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APOSTILA DE RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO – CONCURSO CEFET 2024

SUMÁRIO

Conjuntos .................................................................................................................................. 2
Resolução de problemas envolvendo números reais. .......................................................... 13
Porcentagem ........................................................................................................................... 32
Médias ..................................................................................................................................... 36
Problemas de contagem: Princípio aditivo e princípio multiplicativo. Arranjos.
Combinações. Permutações. .................................................................................................. 38
Noções de probabilidade........................................................................................................ 47
Sequências e padrões (com números, figuras ou palavras) ................................................ 53
Proposições ............................................................................................................................. 61
Os Conectivos, a tabela-Verdade e as Estruturas lógicas................................................... 66
Negação ................................................................................................................................... 82
Equivalência e implicação lógica; Condição necessária e suficiente; ................................ 91
Argumentação lógica ............................................................................................................. 97
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Conjuntos

Noção intuitiva de conjuntos: Um conjunto nada mais é que uma reunião de elementos.

Um conjunto sempre é “nomeado” por uma letra maiúscula e pode ser finito ou infinito. Além disso,
ressalte-se que podemos descrevê-lo de diferentes formas. Veja:

1ª Representação: Notação explícita

Podemos descrever explicitamente um determinado conjunto através das ‘chaves’ ou do ‘diagrama’. Isso significa
que vamos fazer uma enumeração dos elementos.

2ª Representação: Notação implícita

Podemos descrever implicitamente um determinado conjunto através de uma ‘propriedade’. Isso significa que
todos os elementos desse conjunto devem satisfazer a referida propriedade.
Exemplos:

a) O conjunto dos números naturais maiores que zero e menores ou iguais a 5 (conjunto finito).

1ª Representação: Notação explícita

A = {1, 2, 3, 4, 5}

2ª Representação: Notação implícita

A = {x ∈ N | 0 < x ≤ 5}*

* Lê-se: “x pertence ao universo dos números naturais, tal que ‘x’ é maior que zero e menor ou igual a cinco”

b) O conjunto dos números naturais maiores que oito (conjunto infinito).

1ª Representação: Notação explícita

B = {9, 10, 11, 12, 13, ...}

2ª Representação: Notação implícita

B = {x ∈ N | x > 8}*

* Lê-se: “x pertence ao universo dos números naturais, tal que ‘x’ é maior que 8”
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‘FIQUE LIGADO’----- Obviamente, as representações implícitas acima expostas não são taxativas. Isso
significa que podemos representar, a partir da notação implícita, os conjuntos ‘A’ e ‘B’ supracitados de outras
formas.

SÍMBOLOS

Existem alguns símbolos matemáticos que são comumente empregados na teoria dos conjuntos. Assim, torna-se
fundamental conhecê-los. Segue um quadro resumo com os principais símbolos usados:

∊: pertence.
∉: não pertence.
⊂: está contido
⊄: não está contido
⊃: contém
⊅: não contém
∃: existe
∄: não existe
A ∩ B: interseção entre os conjuntos A e B.
A ∪ B: união entre os conjuntos A e B.
∅ ou { }: conjunto vazio
∎ Relação de pertinência

A relação de pertinência indica se um elemento qualquer pertence ou não pertence a um determinado conjunto.

Na prática, é bem simples: Se o elemento ‘n’ aparece “visível” no conjunto ‘A’, então ‘n’ pertence ao conjunto
‘A’. Por outro lado, se o elemento ‘n’ não aparece “visível” no conjunto ‘A’, então ‘n’ não pertence ao conjunto
‘A’.

Exemplo: Sejam os conjuntos F = {0, 2, 4, 6, 8} e G = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}, observe os itens que se seguem:

a) 2 ∉ G → ‘2’ não pertence a ‘G’

Falso: O elemento “2” pertence ao conjunto G, pois está “visível” no referido conjunto.

b) 4 ∊ F → ‘4’ pertence a ‘F’

Verdadeiro: O elemento “4” pertence ao conjunto F, pois está “visível” no referido conjunto.

c) Ø ∊ F → O conjunto vazio pertence a ‘F’

Falso: O conjunto vazio não pertence ao conjunto F, pois não está “visível” no referido conjunto.

Quando fazemos uso da relação de pertinência, estamos, necessariamente, relacionando um elemento a um


conjunto, nesta ordem.

∎ Conjunto vazio

É um conjunto que não possui elementos.


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O conjunto vazio é representado somente por { } ou Ø. Assim, a representação {Ø} não corresponde ao
conjunto vazio propriamente dito.

Parece confuso, né? Então, cuidado com essa pegadinha!

Segue um resumo para que você não seja surpreendido na hora da prova...

• Quando os símbolos { } ou Ø, aparecerem listados ou visíveis, dentro de um conjunto, o conjunto vazio deverá
ser tratado como elemento desse conjunto especificado. Nesse caso, usamos a relação de pertinência.

• Quando os símbolos { } ou Ø, NÃO aparecerem listados ou visíveis, dentro de um conjunto, o conjunto vazio
deverá ser tratado como subconjunto desse conjunto especificado. Nesse caso, usamos a relação de inclusão.

Exemplo: Seja A = {Ø; 1; 2; 3}, podemos afirmar corretamente que o conjunto vazio pertence a ‘A’(Ø ∊ A), uma
vez que o conjunto vazio está visível no conjunto ‘A’.

∎ Conjunto unitário

É o conjunto que possui apenas 1 (hum) elemento.

Exemplo: C = {2}

∎ Relação de inclusão

A relação de inclusão somente é aplicável na comparação entre conjuntos.

Considere, por exemplo, os conjuntos ‘A’ e ‘B’. Podemos definir a relação de inclusão a partir das situações
seguintes:

≫ A ⊂ B → ‘A’ está contido em ‘B’

‘A’ está contido em ‘B’, se e somente se, TODOS os elementos de ‘A’ também são elementos de ‘B’.

≫ B ⊃ A → ‘B’ contém ‘A’

Se ‘A’ está contido em ‘B’, então, necessariamente, ‘B’ contém ‘A’.

≫ A⊄ B → ‘A’ não está contido em ‘B’

‘A’ não está contido em ‘B’, se e somente se, PELO MENOS UM elemento de ‘A’ não é elemento de ‘B’.

≫ B ⊅ A → ‘B’ não contém ‘A’

Se ‘A’ não está contido em ‘B’, então, necessariamente, ‘B’ não contém ‘A’.
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Exemplo: Sejam os conjuntos F = {0, 2, 4, 6, 8} e G = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}, julgue os itens a seguir:

a) F ⊂ G → ‘F’ está contido em ‘G’

Verdadeiro: Repare que todos os elementos de ‘F’ também pertencem a ‘G’. Logo, o conjunto ‘F’ está contido no
conjunto ‘G’.

≫ Se F ⊂ G, então G ⊃ F (G contém F).

b) F ⊃ G → ‘F’ contém ‘G’

Falso: Repare que, nem todos os elementos de ‘G’ pertencem a ‘F’. Logo, o conjunto ‘G’ não está contido no
conjunto ‘F’ (G ⊄ F).

≫ Se G ⊄ F, então F ⊅ G (F não contém G).

c) Ø ⊂ F → O conjunto vazio está contido em ‘G’

Verdadeiro: Repare que o conjunto vazio não está visível em ‘F’. Logo, o conjunto vazio deve ser tratado como
um subconjunto de ‘F’.

Sendo assim, temos que o conjunto vazio está contido em ‘F’.

ATENÇÃO ---- A relação de pertinência relaciona um elemento a um conjunto. Por outro lado, a relação
de inclusão sempre se refere a conjuntos.

∎ Operações com conjuntos

∎ União (reunião): A união de conjuntos é representada por todos os elementos que se encontram em pelo menos
um dos conjuntos relacionados.

Isso significa que qualquer elemento que ‘apareça’ pelo menos uma vez em um dos conjuntos relacionados
irá fazer parte do conjunto união.

≫ Representação

Exemplo: Sejam os conjuntos A = {0, 2, 4, 6, 8} e B = {1, 2, 3, 4, 5, 10}. A união entre esses conjuntos,
representada por A ∪ B, possuirá 9 (nove) elementos. Veja:
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A ∪ B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 10}

∎ Interseção: A interseção de conjuntos é representada pelos elementos comuns aos conjuntos relacionados, ou
seja, os elementos que aparecem em ambos os conjuntos.

≫ Representação

Exemplo: Sendo A = {0, 2, 4, 6, 8}, B = {1, 2, 3, 4, 5, 10}. Determine a interseção.

A interseção entre os conjuntos mencionados, representada por A ∩ B, possuirá apenas 2 (dois) elementos.

A ∩ B = {2, 4}

∎ Diferença: Considere os conjuntos A e B. São duas situações possíveis:

≫ A diferença entre ‘A’ e ‘B’ (nesta ordem), representada por A – B, é o conjunto formado por elementos que
pertencem ao conjunto ‘A’, mas que não pertencem ao conjunto ‘B’, ou seja, “A – B” é o conjunto formado pelos
elementos que pertencem somente ao conjunto ‘A’.

≫ A diferença entre ‘B’ e ‘A’ (nesta ordem), representada por B – A, é o conjunto formado por elementos que
pertencem ao conjunto ‘B’, mas que não pertencem ao conjunto ‘A’, ou seja, “B – A” é o conjunto formado pelos
elementos que pertencem somente ao conjunto ‘B’.

≫ Representação

Note que A – B é diferente de B – A (A – B ≠ B – A).

Exemplo: Considere os conjuntos A = {0, 1, 2, 3} e B = {2, 3, 4, 5}.

A interseção entre ‘A’ e ‘B’ é igual a ‘2’ e ‘3’, pois os mesmos pertencem a ambos os conjuntos. Veja:

A = {0, 1, 2, 3}

B = {2, 3, 4, 5}
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A ∩ B = {2, 3}.

Daí, existem duas situações possíveis envolvendo a diferença de conjuntos:

≫ A diferença entre “A” e “B” é igual a ‘0’ e ‘1’, pois são os elementos que pertencem somente ao conjunto
‘A’

A – B = {0, 1}

≫ A diferença entre “B” e “A” é igual a ‘4’ e ‘5’, pois são os elementos que pertencem somente ao conjunto
‘B’

B – A = {4, 5}

≫ Diagrama de Venn

O uso do diagrama de Venn é muito importante nas operações envolvendo a união entre dois ou três conjuntos,
uma vez que é um método bastante simples de se entender e, além disso, não admite exceções, ou seja, sempre
pode ser utilizado.

Vamos dividir o estudo do referido diagrama em dois casos:

≫ Número de elementos da união envolvendo dois conjuntos

Podemos encontrar o número de elementos da união envolvendo dois conjuntos de duas maneiras:

1ª) Aplicação da fórmula:

Fórmula: n (A ∪ B) = n (A) + n (B) – n (A ∩ B), onde:

n (A ∪ B) = número de elementos da união entre os conjuntos A e B;


n (A) = número de elementos do conjunto “A”;
n (B) = número de elementos do conjunto “B”;
n (A ∩ B) = número de elementos da interseção entre os conjuntos A e B.

Exemplo: Determine a quantidade de elementos de A ∪ B, sendo A = {0, 2, 4, 6, 8} e B = {1, 2, 3, 4, 5, 10}.

