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www.maissemanario.pt • Diretor: Virgílio Tavares • Sai às quartas • 21 fevereiro 2024 • Preço Avulso: 1,50€ • Ano 12 • Nº 563

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CMPV
ENTREVISTA
“Criámos
as Correntes
d'Escritas
para promover
o livro e a leitura”
Inscrições Página 12 e 13
abertas

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Festa ‘Os Dias no Parque’ de 2024 alargada
a mais terreno para tendas e palco Página 4

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ENTREVISTA
Ex-diretor da
Escola de Beiriz
destaca qualidade
• O evento no mês de junho terá uma nova configuração do ensino
profissional
Página 6 e 7

DESPORTO VILA DO CONDE


Varzim vence Novos SOCIEDADE
no campo passadiços Sócios do Leões
e fica privado deixam receosos da Lapa escolhem
de autocarro ambientalistas novo presidente
Página 16 Página 21 Página 8
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2 MAIS/Sociedade Quarta-Feira • 21 fevereiro 2024 • www.maissemanario.pt

Marcha de Coesão junta uma centena


de militares da Escola dos Serviços
Mais de uma centena de militares da Escola dos Serviços, localizada na freguesia de Beiriz, participaram na sexta-feira na Marcha de Coesão, a
primeira sob comando de Carlos Guedes, recente empossado como comandante da unidade
A marcha, com um percurso de 14 quilómetros,
começou no quartel da Escola dos Serviços,
local onde também terminou a atividade, que
contou com passagens por vários pontos dos
concelhos da Póvoa de Varzim e Vila do Conde.
Os militares percorreram, entre outros lo-
cais, a marginal que faz a ligação entre as duas
cidades, estradas e caminhos palmilhados
“aprofundando a proximidade junto das comu-
nidades da Póvoa de Varzim e Vila do Conde”,
sublinhou o comandante.
Para o coronel, o objetivo da iniciativa foi
para “potenciar os índices de moral e bem-es-
tar, camaradagem, coesão, espírito de corpo e
condição física dos militares da Escola dos Ser-
viços e dos militares pertencentes às diversas
Unidades do nosso Exército de Portugal Conti-
nental e Ilhas, que se encontram em formação
nesta Escola”.

Câmara da Póvoa apresenta


novo projeto social que prevê
chegar a 20 mil pessoas
Já está em atividade o Plano de Ação das Operações Integradas dos Ter-
ritórios de Intervenção (PAOITI) da Póvoa de Varzim. O salão nobre da
Câmara Municipal da Póvoa de Varzim foi o cenário para a apresentação
do novo projeto social
A Área Metropolitana do Porto, no âmbito do e Participação vai ser desenvolvida na opera-
Programa de Recuperação e Resiliência PRR, ção “É bom Viver no Bairro” e na operação “Pó-
elaborou o Plano de Ação das Comunidades voa de Varzim Potencia Literacias”; a Inclusão
Desfavorecidas, no qual se verificam objetivos e Intervenção Social tem como operação “Mar
comuns com o PAOITI da Póvoa de Varzim. para todos”. Estes projetos vão ser desenvolvi-
Desta forma, o município da Póvoa respondeu dos durante dois anos e, no final, vai ser feita a
ao convite da AMP de forma positiva e, em Gestão, Monitorização e Avaliação de todos as
estreita parceria com os municípios de Mato- ações que vão ficar documentadas no Guia de
sinhos e de Vila do Conde, integrantes da Uni- Boas Práticas da UTL Litoral Norte.
dade Territorial Local Litoral Norte, apresen-
taram respostas de proximidade e articuladas Projeto de literacia
para minimizar as diferentes vulnerabilidades e saúde mental
das comunidades.
O PAOITI da Póvoa de Varzim nasceu do Na sessão de apresentação do plano esteve
trabalho do pelouro da Ação Social em con- a vereadora da Câmara Municipal, Andrea
junto com entidades e agentes locais, através Silva que afirmou ser um projeto “que visa a
da implementação e execução de operações verdadeira inclusão e coesão territorial e que
individuais divididas em 4 eixos de interven- vai abranger a população da Póvoa de Varzim,
ção: Saúde e Envelhecimento Ativo; Cidadania desde idosos a jovens, vamos conseguir chegar
e Participação; Inclusão e Intervenção Social e as várias faixas etárias”. Para a autarca da Coe- projeto que tem capacitado os técnicos da área beneficiários diretos dos 4 eixos de intervenção
Gestão, Monitorização e Avaliação. são Social, “é muito bom receber o feedback da saúde, os professores para que possam sa- do PAIOTI venham a ser 7300 e beneficiários
A Saúde e Envelhecimento Ativo vai ter como que tem sido muito positivo”, uma vez que es- ber como lidar com algumas situações no dia- indiretos 20 mil. Estes números foram divul-
operações “Póvoa de Varzim promove Afetos tão a ser desenvolvidas algumas ações, como -a-dia”. gados pela vereadora da Coesão Social, que
em casa” e o “AtivaMENTE- Projeto de Promo- por exemplo, do projeto Ativamente que “é um Visto tratar-se de um plano do PRR o inves- “pretende que sejam abrangidas muitas mais
ção de Literacia em Saúde Mental”; a Cidadania projeto de literacia e saúde mental, que é um timento vai ser de 5 milhões e estima-se que os pessoas, se tal for possível com este trabalho”.
www.maissemanario.pt • 21 fevereiro 2024 • Quarta-Feira MAIS/Sociedade 3

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Cresce número de utentes
vindos através do projeto
“Ligue Antes Salve Vidas”
A segunda fase do projeto “Ligue Antes, Salve Vidas”, que está a decorrer
na ULSPVVC desde 16 de janeiro, tem tido um feedback positivo, quer da
parte dos profissionais de saúde, quer da parte dos doentes

Segundo informações avançadas pela SIC Notí- Aumento dos referenciados


cias, na semana passada, no hospital da Póvoa são através da linha
de Varzim, 90% dos utentes que passaram pela
urgência tinham sido referenciados. Nota-se O presidente da Unidade Local de Saúde da
também que com o projeto “Ligue Antes, Salve Póvoa de Varzim e Vila do Conde, Gaspar Pais,
Vidas” há menos casos voluntários a passarem afirmou à SIC Notícias alguns números das úl-
pela urgência e mais casos que são encaminha- timas semanas: “ao início tínhamos 9% de uten-
dos pela linha SNS 24. tes encaminhados pela linha e agora é perto dos
Os utentes confessam que a mudança tem 50%. O objetivo é que venham referenciados
vantagens e que não custa assim tanto ligar pri- pelo CODU, linha SNS 24 ou CSP. Na última se-
meiro, antes de tomar a decisão percorreram, mana foram 87%”.
entre às urgências. Para além de não se entupi- Ainda assim, há exceções a esta regra que vi-
rem as urgências, há também uma melhor ges- gora há mais de um mês: é obrigatória a avalia-
tão e controlo da triagem, do tempo de espera e ção no serviço de urgência a utentes acamados
dos horários marcados. ou em cadeira de rodas, utentes com 70 anos
Neste momento, um utente que entre nas ou mais, vítimas de agressão, grávidas, utentes
urgências com pulseira verde ou azul deixa de com hemorragias gastrointestinais ou vaginais,
ser atendido na urgência e é obrigatoriamente utentes com queimaduras profundas e super-
encaminhado para o centro de saúde. No cen- ficiais, utentes com antecedentes de doença
tro de saúde tem, depois, consulta no próprio oncológica ativa, doença cursando com imu-
dia ou no dia seguinte. Nos 14 centros de saúde, nossupressão, doença renal crónica ou doença
tem havido diariamente 165 vagas para consul- arterial periférica, entre outros casos. Todas
ta aberta, no entanto este número é ajustado à as exceções podem ser consultadas na portaria
procura. 438/2023, publicada a 15 de dezembro.
4 MAIS/Política Quarta-Feira • 21 fevereiro 2024 • www.maissemanario.pt

Dias no Parque deste ano com mais


terreno para tendas e palco
Três parcelas junto à Rua do Parque da Cidade vão ser expropriadas, para ser possível o alargamento da zona do Parque da Cidade da Póvoa de
Varzim, foi adiantado em reunião do executivo realizada na terça-feira (dia 20). O presidente da Câmara Municipal explicou que este alargamento
servirá, também, para ampliar o espaço da festa dos Dias no Parque
“Até já está adjudicada uma obra para dupli- que é colocar uma nova rotunda, expropriando
carmos a zona onde se montam as infraestru- duas casas, uma a nascente e outra a poente, e Mais tendas e palco serão instalados nos terrenos a poente do parque de estacionamento
turas para a realização da festa. Quer sejam as os respetivos terrenos e logradouros”.
barracas onde as diversas associações têm a “O prolongamento da Via B é uma obra que
sua participação, quer também para o aumento foi notícia porque nós votámos contra a cons-
da área disponível para todos, porque a deter- trução de um viaduto de 400 metros que a
minadas horas é muito difícil circular naquele empreitada custa 2.240.000 euros, o que nos
espaço”, disse Aires Pereira. pareceu um valor manifestamente exagerado
Segundo o autarca, “estamos a fazer uma para o benefício que, em termos de circulação
adaptação que, ao fim ao cabo, iríamos dupli- de tráfego, esse viaduto venha trazer à circula-
car a área para mesas, para guarda-sóis e para ção da Via B para norte”, contextualizou o ve-
a área das nossas associações, para termos to- reador, indicando que, com esta alteração ago-
dos mais espaço. Aquele palco, que é o chama- ra anunciada, “esta rotunda vem de facto trazer
do palco pequeno, irá passar para a zona sul, uma mais-valia, mas também vem trazer um
para um destes terrenos onde estamos agora acréscimo de custo. Uma vez que, para expro-
a fazer esta intervenção”, adiantou. Esta obra priar, estamos já a gastar mais 242.518 euros,
“tem de ser possível este ano”. isto se não houver reclamação dos expropria-
Para João Trocado, vereador do Partido So- dos em tribunal, que poderá eventualmente até
cialista, esta expropriação “parece-nos que agravar bastante este valor”.
faz todo o sentido”. O vereador adiantou que Mais “o custo de aquisição de todos os ou-
a aquisição dos terrenos “terá um custo de tros terrenos a Norte” para fazer o viaduto e
336.350 euros”. os trabalhos a mais, visto que a construção da
rotunda não estava prevista no contrato, “facil-
Alteração do projeto mente chegaremos aos 3 milhões de euros para Obra de melhoria “dentro dos aqueles que precisam de se deslocar entre
de conclusão construir 400 metros de estrada”, disse. de pouco tempo” na rotunda o Norte e o Sul do concelho”, disse e completou:
“Poderá ser uma mais-valia se a rotunda “Esta rotunda é uma melhoria da obra inicial”.
do prolongamento da Via B funcionar, mas não nos esqueçamos que a Câ- da entrada na cidade O autarca aproveitou o momento para reve-
Também na reunião de Câmara, foi apresen- mara já operou uma alteração numa rotunda e Sobre o aumento do custo desta obra, Aires lar que a grande rotunda em formato oval, na
tado um processo de expropriação que resulta não correu muito bem. Neste caso, tudo indica Pereira afirmou que “a obra não está cada vez entrada da cidade, "também vai ter uma inter-
de uma alteração ao projeto relativo às poucas que poderá correr bem. O desenho em projeto mais cara. A obra tem o custo que resulta das venção de melhoria dentro de pouco tempo”,
centenas de metros que faltam terminar no parece estar correto. No fundo, queremos re- opções que foram feitas e das imposições que avançou Aires Pereira, “porque, com a conclu-
prolongamento da Via B. Como explicou João forçar, e fizemo-lo, o nosso voto contra neste nos foram também determinadas”. “Irá resul- são desta obra que estamos a fazer, mais pes-
Trocado, foi feita uma “alteração ao projeto projeto”, indicou. tar, no fim, numa obra que possa concluir esta soas utilizarão, para quem vai deslocar-se para
circular alternativa à Estrada Nacional 13, e Norte e, portanto, vamos criar uma saída só
ARQUIVO DR

que estou perfeitamente convicto que será uma para o Norte nessa rotunda”. O novo acesso irá
grande mais-valia para o concelho e para to- em breve entrar em obras.

Moradias (à esquerda e à direita) serão demolidas para nascer nova rotunda da Via B Rotunda em formato oval terá uma nova saída para Norte

Aprovado contrato-programa contrato-programa: nesse ano e em de Cultura, seja do Desporto, caso Por outro lado, Aires Pereira disse que
2022, os contratos foram de 900 mil dos campos de treino do parque da “as críticas de Partido Socialista variam
de 1 milhão euros, e em 2023 foi de 1,3 milhões. cidade, por exemplo, que são geridos com as pessoas. Porque já tivemos
para a Varzim Lazer O vereador reiterou a posição do diretamente pela Câmara Municipal. vereadores do Partido Socialista aqui
PS quanto ao assunto: “a forma de Não precisaram de uma empresa na Câmara que estavam completamente
Foi aprovado em reunião de Câmara gestão criada através da empresa municipal para gerir esse equipamento”, de acordo, até há um ex-vereador que
o contrato-programa com a empresa municipal não é adequada. Poderiam disse, e acrescentou que “continuamos a ainda continua a ser administrador da
municipal Varzim Lazer, no valor de 1 ser serviços municipalizados, poderia assistir a uma não melhoria, neste caso, Varzim Lazer, que parece que às vezes
milhão de euros. Lembre-se que desde ser internalizado no município, como até uma pioria em termos de exploração os senhores vereadores do Partido
2021 que a Varzim Lazer funciona por são, aliás, outros equipamentos, seja desta empresa”. Socialista se esquecem disso”.
www.maissemanario.pt • 21 fevereiro 2024 • Quarta-Feira MAIS/Publicidade 5
6 MAIS/Entrevista Quarta-Feira • 21 fevereiro 2024 • www.maissemanario.pt

