comunicação livre pretende contribuir para a discussão de


outras pesquisas nessa área, porque o tempo não para as fake news no cenário em
que se está vivendo.

2.2 UMA BREVE ABORDAGEM SOBRE FAKE NEWS E INFLUENZA.

Como sabemos, a gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório provocada


pelo vírus da influenza, que tem grande potencial de transmissão entre as pessoas.
Existem quatros tipos de vírus, influenza A, B, C e D. O tipo A é encontrado em
animais e também seres humanos. O tipo B infecta exclusivamente os seres
humanos, é o vírus mais comum visto entre a população. Já C infecta humanos e
suínos, porém é detectado com menos frequência e geralmente causa infecções
leves e em 2011, foi detectado o tipo D, descoberto nos Estados Unidos foi
prontamente isolado para que não se propagasse entre as pessoas, o vírus D não é
conhecido por infectar ou causar doenças nos seres humanos.
O aumento de casos de infecções pelo vírus influenza, disseminou-se bastante
nos últimos tempos. O H3N2 é uma variante do vírus influenza A, que é um dos
principais responsáveis por causar a gripe e resfriados. Sendo facilmente transmitido
por gotículas, tosse, espirros.
As notícias falsas que circulavam entre a população, afirmavam que, “após tomar
a vacina iria ficar doente”, “a vacina provocaria uma diminuição na imunidade”,
“ficaria exposto ao COVID-19”. Muitas dessas informações, acarretaram
consequências, como, por exemplo, a população rejeitar tomar a vacina, pois tinham
em mente que não tomar evitaria o adoecimento. Chega-se à conclusão que a
produção e o compartilhamento de fake news, em resumo, têm efeitos negativos
sociais, políticos, econômicos e culturais diversos, principalmente, junto aos de
maior vulnerabilidade.
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3 CONCLUSÃO
Com base no que foi apresentado, as informações falsas estão cada vez mais
sofisticadas e revestidas diante da população, tendo como base conteúdos expostos
e polêmicos. Foi possível alcançar com este trabalho a análise do comportamento
dos usuários nas mídias sociais perante as fakes news e o papel dos meios digitais
que atuam como protagonistas na disseminação dessas notícias, buscando uma
possível contenção de divulgação das mesmas.
A metodologia foi feita através de pesquisas e leitura de artigos acadêmicos que
comprovaram que as mídias sociais exercem papel relevante na divulgação de fake
news da saúde e a influência sobre os usuários. Salienta-se a necessidade de a
população conhecer o site do Ministério da Saúde brasileiro, o qual discorre sobre
essa temática, para que ocorra educação em saúde com informações corretas e
seguras.
Alguns desafios foram apresentados ao questionarmos o motivo de acreditar nas
fake news, fizemos a seleção de alguns deles: Falta de capacitação (ninguém nasce
sabendo avaliar conteúdos nas redes ou flagrar estudos ruins), preocupação
genuína (ao nos depararmos com uma notícia ruim, que pode colocar em perigo
nosso modo de vida ou o de outras pessoas próximas, a tendência é querer alertar
as pessoas que amamos para protegê-las), tribalismo: (compartilhar as notícias é
uma forma de interagir socialmente e buscar reconhecimento entre os pares), o
prazer de ter razão (se o conteúdo condiz com o que você pensa, existe uma maior
possibilidade de não só acreditar nele, mas passá-lo adiante), exposição incessante
(as redes de informação disparam “fatos” a toque de caixa, que reforçam
argumentos e formam uma narrativa aparentemente lógica) e vulnerabilidade
pessoal (situações ruins na vida e traços de personalidade e comportamento, como
egocentrismo, paranoia e mania de perseguição, podem tornar o sujeito mais
suscetível a acreditar em teorias conspiratórias).
É importante atentar-se que aqueles que deixam de compartilhar, por não terem
certeza da veracidade da informação e para não contribuírem com a disseminação
de fake news, podem ocultar algo de grande utilidade pública. Assim, perante o caos
social, parte da sociedade pode se deparar com tal discussão, onde a decisão de
compartilhar ou não uma notícia se torna tão difícil quanto acreditar ou não nela.
O curso de Enfermagem tem como objetivo a capacitação de profissionais para a
área da saúde, cabe a esse profissional um olhar atencioso à essas notícias,
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informando e alertando a população sobre possíveis informações falsas que possam


influenciar no seu cotidiano. Enfatiza-se a importância das disciplinas de Sociedade
Brasileira e Cidadania, Psicologia Aplicada À Saúde e Gestão, Qualidade e
Segurança do Paciente que contribuem na formação desses profissionais ajudando-
os na compreensão dos direitos dos cidadãos para receber informações fidedignas,
na análise emocional da sociedade ao se depararem com essas notícias, a colocar
em pauta a importância de fontes científicas serem colocadas como referência
nessas notícias. Assim, a postura crítica possibilita aos profissionais reconhecerem
fake news nos ambientes digitais e amenizarem a propagação delas e,
concomitantemente, a do caos social.
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REFERÊNCIAS

Neto M, Gomes T de O, Porto FR, Rafael R de MR, Fonseca MHS, Nascimento J.


Fake news no cenário da pandemia de Covid-19. Cogitare enferm. [Internet]. 2020
[acesso em 14 de abril de 2022; 25. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.72627.
Ferreira, João Rodrigo Santos; Lima, Paulo Ricardo Silva; Souza, Edivanio Duarte
de. Desinformação, infodemia e caos social: impactos negativos das fake news no
cenário da COVID-19. Em Questão, vol. 27, núm. 1, 2021. [acesso em 20 de abril de
2022]. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=465666113003.
Fake news colocam a saúde em risco – saiba como se blindar. [acesso em 15 de
maio de 2022]. Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/fake-news-
colocam-a-saude-em-risco-saiba-como-se-blindar/.
O que é saúde pública e como é a saúde pública no Brasil? [acesso em 21 de maio
de 2022]. Disponível em: https://hilab.com.br/blog/o-que-e-saude-publica/.

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