Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Legislação e Politicas Publicas de Inclusão e Multiculturalidade
Legislação e Politicas Publicas de Inclusão e Multiculturalidade
MULTICULTURALIDADE
1
Sumário
Sumário .......................................................................................................... 1
Introdução ...................................................................................................... 3
1
NOSSA HISTÓRIA
2
Introdução
A Educação Inclusiva apresentada como novo paradigma educacional, episódio
recente na educação brasileira, vem se fortalecendo como pauta de estudos e
promovendo alterações na forma conceitual, na legislação, nas práticas educativas e
administrativas. Sob este enfoque, o presente artigo objetiva fazer uma breve análise
sobre as políticas educacionais para a Educação Inclusiva no Brasil, refletindo sobre sua
evolução histórica, até os dias atuais. Para tanto, empreendeu-se uma pesquisa
documental, de abordagem qualitativa, na qual tomaremos como base a legislação
brasileira, as diretrizes políticas específicas do Ministério da Educação (MEC) e alguns
documentos internacionais, além de um levantamento bibliográfico sobre o tema. No
texto, primeiramente abordamos a definição dos termos: Educação Especial e Educação
Inclusiva, bem como realizamos uma análise nos documentos oficiais no que se refere a
essas duas concepções de ensino e seus impactos na trajetória do atendimento
educacional a pessoas com necessidades educacionais especiais. Em seguida,
apresentamos a relação entre a Educação Inclusiva e a concepção de Direitos Humanos.
Por fim, apresentamos nossas conclusões sobre a evolução da legislação brasileira no
tocante ao tema citado.
3
A concepção de Educação Inclusiva é nova no cenário educacional. Em âmbito
mundial, esta pauta ganhou força na Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). Esta
propõe que os alunos com necessidades educacionais especiais tenham acesso às
escolas de Ensino Regular e que essas instituições devem se adequar a essa nova
demanda, pois, “constituem os meios mais capazes para combater as atitudes
discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos”
(p. 8-9).
4
Educação Especial e Educação Inclusiva
História
5
Depois destas, outras instituições surgiram no país, com atendimento
especializado em várias esferas, como o atendimento a deficientes físicos e mentais.
Dentre tais atendimentos destacam-se além de instituições públicas, também as
instituições particulares como a Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD),
fundada em 1950, a Sociedade Pestalozzi fundada em 1926 e a Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais (APAE) fundada em 1954. (MAZZOTTA, 1996).
6
A constituição brasileira de 1988, versa sobre o atendimento especializado aos
alunos portadores de deficiência, em seu artigo 208, onde se destaca ser dever do Estado
garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1988). Ferreira (2006), destaca
que o uso pelo termo “atendimento especializado” induz uma leitura de que o atendimento
desses alunos é responsabilidade dos serviços de educação especial, podendo, portanto,
gerar atitudes interpretações que levem à falta de compromisso por parte da educação
geral.
Assim, a Educação Especial deixa de ter um caráter substitutivo e passa a ter uma
função complementar na formação do aluno.
7
O texto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva, divulgado pelo MEC, declara que as pessoas, dentro de cada contexto em que
inserem, passam por continuas transformações e que “esse dinamismo exige uma
atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão, reforçando a importância
dos ambientes heterogêneos para a promoção da aprendizagem de todos os estudantes”.
(BRASIL, 2006, p. 11).
Educação Inclusiva
8
determina que pessoas com necessidades especiais sejam incluídas em salas de aula de
Ensino Regular. (BRASIL, 1998). A LDB reafirma o direito à educação pública e gratuita
para as pessoas portadoras de necessidades especiais e se estabelece em seu capítulo
V que: Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade
de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação.
9
Com o intuito de promover um suporte para os alunos com deficiência, a fim de
facilitar o acesso ao currículo na escola regular e orientar a organização dos sistemas de
Educação Inclusiva, o Conselho Nacional de Educação – CNE publicou a Resolução
CNE/CEB, 04/2009, que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento
Educacional Especializado – AEE. Trata-se de um serviço da Educação Especial que
organiza os recursos pedagógicos e de acessibilidade para a efetiva participação dos
alunos com necessidades especiais de forma articulada com a escola regular, embora
suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum.
