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5933-Texto Do Artigo-17480-1-10-20160314
5933-Texto Do Artigo-17480-1-10-20160314
INTRODUÇÃO
A diversidade é reconhecida no Brasil em virtude da inclusão, em defesa das
minorias, que sofrem discriminação por pertencerem a grupos diferentes.
Neste contexto, o idoso à luz da legalidade, é reconhecido e amparado por diversas
leis, como a Carta Magna (1988) e o Estatuto do Idoso (2003), que asseguram o direito de
cidadania.
Esse artigo foi elaborado com o objetivo de compreender o processo de inserção
social do idoso, haja vista que o aumento da expectativa de vida da população tem aumentado
e consequentemente, a vida ativa do sujeito também se ampliou.
Neste sentido, o foco deste estudo refere-se à compreensão das condições do idoso no
contexto social atual e os amparos legais existentes, que possibilite sua condição como
cidadão.
As questões sociais referentes aos idosos foram contempladas em diversos
instrumentos legais, e pertence também à diversidade. Mesmo assim, é evidente a fragilidade
da oferta da educação ao tratar e lidar das questões referentes aos idosos, conforme
estabelecido no Estatuto do Idoso. Partindo deste pressuposto, percebe-se a necessidade de
formação do idoso, para que possa exercer sua cidadania e interagir nos diversos segmentos
sociais.
Para responder ao objetivo deste artigo, as investigações foram pautadas em um estudo
qualitativo, tendo como referência a CF (1988), o Estatuto do Idoso (2003) e autores como:
Bulgareli (2004), Brandão (1986), Kachar (2005), Arcuri (2005), Saji (2005), Mantoan
(2003), dentre outros.
A pesquisa comprova a necessidade de ampliação da oferta de formação para o idoso,
visando a total interação do mesmo na sociedade contemporânea para ter o direito de exercer
sua cidadania.
OBJETIVO (S)
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METODOLOGIA
Como metodologia foi utilizada a pesquisa qualitativa, utilizando referenciais de
autores renomados que tratam da problemática abordada como: Bulgareli (2004), Brandão
(1986), Kachar (2005), Arcuri (2005), Saji (2005), Mantoan (2003) entre outros. No Brasil, a
Constituição Federal (1988) e o Estatuto do Idoso (2003), determinam o amparo legal e a
proteção do idoso em todos os aspectos que asseguram qualidade de vida.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O termo diversidade no dicionário Ferreira (2010), refere à qualidade de diverso e
também variedade (em oposição à identidade); multiplicidade que possui uma amplitude
referente às questões de raça, etnia e gênero, a qualquer diferença individual entre as pessoas.
Assim como Barreto; Reis (2011) refere à expressão “diversidade”, tem sido
frequentemente empregada com múltiplos significados: na área social, física, emocional,
ambiental, mas, sobretudo cultural.
Ao mesmo tempo, o termo diversidade pode ser abrangente a ponto de considerar
todas as particularidades de um indivíduo, dependendo da capacidade que se tem de separar
os grupos dentro de uma sociedade, a sua definição pode ficar restrita, considerando-se apenas
um grupo formado por maioria e outro formado pelas minorias. (SAJI, 2005).
Entende-se que é um campo de fragilidades sociais, visto que dependendo do
contexto de análise, pode servir de conflitos na separação de grupos dentro da sociedade.
Contudo, no Brasil, existem diretrizes legais para esclarecimento sobre a diversidade.
A diversidade representa a existência de sujeitos à margem da sociedade e excluídos
pela condição da diferença, que por tempos foi considerada deficiência, o que corresponde a
desigualdade.
Conforme Bulgarelli (2004, p. 07),
[...] a abrangência do conceito de diversidade como valor fortalece e se
fortalece com o movimento de Responsabilidade Social Corporativa porque,
além de tudo, está identificada com os interesses legítimos da sociedade e
contribui para a superação de desigualdades intoleráveis geradas pela
discriminação arbitrária, sem justificativa, injustas, portanto.
