Você está na página 1de 44

1

UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO

ELAINE PRISCILA GARCIA SILVA

A EFICÁCIA DO PILATES SOLO SOBRE A DIÁSTASE DO


MÚSCULO RETO ABDOMINAL EM MULHERES NO CLIMATÉRIO:
ENSAIO CLÍNICO ALEATORIZADO CONTROLADO E UNICEGO

BAURU
2018
2

ELAINE PRISCILA GARCIA SILVA

A EFICÁCIA DO PILATES SOLO SOBRE A DIÁSTASE DO


MÚSCULO RETO ABDOMINAL EM MULHERES NO CLIMATÉRIO:
ENSAIO CLÍNICO ALEATORIZADO CONTROLADO E UNICEGO

Dissertação apresentada à Pró-Reitoria de Pesquisa e


Pós-graduação da Universidade do Sagrado
Coração, como Parte dos requisitos para obtenção
do título de mestre em Fisioterapia, Área de
Concentração “Fisioterapia em Saúde Funcional”,
sob orientação da Profa. Dra. Gabriela Marini.

BAURU
2018
3

Silva, Elaine Priscila Garcia


S5863e
A eficácia do Pilates Solo sobre a diástase do músculo
reto abdominal em mulheres no climatério: ensaio clínico
aleatorizado controlado e unicego / Elaine Pricila Garcia
Silva. – 2018.
43f.

Orientadora: Prof.ª Dra. Gabriela Marini.

Dissertação (Mestrado em Fisioterapia) - Universidade do


Sagrado Coração - Bauru - SP

1. Climacteric. 2. Exercise therapy. 3. Rectus abdominais.


I. Marini, Gabriela. II. Título.
4

ELAINE PRISCILA GARCIA SILVA

A EFICÁCIA DO PILATES SOLO SOBRE A DIÁSTASE DO


MÚSCULO RETO ABDOMINAL EM MULHERES NO
CLIMATÉRIO: ENSAIO CLÍNICO ALEATORIZADO
CONTROLADO E UNICEGO

Dissertação apresentado à Pró-Reitoria de Pesquisa


e Pós-graduação da Universidade do Sagrado
Coração, como Parte dos requisitos para obtenção
do título de mestre em Fisioterapia, Área de
Concentração “Fisioterapia em Saúde Funcional”,
sob orientação da Profa. Dra. Gabriela Marini.

Bauru, 27 de fevereiro, 2018.

Banca examinadora:
____________________________________________
Prof.a.. Dra Gabriela Marini Universidade Sagrado Coração

___________________________________________
Universidade Sagrado Coração
Prof.a.. Dra .Marta Helena Souza De Conti

________________________________________________________________
Profa . Dr.a Fernanda Piculo
Faculdades Integradas de Bauru
5

A DEUS, o Criador dos Céus e da Terra e que tudo que nela


há. Para o Dono de toda ciência e Sabedoria. A Jesus, o Mestre
por excelência, que não precisou escrever seus ensinamentos no
papel, mas gravou – as nos corações de seus aprendizes. Não
deixou nenhum tratado escrito, nem mesmo um livro, mas foi
reconhecido como o maior Mestre do mundo.
6

AGRADECIMENTOS

Meu mais sincero agradecimento e reverência a Deus, que me propiciou esse


momento de muito aprendizado, para Ele e por Ele são todas as coisas.
A minha querida filha Ana Clara por todo amor incondicional que me faz
seguir em frente e por ter aceito os momentos de ausência.
Minha querida família.... todos vocês continuam sendo alicerce, reforço para que
eu continue e Lucas, você faz parte desse alicerce.
Professores e Mestre, que me indicaram um norte, um caminho... Que me
fizeram enxergar além do que eu poderia ver. Obrigada minha orientadora Gabriela
Marini e Prof. Marta Helena Souza de Conti. “Professores brilhantes ensinam para uma
profissão. Professores fascinantes ensinam para a vida.” Augusto Cury
À todos vocês.
Muito Obrigada!
7

RESUMO

Introdução: Estudos recentes associam o hipoestrogenismo decorrente do


climatério com mudanças na elasticidade do tecido conjuntivo que pode estar
relacionado com a diástase do músculo reto abdominal (DMRA). O Pilates solo é um
método de exercício que tem como início a qualquer movimento a tivação muscular do
power house, e a DMRA esta diretamente envolvida com tranverso de abdomem,
tornando sugestivo o método pilates solo como uma possivel forma de tratamento para
DMRA.No entanto não se encontrou estudo randomizado controlado que tenha
verificado a relação da DMRA e Pilates. Objetivo:Verificar a eficácia do pilates solo
sobre a Diástase do músculo reto abdominal em mulheres no climatério. Método: Trata-
se de um ensaio clínico randomizado controlado e unicego constituído por mulheres no
climatério com DMRA, com grupo controle e grupo experimental. O treinamento
constou de 3 sessões semanais de 60 minutos por 12 semanas, totalizando 36 sessões.A
avaliação da distância inter-reto abdominal foi realizada com paquímetro digital. Para o
cálculo amostral foi utilizado o programa GPower 3.2, considerado como diferença
entre os grupos 4,81 cm ± 2,36cm, α= 0,05 e β= 0,90 e teste de hipótese bicaudal,
totalizando no mínimo 7 participantes por grupo. Para análise estatística foi utilizado o
programa SPSS 20.0. Resultados:Foram avaliadas 21 mulheres, sendo 10 do grupo
controle e 11 do grupo experimental, com média de idade de 54,3±7,1 anos no grupo
controle e 55,3±6,0 no grupo experimental e índice de massa corpórea de 28,8±5,5
Kg/m2 grupo controle e 29,9±4,48 Kg/m2. no grupo experimental. Foram observadas
reduções em todas as medidas referente a DMRA somente no grupo experimental.
Conclusão: Pode-se observar que o método Pilates é efetivo para redução da DMRA no
período do Climatério.

Palavras Chave: Climatério. Terapia por exercício. Reto do Abdome.


8

ABSTRACT

Introduction: Because of the Climateric Syndrome the woman develops a physical and
psychic symptomatology that reduces the quality of life. Recent studies have linked
hypoestrogenism to changes in the elasticity of connective tissue and explain the reason
about the development from the Diastasis of the rectus abdominis muscle (DRAM) still
at this stage and it leads to the persistence of DRAM in menopausal women, moreover,
suggest a possible relationship between DRAM and development of UI. Pilates solo is
a method of exercising without impact that every day has been gaining more followers,
for its easy execution and results. However, any randomized controlled study verified
the relationship between DRAM and Pilates. General Objective: Verify the effect with
Pilates solo method in the Diastasis of the rectus abdominis muscle in women in the
Climateric Syndrome. Method: Refers a randomized controlled clinical trial with
control group and experimental group, with 3 weekly sessions for 12 weeks, totaling 36
sessions with women in the Climateric Syndrome, who have Diastasis of the rectus
abdominis muscle. For evaluation were applied the Kuppermann index (IMK) to the
Climateric Syndrome, IPAC for verification of the level of physical activity and the
measurement of abdominal distal length was verified using a pachymeter, a high-
precision instrument. For the sample calculation, was considered the difference between
the groups 4.81 cm (1), standard deviation 2.36cm, α = 0.05 and β = 0.90 and test of
two-tailed hypothesis, totaling at least 7 participants per group. Also, was used the
GPower 3.2 program. For statistical analysis was used the SPSS 20.0 program. Results:
Until now, 21 women were evaluated, 10 of the control group and 11 of the
experimental group, with the average age of 54.3 ± 7.1 control group and 55.3 ± 6.0 for
years experimental group and body mass index of 28.8 ± 5.5 kg / m2 control group and
29.9 ± 4.48 kg / m2. Reductions were observed in all measures regarding to DRAM only
in the experimental group. Conclusion: Can be observed that the Pilates method is
effective for reducing DRAM.

Keywords: Climacteric. Exercise therapy. Rectus abdominis.