Escola de Beiriz “conseguiu demonstrar que o ensino


profissional pode e deve ser uma via de grande qualidade”
Depois de um percurso profissional de mais de quatro décadas, que passou pelas cadeiras de professor, secretário de Estado do Ensino Básico e
Secundário e, nos últimos sete anos, de diretor do Agrupamento de Escolas Campo Aberto, de Beiriz, João Grancho aposentou-se. Em entrevista
ao MAIS/Semanário, refletiu sobre os últimos anos da sua carreira e sobre a Educação na Póvoa de Varzim e no país
Nos últimos sete anos, esteve à futuro? vai contar com a sua colabora-
frente do Agrupamento Campo Estará necessariamente preparada ção?
Aberto. Agora, que já deixou de para o futuro. Precisa ultrapassar Naturalmente que sim, é evidente
exercer essa função, sente sau- uma dificuldade que tem a ver com que não vou andar por aí no Agru-
dades? a distância em relação ao centro. pamento, como é óbvio, mas todos
Naturalmente. Eu deixei a função Haver outros polos de interesse na aqueles que passam por Beiriz, assim
por motivo de aposentação, com- própria zona onde se integra, atra- dito porque era o nome por que era
pletei o tempo necessário, quer vés da melhoria dos transportes. Já conhecido o Agrupamento, jamais se
em idade, quer em tempo de ser- se consolidaram alguns passos nesse desligam dele. Eu tive essa sorte de,
viço. Obviamente que os sete anos sentido, mas precisamos, de facto, de no termo da minha função no ativo,
em Campo Aberto, Beiriz, Agru- melhorar todo o acesso ao próprio ter vindo parar a este Agrupamen-
pamento para o qual eu concorri, Agrupamento. Tanto mais que este to. E claro, uma vez em Beiriz, toda
foram e serão sempre um marco Agrupamento até foi dos que menos a vida em Beiriz, sem interferir na-
na minha vida profissional. Aliás, sofreu a diminuição do número de turalmente com aquilo que cabe em
eu tive a feliz sorte de percorrer alunos. Não foi através do contribu- termos de trabalho a quem vier a
todo o sistema educativo, desde a to de imigrantes. Foi através daquilo seguir.
sala de aulas a exercício de várias que é o reconhecimento e a atrativi- Como surgiu a oportunidade
funções dentro da educação, e não dade do próprio Agrupamento. Isso de vir para Beiriz, até porque já
poderia esperar um termo de ativi- também nos deixa satisfeitos. tinha exercido um cargo gover-
dade profissional tão bom quanto Por ser um agrupamento que nativo?
aquele que me foi proporcionado envolve três freguesias, há al- O meu percurso profissional come-
no próprio Agrupamento Campo guma diferenciação por estar- ça, exatamente, numa sala de aula,
Aberto. mos a falar de três localidades em Baião, Marco de Canaveses, Al-
Um Agrupamento que tem uma diferentes? justrel, Mafra e por aí fora, e acabo
tradição, uma identidade própria, São diferentes, mas acho que, se al- naturalmente também numa escola.
tem um processo de evolução que gum mérito houve, e houve bastan- Mas, em todas as funções que tive
é reconhecido, e essa era a primei- tes com certeza da parte dos profes- oportunidade de desempenhar, sen-
ra responsabilidade: manter essa sores e de toda a estrutura que gere ti-me bem no trabalho desenvolvido.
imagem do próprio Agrupamento e, o Agrupamento, nomeadamente as Foram oportunidades de vida que fo-
depois, conseguir, através de algu- lideranças intermédias, os corredo- ram acrescentando não só conheci-
mas iniciativas para as quais pude res do estabelecimento do primeiro mento, mas também, acima de tudo,
contar com todos os professores e ciclo, pré-escolar, foi ganhar este capacidade para poder olhar para o
todos os funcionários, para con- sentido de corpo, de unidade. Os pró- sistema como um todo.
tinuarmos a fazer um caminho de prios autarcas, presidentes de Junta Eu percorri todas as áreas do sis-
qualidade. de Freguesia, sempre estiveram dis- tema educativo, seja no plano mais
É evidente que, após este tempo, poníveis e nós sempre conseguimos dentro da sala de aula, seja naquilo
levo na alma aquilo que consegui que olhassem para o Agrupamento que eram funções de tutela. E nessa
viver e experienciar no próprio agru- como uma unidade só. Não sentimos circunstância, o que eu consigo ver
pamento, ficou marcado. qualquer diferença. Naturalmente hoje acrescentou valor, mas há algu-
O que mais o marcou durante que há diferenças no nível económi- mas coisas que nós precisávamos de
estes sete anos? co e social, mas que nós conseguimos refletir no âmbito da Educação.
É difícil escolher uma das áreas ou esbater com a ajuda, nomeadamente, Não vou entrar muito por aí, mas
um dos domínios, mas acima de da autarquia, do Município particu- o próprio modelo de gestão carece de
tudo, com os professores que são de larmente, mas também das Juntas uma alteração, particularmente com
excelente qualidade e com os funcio- muito da cidade e do concelho. no Agrupamento, porque ali não há de Freguesia. esta descentralização que houve para
nários que também primam pela sua Quando ouve mensagens sobre diferenciação entre aquilo que é a Com a sua aposentação, qual é as escolas. É necessário libertar mais
qualidade e empenho, procurou-se a vossa qualidade do ensino chamada via regular e a via profis- o processo de escolha do novo os diretores, os órgãos de gestão e os
que houvesse sempre rigor, exigência profissional, nomeadamente sional. diretor? próprios professores daquilo que são
e capacidade de ultrapassar as difi- na restauração e turismo, o que Procuramos sempre integrar todo Seguir-se-á um processo concursal. tarefas meramente administrativas,
culdades, e depois também um pou- sente? esse processo de aprendizagem como Terão 90 dias para concluir o pro- financeiras, para que cuidem mais
co de inovação. Se nós pudéssemos aceder a todos os sendo um processo evolutivo. O mes- cesso de eleição ou de seleção do pró- da componente pedagógica, cultural,
O que marca efetivamente foi toda pedidos, convites que nos são feitos, mo se dirá em termos de orgulho do ximo diretor ou diretora. Portanto, que é um fator extremamente impor-
esta população escolar, toda esta co- os alunos [dos cursos profissionais] trabalho que é feito na integração direi que até final de abril, no limite, tante.
munidade escolar, particularmente teriam para aí 1/3 das aulas que são de alunos com necessidades espe- as coisas estarão resolvidas e outro Por outro lado, também é preci-
os alunos e as famílias, e os professo- necessárias e prestariam serviços cíficas. Seremos, talvez, a escola ou diretor ou diretora virá particular- so voltar a olhar para aquilo que é o
res, e destacando uma pequena parte à comunidade. Porque de facto são agrupamento mais procurado para mente para abraçar um outro projeto atendimento ao nível dos alunos com
do agrupamento, mas importante, bons, têm excelentes profissionais responder aos alunos com algumas transformador, que serão as obras de necessidades específicas, e depois a
aquilo que é a qualidade dos nossos docentes e técnicos que os acompa- características, nomeadamente, que requalificação da própria Escola Bá- própria forma como o Estado olha
alunos dos cursos profissionais. Pen- nham. É um orgulho muito grande, precisam de medidas adicionais, e sica e Secundária, que era algo que para as escolas, isto é, é preciso que a
so que aqui se conseguiu demonstrar porque em todos os eventos de re- nós temos tido uma grande capaci- gostaria que tivesse iniciado já há al- dita autonomia, que teve a sua inter-
que o ensino profissional pode e deve ferência no concelho e não só, há dade de inclusão efetiva e ao nível da gum tempo. Aliás, foi uma das ideias rupção quando cessaram os contra-
ser uma via de grande qualidade, de sempre convites para que os alunos educação. Dos professores da edu- primeiras desde que assumi funções tos de autonomia, seja devolvida às
grande exigência. Aliás, todos os alu- estejam presentes. A sua presença é cação especial, também temos um no Agrupamento, que vim acalentan- escolas. E isso é um dos aspetos que
nos que por lá passam sofrem uma sempre reconhecida. A qualidade do excelente corpo docente e, claro, as do essa esperança, e também essa têm de ser particularmente olhados
transformação muito grande, quer a trabalho também é reconhecida. Isso famílias reconhecem. necessidade. com muita atenção.
nível pessoal, quer a nível profissio- deixa-nos um grande orgulho a todos É uma escola preparada para o Mas com certeza que quem vier Isto para não falar da formação
nal, e é reconhecida pela comunida- a seguir terá, quanto mais não seja, inicial de professores, enfim, há todo
de a sua qualidade.
Em tudo o mais, dentro daquilo
Outro diretor ou diretora virá esse desafio. Mas para todos os pro-
fessores que exercem funções no
um quadro, mas eu não queria entrar
nesse campo das políticas educativas
que é o quadro económico-social
que forma o próprio agrupamento,
particularmente para abraçar um Agrupamento e para todos os fun-
cionários, será também um novo
de uma forma muito profunda.
Foi importante o facto de ter
conseguiram-se ganhos em termos
de qualidade e de sucesso. Natural-
outro projeto transformador, que serão desafio. E isso é que faz avançar todo
o tipo de organizações e, neste caso,
sido governante e já trazer al-
gum conhecimento daquilo que
mente, há ainda muito por fazer. as obras de requalificação da própria a própria escola e o próprio Agrupa- se passa no Governo e nas esco-
A escola, na vertente do ensi- mento. las, no sentido de trazer outras
no profissional, aproximou-se Escola Básica e Secundária em Beiriz Quem avançar para a Direção ideias para Beiriz?
www.maissemanario.pt • 21 fevereiro 2024 • Quarta-Feira MAIS/Entrevista 7

Eu diria que, se calhar, o processo


de entrada em governos devia ser ao
contrário. Eu, por acaso, tinha essa
experiência, conhecia muito bem o
sistema. O facto de ter vindo de onde
vim, veio dar alguma capacidade de
intervenção, de gestão, de organiza-
ção do próprio sistema, verificar que
muito daquilo que o próprio sistema,
a nível central, pensa, não é muitas
vezes exequível a nível das próprias
escolas, mas, por outro lado, reco-
nhecer que, das várias funções que
desempenhei, esta terá sido talvez a
mais desafiante.
Porque a dinâmica do dia-a-dia,
aquilo que é a realidade de cada alu-
no no seu dia-a-dia, dos professores,
o seu empenho inquestionável, o
empenho de todos os funcionários,
tudo isso é uma realidade que muda
todos os dias, enquanto um quadro
de políticas educativas dita as suas
políticas e depois vai-se fazendo o
processo de avaliação. Aqui a avalia-
ção é diária, é hora a hora, instante a
instante, e nós temos de saber lidar resolvido, é a componente mais bu- que não se faça a avaliação do siste- Como é óbvio. Isto foi o meu mundo funcionários, vamos ter problemas.
com essa dificuldade. rocrática, mais ligada à componente ma e se acompanhe a sua evolução, durante 43 anos e meio. Pelo menos Não é possível pensar-se num sis-
Mas sim, todo o cúmulo de expe- administrativa, financeira, que, sin- mas há muita coisa que poderia e enquanto tiver faculdades para o efei- tema educativo a funcionar com qua-
riências que tive, desde presidir a ceramente, um diretor ou um órgão deveria ser alijada da responsabili- to, é claro que vou falando com vários lidade, com aquilo que são os desa-
associações profissionais, trabalhar de gestão e os próprios diretores da dade dos diretores e da equipa que colegas no ativo. Nestes 15 dias que fios, desde logo o primeiro, a falta de
com alunos, já na altura, como se questão e os próprios elementos das o acompanha, para que se pudesse levo de aposentação, vamos trocando professores. Têm de ser encontradas
dizia, com necessidades educativas lideranças intermédias, podiam ser entrar em questões mais de natureza ideias, conversando, sem interferir soluções imaginativas para resolver
especiais, percorri tudo isso e, claro, dispensados disso. Há muita coisa pedagógica. ativamente em todos os processos. esse problema. Não vou dizer qual
ajudou bastante. que é pedida aos professores para Agora numa fase de vida nova, Estão no horizonte outros pro- é o meu pensamento neste momen-
Aquilo que incomoda mesmo, no responder a questões e a plataformas aposentado, a Educação vai jetos? to, porque também já não tenho in-
sentido de trabalho que poderia ser e coisas da tutela. Isto não quer dizer sempre acompanhá-lo? Eu nunca fiz cálculos para qualquer fluência nesse campo, mas é um dos
tipo de situação ou cargo ou função. fatores principais.
Tenho 65 anos, portanto, ainda estou Depois, a própria formação ini-
perfeitamente ativo, mas naquilo que cial de professores, que começa aí,
compete a quem está nesta situação. desde logo, a atratividade da profis-
Não vamos agora estar aqui a fazer são. Não esquecer a forma como os
grandes desenhos, seja para o que professores são integrados na fun-
for. De todo modo, professor uma vez ção, e depois como progridem, como
na vida, professor toda a vida. são avaliados, como é que o sistema
Preocupa-o a questão do futuro educativo pode ser olhado de uma
da Educação em Portugal? maneira que, localmente, com a tal
Naturalmente, os indicadores não autonomia, seja possível responder
são propriamente muito favoráveis. de uma forma mais adequada ao nú-
Temos aí vários sinais de alarme. É mero de alunos.
preciso olhar para isso com serie- Isto sem baixarmos nem masca-
dade e com pragmatismo. Porque se rarmos as necessidades de exigência,
não olhar para o problema de uma de qualidade, de excelência, porque
forma integrada, evidenciando aqui- no dia em que nós baixarmos a exi-
lo que vai ter de ser feito, ainda que gência, estamos exatamente a excluir
difícil, e reconhecendo, por outro aqueles que dizemos que queremos
lado, aquilo que é o papel importante incluir, que são os que têm menos
dos professores e todos aqueles que capacidade ou poder económico, ou
são as escolas, nomeadamente dos poder de representação social.

Como é que vê que o Estado central não Está a ser fácil as escolas. E depois, de base, são as competências e funções das
consegue realizar. deviam ter sido logo criadas próprias autarquias.
a Educação na Póvoa Naturalmente que, a nível do
a descentralização? as condições para separar um Foi um processo que sabemos
de Varzim, atualmente? próprio município, houve sempre Ainda está a decorrer e vai conjunto de funções. Não se difícil. Várias autarquias recusaram
um acompanhamento, uma forma continuar a decorrer. Por isso pode descentralizar sem olhar inicialmente este processo, e bem,
Eu já conhecia a Póvoa de de estar em relação às escolas, é que eu dizia há pouco que para a necessidade de mudança penso eu, foram recusando esse
Varzim, quer ao nível da sua e mais ainda agora, com este é necessário refletir sobre a do próprio modelo de gestão das tipo de transferência abrupta. É
própria organização municipal, desafio da descentralização, distribuição de funções, tarefas e escolas, não é possível. Ou melhor, preciso agora voltar a olhar para
concelhia, e também no campo mas que permite que as escolas competências entre os municípios, possível é, que está a acontecer, o próprio modelo. O governo
da Educação. Aquilo que se diz da Póvoa no seu todo sejam na generalidade do país, e aquilo mas era preciso que essas duas que vier a seguir tem de olhar
da Póvoa de Varzim, que é bom escolas de referência. E não é por que são as funções e as tarefas das realidades tivessem tido uma para isso, quer para a plataforma
viver aqui, enfim, e é de facto. acaso que nos vamos situando escolas, para que houvesse uma abordagem diferenciadora. de organização de sistemas, de
Ao nível do próprio município, nos rankings, com o valor que separação, porque é possível. Aquilo que se exigia às escolas e colocações de professores, a
ao nível daquilo que é a resposta têm, nos vamos situando em se pede às escolas, agora com outro forma como é descentralizado,
educativa do concelho, acho que patamares de diferenciação e de interlocutor, que vem acrescentar o papel que queremos que as
é uma resposta de qualidade, a qualidade muito boas. Portanto,
Mas o caminho burocracia, é um facto, era preciso autarquias desempenhem, o papel
todos os níveis. Aí, o município, nesse campo há também coisas era este? que se repensasse o próprio modelo que queremos que as escolas
há que reconhecer, tem tido ainda a melhorar, naturalmente, de gestão que hoje existe. Não desempenhem, porque só por aí é
um papel extremamente com esta questão da Eu penso que podia ter sido feito de estou a falar de voltarmos ao que que chegamos. Isto, naturalmente,
importante, acompanhando sem descentralização. Nomeadamente outra forma. Para já, desde logo, de era dito como gestão democrática. com um reforço da própria
interferir demasiado, ajudando ao nível da administrativo, uma forma muito mais sustentada Há aquilo que são as competências capacidade de decisão das próprias
e suprindo muitas vezes aquilo financeiro. e muito mais trabalhada com e funções das escolas, e aquilo que escolas.
8 MAIS/Sociedade Quarta-Feira • 21 fevereiro 2024 • www.maissemanario.pt

Ezequiel Moreira distinguido Direção do Leões da Lapa


não tem “neste momento
por presidente da Câmara condições para continuar”
da Póvoa e amigos A Direção do Leões da Lapa, liderada por Pedro Casano-
va, não se apresentou às eleições na coletividade marca-
Ezequiel Leandro da Costa Moreira, que exerceu as funções de presidente da Junta de das para o passado dia 9 de fevereiro, dada “a situação
Freguesia de Aguçadoura entre 1989 e 2001, foi homenageado por Aires Pereira, pre- de divergência entre a Direção e o Município da Póvoa
sidente da Câmara da Póvoa de Varzim, e vários amigos, entre os quais Macedo Vieira, de Varzim”. A explicação da associação foi transmitida
que liderou a autarquia poveira durante 20 anos em comunicado lançado no dia seguinte
cação à comunidade de Aguçadou- soas a ficarem ad eternum à fren-
ra, como a sua intervenção pessoal te das direções das associações. É
na vida política da freguesia entre bom a renovação, e penso que será
1989 e 2001, e no apoio decisivo ao no âmbito desse espírito que pode-
anterior presidente da Câmara no rá haver uma renovação na direção
ato eleitoral de 1993. do Leões da Lapa”, disse.
Na altura, para além dos agrade- E não o preocupa a situação, a
cimentos, Aires Pereira ofereceu a quatro meses das Festas de S. Pe-
Ezequiel Moreira a Lancha Poveira dro? O autarca respondeu: “a mim
‘Fé em Deus’, símbolo e marca da preocupa-me muito a vida asso-
identidade dos poveiros, pela sua ciativa do concelho. Preocupa-me
perseverança e atitude positiva em o Leões da Lapa, preocupa-me o
superar e enfrentar as dificulda- Varzim, preocupa-me o Despor-
des. Também Macedo Vieira e os tivo, preocupa-me o Clube Naval,
membros do grupo ofereceram ao preocupa-me todas as instituições
homenageado peças que recordam da Póvoa de Varzim e, portanto, o
momentos únicos de uma vida que Leões da Lapa não são diferentes”.
Ezequiel Moreira, Aires Pereira e Macedo Vieira
se aproxima dos 89 anos. “Naturalmente que é importante
Recorde-se que Ezequiel Morei- que volte a normalidade e que te-
ra, natural de Aguçadoura, cedo nham uma direção que seja capaz
O atual e anterior autarca junta- política de Ezequiel Moreira, exibi- emigrou para a Venezuela. Regres- de dirigir aquilo que são os interes-
ram-se a um grupo constituído por dos em vídeo. sou à sua terra natal vinte anos de- ses do Leões da Lapa”, terminou.
mais de uma dezena de amigos de Ao homenageado, Aires Pereira e pois, onde foi político como líder da
Ezequiel Moreira, que estiveram Macedo Vieira dirigiram palavras Junta de Freguesia e presidente do Divergências
num momento de convívio realiza- de elogio pelo seu trabalho e dedi- Aguçadoura Futebol Clube. prolongam-se desde
do no passado dia 7 de fevereiro, no
restaurante Marcelino. A iniciativa julho
partiu de um grupo que apoiou Eze- Na nota publicada pelo clube a 10
quiel Moreira durante os seus man- Ao MAIS/Semanário, Pedro Ca- de fevereiro, é sublinhado que,
datos como em outras atividades, e sanova explicou que esta decisão, “para o alcance dos objetivos de
que com este gesto de amizade, ex- transversal a todos os órgãos so- qualquer associação do concelho,
pressaram um reconhecimento pela ciais, é consequência de o “mau torna-se fundamental manter
sua dedicação a Aguçadoura e seu estar que existe entre a autarquia boas relações com a edilidade”. E
desenvolvimento. e a ex-direção da associação. Não continua: “Neste contexto, os diri-
Durante os doze anos em que es- haveria, neste momento, condi- gentes cessantes, que ao longo de
teve à frente da Junta de Freguesia, ções para continuar”, disse. uma década, tentaram sempre dar
Ezequiel Moreira manteve uma rela- Questionado se, um dia mais o seu melhor contributo ao Bairro
ção direta com a população ao mes- tarde, poderá voltar a assumir Sul, ao Associativismo e ao con-
mo tempo que preservou a proximi- funções na direção do Leões da celho, não pretendem contribuir
dade com as instituições poveiras Lapa, Casanova não descarta essa para a situação presente e de todos
em prol dos aguçadourenses, factos possibilidade, salvaguardando, conhecida”.
assinalados durante este encontro, e contudo, que tal só acontecerá “se Apesar de não ser descrito no
no qual os presentes tiveram a opor- a autarquia resolver a situação”. comunicado a causa para esta to-
tunidade de recordar e conversar “Poderei ponderar essa decisão mada de decisão da Direção de Pe-
sobre momentos mais marcantes da Retrato de Ezequiel Moreira num quadro muito especial mais tarde. Foram proferidas al- dro Casanova, a mesma tem a ver
vida familiar, social, desportiva e gumas afirmações por parte do com o que se passou a 2 de julho
sr. presidente da Câmara que não do ano passado, quando o Bairro
nos agradaram. Não direi que, se a Sul não participou no desfile das
autarquia resolver a situação, não Festas de S. Pedro. Na altura, o
voltaremos a estar disponíveis. Leões da Lapa quis introduzir no
Poderá passar a haver novamente cortejo um camião gigante e pano-
condições para voltarmos”, afir- râmico com a presença de adeptos,
mou. que a autarquia não autorizou. Na
altura, Câmara e o Leões da Lapa
“A autarquia não explicaram as suas razões através
tem más relações com de comunicados. As divergências
prolongam-se desde aí.
nenhuma associação” Para Pedro Casanova, esta foi a
Questionado sobre o assunto na forma encontrada, em não se re-
reunião do executivo realizada na candidatar, para não prejudicar a
terça-feira (20), o presidente da Câ- associação e porque “não pretende
mara Municipal da Póvoa de Var- colocar em causa o futuro da mes-
zim afirmou que “a autarquia não ma” afirma.
tem más relações com nenhuma Foi, entretanto, deliberado na
associação do concelho de Varzim”. reunião de associados a marcação
Segundo Aires Pereira, esta si- de uma nova assembleia para 23 de
tuação “tem de ser resolvida no fevereiro, no intuito de encontrar
Ex-presidente da Junta âmbito da Assembleia Geral e pelos uma nova solução diretiva para o
reconhecido com Lancha sócios do Leões da Lapa, que têm Leões da Lapa. Até lá, a direção
Fé em Deus Ezequiel Moreira acompanhado pelos filhos
de arranjar uma alternativa. Tam- liderada por Casanova mantém-se
bém não podemos obrigar as pes- em funções.
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10 MAIS/Entrevista Quarta-Feira • 21 fevereiro 2024 • www.maissemanario.pt

