Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Unidade III - Terceiro Setor - Carlos Odon
Unidade III - Terceiro Setor - Carlos Odon
O segundo setor seria constituído pelo Mercado. Aqui, a livre iniciativa vigora e o
lucro é a motivação básica e essencial de toda e qualquer atividade. O mercado é
reservado, via de regra, à iniciativa privada. Entretanto, o Estado poderá intervir
diretamente nesse mercado em hipóteses excepcionais, tais como no caso das empresas
estatais exploradoras de atividades econômicas, o que será possível por imperativos de
segurança nacional ou por relevante interesse coletivo (art. 173 da CF).
Entidades de apoio
Entidades de apoio são pessoas jurídicas de direito privado que exercem, sem
fins lucrativos, atividade sociais ou serviços sociais não exclusivos do Estado,
relacionados a ciência, pesquisa, saúde e educação. Atuam, normalmente, ao lado de
hospitais e universidades públicas.
Recebem fomento do Estado, quer através de dotações orçamentárias
específicas, quer por meio de cessão provisória de serviços públicos ou permissão
provisória de uso de bens públicos.
No que tange à natureza jurídica, elas são geralmente instituídas sob a forma
de fundação privada, sendo que a cooperação com o Estado dar-se-á mediante
convênios, estabelecendo, assim, o vínculo jurídico.
Para Di Pietro, essas entidades não se sujeitam a regime jurídico público, uma
vez que prestam atividade de natureza privada. Seus contratos são de direito privado,
celebrados sem licitação e seus empregados celetistas, contratados sem concurso
público.
Há diversas críticas a tais entidades. Primeiramente, elas não seguem regime
público, mas recebem dotação orçamentária, servidor e bens públicos, configurando
uma roupagem, segundo Marinela, “com que se reveste a Administração para fugir do
regime público, escapando do dever de licitar e de realizar concurso público. Nos
convênios, as entidades se confundem. O ente de apoio exerce a atividade que deveria
ser exercida pela Administração, tendo a mesma sede, o mesmo local de prestação de
serviço, assumindo a gestão dos recursos públicos da entidade e o seu quadro de
pessoal, que, em regra, é composto por servidores públicos. Enfim, tudo pertence à
Administração, embora seja arrecadado pelo ente de apoio que o faz sob as regras de
direito privado”.
São exemplos de entidades de apoio:Finatec (fundação de empreendimentos
científicos e tecnológicos), ligada à Universidade de Brasília; Fusp (Fundação de apoio
à Universidade de São Paulo), ligada à USP etc.
As OS`s foram instituídas pela Lei 9.637/98, com alterações dadas pela Lei
12.269/2010.
A OSCIP foi instituída pela Lei 9790/99, regulamentada pelo Decreto Federal
n. 3100/99. Cuida-se de pessoa jurídica de direito privado, instituída por particular, sem
fins lucrativos, para a prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado, sob
incentivo e fiscalização deste.
Há, obviamente, grande similitude com as OS´s. Mas também existem algumas
diferenças.
Considera-se OSC:
1) a entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre seus sócios
ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais
resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de
qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o
exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do
respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo
patrimonial ou fundo de reserva;
2) as sociedades cooperativas; as integradas por pessoas em situação de
risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de
combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação
e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica ou
extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse
público e de cunho social.
3) As organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de
interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente
religiosos.
Também ficará fora da parceria a OSC que tenha entre seus dirigentes pessoas
cujas contas relativas a parcerias tenham sido julgadas irregulares ou rejeitadas pelo
Tribunal de Contas de qualquer esfera da Federação, em decisão irrecorrível, nos
últimos 8 anos. Ou, ainda, a pessoa julgada por falta grave e inabilitada para o exercício
de cargo em comissão ou função de confiança, enquanto durar a inabilitação, bem como
o dirigente condenado por improbidade administrativa.
Caso o dirigente ou a OSC ainda não tenha ressarcido eventual dano ao erário,
determinado por decisão judicial, persiste o impedimento para celebrar parceria com o
Estado. Também há vedação para o nepotismo, ou seja, impede-se a parceria da OSC
quando esta tenha como dirigente qualquer membro de Poder ou do Ministério Público,
ou dirigente de órgão ou entidade da administração pública da mesma esfera
governamental na qual será celebrada a parceria, estendendo-se a vedação aos
respectivos cônjuges ou companheiros, bem como parentes em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o segundo grau. Há algumas hipóteses em que não se aplica a
proibição do nepotismo.