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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1–Demonstrações financeiras .....................................................................7


Figura 1.2 – Exemplo de Balanço Patrimonial – Resumido (BP) ..............................9
Figura 1.3–Modelo exemplificativo de DRE...............................................................15

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1.1 – Efeitos na equação contábil.................................................................13


Quadro 1.2 – Efeitos na equação contábil (2) ...........................................................13

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SUMÁRIO

1 A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA........................................................................5
1.1 Contabilidade e finanças .....................................................................................5
1.1.1 Usuários das informações contábeis e utilidade: quem utiliza as informações
contábeis? 5
1.1.2 Demonstrações financeiras 7
1.1.2.1 Balanço patrimonial - BP (demonstração da posição financeira) 7
1.1.2.2 Demonstração do resultado do exercício (DRE) 14
1.1.2.3 Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados - DLPA 16
1.1.2.4 Demonstração dos fluxos de caixa - DFC 16
1.1.2.5 Demonstração do valor adicionado – DVA (se divulgada pela entidade) 18
1.1.2.6 Notas explicativas 18
1.2 Análise de demonstrações financeiras – indicadores financeiros .......................19
1.2.1 Índices de liquidez ............................................................................................19
1.2.2 Índices de endividamento .................................................................................21
1.2.3 Índices de rentabilidade....................................................................................22
REFERÊNCIAS .........................................................................................................23

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1 A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

A teoria financeira consiste em um conjunto de conceitos que ajudam a


organizar o pensamento das pessoas sobre como alocar e administrar recursos
ao longo do tempo e um conjunto de modelos quantitativos para ajudar na
avaliação de alternativas, tomada de decisão e implementação.

É importante que um gestor tenha conhecimento para avaliar


investimentos, despesas, indicadores financeiros e, principalmente o retorno
sobre investimento! É tudo aquilo que você não tem feito na sua vida pessoal,
porque está gastando demais sem saber se vale a pena 😊.

Seja no papel de gestor de marketing avaliando a viabilidade de


investimentos em mídia ou buscando investidores para sua startup, é
necessário ter conhecimento suficiente em finanças para “falar a mesma
língua” dos seus clientes (investidores-anjo, outras áreas de negócio...). Certo?

1.1 Contabilidade e finanças

O objetivo central da contabilidade é promover a plena satisfação das


necessidades de seus usuários, a avaliação da situação econômico-financeira
de uma entidade, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras.

O desempenho medido pelos números pode esclarecer a administração


da gestão de recursos: a contabilidade financeira nos ajuda a enxergar o
quanto uma gestão pode ser eficiente e rentável quando são bem
administrados os recursos da empresa.

1.1.1 Usuários das informações contábeis e utilidade: quem utiliza as


informações contábeis?

Praticamente todo mundo. Uma maneira simples de compreender as


necessidades dos usuários da informação é dividi-los em dois grupos: externo
e interno.

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Os usuários externos são grupos ou indivíduos que não estão


envolvidos diretamente nas operações da empresa, mas têm interesse nos
resultados e na posição financeira da entidade. Esses grupos incluem
acionistas, credores, investidores potenciais, credores futuros, representantes
sindicais e órgãos reguladores. Entender as metas de cada um desses grupos
pode levá-lo a uma compreensão básica sobre qual tipo de informação contábil
eles podem precisar. Por exemplo, credores atuais e futuros querem monitorar
o fluxo de caixa e a capacidade de efetuar os pagamentos dos empréstimos.

Os usuários internos da informação contábil incluem todos os


tomadores de decisão dentro de uma empresa, incluindo executivos e gestores
responsáveis por planejamento, organização, direcionamento e controle de
operações. Usuários internos precisam das informações para orçamento e
dados a fim de julgar o desempenho. Em algumas entidades, bônus e decisões
de promoção são baseados em dados de contabilidade (metas de lucro,
atingimento de objetivos orçamentários etc.). A contabilidade gerencial serve
apenas às necessidades dos usuários internos.