“Transformei fraquezas em oportunidades


que me tornaram empresária”
A marca DOURADOTOC existe há 12 anos, mas a sua história não se fica por aí. O rosto por detrás do serviço de contabilidade e consultadoria,
Patrícia Dourado, revelou o seu percurso e projetos futuros, numa altura de mudança de visão pessoal aliado a um novo espaço da empresa, loca-
lizado em Aver-o-Mar
Porque escolheu este setor de atividade só Matemática, tinha tantas disciplinas e tão Foi sempre um percurso com metas de- oportunidade de iniciar um estágio, mas apa-
para desenvolver o seu projeto empre- complexas, só que me deparo com alguém que finidas? rece a possibilidade, mediante o pagamento de
sarial? é apaixonada por Matemática, a professora. Sempre. Eu era uma menina muito dedicada à 500 euros, de fazer um curso prático no Porto,
Venho de uma família muito humilde e nun- Foco-me imenso, a minha disciplina, a exigên- família, sempre fui muito protegida pela minha de 6 meses. Se realmente ficasse entre os 3 me-
ca pensei em trabalhar por conta própria, e cia a mim própria, o querer ser perfeita sempre mãe e pelo meu pai. Sempre os quis orgulhar lhores, teria uma oportunidade de estágio.Fiz
nunca pensei ir para o ramo da Contabilida- fizeram com que o meu percurso fosse um per- imenso e nunca lhes quis falhar. Tinha pouca esse curso, e, passados os 6 meses, fiquei entre
de. Aliás, todo o meu percurso de escola sem- curso de sucesso. Consegui terminar o curso confiança em mim, era extremamente tímida. os 3 primeiros e tive a oportunidade de fazer
pre foi a fugir da Matemática. Custava muito, em 3 anos. Fui para esta área pelas pessoas que Tinha um círculo de amigos muito pequenini- um estágio em Matosinhos. Quando estou qua-
porque queria orgulhar muito a minha famí- me inspiraram. Esta é a realidade. nho, porque não era aquela menina toda mui- se a assinar o contrato de estágio, aparece-me
lia, sobretudo o meu pai. Mas a Matemática Foi este o incentivo para se tornar em- to bonita, toda muito influenciável. Não saía, então a oportunidade de iniciar um estágio
sempre foi uma dificuldade. A escolha da área presária? como as restantes meninas saíam à noite, por- numa empresa da Póvoa de Varzim, e é por aí
da Contabilidade, foram as pessoas que me Ainda não é aí. Quando estou no final do tercei- que não queria de todo dececionar quem estava que eu faço a minha escolha. Acabei por iden-
em casa. Tentei trabalhar também em mim, tificar as minhas fraquezas. Dediquei me mui-
pelas minhas influências, e transformei as mi- to também aos livros. Para além das pessoas,
nhas fraquezas. os livros também eram a minha inspiração. E
Quando saio da faculdade, não me aparece a aquilo que eu sou hoje é fruto das pessoas, de

Começou a cerca de 1km do atual espaço


em Aver-o-Mar, numa loja mais pequena.
Seguiu-se um local mais intermédio e agora um espaço
maior e moderno, com outra visibilidade.
Qual é a perspetiva a partir daqui e para o futuro?
Este novo espaço é desenhado de acordo com a missão que eu já tinha desenhado há
12 anos. A criação da marca DOURADOTOC foi muito rápida. Foi com a ajuda de um
grande amigo meu. Na altura, ele disse: “faz todo o sentido usar parte do teu nome” –
porque eu sou Fátima Patrícia Dourado Silva, e eu uso os meus dois nomes do meio,
Patrícia Dourado – “olha, Dourado, acho que é impactante. É bom para a tua marca. E
TOC”. Na altura, era o técnico oficial de contas, agora é o contabilista certificado. “E que
tal juntarmos? Parece-me sonante, DOURADOTOC”.
Iniciei isto sabendo aquilo que eu não queria fazer. Eu não quero ser um guarda-
livros. Eu fui para esta área por inspiração e por sentir-me conectada a. Tenho áreas
de inspiração que são a área da Psicologia, da inteligência emocional, da gestão das
emoções, da gestão do tempo. E eu ainda consegui cruzar isto tudo com a própria
empresa. Eu quero ser a contabilista-consultora. Isto há 12 anos não se via, era muito
difícil encontrar.

O mercado também evoluiu nesse sentido e há mais


abertura dos empresários para a contabilidade
e a consultoria em simultâneo?
Imenso. O trabalho parte todo de nós. Não temos nunca de nos queixar, nem entrar
numa figura de vitimização, porque esta área é assim, porque esta área é pesada – não.
Esta área não é pesada, aliás, todas as áreas são pesadas se nós o quisermos. Nós temos
inspiraram. ro ano de faculdade, eu penso: “bem, mais 2 ou de levar e entregar sentimento, amor, paixão. Se tu entregas tudo isso, tu vais atrair.
Neste percurso, deparo-me com a professo- 3 meses e eu concluo isto, quero começar a tra- E foi assim que eu me posicionei no mercado, através da atração. Li num livro muito
ra de Contabilidade; na altura não havia uma balhar e a participar no rendimento de casa”. O interessante, que era ‘O Segredo’ da autora Rhonda Byrne, que era a lei da atração,
disciplina de Matemática, havia Probabilida- nosso trajeto em casa sempre foi de nos ajudar- como criar a habilidade de ser positivo. Esse livro para mim foi muito poderoso.
des. E deparo-me com uma professora muito mos muito, de haver uma entreajuda, porque Outro livro muito poderoso, antes de eu trabalhar por conta própria, foi ‘O Monge e o
apaixonada pela área e a disciplina começou o meu pai era o único garante de rendimento Executivo’, sobre liderança, fantástico.
a fazer sentido, a simpatizar imenso. E a nota para sustentar uma família de 4 pessoas. Eu não sabia a forma como aquilo ia me impactar, nem a forma como eu iria usar,
começou a ser 17, 18. Começo a pensar: “Deixa-me começar a mas o que é certo é que percebi que estava a usar o poder dessa informação de uma
Não pensava, quando fui para este curso tec- mandar currículos para várias empresas, para forma muito natural. Como eu criei a missão, visão, os valores e os objetivos da
nológico, pensava logo em trabalhar, porque pelo menos poderem-me dar uma oportunida- DOURADOTOC, logo no início porque acreditava que isso era poderoso para eu
havia muitas dificuldades a nível financeiro em de de estágio, e eu hei de fazer de tudo e dar conseguir traçar um caminho com sucesso. Não foi um percurso fácil. Foi um percurso
casa. Era só o meu pai que trabalhava. Cheguei o meu melhor, como até então, para conseguir complexo, porque tens de trabalhar muito em ti, tens de te desenvolver bastante para
ao 12º ano com muito boas notas. A Contabili- iniciar o meu percurso e ganhar dinheiro”. A conseguires transmitir, de uma forma muito natural, esse próprio valor e acreditar.
dade começou a surgir como algo que eu admi- minha única ambição era participar nos rendi- Mas a partir do momento em que tu o consegues fazer, vais ter o cliente completamente
rava – acho que admirava mais a professora do mentos para casa. entregue a ti.
que a própria Contabilidade. Desde cedo percebi que aquilo que me ins- Atualmente, o mercado já está com outra perceção, com consciência. Mas na altura
Vi aquilo como uma oportunidade para ad- pirava era mesmo o amor que as pessoas co- não estava, e fui criando essa consciência e fui-me imponderando, sabendo que era algo
mirar mais aqueles que eu mais amava. O meu locavam nas coisas, tal como a professora de raro. Porque é que eu não posso ser a consultora, quando eu entrego as minhas peças
percurso começou aí. Entretanto, dizem-me Contabilidade, a professora de Matemática, e o de Contabilidade ao consultor, e ele nem sequer consegue lê-las da maneira como eu
que existe a ESEIG aqui em Vila do Conde. meu pai, que tudo aquilo que fazia, fazia por consigo? Eu consigo ler os números e ler onde é que possam estar os possíveis erros,
Foi por aí. Para nunca falhar com os meus, amor. Era a garantia do rendimento lá para coisa que o consultor, que está de fora, não consegue fazer.
eu sempre me exigi muito a mim própria. Tive casa, trabalhando no campo e trabalhando na Senti imenso o despertar de tudo e do mercado na altura da covid-19. Foi nessa altura
uma dificuldade imensa, porque desde o nono Docapesca, para conseguirmos ter o melhor da que eu senti que as pessoas começaram a ganhar consciência daquilo que deveria ser a
ano que eu não tinha Matemática; 10º, 11º, 12º vida, que o melhor não era aquilo que nós que- entrega do contabilista, e da importância do contabilista nas suas empresas.
só tive ali Probabilidades. Quando eu entro no ríamos, era aquilo que realmente nós necessi-
primeiro ano no ESEIG, Contabilidade, era távamos para vivermos.
www.maissemanario.pt • 21 fevereiro 2024 • Quarta-Feira MAIS/Entrevista 11

eu identificar pessoas que amavam e que esta- soas altamente dedicadas em cada minuto que
vam entregues à causa por amor, por sentirem estavam ali connosco.
verdadeiramente aquilo que estavam a fazer, e O que podemos esperar solitário e propositado, porque eu não me As coisas foram acontecendo. No terceiro
também pelos livros. da Patrícia Dourado sentia preparada para, ainda precisava ano, o meu patrão já não estava. Eu tinha 2
Porque escolheu este setor de atividade de me desenvolver mais, de me conhecer anos de casa quando ele me diz que ia abraçar
para desenvolver o seu projeto empresa- daqui a 5 anos? mais. um desafio e ir para Angola trabalhar. Eu dis-
rial? Essa é uma das questões mais difíceis, Sinto-me com mais poder e com se que protegia a casa. Eu tinha uma confiança
Venho de uma família muito humilde e nunca porque o trabalho é diário. Eu acordo às uma outra missão. Acho que tenho um desenvolvida dentro de mim, que era ‘eu sei
pensei em trabalhar por conta própria, e nunca seis da manhã e só tenho de acordar o meu propósito. Ainda tenho um nevoeiro à que eu vou conseguir. Eu consigo tudo’.
pensei ir para o ramo da Contabilidade. Aliás, filho às oito. Nessas 2 horas, empodero- frente que estou aqui a tentar desbravar, Qual foi o momento de abraçar o projeto
todo o meu percurso de escola sempre foi a fu- me, todos os dias. Vou à procura de mais mas acho que o meu caminho é seguir DOURADOTOC?
gir da Matemática. Custava muito, porque que- e mais informação e conhecimento. Em esse propósito, influenciar as pessoas e ver Foi aí. Eu ainda falei com o meu antigo patrão,
ria orgulhar muito a minha família, sobretudo paralelo, ver, por exemplo, as reuniões que qualquer área, por muito pesada que no terceiro ano. Ele já estava lá fora, mas vinha
o meu pai. Mas a Matemática sempre foi uma livres, ouvir a bastonária da área da digam que é, nós podemos torná-la leve. no verão. Falei com ele: “eu agora tenho ou-
dificuldade. A escolha da área da Contabilida- Contabilidade, escutar pessoas que me E esta área da contabilidade cada vez me tro conhecimento, já tenho outro saber, e nós
de, foram as pessoas que me inspiraram. influenciam para o lado maravilhoso, orgulha mais, o conseguir transmitir algo podemos ir para mais longe, ir mais para esta
Neste percurso, deparo-me com a professora bom. Boas influências, um Jorge de bom. área da consultoria. Para que é que temos tan-
de Contabilidade; na altura não havia uma dis- Coutinho, um Alexandre Monteiro. A forma como eu me coloco para tos clientes? Aliás, até há clientes que nem nos
ciplina de Matemática, havia Probabilidades. E Vejo-me cada vez mais empoderada, determinado cliente, a minha postura, pagam, nem nos valorizam. Vamos diminuir os
deparo-me com uma professora muito apaixo- mais livre e leve, e a influenciar pessoas a minha energia, é completamente clientes. Eu agora tenho esta pós-graduação de
nada pela área e a disciplina começou a fazer através deste caminho que eu fui diferente dependendo do público que Fiscalidade. Sei tanta coisa. Posso colocar em
sentido, a simpatizar imenso. E a nota começou traçando, que é muito libertador e me eu tenho à frente. Tenho de perceber prática tanta coisa que, se eu não tiver tempo,
a ser 17, 18. enche de orgulho, porque já consigo, neste quem está à minha frente, para não consigo, não vou conseguir aplicar aquilo
Não pensava, quando fui para este curso tec- momento, influenciar os meus próprios conseguir passar e transmitir uma que se pretende e que podemos gerar valor”.
nológico, pensava logo em trabalhar, porque colegas, que começam a ver, também, informação. Ele não me ouve, nos pensamentos dele e nos
havia muitas dificuldades a nível financeiro em esta área como não sendo uma área Toda a gente que entra aqui tem na projetos que ele tinha, que não via a empresa,
casa. Era só o meu pai que trabalhava. Cheguei pesada, que é isso que eu sempre quis cabeça que é para a reunião com o talvez, da forma como eu via. Porque eu pró-
ao 12º ano com muito boas notas. A Contabili- desmistificar. contabilista, que chatice. E saem aqui pria arrumava aquela casa, eu colocava aquilo
dade começou a surgir como algo que eu admi- Só agora é que acabo por estar a satisfeitos, felizes, porque veem que isto de uma maneira a sentir-me apaixonada por
rava – acho que admirava mais a professora do mostrar-me um bocadinho mais para não é assim uma área tão complexa, não é tudo aquilo, porque o ambiente também nos
que a própria Contabilidade. fora. Sempre foi um caminho muito assim uma área tão aborrecida. influencia.
Vi aquilo como uma oportunidade para ad- No quarto ano, quando ele vem, eu digo-lhe:
mirar mais aqueles que eu mais amava. O meu “já não dá. Eu não quero mais isto. Eu não pen-
percurso começou aí. Entretanto, dizem-me saria noutra coisa, ficaria aqui até morrer”,
que existe a ESEIG aqui em Vila do Conde. Desde cedo percebi que aquilo que me ins- fazer um estágio em Matosinhos. Quando es- porque os exemplos que eu tinha não eram de
Foi por aí. Para nunca falhar com os meus, pirava era mesmo o amor que as pessoas co- tou quase a assinar o contrato de estágio, apa- mudança, eram de estabilidade. Lembro-me
eu sempre me exigi muito a mim própria. Tive locavam nas coisas, tal como a professora de rece-me então a oportunidade de iniciar um de, na altura, ele ficar transtornado e deixou
uma dificuldade imensa, porque desde o nono Contabilidade, a professora de Matemática, e estágio numa empresa da Póvoa de Varzim, e é de conseguir olhar para mim. Pensava que eu
ano que eu não tinha Matemática; 10º, 11º, 12º o meu pai, que tudo aquilo que fazia, fazia por por aí que eu faço a minha escolha. tinha começado a falar com os clientes, que ia
só tive ali Probabilidades. Quando eu entro no amor. Era a garantia do rendimento lá para Acabei por identificar as minhas fraquezas. sair, que ia enveredar com um caminho por
primeiro ano no ESEIG, Contabilidade, era casa, trabalhando no campo e trabalhando na Dediquei me muito também aos livros. Para conta própria, e que lhe ia roubar os clientes.
só Matemática, tinha tantas disciplinas e tão Docapesca, para conseguirmos ter o melhor da além das pessoas, os livros também eram a mi- Mas eu não fiz, e ele depois apercebeu-se disso.
complexas, só que me deparo com alguém que vida, que o melhor não era aquilo que nós que- nha inspiração. E aquilo que eu sou hoje é fruto Depois, os clientes foram-me ligando, assusta-
é apaixonada por Matemática, a professora. ríamos, era aquilo que realmente nós necessi- das pessoas, de eu identificar pessoas que ama- dos. Eu disse: “é só vocês confiarem e acredita-
Foco-me imenso, a minha disciplina, a exigên- távamos para vivermos. vam e que estavam entregues à causa por amor, rem no contabilista que têm até agora. E eu hei
cia a mim própria, o querer ser perfeita sempre Foi sempre um percurso com metas de- por sentirem verdadeiramente aquilo que esta- de seguir a minha vida”.
fizeram com que o meu percurso fosse um per- finidas? vam a fazer, e também pelos livros. Quando saio, surge um cliente com duas em-
curso de sucesso. Consegui terminar o curso Sempre. Eu era uma menina muito dedicada à Foram os passos corretos para conquis- presas que me diz: “Patrícia, eu vou contigo”.
em 3 anos. Fui para esta área pelas pessoas que família, sempre fui muito protegida pela minha tar o seu espaço empresarial? E assim foi. Na altura, sinceramente, eu ainda
me inspiraram. Esta é a realidade. mãe e pelo meu pai. Sempre os quis orgulhar Sim. Eu já vinha com um background daquilo não sabia o que me esperava e que caminho eu
Foi este o incentivo para se tornar em- imenso e nunca lhes quis falhar. Tinha pouca que eu lia, das minhas fontes de inspiração e ia traçar, mas esse caminho foi traçado por-
presária? confiança em mim, era extremamente tímida. dos temas que me apaixonavam, que eram te- que houve alguém que me disse: “Olha, eu vou
Ainda não é aí. Quando estou no final do tercei- Tinha um círculo de amigos muito pequenini- mas pouquíssimo falados. Nessa altura, já era contigo. Assume estas minhas duas contabili-
ro ano de faculdade, eu penso: “bem, mais 2 ou nho, porque não era aquela menina toda mui- completamente apaixonada pela inteligência dades”. E foi por aí que tudo se desenvolveu e
3 meses e eu concluo isto, quero começar a tra- to bonita, toda muito influenciável. Não saía, emocional, a gestão do tempo, tudo que está iniciou.
balhar e a participar no rendimento de casa”. O como as restantes meninas saíam à noite, por- relacionado com a Psicologia. Sente-se uma mulher independente,
nosso trajeto em casa sempre foi de nos ajudar- que não queria de todo dececionar quem estava Tive um percurso de 4 anos. Fiz um estágio, quer na vida empresarial e familiar?
mos muito, de haver uma entreajuda, porque em casa. Tentei trabalhar também em mim, pensava eu, para entrar dentro de uma estru- Sem dúvida. Mais do que independente, livre.
o meu pai era o único garante de rendimento pelas minhas influências, e transformei as mi- tura e ter alguém que me desse formação, mas Fui trabalhando na minha liberdade, e essa li-
para sustentar uma família de 4 pessoas. nhas fraquezas. não. Entrei para substituir alguém que iria berdade constrói-se com o conhecimento. So-
Começo a pensar: “Deixa-me começar a Quando saio da faculdade, não me aparece a sair, e fiquei completamente sozinha num es- bretudo a partir de 2021, conjugaram-se uma
mandar currículos para várias empresas, para oportunidade de iniciar um estágio, mas apa- critório de contabilidade, onde eu só sabia que série de situações, a nível pessoal, que me fize-
pelo menos poderem-me dar uma oportunida- rece a possibilidade, mediante o pagamento de nada sabia. ram buscar pelo caminho do autoconhecimen-
de de estágio, e eu hei de fazer de tudo e dar 500 euros, de fazer um curso prático no Porto, Aquilo deu-me um sentido de responsabi- to. Já ia pelo caminho de muita formação nesta
o meu melhor, como até então, para conseguir de 6 meses. Se realmente ficasse entre os 3 me- lidade enorme e depois, como eu não queria área da Contabilidade e da Consultoria, para
iniciar o meu percurso e ganhar dinheiro”. A lhores, teria uma oportunidade de estágio. mostrar uma parte fraca, como eu queria sem- me sentir à vontade com o cliente.
minha única ambição era participar nos rendi- Fiz esse curso e, passados os 6 meses, fiquei pre dar o meu melhor e orgulhar os meus, e já Comecei muito nova nesta área, uma área
mentos para casa. entre os 3 primeiros e tive a oportunidade de com uma vontade de transformar as minhas que é de pessoas já com uma outra idade.
fraquezas em oportunidades, trabalhei noite e Olhando para mim, com 24 anos, uma carinha
dia. Cheguei a fazer quase 24 horas para conse- de menina, que é que tu tens para me oferecer?
guir dar resposta às necessidades dos clientes. Eu sempre tive de trabalhar muito o poder
Quando se sai da faculdade, sabe-se muito e a formação nesta área específica de estudo,
pouco e não se consegue fazer uma integração a Contabilidade, a Fiscalidade e a Consultoria.
na vida prática de forma fácil, porque é tudo A par já vinha esta área mais do conhecimento
muito teórico, infelizmente. Então, tive de tra- pessoal, do conhecimento das pessoas.
balhar, trabalhar, trabalhar, estudar, estudar, Um livro muito poderoso também é ‘O Fun-
estudar. Fiz cursos; parte do dinheiro que real- cionamento da Mente’ de Augusto Cury, fan-
mente ganhei no estágio foi para investimen- tástico, porque dá outra forma de te entregares
to pessoal, ligado apenas e só a esta área da e de perceberes as pessoas. A partir do momen-
Contabilidade e da Fiscalidade. Porque saí da to em que o cliente entra pela porta dentro, eu
ESEIG muito mal preparada, e percebia que, vou em busca das necessidades dele. Não é ne-
para fazer boa contabilidade, eu tinha de do- cessário falar muito. Eu já chego a conseguir
minar a fiscalidade. interpretar e dar-lhe aquilo que ele necessita,
Nessa altura, faço a pós-graduação em Fis- que muitas vezes ele nem sabe sequer. Depois,
Atuais instalações da DOURADOTOC
calidade em Barcelos, no IPCA. Tem formado- integro com esta área da Contabilidade, da
res também que me inspiraram imenso, pes- Gestão, da liderança.
12 MAIS/Entrevista Quarta-Feira • 21 fevereiro 2024 • www.maissemanario.pt

