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Contrato Social e Administração Da Sociedade Limitada
Contrato Social e Administração Da Sociedade Limitada
sociedade limitada
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem, abordaremos questões específicas a respeito de contrato social e
administração da sociedade limitada, entre elas: quais as obrigações dos sócios, o que são sócios
remissos e de que forma se dá a administração de uma sociedade limitada.
Bons estudos.
Como forma de impactar a sociedade com sua estratégia mercadológica, Caio convida os sócios
para uma reunião em que apresentará os rendimentos já obtidos com o empréstimo, que fora
utilizado para aquisição de estoque a um preço baixíssimo, junto aos fornecedores. Caio pretende
demonstrar, com isso, que a sociedade terá um ganho relativo a 30% do faturamento anual com
essa medida estratégica. No dia da reunião com os sócios, Caio apresenta essa estratégia que, após
três meses de implantação, já fez com que a sociedade tivesse um aumento de 7% do faturamento
anual.
A partir do caso apresentado, elabore um relatório que apresente se a decisão de Caio é legal e
poderia ter sido tomada sem a deliberação dos sócios. Para tanto, você deverá dominar as regras
para a administração da sociedade e quais são os impedimentos fixados para o administrador.
Infográfico
Um contrato social e a administração de uma sociedade limitada têm características próprias e
exigem dos sócios determinadas obrigações. Veja o esquema a seguir que apresenta esses
conceitos.
Conteúdo do livro
Uma vez que a sociedade tem por si só natureza contratual, é necessário dominar as características
do contrato social e da administração da sociedade.
Leia mais no capítulo Contrato Social e Administração da Sociedade Limitada que faz parte do livro
Legislação Empresarial Aplicada e é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
LEGISLAÇÃO
EMPRESARIAL
APLICADA
Introdução
A sociedade limitada adquire personalidade jurídica por meio de seu
contrato social, quando devidamente registrado. Por isso, é importante
estudar como acontece a administração da sociedade limitada à luz de
seu contrato social — documento de muita relevância para regular sua
existência jurídica.
Neste capítulo, serão abordadas questões específicas a respeito do
contrato social e da administração da sociedade limitada, entre elas, as
obrigações dos sócios, o que são sócios remissos e de que forma se dá
a administração de uma sociedade limitada.
Por haver dois limites para a responsabilidade dos sócios em uma sociedade limitada,
é interessante constar no contrato social uma cláusula que verse expressamente sobre
a responsabilidade dos sócios. A redação dessa cláusula pode ser a seguinte:
CLÁUSULA SEXTA
Nesta sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas
quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Número de
Nome do sócio quotas Porcentagem Valor (R$)
Quando o sócio não cumpre seu dever de integralizar o capital social, ele
se torna remisso. Nesse caso, a legislação deixa clara a possibilidade de os
demais sócios tomarem a quota do sócio remisso para si “[...] ou transferi-
-la a terceiros, excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver
pago, deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no contrato
mais as despesas” (BRASIL, 2002, documento on-line, art. 1.058). Há de se
considerar que essa conduta é um dever, para o qual está prevista a punição
de responsabilidade solidária na hipótese de descumprimento.
A legislação é bem clara ao acentuar que os demais “[...] sócios são obri-
gados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato
social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação
pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora” (BRA-
SIL, 2002, documento on-line, art. 1.044). Caso não seja integralizado o capital
social de logo, o contrato social deverá dispor sobre como será resolvida essa
situação, prazo etc. Assim, restará demonstrada a situação do sócio remisso,
que deve ser enfrentada pelos demais.
Entretanto, você deve estar atento ao fato de que bens imóveis, para serem
transferidos, podem depender de autorização do cônjuge ou companheiro a
depender do regime de bens. Essa é uma cautela interessante de se chamar a
atenção, pois a integralização desses bens não é uma situação atípica, embora
em geral se prefira moeda corrente.
Também é importante observar que os sócios devem ser qualificados.
Nesse sentido, há uma regra geral que dispõe sobre as sociedades simples,
e não há nada especificamente sobre as sociedades limitadas. De qualquer
forma, devido à sua relevância, importa destacar o dispositivo.
As modificações do contrato social que tenham por objeto matéria indicada no contrato
dependem do consentimento de todos os sócios. As demais modificações podem ser
decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar a necessidade
de deliberação unânime.