Os sistemas de contabilidade financeira produzem a informação


encontrada em demonstrações financeiras usadas por investidores e credores.
Os sistemas da contabilidade gerencial são projetados para complementar as
informações de contabilidade financeira e auxiliar os gestores na tomada de
decisões operacionais. Seja uma informação da contabilidade financeira ou da
contabilidade gerencial, é essencial que ela seja confiável e compreensível
para que tenha valor para os usuários (essência da utilidade).

A confiabilidade é encontrada em informação isenta e livre de erros. A


informação contábil relevante permite uma melhor previsibilidade das
consequências futuras baseadas na informação sobre eventos passados. A
pontualidade também é um elemento importante. A informação contábil deve
ser apresentada aos usuários antes de se tornar obsoleta e inútil.

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1.1.2 Demonstrações financeiras

Para fins de atendimento dos usuários da informação contábil, a


entidade deverá apresentar suas demonstrações contábeis (também
usualmente denominadas “demonstrações financeiras") de acordo com as
normas regulamentares dos órgãos normativos.

Figura 1.1–Demonstrações financeiras


Fonte: Banco de imagens Shutterstock (2018)

As demonstrações contábeis são uma representação monetária


estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das
transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data.

Um conjunto completo de demonstrações contábeis inclui os seguintes


componentes: balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício
(DRE), demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, demonstração dos
fluxos de caixa, demonstração do valor adicionado e notas explicativas.

1.1.2.1 Balanço patrimonial - BP (demonstração da posição financeira)

O balanço patrimonial fornece informações sobre a posição financeira da


entidade em determinado período. As contas deverão ser classificadas
segundo os elementos do patrimônio que registram e agrupadas de modo a

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facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. As


demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos
valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior, para fins de
comparação.

O Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, Passivo e Patrimônio


Líquido.

 O Ativo: compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de


recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios
econômicos futuros originados de eventos ocorridos. Exemplo:
imóveis, equipamentos e estoque.

 O Passivo: compreende os recursos representados pelas obrigações


para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão
ativos para a sua liquidação. Exemplo: empréstimos com bancos e
dívida com fornecedores.

 E o Patrimônio Líquido: compreende os recursos próprios da


entidade, e seu valor é a diferença positiva entre o valor do Ativo e o
valor do Passivo. Exemplo: imagine que você tem um ativo (bens e
direitos) de R$300.000,00 e um passivo (obrigações) de
R$100.000,00. Portanto, seu patrimônio líquido é de R$200.000,00.

Ao término do exercício, como se faz em todos os meses, procede-se ao


levantamento do balancete de verificação, com o objetivo de conhecer os
saldos das contas e conferir sua exatidão.

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Figura 1.2 – Exemplo de Balanço Patrimonial – Resumido (BP)


Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Também podemos dividir os ativos e passivos em categorias para


facilitar os cálculos e demonstrações.

Para os ativos temos:

Ativo circulante: são os bens e recursos aplicados da empresa, que podem


ser convertidos facilmente em dinheiro em curto período de tempo.

O que caracteriza o ativo circulante é a sua realização em até um ano.


As principais contas que integram o ativo circulante são:

 Caixa e bancos: recursos financeiros existentes no caixa ou na


tesouraria da empresa e em contas bancárias de livre movimentação.

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Esses recursos visam atender a todas as necessidades imediatas e


relativas à atividade da empresa.

 Aplicações financeiras: aplicações de liquidez imediata realizadas


normalmente no mercado financeiro com o excedente do caixa.
Podem ser em letras de câmbio, títulos públicos, fundos de
investimentos entre outras.

 Duplicatas a receber: títulos de crédito gerados por vendas ou pela


prestação de serviços condicionados a recebimento futuro (a prazo).

 Estoques: variam conforme a atividade operacional das empresas.


No caso da indústria, são os produtos acabados, matéria-prima e
outros materiais secundários que compõem o item fabricado. No
comércio, o estoque reúne mercadorias a serem revendidas.