9

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11
2. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ............................................................... 14
3. HIPÓTESE ....................................................................................................... 15
4. OBJETIVO ....................................................................................................... 16
5. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 17
5.1 SELEÇÃO....................................................................................................... 17
5.2 INCLUSÃO E EXCLUSÃO DA AMOSTRA..................................................... 17

5.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ................................................................... 18

5.3.1 DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS E CLÍNICOS ................................ 18


5.3.2 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ..................................................... 18
5.3.3 MEDIDA DA DISTÂNCIA INTER-RETO ABDOMINAL (DIR) ......... 18
5.3.4 IDENTIFICAÇÃO DO CLIMATÉRIO ............................................... 19
5.3.5 PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO .................................................... 20
5.4 CÁLCULO DO TAMANHO AMOSTRAL ........................................................ 22

5.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................. 22

5.6 ÉTICA ............................................................................................................... 23

5.7 DESFECHO PRIMARIO ................................................................................... 23

5.8 DEVOLUTIVA PARA AS PARTICIPANTES................................................... 23

6. RESULTADOS ................................................................................................. 24
7. DISCUSSÃO ..................................................................................................... 27
8. CONCLUSÃO .................................................................................................. 31
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 32
APÊNDICE A- FICHA DE AVALIAÇÃO ......................................................... 36
APÊNDICE B – Medidas da Diástase Abdominal .............................................. 37
APÊNDICE C- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .......................... 38
ANEXO A - Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) - Versão
Curta ..................................................................................................................... 39
ANEXO B - Mini Mental Health Examination ................................................... 40
ANEXO C - Índice de Kupperman e Blatt - Síndrome do Climatério ............... 43
ANEXO D – Parecer Consubstânciado do Comitê de Ética em Pesquisa .......... 45
11

1. INTRODUÇÃO

A expectativa de vida da mulher no Brasil vem crescendo significativamente,


segundo o Instituto Brasileiro De Geografia Estatística (IBGE), aumentando de 77,7
para 78,3 anos . Essas estimativas fazem parte da Tábua Completa de Mortalidade para
o Brasil (2012), que tem como base a projeção de população para período de 2000 -
2060 (1).
Devido ao aumento considerável das mulheres acima de 40 anos nota-se o
perceptível aumento de queixas relacionadas aos sintomas ao climatério na percepção
de queda na qualidade de vida (2).
Do ponto de vista conceitual, o climatério está diretamente ligada a fase de vida
da mulher onde ocorre a transição do período reprodutivo (menacme) até a senectude
(senescência ou senilidade), com início variando dos 40 aos 65 anos, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS) (3). Pode ser dividido em pré- menopausa, que
se inicia aproximadamente aos 40 anos com ciclos menstruais regulares ou com padrão
menstrual igual ao que tiveram durante sua vida reprodutiva e perimenopausa ou
transição menopausal (dois anos antes da última menstruação e estende até um ano
após as mulheres apresentam ciclos menstruais irregulares e alterações hormonais) e
pós-menopausa ( um ano após o último período menstrual(4). É uma fase natural da
vida da mulher que caracteriza o final do ciclo reprodutivo (5). Neste período ocorre o
esgotamento dos folículos ovarianos e diminuição da produção de estradiol (6).
Uma das formas de se avaliar o Climatério é com base no impacto que os
sintomas menopausais exercem sobre as mulheres. Através desses dados, derivou-se o
emprego de três questionários, o MOS SF-36 (Medical Outcomes Study Health Survey)
tal como recomendado por Zollner et al, 2005 (7) , validado, no Brasil por Ciconelli,
1999 (8) , o Wowensk Health Questionare (WHQ ) validado no Brasil por Silva Filho,
2008 (9) e o índice menopausal de Kupperman, relatado por Souza et al, (2000) (10).
O climatério, compreende o conjunto de sintomas e sinais que prejudicam o
bem-estar da mulher com diversas modificações físicas e psíquicas (6). As reais
modificações do organismo durante a fase do climatério ocorrem ao longo de um período, de
limites imprecisos, mas com aspectos endócrinas e sistêmicas marcantes. Os aspectos
endócrinos que acompanham este quadro são graduais, e têm forte impacto sobre as funções
psíquicas e vegetativas (4).
12

Sintomas vasomotores, psicológicos, urogenitais, sexuais e de distúrbios do


sono, provenientes do hipoestrogenismo comprometem a qualidade de vida destas
mulheres. (9).
Mudanças na elasticidade do tecido conjuntivo decorrentes do avançar da idade
pode explicar a presença da Diástase do Músculo Reto Abdominal (DMRA) (11), que é
caracterizada pelo aumento da distância inter-retos ocorrendo em diferentes larguras ao
longo da linha alba, podendo tem como causa a perda da fixação dos músculos reto
abdominal em suas respectivas bainhas.(12, 13).
Alguns fatores de risco parecem estar relacionados com o desenvolvimento da
DMRA, como idade (14), circunferência da cintura maior que 102cm e paridade (15),
além da fase gestacional, a idade acima de 34 anos, obesidade, tamanho de pelve,
multiparidade estão entre as mais citadas (11, 16, 17). Os resultados de um estudo
retrospectivo indicam que 65,13 % das mulheres na menopausa apresentavam DMRA.
Estudos recentes também mostram sua associação com a falta de estabilização de tronco
e dor lombo-pélvica (18, 19). Apesar do tratamento cirúrgico para a DMRA ser bem
estabelecido na literatura (20), a prática de exercícios físicos está sendo avaliada
recentemente como uma alternativa terapêutica, porém a maioria dos estudos são
realizados durante ou após o período gestacional(21-25), e a efetividade do método
Pilates ainda não foi estudada.
O método Pilates é um programa de exercício físico que trabalha concentração e
corpo como um todo. Criado por Joseph Humbertus Pilates no início do século XX,
modalidade a qual vem ganhando a cada dia mais adeptos. Os exercícios podem ser
realizados no solo (Mat Pilates), com a bola terapêutica ou aparelhos que contêm um
mecanismo com mola para efeito de resistencia e ou para facilitar o movimento (26) O
“Powerhouse” ou centro de força, dos quais fazem parte os músculos estabilizadores:
Multifidus, Transverso do abdomem, Glúteos, Diafragma e assoalho pélvico, ou seja,
que envolvem a musculatura abdominal com musculatura vertebral e sinergismo com
assoalho pélvico devem interagir durante a execução dos exercícios, que é baseado em
seis principios básicos: Centralização, Controle, Fluidez, Respiração, Precisão,
Concentração(27). Os músculos de assoalho pelvico não são especificamente treinados,
mas sofrem ação do treino em consequência do exercício e movimento(28). O método
de exercício Pilates tornou-se conhecido devido movimentos progressivos que
envolvem contrações isotônicas e isométricos, tendo como base Power house (casa de
força),que envolvem os músculos que fazem parte os músculos estabilizadores:
Multifidus, Transverso do abdomem, Glúteos, Diafragma e assoalho pélvicos.(29). O
13

método Pilates trabalha especificamente com ativação do power house e a DMRA esta
diretamente envolvida com tranverso de abdomem, tornando sugestivo o método pilates
solo como uma possivel forma de tratamento para DMRA, para tanto são necessarios
estudos que comprovem essa eficácia.
14

2. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

No climatério, a mulher desenvolve uma sintomatologia física e psíquica que


reduz sua qualidade de vida. O hipoestrogenismo leva a mudanças na elasticidade do
tecido conjuntivo e pode explicar a presença da diástase do músculo reto abdominal
nesta fase. Os exercícios físicos vêm sendo utilizados para diminuir a diástase e suas
possíveis consequências, porém a efetividade do método Pilates que tem como principal
função a ativação do powe house ainda não foi estudada, tornando relevante o estudo
da eficácia do Pilates no tratamento da Diástase do Músculo Reto Abdominal na
mulher climatérica.
15

3. HIPÓTESE

O Pilates solo é eficaz na diminuição da diástase abdominal em mulheres no


climatério.
16

4. OBJETIVO

Verificar a eficácia do método Pilates solo na Diástase do músculo Reto


abdominal em mulheres no climatério.
17

5. MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizado um ensaio clínico randomizado controlado unicego com mulheres


do município de Ourinhos –SP. As mulheres foram recrutadas a partir da comunidade
por meio de anúncios em sites, jornais e mídias sociais. As participantes foram
randomizadas e alocadas em dois grupos: grupo controle (GC), mulheres que realizaram
uma avaliação inicial e após 12 semanas sem intervenção foram reavaliadas pelo mesmo
avaliador inicial; grupo experimental (GE), mulheres que realizaram uma avaliação
inicial, intervenção de 36 sessões com o método Pilates solo, e após 12 semanas foram
reavaliadas pelo mesmo avaliador inicial. O procedimento de aleatoriazação foi
realizado por um pesquisador não envolvido no recrutamento e tratamento das
participantes, utilizando sequencias aleatórias de números geradas pelo software online
Random.org.

5.1 SELEÇÃO

A população alvo do estudo foi limitada as mulheres do município de Ourinhos-


SP, de acordo com critérios de inclusão estabelecidos, e a coleta dos dados foi realizada
no período de agosto de 2016 a janeiro de 2017.

5.2 INCLUSÃO E EXCLUSÃO DA AMOSTRA

Os critérios de inclusão foram mulheres, que estivessem no Climatério


confirmadas pelo índice menopausal de “Kuppermam e Black (IMK), com diástase
abdominal e consideradas ativas segundo o Questionário Internacional de Atividade
Física – Versão Curta (IPAQ- versão curta).(34) (ANEXO A). As participantes também
concordaram em não realizar qualquer outro tipo de atividade física durante o decorrer
deste estudo.
Os critérios de não inclusão foram mulheres sem diástase de reto abdominal,
doenças neurológicas, disfunções osteomioarticular que dificultam a execução dos
exercícios e déficits cognitivos avaliados pelo Mini Mental Health Examination
(ANEXO B).
18

Os critérios de exclusão foram participantes que não responderam


completamente os questionários, desistiram de realizar a pesquisa e não frequentaram
90% das terapias.