Nome empresarial
No contrato social, deverá constar ainda o nome empresarial, acerca do
qual há peculiaridades na sociedade limitada que devem ser observadas,
sob pena de descaracterização de seus traços, a exemplo da incidência de
responsabilidade ilimitada dos sócios. Nesse sentido, o nome empresarial
pode ser tanto a fi rma quanto a denominação, mas é imperativo constar
ao fi nal a palavra Limitada ou a sua abreviatura, Ltda., porque a “[...]
omissão da palavra ‘limitada’ determina a responsabilidade solidária e
ilimitada dos administradores que assim empregarem a fi rma ou a deno-
minação da sociedade” (BRASIL, 2002, documento on-line, art. 1.158,
parágrafo terceiro).
Caso se opte por firma, ela será composta com o nome de um ou mais
sócios, desde que pessoas físicas. A denominação, por sua vez, deve de-
signar o objeto da sociedade, sendo permitido figurar nela o nome de um
ou mais sócios.
Diretoria (ou, como era comumente chamada antes do Código Civil de 2002,
“gerência”) é o órgão da sociedade limitada, integrado por uma ou mais
pessoas físicas, cuja atribuição é, no plano interno, administrar a empresa, e,
externamente, manifestar a vontade da pessoa jurídica. São os administradores
(também chamados diretores) da sociedade, identificados no contrato social
ou em ato apartado.
há um quórum exigido para a sua aprovação, sendo certo que o “sócio não
pode ser substituído no exercício das suas funções sem o consentimento dos
demais sócios, expresso em modificação do contrato social” (BRASIL, 2002,
documento on-line, art. 1.002).
Para designar administradores por meio do contrato social, deve haver
o quórum necessário para realizar a sua alteração. Obviamente, para a ela-
boração do documento que instituirá a sociedade, no qual deve haver uma
cláusula designando o administrador, será necessária a concordância de todos
os interessados.
Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial,
os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, con-
cussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro
nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de
consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da
condenação (BRASIL, 2002, documento on-line).
BRASIL. Lei complementar nº 35, de 14 de março de 1979. Dispõe sobre a Lei Orgânica
da Magistratura Nacional. Brasília, DF, 1979. Disponível em: <https://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp35.htm>. Acesso em: 23 abr. 2018.
BRASIL. Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980. Dispõe sobre o Estatuto dos Militares.
Brasília, DF, 1980. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6880.
htm>. Acesso em: 23 abr. 2018.
BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas fede-
rais. Brasília, DF, 1990. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
L8112cons.htm>. Acesso em: 23 abr. 2018.
BRASIL. Lei nº 8.625, de 12 de fevereiro de 1993. Institui a Lei Orgânica Nacional do Minis-
tério Público, dispõe sobre normas gerais para a organização do Ministério Público
dos Estados e dá outras providências. Brasília, DF, 1993. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8625.htm>. Acesso em: 23 abr. 2018.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF, 2002.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/2002/L10406.htm>. Acesso
em: 17 maio 2018.
BRASIL. Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extra-
judicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Brasília, DF, 2005.
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/
L11101.htm>. Acesso em: 23 abr. 2018.
BRASIL. Lei n. 12.375, de 30 de dezembro de 2010. Altera a Lei no 10.683, de 28 de maio
de 2003; transforma Funções Comissionadas Técnicas em cargos em comissão,
criadas pela Medida Provisória no 2.229-43, de 6 de setembro de 2001; altera a Me-
dida Provisória no 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, e as Leis nos 8.460, de 17 de
setembro de 1992, 12.024, de 27 de agosto de 2009, 10.833, de 29 de dezembro de
2003, 11.371, de 28 de novembro de 2006, 12.249, de 11 de junho de 2.010, 11.941,
de 27 de maio de 2009, 8.685, de 20 de julho de 1993, 10.406, de 10 de janeiro de
2002, 3.890-A, de 25 de abril de 1961, 10.848, de 15 de março de 2004, 12.111, de 9 de
dezembro de 2009, e 11.526, de 4 de outubro de 2007; revoga dispositivo da Lei no
8.162, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. Brasília, DF, 2010. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Lei/L12375.htm>.
Acesso em: 22 maio 2018.
COELHO, F. U. Curso de direito comercial: direito de empresa. 17. ed. São Paulo: Saraiva,
2013. v. 2.
TEIXEIRA, T. Direito empresarial brasileiro: doutrina, jurisprudência e prática. 7. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2018.
Leituras recomendadas
ARRUDA, P. G. e; MENDONÇA, S. B. Equidade entre credores da sociedade limitada:
aplicabilidade da desconsideração da personalidade jurídica e responsabilidade pes-
soal dos sócios. In: CONGRESSO DO CONPEDI, 25., 2016, Curitiba, Florianópolis. Anais
eletrônicos... Disponível em: <https://www.conpedi.org.br/publicacoes/02q8agmu/
s724w721/E5anrMr39R2y37FE.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2018.