 Adiantamento a fornecedores: pagamento feito antecipadamente


pela empresa, aos seus fornecedores, para recebimento no curto
prazo de mercadorias, insumos e bens.

Ativo não circulante: são os recursos de permanência duradoura


por exemplo, cotas societárias.

São classificados como não circulantes todos os valores cujo prazo de


realização ultrapasse um ano:

 Ativo realizável a longo prazo: representa os direitos realizáveis


após o término do exercício seguinte e os empréstimos ou
adiantamentos concedidos às sociedades coligadas ou controladas,
a diretores e acionistas, além de títulos a receber em longo prazo.

 Imobilizado: investimentos permanentes para a manutenção e


modernização da capacidade produtiva das empresas, como
máquinas, equipamentos, veículos e instalações. Não podemos
esquecer que o imobilizado está sujeito à depreciação e deve ser
calculado conforme a vida útil do bem.

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 Intangível: ativos não físicos que representam importantes fontes de


geração de fluxo de caixa e valorização da empresa: marcas,
patentes, veículos e instalações.

 Investimentos: participações permanentes em outras empresas,


obras de arte etc.

Para os passivos, podemos dividir em:

Passivo circulante: são as obrigações que a empresa tem que pagar


durante o ano contábil, tais como salários dos funcionários,
fornecedores, impostos etc.

Representa as obrigações que normalmente são pagas dentro de um


ano. As principais contas que integram o Passivo Circulante são:

 Fornecedores: duplicatas a pagar a fornecedores de mercadorias e


matéria-prima.

 Empréstimos bancários: financiamentos contraídos de instituições


financeiras, em moeda nacional ou estrangeira.

 Salários e encargos: gastos com a folha de pagamento aos


funcionários da administração, produção, comercialização e
prestação de serviços.

 Impostos e contribuições: contribuições sociais dos funcionários e


o Imposto de Renda retido na fonte.

 Impostos a recolher: conta utilizada para registrar tributos


relacionados à venda ou bens adquiridos pela empresa.

 Adiantamento de clientes: valores recebidos antecipadamente dos


clientes da empresa para posterior entrega do bem ou serviço. Por
isso, representa uma obrigação de entregar o bem/serviço no curto
prazo ou devolver o adiantamento recebido.

Exigível a longo prazo: semelhante ao passivo circulante,


porém, a empresa só vai pagar no ano contábil seguinte.

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O balanço patrimonial evidencia tudo o que a empresa possui e tudo o


que deve em determinado período. Enquanto o fluxo de caixa mostra as
entradas e saídas do caixa ao longo do tempo.

Simplificando bastante, o seu balanço patrimonial pode revelar, por exemplo,


que a empresa está mal naquele momento. Enquanto o fluxo de caixa
(que veremos adiante) indica que ela vem tropeçando ao longo do tempo,
embora já esteve pior.

O ideal é sempre manter atualizado o relatório Balanço Patrimonial (BP),


mês a mês, para no final do ano tornar a emissão anual menos trabalhosa.
Lembrando que o BP não deve ser visto apenas como uma obrigação contábil,
e sim como uma importantíssima ferramenta de gestão para a empresa medir
sua evolução e basear a tomada de decisões. Com o balanço patrimonial, é
possível:

 ter uma posição patrimonial da empresa e conhecer todos os bens,


direitos e obrigações em determinado período;

 entender as fontes de recursos para os investimentos da empresa;

 observar a sua evolução histórica para o planejamento e ação futura;

 permitir e dar lastro ao pagamento de dividendos aos sócios da


empresa;

 permitir o planejamento tributário da empresa;

 fornecer informações úteis para as partes interessadas, os chamados


stakeholders.