“A palavra corre perigo de ser amordaçada”


afirma Luís Diamantino, mentor do Correntes
Já decorre a 25ª edição do festival literário Correntes d’Escritas, que transforma, durante cerca de uma semana, a Póvoa de Varzim na capital da
literatura. O vice-presidente e vereador da Cultura da Câmara Municipal, Luís Diamantino, também criador e mentor deste projeto, fez um balanço
do percurso do Correntes
Este é o programa ideal para comemo- mos que também é uma questão filosófica, até,
rar os 25 anos do Correntes? se pudermos assim dizer. O tradutor que é, ao
Se não fosse, não estaríamos a fazê-lo, com mesmo tempo, escritor, pode ser, porque está
certeza. Aliás, eu desde sempre digo que tudo a criar outra obra noutra língua, mas também
o que merece ser feito deve ser bem feito, des- pode trair o escritor, logicamente.
de o primeiro momento das Correntes. Nós A ideia do Plano Nacional de Leitura é
continuamos com essa máxima, logicamente. levar as pessoas à leitura e as Correntes
Nós estamos muito identificados, muito liga- não têm também essa força?
dos às Correntes. Este encontro é um pouco Essencialmente. Aliás, eu sempre o disse,
aquilo também que os leitores estão à espera quando criámos as Correntes d'Escritas, não
continuamente. Nós temos sempre novidades, foi para promover este ou aquele escritor, foi
temos sempre forma de chamar os leitores para para promover, simplesmente, o livro e a lei-
mais um livro, para mais um autor, para mais tura. Estes são os nossos objetivos essenciais,
uma peça de teatro, para uma exposição, para a promoção do livro e da leitura. Penso que
um documentário, também concertos. temos conseguido fazer isso, porque o públi-
Para além disso, também temos formação de co das Correntes é cada vez mais jovem. E nós
professores, as Correntes em Rede, em que passamos por milhares de jovens, já nas esco-
estamos, de alguma forma, a apoiar os profes- las, levamos as Correntes até as escolas.
sores, e os professores participam em grande Para além disso, é importante também dizer-
número, ultrapassa a centena de professores -se, os jovens também podem concorrer a pré-
a participar nesta formação, formação que é mios literários nas Correntes, desde os mais
dada pelos escritores, vários escritores que o pequeninos, do primeiro ciclo, até aos 30 e tal
fazem. anos, podem concorrer. E têm-no feito. Nós es-
Para além disso, este ano inserimos a Tradu- tamos sempre a pensar nesta promoção, nes-
ção, ou seja, há várias mesas que estão dedica- te objetivo que temos desde o início, não nos
das à Tradução e ao diálogo entre o tradutor e esquecemos disso. Por isso, vamos a todas as
o escritor, o tradutor e o autor, que nós sabe- escolas do concelho.

“A liberdade está no foco das Correntes deste ano”


Há quem coloque já a possibilidade de fazer traduções
com inteligência artificial (IA). Concorda com isso?
A IA não cria, a IA conjuga, seleciona, junta aquilo que foi criado através dos tempos.
Podemos dizer que é um repositório de muita coisa. E ela seleciona. Agora, com certeza
que uma coisa é a emoção que é transmitida pela inteligência humana, e outra coisa
é selecionar friamente os dados que se encontram numa caixa, num invólucro, num
repositório, logicamente.
A mim, não me aflige tanto a IA. A mim, aflige-me mais a censura que se está a fazer
neste momento aos livros, que se está a fazer à criatividade. E, ao promover essa cen-
sura, já promovem a própria autocensura do escritor. Porque o escritor sabe que se
escrever isto ou aquilo, vai ser regulado por certas camadas sociais que estão contra
a forma como ele está a escrever, ou está a escrever sobre isto ou sobre aquilo que não
deve escrever.
Para além disso, ainda me preocupa muito mais é: temos textos literários extraordiná-
rios e, de repente, esses textos literários são truncados, porque têm uma palavra que
não pode ser dita, porque refere um aspeto que não pode ser referido. Isto é nem mais
nem menos que censura.
Ainda este ano, temos pedidos de escolas, e remos. Este ano, nos 25 anos das Correntes,
É por isso que a palavra liberdade está no foco das Correntes deste ano? neste caso até de Barcelos, que queriam que atingimos esse objetivo.
Não é só por isso. A liberdade está no foco das Correntes deste ano, em primeiro lugar, os escritores fossem lá. O que nós temos feito As Correntes já percorreram vários pal-
porque estamos a comemorar os 50 anos do 25 de Abril. E se há algo que o 25 de Abril é: não levamos os escritores às escolas fora do cos: Biblioteca, Auditório, Hotel Axis e
nos trouxe foi a liberdade, sobretudo a liberdade de expressão e de pensamento, poder- concelho, logicamente, se não teríamos de le- Garrett. Elas são mutantes, mas pare-
mos dizer, claro, com responsabilidade, aquilo que nós queremos dizer. Perante isso, var pelo país fora, mas recebemos aqui os alu- cem nunca parar em lado nenhum…
tivemos, sem dúvida, que pegar neste sentido da palavra liberdade. nos, no Diana Bar, por exemplo, ou na Biblio- Quando se começou no auditório da Bibliote-
Mas, para além disso, também a palavra está a correr o perigo de ser amordaçada. E teca, e temos lá os escritores com esses alunos. ca, onde cabem cerca de 100 pessoas, na al-
estamos com esse problema da palavra, que está a ser quase sufocada. Há muita gente É sempre essa a nossa proposta e é isso que tura, nós tínhamos para aí umas 40 pessoas,
com almofadas na mão a tentar sufocar a palavra. Eu penso que o grande desafio, tam- temos feito ao longo das Correntes d’Escritas. não tínhamos mais. Mas depois, no segundo
bém para os escritores, é não se deixarem amordaçar e terem liberdade para escrever De facto, eu penso que, para além disso, tam- ano, vimos que já não cabia, então fomos para
aquilo que sentem, aquilo que querem expressar. Eu penso que isto será uma forma bém levamos as Correntes, e é bom lutar por o Auditório. No Auditório, cabiam 350 mais
também de se falar de liberdade. isso, a todas as freguesias. Este ano, vamos ou menos, mas também vimos que já não ca-
Porque isto é uma censura sub-reptícia, que vai crescendo, vai crescendo e vai tomando levar a todas as freguesias, mesmo a Balasar bia – para além da fila imensa que se formava
conta de tudo. que achávamos que não teríamos condições. ali, que ia até ao Pavilhão Municipal. Portanto,
Eles têm um auditório bastante bom, no Cen- enquanto o Garrett não estava pronto, fomos
É possível colocar o Correntes d’Escritas como um baluarte na defesa tro Paroquial. Portanto, todas as freguesias do para o Axis, que lá cabiam 600 ou 700 pessoas,
da palavra? concelho vão ter uma mesa das Correntes d'Es- e estavam pessoas em pé, estava cheio.
Sim. A palavra é muito importante nos dias que correm. Tanto por um lado quanto pelo critas. Mas a necessidade de trazer as Correntes para
outro. Através da palavra, podemos chegar ao muito mau e ao excelente. Temos de ter Eu só apelo para que a população acorra, como o centro da cidade era muito importante para a
cuidado é com o muito mau, que leva à guerra, à destruição, à inimizade, à censura. Se tem acorrido em Navais, em S. Pedro de Rates, cidade, para o tecido comercial da cidade.
pensarmos bem, isto equivale quase à Inquisição, que queimava os livros na fogueira. em Laúndos. Temos ido a outros sítios e con- Termos as Correntes d’Escritas no Garrett é
Ao Índex, aquele Índex que tinha os livros que deviam ser queimados, que não podiam vém que apareçam, e vão gostar com certeza. muito importante para esse trabalho que tem a
ser lidos. Espero que não cheguemos a esse ponto. ver com a cidade, que tem a ver também com o
Haverá mesas em todas as freguesias? tecido comercial. Está ali no centro. Para além
É claro. Todas as freguesias, é isso que nós que- dos restaurantes, todos ali à volta, que toda a
www.maissemanario.pt • 21 fevereiro 2024 • Quarta-Feira MAIS/Entrevista 13

