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Introdução Dos Estudos Linguisticos.
Introdução Dos Estudos Linguisticos.
Conceito de Língua – compreende o conjunto de sinais (palavras) e de leis combinatórias por meio
do qual as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem. Cada profissão possui sua
linguagem própria.
O assunto desta aula continua sendo a linguagem. Tratamos agora do conceito de linguagem verbal
e não verbal em suas relações. Comecemos lembrando que nosso contato com os símbolos se dá
desde que nascemos e se evidência em diversos momentos da vida, por exemplo, quando falamos e
escrevemos.
_Quando falamos ou escrevemos nos questionamos buscando maior compreensão, encontrando
visões diferentes que nos fazem reformular o que falamos ou escrevemos durante interação, pois a
compreensão da mensagem nem sempre ocorre, precisamos de esclarecimentos.
Quando vemos a capa de um jornal ou desenhos em uma rodovia ficamos surpresos/ curiosos pela
grandiosidade do projeto, esquecendo da mensagem.
“Trata-se do tipo de suporte que é utilizado por uma ou por outra. Esse suporte é o som na
linguagem verbal escrita, mas é muito variado nos diversos tipos de linguagem não – verbal,
incluindo desde os mais diversos grafismos das artes plásticas até a utilização de formas, cores e
volumes.
Percebe-se que na linguagem não verbal o trabalho simbólico pode ser mais perceptível,
aparentemente mais direta relação entre um fenômeno natural e o significado que os atribui: as
pegadas de um animal (índices) e o significado atribuído pelo caçador: a caça esta próxima.
Um outro exemplo de linguagem não verbal é a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais utilizadas
por pessoas que apresentam deficiência auditiva.
Você viu nas aulas anteriores que a língua é dividida em duas partes ORAL que se fala no cotidiano
e a ESCRITA. Também vimos que há dois tipos de linguagem: VERBAL E NÃO VERBAL.
Para o linguista Marcos Bagno “Chama-se de falante culto aqueles indivíduo que nascido e criado
em ambiente urbano e que possui nível de escolaridade superior completo.
_O que se ensina nas escolas brasileiras é a Língua Portuguesa Padrão, ou seja, a Norma Padrão da
Lingua Escrita.
De qual tribo você faz parte? Com certeza você se encaixa ou se encaixou em uma delas.
_Entendemos então que, como professor de Português, afinal esse é o nosso título, devemos estar
abertos as diferenças, respeitar os diferentes falares, dialogar com eles, opção esta tantas vezes
mencionada e defendida pelo professor Paulo Freire.
Resumindo, a língua que estudamos não é a língua que falamos por qual razão a estudamos? É
sobre esse fato que podemos refletir como professores de português.
A língua portuguesa falada no Brasil vem de Portugal, e este vem do Latim vulgar cuja raiz é
indoeuropéia. As línguas neolatinos, como a língua portuguesa, tiveram sua origem no latim falado
– latim originado na região do lácio, região central da Itália antiga.
_O latim vulgar teve uma expansão bastante rápida devido ao domínio bélico e político de Roma. A
língua Portuguesa formou-se como língua específica, na Europa pela diferenciação que o latim
sofreu na Península Ibérica durante o processo de contato entre povos e línguas.
*Na península ibérica, o latim entrou em contato com línguas que ali existiam. Depois com a
invasão do povo germânico houve o contato do latim já transformado com as línguas germânicas.
Com a invasão muçulmana, a língua já modificada pelo contato com as línguas anteriormentes
citadas, entra em contato com o árabe.
Durante o processo de reconquista pelos cristãos os romances adquiram uma forma específica no
oeste da península formando o galego – português, em seguida, o português.
*Nossa língua vem do português de Portugal e que esse em questão vem do Latim vulgar.
[LUSOFONIA]
A transformação ocorrida nos estudos linguísticos, no século XX, são de extrema relevância, uma
vez que, a linguística não era uma ciência autônoma e submetia-se a lógica, a filosofia, a retórica, a
história ou a critica literária.
[O QUE É LINGUÍSTICA?]
_O termo linguagem não apresenta uma definição especializada extensa, podendo referir-se a
linguagem de seres e objetos diversos com: a linguagem dos animais, da dança, da pintura.
_Todavia verifica-se que as linguagens verbais ou não verbais compartilham uma características
importante: são sistemas de signos usados para a comunicação.