Situação financeira de uma empresa:

A situação financeira de uma empresa é avaliada pelos seguintes itens:


ativos (seus bens); passivos (o que ela deve a terceiros); e patrimônio líquido
(a diferença entre ativos e passivos). A equação contábil oferece uma maneira
simples de entender como esses três itens financeiros se relacionam:

ATIVOS = PASSIVOS + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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O equilíbrio é mantido porque cada transação comercial afeta pelo


menos duas contas da empresa. Por exemplo, quando uma empresa faz um
empréstimo bancário, seus ativos aumentarão, e os passivos também o farão
na mesma proporção. Por existirem duas ou mais contas da empresa
influenciadas por transação, o sistema contábil é conhecido como método das
partidas dobradas.

A contabilidade se preocupa nos eventos chamados de transações. Uma


transação é uma troca entre o negócio e uma ou mais partes externas, ou um
evento interno mensurável, como certos ajustes para o uso de ativos nas
operações. As transações trazem impacto econômico em uma empresa e na
equação contábil. Assim, uma transação causará uma alteração nos ativos, nos
passivos ou no patrimônio líquido.

Exemplos dos efeitos na equação contábil:

Um empresário investe a quantia de 20 mil reais na sua empresa e


depois vai fazer a aquisição de equipamentos de informática no valor de 5 mil
reais.

Ativos = Passivos + PatrimônioLíquido


Acréscimo em dinheiro $20.000 Sem mudança Acréscimo no patrimônio líquido de $ 20.000
$ 20.000 $0 $ 20.000
Efeitos na equação contábil
Quadro 1.1 – Efeitos na equação contábil
Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Continuando no mesmo exemplo: aquisição no valor de $ 5.000 de


equipamento com pagamento em dinheiro.

Ativos = Passivos + PatrimônioLíquido


Acréscimo em equipamentos $ Sem Acréscimo no patrimônio líquido de $
5.000 mudança 20.000
Dedução em dinheiro $ 5.000
Dinheiro $ 15.000 $0 $ 20.000
Equipamentos $ 5.000
Total de ativos $ 20.000
Efeitos na equação contábil (2)
Quadro 1.2 – Efeitos na equação contábil (2)
Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

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Como é possível ver em cada exemplo de transação, a equação contábil


está sempre em equilíbrio após cada transação. Auditorias financeiras são
realizadas por auditores externos, e conferem um sólido senso de confiança ao
processo de contabilidade e às demonstrações financeiras resultantes.

1.1.2.2 Demonstração do resultado do exercício (DRE)

O DRE é uma das obrigações mais importantes de qualquer empresa,


independentemente de seu tamanho, porque fornece o lucro líquido (ou
prejuízo líquido) de uma empresa em um período de tempo.

A Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) pode ser definida


como “uma apresentação resumida das operações realizadas pela empresa
durante o exercício social, de forma a destacar o lucro líquido do período”. A
DRE deve ser uma representação do desempenho da entidade em um
determinado período, demonstrando suas receitas e despesas, incluindo
perdas e ganhos.

Apesar de ser obrigatória, a DRE já foi uma peça contábil subvalorizada


pelas pequenas e médias empresas. Era prática comum confeccioná-la
somente uma vez por ano apenas para atender às obrigações fiscais. Hoje,
porém, a exemplo das grandes companhias, estas mesmas empresas veem na
elaboração mensal da DRE uma grande ajuda para avaliar quesitos
importantes como faturamento, custos e rentabilidade de suas operações.

A DRE tem um papel importante na tomada de decisões por parte dos


gestores das empresas e concentra em si informações de grande relevância
para a realização de um bom planejamento estratégico e para os investidores e
interessados na Sociedade. A formação desse resultado se dá por meio da
definição de todas as receitas da empresa, seus custos e despesas conforme o
princípio contábil do Regime de Competência de contas.

Perguntas comuns dos empreendedores como, depois de ter operado


este ano inteiro quanto a empresa ganhou ou quanto a empresa gastou com
determinada despesa, podem ser respondidas com a análise desta
demonstração.

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A estrutura da DRE apresenta o seguinte esquema:

Na primeira linha é apresentada a Receita Bruta de Vendas e dela são


deduzidas as devoluções de vendas, os abatimentos, os descontos comerciais
cedidos e os impostos. A esse resultado dá-se o nome de Receita Líquida de
Vendas. Dessa Receita Líquida, deduz-se o custo das mercadorias e dos
serviços vendidos, chegando-se ao Lucro Bruto. Do Lucro Bruto, subtraem-se
todas as despesas operacionais, financeiras, gerais e administrativas.