gente vai aos restaurantes ali à volta, para além vezes não estamos de acordo, mas chegamos para ser vivida com alegria, com satisfação. Eu Sérgio Godinho, vamos ter aqui, este ano, 120
do comércio que lá existe, para além das livra- sempre a uma boa conclusão. detesto aquelas pessoas que parece que carre- autores de 16 nacionalidades. Vamos ter Hélia
rias. Aliás, nós temos falado com vários conferen- gam o mundo às costas, que tudo é mau e que Correia e Germano Almeida, que são 2 pré-
Se nós pensarmos, depois das Correntes, surgi- cistas, que dizem “este ano não posso, mas vai tudo correr mal. Eu sou muito otimista e mios Camões, entre outros prémios que vão
ram mais duas livrarias na Póvoa. Quando nós para o ano estou disponível”, e vai acontecendo acho que, se nós nos empenharmos, se nos de- estar aqui connosco. Escritores que já ganha-
pensamos que os livros estão a desaparecer, assim também, porque as pessoas não estão dicarmos àquilo que estamos a fazer, tudo vai ram o prémio Correntes d'Escritas e também
quando pensamos que as livrarias estão a desa- livres todos os anos. Este ano, coube aqui o es- correr bem e vamos ter êxito. estão cá. Temos 13 livros finalistas do prémio
parecer, na Póvoa cresceram, digamos, quase paço ao José Gil. Não é para me gabar, mas eu fui das poucas Casino da Póvoa. Entre estes, temos escritores
100%: tínhamos duas, passamos a ter quatro. É No prémio principal há também o núme- pessoas que desde o início acreditei, lutei e dei portugueses, espanhóis, brasileiros, chilenos,
assim, nem mais nem menos. ro 25 com o reforço da verba no Prémio a cara por este projeto. Quando as coisas corre- mexicanos, angolanos e moçambicanos. Não é
É importante fazermos este desenvolvimen- Casino da Póvoa, que passa de 20 para ram mal, e houve coisas que correram mal, eu só Portugal que está aqui. Isto quase que é uma
to do Correntes d’Escritas ali no Garrett. As 25 mil euros. Isto representa, apesar de dei a cara também, estava presente, não fugi. metáfora igual à de Pessoa, não é? A minha pá-
Correntes d'Escritas nunca mais vão sair do se falar em crise, um reconhecimento Quando as coisas correram bem, tentei não tria é a língua portuguesa. Aqui é a língua por-
Garrett, logicamente. Dão ali vida também ao evento e aos escritores? aparecer; quando as coisas correm bem, não tuguesa e espanhola, as duas pátrias que estão
àquele espaço. E, para além disso, aliás, há a Na abertura das Correntes d’Escritas do ano apareço. Os outros podem aparecer todos, mas aqui presentes.
Póvoa antes do Garrett e há a Póvoa depois do passado, quando falei ao doutor Dionísio Vina- eu não apareço. Eu sempre entendi que as Cor- Se tivesse de lançar um repto aos leito-
Garrett. Não só nas Correntes, mas também gre, disse “senhor doutor, seria bom que para o rentes d’Escritas iam ter o êxito que têm agora. res, o que diria?
com toda a atividade cultural que o Garrett tem ano tivéssemos um prémio mais robusto”, e ele Eu sempre percebi isso. É claro que diria para virem às Correntes d’Es-
e que está todos os dias ocupado. Não só com a acolheu a ideia. E cá estamos: 25 edições, 25 Também percebo outras coisas que não correm critas. Mas o que eu diria é que mantenham o
programação cultural local, mas também com mil euros. É sinal de que o Casino tem apoiado tão bem, com alguma antecedência. Temos de espírito aberto, que aceitem as ideias dos ou-
a programação cultural nacional e internacio- a cultura também, e é importante esse apoio. ter sempre uma visão para além do momento tros, que sejam tolerantes. Cada vez é-se menos
nal, que trazemos cá. Eu reconheço que o apoio à cultura não é assim presente, uma visão ampla, alargada. Mesmo tolerante. Que se ponham no lugar dos outros
Com certeza que iremos também levar as muito reconhecido neste país. Todos nós sabe- no aspeto cultural, sobretudo no aspeto cultu- antes de reagir. E que respeitem, sobretudo a
Correntes à Arena, quando estiver concluída, mos isso. Mas o Casino tem essa sensibilidade ral. E perceber aquilo que é importante para a literatura, a cultura.
numa ou noutra mesa. Nós também sabemos e não tem faltado com este apoio às Correntes nossa comunidade e aquilo não é tão importan- Uma mensagem que eu queria dar, que para
quando é que há mais gente e quando é que há d’Escritas. Aliás, é o patrocinador principal te quanto isso. mim é essencial, é que a cultura é um espaço
menos gente, também conhecemos perfeita- dos Correntes d’Escritas. As editoras também, É por isso que eu entendo que, na cultura, nós de liberdade. E a literatura, que é a minha área,
mente como é que o público leitor reage a esta através do Prémio Luís Sepúlveda, a Porto Edi- não podemos ter uma visão afunilada, ou seja, aquela a que eu me dedico mais, que eu gos-
e àquela mesa. tora, e as outras editoras, também, com o apoio não podemos olhar só para um aspeto. As pes- to muito de ler. Eu neste momento tenho em
Por exemplo, nós vamos ter aqui aquele pro- à revista literária. soas não gostam quando eu digo isso, mas eu cima da minha mesinha de cabeceira não sei
grama com o Carlos Vaz Marques, com o João Mas seria importante para as Correntes d'Es- digo muitas vezes que tanto aposto fortemente quantos livros. E entre o Paulo Moreiras, que
Miguel Tavares, Pedro Mexia e Ricardo Araú- critas e para a cultura portuguesa, que tivésse- nas Correntes d’Escritas, no Festival Interna- eu também gosto muito, a Machado de Assis,
jo Pereira, em direto para a televisão. Tenho a mos apoios do Ministério da Cultura, mas não cional de Música, como aposto num festival de que tenho a obra toda de Machado de Assis lá,
certeza de que, se tivéssemos a Arena pronta, tem surgido essa hipótese. Não têm surgido, folclore, num encontro de bandas filarmónicas. que estou a fazer uma segunda leitura. Eu devo
encheria a Arena. também, programas para apoio na área deste Tudo isso é importante. Tudo isso faz parte da ser um bocado maluco, já li toda a obra e estou
Como se chega à pessoa que é escolhida evento. Quando surgir, estaremos disponíveis cultura de um povo, da nossa cultura. Tudo é a ler outra vez.
para a Conferência? para isso. necessário. Mas é engraçado, que consigo encontrar outras
A programação é tratada comigo e com a Ma- É uma pessoa feliz por ter conseguido Não podemos viver só dos livros. Temos de vi- coisas que não encontrei na primeira leitura.
nuela Ribeiro. Começamos a pensar a progra- juntar tanta gente à volta deste percur- ver também das nossas tradições. E a tradição Este exercício de se fazer uma segunda leitura
mação logo após as Correntes d'Escritas, o que so de 25 anos? faz a cultura. É por isso que a Póvoa tem uma é muito interessante. Eu estou a descobrir ou-
é que vamos fazer para o próximo ano, qual Feliz, sim. Aliás, sou uma pessoa feliz, as pes- força associativa que poucos concelhos deste tras coisas e tomo nota ao lado e tudo mais. Um
será o tema da revista? Qual é o autor que va- soas que me conhecem [sabem que] sou uma país têm. Entendemos que temos de apoiar, de livro não é descoberto só na primeira leitura.
mos falar na revista? Este ano, nem pensamos pessoa feliz e bem-disposta. Acho que a vida é trabalhar com eles, e é muito importante ter Às vezes precisa de uma segunda leitura para
em autor porque estamos a falar das Correntes esta visão alargada da cultura. ser descoberto.
d'Escritas, e a revista será sobre as Correntes As Correntes não têm forma de parar? A literatura é um espaço de liberdade. E, por-
d’Escritas. “Com certeza que iremos Já não têm. É por isso que, para além das me- tanto, que aproveitem essa liberdade. Porque
No que diz respeito ao conferencista, é tratado
entre mim e o José Carlos Vasconcelos. Come-
levar as Correntesà Arena, sas que terão versos de poemas retirados de
canções de contestação ao Estado Novo, aque-
esse espaço, na vida real, está a tornar-se cada
vez mais exíguo, e temos de estar com atenção
çamos a conversar, qual é a possibilidade. Às quando estiver concluída” las canções após 25 de Abril, do Zeca Afonso, a isso.
CMPV

Em 2020, “cerca de 30% impacto mediático pela Cision em 2020,


nós encomendamos em 2020. Nesse ano,
de Portugal esteve exposto cerca de 30% da população portuguesa
à mensagem do Correntes” esteve exposta à mensagem do encontro
Correntes d'Escritas. Cerca de 3 milhões
Ao evento estão associados de pessoas, 30% da população portuguesa.
os 50 anos da cidade. Como é que Em 2020, de acordo com esse estudo,
essa mensagem se transforma, o valor financeiro do espaço editorial
em termos de Correntes? equivale, em publicidade, que é isso que
Eu penso que as Correntes d’Escritas as pessoas não fazem contas, mas que esta
não precisam de explicação. Não há aqui empresa fez, estamos apenas a falar dos
explicação, porque as Correntes d’Escritas media que são contabilizáveis, ou seja,
já se confundem com a cidade. Quando se que têm valor de publicidade. A Antena 2
fala de Póvoa de Varzim, as pessoas pensam não tem esse valor de publicidade, claro.
logo em Correntes d'Escritas, e quando se Equivaleu a 5 milhões e 400 mil euros, só
fala em Correntes d'Escritas, toda a gente em 2020.
pensa na Póvoa. E não há melhor forma de Se tivéssemos de pagar a publicidade, ou
comemorar 50 anos do que comemorar os seja, o tempo de antena nas televisões, das
25 anos das Correntes d'Escritas. rádios, o espaço dos jornais, equivalia a 5
Onde quer que eu vá, quando falo com as milhões e 400 mil euros. Isto são contas
pessoas, os meus colegas, vereadores de que as pessoas não fazem. Pensam que isto
outras câmaras, as Correntes d’Escritas não acontece, que não é verdade.
vêm sempre à conversa, e não é por
acaso que isso acontece. Porque há uma O Correntes ganha
promoção muito grande, não só ao nível uma notoriedade diferente?
dos escritores que cá vêm, como dos Não. A Póvoa em si, através do
editores, como dos agentes literários, dos Correntes, ganha essa notoriedade. Nós
tradutores e também da comunicação não contabilizamos isso, regra geral
social. não contabilizamos, a população não
Já que estamos a falar da comunicação contabiliza, ninguém contabiliza. Mas a
social, vou-vos dar uns números aqui empresa que nós contratamos na altura,
interessantes. Foi feito um estudo de em 2020, fez essas contas.
14 MAIS/Sociedade Quarta-Feira • 21 fevereiro 2024 • www.maissemanario.pt

Folia de Carnaval animado por avós e netos


Nem a chuva impediu os ‘avós e netos’ da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai de comparecer, na tarde de 8 de fevereiro, na festa de Carnaval da União
de Freguesias. O ‘Carnaval dos avós e netos’ encheu o salão da Associação Cultural e Recreativa da Matriz, com a folia carnavalesca dos seniores,
alguns netos e crianças do Instituto Maria da Paz Varzim
“Confesso que, de manhã, quando vi o tempo, pessoa do presidente António Quilores, por
pensei que não aparecia nem metade do pes- disponibilizar o salão: “fico sempre muito
soal. Fiquei muito contente por vos ver. Mui- contente por ter a casa cheia. Precisávamos de
to obrigado por terem vindo e por provarem duas vezes este espaço”.
novamente que os poveiros não têm medo da
tempestade”, disse Ricardo Silva, presidente “Temos de sair e fazer amigos”
da União de Freguesias. Também Luís Diamantino, vice-presidente da
Na ocasião, Ricardo Silva agradeceu à autar- Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, com-
quia “porque a Póvoa de Varzim é uma cidade pareceu ao evento, e afirmou que os presentes
que se preocupa com as pessoas de todas as eram “verdadeiros lobos do mar” por feste-
idades. Não é só hoje, nestas atividades; é com jarem mesmo com condições meteorológicas
os centros ocupacionais, é com a forma como adversas.
a cidade também se adequa a quem é mais ve- “Não vale a pena desistir, não vale a pena
lho, a quem tem dificuldades de mobilidade”, fechar-se em casa. Temos de sair, temos de
disse. fazer amigos, temos de nos encontrar com os
Agradeceu também “aos funcionários da outros. Porque a vida é isto, é muito curta.
Junta de Freguesia e a todos os elementos da Aproveitem a vida. Divirtam-se ao máximo.
Academia Sénior que contribuíram para a de- O Carnaval também é para isto”, afirmou o
coração”, e ainda à Associação da Matriz, na autarca.

‘Festa de Carnaval dos Idosos’ enche de alegria Escola do Desterro


O pavilhão da Escola Básica do Desterro foi palco, na tarde de 9 de fevereiro, para a Festa de Carnaval dos Idosos da Póvoa de Varzim. Estiveram
presentes 11 instituições do concelho, numa festa marcada pelos disfarces, dança e animação

Durante a festividade, foram atribuídos pré- criatividade, alguma inovação naquilo que
mios de melhor disfarce: a ‘bruxinha’ Eliza- possa ser a sua participação”, explicou a ve-
readora.
bete venceu o prémio individual e o MAPADI
o coletivo. Ao agradecer o reconhecimento, o Instituições presentes
presidente da direção do MAPADI, António
Ramalho, indicou que “todos mereciam o Participaram na festa A Beneficente, o Centro
prémio, porque todos estão muito bonitos”. Social de S. Pedro de Rates, o Centro Social
Andrea Silva, vereadora da Ação Social do Bonitos de Amorim, o Centro Social Paroquial
Município, salientou a “muita alegria e felici- de Aguçadoura, o Centro Social Paroquial de
dade” sentida na festa, onde todos “cantam, Aver-o-Mar, o Centro Social Paroquial de Ter-
vêm fantasiados do que quiserem, e podem ser roso, a Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de
o que quiserem. É uma vivência muito gratifi- Varzim, a Associação de Reformados Poveiros,
cante”, disse. o MAPADI, e os Centros Ocupacionais de Aver-
“Nós instituímos sempre um prémio cole- -o-Mar e da Lapa. O Centro Social e Paroquial
tivo e um prémio individual, no fundo tam- de Aver-o-Mar não pôde participar devido a
bém para os incentivar a trazerem algumas limitações provocadas pelas condições meteo-
das suas fatiotas cuidadas e com alguma rológicas.
www.maissemanario.pt • 21 fevereiro 2024 • Quarta-Feira MAIS/ Atualidade 15

‘A Cientista Agrícola’ quer tornar a agricultura acessível a todos


Decorria o ano de 2018 quando, pelas mãos de Rosa Moreira, nasceu a plataforma ‘A Cientista Agrícola’. Passados seis anos, Rosa acumula mais
de 201 mil seguidores no Facebook, 54 mil seguidores no Instagram e 8 mil subscritores no Youtube. “O meu objetivo foi aproximar as pessoas do
setor, falar com uma linguagem fácil, para que qualquer um conseguisse perceber e assim também tirar dicas para os seus cultivos”, contou, em
entrevista ao MAIS/Semanário
Há seis anos, Rosa estava a terminar o mestra- fundo, é esse o tipo de conteúdo que acaba por Rosa tem trabalhado. E, num futuro próximo,
do em Engenharia Agronómica e sentia algu- interessar um público maior”. este trabalho pode até passar por um livro. “Já
ma “incerteza do que ia fazer no futuro, porque Para Rosa, “a maior vantagem do digital na comecei a fazer isso [esta aposta no presencial]
as oportunidades não eram muitas”. Na altu- agricultura é atrair um público cada vez mais lentamente, mas acho que é algo que tem que ser
ra, estava a trabalhar, “mas não estava muito jovem, que até há bem pouco tempo estava bem ponderado e feito com calma”, afirma.
satisfeita com o que estava a fazer”. Por isso, afastado da agricultura. Infelizmente, é um se-
decidiu aventurar-se e conjugar as suas duas tor ainda bastante envelhecido e, portanto, fa- Um conselho:
paixões: agricultura e escrita. Assim, nasceu a lar da agricultura nas redes sociais é também “não desesperar”
plataforma A Cientista Agrícola. uma estratégia para trazer os jovens para a
“Embora noutros países já existam muitos si- agricultura”. A quem esteja a dar os primeiros passos na
tes sobre a agricultura, aqui em Portugal ainda agricultura, Rosa deixa um conselho: “não de-
existem muito poucos, e aqueles que existem é Livro está a ser pensado sesperar”. “Muitas pessoas começam as hortas
com uma linguagem muito técnica. Quem quer e acham que vão ter logo uma produção muito
aprender algo sobre agricultura, não entende Nascida e residente em Vila do Conde, Rosa Mo- abundante, que vão conseguir logo produzir
aquilo que está a ser ali abordado”, explica. reira trabalha também no Centro do Clima da uma série de culturas, mas de facto não é assim,
Para colmatar esta lacuna de oferta, o obje- Póvoa de Varzim. “Consigo conciliar duas áreas especialmente para quem nunca produziu e não
tivo d’A Cientista Agrícola é “aproximar as pes- de formação que tenho, o Ambiente e a Agrono- tem a quem pedir ajuda”, atenta.
soas do setor, falar com uma linguagem fácil, mia, e tentar sensibilizar as pessoas para que Nesse sentido, aconselha a estudar todas as
para que qualquer um conseguisse perceber e todos juntos tenhamos uma noção mais im- características e condições ao dispor – o solo, o
assim também tirar dicas para os seus cultivos portante de trabalhar para um setor mais sus- clima, a probabilidade de precipitação, os ven-
e produções”. tentável e, no fundo, sensibilizar as pessoas de tos, entre outros – até porque “ter uma horta
Através das redes sociais e site, Rosa Mo- que todos nós temos o poder de mudar alguma aqui é diferente de ter uma horta no Centro ou
reira começou por partilhar “conteúdos mais coisa. Porque, se nós não mudarmos, daqui a al- no Sul do país”.
profissionais”, mas foi-se apercebendo do cres- guns anos, as gerações futuras terão um planeta “O conselho maior que dou é não querer tudo
cimento de “um público mais amador”, sem li- muito pior para viver”, considera. logo de uma vez. Ir começando com o básico e, à
gação direta com a agricultura, mas que queria Para além disso, é também formadora – “eu medida que vamos errando e percebendo o que
aprender. escrevo os artigos, mas nesses artigos acabo por funciona melhor, então aí vamos melhorando e
Nesse sentido, atualmente “o conteúdo é pegar num conteúdo aqui, noutro conteúdo ali. crescendo em termos de produção e em termos
mais sobre hortas, pragas e doenças, sempre Com as formações, eu consigo ter um conteúdo de diversidade. Porque assim não leva a frustra-
com uma forma mais sustentável, porque o muito mais organizado. Para quem quer apren- ções. É uma forma de nós irmos gerindo expec-
caminho é uma agricultura mais sustentável, der, é muito mais fácil”, diz. tativas, irmos aprendendo e produzindo cada
com menos recurso a produtos químicos. No É neste sentido, mais físico e presencial, que vez mais”, declara.