5.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

5.3.1 DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS E CLÍNICOS

Todas as participantes responderam as questões da ficha de avaliação


(APÊNDICE A) referentes a dados sociodemográficos (idade, etnia, escolaridade,
estado civil, ocupação, religião e renda familiar) e clínicos (tabagismo, etilismo,
diabetes, hipertensão arterial sistêmica, prática de atividade física, histórico obstétrico,
constipação intestinal, uso de medicamentos e cirurgias ginecológicas).

5.3.2 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

Os parâmetros antropométricos de altura (cm) e peso (Kg) foram coletados no


dia da avaliação pelo próprio pesquisador utilizando a balança mecânica antropométrica
e posteriormente foi realizado o cálculo do Índice de Massa Corporal calculado com a
fórmula Peso (kg) /Altura (m²) e classificado em baixo peso (<18,5), adequado ou
eutrófico (18,5 - 24,9), sobrepeso (25-29,9) e obesidade (≥30). A medida da
circunferência abdominal (cm) foi coletada 2 cm abaixo da cicatriz umbilical (35). Este
indicador, correlaciona-se com o IMC e avalia o tecido adiposo visceral.

5.3.3 MEDIDA DA DISTÂNCIA INTER-RETO ABDOMINAL (DIR)

A medida da distância Inter Reto Abdominal (DIR), (APÊNDICE B) foi


realizada com a mulher em posição de litotomia modificada (decúbito dorsal, com
joelhos e quadris flexionados, pés apoiados na cama e braços ao longo do corpo). Nessa
posição, em primeiro lugar, com auxílio de uma fita métrica, foram demarcados com
19

lápis demográficos três regiões de interesse: região umbilical (ao nível da cicatriz
umbilical), supra umbilical (4,5 cm acima da cicatriz umbilical) e infra umbilical (4,5
cm abaixo da cicatriz umbilical) (36). Posteriormente, foi solicitado que a mulher
realizasse a flexão anterior do tronco até que o ângulo inferior da escápula esteja fora da
maca, sendo possível palpar os limites das bordas mediais dos músculos reto
abdominais para, depois, posicionar o paquímetro digital (Paquímetro Universal Digital
150MM 6 Polegadas - Zaas) e realizar a aferição precisa nas três regiões demarcadas
anteriormente. O valor final para cada região foi considerado a média após 3 medidas
consecutivas. O paquímetro é um instrumento de precisão que obedece às normas
internacionais para auxiliar na medição da diástase abdominal e possui alta
confiabilidade intra e inter avaliadores (37, 38). Este instrumento pode ser utilizado no
diagnóstico de DMRA, quando a ultrassonografia não está disponível (39). Os
resultados em milímetros foram transformados em centímetros (10 mm = 1 cm) e
apresentados em uma escala a partir de 0. A DIR foi considerada como DMRA a partir
dos seguintes valores: 1,5cm na região supra umbilical; 2,7 cm na região umbilical; e
1,4 cm na região infra umbilical (14).

5.3.4 IDENTIFICAÇÃO DO CLIMATÉRIO

Atualmente na literatura existem três principais questionários para


especificações do Climatério. Uma das formas de se avaliar a síndrome do Climatério é
com base no impacto que os sintomas menopausais exercem sobre as mulheres. Para
quantificar no presente estudo, foi utilizado o questionário IMK índice menopausal de
“Kuppermam e Black" criado em 1953 pelos médicos alemães Kupperman e Blatt com
intuito de avaliar os sintomas menopausais, com referência na observação clínica dos
pacientes sendo usado atualmente como instrumento de pesquisa fidedigno. Avalia-se
vários sintomas, no qual é estabelecido um peso diferente, de acordo com a intensidade.
O índice de Kupperman é considerado leve se o resultado for menor ou igual a 19,
moderado se for entre 20 e 35 e acentuado se for maior que 35. (40)(ANEXO C).
20

5.3.5 PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO

Foi elaborado um protocolo contendo um total de 16 exercícios para melhorar


força muscular global, enfatizando musculatura que intervém na diástase de reto
abdominal, a ser trabalhado no Pilates solo. Para atender melhor o objetivo do trabalho,
foram realizadas 3 sessões semanais de duração de 60 minutos cada, por 12 semanas,
intercalando 1 dia entre uma sessão e outra de intervenções. Os voluntários receberam
esclarecimentos sobre os princípios do método (centralização, controle, concentração,
fluxo, precisão e respiração) que precisam ser respeitados durante a execução de cada
exercício. (29)
As sessões foram supervisionadas por 4 estagiários do curso de Fisioterapia com
certificado de Pilates e experiência de supervisionar o método.
O Protocolo adotado para o estudo foi baseado no autor Oliveira (2015)(29)
sendo selecionados 16 exercícios de Pilates divididos em 5 etapas, sendo executadas 10
repetições com 1 série cada com intervalo de descanso de 30 segundos. Os exercícios de
rotação de tronco foram evitados pois as forças de cisalhamento da contração dos
músculos oblíquos podem tracionar a fáscia dos retos abdominais, aumentando a
separação do músculo reto abdominal e consequentemente aumentando a diástase do
músculo reto abdominal (41) sendo assim foram inseridos no tratamento após a 24°
sessão .Materiais utilizados foram colchonetes, bola suíça, alteres de 1 kg.

Quadro 1– Protocolo de Exercícios em Etapas

MÚSCULOS
ETAPA EXERCÍCIO FINALIDADE SOLICITADOS

Mobilização coluna, Bíceps femoral,


Spine Strech alongamento dos flexores semitendíneo,
01
Forward de joelho e extensores de semimembranáceo e
tronco eretor da espinha

Bíceps femoral,
1° - Exercícios de Alongamento de flexor semitendíneo,
alongamento e /ou joelho, extensores de semimembranáceo,
02 Saw
mobilização da tronco, inflexores laterais eretor da espinha,
coluna do tronco. oblíquo externo e interno
do abdome.

Alongamento flexores Peitoral maior e menor,


Rocking on horizontais do ombro, deltoide anterior, serratil
03
Stromach flexores de tronco es anterior, reto abdominal
extensores de joelho obliquo externo e interno
21

e quadríceps femoral.

Reto abdominal, obliquo


Fortalecimento dos
Hip Flexion externo e interno do
01 músculos flexores do
Front abdome, tensor da fáscia
tronco
lata e reto femoral

Reto abdominal, obliquo


Fortalecimento dos
2° - Exercícios de externo e interno do
02 Teaser músculos flexores do
Fortalecimento abdome, tensor da fáscia
tronco
dos Flexores, lata e reto femoral
extensores e Reto abdominal, obliquo
inflexores laterais Fortalecimento dos
externo e interno do
do tronco: 03 The Hundred músculos flexores do
abdome, tensor da fáscia
tronco
lata e reto femoral
(reto abdominal, obliquo
Fortalecimento dos
Single Leg externo e interno do
04 músculos flexores do
Stretch abdome, tensor da fáscia
tronco
lata e reto abdominal.)

(reto abdominal, obliquo


Fortalecimento dos
Double Leg externo e interno do
05 músculos flexores do
Strech abdome , tensor da fáscia
tronco
lata e reto abdominal.)

Fortalecimento
transverso abdome,
Side Kinck: estabilizadores lombo
01 multífidios, assoalho
Front and Back pélvica e flexores de
pélvico, iliopsoas
quadril

(transverso de abdome,
Fortalecimento
multífidios, assoalho
estabilizadores lombo
02 Leg Circles pélvico, tensor da fascia
pélvica e rotadores internos
3° Etapa - lata, piriforme, adutores
e externos de quadril
Exercícios de de quadril)
estabilização Fortalecimento dos
lombo pélvica: (transverso abdome,
músculos estabilizadores
03 Leg Pull Front multífidios, assoalho
da região lombo pélvica e
pélvico, eretor espinha)
extensores de tronco

Bridge com (transverso abdome,


Fortalecimento dos
variação de multífidios, assoalho
músculos estabilizadores
04 MMII pélvico, eretor espinha)
da região lombo pélvica e
estendidos
extensores de tronco
intercalando.

Fortalecimento dos Quadríceps femoral,


músculos extensores e bíceps femoral,
01 Wall Slide flexores de joelho, semintíneo,
extensores de quadril e semimembranáceo,
flexores de ombro glúteo máximo e deltoide
4° - Exercícios de
Fortalecimento dos adutor longo, adutor
MMII e MMSS
02 Side Kick: músculos adutores de magno, adutor curto
quadril pectídeo e grácil.