(BRASIL, 2011).
Essa ferramenta de apoio à inclusão nas escolas de ensino regular deve funcionar
em salas com materiais didáticos apropriados com profissionais que tenham formação
para o atendimento às necessidades educacionais especiais, a fim de oferecer o apoio
necessário à estes alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento (BRASIL, 2010). Na
prática, o que se observa é uma extrema dificuldade de se encontrar profissionais com
formação adequada para essas múltiplas realidades, e quando há, geralmente, este
professor do AEE, se torna responsável de tal forma, pela condução das atividades
educativas desse público, que acaba por promover, em muitos casos, a perpetuação da
segregação educacional dos mesmos.
10
As reformulações da legislação brasileira promoveram importantes mudanças
sociais, nos mais diversos setores e contextos. O processo de inclusão, é uma temática
que se propagou e tem gerado muitos debates em torno do novo paradigma instaurado,
seja em âmbito educacional ou mesmo no profissional. O tema da inclusão em oposição
às já historicamente enraizadas, práticas de exclusão passou a despertar a atenção de
educadores, empresários, políticos e outros profissionais. Porém, apesar da evolução das
leis, do interesse pelo discurso e as reformulações iniciadas nos sistemas de ensino,
percebe-se que muito ainda precisa ser feito para a efetivação desse processo e garantia
desse direito.
11
O debate sobre a Educação Especial e Inclusiva no Brasil, em especial no
aspecto de incluir a todos em instituições de ensino regulares (ou seja, as que misturam
alunos com e sem deficiência), tem sido intenso nos últimos anos. Atualmente, o MEC
está revisando a atual Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (PNEEPEI), que é de 2008. O texto proposto enfrenta forte oposição
de alguns grupos de educadores que tratam do assunto, para quem a nova redação
voltaria a estimular a volta da separação das pessoas com deficiência indo na contramão
da perspectiva social - que aponta para a eliminação das barreiras e na promoção da
acessibilidade, e não separação dos alunos com e sem deficiência.
1961
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) fundamentava o atendimento
educacional às pessoas com deficiência, chamadas no texto de “excepcionais”
(atualmente, este termo está em desacordo com os direitos fundamentais das pessoas
com deficiência). Segue trecho: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível,
enquadrar-se no sistema geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade.”
1971
A segunda lei de diretrizes e bases educacionais do Brasil foi feita na época da ditadura
12
militar (1964-1985) e substituiu a anterior. O texto afirma que os alunos com “deficiências
físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular
de matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial”. Essas normas
deveriam estar de acordo com as regras fixadas pelos Conselhos de Educação. Ou seja,
a lei não promovia a inclusão na rede regular, determinando a escola especial como
destino certo para essas crianças.
1988
O artigo 208, que trata da Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos,
afirma que é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Nos artigos 205
e 206, afirma-se, respectivamente, “a Educação como um direito de todos, garantindo o
pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o
trabalho” e “a igualdade de condições de acesso e permanência na escola”.
1989
O texto dispõe sobre a integração social das pessoas com deficiência. Na área da
Educação, por exemplo, obriga a inserção de escolas especiais, privadas e públicas, no
sistema educacional e a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em
estabelecimento público de ensino. Também afirma que o poder público deve se
responsabilizar pela “matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos
públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no
sistema regular de ensino”. Ou seja: excluía da lei uma grande parcela das crianças ao
sugerir que elas não são capazes de se relacionar socialmente e, consequentemente, de
aprender. O acesso a material escolar, merenda escolar e bolsas estudantis.
1990
Mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Nº 8.069 garante, entre
outras coisas, o atendimento educacional especializado às crianças com deficiência
preferencialmente na rede regular de ensino; trabalho protegido ao adolescente com
13
deficiência e prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e
proteção para famílias com crianças e adolescentes nessa condição.