MAIS/Opinião
VALE A PENA SALVAR A HUMANIDADE?
fazer a mala, acordar cedo e perder horas na
viagem… mas depois vem a recompensa. Que
no caso da ação climática pode ser uma fatura
mais baixa na energia e maior conforto térmico,
além da resiliência acrescida.
Depois há quem ache que as alterações cli-
máticas são uma coisa que se resolve numa
Assembleia Geral das Nações Unidas. Pois, eu
também achava que devia ser assim. Não faltam
acordos e tratados, mas nenhum deles está a ser
PEDRO MACEDO, respeitado. A capa de um dos últimos relatórios
COORDENADOR DO CENTRO DO CLIMA DA
PÓVOA DE VARZIM E EMBAIXADOR DO PACTO
sobre o clima é um disco riscado. Fala-se, fala-
EUROPEU PARA O CLIMA -se, fala-se… e não se sai do mesmo sítio. Eluci-
dativo. Meus caros, temos de ser nós a arregaçar
Apresento aqui uma boa lista de desculpas para as mangas, porque vamos ser nós a ter de lidar
não nos preocuparmos com o ambiente e em com as consequências da inação. Não vale a
particular com as alterações climáticas. É só es- pena esperar por heróis. As capas dos últimos relatórios das Nações Unidas são elucidativas. O discurso das alterações climáticas
colher uma e seguir em frente. Ou não. E claro, há quem ache que tudo se irá resol- parece um disco riscado – as temperaturas continuam a subir, mas continuamos a aumentar as emissões de
Mudar dá trabalho, é incómodo, coloca-nos ver com alguma tecnologia miraculosa que faça gases com efeito de estufa. A nossa casa está a arder e nós não estamos preparados.
perante o incerto. Adoramos ritos e rituais, ro- desaparecer o dióxido de carbono da atmosfera. conceito de liberdade talvez seja andar de SUV sa motivação intrínseca para fazer o bem, para
tinas, mesmo que nefastas. Lembro-me daquele A boa notícia é que sim, essa tecnologia existe. para todo o lado, nem que isso signifique passar cuidarmos uns dos outros, da nossa Casa. A
estudo em que se colocavam duas opções: pre- Chamam-se árvores (e afins) mas cada vez são horas numa fila de trânsito. nossa capacidade para nos adaptarmos e resis-
fere este sofrimento, a uma hora incerta do dia, menos e mais ameaçadas. E simplesmente não No meu processo de investigação descobri, tirmos, para sermos curiosos e criativos.
com a possibilidade de nunca acontecer; ou um temos, nem de perto nem de longe, os recursos tragicamente, que a verdadeira razão profunda E sim, também temos medo. Vivemos todos
sofrimento certo e com hora marcada. A maior ou o tempo para substituir 1500 milhões de au- para tantos não cuidarem do Planeta que nos os dias com a angústia de ter de lidar com tantas
parte escolheu o sofrimento certo. Somos as- tomóveis por viaturas elétricas (etc. etc.). Temos sustém, é simplesmente não acreditarem que dificuldades e acusações. Medo de já ser tarde
sim, animais de hábitos. de mudar de estilo de vida, consumir menos, vale a pena salvar a Humanidade. Acreditam demais. Medo que se transforma facilmente em
É esta a primeira desculpa para não fazermos confiar no bom senso e não na tecnologia. que o Homo sapiens tem algum defeito que ine- raiva e desespero. Mas sabemos que não adian-
nada para evitar a tragédia climática. Dá muito Mas há desculpas muito mais rebuscadas. Há vitavelmente nos irá levar à extinção. Que a cri- ta construir “bunkers” ou esperar salvações
trabalho. É confuso e complexo. A boa notícia quem acredite que isto das alterações climáticas se ecológica (moral, etc.) é irremediável. Que irá divinas. Recusamo-nos a perder a esperança e
é que estamos aqui para ajudar, nós e muitos é tudo uma conspiração para controlar a Hu- acabar tudo em barbárie, como é retratado em não deixamos que o insidioso medo nos domi-
mais. Ainda agora abriu na Póvoa de Varzim um manidade. Se alguém se atreve a falar de uma tantos e tantos filmes. Pura misantropia. ne. Queremos ir mais além do cabo das tormen-
novo balcão de atendimento, o "Póvoa de Var- “cidade de 15 minutos” – onde todos os serviços No Centro do Clima acreditamos que temos tas. Sim, vale a pena ‘salvar’ a Humanidade.
zim Energy Hub". Um espaço de apoio na área públicos estejam, no máximo, a 15 minutos de de mudar, sim. Mudar os nossos sistemas, que Vêm aí várias eleições. Que o nosso voto seja
da eficiência energética e produção de energia distância a pé, de transportes públicos, ou de promovem o pior do ser humano, o seu indivi- informado e consciente. Que venha de um lugar
renovável em ambiente residencial. A outra boa outras formas de mobilidade suave como a bi- dualismo e consumismo. Mas acreditamos que de esperança e não de medo. Como dizem os
notícia é que mudar custa, mas dá muito prazer. cicleta – é porque é um ditador que quer limitar precisamos acima de tudo de mais Humanida- velhos sábios, o medo nunca foi um bom con-
É como ir de férias: temos que fazer marcações, as liberdades individuais. Porque para alguns o de, de enaltecer o que de melhor temos, a nos- selheiro.
16 MAIS/Desporto Quarta-Feira • 21 fevereiro 2024 • www.maissemanario.pt

MAIS Desporto

PUB
Varzim convoca associados para apresentar
plano de recuperação do clube
A Comissão Administrativa do Varzim decidiu convocar os associados para uma assembleia geral, no sentido de informar “o estado do Varzim Sport
Club e Varzim SC - Futebol SDUQ Lda”. A reunião foi marcada para 1 de março, pelas 21h, no Auditório Municipal. O clube deverá avançar para um
PER

VARZIM SC
Da saga
dos ingovernáveis
O mote de uma recente entrevista
do antigo diretor-geral do clube,
André Geraldes, ao jornal O
JOGO, em que justificou a saída
por se tratar de um clube que
“chega a ser ingovernável”,
foi o mote para nas últimas
semanas os adeptos do Varzim
transmitirem através das redes
sociais o seu apoio ao clube e
à campanha “ingovernável”.
Comissão Administrativa
Foram apresentadas camisolas
apropriadas à situação, as quais
Clube na zona de subida têm merecido por parte dos
Além das explicações que serão dadas linha defensiva alvinegra, ao longo de varzinistas um grande e forte
sobre o estado do clube, a ordem de Entretanto, a equipa principal somou todo o encontro. acolhimento.
trabalhos indica que será solicitada os primeiros 3 pontos na fase de apu- Aproveitou o Varzim, com as alte-
aos sócios a ratificação da adesão do ramento de campeão da Liga 3, ao rações realizadas por Vítor Paneira,
Varzim a um Processo Especial de derrotar no sábado o Braga B, por 2-0. para voltar a estar mais no meio-cam-
Revitalização (PER) para o Clube e Os golos foram de Vasco Braga aos 3’ po adversário e alcançar o segundo no final fazemos contas”. Recorde-se que Bruno China foi
igual situação para a SDUQ. e Xandão aos 72’. O triunfo alvinegro golo numa boa jogada coletiva que Nos encontros da 2ª jornada, além treinador do Varzim na época passa-
Este programa de recuperação eco- coloca a equipa no 2º lugar, posição nasceu na marcação de um canto cur- da vitória do Varzim sobre o Braga da antes da chegada de Vítor Paneira.
nómica tem como finalidade permitir de acesso direto à II Liga. O sonho to, com o central Xandão a empurrar B (2-0), destaque para o triunfo do Na altura, China esteve no comando
a uma empresa/entidade que esteja alimenta-se e “as contas fazem-se no o esférico para o fundo da baliza. Lourosa na Covilhã (0-1), a vitória técnico em 6 jogos, onde averbou 4
numa situação economicamente di- fim”, sublinhou Vítor Paneira. Ficou consumada a primeira vitó- do Alverca frente ao Atlético (2-0), derrotas e dois empates.
fícil ou em situação de insolvência Perante mais de 3 mil espetadores, ria do Varzim, uma equipa totalmente e o empate a um golo em Felgueiras, No comunicado, os cinco elemen-
iminente, mas que ainda seja passível o Varzim entrou muito forte e cedo diferente da que foi visível ao longo de que recebeu a Académica de Coimbra. tos da Comissão Administrativa “es-
de ser recuperada, negociar com os chegou ao golo com um remate de vários meses na fase regular. Na classificação, Lourosa lidera com tranham que o valor em dívida ainda
credores com vista a um acordo que Vasco Braga à entrada da área, com 6 pontos, seguido pelo Varzim (2º), não esteja regularizado, uma vez que
leve à revitalização do clube. a bola a entrar no ângulo da baliza Ida à Tapadinha Braga B (3º) e Alverca (4º), todos com tinha sido publicamente dito pela
Também na reunião magna, agen- adversária. Depois, o jogo ficou equi- O campeonato continua no próximo 3 pontos, Felgueiras (5º) e Académi- anterior Direção do Varzim Sport
dada para o primeiro dia de março, librado, mas em transição o Varzim fim de semana, com o Varzim a des- ca (6º), ambos com 2 pontos. Covilhã Club que o seria “… numa questão
será nomeada uma Comissão Admi- foi criando perigo no último reduto locar-se até Lisboa, onde domingo, (7º) e Atlético (8º), cada um com um de horas”. Já passaram dois meses e
nistrativa, atualmente constituída bracarense, que ficou privado de Vas- a partir das 15 horas, irá defrontar o ponto. o problema não só não foi resolvido
por Rodrigo Moça, Pedro Coelho, co Moreira aos 42’, ao ver um cartão Atlético, que apenas conseguiu um A terceira jornada, além do jogo em pela anterior direção, como não foi
André Tavares Moreira, Pedro Costa vermelho direto, por entrada dura so- ponto nos dois jogos já realizados. que participa o Varzim, terá ainda o deixada qualquer verba para assumir
e Tiago Ferreira, para continuar a re- bre um atleta varzinista. Para o treinador do Varzim, “nenhum Felgueiras-Alverca, Lourosa-Aca- o compromisso”.
cuperação financeira do clube. Recor- Na segunda metade, o Braga B ape- deixa de ser os 8 mesmos candidatos. démica e Braga B-Covilhã, todos no Para os atuais dirigentes a situação
de-se que na última assembleia geral, sar de reduzido a 10 jogadores, levou Eu vi os jogos e vi as equipas muito próximo sábado. estar a causar “constrangimentos no
a 26 de janeiro, a Comissão pediu o por duas ocasiões de perigo, a bola iguais. Já ouvi comentadores a dar fa- dia-a-dia do Clube”, nomeadamente
período de um mês para apresentar junto da baliza de Ricardo, que se voritismo claro a 3 ou 4 equipas, na Apesar da tentativa no trabalho da equipa principal mas-
o atual estado financeiro do Varzim. mostrou muito seguro, assim como a qual a nossa não estava incluída, mas de acordo autocarro culina. Apurou, entretanto, o MAIS/
Semanário que o Varzim irá deslo-
penhorado por anterior car-se até Lisboa em outro autocarro,
equipa técnica contando para isso com a ajuda de vá-
rios varzinistas.
O autocarro do Varzim Sport Club
ARQUIVO

foi alvo de uma penhora na passada


sexta-feira “devido ao não pagamen-
to das dívidas respeitantes à equipa
técnica liderada por Bruno China”,
anunciou na terça-feira em comuni-
cado a Comissão Administrativa que
está a gerir a coletividade poveira.
Sobre esta dívida, o MAIS/Sema-
nário apurou que a Comissão propôs
nas últimas semanas um acordo, re-
jeitado pelo representante de Bruno
Lance do primeiro golo
China, que, entretanto, avançou com
a ação contra o Varzim.
www.maissemanario.pt • 21 fevereiro 2024 • Quarta-Feira MAIS/Desporto 17

Póvoa Andebol com quatro finais


para atingir a permanência
Como dizia um ilustre poveiro e homem ligado ao desporto, "o que lá vai, lá vai", e chegou a hora de todos darem as mãos em prol de um objetivo
comum, que será levar a equipa sénior do Póvoa Andebol Clube (PAC) ao Grupo B, lugar que garante de imediato a manutenção no principal cam-
peonato da modalidade.
dividualidades, começando por um atleta que mesmo) dos jogadores deste campeonato
agora representa o Sporting Clube de Portugal. Placard da 1ª divisão com mais idade. Con-
Christian Moga, o pivô que fez parte da equi- tudo, o capitão da equipa poveira já se inte-
pa que participou na Final Four da Taça de grou no espírito desportivo poveiro. Na hora
Portugal, e reconhecida na Gala do Desporto do reconhecimento pelos seus 50 jogos, não
poveiro, recebeu das mãos do presidente José esqueceu de se penitenciar aos adeptos: "te-
Oliveira Pereira o troféu que então foi entregue mos consciência de que não está a ser uma
aos seus companheiros. Seguiu-se a entrega ao época à imagem do clube e das suas aspira-
ponta Tiago Teixeira da camisola nº 100 (os ções. No entanto, e também à imagem das
jogos feitos pelo atleta ao serviço do PAC), e a gentes da Póvoa, não nos vergaremos e não
nº 50 ao atual capitão e guarda-redes António desistiremos de lutar até ao fim por um obje-
Campos. O dirigente também entregou a ca- tivo que ainda poderemos alcançar. Faltam
misola 8 (número do adepto) aos colaborado- 4 jogos (Belenenses e Vitória SC em casa, e
res Carmo Parreira, António Morim e Duarte FC Gaia e Águas Santas, fora) e precisamos
Mata. Em todos os desportos e modalidades, os do apoio de todos para os vencermos. Con-
adeptos foram, são e serão sempre, o espelho tem com o nosso esforço e raça, porque dei-
da vivacidade de um clube. Quiçá, como uma xaremos a pele dentro de campo. Queremos
iniciativa de merchandising de colocar à venda que apoiem o andebol, da mesma forma que
estas camisolas com o nº 8, o ambiente nos jo- todos nós desejamos sucesso ao Varzim e ao
gos na Póvoa seja ainda mais colorido. Desportivo da Póvoa, nas suas modalidades.
A nova versão do PAC tem como timoneiro o o trabalho que está a ser realizado, todos de- Sábado, pelas 18h30m, venham apoiar-nos
professor Tiago Cunha, que em 3 jogos reali- sejam que nos quatro jogos finais, isso possa Capitão faz apelo aos poveiros na primeira destas finais, porque Todos So-
zados, venceu uma eliminatória da Taça de acontecer. Aos 44 anos, António Campos é um (senão mos Póvoa”.
Portugal, e tem duas derrotas caseiras para o
campeonato. A primeira, contra o Marítimo Homenagens
por 22x23, foi penalizadora para as ambições em dia de jogo grande
poveiras, até porque depois de uma má entrada
em jogo, a equipa "de todos nós" poderia (e de- Antes do apito inicial, a direção do Póvoa An-
veria) ter alcançado a vitória. debol Clube resolveu homenagear algumas in-
Sem tempo para lamentações, a receção
ao campeão Sporting Clube de Portugal de-
monstrou (mais uma vez) que a mobilização
dos responsáveis do clube para que os adeptos
comparecessem em massa, foi um sucesso.
Uma excelente moldura humana, retribuída
por uma exibição dos comandados de Tiago
Cunha, que obrigou o campeão nacional a uti-
lizar todos os seus trunfos, nomeadamente os
manos Costa (Martim e Kiko) que só jogaram
no 2º tempo. No lado poveiro, (re)surgiu Alan
Silva, um lateral brasileiro, que rubricou uma
das suas melhores exibições com a camisola
poveira. Nos 60m de jogo, o resultado esteve
sempre no "taco a taco" com um pequeno as-
cendente leonino, mas que manteve sempre a
plateia ansiosa até ao apito final. Foi com um
28x32 que o jogo terminou, mas a poucos mi-
nutos do fim, a equipa poveira poderia ter re-
duzido para a diferença mínima. Nos detalhes,
a equipa ainda não conseguiu definir de forma
a não dar vantagens aos adversários, mas com
18 MAIS/Desporto Quarta-Feira • 21 fevereiro 2024 • www.maissemanario.pt

Estela cada vez mais Varzim B e Beiriz


perto de revalidar título vencem e Balasar
continua no último lugar
O Estela venceu no último fim de semana, no
terreno do Averomar, por 1-5, e aproveitou a
folga do Rates para reforçar a liderança. A reva-
Feminino: Argivai 14 Matriz 0 e Laúndos-
-Rates (dia 23/2). Classificação: Argivai e Ave-
romar com 6 pontos.
lidação do título está a um par de jogos. Resul- Tal como tem sucedido com a equipa A, o sultados, ao perder em casa, frente ao AC
tados e classificações. Tougues e Aveleda na luta Varzim B continua em maré positiva, confir- Rio Tinto, por 1-3. O Balasar ocupa o último
Seniores: Averomar 1 Estela 5; Laúndos pelo título de Vila do Conde mada no domingo com nova vitória na rece- lugar na divisão de honra e domingo joga no
3 Aguçadoura 0; Argivai 1 Navais 3 e Amorim ção ao Candal, por 3-1. Rúben Ribeiro (2) e campo do Lavrense, 7º classificado.
6 Terroso 5. Classificação: 1º Estela com 36 Tougues, 1º com 48 pontos, e Aveleda, 2º com 47 Raúl, foram os autores dos golos alvinegros. Já o Beiriz continua em festa, e aprovei-
pontos, 2º Rates com 23 pontos. pontos, estão na frente do campeonato de fute- O Varzim B subiu ao 6º lugar, entre as 16 tou as comemorações do seu 39° aniversa-
Juvenis: Averomar 3 Estela 1; Rates 3 Beiriz bol amador de Vila do Conde e prometem lutar equipas em prova, com 32 pontos, e está na rio, para receber e vencer o Maia Lidador,
1 e Argivai 4 Navais 0. Laúndos 1 Aguçadoura 0. pelo título da época 2023/24. zona que garante a permanência automática por 2-0, com golos de Isco e Diogo. O Beiriz
Classificação: 1º Amorim com 33 pontos, 2º Na jornada do fim de semana foram marcados na divisão de elite da AF Porto. Domingo, está na frente da série 2 da 2ª divisão da AF
Rates com 30 pontos. 32 golos, com os seguintes resultados: Rio Mau dia 25 de fevereiro, o Varzim B joga no terre- Porto com 5 pontos de avanço do segundo
Infantis: Averomar 0 Estela 1; Regufe 0 2 Bagunte 4; Touguinha 1 Fornelo 2; Mindelo 0 no do Leça FC, líder isolado do campeonato. classificado, o Tirsense, e joga no próximo
Matriz 1; Rates 2 Beiriz 2; Argivai 2 Navais 1 e Aveleda 2; Malta 4 Macieira 2; Fajozes 1 Arcos 2; Ao invés, o Balasar colecionou mais uma domingo no terreno do Mocidade Sangemil,
Amorim 1 Terroso 0. Aguçadoura 4 Laúndos Vairão 0 Gião 2; Retorta 3 Tougues 4; Árvore 1 derrota, e não consegue sair da crise de re- terceiro classificado.
1. Classificação: 1º Estela com 38 pontos, 2º Labruge 2. Folgou a equipa do Vilar.