Inversamente, acrescentam-se as receitas operacionais e, então, chega-


se ao Lucro (ou Prejuízo) Operacional Líquido. A partir desse resultado, são
acrescentados (ou dele deduzidos) os resultados não operacionais, tais como
as participações de debenturistas, empregados, administradores, partes
beneficiárias etc. Chega-se então ao Lucro Líquido do Exercício (LLE), objetivo
final de toda DRE. Ufa! É uma maratona.

Figura 1.3–Modelo exemplificativo de DRE


Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

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O conhecimento do ponto de equilíbrio da empresa, que também pode


ser chamado de breakeven point, fornece ao empreendedor a resposta para a
seguinte pergunta: Quanto é preciso vender ou produzir para que o negócio dê
lucros? E para o cálculo correto deste indicador é necessário ter em mãos
informações sobre os custos variáveis da empresa e os seus custos fixos e
despesas. Essas informações estão disponíveis no DRE.

1.1.2.3 Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados - DLPA

A DLPA evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros


ou prejuízos acumulados no Patrimônio Líquido. Resume os ajustes feitos no
patrimônio durante um período específico (mesmo período que a demonstração
do resultado), incluindo mudanças no capital e lucros acumulados.

A DLPA deverá discriminar:

 o saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores;

 as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; e

 as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros


incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.

A DLPA poderá ser incluída na Demonstração das Mutações do


Patrimônio Líquido, se elaborada e divulgada pela companhia, pois não inclui
somente o movimento da conta de lucros ou prejuízos acumulados, mas
também o de todas as demais contas do patrimônio líquido. O lucro retido na
empresa pode ser usado de várias maneiras: aumentar o capital da empresa
e/ou ser destinado a algum fim específico (reservas).

1.1.2.4 Demonstração dos fluxos de caixa - DFC

O caixa é o componente vital de uma entidade, pois gerenciar o fluxo de


caixa é essencial para a prosperidade e sobrevivência em longo prazo de
qualquer entidade.

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A DFC é a única das demonstrações financeiras que mostra o trajeto do


dinheiro durante o período contábil. A DRE não lança nenhuma luz sobre o
fluxo de caixa; de fato, ela pode ser enganosa quando consideramos o caixa.
Um negócio pode obter lucro, conforme relatado na demonstração do
resultado, mas ainda assim não ter caixa suficiente para cumprir as suas
obrigações.

O principal propósito da DFC é fornecer informações sobre os


recebimentos e pagamentos de uma organização. O segundo propósito é
proporcionar ao usuário da demonstração financeira uma compreensão das
atividades operacionais, de financiamento e de investimento da organização.

Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) indica quais foram as saídas e


entradas de dinheiro no caixa durante o período e o resultado desse fluxo.

Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três


grandes áreas: Atividades Operacionais, Atividades de Investimento e
Atividades de Financiamento.

As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos


decorrentes da industrialização, comercialização ou prestação de serviços da
empresa. Estas atividades têm ligação com o capital circulante líquido da
empresa.

As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável


a Longo Prazo, em Investimentos, no Imobilizado ou no Intangível, bem como
as entradas por venda dos ativos registrados nos referidos subgrupos de
contas.

As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Passivo


Não Circulante e do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os
empréstimos e financiamentos de curto prazo. As saídas correspondem à
amortização destas dívidas e os valores pagos aos acionistas a título de
dividendos, distribuição de lucros.

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1.1.2.5 Demonstração do valor adicionado – DVA (se divulgada pela


entidade)

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é o informe contábil que


evidencia de forma sintética os valores correspondentes à formação da riqueza
gerada pela empresa em determinado período e sua respectiva distribuição.

