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Seção 2 – Ciências Biológicas e Celulares

Unidade 1

Pré aula- Origem da vida


Origem da vida ainda é um assunto muito debatido e que apresenta
muitas incertezas, não havendo um consenso a respeito de como tudo
começou.

A Terra primitiva era extremamente quente e constantemente bombardeada


por meteoritos.
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A origem da vida no planeta Terra é, sem dúvidas, um assunto que


intriga toda a humanidade. Várias já foram as hipóteses criadas para
explicar tal evento, porém até os dias atuais nenhuma foi
completamente comprovada. Neste texto abordaremos algumas das
principais ideias de gênese da vida.
Leia também: Abiogênese e biogênese: teorias que tentam explicar a
origem da vida

Tópicos deste artigo


 1 - Criacionismo
 2 - Panspermia
 3 - Teoria de Oparin e Haldane
 4 - Alimentação do primeiro ser vivo: hipóteses autotrófica e
heterotrófica

Criacionismo
De acordo com o criacionismo, todos os seres vivos surgiram na Terra
por meio de uma criação divina. Segundo essa ideia, Deus criou todos
os seres vivos, incluindo os seres humanos, como está relatado na
Bíblia. Essa ideia de origem da vida é uma das mais antigas e até hoje é
aceita por muitos fiéis em torno de todo o planeta. Caso tenha maior
curiosidade sobre esse tema, leia nosso texto: Criacionismo.

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Panspermia
Panspermia é uma hipótese que afirma que a vida no planeta pode ter
sido iniciada com base em partículas da vida que chegaram à Terra
através do espaço. De acordo com o filósofo grego Anaxágoras,
existiam sementes da vida em todo o Universo. Desse modo, a vida
pode não ter sido originada aqui, e sim ter chegado ao planeta depois.

Essa ideia criou força no século XIX, quando os


químicos Thenard, Vauquelin e Berzelius descobriram compostos or
gânicos em amostras de um meteorito. Em 1871, o físico William
Thomson propôs que meteoros ou asteroides, ao colidirem com
planetas que continham vida, poderiam ter ejetado rochas contendo
seres vivos. Assim, rochas contendo vida podem ter trazido ou
colaborado com a origem da vida na Terra.
De acordo com a teoria da panspermia, a vida pode ter chegado ao planeta por meio de
um meteorito.

Fragmentos do meteorito Murchison, por exemplo, contêm mais de


80 aminoácidos diferentes. Além disso, esses fragmentos, que caíram
na Austrália em 1969, contêm, além de aminoácidos, outras moléculas
orgânicas fundamentais. Caso tenha maior interesse no assunto, leia
nosso texto: Panspermia.

Leia também: Sistema Solar - origem, planetas, astros, curiosidades

Teoria de Oparin e Haldane


De forma independente, os cientistas Oparin e Haldane levantaram
uma hipótese que é hoje considerada a mais aceita de origem da vida.
Eles propuseram que a atmosfera primitiva da Terra apresentava
compostos que sofreram a ação de raios e da radiação
ultravioleta, dando origem a moléculas simples. Essas moléculas
orgânicas ficavam nos oceanos primitivos, formando uma espécie de
“sopa primitiva”.

De acordo com os pesquisadores, a atmosfera primitiva terrestre era


composta basicamente por amônia, hidrogênio, metano e vapor
d'água. O vapor d'água da atmosfera condensava-se e dava origem a
chuvas. A água, ao cair no solo, evaporava-se rapidamente, uma vez
que a superfície terrestre ainda era quente, dando inicio, desse modo, a
um ciclo de chuvas. Nesse cenário observava-se
ainda descargas elétricas e a radiação ultravioleta do Sol, que fazia
com que os elementos atmosféricos reagissem e formassem
compostos, os aminoácidos.

A água das chuvas levou esses aminoácidos à superfície terrestre.


Esses, ao encontrarem condições favoráveis, começaram a formar
estruturas semelhantes a proteínas. Com a formação dos oceanos,
essas “proteínas primitivas” foram arrastadas para esses locais e
formaram os coacervados, os quais podem ser definidos como
agregados de proteínas rodeados por água. Após algum tempo, esses
coacervados tornaram-se estáveis e mais complexos.

A ideia de Oparin-Haldane foi posteriormente testada pelos


pesquisadores Miller e Urey, em 1953. Eles criaram
um experimento em que foi possível simular as condições da Terra
primitiva. O resultado foi impressionante, tendo sido eles capazes de
produzir aminoácidos e outros compostos orgânicos. Desse modo,
ambos concluíram que moléculas orgânicas podiam ser geradas de
maneira espontânea em condições equivalentes às da Terra primitiva.
Representação do experimento realizado por Miller.

Entretanto, posteriormente, descobriu-se que a atmosfera primitiva


provavelmente não era um ambiente como o sugerido por Oparin e
Haldane. Ainda assim, mesmo considerando
as novas descobertas para as características da atmosfera da Terra
primitiva, foi possível produzir moléculas orgânicas.

Vale salientar também que a atmosfera primitiva poderia ser redutora


em pequenas porções, como aquelas perto de aberturas de vulcões.
Experimentos realizados nessas condições também geraram
aminoácidos.
Alimentação do primeiro ser vivo: hipóteses
autotrófica e heterotrófica
Além de compreender como os seres vivos surgiram, os cientistas
também buscam saber como esses sobreviveram em um ambiente tão
remoto. Muito se discute ainda se o primeiro ser vivo
era autotrófico ou heterotrófico, sendo possível observar muita
discordância entre os autores de livros didáticos nesse sentido. Veja a
seguir essas duas hipóteses:

 Hipótese heterotrófica: afirma que o primeiro ser vivo não era


capaz de produzir seu próprio alimento. Desse modo, esses
primeiros seres alimentavam-se de moléculas orgânicas que
estavam presentes no meio. Os que defendem essa ideia
afirmam que os seres vivos primitivos seriam muito simples e
incapazes de produzir seu próprio alimento. Provavelmente esses
organismos extraiam energia dos alimentos por meio da
realização da fermentação.