_As línguas naturais situam-se numa posição de destaque entre os sistemas signos porque possuem
propriedade de flexibilidade e de adaptabilidade.
_Cabe a um linguista descobrir como a linguagem funciona – a fala de uma comunidade, e, em
seguida sua escrita.
_Todo linguista serve-se de alguns critérios de coleta, organização, seleção e análise dos dados
linguísticos. Sendo assim, há dois campos de estudo: a LINGUÍSTICA GERAL (que oferece os
conceitos e modelos fundamentais, a análise das línguas) e a LINGUÍSTICA DESCRITIVA (cujo
dados confirmam ou refuta as teorias formuladas pela Linguística geral.
[LÍNGUA E FALA]
“ A linguagem tem um lado individual e um lado social, sendo impossível conceber uma sem a
outra” (Saussure)
_o conjunto dos hábitos linguísticos que permitem uma pessoa compreender e fazer-se
compreender.
*Portanto “a medida que o sistema é estudado em suas relações internas uma vez ocorrida a
mudança oriunda da fala, ela passa das ocorrências particuladores da fala aos domínios gerais da
língua e é no sistema que ela passa”
[SAUSSURE E SIGNIFICADO]
Saussure define signo como a relação entre uma imagem acústica, significante não existe sem o
significado: /gatu/ - significante constituído por fonemas, duas sílabas – animal vertebrado
doméstico de quatro patas.
Sendo assim, um significante e um significado formam um signo, que por sua vez é definido dentro
de um sistema.
_A motivação pode ser encontrada com bastante intensidade também na poesia, pois o poeta busca
motivar a relação entre um significante e significado – o plano de expressão, veicula conteúdo e os
recria também.
*Os fonemas e suas combinações de alguma forma lembram ou imitam o conteúdo de que se fala:
repetição de oclusivas sugere o som da tempestade.
“Em tempo de tormenta e vento esquivo”
Motivação – Relativo é a que se estabelece entre um signo e outros signos do mesmo sistema.
[PARADIGMA E SINTAGMA]
Para Saussure, as relações entre os elementos linguísticos podem ser estabelecidas em dois
domínios distintos. Em caráter linear do significante há a possibilidade de que os signos linguísticos
ocorram simultaneamente na cadeia da fala. Sendo assim anunciado um após o outro formam um
alinhamento que os distribui em relações de combinação entre, pelo menos, dois elementos.
Há também, além das relações baseadas na cominação, as relações baseadas na seleção dos
elementos, que são combinados. A essas relações, entre os elementos do sistema linguístico,
Saussure denomina relações associativos.
Na frase JOÃO AMA TEREZA e na palavra AMARREMOS, há um eixo horizontal sobre o qual
estão dispostos os elementos linguísticos combinado em um sintagma.
/bola/
(o fonema /b/ estabelece relação paradigmática com /s/, /m/,/g/, etc e com relação sintagmática
com /b/, /o/, /l/ e /a/. Esses fonemas nos levam a entender a razão pela qual de a língua ser um
sistema, uma estrutura e não um aglomerado de elementos.
[A COMUNICAÇÃO HUMANA]
[A TEORIA DA INFORMAÇÃO]
_A teoria da informação exerceu forte influência na linguística. O campo dessa teoria abrange desde
os processos de decodificação eficiente, e capacidade de transmissão do canal de comunicação aos
efeitos indesejáveis dos e a busca por soluções para os problemas com certeza a te comunicações
entre outros. A proposta de comunicação de C.F. Samon foi esquematizado da seguinte forma:
Fonte de Informação
Transmissão > Receptor > Destino
Esse esquema de comunicação possui:
_um EMISSOR e um RECEPTOR – Divididos em duas ou mais caixas, que separem a codificação
e a decodificação da emissão e da recepção.
_um CANAL, ou seja, um suporte material ou sensorial que serve para a transmissão da mensagem
de um ponto ao outro.
_uma MENSAGEM, resultante da codificação e entendida no momento da transmissão, como uma
sequência de sinais.
Jakobson outro linguista, afirma que a linguagem deve ser estudada em suas variedades e funções.
Assim todo ato de comunicação verbal, possui um remetente que uma mensagem a um destinatário.