Solução:

n (A) = 5;
n (B) = 6;
n (A ∩ B) = 2.

Aplicando a fórmula [n (A ∪ B) = n (A) + n (B) – n (A ∩ B)], temos: 5 + 6 – 2 = 9.

Logo, A ∪ B possui um total de 9 elementos.

2ª) Diagrama de Venn: A dica é iniciar SEMPRE pela interseção.

Vamos usar os mesmos conjuntos do exemplo anterior:

Exemplo: A = {0, 2, 4, 6, 8} e B = {1, 2, 3, 4, 5, 10}.


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Temos:

n (A) = 5;
n (B) = 6;
n (A ∩ B) = 2.

Iniciando pela interseção [n (A ∩ B) = 2], temos:

Agora, diminui-se o valor de A (1) pelo valor da interseção e, por fim, faz-se o mesmo com B (2).

(1) 5 – 2 = 3;
(2) 6 – 2= 4;

Agora, basta somar todos os elementos que se encontram dentro do diagrama e encontrar o valor da união (3).

(3) 3 + 2 + 4 = 9 elementos.

≫ Número de elementos da união envolvendo três conjuntos

Assim como na união envolvendo dois conjuntos, podemos encontrar o número de elementos da união envolvendo
três conjuntos de duas maneiras:

1ª) Aplicação da fórmula:

Fórmula: n (A ∪ B ∪ C) = n (A) + n (B) + n (C) – n (A ∩ B) – n (A ∩ C) – n (B ∩ C) + n (A ∩B ∩ C), onde:

n (A ∪ B ∪ C) = número de elementos da união entre os conjuntos A, B e C;

n (A) = número de elementos do conjunto “A”;


n (B) = número de elementos do conjunto “B”;
n (C) = número de elementos do conjunto “C”;
n (A ∩ B) = número de elementos da interseção entre os conjuntos A e B.
n (A ∩ C) = número de elementos da interseção entre os conjuntos A e C.
n (B ∩ C) = número de elementos da interseção entre os conjuntos B e C.

n (A ∩B ∩ C) = número de elementos da interseção entre os conjuntos A, B e C.

Exemplo: Numa classe colheram-se os seguintes dados em relação as 3 matérias estudadas (A, B e C):
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20 alunos passaram nas 3 matérias

35 alunos foram aprovados em B e C


42 alunos foram aprovados em A e B
22 alunos foram aprovados em A e C

O professor de A aprovou 50 alunos


O professor de B aprovou 70 alunos
O professor de C aprovou 40 alunos

Quantos alunos há na classe?

Solução:

n (A) = 50; n (B) = 70; n (C) = 40;

n (A ∩ B) = 42; n (A ∩ C) = 22; n (B ∩ C) = 35;

n (A ∩B ∩ C) = 20.

Aplicando a fórmula...

n (A ∪ B ∪ C) = n (A) + n (B) + n (C) – n (A ∩ B) – n (A ∩ C) – n (B ∩ C) + n (A ∩B ∩ C)

n (A ∪ B ∪ C) = 50 +70 + 40 – 42 – 22 – 35 + 20

n (A ∪ B ∪ C) = 180 – 99

n (A ∪ B ∪ C) = 81

Logo, conclui-se que há 81 alunos na classe.

2ª) Diagrama de Venn:

Considerando três conjuntos (A, B e C), vamos dividir a resolução através do diagrama em três partes:

1ª) Inicia-se pela interseção dos três conjuntos, a qual chamaremos de interseção “total”; (A ∩ B ∩ C);

2ª) Depois, diminui-se as interseções que aparecem duas a duas, as quais chamaremos de interseções “duplas” (A ∩
B), (A ∩ C) e (B ∩ C) pelo valor da interseção “total” (A ∩ B ∩ C);

3ª) Por fim, faz-se a subtração dos valores que aparecem sozinhos, os quais chamaremos de valores “unitários” (A,
B e C) pelos valores correspondentes das interseções total e dupla.

Em outras palavras, chegamos à quantidade de elementos da união de três conjuntos através do Diagrama
de Venn, resolvendo “DE DENTRO PARA FORA”.

Usaremos o mesmo exemplo da resolução através da fórmula...

Exemplo: Numa classe colheram-se os seguintes dados em relação as 3 matérias estudadas:

20 alunos passaram nas 3 matérias – Interseção “total”


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35 alunos foram aprovados em B e C


42 alunos foram aprovados em A e B Interseções “duplas”
22 alunos foram aprovados em A e C

O professor de A aprovou 50 alunos;


O professor de B aprovou 70 alunos; Interseções “unitárias”
O professor de C aprovou 40 alunos;

Quantos alunos há na classe?

1) Interseção total: 20

2) Interseções “duplas”:

B e C: 35 – 20 = 15;
A e B: 42 – 20 = 22;
A e C: 22 – 20 = 2.

3) Interseções “unitárias”.

A: 50 – (22 + 20 + 2) = 50 – 44 = 6
B: 70 – (22 + 20 + 15) = 70 – 57 = 13
C: 40 – (15 + 20 + 2) = 40 – 37 = 3
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4) Solução: Basta somar todos os elementos que se encontram dentro do diagrama:

6 + 2 + 20 + 22 + 3 + 15 + 13 = 81 elementos.

EXERCÍCIO COMENTADO

1) (SELECON) - Uma pesquisa foi realizada com 370 pessoas sobre o uso ou não uso dos sabões X e Y. Observou-
se que 192 usam o sabão X, 142 usam o sabão Y e 78 não usam nenhum dos dois sabões. Pode-se concluir que a
quantidade de pessoas que usam os dois sabões é um valor compreendido entre:
a) 25 e 30
b) 30 e 35
c) 35 e 40
d) 40 e 45

Comentário: Considerando que o número de pessoas que preferem o sabão X é o conjunto “X”, que o número de
pessoas que preferem o sabão y é o conjunto “y” e que o número de pessoas que não preferem X nem Y é o
conjunto “N”, temos:

X: 192
Y: 142
N: 78
TOTAL: 370

Daí, basta somar os conjuntos X, Y e N e subtrair do total para definir a interseção. Veja:

X e Y = 192 + 142 + 78 – 370

X e Y = 412 – 370 = 42

GABARITO: LETRA D

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) (SELECON) - Uma pesquisa realizada com 200 turistas sobre dois importantes pontos turísticos de Cuiabá, o
Parque Dona Nair e o Mercado do Porto, revelou os seguintes números:

• 48 turistas não conheciam o Parque Dona Nair nem o mercado do Porto;


• 121 turistas conheciam o Parque Dona Nair;
• 94 turistas conheciam o Mercado do Porto.

O número de turistas que participaram da pesquisa e que conheciam o Parque Dona Nair e o Mercado do Porto
corresponde a:

a) 53
b) 55
c) 63
d) 65
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2) Aos 5 anos, toda criança deve tomar um reforço das vacinas tríplice e pólio. Uma pesquisa feita com as 80
crianças que entraram no 1º ano do Ensino Fundamental de uma escola mostrou que:
• 54 alunos tomaram a vacina tríplice.
• 52 alunos tomaram a vacina pólio.
• 16 alunos não tomaram nenhuma das duas vacinas.

O número de alunos que tomou as duas vacinas é

a) 42.
b) 44.
c) 46.
d) 48.
e) 50.

3)Uma firma está disposta a estimular os funcionários a terem hábitos saudáveis. Com esse fim, a firma
encomendou uma pesquisa para verificar seus hábitos em relação a: fumo, exercícios físicos e alimentação. Há 500
funcionários nesta firma e todos responderam o questionário da pesquisa.

Considerando A, o número de NÃO fumantes; B, o número de pessoas que praticam algum exercício físico e C, o
número de pessoas que procuram ter uma alimentação saudável, a tabela abaixo informa os totais em cada categoria
encontrados na pesquisa.

Com base nos resultados desta pesquisa, o número de funcionários que simultaneamente: fumam, não praticam
exercícios físicos e não se preocupam com uma alimentação saudável é :
a) 25
b) 108
c) 79
d) 293
e) 392

4) Em uma pesquisa realizada com 300 pessoas em Gramado, constatou-se que 100 gostam do chocolate da marca
X, 150 gostam do chocolate da marca Y e 40 gostam de ambas as marcas (X e Y). O número de pessoas
consultadas que não gostam nem do chocolate da marca X nem do chocolate da marca Y é:
a) 40.
b) 60.
c) 90.
d) 110.
e) 300.

5) Um técnico de futebol perguntou a seus 23 jogadores em qual esquema tático eles gostam de jogar. 12 jogadores
responderam que gostam do esquema carrossel e 14 jogadores responderam que gostam do esquema inglês (4-4-2).
Apenas o goleiro titular não gosta do esquema carrossel nem do esquema inglês. Com base nesse caso hipotético, é
correto afirmar que a quantidade de jogadores que gostam dos 2 esquemas táticos é igual a
a) 22.
b) 10.
c) 8.
d) 4.
e) 3.

GABARITO
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1–C 2–A 3–B 4–C 5–D

Resolução de problemas envolvendo números reais.

Temos um conjunto numérico, quando todos os elementos de um determinado conjunto são números.

Em se tratando dos conjuntos numéricos, trabalhamos basicamente com os números naturais, inteiros, racionais,
irracionais e reais.

IMPORTANTE --- As principais bancas do país cobram excessivamente os números racionais, uma vez que
neste universo aparecem tópicos que costumam dificultar a vida dos concursandos, como as frações, os números
decimais, as dízimas periódicas, etc.

Lembrando que todo número racional é também um número real. Assim, estudando os números racionais, estamos
estudando os números reais.

ATENÇÃO ----- Existe ainda o universo dos números complexos. Todavia, este conjunto não faz parte do
conteúdo programático do CEFET/RJ.

A partir de agora, vamos estudar efetivamente os conjuntos numéricos...

∎ Conjuntos dos números naturais (N)

São todos os números inteiros positivos, incluindo o zero. É representado pela letra maiúscula N.

N = {0, 1, 2, 3, 4, ...}

Existem alguns conceitos acerca dos números naturais que são muito importantes, especialmente para a
resolução de problemas aritméticos. Veja:

a) Antecessor: é o número natural que, obviamente, antecede outro.

Exemplo: ‘4’ é o antecessor de ‘5’.

ATENÇÃO --- Como zero é o primeiro número natural, então ele não possui antecessor.
b) Sucessor: é o número natural que, obviamente, vem em seguida a outro.

Exemplo: ‘26’ é o antecessor de ‘25’.

c) Números naturais consecutivos: são números naturais dispostos em sequência.

Exemplo: 80, 81, 82 e 83 são números consecutivos.

d) Números naturais pares: são todos os números da forma 2n, onde ‘n’ representa um número natural.
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Assim, temos que os números naturais pares são:

Naturais pares = {0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, ...}

e) Números naturais ímpares: são todos os números da forma 2n + 1, onde ‘n’ representa um número natural.

Assim, temos que os números naturais ímpares são:

Naturais ímpares = {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, ...}

EXERCÍCIO COMENTADO

A soma a + b + c = 174, sendo a, b e c números naturais consecutivos, em que a é o antecessor de b e c é o sucessor


de b. Logo, a soma do antecessor de b com o sucessor de b é:
a) 329
b) 243
c) 175
d) 112
e) 116

Comentário: Temos que a + b + c = 174.