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humana; no artigo 3º, estipula em seus objetivos promover o bem de todos, sem preconceito
ou discriminação para qualquer sujeito independente da idade do cidadão.
São fundamentos do Estado Democrático; a cidadania e a dignidade da pessoa
humana. Além dos amparos legais supracitados, tem-se nos países democráticos, a Declaração
dos Direitos Humanos que reforça as leis, como também, apresenta algumas especificidades
aos idosos.
Realçando o estabelecido na Carta Magna de 1988 temos, em seu artigo nº 229, a
obrigatoriedade de amparo dos filhos maiores aos pais na velhice, carência ou enfermidade;
no artigo nº 230 determina que a família, a sociedade e o estado têm o dever de amparar o
idoso, garantindo a participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar,
direito à vida, garantindo sua cidadania.
Estudos de Braga (2005) referem-se à Constituição Federal de 1988, como resultante
de organização e reivindicações de direitos por parte dos idosos que ganhou repercussão
social.
Conforme autora Braga (2005, p.108),
[...] a referência ao idoso não consiste apenas na longevidade, mas ao
envelhecimento com dignidade, respeito, proteção e inserção social, confere
também o direito a igualdade junto às demais pessoas e ressalta a
importância do direito a cidadania, assim como as condições em promover,
conservar capacidade de analisar e compreender a realidade política e social,
criticá-la e atuar sobre ela e provê seu próprio sustento.
Assim sendo, para que o idoso consiga estabelecer algumas necessidades básicas, são
necessárias para a efetivação da plena cidadania formação e acessibilidade aos recursos
existentes na sociedade hoje no meio comunicacional. Esta é uma realidade no Brasil que
necessita de ações e intervenções, pois, o número de idosos analfabetos ou de baixo
letramento, ainda é expressivo no país, sendo mais acentuado em algumas regiões.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o
grupo de idosos de 60 anos ou mais será maior que o grupo de crianças com até 14 anos já em
2030 e, em 2055, a participação de idosos na população total será maior que a de crianças e
jovens com até 29 anos. Os dados apontados pelo censo referentes ao envelhecimento têm
crescido significativamente nos últimos anos.
Um número importante para entender o crescimento da população idosa é a
razão de dependência total, que leva em conta o quociente de pessoas
economicamente dependentes e o de potencialmente ativas, dividido entre
dependência de jovens e dependência de idosos. Entre 2002 e 2012
aumentou de 14,9 para 19,6 a razão de pessoas de 60 anos ou mais para cada
grupo em idade potencialmente ativa. A expectativa é que esse número
triplique nos próximos 50 anos, chegando a 63,2 pessoas de 60 anos ou mais
para cada 100 em idade potencialmente ativa em 2060. (IBGE, 2010).
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Assim confirma (BRAGA, 2005, p. 134). "Deve ser efetivamente assegurado a todo
idoso, o direito de associação e convívio, garantindo a participação no processo de produção,
reelaboração e fruição dos bens culturais, educacionais e sociais".
Outros estudos apontam e confirmam a posição da autora no que confere ao idoso, tais
como Moraes (2007, p. 805) que acrescenta que:
O Estado tem obrigações com o cidadão da terceira idade, que é o absoluto
respeito aos direitos humanos fundamentais e que resguarde a dignidade
humana nos aspectos individual como comunitário, espiritual e social,
relaciona-se diretamente com a previsão constitucional de consagração da
dignidade da pessoa humana.
Neste contexto, ter mais de 60 anos representa diversos desafios, sobretudo no que se
refere à inclusão de novos saberes neste novo mundo digital, onde todos têm um papel
predefinido a desempenhar até os 50 anos, pois após esta etapa os papeis se tornam obsoletos.