03 Arms Forward Fortalecimento dos Bíceps Braquial


músculos flexores de
22

cotovelo

Fortalecimento dos
04 Shaving músculos extensores de Tríceps braquial
cotovelo

Relaxamento dos
músculos extensores do
01 Relax I Exercício de relaxamento
tronco: Eretores de
Espinha

5º. Exercícios de Relaxamento dos


Relaxamento músculos Flexores de
tronco e ombro: Reto
02 Relax III Exercício de relaxamento abdominal, Obliquo
interno e externo,
peitoral maior e serrátil
anterior

5.4 CÁLCULO DO TAMANHO AMOSTRAL

Para a realização do cálculo amostral foi utilizado o trabalho de Chiarello et al.,


(2005) (21) que considerou como diferença da diástase entre os grupos 4,81 cm,
±2,36cm, α= 0,05 e β= 0,90 e teste de hipótese bicaudal, totalizando no mínimo 7
participantes por grupo. Foi utilizado o programa GPower 3.2.

5.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para análise dos dados foi utilizado o programa SPSS versão 20.0. Foi aplicado
o teste de normalidade de Shapiro-Wilk para determinar a normalidade dos dados. Para
a caracterização da amostra foi realizado o teste t-student para as variáveis com
distribuição normal e o teste de Mann-Whitney para variáveis com distribuição não
normal. Na análise intergrupos, como os dados apresentaram distribuição não normal,
para comparação entre grupos controle e experimental (Pré tratamento/Pré tratamento e
Pós tratamento/Pós tratamento) foi realizado os testes de Mann-Whitney e para
comparação intragrupo (Pré tratamento/Pós-tratamento) foi realizado o teste de
Wilcoxon com correção de Bonferroni. O nível de significância adotado foi de 5%.
23

5.6 ÉTICA

A pesquisa teve início após o envio do projeto para Plataforma Brasil e


aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Sagrado Coração
(USC), que foi aprovado por parecer consubstanciado nº. 1.702.305. (ANEXO D). Após
aprovação pelo CEP, o projeto foi enviado e aprovado no Registro Brasileiro de Ensaios
Clínicos (ReBEC) UTN: U1111-1191-0210. (APÊNDIDE D). O trabalho seguiu as
recomendações do Consort Statement (CONSORT).
As considerações éticas foram baseadas no uso do material para fins científicos,
com sigilo da identidade da mulher, livre de coação ou conflito de interesses da
instituição ou de pessoas envolvidas no projeto. As mulheres foram previamente
informadas e os dados somente foram coletados sob expresso consentimento em
formulário específico (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido- TCLE
(APÊNDICE C), conforme resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde – Brasil.

5.7 DESFECHO PRIMARIO

Espera-se que o Pilates seja eficaz na melhora da diástase de reto abdominal em


mulheres no Climatério.

5.8 DEVOLUTIVA PARA AS PARTICIPANTES

Após o término do estudo, foi oferecido o mesmo tratamento para grupo


controle.
24

6. RESULTADOS

A figura 1 demonstra o fluxograma com elegibilidade, alocação, seguimento e


análise dos participantes.

Figura 1- Fluxograma

A caracterização da amostra com relação a profissão, raça, escolaridade,


estado civil, cirurgias ginecológicas e abdominais e reposição hormonal estão descritos
da tabela 1.
25

Tabela 1 Caracterização das participantes do Grupo Controle e Experimental

Controle %(n) Experimental %(n)

SAP 60%(6) 54,1%(6)


Profissão
Professor 10%(1) 9,1%(1)
Outros 30%(3) 36,4%(4)
Branca 80%(8) 100%(11)
Raça Parda 20%(2) -
Negra - -

E. Médio Incompleto 80%(8) 54,5%(6)

Escolaridade E. Médio Completo 20%(2) 18,2%(2)


Superior Completo/
- 27,3%(3)
Incompleto

Casado/União Estável 60%(6) 63,3%(7)


Estado Civil
Solteiro/
40%(4) 36,6%(4)
Divorciado/Viúvo

Sim - 18,2%(2)
Cirurgia de Abdome
Não 100%(10) 81,8%(9)

Sim - -
Reposição Hormonal
Não 100%(10) 100%(11)
SAP - Sem Atividade Profissional,

Os grupos apresentaram homogeneidade em relação a idade, IMC,


circunferência abdominal e número de gestações (Tabela 2).

Tabela 2 – Medidas Antropométricas das participantes do Grupo Controle e Experimental


Controle Experimental
Média/DP p
Idade(anos) 54,3±7,1 55,3±6,0 0,716
2
IMC (kg/m ) 28,8 ±5,5 29,9 ±4,48 0,600
Circunferência Abdominal (cm) 95,1 ±12,2 97,6 ±9,85 0,605
Número de gestações 1,6± 0,69 1,8±0,4 0,605

Os valores das DMRA pré e pós intervenção das regiões supraumbilical,


umbilical e infraumbilical, estão descritos na tabela 3. Para a interpretação estatística
dos dados foi realizado as comparações controle pré com controle pós, experimento pré
com experimento pós das medidas supra, umbilical e infra umbilical pelo teste de
Wilcoxon pareado, observando que houve diferença estatística no grupo experimental
26

nas medidas supra umbilical, umbilical e infra umbilical (p<0,05). Quando se compara
grupo controle pré intervenção com grupo experimental pré intervenção e grupo
controle pós intervenção com experimento pós intervenção com o teste de Mann-
Whitney, vê-se diferença nos grupos supra umbilical, umbilical (p<0,001) e infra
umbilical (p<0,05) no grupo pós intervenção.

Tabela 3 – Valores (cm) da DMRA das medidas supra umbilical, umbilical e infra umbilical dos
grupos controle e experimental pré e pós intervenção de 36 sessões.

p
Inicial pré e pós
PRE INTERVENÇÃO POS INTERVENÇÃO intervenção

DMRA –Supra 2,12(1,25-3,02) 2,17(1,38-3,24) 0,280


Umbilical Controle
DMRA –Supra Umbilical
2.82 (0,00-3.21) 0,89(0,10-1,12) 0,004*
Experimental

p
0,438 0,000**
(controle x experimental)

DMRA – Umbilical 3,08(2,35-4,41) 3,12(2,54-4,45) 0,059


Controle

DMRA – Umbilical
3,08(1,39-4,73) 1,08(0,84-1,54) 0,003*
Experimental

p
0,805 0,000**
(controle x experimental)

DMRA – Infra Umbilical


2,94(1,45-3,19) 1,66(0,11-3,38) 1,000
Controle

DMRA –Infra Umbilical


1,75 (1,44-3,13) 0,76(0,28-1,03) 0,003*
Experimental

p
0,170 0,017*
(controle x experimental)

Valores expressos em mediana (míinimo -máximo). DMRA – Diástase do Musculo Reto Abdominal, *p<0,05;
**p<0,001
27

7.DISCUSSÃO

Este estudo encontrou que a DMRA teve uma redução significativa nas regiões
supra umbilical, umbilical e infra umbilical após intervenção de 36 sessões de Pilates
solo quando comparada com o grupo controle. Nenhum trabalho, nas bases de dados
pesquisadas até a presente data, estudou a redução da DMRA em mulheres no
climatério, tornando escasso o material científico que pudesse corroborar para presente
discussão.
Todas as participantes desse estudo apresentaram DMRA nas três regiões
abdominais, o que está de acordo com Chiarello et al., (2005) que relataram que a
DMRA não regride de forma espontânea em muitas mulheres no pós parto, podendo
persistir por muitos anos(42) .
Spinagle, et al (2007) (43) foram os primeiros autores a documentar que mais de
50% das mulheres na menopausa apresentaram DMRA, sugerindo que durante a vida
adulta se a DMRA não foi tratada cirurgicamente ou com exercícos, ela pode persistir
até a menopausa em decorrência de mudanças na elasticidade do tecido connjuntivo
durante o processo de envelhecimento. Assim, observa-se que a DMRA não é apenas
um problema que deve ser investigado no período da gestação e do puerpério.
Chiarello, et al,(2005) (42), relatam que outros fatores podem estar associados a
DMRA como a falta de exercícios e Lokwwod, (1998), observaram que a DMRA em
homens está associada a variação de peso corporal, exercícios com levantamento de
pesos ou exercícios abdominais clássicos de elevar e abaixar o tronco em decúbito
dorsal com os joelhos flexionados. Também incluem outros fatores etiológicos como
idade avançada e histórico familiar de fraqueza no tecido músculo fascial do abdomem
(44). Os músculos abdominais exercem uma função importante na postura, estabilidade
de tronco, função pélvica e respiratória, movimento do tronco como flexão, exensão,
rotações e suporte das vísceras abdominais. A presença da DMRA coloca essas funções
em risco segundo Bursch,(1987) (45); e Lee; Lee, et al (2008)(46). A incompleta
recuperação da integridade estrutural da linha alba pode levar a um déficit mecânico,
resultando na reducao da capacidade da musculatura abdominal em produzir força (47).
Na revisão sistemática conduzida por Benjamim; et al (2014)(22) relatam que
apesar de a DRAM ser um problema clínico comum e significativo, pouco se sabe sobre
sua prevenção ou tratamento.
Chiarello, et al (2005) (42); Sheppard, (1996) (48); Mesquita, et al (1999)(49) e
Zappile-lucis, (2009)(50), relataram em seus estudos que foi observada uma redução da
28