Como a, b e c são números consecutivos, então podemos representá-los da seguinte maneira:

1° número da sequência: a
2° número da sequência: a + 1 --- Assim, temos que b = a + 1.
3° número da sequência: a + 2 --- Assim, temos que c = a + 2.

Substituindo o 2° e o 3° número na equação a + b + c = 174, encontramos o valor de ‘a’. Veja:

a + a + 1 + a + 2 = 174
3a + 3 = 174
3a = 174 – 3
3a = 171
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a = 171/3 = 57

Como o primeiro termo é 57 e os três números são consecutivos, então o 2° e 3° números são, respectivamente, 58
e 59 (a = 57; b = 58; c = 59).

Assim, a soma do antecessor de b com o sucessor de b é:

57 + 59 = 116

GABARITO: LETRA E.

∎ Conjunto dos números inteiros (Z)

São todos os números que pertencem ao conjunto dos naturais mais os seus respectivos opostos (negativos).

É representado pela letra Z.

Z = {... – 4, – 3, – 2, – 1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}

Perceba que todos os números naturais também são números inteiros. Logo, dizemos que o conjunto dos
números naturais está contido no universo dos números inteiros (N ⊂ Z).

ATENÇÃO --- Sempre que um determinado conjunto estiver contido em outro, dizemos que aquele é
subconjunto deste. Assim, temos que N é subconjunto de Z.

Podemos representar a estrutrura supracitada da maneira seguinte:

IMPORTANTE --- O conjunto dos números inteiros possui alguns subconjuntos que aparecem comumente em
questões de concursos. São eles:

a) Z + = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ... } ----- Somente os inteiros não negativos.


Nesse caso, temos que {x ∈ Z / x ≥ 0}.

b) Z - = {... – 4, – 3, – 2, – 1, 0} ----- Somente os inteiros não positivos.


Nesse caso, temos que {x ∈ Z / x ≤ 0}.

c) Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}----- Somente os inteiros positivos, exceto o zero.


Nesse caso, temos que {x ∈ Z / x > 0}.

d) Z*- = {..., – 3, – 2, – 1} ----- Somente os inteiros negativos, exceto o zero.


Nesse caso, temos que {x ∈ Z / x < 0}.
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‘FIQUE LIGADO’----- A presença do asterisco (*) em qualquer conjunto numérico indica que se deve excluir o
zero.

∎Conjunto dos números racionais (Q)

Conceito: Todos os números inteiros que podem ser representados como fração, sendo o denominador
diferente de zero, são considerados racionais.

Perceba que todos os números inteiros também são números racionais. Logo, dizemos que o conjunto dos
números inteiros está contido no universo dos números racionais (Z ⊂ Q).

Como todo número natural é um número inteiro e todo número inteiro é um número racional, então temos a
seguinte consequência (N ⊂ Z ⊂ Q).

Podemos representar a estrutrura suparcitada da maneira seguinte:

IMPORTANTE --- Os números racionais normalmente são representados sobre forma de fração. Todavia, existe
outra representação possível que é a forma decimal.

3 5 23
As frações , − , , por exemplo, são equivalentes aos decimais exatos 1,5; –1,25; 2,875, respectivamente.
2 4 8

ATENÇÃO --- Os decimais exatos são números que contém um número finito de algarismos.

Para escrever qualquer fração em sua forma decimal, basta dividir o numerador pelo denominador. Veja o
exemplo:

ATENÇÃO --- Existem situações que não obtemos resto nulo durante a divisão. Desta feita, caso haja repetição
infinita de algarismos após a vírgula, estaremos diante de uma dízima periódica.

∎ Dízimas periódicas

As dízimas periódicas estão contidas no conjunto dos números racionais, uma vez que podem ser
representadas como frações.

Temos uma dízima periódica quando, na parte decimal de um determinado número, houver a repetição infinita
de um ou mais algarismos.
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Veja os exemplos abaixo, os quais apresentam os respectivos períodos destacados:

a) 0, 333...
b) 1, 222...
c) 0, 1 545454...

Classificação das dízimas periódicas

Existem 2 (dois) tipos de dízimas periódicas:

1. Dízimas periódicas simples: São aquelas que apresentam somente a parte inteira e o período.

2. Dízimas periódicas compostas: São aquelas que apresentam a parte inteira, a parte não periódica e o
período.

OBS: Denomina-se antiperíodo a parte inteira seguida da parte não periódica

Explicando...

• 0, 111 ...

Temos uma dízima periódica simples, onde:

- Parte inteira: 0 ---- [A parte inteira sempre se localiza à esquerda da vírgula].

- Período: 111... ---- [O período é o algarismo que se repete infinitamente. Nesse caso, o ‘1’].
• 1, 2 333 ...

Temos uma dízima periódica composta, onde:

- Parte inteira: 1

- Parte não periódica: 2 ---- [A parte não periódica sempre se localiza entre a parte inteira e o período].

- Período: 333...

- Antiperíodo: 12 ----- [A reunião da parte inteira com a parte não periódica é chamada de antiperíodo].

Podemos resumir a diferença entre as dízimas periódicas simples e as compostas a partir da identificação da
presença ou da ausência da parte não periódica. Veja:

- Dízimas simples: (sem a presença da parte não periódica).

As dízimas simples são aquelas que aparecem da maneira mais simples possível, ou seja, apresentam apenas a
parte inteira e o período.

Logo não apresentam a parte não periódica.


18

- Dízimas compostas (com a presença da parte não periódica).


As dízimas compostas são aquelas que apresentam, além da parte inteira e do período, um ou mais elementos
“estranhos”, os quais representam a parte não periódica da dízima.

Somente as dízimas compostas apresentam a parte não periódica que se localiza entre a parte inteira e o período.

Mais exemplos:

a) 0, 323232... Dízima periódica simples → Contém somente a parte inteira (representada pelo zero) e o período
(representado pelo ‘32’ que se repete infinitamente)

b) 1, 25 121212... Dízima periódica composta → Contém a parte inteira (representada pelo ‘1’), a parte não
periódica (representada pelo ‘25’) e o período (representado pelo ‘12’ que se repete infinitamente)

Geratriz de uma dízima periódica

Denomina-se geratriz, a fração (o número racional) que deu “origem” à dízima periódica.

Geratriz de uma dízima simples

A geratriz de uma dízima simples é a fração que tem o período como numerador e no denominador, tantos noves
quantos forem os algarismos do período.

Exemplo: Determine a fração geratriz da dízima 0,777 ...

1º) Para o numerador, “juntamos” a parte inteira com o período, desconsiderando a vírgula.

Fica assim: 07, ou simplesmente, 7;

2º) Subtraímos o n° formado (7) pela parte inteira (0), obtendo-se o numerador da dízima: 7 – 0 = 7;

3º) Para o denominador, basta colocar tantos NOVES quantos forem o número de algarismos DO PERÍODO.

Nesse caso, teremos apenas “1 (um) algarismo 9” no denominador, pois existe apenas 1(um) algarismo no
período (que é o 7).

Logo, a fração geratriz será 7 / 9.

Geratriz de uma dízima composta


n
A geratriz de uma dízima composta é uma fração da forma d, onde:

n - “Junta-se” o antiperíodo com o período e subtrai-se do antiperíodo.

d - Serão tantos noves quantos forem os algarismos do período, seguidos de tantos zeros quantos forem os
algarismos da parte não periódica.
19

Exemplo: Determine a fração geratriz de 1,2333...

1º) Para o numerador, “juntamos” o antiperíodo com o período, desconsiderando a vírgula.

Fica assim: 123;

2º) Subtraímos o número formado (123) pelo antiperíodo (12), obtendo-se o numerador da dízima:
123 – 12 = 111;

3º) Para o denominador, basta colocar tantos NOVES quantos forem o nº de algarismos do período.

Nesse caso, teremos apenas “1 (um) algarismo 9 no denominador”, pois existe apenas 1 (um) algarismo no
período (que é o 3).

4º) Além disso, precisamos colocar tantos ZEROS quantos forem o número de algarismos da parte não
periódica.

Nesse caso, teremos apenas “1 (um) algarismo ZERO no denominador”, pois existe apenas 1 (um) algarismo
na parte não periódica (que é o 2).

Logo, a fração geratriz será 111 /90.

EXERCÍCIO COMENTADO

Se n = (2,333... + 2/3) × (2,333... + 2/3) × (2,333...+ 2/3) × (2,333...+2/3), então o valor de √n é igual a:
a) 5
b) 6
c) 7
d) 8
e) 9

Temos uma dízima simples 2, 333...

Vamos encontrar a fração geratriz dessa dízima:

Numerador: 23 – 2 = 21;

Denominador: Há apenas 1 (hum) algarismo no período que é o “3”. Logo, teremos apenas 1 (hum) “9” no
denominador;

A geratriz da dízima 2, 333... é 21/9.

Simplificando numerador e denominador por 3, obteremos: 7/3.


Em cada um dos parênteses temos (2,333... + 2/3). Resolvendo a expressão que se encontra dentro dos
parênteses, temos:

7/3 + 2/3 = 9/3 = 3.

Como são 4 parênteses, temos 3 x 3 x 3 x 3 = 81.

Solução: √81 = 9
20

GABARITO: LETRA E

Em se tratando do universo dos números racionais, devemos estar atentos às operações básicas
matemáticas, as quais são de vital importância para a resolução de problemas aritméticos. Dessa forma, vamos
agora estudar tais operações de maneira detalhada a partir de suas propriedades...

OPERAÇÕES BÁSICAS DA MATEMÁTICA E SUAS PROPRIEDADES

As operações básicas matemáticas são a adição, a subtração, a multiplicação e a divisão.

Vamos estudar as propriedades das operações básicas matemáticas em dois tópicos:

1) Propriedades da adição e subtração

Adição

≫ Comutatividade: Quando se somam dois números o resultado é sempre o mesmo, independentemente da


ordem em que colocamos as parcelas da adição.

Exemplos:

a) 2 + 3 = 3 + 2 = 5

b) 25 + 15 = 15 + 25 = 40

≫ Associatividade: Considere três números quaisquer, por exemplo, ‘a’, ‘b’ e ‘c’.

Se optarmos por somar inicialmente ‘a’ + ‘b’ para, em seguida, adicionar esse resultado a ‘c’ ou se optarmos por
somar inicialmente ‘b’ + ‘c’ para, em seguida, adicionar esse resultado a ‘a’, então o resultado será o mesmo.

Exemplo: (2 + 3) + 5 = 5 + 5 = 10 ou 2 + (3 + 5) = 2 + 8 = 10

≫ Elemento neutro da adição: O zero é o elemento neutro da adição. Assim, todo número somado a zero “dá
ele mesmo”.

a) 2 + 0 = 2

b) 2015 + 0 = 2015

≫ Fechamento: Quando se somam dois ou mais números naturais, o resultado sempre será um número natural.

a) 2 + 3 = 5

‘2’ é um número natural;

‘3’ é um número natural;

Logo, ‘5’ é um número natural.


21

Subtração

≫ Anulação: Quando o minuendo e o subtraendo forem iguais, o resto (resultado da subtração) é zero.