BOTELHO, M. M. A eficiência econômica da responsabilidade nas sociedades limi-
tadas: algumas considerações em análise econômica do direito. Revista Brasileira de
Direito Empresarial, v. 2, n. 2, p. 155-176, 2016. Disponível em: <http://www.indexlaw.
org/index.php/direitoempresarial/article/view/1288/pdf>. Acesso em: 23 abr. 2018.
DIÓGENES, C. P.; MATIAS, J. L. N. As restrições ao exercício da administração das socie-
dades limitadas como forma de proteção aos sócios minoritários. Revista Brasileira de
Direito Empresarial, v. 2, n. 2, p. 24-41, 2016. Disponível em: <http://indexlaw.org/index.
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GOMES, F. B. Manual de direito empresarial. 7. ed. rev., atual. e ampl. Salvador: JusPo-
divm, 2018.
[JUCEP]. Modelo de contrato social para sociedade limitada. [201-?]. Disponível em:
<http://jucep.pb.gov.br/servicos-jucep/livros-mercantis/arquivos-livros/2-modelo-1.
doc>. Acesso em: 23 abr. 2018.
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Exercícios
A) Este contrato, que é arquivado para conferir personalidade jurídica à sociedade, não tem a
obrigatoriedade de obedecer ao artigo 997.
B) O contrato, depois de arquivado no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, torna-se público, mas
suas disposições não são de conhecimento comum.
C) Pactos separados, não averbados no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, são eficazes em
relação a terceiros se o seu conteúdo for contrário ao disposto no instrumento do contrato
arquivado.
D) Pactos separados, não averbados no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, são ineficazes em
relação a terceiros se o seu conteúdo for contrário ao disposto no instrumento do contrato
arquivado.
E) Em se tratando de sociedade, cujos objetivos dos sócios hão de ser comuns no âmbito da
sociedade, a lei considera válida a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de
participar dos lucros e das perdas.
2) Para que o contrato da sociedade limitada venha a ser alterado, existem regras básicas,
dentre as quais se inclui a seguinte regra:
A) A alteração relativa aos assuntos do artigo 997, que elenca as cláusulas obrigatórias, seja
aprovada sem o consentimento de todos os sócios.
B) Sempre que subsistir o empate nos votos entre os sócios, o Administrador decide.
C) Sempre que subsistir o empate nos votos entre os sócios, o juiz decide.
D) A saída de sócio da sociedade por meio da cessão total ou mesmo parcial das quotas sociais
pode ocorrer sem a necessidade do consentimento de todos os sócios, além da imperiosa
alteração do contrato social para formalizar e tornar pública a modificação do quadro
societário.
E) O sócio admitido em sociedade já constituída se exime das dívidas sociais anteriores à
admissão.
A) A doutrina costuma atribuir apenas uma obrigação básica aos sócios: a observância do dever
de lealdade.
C) Como decorrência das obrigações dos sócios surge a necessidade de contribuição para
formação do capital social, sendo, porém, proibida a exclusão de sócio remisso que deixa de
integralizar as quotas subscritas.
D) O sócio remisso que não integraliza o capital, mesmo notificado, deve ser constituído em
mora e responder por perdas e danos. O remisso só não pode ser excluído da sociedade.
E) O sócio remisso, ou seja, aquele que subscreve, mas não integraliza sua quota-parte do capital
social, deve ser notificado, nos termos do art. 1.004, do Código Civil, para proceder à
integralização.
4) Por ser a sociedade uma união de pessoas, torna-se necessário haver uma singularidade na
manifestação da vontade, além da representação por parte de um órgão com a necessária
competência para agir em nome da sociedade. Por certo, a manifestação da vontade social
não pode ficar desvinculada de um órgão que tenha a necessária atribuição de poderes para
manifestar tal vontade. Nesse sentido, é correto afirmar que:
D) O administrador não pode delegar de forma plena e ilimitada os poderes que lhe foram
conferidos pela sociedade.
E) Aqueles que assumam a função de administradores não estão necessariamente obrigados a
observar, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e
probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.
B) A lei permite que o administrador faça a oneração ou venda de bens imóveis sem a permissão
fixada no contrato social ou sem a concordância da maioria dos sócios.
C) Em regra, a sociedade não tem como se eximir das obrigações assumidas pelo administrador
dentro dos limites concedidos pelo ato constitutivo.
Por certo, o documento vital da sociedade é um contrato social ou estatuto social. Nesse sentido, lá
constam as regras fundamentais para o funcionamento da vida da sociedade.
Saiba +
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