DMRA quando as mulheres foram submetidas a exercicios direcionados à ativação da


musculatura de transverso de abdomem, com execução de formas diferentes. A ativação
da musculatura transversa de abdomem ajuda no recrutamento das fibras do reto de
abdomem, melhorando a integridade da linha alba, aumentando respectivamente a
força, permitindo a transferencia eficiente de carga e produção de torque (46). A
ativação da musculatura transversa de abdomem protege a linha alba, podendo prevenir
ou reduzir DMRA, favorecendo que as mulheres voltem a sua prática de vida diaria
mais rapidamente.(22)
Estudos demonstraram o efeito do exercício em mulheres durante o período de
pré-natal com objetivo de prevenção da DMRA, com grupos controles e intervenção,
concluindo que o exercício pré-natal reduziu a presença de DMRA em 35%,
observando em seu resultado final que, para cada três mulheres grávidas tratadas com
exercício, uma mulher seria impedida de desenvolver DMRA.(22)
A evidência de dois estudos com relação a largura DMRA demonstraram que o
exercício reduziu a largura do DMRA durante os períodos pre-natal (13, 46), e pós-
natal (13). Após seis semanas de exercícios pré-natais de fortalecimento abdominal, a
largura do DRAM durante o período pré-natal foi significativamente menor no grupo de
intervenção em comparação com o grupo de controle que não realizaram atividade física
(42).
No estudo de caso de Hsia and Jones (2000) (13) , a gestante que frequentava o
grupo de atividade fisica no período pré-natal reduziu DMRA 48 horas após o parto.
Comparativamente, ambos os estudos descobriram que os controles não exercitados
tiveram um aumento na largura de DRAM após o parto.
Os estudos de Sheppard, (1996)(48); Mesquita, et al (1999)(49); e Thornton,et
al (1993)(51) incluíram o exercício abdominal pós-natal com o objetivo de reduzir a
largura DMRA chegando a conclusão de que o agrupamento de dados não foi possível
devido a dados insuficientes. Mesquita, et al (1999)(49) avaliaram a efetividade de
exercícios abdominais associados a exercicios pélvico realizados individualmente e
aplicado por um fisioterapeuta no período 6 e 18 horas após o parto. As medições
foram realizadas antes e após 18 horas da intervenção. O grupo de intervenção teve
uma diminuição média na largura DMRA de 0,44 cm (13%), em comparação com 0,17
cm (5%) para o grupo controle que não realizaram atividade física
Um desfecho secundário observado após 6 semanas de tratamento
fisioterapêutico para DMRA incluindo fortalecimento de core, exercícios aeróbicos e
29

educação neuromuscular, foi de melhora nos escores de qualidade de vida do


questionário SF-36.(50)
A DMRA também pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento,
persistência e recorrência de condições relacionadas com as disfunções do assoalho,
como foi visto por Spitznagle; et al (2007)(11) que 66,55% das mulheres com DMRA
apresentavam pelo menos uma disfunção do assoalho pélvico(incontinência urinária,
incontinência fecal ou prolapsos de órgãos pélvicos.
A relação de co-ativação dos músculos abdominais e músculos do AP foi
investigada detalhadamente por vários pesquisadores (52-54), apontando que os
músculos do AP foram ativados durante as contrações musculares abdominais, e que o
inverso também é verdadeiro (55); que mulheres continentes não conseguem contrair
totalmente o AP sem contrair os músculos abdominais (53) e que mesmo em indivíduos
treinados para realizar as contrações do AP de forma isolada não observa-se a máxima
contração do AP sem um aumento na atividade da eletromiografia na porção inferior do
músculo reto abdominal(52) Devido a este sinergismo entre o pavimento pélvico e os
músculos abdominais é possível que a diminuição da função do músculo abdominal
associada com DMRA venham afetar o desempenho da musculatura pélvica. (56)
Uma dificuldade encontrada em trabalhar com a DMRA é a falta de
padronização dos estudos com relação aos pontos de referência para realizar as medidas,
os instrumentos utilizados para medida e valores de referência para diagnóstico.
Vários instrumentos são utilizados para medir a DMRA (39), entre eles o
ultrassom (24, 57), paquímetro analógico ou digital (58, 59), palpação bidigital (11, 15,
60), Em relação ao local exato para realizar a mensuração, os artigos também divergem,
entretanto as medidas de 4,5 cm acima e abaixo da cicatriz umbilical são as mais
utilizadas em trabalhos mais recentes (38, 59, 60).
A maior falta de consenso é sobre os critérios utilizados como pontos de corte
DMRA. As distâncias variam entre 2 cm (61), 2,5 cm (11), 3 cm (consideram duas
polpas digitais) (60, 62), e um autor (14) especificou valores diferentes para cada região,
dependendo da idade, sendo considerado abaixo de 45 anos, 1,0 cm na região supra
umbilical, 2,7 cm na região umbilical e 0,9 cm na região infra umbilical e acima de 45
anos os valores mudam para 1,5cm na região supra umbilical; 2,7 cm na região
umbilical; e 1,4 cm na região infra umbilical.
30

Pontos fortes e limitaçoes do estudo

O presente estudo demonstra a efetividade dos exercícios de Pilates Solo na


diminuição da DMRA quando comparadas com mulheres climatericas com DMRA sem
exercício. A medida da distância inter reto abdominal foi realizada apenas por um
avaliador treinado e cego com paquimetro digital, considerado padrão ouro na ausência
de ultrosonografia (63).
Apesar de amostra ter sido definida após o cálculo do tamanho amostral,
acredita-se que os futuros estudos necessitam de mais participantes em cada grupo.
Também é importante que novos estudos verifiquem o impacto da redução da DMRA
nos sintomas de disfunção do assoalho pélvico.
Foi encontrado apenas um artigo nas bases de dados relatando a DMRA em
mulheres na menopausa e diversos relacionado no periodo gestacional e puerpério, o
que torna difícil as comparações com a literatura.

Aplicação clínica

Este estudo pode servir principalmente para os fisioterapeutas que trabalham


com mulheres climatéricas e buscam alternativas de exercícios para o tratamento da
DMRA.
31

8. CONCLUSÃO

Os resultados deste trabalho mostram a eficácia do método pilates solo na


diminuição da DMRA que diminuiu significantemente após a realizacão de exercícios,
assim, sugere-se que estes exercícios sejam implementados durante o tratamento de
DMRA em mulheres no climatério.
32