5 → Minuendo
-
5 → Subtraendo
___
0 → Resto ou diferença

ATENÇÃO ---- A subtração não admite a comutatividade.

≫3–2=1
≫ 2 – 3 = –1

Para uma melhor compreensão, vamos estudar as regras dos sinais na subtração...

De modo prático, temos que:

Sinais iguais: Basta somar e manter o sinal empregado.

Sinais diferentes: Basta subtrair e manter o sinal do maior número (maior módulo*).

≫ – 5 – 1 = – 6 (Sinais iguais → faz-se 5 + 1 = 6 e mantém o sinal empregado que é o ‘–’)


≫ – 5 + 1 = – 4 (Sinais diferentes → faz-se 5 – 1 = 4 e mantém o sinal do maior módulo que é o ‘5’)

≫ + 5 – 1 = + 4 (Sinais diferentes → faz-se 5 – 1 = 4 e mantém o sinal do maior módulo que é o ‘5’)

* Módulo ou valor absoluto de um número nada mais é que o próprio número se este for positivo ou o simétrico
desse número se ele for negativo. Veja como representamos matematicamente o módulo de um número:

≫ |5|= 5 --------- O módulo de ‘5’ é ‘5’.

≫ |– 5|= 5 --------- O módulo de ‘– 5’ é ‘5’.

2) Propriedades da Multiplicação e Divisão

Multiplicação

≫ Comutatividade: Quando se multiplicam dois números o resultado é sempre o mesmo, independentemente da


ordem em que colocamos os mesmos.

Exemplos:

a) 2 × 3 = 3 × 2 = 6

b) 20 × 15 = 15 × 20 = 300
22

≫ Associatividade: Considere três números quaisquer, por exemplo, ‘a’, ‘b’ e ‘c’.

Se optarmos por multiplicar inicialmente ‘a’ × ‘b’ para, em seguida, multiplicar esse resultado com ‘c’ ou se
optarmos por multiplicar inicialmente ‘b’ × ‘c’ para, em seguida, multiplicar esse resultado a ‘a’, então o resultado
será o mesmo.

Exemplo: (2 × 3) × 5 = 6 × 5 = 30 ou 2 × (3 × 5) = 2 × 15 = 30

≫ Elemento neutro da multiplicação: O ‘1’ é o elemento neutro da multiplicação. Assim, todo número
multiplicado com ‘1’ “dá ele mesmo”.

a) 2 × 1 = 2
b) 2015 × 1 = 2015

≫ Elemento inverso na multiplicação: Qualquer número multiplicado pelo seu inverso “dá 1”.

𝟏
a) 2 × = 1
𝟐

𝟑 𝟐
b) 𝟐 × 𝟑 = 1

≫ Propriedade distributiva: Considere três números reais ‘a’, ‘b’ e ‘c’. Em todos os casos, temos que:

a × (b + c) = (a × b) + (a × c)
a × (b – c) = (a × b) – (a × c)

Exemplos:

a) 5 × (4 + 2) = (5 × 4) + (5 × 2) = 20 + 10 = 30
b) 5 × (4 – 2) = (5 × 4) – (5 × 2) = 20 – 10 = 10

Divisão

≫ Elemento neutro da divisão: O ‘1’ é o elemento neutro da divisão. Assim, todo número dividido por ‘1’ “dá
ele mesmo”.

a) 2 ÷ 1 = 2

b) 2015 ÷ 1 = 2015

ATENÇÃO ---- A divisão não admite a comutatividade nem a associatividade...

1
a) 8 ÷ 2 = 4 ≠ 2 ÷ 8 = 4

b) (20 ÷ 2) ÷ 5 = 10 ÷ 5 = 2 ≠ 20 ÷ (2 ÷ 5) = 20 ÷ 0,4 = 50
23

Agora, vamos estudar as operações que envolvem o universo dos números racionais...

∎ Operações envolvendo números racionais

1) Soma ou subtração de frações com denominadores iguais;

Basta repetir o valor dos denominadores e somar (ou subtrair) os numeradores.


Exemplos:

3 5 3 +5 8
a) 2 + 2 = 2
=2=4

7 3 7–3 4
b) – = = =2
2 2 2 2

2) Soma ou subtração de frações com denominadores diferentes;

É necessário calcular o MMC (Mínimo Múltiplo Comum).

Exemplo:

7 5 1
a) 6 + 4 – 8 =

Conforme exposto nesse item, devemos calcular o mínimo múltiplo comum (MMC) entre 6, 4 e 8.

O MMC entre 6, 4 e 8 é 24.

Agora, dividimos o valor do MMC por todos os denominadores. Vai ficar assim:

7
===== 24÷ 6 = 4;
6

5
==== 24 ÷ 4 = 6;
4

1
==== 24 ÷ 8 = 3.
8

Nesse momento, multiplicamos o quociente da divisão entre o MMC e os denominadores pelos respectivos
numeradores. Vai ficar assim:

4 x 7 = 28
6 x 5 = 30
3x1=3

Por fim, basta efetuar as respectivas operações dos numeradores e manter o MMC como denominador. Veja:

28+30−3 𝟓𝟓
=
24 𝟐𝟒

3) Multiplicação de frações (Produto);


24

Multiplica-se numerador por numerador e denominador por denominador.

Exemplos:

7 5 7 x 5 35
a) x = =
6 4 6 x 4 24

4 1 4 x (−1) − 4∗∗
b) 3 x (- 3 ) = 3x3
= 9

∗∗ [Lembrando que no produto, sinais diferentes apresentam resultado negativo].

EXERCÍCIO COMENTADO

Observe a expressão abaixo.

Essa expressão vale:


a) – 1/6
b) – 1/3
c) – 1/2
d) – 1

Comentário: Inicialmente, vamos resolver a expressão que se encontra dentro dos parênteses. Veja:

√4 1
3 –1 – √9 + 6 =

ATENÇÃO ---- Quando houver um número que esteja elevado à expoente negativo, basta inverter a base e
manter o expoente positivo.

Resolvendo separadamente:

𝟏
3 –1 = (1/3)1 = 𝟑
√4 𝟐
=
√9 𝟑

1 2 1 1 1
Logo, temos 3 – 3 + 6 = – 3 + 6

Temos uma soma de frações com denominadores diferentes, logo precisamos encontrar o MMC.

O MMC entre 3 e 6 é exatamente 6, uma vez que 6 é múltiplo de 3.

Agora, divide-se o valor do MMC pelos denominadores e, em seguida, multiplicamos o resultado obtido pelos
respectivos numeradores.

Resolvendo, vai ficar assim:

2 1 𝟏
–6+6=–𝟔
25

Esse resultado representa apenas o valor da expressão que se encontrava dentro dos colchetes.

1
Agora, como temos a expressão (0,333...)–1, precisamos multiplicar – pelo inverso da geratriz da dízima 0,333...
6
1 1
0,333... = 3 --- O inverso de 3 é 3. Logo, a solução de toda a expressão será:

𝟏 𝟏
– x 3 = – ---- GABARITO: LETRA C;
𝟔 𝟐

4) Divisão de frações (Quociente);

Repete-se a 1ª fração e multiplica-se pelo inverso da segunda.

Exemplos:

7 5 7 4 7 x 4 28 14
a) 6 ÷ 4 = 6 × 5 = =
6 x 5 30
= 15

4 1 4 3 4 x (−3) − 12
b) 3 ÷ (- 3 ) = 3 × (- 1) = 3x1
= 3 = − 4∗∗

∗∗ [Lembrando que na divisão, sinais diferentes apresentam resultado negativo].

NÚMEROS DECIMAIS

Os decimais são números racionais formados por uma parte inteira e uma parte decimal. Esta fica após a vírgula e
aquela, antes.

IMPORTANTE --- A parte decimal é formada por uma ou mais casas decimais.

Veja os exemplos:

a) 0,3
Parte inteira: 0
Parte decimal: 3 --- Temos apenas 1 casa decimal.

b) 12,25
Parte inteira: 12
Parte decimal: 25 --- Temos 2 casas decimais.

c) 205,1684
Parte inteira: 205
Parte decimal: 1684 --- Temos 4 casas decimais.
26

OPERAÇÕES NA FORMA DECIMAL

1) Soma ou subtração;

Basta somar ou subtrair “parte inteira com parte inteira” e “parte decimal com parte decimal”. Para isso, basta
colocar ‘vírgula debaixo de vírgula’.

Exemplos:

a) 12,324 + 0,35 + 1,5 =

12,324
+ 0,350 ---- Podemos completar as casas decimais colocando zero ou zeros à direita, conforme o caso.
1,500
______
14,174

b) 18,45 – 2,3 =

18,45
– 2,30 ---- Podemos completar as casas decimais colocando zero ou zeros à direita, conforme o caso.
______
16,15

2) Produto (multiplicação): Existem dois casos de produto envolvendo números decimais. São eles:

1° caso: Quando houver um n° múltiplo de 10

Nesse caso, basta deslocar a vírgula à direita conforme a quantidade de zeros existente no n° múltiplo de 10.

Exemplos:

a) 1,25 × 100 = ?
Como são 2 zeros, então se desloca a vírgula 2 casas à direita.

Solução: 1,25 × 100 = 125

b) 136,235 × 10.000 = ?
Como são 4 zeros, então se desloca a vírgula 4 casas à direita.

Solução: 136,235 × 10.000 = 1.362.350

2° caso: Quando não houver um n° múltiplo de 10

Basta multiplicar os números como se não houvesse vírgulas e, em seguida, “deslocar” a vírgula à esquerda
conforme a quantidade de casas decimais constantes no produto. Veja:

a) 0,8 × 0,9 = ?
27

1° passo: 8 × 9 = 72 ------ OBS: 72 equivale a 72,0.


2° passo: Deslocar a vírgula 2 casas à esquerda, uma vez que temos em todo o produto, 2 casas decimais.

Solução: 0,72

b) 1,2 × 0,09 = ?

1° passo: 12 × 9 = 108 ---- OBS: 108 equivale a 108,0.


2° passo: Deslocar a vírgula 3 casas à esquerda, uma vez que temos em todo o produto, 3 casas decimais.

Solução: 0,108

EXERCÍCIO COMENTADO

Das opções abaixo, aquela que é mais próxima de 0,24 × 69 é:


a) 1/4 de 60
b) 1/3 de 60
c) 1/4 de 70
d) 24 vezes 70
e) 1/3 de 70

Comentário: 0, 24 × 69 = ?

1° passo: 24 × 69 = 1656 --- OBS: 1656 equivale a 1656,0.

2° passo: Deslocar a vírgula 2 casas à esquerda, uma vez que temos em todo o produto, 2 casas decimais.

Solução do produto: 16,56

A assertiva correta é a letra C, pois é a que mais se aproxima de 16,56. Veja:

Temos que 1/4 de 70 = 70 ÷ 4 = 17,5

Analisando as erradas...

a) 1/4 de 60 = 60 ÷ 4 = 15
b) 1/3 de 60 = 60 ÷ 3 = 20
d) 24 vezes 70 = 24 × 70 = 1680
e) 1/3 de 70= 70 ÷ 3 = 23,3

3) Quociente (divisão): Existem dois casos de divisão envolvendo números decimais. São eles:

1° caso: Quando houver um n° múltiplo de 10


28

Nesse caso, basta deslocar a vírgula à esquerda conforme a quantidade de zeros existente no n° múltiplo de 10.

