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Huporese N° 32
Nos termos do artigo 10.° do Regulamento da C.P.: “1.
proibida a utilizagao dos comboios por pessoas que nao adquiram
5 titulos de transporte”. “2. A violagiio do disposto no artigo
anterior é punida com uma coima de 100 2 1000 Euros”
Manuel circulava num comboio da C.P. a caminho de Oeiras
sem bithete. Quando foi confrontado com a situag3o por um
funciondrio da C.P., Manuel respondeu que tinha cumprido o
Regulamento em causa e que nao deveria ser sancionado, porque
tinha adquirido o titulo de transporte para Oeiras, apesar de o ter
deitado fora antes de entrar no comboio.
O funcionario da C.P. respondeu-Ihe, dizendo que Manuel néo
podia interpretar daquela forma o Regulamento em causa, dado que
a sua finalidade é precisamente a de evitar que haja pessoas que
circulem nos comboios da C.P. sem bilhete.
De qualquer forma, a resposta de Manuel deixou o funcionario
da CP. confuso. Respondeu-lhe Manuel que a finalidade do
preceito ndo podia determinara interpretagdo do mesmo, uma vez
que, apenas apés feita essa mesma interpretagao, se poderia saber
asua finalidade
Quid iuris?
‘Hirorese n° 33,
Joo ficou muito preocupado com a convicgdo com a qual
Leonardo, seu aluno na disciplina de Introdugiio a0 Estudo do
Direito, defende o positivismo. Diz Leonardo possuirargumentos
incontornaveis que Ihe permitem defender essa posigao.
Considera, em primeiro lugar, 0 artigo 9.°, que, ao utilizar a
expresso “pensamento legislativa” nao tomou partido na querela
entre objectivismo e subjectivismo. Em segundo lugar, invoca 0
artigo 203° da Constituicio da Repiiblica Portuguesa”, que
estabelece que “o juiz deve apenas obedigncia a lei”.
" A partir de agora referida como C.R.P.
ParaLeonardo, hi uma lacuna noartigo9.° Assim, considerando
que o artigo 8.° estabelece o dever de obediéncia a lei, bem como
0 disposto no referido artigo 203.°C.R.P., Leonardo entende que,
seguindo 0s ditames do artigo 10.°, a melhor forma de integrar
semelhante lacuna serd, nos termos da analogia ituris, optar pelo
subjectivismo. Assim, de um principio de obediéncia 4 lei, que
extrai das referidas disposigdes, Leonardo retira uma norma que
estabelece que o intérprete deve procurar 0 “pensamento do
legislador” e niio 0 “pensamento legislativo”
Dentro desta perspectiva, sabendo que o legislador optou pela
actual redacgao do artigo 203.° C.R.P. em que surge apenas a
palavra “lei”, em detrimento de uma referéncia 4 “lei eao direito”,
para Leonardo resulta claro que, na C.R.P., “lei” e “direito” tém o
mesmo significado. Assim sendo, retira-se dapropriaconstituigao
uma perspectiva positivista.
Aprecie os argumentos invocados por Leonardo.
Hir6TEsE N? 34
Sabendo que oC.C. datade 1966, David entende que o seuartigo
| nai tem qualquer aplicagdo itil na sociedade actual, devendoser
considerado caduco, devido ao desaparecimento dos pressupostos
de aplicagao da lei, uma vez que, actualmente, jé néo existem os
oreanismos corporativosai teferidos.
Alda considera que Davidndo tem razio, mas esté com dificuldade
cmencontrar um fundamento paraa sua posigéo, pedindo-lhe, por
sua ajuda
Oui iuris?
Hurorese n° 35
Céliaestava a fazer compras numa loja de roupa quando Gisela,
dona da loja, avanga para ela com clara intengio dea agredir, por
ilo ter gostado da roupa que esta trazia vestida, Perante esta
iminéneia de agressiio, Célia defende-se, empurrando Gisela, que
cai e parte um brago,