VARZIM SC
Amorim 37 pontos. Na classificação: 1º Tougues com 48 pontos,
Escolinhas: Averomar 0 Estela 4; Regufe 6 seguido pelo Aveleda com 47 pontos, Árvore,
Matriz 1; Laúndos 1 Aguçadoura 5; Argivai 2 Na- campeão em título e derrotado nesta ronda, ocu-
vais 2; Amorim 12 Terroso 0. Classificação: 1º pa o 3º lugar com 43 pontos.
Estela com 42 pontos; 2º Amorim e Aguçadoura A 22ª jornada terá lugar entre 2 e 6 de mar-
com 33 pontos. ço, com o líder Tougues a receber em Retorta, o
Traquinice: Argivai 7 Navais 0 e Amorim 2 Mindelo, 5 de março, enquanto o Aveleda joga
Terroso 0. Classificação: 1º Averomar com 24 a 2 de março, quando receber no seu campo a
pontos, 2º Argivai com 20 pontos. equipa de Vilar.

Rio Ave prepara receção ao Sporting


Sem poder contar com o defesa Ardelan e o Penálti falhado
avançado Boateng, que viram nos descontos De Famalicão, o Rio Ave trouxe uma derrota
em Famalicão o cartão amarelo que os pune por 2-1, depois de ter estado em vantagem.
com 1 jogo de suspensão, o Rio Ave está a Aos 90m Adrien Silva falhou um penálti
preparar a receção ao Sporting. O jogo está que poderia ter dado o empate. Aos 14' Aziz
Desportivo afunda-se na luta pela manutenção marcado para a noite do próximo domingo, converteu uma grande penalidade, mas três
às 20h30. minutos depois o Famalicão restabeleceu a
No nacional da 2ª divisão, apesar de defron- série 1 foi ao Algarve, golear o Albufeira por À procura de pontos e dadas as circuns- igualdade e na segunda parte consumou a
tar um adversário que contava também por 1-10. Os golos rioavistas foram de Tiago Tor- tâncias, Luís Freire, treinador da equipa vi- reviravolta.
derrotas os quatro jogos realizados, a equi- res (4), Zézinho (2), Ricardo Gonçalves (2), lacondense, terá de fazer alterações no onze Sobre o penálti falhado, Luís Freire expli-
pa poveira não conseguiu pontuar na viagem Sílvio e André Luzia. para defrontar a equipa da capital, que tem cou que a “culpa é sempre do treinador e não
que fez até aos Açores. Frente ao Grupo Des- O Rio Ave segue no 3º lugar, com 10 pon- praticado o melhor futebol de acordo com a do jogador que não marcou penálti. Havia
portivo da Casa do Povo do Livramento, os tos, a um ponto dos líderes do Azeméis e maioria dos comentadores. duas opções, podia ter sido o Aziz, mas o
poveiros já foram a perder para o intervalo Nogueiró. Sábado, o Rio Ave recebe o Futsal No caso do capitão dos vilacondenses há a Adrien tem experiência de o fazer na seleção
por 3x0. Azeméis, jogo marcado para as 15h30 no Pa- dúvida de quem poderá ocupar o seu lugar, e no Sporting. Quis assumir a responsabili-
No 2º tempo, conseguiram equilibrar a vilhão dos Desportos. com três jogadores para essa posição: Pa- dade e tem toda a minha confiança para o
contenda, sofrendo apenas um, e marcando trick William, Renato Pantalon e Devenish. fazer. Repito, a culpa é sempre do treinador
o golo de honra através de Ricardo Ferrei- Caxinas aplica chapa 7 Também de fora vai estar André Pereira, a e não do jogador que não marcou a grande
ra. Com a despromoção muita próxima, há O ADCR Caxinas Poça Barca foi ao pavilhão recuperar de uma cirurgia ao nariz. penalidade”.
que repensar o futuro da modalidade, que do Candoso, Guimarães, golear (0-7) o seu
poderá passar numa aposta a médio prazo adversário que ainda não alcançou qualquer
no regresso a campeonatos exigentes sob o ponto nos 14 jogos disputados.
ponto de vista orçamental. Apesar de estar Dois autogolos de João Teixeira (5' e 24'),
agora no 7º lugar, o Livramento conta nas um bis de Tiago Fernandes (18' e 21') e de
suas fileiras com uma mão cheia de brasilei- Milton Dias (19' e 34') e ainda um tento de
ros e um angolano. João Fonte (29'), contribuíram para o folga-
Domingo, o CDP recebe o Portimonense, do triunfo.
às 18h, no pavilhão da Eça de Queirós. O Caxinas volta a jogar este sábado, quan-
do receber o Belenenses, no pavilhão de
Rio Ave em posição oposta Desportos de Vila do Conde, partida marca-
Já em ciclo contrário está o Rio Ave, que na da para as 18 horas.
www.maissemanario.pt • 21 fevereiro 2024 • Quarta-Feira MAIS/Desporto 19

Trio conquista títulos nacionais


para o Atlético da Póvoa
Gonçalo Veloso, Cátia Pereira e José Azevedo, do Atlético da Póvoa,
sagraram-se campeões nacionais de pista coberta, durante os Campeo-
natos de Portugal de Pista Coberta, que decorreram no fim de semana,
em Pombal
Gonçalo Veloso estreou-se com uma vitória no pista coberta. Os homens alcançaram o 2º lugar
salto em altura com a marca de 2,08m, enquan- na 2ª divisão, que ditou a subida direta à divisão
Cátia Pereira, Gonçalo Veloso e José Azevedo
to Cátia Pereira conquistou o título de campeã máxima do atletismo português. Por sua vez, as
de Portugal de salto com vara, somando este tí- raparigas conseguiram a manutenção na 1ª di-
tulo ao de campeã nacional de salto com vara ao visão com o sexto lugar coletivo.
ar livre, que já detinha. Em Pombal, o clube po- Parque Urbano Sara Moreira, em Santo Tirso, 1000m, Pedro Fonseca (Infantil) em primeiro
veiro garantiu mais duas vitórias por José Aze- Destaques regionais o clube participou no Corta-mato Curto e Jo- lugar nos 2000m, David Lyubera (Infantil) em
vedo ao sagrar-se campeão de Portugal nas cor- Também no passado fim de semana, o Atlético vem Regional com 24 atletas (12 masculinos e segundo lugar nos 2000m e Tiago Macedo (Ini-
ridas de 1500m e 3000m, na categoria Anddi. da Póvoa marcou presença em outras pistas e 12 femininos), dos sub-10 até aos sub-20, onde ciado) em terceiro lugar nos 3000m.
Recorde-se que na pista pombalense, o Atléti- provas. No sábado, em Braga, o estreante João alcançou vários pódios e vitórias nos diversos Coletivamente, na mesma prova, o Atlético da
co garantiu na semana anterior um facto histó- Torres, em representação da Associação de escalões. Destacam-se: Dinis Magalhães (Ben- Póvoa conquistou o título de Campeão Regional
rico, com a presença das duas equipas, mascu- Atletismo do Porto, garantiu o terceiro lugar no jamim A) em segundo lugar nos 500m, Alice em Iniciados Masculinos e o de Vice-Campeão
lina e feminina, em simultâneo na 1ª divisão de Campeonato do Norte de Triatlo. Nesse dia, no Barbosa (Benjamim B) em segundo lugar nos Regional em Iniciadas Femininas.

Poveiras "passaram" em Coimbra


Na estreia na 2ª fase da competição, a equi- A cada dia que passa, o trabalho que vem escalão sénior.
pa sénior feminina de basquetebol do Clube sendo realizado por Pedro Dias, tem sido A equipa sénior masculina tem agora uma
Desportivo da Póvoa viajou até Coimbra, potenciado também pelos reforços que en- paragem devido aos compromissos das sele-
demonstrando frente às rivais ter a lição riqueceram a qualidade do basquetebol ções, onde o poste Gonçalo Delgado foi con-
bem estudada. No final do jogo, a vitória por feminino poveiro. A equipa já conta com vocado, mas jogou a meio da semana passa-
75x55 ref letiu a superioridade das pupilas alguns regressos de ex-atletas com forma- da para a taça Hugo dos Santos. Em Oliveira
do professor Pedro Dias perante uma equipa ção no clube, e também por um espírito de de Azeméis, a equipa liderada por José Ri-
academista que nunca deixou de lutar por conquista, arredado há algum tempo, mas cardo esteve perto de vencer, mas acabou
outro resultado. que renasce finalmente, rivalizando com o derrotada no prolongamento por 86x83.

Voleibol com estreia vitoriosa Judocas poveiros apurados


para o campeonato nacional
A equipa sénior feminina de voleibol do Clube ajudar as poveiras a chegar a bom porto. No
Desportivo da Póvoa iniciou da melhor forma próximo domingo, pelas 18h, há jogo grande
a participação na Fase de Subida. Ao receber na Póvoa, com a equipa liderada por Tó Ferrei-
e vencer a sua congénere do Gândara Mar por ra a defrontar uma das mais sérias rivais das O Judo Clube da Póvoa participou com cinco quinto classificado. Os dois atletas estão apu-
3 sets a 0. As poveiras justificaram o favori- poveiras. A equipa gaiense do Clube Atlântico atletas no Campeonato Zonal de Apuramento rados para o campeonato nacional de juniores
tismo perante um adversário que não estará da Madalena, visita a Póvoa, tendo vencido na para o Nacional de Juniores, que decorreu este que decorrerá no próximo dia 2 de março, em
na luta pelo primeiro e único lugar que dará fase regular as poveiras nos dois jogos realiza- sábado, em Vila Nova de Gaia. Albufeira.
acesso à subida de divisão. dos. Espera-se casa cheia, e um ambiente que Na categoria disputada por 16 atletas Para além destes dois atletas, representa-
Neste jogo, já alinhou a cabo-verdiana Kelya ajude o Desportivo da Póvoa a ultrapassar este (-73Kg), Rui Sousa e Olímpio Camargo che- ram o clube poveiro os ainda cadetes Tiago
Cruz, uma atacante com atributos que podem difícil rival. garam ambos à luta pela 3ª posição, com Rui Loureiro (-60Kg), Rodrigo Pinheiro (-60Kg) e
Sousa a levar a melhor e a ficar com a meda- Rafael Viana (-81Kg), que não conseguiram o
lha de bronze, enquanto Olímpio Camargo foi apuramento para o campeonato nacional.
20 MAIS/Desporto Quarta-Feira • 21 fevereiro 2024 • www.maissemanario.pt

Rangers da Póvoa garante Fluvial organiza


presença na liga europeia torneio de natação
semiprofissional de paintball As piscinas municipais de Vila
do Conde foram palco, no úl-
que deram assim continuidade
à preparação da temporada des-
O Rangers da Póvoa Clube Paintball timo sábado (dia 17), para o II portiva.
APD chegou à divisão semiprofissio- Torneio Interno Clube Fluvial Para além da forte adesão por
nal da Liga europeia de paintball, a Vilacondense (CFV) 2023/2024. parte dos atletas, o clube desta-
NXL Europa. O feito foi alcançado O evento reuniu mais de 100 na- cou ainda o "excelente espírito
após 24 anos de trabalho do clube, dadores f luvialistas, dos escalões vivenciado na bancada repleta de
que demonstra um “sentimento de de pré-cadetes, cadetes, infantis, familiares e amigos da equipa de
muito orgulho” ao divulgar a notícia. absolutos, masters e adaptada, natação do CFV".
Ao estar inscrito na divisão semi-
profissional, o Rangers chega à “eli-
te do paintball europeu e mundial”,
afirma o clube. É, para a associação
poveira, um reconhecimento da “de-
dicação, compromisso e empenho
de muitos associados, entidades,
apoios”, que têm vindo a fazer com
que o emblema cresça “nas várias
áreas”.
O circuito europeu deste ano vai
conter três etapas: a primeira, em
maio, que será jogada em Mafra.
Depois, em julho, a segunda etapa
será disputada em Inglaterra e a ter-
ceira, a derradeira, em setembro, na
França.
Para o Rangers, “será um ano de
muito trabalho na equipa para re-
presentar ao mais alto nível o clube,
cidade e país”.

Canoístas do Fluvial conquistam Casa da Juventude de


14 medalhas regionais Guilhabreu recebea II
O Parque Fluvial do Tâmega, em mas o destaque foi para a equipa em SUPC Cadete feminino.
Jornada do Campeonato
Marco de Canaveses, recebeu no pas-
sado sábado (dia 17) o Campeonato
Master, que terminou na 1ª posição
da geral. Atletas na fase nacional Concelhio ITKF
Regional de Fundo de Canoagem, Em termos individuais, os canoís- da Nelo CUP
competição organizada pela Federa- tas vilacondenses conseguiram acu- A II Jornada do Campeonato Conce- no de promoção concelhio da moda-
ção Portuguesa de Canoagem e pela mular 7 títulos regionais, num total Terminada a fase Norte, com a últi- lhio ITKF decorreu no passado sá- lidade. Os jovens atletas têm nestes
Associação Regional de Canoagem de 14 medalhas. Destaque para os ma etapa do Circuito Norte da Nelo bado (dia 17), na Casa da Juventude eventos a oportunidade de expe-
do Norte e que marcou o arranque títulos regionais de Alexandre Neves 510Cup que decorreu no último do- de Guilhabreu. O evento, organiza- rienciar momentos competitivos e
das provas regionais deste ano. em K1 Infantil A, Pedro Neves em mingo em Vila Nova de Gaia, serão do em conjunto pelo Ginásio Clu- evoluir apontamentos técnicos, físi-
Na prova, que contou com a parti- K1 Master B1 e Diogo Araújo em KS1 9 os canoístas vilacondenses que vão be Vilacondense e pela Federação cos e táticos.
cipação de mais de 700 canoístas em masculino. marcar presença na próxima fase Budo Tradicional de Portugal, con- A próxima edição da Jornada
representação de 18 clubes do norte Mia Silva foi a vencedora em SUPC desta prova: Leila Ribeiro em master tou com a participação de 80 atletas Concelhia (III) está marcada para o
do país, o Clube Fluvial Vilacondense Absoluto feminino, feito também C feminino, Mário Silva, Pedro Ne- das classes de formação dos Clubes próximo mês de março.
fez-se representar por uma comitiva conquistado por Hugo Lima e Lilia- ves e João Neves, em master B mas- GCV Sede, GCV Guilhabreu e GCV O Campeonato Concelhio termi-
de 46 atletas. na Cunha, em SUPC 40+ masculino culino, Carlos Soares, Rafael Silva, Rio Mau, com idades compreendi- nará em junho com a realização da
Coletivamente, o clube vilacon- e feminino, respetivamente. Bárbara Henrique Oliveira e Henrique Silva e das entre os 6 e os 15 anos. VI Jornada e o apuramento dos ven-
dense alcançou o 8º lugar da geral, Cunha conseguiu o título Regional Hugo Lima, em master A. O campeonato é parte de um pla- cedores.
www.maissemanario.pt • 21 fevereiro 2024 • Quarta-Feira MAIS/Vila do Conde 21

MAIS Vila do Conde


Caminhada pela consciencialização do Síndrome de Angelman
A ANGEL Portugal vai promover, no domingo (25), uma caminhada em Vila do Conde com o objetivo de consciencializar a sociedade para a Sín-
drome de Angelman, uma condição genética rara que, estima-se, afeta uma em cada 15 mil a 20 mil crianças
A caminhada ‘Walk’IN ANGEL’ atrás da Igreja Paroquial de Nosso e projetos da ANGEL sugerimos um comportamento. Manifesta-se sob a
serve também para assinalar o Dia Senhor dos Navegantes, pelas 10h30. donativo no valor dos kms percorri- forma de características físicas e psi-
Internacional da Síndrome de An- O percurso de 5 km, pela marginal, dos ou outro para o IBAN PT50 0010 cológicas como atraso na aquisição
gelman, celebrado a 15 de fevereiro. terá início às 11 horas. 0000 59567190001 25 ou através do motora, dificuldade na marcha com
Esta é a 3ª edição do evento, que vai A ANGEL desafia quem não possa MB WAY para o 911 733 101”, diz ainda. um andar desequilibrado, ausência
também promover uma caminhada participar na caminhada, mas queira da fala, natureza afetiva com riso
em Lisboa. contribuir para a causa, a fazer uma Características fácil e frequente, redução do tama-
Todos os participantes são convi- caminhada livre, “de forma indivi- da doença nho da cabeça e achatamento da sua
dados a utilizar pelo menos uma peça dual ou em pequenos grupos”, até 25 porção posterior, boca grande com
de roupa azul. Na caminhada de Vila de fevereiro, partilhando a ação nas A Síndrome de Angelman é um dis- protusão da língua, queixo proemi-
do Conde, o ponto de encontro será redes sociais. túrbio neurológico caracterizado nente, lábio superior fino, dentes
na Avenida Infante Dom Henrique, “A quem queira apoiar as iniciativas por atraso mental e alterações do afastados, entre outros.