Exemplos:

a) 125 ÷ 100 = ?

Como são 2 zeros, então se desloca a vírgula 2 casas à esquerda.

Solução: 125 ÷ 100 = 1,25


b) 1982 ÷ 1.000 = ?

Como são 3 zeros, então se desloca a vírgula 3 casas à esquerda.

Solução: 1982 ÷ 1.000 = 1,982

2° caso: Quando não houver um n° múltiplo de 10

Nesse caso, podemos ‘eliminar’ as casas decimais a partir de um produto comum ao numerador e denominador.
Veja:

a) 0,8 ÷ 0,02 = ?

0,8 × 𝟏𝟎𝟎 80
0,02 × 𝟏𝟎𝟎
= 2
= 40

ATENÇÃO ---- Toda divisão envolvendo decimal também pode ser resolvida através de uma divisão de
fração. Cabe ressaltar que esse método é mais trabalhoso. Veja:

a) 0,8 ÷ 0,02 = ?

8
0,8 = 10

2
0,02 = 100

Repetindo a 1ª e multiplicando pelo inverso da 2ª, resolvemos a divisão...

8 100 800
10
× 2
= 20
= 40

EXERCÍCIO COMENTADO

Dividir um número por 0,025 equivale a multiplicá-lo por:


a) 400
b) 450
c) 4
d) 40

Comentário: Como a questão não nos deu o valor do número, vamos admitir que esse número seja “x”. Vai ficar
assim:
29

x ÷ 0,025 --- Indicando essa divisão sobre forma de fração, temos:

𝑥
0,025
----- Igualando as casas decimais, multiplicando numerador e denominador por 1000, teremos:

𝑥 × 𝟏𝟎𝟎𝟎 1000 𝑥
0,025 × 𝟏𝟎𝟎𝟎
= 25
= 40 . x

Conclusão: Dividir um número por 0,025 é o mesmo que multiplicar esse número por 40.

GABARITO: LETRA D;

∎ Conjunto dos números irracionais (I)

Os números irracionais não estão expressos no edital. Todavia, devem ser estudados, pois estão contidos no
universo dos números reais.

Número irracional é todo número que NÃO pode ser representado sobre forma de fração.

O conjunto dos números irracionais é formado pelos números decimais infinitos não periódicos. É representado
pela letra I.

Exemplos:

a) √2 = 1, 4142135 ...
b) √3 = 1, 7320508 ...
c) π = 3, 1415926535 ...

Perceba que todos os números irracionais NÃO são números racionais. Logo, dizemos que o conjunto dos
números irracionais NÃO ESTÁ CONTIDO no universo dos números racionais (I ⊄ Q).

Sempre que um determinado conjunto não estiver contido em outro, dizemos que aquele não é subconjunto deste.
Assim, temos que I não é subconjunto de Q.

Podemos representar a estrutura supracitada da maneira seguinte:

‘FIQUE LIGADO’----- Perceba que não há interseção entre os irracionais e os racionais.

SEMPRE que não houver interseção entre dois ou mais conjuntos, dizemos que esses conjuntos são disjuntos.

∎ Conjunto dos números reais (R): É formado por todos os conjuntos já mencionados neste capítulo (união do
conjunto dos racionais com os irracionais). É Representado pela letra R.
30

Segue um esquema para resumir os cinco conjuntos numéricos estudados até o presente momento:

EXERCÍCIO COMENTADO

Leia as frases abaixo sobre teoria dos conjuntos e conjuntos numéricos:


I. No conjunto A = {5, 6, 7, 22, 45, 0} temos somente números naturais.
II. O número pi (3,1415926...) é um número racional.
III. No conjunto {– 3, – 5, – 7, – 9} temos somente números naturais e inteiros.
IV. Conjuntos disjuntos são aqueles que não possuem interseção.

A sequência correta é:

a) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.


b) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
c) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
d) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.

Comentário: Analisando as assertivas...

I. No conjunto A = {5, 6, 7, 22, 45, 0} temos somente números naturais --- CORRETA.

II. O número pi (3,1415926...) é um número racional --- ERRADA --- O número pi é irracional.

III. No conjunto {– 3, – 5, – 7, – 9} temos somente números naturais e inteiros --- ERRADA --- Temos somente
números inteiros.

IV. Conjuntos disjuntos são aqueles que não possuem interseção --- CORRETA

SEMPRE que não houver interseção entre dois ou mais conjuntos, dizemos que esses conjuntos são disjuntos.

Solução: Apenas as assertivas I e IV estão corretas --- GABARITO: LETRA A;

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) (SELECON) - Ao somarmos 1/2 com 1/3, obtemos o valor de:


a) 1/5
b) 2/5
c) 5/2
d) 5/6

2) (SELECON) - Retira-se de uma caixa 2/3 do total de n bolas e em seguida 1/5 do restante. Se nessa caixa
restaram exatamente 12 bolas, na primeira retirada saiu a seguinte quantidade de bolas:
31

a) 5
b) 15
c) 30
d) 45

3) Na tabela abaixo estão representados os tempos, em horas, em que 3 maratonistas completaram uma determinada
prova.

Com base nas informações dessa tabela, pode-se afirmar que o maratonista 3 completou a prova exatamente n
segundos após a chegada do maratonista 1. O valor de n é igual a:

a) 30,0
b) 18,0
c) 10,8
d) 3,0

4) Em certo concurso inscreveram-se 192 pessoas, sendo a terça parte, homens. Desses, apenas a quarta parte
passou. O número de homens que passaram no concurso foi:
a) 12;
b) 15;
c) 16;
d) 18;
e) 20.

5) Marta e Júlia foram ao mercado e gastaram, respectivamente, 2/5 e 3/7 das quantias que possuíam. Após
pagarem as compras, verificaram que ficaram com quantias iguais. Se, ao entrarem no mercado, elas levavam um
total de R$ 820,00, Marta gastou em suas compras o seguinte valor:
a) R$ 240,00
b) R$ 220,00
c) R$ 180,00
d) R$ 160,00

GABARITO

1–D 2–C 3–C 4–C 5–D


32

Porcentagem

Conceito: Denomina-se porcentagem, percentagem ou razão centesimal, toda fração que apresentar o
denominador igual a 100. Podemos representar essa fração de forma percentual ou decimal. Veja os exemplos:
12
𝟏𝟐% = ·= 0,12
100

5
5% = 100 = 0,05

135
135% = 100 = 1,35

∎ Transformação de uma fração qualquer em percentual

As frações que não apresentam o denominador igual a 100 também podem ser representadas na sua forma
percentual. Veja os exemplos:
1
a) 2 = 50%
1
b) 4 = 25%
3
c) 4 = 75%
9
d) = 36%
25

A pergunta é: Como se obtém a forma percentual de uma fração?

Respondendo: É normal que se recorra à regra de três para encontrar a forma percentual de uma fração qualquer.
Veja o exemplo abaixo:
𝟏𝟐
≫ = ?%
𝟐𝟎

Comentário: Como o denominador é igual a ‘20’, então este valor é o “inteiro”. Logo, podemos aplicar a seguinte
regra de três simples:

% valor
100 20
33

x 12

Multiplicando cruzado, temos:

20x = 100 . 12
20x = 1200

x = 1200/20 = 60%
12
Conclusão: A fração 20 equivale a 60%.

Conforme o exemplo acima, percebe-se que a regra de três nos permite encontrar a forma percentual de uma
fração. Todavia, existe um método mais fácil que consiste em multiplicar o numerador de qualquer fração por
100. Veja:
12 1200
≫ × 100 = = 60%
20 20

Mais exemplos...
1 100
a) 2 × 100 = 2
= 50%

1 100
b) × 100 = = 25%
4 4
3 300
c) 4 × 100 = 4
= 75%
9 900
d) 25 × 100 = 25
= 36%

Agora, vamos observar um exemplo prático para melhor compreensão:

Exemplo: Dos 120 funcionários convidados para assistir a uma palestra sobre doenças sexualmente transmissíveis,
somente 72 compareceram. Em relação ao total de funcionários convidados, esse número representa ____ %.

Comentário: É uma típica questão cobrada em concursos, na qual, geralmente, recorremos à regra de três. Veja:

Funcionários ------- %

120 100
72 x

Multiplicando cruzado, obtemos:

120 x = 72 . 100

120 x = 7200

x = 7200 ÷ 120 = 60%


A resolução apresentada está correta, contudo existe outro método de resolução.
34

Sempre que a questão pedir a parte de um todo (neste caso 72 de 120), basta colocar a parte sobre o todo e
multiplicar o numerador por 100. Veja:

72
120
. 100 = 7200 ÷ 120 = 60%

∎ Cálculo percentual básico (x % de um valor qualquer)


x
Calcular x% de um valor (K) é, em qualquer caso, calcular x % vezes esse valor (100 × K). Veja os exemplos:

a) Calcular 30% de 200 =


30
× 200 = 6000 ÷ 100 = 60
100

b) Calcular 4% de 52 =
4
100
× 52 = 208 ÷ 100 = 2,08

∎ Acréscimos ou decréscimos percentuais

Em se tratando de acréscimos ou decréscimos percentuais de um valor qualquer, podemos montar uma equação, na
qual, somando (ou subtraindo) o valor inicial com a porcentagem que aumentou (ou diminuiu) em relação ao valor
inicial, resulte no total obtido. Veja:

Exemplo: Guilherme comprou uma bicicleta por R$ 250,00 e a revendeu por R$300,00. Qual a taxa percentual de
lucro obtida?

Comentário: Podemos montar a seguinte equação: “250 + x% de 250 = 300”. Veja:


𝑥
250 + 100
. 250 = 300

250𝑥
250 + = 300
100

250 + 2,5 x = 300


2,5 x = 300 – 250
2,5 x = 50
50
x = 2,5 = 20 %

Conclusão: A taxa percentual de lucro obtida foi de 20%.

ATENÇÃO ---Também podemos resolver o exemplo acima através de uma regra de três simples...

Valor --- %
35

250 100
50 x

250 x = 100 . 50

250 x = 5000

x = 5000 ÷ 250 = 20%

EXERCÍCIO COMENTADO

1) (SELECON) - 25% de 120 tem o valor de:


a) 30
b) 40
c) 60
d) 90

Comentário: Basta calcular 25% de 120. Logo, temos:

25/100 × 120

3.000/100 = 30

GABARITO: LETRA A

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1) (SELECON) - Ao se calcular 36% de 70%, obtém-se o valor:
a) 0,0000252
b) 0,000252
c) 0,00252
d) 0,252

2) (SELECON) - Uma pesquisa realizada em R residências de uma determinada região metropolitana comprovou
que 65% delas contavam com saneamento básico, 55% contavam com energia elétrica e que apenas 25% tinham
tanto saneamento básico quanto energia elétrica. Se 74 das residências pesquisadas dessa região não são
contempladas com saneamento básico nem com energia elétrica, o valor de R é:
a) 1430
b) 1450
c) 1460
d) 1470
e) 1480

3) Alfredo comprou em uma promoção, com 15% de desconto, um celular e pagou R$ 1360,00. Nessa compra,
Alfredo economizou
a) R$ 260,00.
b) R$ 204,00.
c) R$ 224,00.
d) R$ 240,00.
e) R$ 200,00.