REFERENCIAS

1. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística. Contagem Populacional. . Disponivel em :
ftp://ftpibgegovbr/Tabuas_Completas_de_Mortalidade/Tabuas_Completas_de_Mortalidade_
2013/notastecnicaspdf > Acesso em: maio 2016 .
2. Santos LME, P V; Rachid, L P;Cacciatore, A; Bourget, I M M; Rojas,A C ; Medeiros Junior,
M E. Climateric Syndrome and Quality of Life: A perception of the women in this period of the
life. Revista APS. 2007;v.10(n.1): 20-6.
3. Fernandes C, Baracat, EC, Lima GR. Climatério: aspectos conceituais e epidemiologia.
In: FEBRASGO Climatério: manual de orientaçãoSao Paulo:Ponto; 2004;p11-14:372. 2004.
5. Faure ED, Chantre P, Mares P. Effects of a standardized soy extract on hot flushes: a
multicenter, double-blind, randomized, placebo-controlled study. Menopause. 2002;9(5):329-
34.
6. HALBE HW. Síndrome do climatério In: HALBE, H.W. Tratado de Ginecologia. 3ª ed, São
Paulo, Editora Roca, 2000, cap 139, p 1519 - 1557 2000.
7. Zollner YF, Acquadro C, Schaefer M. Literature review of instruments to assess health-
related quality of life during and after menopause. Quality of life research : an international
journal of quality of life aspects of treatment, care and rehabilitation. 2005;14(2):309-27.
8. Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua
portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36
(Brasil SF-36).Rev Bras Reumatol. 1999;39(3):143-50. Rev Bras Reumatol. 1999;39((3)):43-50.
9. Silva Filho EA, Costa AM. Evaluation of quality of life of climacteric women assisted at a
school hospital of Recife, Pernambuco, Brazil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2008;30(3)::113-20.
10. Sousa RL, Sousa ESS, Silva JCB, Filizola RG. Fidedignidade do teste-reteste na aplicação
do índice menopausal de Blatt e Kupperman. Rev Bras Ginecol Obstet. 2000;;22(8)::481-7.
11. Spitznagle TM, Leong FC, Van Dillen LR. Prevalence of diastasis recti abdominis in a
urogynecological patient population. International urogynecology journal and pelvic floor
dysfunction. 2007;18(3):321-8.
12. Rath A, Attali P, Dumas J, Goldlust D, Zhang J, Chevrel J. The abdominal linea alba: an
anatomo-radiologic and biomechanical study. Surgical and Radiologic Anatomy.
1996;18(4):281-8.
13. Hsia M, Jones S. Natural resolution of rectus abdominis diastasis. Two single case
studies. Australian Journal of Physiotherapy. 2000;46(4):301-7.
14. Rath AM, Attali P, Dumas JL, Goldlust D, Zhang J, Chevrel JP. The abdominal linea alba:
an anatomo-radiologic and biomechanical study. Surgical and radiologic anatomy : SRA.
1996;18(4):281-8.
15. Turan V, Colluoglu C, Turkyilmaz E, Korucuoglu U. Prevalence of diastasis recti
abdominis in the population of young multiparous adults in Turkey. Ginekol Pol.
2011;82(11):817-21.
16. Lo T CG, Janssen P. Diastasis of the recti abdominis in pregnancy: risk factors and
treatment. Phys Can 1999;32-7. 1999.
17. Turan V, Colluoglu C, Turkuilmaz E, Korucuoglu U. Prevalence of diastasis recti
abdominis in the population of young multiparous adults in Turkey. Ginekologia polska.
2011;82(11).
18. Dalal K, Kaur A, Mitra M. Correlation between Diastasis Rectus Abdominis and
Lumbopelvic Pain and Dysfunction. Indian Journal of Physiotherapy & Occupational Therapy.
2014;8(1).
19. Parker MA, Millar LA, Dugan SA. Diastasis Rectus Abdominis and Lumbo-Pelvic Pain and
Dysfunction-Are They Related? Journal of Women's Health Physical Therapy. 2009;33(2):15-22.
20. Hickey F, Finch JG, Khanna A. A systematic review on the outcomes of correction of
diastasis of the recti. Hernia. 2011;15(6):607-14.
33

21. Chiarello CM, Falzone LA, McCaslin KE, Patel MN, Ulery K, . The effects of an exercise
program on diastasis recti abdomi-nis in pregnant women. . J Womens Health Phys Ther
2005;29:11–6 [corrected, published erratum appears in J Womens Health PhysTher
2005;29:76]2005.
22. Benjamin DR, van de Water AT, Peiris CL. Effects of exercise on diastasis of the rectus
abdominis muscle in the antenatal and postnatal periods: a systematic review. Physiotherapy.
2014;100(1):1-8.
23. Mota P, Pascoal AG, Carita AI, Bo K. The Immediate Effects on Inter-rectus Distance of
Abdominal Crunch and Drawing-in Exercises During Pregnancy and the Postpartum Period. The
Journal of orthopaedic and sports physical therapy. 2015;45(10):781-8.
24. Sancho MF, Pascoal AG, Mota P, Bo K. Abdominal exercises affect inter-rectus distance
in postpartum women: a two-dimensional ultrasound study. Physiotherapy. 2015;101(3):286-
91.
25. Pascoal AG, Dionisio S, Cordeiro F, Mota P. Inter-rectus distance in postpartum women
can be reduced by isometric contraction of the abdominal muscles: a preliminary case-control
study. Physiotherapy. 2014;100(4):344-8.
26. Diniz MDF, De Vasconcelos TB, Pires JLVR, Nogueira MM, Arcanjo GN. Assessment of
the strength of the pelvic floor musculature in women who practice Mat Pilates. Manual
Therapy, Posturology & Rehabilitation Journal. 2014;12:178.
27. Campos de Oliveira L, Goncalves de Oliveira R, Pires-Oliveira DA. Effects of Pilates on
muscle strength, postural balance and quality of life of older adults: a randomized, controlled,
clinical trial. Journal of physical therapy science. 2015;27(3):871-6.
28. Bø K, Herbert RD. There is not yet strong evidence that exercise regimens other than
pelvic floor muscle training can reduce stress urinary incontinence in women: a systematic
review. J Physiother. 2013;59(3):159-68.
29. Oliveira LO, RG;OLIVEIRA, DAAPP. Effects of Pilates on muscle strength, postural
balance and quality of life of older adults:a randomized, controlled, clinical trial. J Phys Ther
Sci27: 871–876, 2015. 2015.
30. Barker AL, Bird M-L, Talevski J. Effect of pilates exercise for improving balance in older
adults: a systematic review with meta-analysis. Archives of physical medicine and
rehabilitation. 2015;96(4):715-23.
31. Costa LO, Hancock M, Maher CG, Ostelo R, Cabral CM, Menezes Costa L. Pilates for
low-back pain. status and date: New, published in. 2012(12).
32. Karaman A, Yuksel I, Kinikli GI, Caglar O. Do Pilates-based exercises following total knee
arthroplasty improve postural control and quality of life? Physiotherapy Theory and Practice.
2017;33(4):289-95.
33. Niehues JR. Pilates method for lung function and functional capacity in obese adults.
Alternative therapies in health and medicine. 2015;21(5):73.
34. Matsudo S AT, Matsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira L, et al. . Questionario
internacional de atividade fisica (IPAC): estudo de validade e reprodutibildade no Brasil.
Atividade Física & Saúde 2001;6(2).
35. Fernandes da Mota PG, Pascoal AG, Carita AI, Bo K. Prevalence and risk factors of
diastasis recti abdominis from late pregnancy to 6 months postpartum, and relationship with
lumbo-pelvic pain. Man Ther. 2015;20(1):200-5.
36. Rett MT, Almeida TVd, Mendonça ACR, DeSantana JM, Ferreira APdL, Araújo KCGMd.
Fatores materno-infantis associados à diástase dos músculos retos do abdome no puerpério
imediato. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. 2014;14(1):73-80.
37. Boxer S, Jones S. Intra-rater reliability of rectus abdominis diastasis measurement using
dial calipers. The Australian journal of physiotherapy. 1997;43(2):109-14.
38. Chiarello CM, McAuley JA. Concurrent validity of calipers and ultrasound imaging to
measure interrecti distance. The Journal of orthopaedic and sports physical therapy.
2013;43(7):495-503.
34

39. van de Water AT, Benjamin DR. Measurement methods to assess diastasis of the
rectus abdominis muscle (DRAM): A systematic review of their measurement properties and
meta-analytic reliability generalisation. Man Ther. 2016;21:41-53.
40. Silva Filho EAd, Costa AMd. Evaluation of quality of life of climacteric women assisted
at a school hospital of Recife, Pernambuco, Brazil. Revista Brasileira de Ginecologia e
Obstetrícia. 2008;30(3):113-20.
41. Watkins Y. Current concepts in dynamic stabilisation of the spine and pelvis: their
relevance in obstetrics. J Assoc Chartered Physiot Women´s Health. 1998;83(16-26).
42. Chiarello CM, Falzone LA, McCaslin KE, Patel MN, Ulery KR. The effects of an exercise
program on diastasis recti abdominis in pregnant women. Journal of Women’s Health Physical
Therapy. 2005;29(1):11-6.
43. Spitznagle TM, Leong FC, Van Dillen LR. Prevalence of diastasis recti abdominis in a
urogynecological patient population. International urogynecology journal. 2007;18(3):321-8.
44. Lockwood T. Rectus muscle diastasis in males: primary indication for endoscopically
assisted abdominoplasty. Plastic and reconstructive surgery. 1998;101(6):1685-91.
45. Bursch SG. Interrater reliability of diastasis recti abdominis measurement. Physical
therapy. 1987;67(7):1077-9.
46. Lee DG, Lee L-J, McLaughlin L. Stability, continence and breathing: the role of fascia
following pregnancy and delivery. J Bodyw Mov Ther. 2008;12(4):333-48.
47. Liaw L-J, Hsu M-J, Liao C-F, Liu M-F, Hsu A-T. The relationships between inter-recti
distance measured by ultrasound imaging and abdominal muscle function in postpartum
women: a 6-month follow-up study. journal of orthopaedic & sports physical therapy.
2011;41(6):435-43.
48. Sheppard S. The role of transversus abdominus in post partum correction of gross
divarication recti. Man Ther. 1996;1(4):214-6.
49. Mesquita LA, Machado AV, Andrade AV. Physiotherapy for reduction of diastasis of the
recti abdominis muscles in the postpartum period. Revista Brasileira de Ginecologia e
Obstetrícia. 1999;21(5):267-72.
50. Zappile-Lucis M. Quality of life measurements and physical therapy management of a
female diagnosed with diastasis recti abdominis. Journal of Women’s Health Physical Therapy.
2009;33(1):22.
51. Thornton SL, Thornton SJ. Management of gross divarication of the recti abdominis in
pregnancy and labour. Physiotherapy. 1993;79(7):457-8.
52. Bo K, Kvarstein B, Hagen R, al. e. Pelvic floor muscle exercise for the treatment of
female stress urinary incontinence: II. Validity of vaginal pressure measurements of pelvic £oor
muscle strength and the necessity of supplementary methods for control of correct
contraction. Neurourology and urodynamics. 1990;9:479-87.
53. Neumann P, Gill V. Pelvic floor and abdominal muscle interaction: EMG activity and
intra-abdominal pressure. International urogynecology journal and pelvic floor dysfunction.
2002;13(2):125-32.
54. Sapsford RR, Hodges PW. Contraction of the pelvic floor muscles during abdominal
maneuvers. Arch Phys Med Rehabil. 2001;82(8):1081-8.
55. DeLancey JO. The pathophysiology of stress urinary incontinence in women and its
implications for surgical treatment. World journal of urology. 1997;15(5):268-74.
56. Gilleard WL, Brown JM. Structure and function of the abdominal muscles in primigravid
subjects during pregnancy and the immediate postbirth period. Phys Ther. 1996;76(7):750-62.
57. Mota P, Pascoal AG, Sancho F, Bo K. Test-retest and intrarater reliability of 2-
dimensional ultrasound measurements of distance between rectus abdominis in women. The
Journal of orthopaedic and sports physical therapy. 2012;42(11):940-6.
58. Hsia M, Jones S. Natural resolution of rectus abdominis diastasis. Two single case
studies. Aust J Physiother. 2000;46(4):301-7.
35