[...] em nossa cultura não existe a ideia clara do ciclo da vida, recebemos um
intenso treinamento para apenas a metade dela. Temos um “script” social
muito claro a seguir até a idade de 50 anos. Quanto a isso não há dúvida.
Mas depois de ter cumprido os deveres, por assim dizer (estudar, se
profissionalizar, casar, ter filhos, se aposentar, etc.) o que fazer com os
próximos 10, 20, 30 ou 40 anos de existência? Onde está a orientação sobre
essa etapa da vida humana que doravante, será o tempo mais longo de nossa
existência? (ARCURI, 2005, p. 14).
A autora nos faz refletir sobre a necessidade de rompermos com estereótipos que a
sociedade nos impõe a todo momento sobre a velhice, lançando questionamentos sobre nossos
próprios conceitos e nos encorajando a abandonar uma visão antiga. Incentiva ainda, a prática
de ideias e ações socializadoras, considerando essa nova forma de enxergar e tratar a velhice
um grande desafio que a modernidade propõe ao homem.
Kachar (2005) afirma que é preciso
[...] considerar e destacar a face da velhice que não seja só associada a um
tempode aposentar-se, de doenças e de declínio de capacidades e
potencialidades, pois dependerá do processo existencial de cada indivíduo, já
que o envelhecimento é resultado de uma trajetória de vida. (KACHAR
2005, p. 134).
Neste sentido, como propõe ambas as autoras, a velhice deve ser considerada como
resultado de uma vida influenciada pelas questões sociais e não como sinônimo de declínio e
inutilidade.
Essas reflexões sobre a velhice e as questões sociais que implicam o papel social do
idoso nos remetem à necessidade à formação voltada para o idoso, uma vez que o aumento da
expectativa de vida da população que requer a oferta de oportunidades da inclusão social para
este público que hoje representa a minoria, mas cuja tendência é aumentar no futuro bem
próximo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O aumento da expectativa de vida da população brasileira evidencia o crescimento da
população idosa. Consequentemente, surgem as questões sociais referentes ao envelhecimento
que ocasionam a exclusão e isolamento social do idoso.
Apesar do amparo, via instrumentos legais, os problemas sociais que são eminentes
na vida social do idoso, tais como a aposentadoria, o isolamento social, a diminuição da renda
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financeira, a perda do status e do prestígio social, assim como a dependência dos familiares
tendem a aumentar, pois ainda prevalece a crença da improdutividade na velhice.
A oferta de formação voltada a esse público é muito restrita, prevalecendo o
analfabetismo e o baixo letramento que geram a exclusão social do idoso.
Sendo assim, é preciso implementação de políticas públicas voltadas para a formação
do idoso, tanto nos aspectos de letramento como de apropriação das tecnologias, uma vez que
estão inseridos num universo tecnologisado e cada vez mais, chegam à velhice ativa, com
perspectivas de produtividade.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a oportunidade de participar deste evento que oportuniza para todos os
discentes, docentes e pesquisadores à possibilidade de partilhar e socializar conhecimentos
que enriquecem o universo acadêmico e a sociedade. Agradeço ao fomento por meio da
FAPEG que tem possibilitado a continuidade de formação.
REFERÊNCIAS
ARCURI, I. G. Velhice: da gerontofobia ao desenvolvimento humano. In: CÔRTE, B.;
MERCADANTE, E. F.; ARCURI, I. G. (org.) Velhice, envelhecimento e
complex(idade).São Paulo: Vetor, 2005, p. 35-56.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense. 1986. (Coleção
Primeiros Passos: 20).
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. (2003).
Estatuto do idoso. Brasília. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em 05/01/2015.
GUIDI, M.L.M. & Moreira, M.R.L.P. Rejuvenescer a velhice: Novas dimensões da vida.
Brasília. DF: Universidade de Brasília, 1996.
MERCADANTE, E. Comunidade como um novo arranjo social. Rev. Kairós, v.5, n.2,
2002.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.