1994
Em termos de inclusão escolar, o texto é considerado um atraso, pois propõe a chamada
“integração instrucional”, um processo que permite que ingressem em classes regulares
de ensino apenas as crianças com deficiência que “(...) possuem condições de
acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no
mesmo ritmo que os alunos ditos “normais” (atualmente, este termo está em desacordo
com os direitos fundamentais das pessoas com deficiência)”. Ou seja, a política
excluía grande parte dos alunos com deficiência do sistema regular de ensino,
“empurrando-os” para a Educação Especial.
1999
O decreto regulamenta a Lei nº 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e consolida as normas de proteção, além
de dar outras providências. O objetivo principal é assegurar a plena integração da pessoa
com deficiência no “contexto socioeconômico e cultural” do País.
Sobre o acesso à Educação, o texto afirma que a Educação Especial é uma modalidade
transversal a todos os níveis e modalidades de ensino e a destaca como complemento do
ensino regular.
2001
O Plano Nacional de Educação (PNE) anterior, criticado por ser muito extenso, tinha
quase 30 metas e objetivos para as crianças e jovens com deficiência. Entre elas, afirmava
que a Educação Especial, “como modalidade de Educação escolar”, deveria ser
promovida em todos os diferentes níveis de ensino e que “a garantia de vagas no ensino
regular para os diversos graus e tipos de deficiência” era uma medida importante.
14
2001
O texto do Conselho Nacional de Educação (CNE) institui Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica. Entre os principais pontos, afirma que “os
sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se
para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais,
assegurando as condições necessárias para uma Educação de qualidade para todos”.
Porém, o documento coloca como possibilidade a substituição do ensino regular pelo
atendimento especializado . Considera ainda que o atendimento escolar dos alunos com
deficiência tem início na Educação Infantil, “assegurando- lhes os serviços de educação
especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a
comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado”.
2002
A resolução dá “diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores da
Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena”. Sobre a
Educação Inclusiva, afirma que a formação deve incluir “conhecimentos sobre crianças,
adolescentes, jovens e adultos, aí incluídas as especificidades dos alunos com
necessidades educacionais especiais”.
2002
Reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais
(Libras).
2006
Documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), Ministério da Justiça,
UNESCO e Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Entre as metas está a inclusão de
temas relacionados às pessoas com deficiência nos currículos das escolas.
15
2007
No âmbito da Educação Inclusiva, o PDE trabalha com a questão da infraestrutura das
escolas, abordando a acessibilidade das edificações escolares, da formação docente e
das salas de recursos multifuncionais.
2007
O texto dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela
Educação do MEC. Ao destacar o atendimento às necessidades educacionais especiais
dos alunos com deficiência, o documento reforça a inclusão deles no sistema público de
ensino.
2008
Documento que traça o histórico do processo de inclusão escolar no Brasil para embasar
“políticas públicas promotoras de uma Educação de qualidade para todos os alunos”.
2008
Dispõe sobre o atendimento educacional especializado (AEE) na Educação Básica e o
define como “o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos
organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à
formação dos alunos no ensino regular”. O decreto obriga a União a prestar apoio técnico
e financeiro aos sistemas públicos de ensino no oferecimento da modalidade. Além disso,
reforça que o AEE deve estar integrado ao projeto pedagógico da escola.
2009
O foco dessa resolução é orientar o estabelecimento do atendimento educacional
especializado (AEE) na Educação Básica, que deve ser realizado no contraturno e
preferencialmente nas chamadas salas de recursos multifuncionais das escolas regulares.
A resolução do CNE serve de orientação para os sistemas de ensino cumprirem o Decreto
Nº 6.571.
16
2011
Revoga o decreto Nº 6.571 de 2008 e estabelece novas diretrizes para o dever do Estado
com a Educação das pessoas público-alvo da Educação Especial. Entre elas, determina
que sistema educacional seja inclusivo em todos os níveis, que o aprendizado seja ao
longo de toda a vida, e impede a exclusão do sistema educacional geral sob alegação de
deficiência. Também determina que o Ensino Fundamental seja gratuito e compulsório,
asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais, que
sejam adotadas medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão
plena, e diz que a oferta de Educação Especial deve se dar preferencialmente na rede
regular de ensino.