Reserva de Mindelo em risco de desaparecer, diz associação


A associação ambientalista Pé Ante Agência Portuguesa do Ambiente todas as entidades deram um pare- “insinuações” deste tipo “atrasem paisagem protegida regional.
Pé (PAP) pede para que seja revista (APA), Capitania do Porto de Vila do cer positivo e que o “projeto apre- intervenções que são extremamente A APAP exige a intervenção ur-
a obra que está programada para os Conde, ICNF e Comissão de Coorde- sentado cumpre os requisitos legais necessárias”. gente do Instituto de Conservação da
passadiços da Reserva de Mindelo e nação e Desenvolvimento Regional e ambientais, garantindo a proteção As associações ambientalistas exi- Natureza e das Florestas (ICNF), nes-
que estão danificados, mas com essa do Norte (CCDR-N)”, afirmou. Para das espécies, bem como a preserva- gem ver plano da obra e garantem que te assunto, e não vão medir esforços
intervenção vão estar a ameaçar a além do mais, o autarca, garante que ção dos ecossistemas”, e lamenta que vai ser violado o regulamento daquela para que a reserva seja conservada.
fauna e a flora que Reserva Ornito-
lógica de Mindelo (ROM) garantiu
proteger, defende a PAP.
Segundo a associação, esta obra
prevê o recuo do passadiço em cerca
de 150 metros, o que vai fragmen-
tar a duna secundária que lá está e,
consequentemente, levar ao desa-
parecimento da maior e mais bem
conservada reserva do concelho. Há
também a intenção de tornar arti-
ficial a ribeira de Silvares, uma das
poucas no litoral norte que se apre-
senta em estado 100% natural, diz.
O presidente da Câmara de Vila do
Conde, Vítor Costa, por sua vez, não
entende esta indignação, uma vez
que "este plano foi submetido a uma
análise minuciosa e recebeu parecer
favorável das seguintes entidades:
Área Metropolitana do Porto (AMP),

O AFETO NÃO TEM IDADE MAIS/Opinião

que poderemos ganhar quando junta- tarefas. Estas são oportunidades de um envelhecimento positivo para
mos estas diferentes gerações e estes para diversas aprendizagens e de se os mais idosos, há uma vantagem
diferentes pontos fortes?
Em várias gerações, os avós fa-
sentirem ativas, úteis, confiantes.
Nestes momentos, podemos obser-
significativa para ambos: o afeto.
Costuma-se dizer que “ser avó/avô é
Contactos
ziam parte dos cuidadores princi- var que os avós também são expos- ser mãe/pai com dobro do açúcar”.
Rua de Berrossos, nº 139
pais das crianças da família, sendo tos a vários desafios! Os netos podem O que sabemos é que, de facto, os
que muitas vezes viviam debaixo do ser exigentes a vários níveis: “avô, avós têm muito “açúcar” para dis-
mesmo teto. Contudo, isto é algo que ajuda-me a colher laranjas da ár- tribuir e as crianças precisam tanto Malta 4485-446 Malta
MARIANA REIS SARMENTO
PSICÓLOGA CLÍNICA se tem perdido. Estaremos a perder vore!”, “avó, ajuda-me a fazer esta dele!
algo mais? receita!”, “avô, ajuda-me no traba- Para benefício de todos, incenti- Telefone: 22 9370039
Se for permitido o contacto entre lho de casa de matemática!”, “avó, vemos os momentos de convivência (chamada Rede Fixa Nacional)
Diferentes fases de vida correspon- crianças e idosos, avós e netos, pode- como é que se escreve esta pala- intergeracional e criemos tempo e
dem a diferentes pontos fortes no que mos fazer várias descobertas. Pode- vra?”. À beira dos netos, os avós nem espaço para o aprofundamento das E-mail direção:
concerne às nossas capacidades. As mos perceber que afinal as crianças se apercebem de que estão sempre a relações entre avós e netos. direcao.sancris@gmail.com
crianças têm energia e observam o gostam de outras atividades para exercitar as suas capacidades cogni- Este artigo de opinião foi escrito
mundo que as rodeia com curiosidade, além dos “ecrãs” e das tecnologias… tivas e motoras e, a par disto, podem para a IPSS SANCRIS, da qual o meu
E-mail: geral_sancris@sapo.pt
enquanto que os idosos apresentam a afinal têm iniciativa e imaginação sentir-se acompanhados, acolhidos e avô, Arnaldo do Carmos Reis, foi
sabedoria que foram construindo ao para criar as suas próprias brinca- valorizados. fundador. Assim, devo acrescentar
longo da sua vida e atribuem significa- deiras, gostam de estar ao ar livre e Para além de todos os benefícios que tudo o que escrevi foi compro- Site: www.sancris.com
do a cada nova situação com base na de mexer na terra, ser uma compa- que podem existir para um bom de- vado pela criança que fui, em cada
maturidade das suas experiências. O nhia e ajudar os avós em pequenas senvolvimento para os mais novos e momento que com ele vivi.
22 MAIS/Publicidade Quarta-Feira • 21 fevereiro 2024 • www.maissemanario.pt

MAIS/Semanário nº 563 21-02 -2024

CARTÓRIO JORGE BATISTA DA SILVA

Certifico para fins de publicação que, por escritura de 05-02-2024, lavrada a folhas
54 do LV n.º 14-E, deste Cartório: SANDRA MARIA ARAÚJO DE AMORIM, NIF
197.694.896, natural de Vila do Conde, casada sob o regime da separação de bens com
Pedro Miguel Gomes de Oliveira Novais, residente na Rua Santos Minho, n.º 11-A, 3.º
direito, na Póvoa de Varzim, declarou que é dona e legítima possuidora, com exclusão
de outrem, dos seguintes veículos: Veículo com a matrícula AC-23-67, de marca FORD
registados a favor de Valente Marques & CA lda, com sede no Lugar Adães, 3720-215
Oliveira de Azeméis, nos termos da Ap. 102/03-06-1982; Veículo com a matrícula MN-
20-14 da marca OPEL registado a favor de José António da Silva & Filho, Sucessores
com sede na Rua de São Vicente, 23, 4710-312, Braga, nos termos da Ap.1/14-07-1950 e
do veículo com a matrícula TT-15-97 da marca F.N. que não tem qualquer inscrição em
vigor. Que os referidos veículos foram adquiridos em data que não é possível apurar aos
titulares inscritos e no caso do veículo de marca F.N. a entidade desconhecida por José
António Quintas Silva Pereira, mas seguramente há mais de trinta anos. Que, por mais
de vinte anos o mencionado José António Quintas Silva Pereira possuiu os referidos
veículos como coisas próprias, cuidando deles, reparando-os e limpando-os à vista de
toda a gente, sem interrupção temporal, nem oposição de ninguém, e na convicção de
que exercia um direito próprio. Que os referidos veículos foram adquiridos em meados
de 2011 por doação verbal à primeira outorgante do dito José António Quintas Silva
Pereira, casado, à data residente na Rua Almirante Reis, 1243, 2.º esquerdo, Póvoa de
Varzim, NIF 114871175, não se tendo chegado a assinar a declaração ou qualquer outro
título formal comprovativo dessa transmissão, pelo que não tem título que legitime o
seu domínio sobre os referidos veículos, nem tem qualquer possibilidade de o comprovar
pelos meios normais, atendendo a que o transmitente já faleceu. Que, no entanto,
desde data que não pode precisar, mas seguramente desde meados do ano de 2012,
tem possuído os referidos veículos como coisas próprias, cuidando deles, reparando-
os e limpando-os à vista de toda a gente, sem interrupção temporal, nem oposição de
ninguém, e na convicção de que exerce um direito próprio, embora impossibilitada de
circular. Que, assim, já está na posse plena e sem ónus ou encargos do referido veículo
automóvel há mais de DEZ ANOS, sendo a sua posse, pacífica, contínua e pública,
pelo que a outorgante adquiriu nos referidos termos a sua propriedade plena por
USUCAPIÃO, título esse que, dada a sua natureza não é suscetível de ser comprovado
pelos meios normais.

O Notário
António Jorge dos Santos Batista da Silva
Rua José Malgueira, 82 A, 4490-647, Póvoa de Varzim
Tel.: 252 143 479/80 E-mail: geral@notariopovoavarzim.com

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Lions celebra 46 anos de serviço Villa Sessions promete


à comunidade com doações a ser "eclético e vibrante”
instituições vilacondenses De 22 a 25 de fevereiro, Vila do Conde recebe Para além da música o festival regressa com
O Lions Clube de Vila do Conde reuniu, a 3 de vernador, Ilídio Gomes, presidente do Rotary o “Villa Sessions – Vila do Conde Blues Festi- o mesmo formato e oferece ao público o con-
fevereiro, no Santana Hotel, em Vila do Con- Clube de Vila do Conde, Elisa Ferraz, represen- val”, que cumpre este ano a 8ª edição, que vai curso Villa Sessions Guitar Riff Contest, wor-
de, para celebrar 46 anos de existência dedi- tante do MADI, Rui Maia, em representação da contar com as bandas que vão tornar este pro- kshops, showcases, expositores, demonstra-
cados ao serviço à comunidade vilacondense. Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde, e grama eclético e vibrante: The Blues Moonshi- ções e tertúlias.
A cerimónia ficou ainda marcada pela entrega Dália dos Santos Vieira, em representação do ners; Bluescats ft Tommie Harris; Chris Wragg Com organização da Dream Sessions Asso-
de doações a algumas instituições sociais da Município. & Greg Copeland Acoustic Duo; Minnemann ciação Cultura e o apoio principal da Câmara
cidade. Um dos momentos mais significativos do Blues Band best of… best of friends (com os Municipal de Vila do Conde, o Villa Sessions –
O evento de comemoração do 46.º aniversá- evento foi a entrega de donativos às Institui- convidados Rui Veloso, João Cunha, Eduardo Vila do Conde Blues Festival, desde 2017 leva o
rio do Clube reuniu várias dezenas de pessoas, ções Particulares de Solidariedade Social (IP- Santos, Felipe Rocha, Jorge Santos e Carl Min- nome da cidade de Vila do Conde mais longe,
incluindo sócios do clube e representantes de SSs) presentes, fortalecendo o compromisso do nemann) e Shaggy Dogs (com o convidado Do- no circuito do Blues internacional e dos festi-
clubes congéneres, demonstrando a solidarie- Lions Clube de Vila do Conde com a promoção mingos Alves). vais de referência em Portugal.
dade e o apoio que a organização continua a do bem-estar social e o apoio aos mais neces-
receber ao longo dos anos. sitados.
Durante a celebração, Ivo Viterbo, presiden- A festa não terminou sem que se cantassem
te da Direção do Clube anfitrião, expressou a os parabéns ao clube, “desejando-se muitos
sua satisfação e agradeceu aos associados pelo anos de solidariedade e amizade”, diz o clube.
compromisso contínuo com a missão do Lions O Lions Clube de Vila do Conde é parte in-
Clube. Destacou ainda a importância das ati- tegrante do Lions Clubs International, uma
vidades planeadas para o ano em curso e re- organização de clubes de serviço fundada em
conheceu o papel fundamental dos membros 1917 cujo objetivo é promover o entendimento
fundadores e de todos aqueles que, ao longo entre as pessoas a uma escala global, atender
dos anos, “contribuíram para o prestígio de a causas humanitárias e promover trabalhos
que atualmente [o clube] goza na comunidade”. dirigidos para as comunidades locais. O clube
Entre os presentes na cerimónia estiveram conta com mais de 1,4 milhões de membros,
ainda Manuel Ferreira, vice-governador do distribuídos pelos mais de 49 mil clubes espa-
Movimento Lion, em representação do go- lhados pelo mundo.

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MAIS/Semanário nº 563 21-02 -2024

VARZIM SPORT CLUB

Nos termos dos nº 1 e 2, do artigo 24º. dos Estatutos, convoco os Associados do


Varzim Sport Club, no gozo dos seus direitos, a tomarem parte na Assembleia Geral
Extraordinária, que se realizará no próximo dia 1 de Março de 2024, (sexta-feira)
pelas 21:00h, no Auditório Municipal da Póvoa de Varzim, R. Dona Maria I 56, 4490-
538 Póvoa de Varzim com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS:
Ponto Um - Informação sobre o estado do Varzim Sport Club e Varzim SC - Futebol
SDUQ Lda.
Ponto Dois – Ratificação do Pedido de Processo Especial de Revitalização a apresentar
pelo Varzim Sport Club, pedido esse a dar entrada entre a publicação da convocatória
e a realização da assembleia de 1 de Março de 2024.
Ponto Três – Ratificação do Pedido de Processo Especial de Revitalização a apresentar
para o Varzim SC – Futebol SDUQ Lda., pedido esse a dar entrada entre a publicação
da convocatória e a realização da assembleia de 1 de Março de 2024.
Ponto Quatro – Nomeação de Comissão Administrativa
Se à hora marcada não se encontrar presente a maioria dos associados inscritos, esta
funcionará em segunda convocatória, com a mesma ordem de trabalhos, meia hora
depois com qualquer número de sócios, nos termos do artigo nº 7, do art.º 23º dos
Estatutos.
NOTA: No seguimento do compromisso efetuado pela Comissão Administrativa, a qual
condicionou a sua nomeação a um período de 30 dias para apuramento da situação
real do Clube e de apresentação de um Pedido Especial de Revitalização (PER), vem
a referida Comissão no estrito cumprimento da sua palavra apresentar o trabalho
realizado, as soluções para o curto prazo, bem como a renovação do seu mandato.

Póvoa de Varzim, 19 de Fevereiro de 2024


Filipa Abreu de Souza/tesoureira, Ivo Viterbo/presidente da Direção; Inês Guerra da Mota/secretária
O Presidente da Comissão Administrativa
t 963 288 522
u www.maissemanario.pt m Av. Vasco da Gama, 60 chamada para a rede móvel nacional Quarta-Feira
e geral@maissemanario.pt 4490-410 Póvoa de Varzim t 252 623 032 21 fevereiro 2024

EM
chamada para a rede fixa nacional

A os 16 anos, Matilde Semblano foi eleita Miss Póvoa de Var-


zim 2023. Estudante do 11° ano, na área das Ciências e

VOGA
Tecnologias, no futuro o seu sonho é ser médica veterinária.
“O mundo dos animais sempre me fascinou e, por essa razão,
quero dar o meu contributo na saúde destes seres, que tanto
nos dão e ainda há tanto paraconhecer”, declara Matilde.

I nserida há cinco anos no grupo de competição da Acade-


mia SportDance, dança na escola desde os quatro. “É uma
escola que me viu crescer e em tudo contribuiu para o meu de-
senvolvimento ao nível pessoal e desportivo. Nem sempre
é fácil conciliar todas as minhas atividades, participo
em competições, a nível nacional e internacional,
nas categorias de contemporâneo, lírico, comercial
e acro dance, tendo já alcançado vários prémios,
juntamente com o meu grupo da Academia. Mas
sou uma pessoa resiliente, que gosta de desafios e
de se pôr à prova, conseguindo superar possíveis
inseguranças, anseios e expectativas, pois sei que
só assim conseguirei ter um crescimento saudável
a todos os níveis. Desistir nunca é solução!". Nos
tempos livres, para além dos treinos para as com-
petições, Matilde gosta muito de tirar fotografias
e desde muito nova já se interessava pelo mun-
do da moda. “Foi a minha paixão e interesse no
mundo da moda que me levaram a participar
no Miss Póvoa de Varzim. A experiência neste
concurso foi extraordinária, porque vivenciei
momentos de verdadeira aprendizagem, ten-
do conhecido pessoas incríveis, que contri-
buíram para uma evolução pessoal”.

“Posso mesmo dizer que esta iniciativa superou


as minhas expectativas e tenho a certeza que todas
Sím b o l o Pove i ro os momentos ficarão gravados na minha memória”.
A inda no clima de todo o amor que envolve o mês de feve-
reiro, os corações que ilustram a data mais romântica do
ano também estão a tornar-se uma tradição na cidade. Pelo
Matilde Semblano
segundo ano consecutivo, a União de Freguesias da Póvoa,
Beiriz e Argivai desafiou as ourivesarias a criarem um anel
inspirado no livro O Poveiro, um romance original de 1859,
que conta a história do casal João e Inês que, após uma tra-
Convite I n a u g u ra ç ã o
E
gédia, se encontra 20 anos depois e reconhecem um ao outro mpreendedo- Magia da Lau, um
pelo anel usado por Inês. Das páginas desta história de amor ra, a Segunda cantinho que respi-
envolvente, o “Anel do Romance Poveiro” tem todo o potencial Dama de Honor da ra arte e artesanato.
para ser mais um símbolo da Póvoa. Entre as nove ourivesa- edição 2022 da Miss R. da Praia 895 - loja
rias que participam no projeto, João, da Ourivesaria Barbosa, Póvoa, Cláudia So- 29, Centro Comer-
destaca a importância da iniciativa. “A ideia de criar uma co- fia, acaba de inaugu- cial Os Bravos de
leção de anéis poveiros, que sejam mais um símbolo levando rar o espaço físico da Mindelo
o nome da Póvoa para o Mundo, é fantástica, e nós temos um
potencial imenso para que essa representação do amor povei-
ro seja conhecida nos quatro cantos do mundo. Desde o ano
passado, quando participamos na primeira edição, decidimos
por criar um modelo diferenciado a cada ano. A partir da ins-
piração original do anel, nós a cada edição vamos apresentar
um design diferente, com a opção de peça de joalheria. Nós
desejamos criar uma coleção do anel poveiro, este já sentimos
um aumento nas vendas. Para reeditar o sucesso no próximo
ano, já temos versão 2025 do Anel do Romance Poveiro”, de-
clara João Barbosa.

A convite de Hugo Car-


valho, CEO da Lola
Bianka Portugal, a candi-
moda para a próxima esta-
ção. Com projeção em Por-
tugal desde 2021, a marca

D I C A
data da 7ª Edição do Miss foi parceira da edição 2023
Póvoa, Ana Eusébio, parti- do Miss Póvoa. Já os clicks

de leitura
cipou numa sessão de fotos da Ana, podem ser acompa-
para a marca que já está a nhados no perfil da marca
apresentar as tendências de nas redes sociais.
S e ficou curioso com
a história de João e
Inês e adora um roman-
ce, pode adquirir o livro
O Poveiro na Loja Social I n c r i ç õ e s A b e r t a s :
da União das Freguesias
da Póvoa de Varzim, Bei- Deseja viver uma experiência única no mundo da moda e das passarelas?
riz e Argivai. O livro, que
tem toda a receita rever- Já estão abertas as inscrições para a edição 2024, da Miss Póvoa.
tida a favor do Instituto
Madre Matilde, custa cin- Acesse as nossas redes sociais e inscreve-se.
co euros.

@misspovoadevarzim.ms @misspovoadevarzim

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