59. Oliveira BD, de Andrade AD, Lemos A, Brito VC, Pedrosa ML, Silva TN. Abdominal
muscle electrical activity during labor expulsive stage: a cross-sectional study. Rev Bras
Fisioter. 2011;15(6):445-51.
60. Bo K, Hilde G, Tennfjord MK, Sperstad JB, Engh ME. Pelvic floor muscle function, pelvic
floor dysfunction and diastasis recti abdominis: Prospective cohort study. Neurourology and
urodynamics. 2016.
61. Rett MT, Braga MD, Bernardes NO, Andrade SC. Prevalência de diástase dos músculos
retoabdominais no puerpério imediato: comparação entre primíparas e multíparas. Rev bras
fisioter. 2009;13(4).
62. Sperstad JB, Tennfjord MK, Gunvor Hilde G, Ellström-Engh M, Bo K. Diastasis recti
abdominis during pregnancy and 12 months after childbirth: prevalence, risk factors and
report of lumbopelvic pain. Br J Sports Med. 2016;0:1-6.
63. van de Water ATB, D. R. Measurement methods to assess diastasis of the rectus
abdominis muscle (DRAM): A systematic review of their measurement properties and meta-
analytic reliability generalisation. Manual therapy. 2016;21:41-53.
36

APENDICE A- FICHA DE AVALIAÇÃO


1. Identificação Data:______/_______/______
Nome:_________________________________________________________________________
Endereço: ______________________________________ no _______ CEP: ________-_____ Bairro: _________________
Cidade: ________________ Estado: _____ Tel: ( )____________ Cel: ( ) ______________ Raça:_____________
Data de Nascimento:____/____/_______ ( ) anos Profissão:____________________
Realizou ou realiza atividade de carregar peso? sim ( ) não ( ) quanto tempo? __________________
Escolaridade: ( ) Fundamental Incompleto ( ) Fundamental Completo ( ) Médio Incompleto ( ) Médio Completo
( ) Superior Incompleto ( ) Superior Completo ( ) Pós-graduação
Estado civil: ( ) Solteiro, ( ) Casado, ( ) Viúvo, ( ) Separado, ( ) Divorciado, ( ) Amaziado
Renda mensal (salários mínimos): _____________ Religião: ___________
Peso atual: __________ Altura: __________ IMC atual: _______ Classificação: ________________
Circunfência abdominal: _____________________________
Número de gestações: ________ Partos normais: ________ Partos cesáreas: ___________ Abortos: _________
Ganho de peso nas gestações: _________________________ Peso dos filhos: ________________________________
Episiotomia: ( ) sim ( ) não Fórceps: ( ) sim ( ) não
Intercorrências: _______________________________________________________________________________________
Incontinência Urinária referida pela mulher: ( ) S ( ) N
Incontinência Fecal referida pela mulher: ( ) S ( )N
Sintoma de bola na vagina referida pela mulher: ( ) S ( )N
Sabe que existe tratamento fisioterapêutico para tratar IU, IF e prolapso: ( ) S ( )N
já realizou algum tratamento? ( ) S ( )N Se sim, qual? ( ) Médico ( ) Fisioterapêutico
Se não, porque não tratou? _______________________
Considerar ( S ) ( N )
( ) Histórico familiar de IU ( ) IF ( ) Prolapso ( )
( ) Pratica de exercícios físicos atualmente (30 min 3 x semana) Qual: _____________
( ) Constipação intestinal atual
( ) Constipação intestinal prévia
( ) Tosse Crônica ( ) Asma
( ) Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
( ) Etilista - Frequência: ________________
( ) Medicamentos diuréticos
( ) Medicamentos antidepressivos
( ) Tabagista ( ) quantidade por dia ( ) Fuma faz quanto tempo ______
( ) DM1 ou ( ) DM2 ( ) Diabetes mellitus gestacional ( )
( ) Menarca quantos anos___________
( ) Menoupausa quantos anos ____________
( ) Terapia de reposição hormonal atual
( ) Terapia de reposição hormonal prévia
( ) Cirurgias ginecológicas- histerectomia, ooforectomia, miomectomia
( ) Outras cirurgias abdominais – Quais? __________________________________________
( ) Doenças neurológicas? _____________________________________________________
( ) Consumo de cafeína? - Xícaras por dia: ________________________________________
37

APÊNDICE B – Medidas da Diástase Abdominal

MEDIDAS DA DIÁSTASE ABDOMINAL

AVALIAÇÃO
LOCAL 1° MEDIDA 2° MEDIDA 3° MEDIDA MÉDIA
Supra-Umbilical
Umbilical
Infra-Umbilical

REAVALIAÇÃO
LOCAL 1° MEDIDA 2° MEDIDA 3° MEDIDA MÉDIA
Supra-Umbilical
Umbilical
Infra-Umbilical

A DIR será considerada como DMRA a partir dos seguintes valores:


1,5cm na região supra umbilical;
2,7 cm na região umbilical; e
1,4 cm na região infra umbilical
38

APENDICE C- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(TERMINOLOGIA OBRIGATÓRIA EM ATENDIMENTO A RESOLUÇÃO 466/12-CNS-MS)

Título do Projeto A INFLUÊNCIA DO PILATES SOLO SOBRE A DIÁSTASE DO MÚSCULO RETO


ABDOMINAL EM MULHERES NA SÍNDROME DO CLIMATÉRIO: ENSAIO CLÍNICO ALEATORIZADO
CONTROLADO E UNICEGO.

Endereço: Universidade do Sagrado Coração, Rua Irmã Arminda, 10-50, Jardim Brasil, Bauru, SP. CEP:
17011-160. Telefone: 14-997586755
Pesquisador responsável: Prof, Dra Gabriela Marini Prata e discente Elaine Priscila Garcia Silva
Local em que será desenvolvida a pesquisa: Núcleo Prática Faeso Ourinhos S/P

A Sra. está sendo convidada a participar de uma pesquisa chamada: “A INFLUÊNCIA DO MATT PILATES
SOBRE A DIÁSTASE ABDOMINAL NA SÍNDROME DO CLIMATÉRIO: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
CONTROLADO” que irá avaliar o efeito do exercícios chamado Pilates na separação do músculo da barriga e avaliar
se através desse exercícios irá diminuir os momentos de escape da urina, através de um treinamento físico com Pilates
sobre colchonete no chão, a ser realizado em três sessões semanais , de segunda, quarta e sexta feiras, as 15 horas por
doze semanas, totalizando 36 sessões.

A pesquisa consta de algumas perguntas sobre dados pessoais, história clínica, uso de medicamentos, hábitos,
história ginecológica e obstétrica e questionários sobre a perda de urina, de fezes e sensação de bola na vagina. O exame
físico, consta da medida existente entre os músculos da barriga com uma régua e não causa desconforto algum. A coleta
de dados terá duração de cerca de 20 minutos e não será gravada.
Espera-se que com estes resultados seja possível propor melhores estratégias de prevenção e tratamento das
queixas existentes e intervir positivamente da qualidade de vida de mulheres na menopausa.
Esta pesquisa não gera riscos para suas participantes.
Nessa pesquisa não existirão encargos adicionais associados à participação do sujeito.