4) Armando pagou uma prestação após o vencimento, com 5% de juros. O valor total pago por Armando, juros
incluídos, foi de R$252,00. O valor original da prestação, sem os 5% de juros, era de
a) R$240,00.
b) R$242,00.
c) R$239,40.
36

d) R$238,20.

5) Um hospital atendeu, em um mesmo dia, 40 pessoas, das quais 20% eram adultos e as demais, crianças.
Sabendo- -se que 50% desses adultos e 75% dessas crianças estavam com intoxicação alimentar, então, entre essas
40 pessoas, aquelas que não estavam com intoxicação alimentar correspondiam a:
a) 30%
b) 35%
c) 40%
d) 45%
e) 50%

GABARITO

1–D 2–E 3–B 4–C 5–E

Médias

Nesse capítulo, vamos estudar a média aritmética, a média aritmética ponderada e a média geométrica.

Média aritmética

A média aritmética, ou simplesmente média, é obtida somando-se todos os números de uma determinada
sequência e dividindo-os pela quantidade de números que essa sequência possui.

BIZU ---- “Soma geral e divide pelo total”

Exemplo: As notas obtidas por um aluno em 4 bimestres foram: 3,5; 7,5; 9; 6. Qual a média aritmética?

Somando geral: 3,5 + 7,5 + 9 + 6 = 26

Total: É a quantidade de termos --- 4

Solução: 26 ÷ 4 = 6,5

Média aritmética ponderada

A média aritmética ponderada ou simplesmente média ponderada é obtida em razão do raciocínio dos pesos.

Assim, define-se média ponderada como a razão entre o somatório dos produtos de todos os valores da série
pelos respectivos pesos e a soma dos pesos.

Exemplo: Joaquim fez 4 provas de segunda chamada na turma regular em que estuda devido às faltas justificadas que ele
teve no período da primeira chamada. As disciplinas, notas obtidas e pesos estão na tabela abaixo:
37

Comentário: Incialmente, vamos multiplicar cada nota pelo respectivo peso. Daí, temos:

9x1=9
7 x 2 = 14
9x1=9
5 x 2 = 10

Agora, para calcular a média ponderada (MP), vamos somar todos esses produtos e dividir pelo somatório dos
pesos. Veja:

MP = 9 + 14 + 9 + 10 / 1 + 2 + 1 + 2

MP = 42 / 6

MP = 7

Média Geométrica

A média geométrica de dois os mais valores será a raiz do produto desses valores, sendo o índice do radical a
quantidade de valores da série.

Exemplo 1: Determine a média geométrica de 1 e 4.

Comentário: Como são dois valores, temos:

MG = √1 𝑥 4

MG = √4

MG = 2

Exemplo 2: Determine a média geométrica de 1, 3 e 9.

Comentário: Como são três valores, temos:


3
MG = √1 𝑥 3 𝑥 9
3
MG = √27

MG = 3

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) (SELECON) - A média aritmética das idades, em anos, de 5 seguranças é igual a 30. Se um novo segurança
de 48 anos for contratado, a média das idades dos 6 seguranças passará a ser de:
a) 31 anos
b) 32 anos
c) 33 anos
d) 34 anos

2) Leo atendeu em média 24 pacientes por dia durante 3 dias seguidos e 32 pacientes por dia durante os 2 dias
seguintes. Nesses 5 dias de trabalho, Leo atendeu um total de pacientes igual a:
38

a) 56;
b) 88;
c) 124;
d) 136;
e) 280.

3) A tabela a seguir mostra a distribuição das idades dos 30 alunos de uma sala de aula.

Nesse caso, a média de idade dos alunos dessa sala é igual a:

a) 14 anos.
B) 13 anos.
c) 12 anos.
d) 11 anos.
e) 10 anos.

4) Um professor de uma disciplina usa a média ponderada de três avaliações aplicadas, cada uma valendo 10,0
pontos. Um aluno dessa disciplina obteve média ponderada 9,0 pontos. As notas obtidas por esse aluno foram
respectivamente 6,0; 10,0; 10,0. Os pesos das duas primeiras notas foram, respectivamente, 2.0 e 2.5. Qual o
peso usado na terceira nota?
a) 2.0
b) 2.5
c) 3.0
d) 3.5

5) Em um conjunto de 12 números, a média de 4 deles é 15 e a média dos outros 8 é 18. A média dos 12
números é
a) 17.
b) 16,8.
c) 16,5.
d) 16.
e) 15,5.

GABARITO

1–C 2–D 3–D 4–D 5–A

Problemas de contagem: Princípio aditivo e princípio multiplicativo. Arranjos. Combinações.


Permutações.
39

Existem dois princípios de contagem: O princípio aditivo e o princípio multiplicativo.

1) Princípio aditivo: Consiste em dividir determinado evento em “casos”.

É aplicado quando houver a presença ou até mesmo a ideia da presença da palavra “ou”.

Exemplo: Um homem possui 4 calças do tipo slim e 3 calças do tipo skinny . De quantas maneiras distintas
poderá escolher apenas 1 peça?

Observe, nesse exemplo, que poderemos escolher 1 dentre as 4 peças da calça slim “OU” poderemos escolher 1
dentre as 3 peças da calça skinny.

Nesse caso, o “ou” está implícito, portanto devemos aplicar o princípio aditivo.
Conclusão: Temos 4 + 3 = 7 possibilidades.

2) Princípio multiplicativo: Também conhecido como Princípio fundamental da contagem (PFC), consiste
em dividir determinado evento em “etapas”, as quais são sucessivas e independentes.

É aplicado quando houver a presença ou até mesmo a ideia da presença da palavra “e”.

Exemplo 1: Um homem possui 4 calças do tipo slim e 3 calças do tipo skinny. De quantas maneiras distintas
poderá escolher 1 calça do tipo slim e 1 calça do tipo skinny?

Observe, nesse exemplo, que poderemos escolher 1 dentre as 4 peças da calça slim “E” escolher, em seguida, 1
dentre as 3 peças da calça skinny.

Nesse caso, como existe uma ‘decisão’ em “etapas”, devemos aplicar o princípio multiplicativo.

Portanto, temos 4 × 3 = 12 possibilidades.

Exemplo 2: Uma mulher possui 5 blusas, 6 pares de sapatos e 7 calças. De quantas maneiras distintas poderá
escolher 1 blusa, 1 par de sapatos e 1 calça?

Observe, nesse exemplo, que devemos dividir esse evento em etapas sucessivas e independentes.

Para um melhor entendimento, podemos entender ainda, que haverá uma ‘decisão’ em sequência. Logo,
devemos aplicar o princípio multiplicativo.

Portanto, temos 5 × 6 × 7 = 210 possibilidades.

PERMUTAÇÃO
40

Permutação, de uma maneira bem objetiva, deve ser entendida como uma troca de “posições”, na qual os
elementos são distintos entre si pela ordem.

Existem três tipos de permutação: simples, com repetição ou circular.

1) PERMUTAÇÃO SIMPLES: É uma “troca” onde não existe repetição de elementos.

Fórmula: P = n !, onde n representa o número de elementos.

O fatorial de um determinado número, representado pelo ponto de exclamação (!) após tal número, é
obtido, multiplicando-se de maneira decrescente, o número dado por todos os seus antecessores naturais até
chegar ao número 1, inclusive. Veja:

Exemplos:
a) 4! = 4 × 3 × 2 × 1 = 24.

b) 6! = 6 × 5 × 4 × 3 × 2 ×1 = 720.

c) 7! = 7 × 6 × 5 × 4 × 3 × 2 ×1 = 5.040.

OBS: 0! = 1 e 1! = 1.

Exemplo: Quantos números de 4 algarismos distintos podemos formar com os números 2, 3, 4 e 5?

São 4 elementos, logo temos 4! = 4 × 3 × 2 × 1 = 24.

Observe que, na prática, aplicamos o princípio multiplicativo (PFC).

Qual a diferença entre o princípio multiplicativo e a permutação simples?

A diferença é bem simples. Quando aplicamos o princípio multiplicativo, necessariamente temos menos
elementos a serem permutados que o total de elementos disponíveis. Na permutação simples, o número de
elementos a serem permutados é igual ao total de elementos disponíveis. Veja:

Exemplo: Quantos números de 2 algarismos distintos podemos formar com os números 1, 2, 3, 4 e 5?

Repare que podemos formar diversos números, como 21, 12, 53 e 34.

Nesse caso, a quantidade de elementos permutados é menor que o total de elementos disponíveis. Por isso,
aplicamos o PFC.

No exemplo “Quantos números de 4 algarismos distintos podemos formar com os números 2, 3, 4 e 5?”,
aplicamos a permutação simples, pois a quantidade de elementos permutados é igual ao total de elementos
disponíveis.

ATENÇÃO ---- O tema ANAGRAMAS está relacionado à permutação, uma vez que anagrama é
simplesmente uma troca de posições envolvendo letras.
41

Exemplo: A palavra DIA que contém 3 letras diferentes, possui 6 (3 × 2 × 1) anagramas. São eles:
DIA – DAI – IDA – IAD – AID – ADI

Quantos anagramas possuem as palavras GATO e BRASIL, respectivamente?

As palavras gato e Brasil não apresentam letras repetidas. Logo, temos:

GATO --- São 4 elementos diferentes, logo temos 4! = 4 × 3 × 2 × 1 = 24.

BRASIL ---São 6 elementos diferentes, logo temos 6! = 6 × 5 × 4 × 3 × 2 ×1 = 720.

2) PERMUTAÇÃO COM REPETIÇÃO - É uma “troca” onde existe repetição de elementos.

𝐧!
Fórmula: Pn (a,b,c, ...) = 𝐚! 𝐛! 𝐜!

Exemplo: Quantos anagramas possuem as palavras ARARA e GUARDA, respectivamente?

IMPORTANTE --- As palavras ARARA e GUARDA apresentam elementos repetidos. Sendo assim,
devemos proceder da seguinte forma:

BIZU ---- Na prática, dividimos o total de anagramas da palavra pela quantidade de letras que se repetem.
Obviamente, ambos os dados em forma de fatorial. Veja:

ARARA:
1° passo: Temos 5 letras no total, logo temos 5!
2° passo: A letra “A” repete-se 3 vezes e a letra “R” repete-se 2 vezes, logo temos 3! e 2!
3° passo: Resolução --- 5! / 3! 2! --- 5 .4 . 3! / 3! 2! --- [“Corta-se”3! com 3!]
Vai ficar assim:
5 . 4 / 2! --- Sabendo que 2! = 2, temos: 5. 4 / 2 = 10.

GUARDA:
1° passo: Temos 6 letras no total, logo temos: 6!
2° passo: A letra “A” repete-se 2 vezes e não existe outra letra que se repete, logo temos: 2!
3° passo: Resolução --- 6! / 2! --- 720 /2 = 360.

3) PERMUTAÇÃO CIRCULAR– É uma “troca” onde os elementos serão permutados como se estivessem ao
redor de um círculo.
42

Fórmula: Pc = ( n – 1) !
Ex: Quantas rodas de ciranda podemos formar com 4 crianças?
Temos 4 elementos, logo Pc = ( 4 – 1) ! = 3! = 6

ARRANJO E COMBINAÇÃO

São duas técnicas muito utilizadas em análise combinatória.