A utilização do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da


seguinte forma:

 Como índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza, ao


medir a eficiência da empresa na utilização dos fatores de produção,
comparando o valor das saídas com o valor das entradas.

 Como índice de avaliação do desempenho social à medida que


demonstra, na distribuição da riqueza gerada, a participação dos
empregados, do Governo, dos Agentes Financiadores e dos
Acionistas.

1.1.2.6 Notas explicativas

As Notas Explicativas visam fornecer as informações necessárias para


esclarecimento da situação patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo
ou transação, ou de valores relativos aos resultados do exercício, ou para
menção de fatos que podem alterar futuramente tal situação patrimonial.

Estas notas poderão estar relacionadas a qualquer outra das


Demonstrações Financeiras, como a Demonstração do Valor Adicionado –
DVA, ou Fluxo de Caixa e devem indicar os principais critérios de avaliação dos
elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação,
amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos,
e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do
ativo.

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1.2 Análise de demonstrações financeiras – indicadores financeiros

A análise de demonstrações financeiras pode ser realizada por meio de


indicadores financeiros, pela interpretação destes indicadores e pela utilização
de outras técnicas, tais como análise horizontal (comparação em diferentes
períodos de tempo) e demonstrações financeiras de dimensões comuns
(dentro de um único período contábil).

As demonstrações financeiras são a matéria-prima da análise financeira.


Rentabilidade, liquidez, endividamento e eficiência/eficácia podem ser
revelados pela análise de indicadores. Esse processo de obter informações
sobre as demonstrações contábeis tem o objetivo de avaliar a situação da
empresa em todos os seus aspectos econômicos.

Assim, podemos avaliar as decisões que foram tomadas pelos


administradores na empresa e detectar os pontos fortes e fracos do processo
operacional da companhia, e com isso propor alternativas futuras para os
gestores, fornecendo subsídios para o planejamento financeiro e a
controladoria.

Vejamos alguns exemplos de acordo com o site


http://www.contabeis.com.br.

1.2.1 Índices de liquidez

Esses índices evidenciam a situação financeira da empresa, ou seja, a


capacidade de a empresa pagar suas dívidas.

Liquidez Corrente (LC) – Indica quanto a empresa possui em dinheiro e


bens disponíveis para pagar suas dívidas no curto prazo (próximo exercício).
Basicamente, a interpretação desse índice é “quanto maior, melhor”. Porém, se
analisarmos esse índice isoladamente, não poderemos afirmar se a liquidez
corrente é boa ou ruim, já que tudo depende dos processos da empresa e do
tipo de atividade exercida por ela.

LC = AC / PC

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LC = Liquidez corrente
AC = Ativo Circulante
PC = Passivo Circulante

Liquidez Seca (LS) – Indica quanto a empresa consegue pagar das


suas dívidas desconsiderando os seus estoques, que podem ser obsoletos ou
seja, não condizentes com a realidade dos saldos apresentados no balanço.
Nesse caso, retira-se do ativo circulante a conta estoque. A interpretação do
índice de liquidez seca é, “quanto maior, melhor”.

LS = (AC - Est) / PC
LS = Liquidez Seca
AC = Ativo Circulante
Est = Estoques
PC = Passivo Circulante

Liquidez Imediata (LI) – Este índice indica, em determinado momento,


a capacidade de pagamento das dívidas da empresa de forma imediata.
Quanto a empresa consegue pagar das suas dívidas, com o que possui em
disponibilidades (caixa, banco e aplicações financeiras de liquidez imediata).

LI = Disponibilidades / PC
LI = Liquidez Imediata
PC = Passivo Circulante

Liquidez Geral (LG) – Indica quanto a empresa possui em dinheiro,


bens e direitos realizáveis em curto e longo prazos, para pagar todas as suas
dívidas (passivo exigível), caso a empresa parasse suas atividades naquele
momento. A interpretação desse índice é no sentido de “quanto maior, melhor”,
mantidos constantes os demais fatores.