 Hipótese autotrófica: afirma que os primeiros seres vivos eram


capazes de produzir seu próprio alimento. Os autores que
sustentam essa ideia acreditam que a Terra não possuía
moléculas orgânicas suficientes para alimentar esses primeiros
seres. Entretanto, vale destacar que provavelmente os primeiros
organismos conseguiram obter seu alimento pelo processo de
quimiossíntese, que não necessita de energia luminosa, como
a fotossíntese. Na quimiossíntese os seres vivos produzem
moléculas orgânicas utilizando a energia química proveniente de
compostos inorgânicos.
Ciências Moleculares e Celulares

Origem e evolução das células

Você já se perguntou quando e como surgiram os primeiros


seres vivos na Terra? Ou quais foram os processos que
deram origem às primeiras células? Nesta webaula,
responderemos a essa perguntas.
Evolução prebiótica: hipótese de Oparin e Haldan
Acredita-se que as primeiras células surgiram na terra há
aproximadamente 4 bilhões de anos. Naquela época:

1. A atmosfera primitiva da Terra continha metano (CH4),


amônia (NH3), gás hidrogênio (H2), sulfeto de hidrogênio
(H2S), gás carbônico (CO2) e vapor d’água (H2O). Não
existia oxigênio livre (O2) e só apareceria muito depois
após a atividade fotossintética de células autotróficas.

O experimento de Stanley Miller


Em 1953, o químico norte-americano Stanley Miller
demostrou a síntese de moléculas orgânicas, sem a
participação dos seres vivos. O experimento de Miller
simulava as condições da atmosfera primitiva.
1. O experimento era formado por tubos e balões de vidros
interligados, nos quais Miller introduziu os componentes da
atmosfera primitiva daquela época.

Teoria da invaginação da membrana


As moléculas de aminoácidos e de nucleotídeos estavam
presentes no caldo primitivo, dando origem às primeiras
moléculas de proteínas e de ácidos nucleicos. Entretanto,
somente ácidos nucleicos eram capazes de autoduplicação
e, assim, surgiriam as primeiras células. Esse sistema de
autoduplicação deveria ficar isolado, pois, dessa forma,
evitaria que as moléculas se dispersassem no líquido
prebiótico.

 Nesse sentido, acredita-se que, ao acaso, formaram-se


moléculas de fosfolipídios que constituiriam as
primeiras bicamadas fosfolipídicas, que envolveriam
um conjunto de moléculas de RNA (ácido ribonucleico),
nucleotídeos, proteínas e outras moléculas. Esse
processo resultou no nascimento da primeira célula,
com sua membrana fosfolipídica.
Células procarióticas

Supõe-se que a primeira célula era estruturalmente simples,


denominada de célula procariótica. Provavelmente ela não
conseguia produzir o seu próprio alimento (heterotrófica) e
era também anaeróbia, pois não existia oxigênio na
atmosfera daquela época. O processo evolutivo dessas
células teria sido muito complicado se elas continuassem
dependendo das moléculas orgânicas, formadas pelo
processo prebiótico para a nutrição.
Células autotróficas
O surgimento de células que produziam seu próprio
alimento (autotróficas) possibilitou a manutenção da vida na
Terra. Iniciou-se, assim, a fotossíntese. Dessa maneira,
foram ocorrendo mudanças na atmosfera com o aumento
da concentração de oxigênio (O2) liberado pela fotossíntese.
O início deste processo e as alterações da atmosfera
contribuíram para a evolução das células e das formas de
vida existentes hoje na Terra.
Células eucariontes

O passo seguinte no processo evolutivo foi o surgimento de


células eucariontes, mais complexas, a partir de células
procarióticas, conhecida como teoria da invaginação da
membrana plasmática. As células eucarióticas possuem um
elaborado sistema de endomembranas que teria se
originado a partir das células procariontes, por meio de
dobramentos da membrana plasmática.

Teoria endossimbiótica
As organelas envolvidas nos processos energéticos das
células são:

As mitocôndrias, responsáveis pela respiração celular, que


ocorre, essencialmente, em todos os seres eucariontes.
Os cloroplastos, responsáveis pela fotossíntese e presentes
apenas em eucariontes fotossintéticos, por exemplo, as
plantas.
Essas organelas originaram-se de bactérias que foram
fagocitadas por células eucarióticas e que escaparam do
processo digestão celular.

Saiba mais:

Os ancestrais de mitocôndrias e cloroplastos eram


endossimbiontes, ou seja, estabeleceram uma relação de
simbiose, pois ambas as células constituíram uma relação
benéfica, que, com o passar dos anos, acabou se tornando
irreversível.

Assim, para terminarmos os estudos desta webaula, vale


salientar que a teoria endossimbiótica defende que os
cloroplastos e as mitocôndrias dos organismos eucariontes
têm origem em um procarionte heterotrófico, com
possibilidades de ser um antepassado das cianobactérias,
que viveu em simbiose dentro de outro organismo, também
unicelular, mas provavelmente de maiores dimensões,
obtendo, dessa forma, proteção, e fornecendo ao
hospedeiro a energia fornecida pela fotossíntese.

Aula: Slide

Pós aula: exercício sobre a simbiose e endossimbiose

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