Confidencialidade
Eu ............................................................................... entendo que, qualquer informação obtida sobre mim, será
confidencial. Eu também entendo que meus registros de pesquisa estão disponíveis para revisão dos pesquisadores.
Esclareceram-me que minha identidade não será revelada em nenhuma publicação desta pesquisa; por conseguinte,
consinto na publicação para propósitos científicos.
Direito de Desistência
Eu entendo que estou livre para recusar minha participação neste estudo ou para desistir a qualquer momento e que a
minha decisão não afetará adversamente meu tratamento na clínica ou causar perda de benefícios para os quais eu
poderei ser indicado.

Consentimento Voluntário

Eu certifico que li ou foi-me lido o texto de consentimento e entendi seu conteúdo. Uma cópia deste formulário ser-me-á
fornecida. Minha assinatura demonstra que concordei livremente em participar deste estudo.

Assinatura do participante da pesquisa:

................................................................................

Data: .................................

Eu certifico que expliquei a(o) Sr.(a) ................................................................................, acima, a natureza, propósito,


benefícios e possíveis riscos associados à sua participação nesta pesquisa, que respondi todas as questões que me foram
feitas e testemunhei assinatura acima.

Assinatura do Pesquisador Responsável:............................................................. ata:.................................


39

ANEXO A - Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) - Versão


Curta

QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA (IPAQ) -


VERSÃO CURTA

42. Quantas horas por dia você prática atividade física ou esporte? _________________ horas
43. Quantos dias por semana você prática atividade física ou esporte? _______ dias por semana
44. Há quantos meses você prática atividade física ou esporte?____________________ meses
45. Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos contínuos
em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por
prazer ou como forma de exercício? _____ dias por SEMANA ( ) Nenhum
46. Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total
você gastou caminhando por dia? horas: ______ Minutos: _____
47. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo menos
10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica
aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no
quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez
aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO
INCLUA CAMINHADA)._____ dias por SEMANA ( ) Nenhum
48. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos,
quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? horas: ____ Minutos: ____
49. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10
minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar
rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou
cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua
respiração ou batimentos do coração.
_____ dias por SEMANA ( ) Nenhum
50. Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos
quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? horas: ___ Minutos: _____
Estas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no trabalho, na escola ou
faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o tempo sentado estudando, sentado
enquanto descansa, fazendo lição de casa visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo
TV. Não inclua o tempo gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.

51. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana? __horas ___minutos
2. Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de semana? ___horas
____minutos
40

ANEXO B - Mini Mental Health Examination

MINI MENTAL HEALTH EXAMINATION

MINI EXAME DO ESTADO MENTAL – MEEM


NOME DO IDOSO:
NOME DO CUIDADOR:
NOME DO ENTREVISTADOR:
DATA:

SOMATÓRIA DOS PONTOS/NOTA DE CORTE SEGUNDO A ESCOLARIDADE:

Obs: Verificar se este instrumento já foi aplicado anteriormente. Se existir um


intervalo superior a 6 meses desde a última aplicação, aplique agora esse
instrumento. Se o intervalo for igual ou menor que 6 meses, não é preciso aplicar
o teste. Neste caso inclua no quadro de pontuação a nota anterior

Nota de corte:
Analfabetos (se souber escrever o nome mas não frequentou a escola) 18 pontos
1 a 3 anos de escolaridade ..................................................................21 pontos ou mais
4 a 7 anos de escolaridade ..................................................................24 pontos
8 anos ou mais ......................................................................................26 pontos ou
mais
Pontuação máxima ..............................................................................30 pontos

Caso a pontuação seja menor que as notas de corte considerando a escolaridade dos
indivíduos, é indicativo de que ele apresenta perdas cognitivas

- Mesmo que o idoso seja analfabeto aplique todas as questões.

Agora farei algumas perguntas e gostaria que você prestasse atenção em cada
uma delas, dando sua melhor resposta.
1) Que dia da semana é hoje?
......................................................................................... □
- Se omitir siga continuamente até concluir as questões.

2) Que dia do mês é hoje?..............................................................................................



3) Em que mês nós estamos?.
........................................................................................ □
4) Em que ano nós estamos?
......................................................................................... □
5) Sem olhar no relógio, diga a hora
aproximada........................................................... □
41

- Considere a variação de mais ou menos 1 hora


6) Em que local específico nós estamos?
.......................................................................□
- Pergunte apontando para o chão que local é este. Ex. consultório, dormitório,
sala, quarto.
7) Que local é este aqui?

................................................................................................
- Apontando ao redor em um sentido amplo, pergunte onde o local específico
se insere. Ex. hospital, casa de repouso, casa própria.
8) Qual é o endereço onde estamos?

..............................................................................
- Considere correto o nome do bairro ou o nome de uma rua próxima
9) Em que cidade nós estamos?
..................................................................................... □
10) Em que estado nós estamos?
.................................................................................... □
11) Eu vou dizer três palavras e QUERO QUE VOCÊ REPITA em seguida
Vaso □ Carro □ Tijolo □
- Fale os três objetos claramente e devagar, dando cerca de 1 segundo de
intervalo entre uma palavra e outra;
- Peça ao idoso para repeti-las;
- Dê 1 ponto para cada palavra repetida corretamente na 1ª. vez. A pontuação
é baseada somente na primeira repetição;
- Se houver erro, deve repetir as palavras até 5 vezes para o aprendizado e
realização do item 13. Registre o número de tentativas:

12) Quanto é 100 menos 7?


-Depois da resposta, pergunte novamente: E 93-7?
-E assim sucessivamente até completar as 5 subtraçoes.
-Se errar, aguarde um momento sem dizer nada, esperando correção
espontânea. Se não acontecer, sem dizer que errou, continue a subtração a
partir do resultado correto. Continue os cálculos até o fim, pois a interferência
deve ser sempre igual.

a) 100-7..........................................(93) □ d) 79-7..........................................(72) □
b) 93-7............................................(86)□ e) 72-

7.........................................(65)□

a) 86-7............................................(79)□

13) Quais foram as palavras que eu pedi para o (a) Sr (a) repetir agora há pouco?
- Peça ao idoso para repetir as três palavras ditas no item 11;
42

- Anote as palavras lembradas, independente da sequência em que foram ditas;

____________________ □ ____________________□ ____________________□

14) O que é isto?


- Pergunte mostrando o relógio;
- Faça o mesmo com a Caneta
Relógio
........................................................................................................................... □
Caneta
............................................................................................................................. □
15) Eu vou dizer uma frase e DEPOIS QUE EU TERMINAR, quero que o Sr(a)
repita: □
- Apenas 1 tentativa
“NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”

16) Eu darei 3 ordens e você só as realizará DEPOIS QUE EU TERMINAR DE


FALAR:
- Arranque a folha em branco que está no final desse caderno, dê os três
comandos e depois dê o papel para o idoso, segurando com as duas mãos.
Pegue o papel com sua mão
direita................................................................................. □
Dobre-o ao meio
............................................................................................................ □
Ponha-o no chão
............................................................................................................. □
17) Leia e faça o que está escrito
................................................................................... □
- Mostre a frase “Feche os olhos” que está escrita no fim deste caderno
- Se em um primeiro momento ele apenas ler, peça novamente para fazer o que
está escrito;
- Caso leia sem fazer o que está escrito considere incorreto

FECHE OS OLHOS
43

18) Escreva uma frase ................................................................................................... □


- Peça para escrever uma frase com começo, meio e fim
- Considere correto se a frase tiver sentido;
- Erros de gramática e ortografia são desconsiderados

19) Copie este desenho ................................................................................................. □


- É considerado correto se ambas as figuras tiverem 5 lados e a intersecção entre
elas;
- Pedir para copiar no espaço em branco da página ao lado;
- Some os pontos e registre no local indicado com a respectiva nota de corte
segundo o grau de escolaridade

Pontuação: Classificação:

ANEXO C - Índice de Kupperman e Blatt - Síndrome do Climatério

ÍNDICE DE KUPPERMAN E BLATT - SÍNDROME DO CLIMATÉRIO

SINTOMAS LEVES MODERADOS INTENSOS


44

SINTOMAS LEVES MODERADOS INTENSOS


ONDAS DE CALOR 4 8 12
PARESTESIA 2 4 6
INSONIA 2 4 6
VERTIGEM 2 4 6
NERVOSISMO 2 4 6
DEPRESSÃO 1 2 3
FADIGA 1 2 3
ARTRALGIA/ MIALGIA 1 2 3
CEFALÉIA 1 2 3
PALPITAÇÃO 1 2 3
ZUMBIDO NO OUVIDO 1 2 3
TOTAL 17 34 51

LEVES - ATÉ 19 / MODERADOS - DE 20 A 35 / INTENSOS - MAIS DE 35


45

ANEXO D – Parecer Consubstânciado do Comitê de Ética em Pesquisa

Você também pode gostar