2011
Até 2011, os rumos da Educação Especial e Inclusiva eram definidos na Secretaria de
Educação Especial (Seesp), do Ministério da Educação (MEC). Hoje, a pasta está
vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
(Secadi).
2012
A lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista.
2014
A meta que trata do tema no atual PNE, como explicado anteriormente, é a de número 4.
Sua redação é: “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à
educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede
regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos
multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”. O
entrave para a inclusão é a palavra “preferencialmente”, que, segundo especialistas, abre
17
espaço para que as crianças com deficiência permaneçam matriculadas apenas em
escolas especiais.
2019
1990
No documento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco), consta: “as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas
portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que
garantam a igualdade de acesso à Educação aos portadores de todo e qualquer tipo de
deficiência, como parte integrante do sistema educativo”. O texto ainda usava o termo
“portador”, hoje não mais utilizado.
1994
O documento é uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi concebido
na Conferência Mundial de Educação Especial, em Salamanca (Espanha). O texto trata
de princípios, políticas e práticas das necessidades educativas especiais, e dá
orientações para ações em níveis regionais, nacionais e internacionais sobre a estrutura
de ação em Educação Especial. No que tange à escola, o documento aborda a
adminstração, o recurtamento de educadores e o envolvimento comunitário, entre outros
pontos.
18
1999
A Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, mais conhecida como Convenção da
Guatemala, resultou, no Brasil, no Decreto nº 3.956/2001. O texto brasileiro afirma que as
pessoas com deficiência têm “os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais
que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o direito de não ser submetidas a
discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são
inerentes a todo ser humano”. No vamente, o texto ainda utiliza a palavra “portador”, hoje
não mais utilizado.
2009
A convenção foi aprovada pela ONU e tem o Brasil como um de seus signatários. Ela
afirma que os países são responsáveis por garantir um sistema de Educação Inclusiva
em todas as etapas de ensino.
2015
19
processo vem se acelerando, sobretudo a partir dos anos 90, com o reconhecimento da
Educação Inclusiva como diretriz educacional prioritária na maioria dos países, entre eles
o Brasil. A política de Educação 19 Inclusiva diz respeito à responsabilidade dos governos
e dos sistemas escolares de cada país com a qualificação de todas as crianças e jovens
no que se refere aos conteúdos, conceitos, valores e experiências materializados no
processo de ensino aprendizagem escolar, tendo como pressuposto o reconhecimento
das diferenças individuais de qualquer origem. (GLAT, 2007: 15)
20
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), foi promulgada em 1948.
Trata-se de uma concepção recente, se comparado ao período da história da
humanidade. Seu texto consagra uma série de direitos “universais” considerados
fundamentais para que o ser humano conviva plenamente em sociedade. No que se diz
respeito à Educação, a DUDH apregoa em seu artigo 26, parágrafo 1º que “Todo ser
humano tem direito à instrução” e postula ainda em seu parágrafo 2º que “A instrução será
orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais (...)”.
21
função de ferramenta para efetivação desses direitos. Assim, se interpreta que a
Educação além de ser um direito, também é uma ferramenta para a efetivação dos demais
direitos.
22
realidade uma utopia. Nesse sentido, se convertem numa plataforma emancipatória em
reação e em repúdio às formas de exclusão, desigualdade, opressão, subalternização e
injustiça.
23
Com os resultados do Censo Escolar da Educação Básica de 2008 podemos
apontar um crescimento significativo nas matrículas da educação especial nas classes
comuns do ensino regular. O índice de matriculados passou de 46,8% do total de alunos
com deficiência, em 2007, para 54% no ano passado. Estão em classes comuns 375.772
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação.
24
Em 2008, foi lançada a política nacional de educação especial na perspectiva da
educação inclusiva e aprovada, por meio de emenda constitucional, a convenção da ONU
sobre os direitos das pessoas com deficiência. De acordo com a convenção, devem ser
assegurados sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis. O Decreto nº 6.571,
de 17 de setembro de 2008, dispõe sobre o atendimento educacional especializado.