_Dois caminhos têm sido seguidos para vencer as limitações dos esquemas e modelos da teoria de
informação
CONTEXTO MENSAGEM
REMETENTE DESTINATÁRIO
CONTACTO CÓDIGO
[FUNÇÃO REFERENCIAL]
É uma função centrada no contexto, pois transmite conhecimentos sobre pessoas, fatos. Em seus
textos: empregam a terceira pessoa, apresentam qualidades “objetivas” ou “concretas”, nomes
próprios, usam estratégias argumentativas “lógicas”. Os procedimentos usados, produzem sobretudo
dos efeitos de sentido, o de objetividade (terceira pessoa) e o de realidade ou referente (nomes
próprios, qualidades, objetivos ou concretas.
[FUNÇÃO EMOTIVA]
É a exteriorização da emoção do eu em relação aquilo que fala de modo que essa emoção
transpareça no nível da mensagem. Podemos identificar a emoção do remetente na entonação na
escolha vocabular. “João saiu de casa” “João abandonou o lar”. “O canalha abandonou o lar” - o
envolvimento do falante com a situação fica expresso na escolha verbal, no substantivo.
[FUNÇÃO CONOTATIVA]
Esta centrada no destinatário, pois ele é o alvo da informação e deve ser persuadido de uma
determinada maneira, como na propaganda, cuja função básica é persuadir o público a comprar um
produto, votar em um político.
[FUNÇÃO FÁTICA]
Consiste em estabelecer contato, testar ou finalizar esse contato. Esta centrada no canal, já que não
visa propriamente a comunicação.
[FUNÇÃO METALINGUÍSTICA]
Consiste em usar a linguagem para se referir a própria linguagem aos aspectos relacionados ao
código ou a linguagem utilizados para esse fim como em verbetes no dicionário.
[FUNÇÃO POÉTICA]
Centrada na mensagem, essa função caracteriza-se pelo enfoque na mensagem em sua forma.
Consiste na projeção do eixo da relação sobre o eixo da combinação dos elementos linguísticos.
[OS SIGNOS]
Nessa perspectiva, a realidade ganha existência quando é nomeada por meio da linguagem. Os
signos são formas de representação da realidade – uma maneira de aprender a realidade.
_Essa apreensão não é perfeita, pois a atividade linguística é uma atividade simbólica, pois, as
palavras criam conceitos e esses conceitos ordenam a realidade, categorizam o mundo. Exemplo: o
homem criou o pôr do sol, que, do ponto de vista cientifico não existe, entretanto, esse conceito
criado pela língua determina uma realidade encantadora.
SAUSSURE – psicologicamente, a abstração é feita de sua expressão por meio das palavras. Logo
nosso pensamento não passa de uma amorfa e indistinta.
_Nenhum ser do mundo pertence a uma determinada categoria, o homem é que criam as categorias
e põem nelas os seres.
Significado – composto por traços funcionais, como por exemplo, um animal: morde/ não morde,
mata serpente/ não mata serpente, e qualificacionais: com corpo grande/ com copo pequeno, com
cabeça quadrada/ com cabeça redonda.
Segundo Saussure – o signo não une um homem há uma coisa, mas um conceito a uma imagem
acústica que não é o som material, físico, mas a impressão psiquicador dos sons perceptível quando
pensamos em uma palavra, mas não a falamos.
_O conceito do homem, em português, “ser humano” e “ser humano do sexo masculino” é criado
pelo fato de ele se opor a mulher e não se opor há um terceiro tempo, como em latim, por exemplo,
em que o conceito de homem é apenas de ser humano.
Para Hjelmslevr:
_O signo une uma forma de expressão a um do conteúdo. Essas duas formas geram duas
substâncias, uma da expressão e uma do conteúdo.
_Para tal teórico, a Linguística deve estudar a forma tanto da expressão quanto do conteúdo.
[CLASSIFICAÇÃO DE SIGNO]
Signos naturais e artificiais.
Os signos artificiais podem ser divididos em signos verbais e signos com expressão derivativa, uma
vez que tem funções na interpretação das diferentes linguagens. Os signos são interpretantes de
todas as linguagens, enquanto os signos de outras linguagens nem sempre podem interpretar os
signos linguísticos. Um filme, pode ser contato verbalmente, nem tudo que exprime pode ser dito
visualmente.
Os signos com expressão derivativa distinguem-se em sinais e signos substitutivos. Sinais são
utilizados especialmente para “suscitar uma reação pré-combinada e acordada quer em grupo, que
individualmente sob a forma de manifestações definidas da atividade humana. Os sinais são os
signos que levam o homem a fazer uma ação, a fazer ou não alguma coisa.