Inicialmente, precisamos identificar se determinada questão é resolvida por arranjo ou combinação. Para
conseguir identificar corretamente e escolher a técnica adequada, basta fazer a si mesmo a seguinte pergunta:

“A ORDEM IMPORTA?”

1ª resposta possível: SIM ----- Nesse caso, temos um arranjo.

Daí, podemos resolver através do PFC.

2ª resposta possível: NÃO ----- Nesse caso, temos um caso de combinação.

Daí, aplicaremos a fórmula da combinação que veremos mais adiante.

Agora, vamos resolver três exemplos para entender como decidir corretamente...

Exemplo 1: Uma maratona é disputada por 8 atletas. O número de resultados possíveis para formar um pódio
com os três primeiros lugares é:

Para identificar se é arranjo ou combinação, podemos dividir a análise em três passos:

1° passo: Considere um possível resultado

Como precisamos verificar a formação de um pódio com os 3 (três) primeiros atletas que concluíram a
maratona, então podemos ter o seguinte resultado:

1° lugar: competidor ‘A’; 2° lugar: competidor ‘B’; 3° lugar: competidor ‘C’.

2° passo: Inverta a ordem do resultado escolhido

Temos: 1° lugar: competidor ‘A’; 2° lugar: competidor ‘B’; 3° lugar: competidor ‘C’.

Ao inverter a ordem aleatoriamente, poderemos ter, por exemplo, 1° lugar: competidor ‘B’; 2° lugar:
competidor ‘C’; 3° lugar: competidor ‘A’.

3° passo: Compare os resultados obtidos e pergunte-se: “Os resultados são iguais ou diferentes?”
43

Se a resposta for: “IGUAIS”; isso significa que a ordem não importa. Logo, estaremos diante de uma questão
de combinação.
Se a resposta for: “DIFERENTES”; isso significa que a ordem importa. Logo, estaremos diante de uma
questão de arranjo.

Conclusão: Nesse exemplo, os pódios formados são diferentes. Logo, temos uma questão de arranjo.

• Como estamos diante de um arranjo, podemos resolver através da fórmula do arranjo simples, uma vez que
não há repetição de elementos...

𝒏!
Fórmula: A n, p = ( 𝒏−𝒑 ) ! , onde:

• “n” representa o total de elementos.

• “p” representa a quantidade de elementos envolvidos na formação dos agrupamentos desejados.

5! 5! 5 x 4 x 𝟑 x 𝟐!
Solução: A 5,3 = (5−3) !
= 2! = 𝟐!
---- [“Corta-se” 2! Com 2!] --- 5 × 4 × 3 = 60.

FIQUE DE OLHO --- TODA questão de arranjo simples, pode ser resolvida através do PFC. Veja:
Solução: 5 × 4 × 3 = 60.

Exemplo 2: Seja o conjunto B = {5, 6, 7, 8, 9}. Quantos números com 3 algarismos podemos formar com os
elementos de B?

1° passo: Considere um possível resultado


Como precisamos formar números com 3 (três) algarismos, o número 567 é um resultado possível;

2° passo: Invertendo a ordem do resultado escolhido


Temos 567. Ao inverter a ordem aleatoriamente, poderemos ter, por exemplo, 765.

3° passo: Comparação dos resultados obtidos


Nesse exemplo, como temos números, obviamente os resultados são diferentes. Logo, temos um arranjo.

ATENÇÃO: A questão não mencionou que os algarismos têm que ser distintos, logo se conclui que pode
haver repetição. Sendo assim, estamos diante de um arranjo com repetição.

• Como estamos diante de um arranjo com repetição, podemos resolver através da fórmula do arranjo com
repetição...

Fórmula: Ar = n p, onde:
44

• “n” representa o total de elementos.

• “p” representa a quantidade de elementos envolvidos na formação dos agrupamentos desejados.

Solução: Ar = 53 = 125.

IMPORTANTE --- Toda questão de arranjo com repetição, pode ser resolvida através do PFC. Veja:

Solução: 5 × 5 × 5 = 125.

Exemplo 3: Quantas equipes com três pessoas podemos formar em um grupo de 6 pessoas?

1° passo: Como precisamos formar equipes com 3 (três) pessoas, podemos ter, por exemplo, a equipe formada
por A, B e C;

2° passo: Temos ABC. Ao inverter a ordem aleatoriamente, poderemos ter, por exemplo, CBA.

3° passo: Nesse exemplo, como temos pessoas, obviamente os resultados são iguais. Logo, temos uma
combinação.

Conclusão: Como temos uma combinação, vamos resolver através da fórmula da combinação simples...

𝒏!
Fórmula: C n, p = 𝒑 ! ( 𝒏−𝒑 ) !

6! 6! 6 x 5 x 4 x 𝟑!
C 6, 3= 3 ! ( 6−3) ! = 3 ! 3 ! = 3!𝟑!
--- [“Corta-se” 3! Com 3!]

Solução: 6 × 5 × 4 / 3 × 2 × 1 = 120/6 = 20.

ATENÇÃO --- Ainda existe a combinação com repetição que RARAMENTE é cobrada em concursos
públicos. Veja uma questão:

(VUNESP-SP) - Paulo quer comprar um sorvete com 4 bolas em uma sorveteria que possui três sabores de
sorvete: chocolate, morango e uva. De quantos modos diferentes ele pode fazer a compra?

Incialmente vou mostrar o porquê da combinação com repetição. Vamos lá...

1° passo: Como precisamos comprar 4 bolas de sorvete, podemos ter, por exemplo, um sorvete com 2 bolas de
uva, 1 bola de chocolate e 1 bola de morango. (U-U-C-M)
2° passo: Temos UUCM. Ao inverter a ordem aleatoriamente, poderemos ter, por exemplo, MCUU.
3° passo: Nesse exemplo, invertendo a ordem, teremos o mesmo sorvete. Dessa forma, estamos diante de uma
combinação, pois a ordem não teve importância.

Perceba que necessariamente haverá repetição de bolas, pois existem menos sabores disponíveis do que a
quantidade de bolas de sorvete que Paulo deseja comprar (são 4 bolas e 3 sabores diferentes). Sendo assim, a
combinação será com repetição.
45

Conclusão: Como temos uma combinação com repetição, vamos resolver através da fórmula da referida
combinação...

𝒏!
Fórmula: C n + p - 1, p = ,onde:
𝒑! ( 𝒏 − 𝒑 ) !

“p” representa a quantidade de bolas que Paulo deseja comprar e “n”, a quantidade de sabores disponíveis.

C 3 + 4 - 1, 4 = C 6 , 4

6! 6!
C 6,4= 4! ( 6 − 4 ) !
===== C 6 , 4 = 4! 2 !

6 𝑥 5 𝑥 𝟒!
C 6,4= --- Corta o 4! com 4!
𝟒! 2 !

6𝑥5
C 6,4= =C 6,4= 15
2

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1) (SELECON) - Uma empresa abriu um processo de seleção para contratar 4 profissionais da área de
informática que deverão ocupar quatro cargos distintos. Para esse processo, se inscreveram 12 pessoas, todas
aptas a ocupar qualquer um dos cargos oferecidos. Logo, o número máximo de escolhas diferentes que podem
ser realizadas pela empresa é:
a) 11.100
b) 11.880
c) 12.300
d) 12.460

Comentário: Como são 12 pessoas inscritas e serão contratadas apenas 4 para cargos distintos, então a ordem
importa. Logo, temos um caso de aplicação do princípio fundamental da contagem. Veja:

12 x 11 x 10 x 9 = 11.880

GABARITO: LETRA B

2) De quantas maneiras 5 crianças podem sentar-se em uma mesa que tem apenas 3 lugares?
a) 24.
b) 36.
c) 42.
d) 60.
e) 80.

São três posições:

1ª posição: Pode ser qualquer criança, então temos 5 possibilidades.

2ª posição: Suponhamos que seja colocada uma criança na primeira posição, então para a segunda sobram 4
crianças.

3ª posição: Como “existe” 1 (uma) criança na primeira posição e 1 (uma) outra criança na segunda posição,
então sobram 3 crianças para a terceira posição.
46

Solução: 5 × 4 × 3 = 60

GABARITO: LETRA D

3) Seja N a quantidade máxima de números inteiros de quatro algarismos distintos, maiores do que 4000, que
podem ser escritos utilizando-se apenas os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6. O valor de N é:
a) 120
b) 240
c) 360
d) 480

Temos 7 algarismos (0,1,2,3,4,5,6) e queremos formar números maiores que 4000, com 4 algarismos distintos.
Logo:

* 3 possibilidades para a "1ª casa" === 4, 5, ou 6.

* Como são algarismos distintos, não pode haver repetição entre os elementos, logo para a 2ª, 3ª e 4ª casa,
teremos 6, 5 e 4 possibilidades, respectivamente.

Solução: 3 × 6 × 5 × 4 = 360 possibilidades

GABARITO: LETRA C

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) (SELECON) - Existem exatamente k anagramas da palavra PRIMAVERA que começam por V e terminam
por M. O valor de k é:
A) 1.200
B) 1.220
C) 1.240
D) 1.260

2) (SELECON) - Jane, ao escrever questões para um concurso público, elaborou seis questões de Matemática e
quatro de Raciocínio Lógico. Para montar uma prova, ela vai escolher cinco dessas dez questões, ao acaso,
sendo três de Matemática e duas de Raciocínio Lógico. Se a ordenação das questões escolhidas não importa, o
número máximo de provas diferentes que ela pode montar é igual a:
a) 120
b) 144
c) 164
d) 180

3) De um grupo de 10 (dez) pessoas, 5 (cinco) serão escolhidas para compor uma comissão. Ana e Beatriz
fazem parte dessas 10 (dez) pessoas. Assim, o total de comissões que podem ser formadas, que tenham a
participação de Ana e Beatriz, é:
a) 24
b) 36
c) 48
d) 56

4) Uma sorveteria dispõe de 5 sabores diferentes de sorvete de massa. O total de maneiras distintas que se pode
saborear um sorvete com duas bolas, considerando que as bolas podem ser do mesmo sabor, é:
a) 10
47

b) 15
c) 12
d) 18
e) 20160

5) Para valorizar seus funcionários, uma empresa irá sortear 3 viagens para a Disney entre seus 10 funcionários,
de modo que cada funcionário poderá ganhar somente uma viagem. O total de possibilidades distintas de sorteio
para esses funcionários é:
a) 120
b) 360
c) 720
d) 420

GABARITO

1–D 2–A 3–D 4–B 5–A

Noções de probabilidade

A probabilidade representa a chance de um determinado evento ocorrer.

REGRA GERAL

Para encontrarmos a probabilidade (chance) de determinado evento acontecer, recorremos à seguinte fórmula:

P(A) = n (A) / n (U), onde:

n (A): Casos favoráveis --- São os resultados que interessam.

n (U): Casos possíveis --- Total de resultados.

Exemplos:

1) Uma bola será retirada de uma sacola que contém 5 bolas brancas e 4 bolas pretas. Qual a probabilidade de
essa bola ser branca?

Casos favoráveis --- São 5 bolas brancas.


Casos possíveis --- Temos um total de 9 bolas.