25
Promover a Educação Inclusiva é sem dúvida, um desafio para a sociedade
contemporânea. Este processo delibera mudanças profundas, que exigem cuidado,
perseverança, ações consolidadas e políticas públicas fortes e efetivas no sentido de
garantir não apenas o acesso à escola para todos, mas também, a educação de qualidade
para todos.
26
principalmente, no que se refere a evolução dos textos das leis brasileiras, nesse sentido.
A segregação educacional do portador de deficiência ainda persiste em nossa sociedade.
A efetivação da garantia dos direitos educacionais, tem encontrado barreiras no confronto
com as concepções históricas da exclusão.
27
História do Multiculturalismo
Segundo McLaren (1997 apud PANSINI E MENEZES, 2008, P. 35) há pelo menos
quatro tendências de multiculturalismo enquanto projeto político: O multiculturalismo
conservador, multiculturalismo humanista liberal, multiculturalismo liberal de esquerda e
multiculturalismo critico e de resistência, visão esta ultima do qual se diz partidário o
próprio autor.
28
Esse tipo de visão conservadora (...) “mesmo quando reconhece outras culturas
assenta-se sempre na incidência, na prioridade a uma língua normalizada- e, portanto, é
um multiculturalismo que de fato não permite que haja um reconhecimento efetivo das
outras culturas’’. (SOUZA SANTOS, 2003, P 12).
29
A escola é um sistema aberto que faz parte da superestrutura social formada por
diversas instituições como: a igreja, família, meios de comunicação; faz parte do ambiente
escolar crianças pertencentes a classes sociais, costumes, aspectos físicos,e culturais
diferentes que estão em processo de aprendizagem.
30
Quanto à diminuição do preconceito, o que não e tão fácil a exemplo do Brasil
aonde a exclusão dos negros, índios vem desde a colonização portuguesa. O que pode
ser feito e incorporar nos currículos das instituições formadoras de professores a temática
multicultural seja as instituições públicas ou privadas. O educador que tem papel na
formação de identidades pode segundo Moreira (2001, p. 49 apud PANSINI E NENEVÉ,
2008, P.41) a ideia e que o professor reflexivo preserve a preocupação com os aspectos
políticos, sociais e culturais em que se insere sua pratica, leve em conta todos os silêncios
e discriminações que se manifestam na sala de aula, bem como amplie o espaço de
discussão de sua atuação.
O preconceito racial cria uma ação perversa que desencadeia estímulos dolorosos
e retira do sujeito toda possibilidade de reconhecimento e mérito, levando-o a utilizar
mecanismos defensivos das mais diversas ordens, contra a identidade ou o pensamento
persecutório que o despersonaliza e o enlouquece. Nessa perspectiva, é fortalecida a
ideia de dominação de grupos que se julgam mais adiantados, legitimando os
desequilíbrios e desintegrando a dignidade dos grupos dominados.
31
Na escola os educandos não conseguem relacionar ou praticar os conteúdos
ensinados a sua realidade fora da escola, pois a maioria deles fazem parte dos grupos
inferiores, daí a importância do professor ter criatividade e levar seus alunos a refletir e
investigar as questões relacionadas a vida e cultura dos grupos mais próximos a sua vida,
tendo autonomia em seu ensino e deixando um pouco de lado as práticas colonizadoras.
32
Na verdade, o que seria necessário era “uma formação cultural deve voltada para
sua realidade local de modo que os educadores possam romper com tais práticas
possibilitando aos educadores” afirmar suas tradições culturais e recuperar suas histórias
reprimidas” (Bhabha, 1998, p. 29).
33
Para Romão (2001), a reversão desse quadro será possível pelo reconhecimento
da escola como reprodutora das diferenças étnicas, investindo na busca de estratégias
que atendam às necessidades especificas de alunos negros, incentivando-os e
estimulando-os nos níveis cognitivo, cultural, físico. O processo educativo pode ser uma
via de acesso ao resgate da autoestima, da autonomia e das imagens distorcidas, pois a
escola é ponto de encontro e de embate das diferenças étnicas, podendo ser instrumento
eficaz para diminuir e prevenir o processo de exclusão social e incorporação do
preconceito pelas crianças negras.