EX – o apito do juiz em um campo de futebol paralisa o jogo, o vermelho do semáforo faz parar.
SIGNOS – NATURAIS
SIGNOS - ARTIFICIAIS.
ARTIFICIAIS – VERBAIS
COM EXPRESSA DERIVATIVA – SINAIS
SIGNOS SUBSTITUTOS – SIGNOS
SUBSTITUTOS
Com os signos, o homem cria universos de sentido. As línguas não são nomenclatura que se aplicam
a uma realidade pré-ordenada, mas são modas de interpretar o mundo.
[A LÍNGUA E A LINGUÍSTICA]
De acordo com Fiorin, é difícil definir língua devido a sua complexidade pois algumas definições
de língua como “instrumento de comunicação” “ou mesmo” como um sistema ordenado com vistas
a expressão do pensamento são poucos abrangentes e deixam de lado aspectos essenciais.
*Logo, ao estudarmos a língua, é preciso estabelecer entre os sujeitos que usam a língua, suas
relações com a história, com a sociedade em que vive e com a atividade que estes sujeitos realizam.
[DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO]
A linguagem autoriza que façamos alterações de significado e que violemos regras, criando por
meio da linguagem sentidos diversos. Assim, o homem comum, o poeta, o escritor ultrapassa as
fronteiras estabelecidas entre o animado e o inanimado, o, o humano e o não humano, o concreto e
o abstrato, por exemplo.
DENOTAÇÃO – sentido próprio ou literal, quando a palavra é usada no seu sentido original.
Quando seu sentido é usado de uma forma mais comum. Tem como finalidade informar o receptor
da mensagem de forma clara e objetiva. É utilizado em textos informativos, bulas de remédio,
textos científicos, etc.
EX – O elefante é um mamífero. Já li esta página do livro. A empregada limpou a casa.
*A metáfora e monímia não aparecem apenas na linguagem poética, uma vez que a linguagem
cotidiana também esta repleta dessas conotações: batalha dos preços, afogar-se num copo d'agua.
[A SINCRONIA E DIACRONIA]
_ O ramo da linguística que trabalha com mudanças que ocorrem nas línguas através do tempo é
denominado linguístico diacronica. A esse ponto de vista, ele opõe uma linguística sincrônica.
_O termo Diacronia, do grego DIA “através” e “chronos” “tempos” isto é “através do tempo” e
sincronia do grego “sign” juntamente e “chronos” tempos significa “ ao mesmo tempo”.
*Fica claro que o ponto de vista sincronia vê a língua como um sistema em que um elemento se
define pelos demais elementos. No estudo sincronico, um determinado estado de uma língua é
isolado de suas mudanças através do tempo e passa a ser estudado como um sistema de elementos
linguísticos naquela situação. Tais elementos são estudados não mais em suas mudanças históricas,
mas nas relações que eles contraem ao mesmo tempo, uns com os outros.
_A partir da dicotomia sincronia versus diacronia, Saussure determina uma distinção entre fatos
sincrônicos e fatos diacronos. Os fatos sincrônicos são de natureza semântica, são gerais, mas não
tem caráter imperativo. Isso quer dizer que os fatos sincrônicos estabelecem princípios de
regularidade sistemática dos verbos e dos substantivos dessa língua.
O verbo COMER, conjugado na primeira pessoa do plural do pretérito mais-que-perfeito do
indicativo, tem a forma “comeramos”, em que com – é o radical, o – ra é o morfema pretérito mais-
que-perfeito do modo indicativo e o – mos é o morfema de 1ª pessoa do número plural. Portanto,
trata-se de um fato geral, mas não imperativo, o que quer dizer que essa regularidade pode ser
modificada em uma mudança da língua.
_Os fatos diacronicos são imperativos pois se impõem a língua. Por exemplo: se compararmos o
português ao Latim, nenhum substantivo do português tem caso e todos os substantivos latinos o
têm. Por exemplo o caso nomitativo não existe em português.
Saussure, ao definir a língua como sistema e ao pensar a sincronica como o estudo de um sistema
num dado momento do tempo, redefine também o conceito de diacronia, que será entendida a partir
disso, como a sucessão de diferentes sistemas ao longo do tempo
EX – na possibilidade de existir um estado de língua em dado século pode-se realizar um estudo
sincronico do português do século XIII do século XIV, etc. A diacronia é, a sucessão dessas
sincronias.