LG= (AC + ANC) / (PC + PNC)


LG = Liquidez Geral
AC = Ativo Circulante
ANC = Ativo Não Circulante
PC = Passivo Circulante
PNC = Passivo Não Circulante

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1.2.2 Índices de endividamento

Esses índices apresentam as fontes de capitação de fundos, revela o


grau de endividamento da empresa e procura retratar a posição do capital
próprio, o patrimônio líquido. O endividamento está relacionado às decisões
estratégicas da empresa, envolvido nas decisões financeiras de investimentos,
financiamento e distribuição de dividendos.

Participação de Capitais de Terceiros (PCT) - Este índice indica o


percentual de capital de terceiros em relação ao patrimônio líquido, retratando
a dependência da empresa em relação aos recursos externos. A interpretação
isolada desse índice, cujo objetivo é avaliar o risco da empresa, é no sentido de
“quanto maior, pior”. Entretanto, para a empresa, pode ocorrer que o
endividamento lhe permita meios de alcançar a competitividade no setor em
que atua, obtendo melhores ganhos.

PCT= PL / (PC + PNC)


PCT = Participação de Capitais de Terceiros
PC = Passivo Circulante
PNC = Passivo Não Circulante
PL = Patrimônio Líquido

Composição do Endividamento (CE) – a CE Indica quanto da dívida


total da empresa deverá ser pago em Curto Prazo, isto é, as Obrigações em
Curto Prazo comparadas com as obrigações totais. Podemos interpretar
isoladamente esse índice como “quanto maior, pior”. Ou seja, se a dívida é
muito elevada, e se está concentrada no curto prazo, a situação é extrema,
pois percebemos uma pressão pela liquidação dos débitos.

CE= PC / (PC + PNC)


CE = Composição do Endividamento
PC = Passivo Circulante
PNC = Passivo Não Circulante

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1.2.3 Índices de rentabilidade

O lucro é o objetivo principal do empresário e uma maneira de avaliar


um empreendimento. A avaliação do retorno financeiro da empresa objetiva
evidenciar a rentabilidade sobre o capital investido e verificar se a empresa
está obtendo sucesso econômico.

Retorno sobre Investimento (ROI) – Você já ouviu muito falar sobre


ROI durante o curso, mas agora vamos ver o ROI nesse contexto contábil. O
retorno sobre o investimento indica o lucro que a empresa propicia em relação
aos investimentos, ou seja, é a relação entre a quantidade de dinheiro investido
em uma empresa e a quantidade de dinheiro ganho. O ROI determina o retorno
lucrativo (ou não) que uma determinada empresa pode gerar.

ROI= LL / (AC + ANC)


ROI = Retorno sobre Investimento
LL = Lucro líquido
AC = Ativo Circulante
ANC = Ativo Não Circulante

Retorno sobre o Patrimônio (ROE) – Do inglês Return On Equity, o


ROE é um índice que mede quanto de lucro uma empresa gera em relação aos
investimentos dos acionistas ou proprietários da empresa. O ROE mede a
capacidade de rentabilidade de uma empresa. O lucro é o objetivo do investidor
pelo risco do negócio. Assim, quanto maior o retorno, melhor.

ROE = LL / PL
ROE = Retorno sobre o Patrimônio Líquido
LL = Lucro líquido
PL = Patrimônio Líquido

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A administração financeira Página 23

REFERÊNCIAS

CONTÁBEIS. Os Principais Indicadores de Investimento da Análise


Financeira. 4 maio 2016. Disponível em:
<http://www.contabeis.com.br/artigos/3261/os-principais-indicadores-de-
investimento-da-analise-financeira/>. Acesso em: 20 jun. 2020.

GRIFFIN, Michael. Contabilidade e finanças. São Paulo: Saraiva, 2012.

SANTOS, Fernando de Almeida; WINDSOR, Espenser Veiga. Contabilidade


de Custos - Gestão Em Serviços, Comércio e Indústria. São Paulo: Atlas,
2016.

SOUZA, Marcos Antônio. Gestão de custos – uma abordagem integrada.


São Paulo: Atlas, 2009.

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