Daí citaram que a “leitura crítica que ser realiza nos cursos de formação deve ser
entendida como uma interseção da linguagem, da cultura, do poder, e da
história”.(McLaren e Giroux,2000)
34
As ações escolares e políticas
35
Na área educacional muitos estudos têm sido formulados na tentativa de criar um
currículo que busque os interesses dos não pertencentes aos padrões dominantes, assim:
” Nos parâmetros curriculares nacionais – PCN (BRASIL,1997) consta que o Brasil tem
participado de eventos importantes, como a Conferencia Mundial de Educação para
Todos, realizada em Jostiem, na Tailândia, em 1990, convocada por organizações como
a UNESCO, UNICEF e Banco Mundial”.(SILVA e BRADIM,P. 59, 2008)
O movimento negro no Brasil só ganhou força nos anos 50 porque eles tomara m
atitudes eficazes como: fim do isolamento dos movimentos brasileiros em relação aos
movimentos de libertação racial em outros países. Os congressos e conferencias pan-
africanas irão possibilitar trocas de informações visando à conscientização do valor da
cultura negra e a libertação do complexo de inferioridade em relação ás culturas branca;
a criação de organizações de reivindicação do movimento negro no país, a exemplo da
Associação dos Negros Brasileiros (ANB), Convenção Nacional do Negro Brasileiro
(CNNB), União Nacional dos Homens de Cor (UNHC), a criação do Teatro Experimental
Negro (TEM); a atuação de organizações internacionais, como a ONU.
Nos parâmetros curriculares nacionais – PCN (BRASIL, 1997) consta que o Brasil
tem participado de eventos importantes, como a Conferencia Mundial de Educação para
Todos, realizada em Jostiem, na Tailândia, em 1990, convocada por organizações como
a UNESCO, UNICEF e Banco Mundial”. (SILVA e BRADIM, P. 59, 2008)
36
Quanto às ações políticas SILVA e BRADIM relatam que devido as pressões
populares multiculturais e as teorias críticas e pós – criticas, as próprias organizações
internacionais de defesa dos direitos humanos firma o compromisso de promover uma
educação para a cidadania baseada no respeito a diversidade cultural, visando a
superação das discriminações e preconceitos. CANDAU (1997) menciona a conferência
mundial sobre políticas culturais, promovida pela UNESCO, em 1982, no México, cujo
papel é o de contribuir para a aproximação entre os povos e uma melhor compreensão
entre as pessoas.
Vimos no subtítulo ações escolares e políticas que a ONU, por exemplo, tem dado
sua contribuição ao tema para combater as discriminações e preconceitos assim como os
37
espaços acadêmicos de formação de professores onde constatamos a necessária
intervenção do professor nessas questões.
O professor deve ser crítico reflexivo, humano; Questionado o que ele vai ensinar
aos seus alunos e propor reformas pedagógicas já que ele e o mediador do conhecimento,
ouvindo seus alunos quanto a suas dificuldades, incentivar trabalhos que levem os
mesmos a pesquisa sua realidade local, humano quando não despreza um aluno que não
pertence ao padrão cultural aceito, ele deve ser um profissional com todas essas
competências e não apenas aquele que sabe do conteúdo, mas que com sua bagagem
teórica ensine a viver neste mundo capitalista.
Queremos, sobretudo a ação das autoridades políticas com projetos, leis mais
eficazes que inclua a diversidade dando chances para que tenham seus direitos
atendidos, pois estes vem lutando há muito tempo pelo seu valor e dignidade. Isso é
possível mesmo sabendo que a globalização parece querer cria apenas uma cultura algo
que jamais acontecera, pois a multiculturalidade estar presente antes dos avanços
tecnológicos.
38
esse processo de justiça social e democracia. Nessa vertente é necessário o avanço de
pesquisas teóricas e práticas envolvida na formação de identidades e pluralidades
culturais.
39
Referências Bibliográficas
40
GLAT, Rosana (Org.). Educação inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de
janeiro: 7 letras, 2007.
41