As propostas de Saussure foram estudadas e expandidas por outros linguísticos, dentre eles,
Martinet. Andre Martinet, linguista francês foi professor de linguística francesa que nasceu a 12 de
abril de 1908, em Saint Albam – des – Villardes (Sauvoeu) e faleceu a 16 de julho de 1999, em
Clatenay – Malabry.
_Para Martinet, a língua é duplamente articulada.
*Todo enunciado de uma língua apresenta dois planos de articulação, um primeiro plano em que se
articula as unidades dotadas de sentido, comum, os morfemas. Essa é a primeira articulação da
linguagem – plano de conteúdo (lexical – gramatical), este inclui as palavras, raízes, afixos. Já a
segunda articulação -o plano da expressão inclui os fonemas, as sílabas, os acentos e que não tem
sentido.
*As unidades são dotadas de matéria fônica e de sentido, isto é, são compostas do significado e de
significante. Assim, nesse plano, o enunciado pode ser recortado em unidades menores dotadas de
sentido, ou seja, morfemas palavras que podem ser substituídos por outra palavra no eixo
sintagmático.
_Os morfemas podem, por sua vez, ser divididos em unidades menores e não serem proibidos de
sentido: os fonemas.
*No morfema /LOB/ por exemplo, temos o /l/, /o/ e /b/. Esta é a segunda articulação da linguagem e
conhecida por apresentar elementos que se diferenciam, ou seja, as unidades têm valor distintivo.
Dessa forma, quando se substitui o /l/ do morfema /ob/ por /b/ produz um outro radical, BOB- que
aparece na palavra bobo e que altera o significado da palavra.
_Sendo assim, a dupla articulação da linguagem é um fator de economia linguística, pois com
poucas dezenas formam-se muitas unidades de primeira articulação. Com muitas unidades de
primeira articulação forma-se um número ilimitado de enunciados.
*As línguas mudam, tanto em sua norma falada quanto em sua norma escrita, porém a língua escrita
é sempre mais conservadora do que a língua falada.
*No português atual, há algum tempo vem ocorrendo alterações no sistema dos pronomes pessoais
como tu, nós e vós.
* Vós é a que já foi praticamente eliminada da língua falada. (Brasil e Portugal)
*Tu foi perdido em muitas regiões do Brasil.
* Nós enfrenta a forte concorrência da expressão a gente.
*arcaismos lexicais, ou seja, certas palavras que caíram em desuso, como acaeçer (acontecer) e
bitamente (naufrágio), afilhar (tomar).
*há também palavras que deixaram de ser usadas em certas construções como o verbo haver, como
sentido de “ter” que apareceria na forma ajam e na forma ouver.
*o pronome indefinido homem, com sentido de quantificador existencial (alguém) ou genérico (as
pessoas em geral).
*a concordância negativa em nenhum nom leue, equivalente a que ninguém leve no português atual
é o que chamamos dupla negação para nos referirmos a esse tipo de construção atualmente esse
termo é reservado para construções em que isoladamente são negativos e o sentido gloval contínuo
a ser negativo, o termo usado atualmente é concordância negativa.
* Tais exemplos indicam que a mudanças não se restringem a um nível de gramática pois podem
ocorrer em qualquer um deles. Há mudanças fonológicas sintáticas, morfológicas, semânticas,
lexicais, etc.
[A VARIAÇÃO E AS MUDANÇAS]
* Labou faz o caminho inverso de Saussure (enquanto este fez um esforço para excluir o que é
externo a língua, aquele procura demonstrar que o funcionamento de uma língua não pode ser
estendido no vácuo).
*Labou considera que não devemos parar no que é estritamente linguístico pois se quisermos
explicar quais forças agem naquela língua devemos incluir o modo com a língua esta inserida na
socieadade.
Numa perspectiva variacionista toda mudança pressupõe variação, ou seja, para que a mudança
ocorra a língua tem necessariamente de passar por um período em que há variação em que
coexistem duas ou mais variantes.
_Podem existir fatores de duas espécies que favoreçam ou dificultem as mudanças.
Fatores estritamente linguísticos – se relacionam a forma como a língua esta organizada, como
funciona o sistema, quais são seus elementos, suas regras.
Sendo assim, autores como Chagas examinam o processo de mudanças se inicia, como ela se
processa e como se difunde.