Logo, a probabilidade será: 5/9.

2) Duas bolas serão retiradas, uma a uma e com reposição, de uma sacola que contém 5 bolas brancas e 4 bolas
pretas. Qual a probabilidade de obtermos duas bolas pretas?

Casos favoráveis --- Inicialmente, temos um total de 4 bolas pretas.


48

Casos possíveis --- Temos um total de 9 bolas.

Nesse exemplo, serão feitas 2 (duas) retiradas...

1ª retirada: 4/9

2ª retirada: Como a bola retirada tem que ser reposta na sacola conforme o enunciado do exemplo, então
temos novamente 4/9.

Logo, a probabilidade será: 4/9. × 4/9 = 16/81.

3) Duas bolas serão retiradas de uma sacola que contém 5 bolas brancas e 4 bolas pretas. Qual a probabilidade
de obtermos duas bolas brancas?

Casos favoráveis --- Inicialmente, temos um total de 5 bolas brancas.

Casos possíveis --- Temos um total de 9 bolas.

Nesse exemplo, serão feitas 2 (duas) retiradas...

1ª retirada: 5/9

2ª retirada: Como a bola retirada não vai ser reposta na sacola, considera-se que foi obtido sucesso na 1ª
retirada, conseguindo assim, retirar uma bola branca.

Nesse caso, para a 2ª retirada, teremos 4/8.

Logo, a probabilidade será: 5/9. × 4/8 = 20/72

Simplificando numerador e denominador por 4, temos 5/18.

Probabilidade da união de eventos


A probabilidade da união ocorre quando aparecer de maneira expressa ou implícita a palavra “OU”.

Nesse caso, resolve-se através da seguinte fórmula:

Fórmula: P (A U B) = P (A) + P (B) – P (A ∩ B)

Em outras palavras, temos:

P (A U B) = Probabilidade de A + Probabilidade de B – Probabilidade da interseção entre A e B.

IMPORTANTE --- Não havendo interseção entre os conjuntos, basta somar as probabilidades de “A” e
de “B”.

Exemplo 1: Numa urna existem 10 bolas numeradas de 1 a 10. Retirando uma bola ao acaso, qual a
probabilidade de ocorrer múltiplos de 2 “ou” múltiplos de 3?
49

Existe a presença da palavra “ou”, logo temos uma questão versando sobre a probabilidade da união.

Considerando os múltiplos de 2 como conjunto A e os múltiplos de 3 como conjunto B, temos:

M (2) = (2, 4, 6, 8, 10) ---- 5 elementos.

M (3) = (3, 6, 9) ---- 3 elementos.

M (2,3) ---- (6) --- 1 elemento.

Aplicando a fórmula: 5/10 + 3/10 – 1/10 = 7/10

Exemplo 2: Numa urna existem 10 bolas numeradas de 0 a 9. Retirando uma bola ao acaso, qual a
probabilidade de ocorrer múltiplos de 4 “ou” número ímpar?

Existe a presença da palavra “ou”, logo temos uma questão versando sobre a probabilidade da união.

Considerando os múltiplos de 4 como conjunto A e os números ímpares como conjunto B, temos:

M (4) = (0, 4, 8) ---- 3 elementos.

Ímpares = (1, 3, 5, 7, 9) ---- 5 elementos.

Como não existe interseção entre os conjuntos, então basta somar as probabilidades. Veja:

Solução: 3/10 + 5/10 = 8/10

ATENÇÃO ---- Quando os eventos forem independentes, temos que a probabilidade da interseção entre
‘A’ e ‘B’ é dada pelo produto entre as probabilidades.

P (A ∩ B) = P(A) x P(B)

Veja a questão abaixo em que essa interseção ‘aparece’:

Questão: Dois eventos independentes A e B são tais que P(A) = 2p, P(B) = 3p e P(AUB) = 4p com p > 0. A
probabilidade de que os eventos A e B ocorram concomitantemente é dada por:
a) 0
b) 1/6
c) 1/4
d) 1/3
e) 1/2

Note que a questão forneceu os valores seguintes:

P(A) = 2p;
P(B) = 3p;
P(AUB) = 4p

Precisamos encontrar o valor da interseção entre os eventos ‘A’ e ‘B’. Logo, temos:

P(AUB) = P(A) + P(B) – P (A ∩ B)


50

4p = 2p + 3p – P (A ∩ B) --- P (A ∩ B) = P(A) x P(B) = 2p × 3p = 6p2

Assim, temos que 4p = 2p + 3p – 6p2

4p = 5p – 6p2
6p2 – p = 0

As raízes dessa equação são ‘0’ e ‘1/6’.

Conclusão: O gabarito é a letra B, pois o enunciado disse que p > 0.

Probabilidade complementar

Pode-se aplicar a probabilidade complementar sempre que for muito trabalhoso resolver questão de
probabilidade da maneira tradicional.

Para resolver uma questão de probabilidade aplicando a regra da probabilidade complementar, precisamos saber
que:
“A probabilidade de um evento ocorrer mais a probabilidade de ele não ocorrer é SEMPRE igual a 100 %.”

Em outras palavras, sabendo que 100% = 100/100 = 1, podemos representar o conceito de probabilidade
complementar através do seguinte esquema:

[CASOS FAVORÁVEIS + CASOS NÃO FAVORÁVEIS = 1]

Exemplo: No lançamento simultâneo de dois dados, qual a probabilidade de não sair soma 4.

Perceba que se fôssemos aplicar a fórmula geral da probabilidade, não seria tão simples encontrar o número
de casos favoráveis, uma vez que existem inúmeros resultados possíveis, como (1,4), (2,3), (3,5), (4,6), (5,1),
(6,5), ...

Neste exemplo é mais fácil encontrar os resultados que NÃO interessam (CASOS NÃO FAVORÁVEIS), pois
existem menos possibilidades. Veja:

O que não é favorável? Que saia soma 4.

Logo só existem 3 possibilidades de obtermos soma 4. São elas:

(1,3); (3,1) ; (2,2).

2 dados juntos = total de 36 possibilidades.

Calculando a probabilidade dos resultados que NÃO são favoráveis, temos:

P (A) = 3/36 = 1/12

Desta feita, a probabilidade dos resultados que interessam (CASOS FAVORÁVEIS) será obtida através da
probabilidade complementar. Veja:
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[CASOS FAVORÁVEIS + CASOS NÃO FAVORÁVEIS = 1]

Considerando o resultado pretendido (CASOS FAVORÁVEIS) como “x”, temos:


1
[x + = 1]
12

12 x + 1 = 12

12 x = 11

𝟏𝟏
x=
𝟏𝟐

BIZU --- Podemos obter a probabilidade complementar, através do macete seguinte:

Após encontrado o resultado que não interessa (CASOS NÃO FAVORÁVEIS), procede-se da seguinte
maneira;

“Subtrai-se o denominador do numerador e repete o denominador”. Veja:


𝟏 𝟏𝟏
Probabilidade que não interessa: ====== Solução: 12 – 1 =
𝟏𝟐 𝟏𝟐

Probabilidade condicional

Conforme o próprio nome sugere, a probabilidade condicional refere-se ao cálculo de uma probabilidade
qualquer condicionada a um fato anterior a mesma.
Assim, dizemos que a probabilidade de um evento ‘A’ acontecer quando já se sabe que o evento ‘B’ aconteceu,
é dada pela fórmula seguinte:
𝐏 (𝐀∩𝐁)
P (A/B) = , onde:
𝐏 (𝐁)

P (A/B) = Probabilidade de ocorrer ‘A’, sabendo-se que ‘B’ já ocorreu;


P (A∩B) = Probabilidade da interseção entre ‘A’ e ‘B’;
P(B) = Probabilidade de ‘B’, ou seja, a probabilidade do evento que já ocorreu.

Vamos resolver um exemplo para melhor entendimento da aplicação da fórmula da probabilidade condicional...

Exemplo: Uma urna contém 20 bolas numeradas de 1 a 20. Retira-se uma bola aleatoriamente. Sabendo-se que
essa bola retirada é um número maior que 12, determine a probabilidade de essa bola apresentar um número
múltiplo de 2.

Observe que houve um fato anterior ao cálculo da probabilidade desejada. Tal fato é a informação de que o
número obtido é maior que 12. Assim, temos uma probabilidade condicional.
Temos os dados seguintes:
Múltiplos de 2 --- A = (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20);
Números maiores que 12 --- B = (13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20).
Assim, a probabilidade de ‘B’, denotada por P (B), será de:
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P (B) = 8 /20 = 2/5


Números múltiplos de 2 e maiores que 12 simultaneamente --- (A∩B) = (14,16,18,20).
Assim, a probabilidade de ‘A∩B’, denotada por P (A∩B), será de:
P (A∩B) = 4 /20 = 1/5
Aplicando a fórmula da probabilidade condicional, temos:
P(A∩B)
P (A/B) = P (B)

1/5 1 5 𝟏
P (A/B) = 𝟐/𝟓 = 𝟓 × 𝟐 = 𝟐

‘FIQUE LIGADO’----- Podemos resolver esse exemplo, sem aplicação da fórmula da probabilidade
condicional, reduzindo-se o espaço amostral que é o total de elementos. Veja:
Como o número obtido na retirada aleatória é maior que 12, então o espaço amostral será constituído pelos
números 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20.
Assim, o espaço amostral será reduzido para 8 elementos.
A partir de agora, podemos aplicar o princípio básico de probabilidade. Veja:
Total de elementos (Casos possíveis): 8
Casos favoráveis: São os 4 números múltiplos de 2 existentes de 13 a 20 (14, 16, 18 e 20).
𝐂𝐚𝐬𝐨𝐬 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫á𝐯𝐞𝐢𝐬 𝟒 𝟏
Probabilidade = 𝐂𝐚𝐬𝐨𝐬 𝐩𝐨𝐬𝐬í𝐯𝐞𝐢𝐬
=𝟖=𝟐

EXERCÍCIO COMENTADO
(SELECON) - m um certo dia, Eduardo e Mônica afirmaram que as probabilidades de cada um ir ao cinema
eram, respectivamente, de 75% e 60%. Considerando que a ida ou não de um deles ao cinema não depende da
ida ou não do outro, a probabilidade que, nesse dia, nenhum dos dois tenham ido ao cinema é de:
A) 5%
B) 10%
C) 15%
D) 20%

Comentário: Como as probabilidades de Eduardo e Mônica irem ao cinema são, respectivamente, de 75% e
60%, então a probabilidade de ambos não irem ao cinema é, respectivamente, 25% e 40%.

Daí, temos:

25/100 × 40/100 = 10%

GABARITO: LETRA B
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1) (SELECON) - A única alternativa que apresenta uma possível medida de probabilidade é:
a) 9/7
b) 8/6
c) 9/7 + 8/6
d) 9/7 - 8/6
e) 9/7 ÷ 8/6

2) Se em uma urna temos cinco bolas pretas e duas bolas amarelas, qual é a probabilidade de sorteamos
consecutivamente, e sem reposição, duas bolas e ambas serem pretas?
a) 54,14%
b) 41,25%
c) 47,62%
d) 59,52%

3) Uma bomba está prestes a explodir e um militar tentará desativá-la cortando um de seus fios de cada vez. Ela
possui 10 (dez) fios, dos quais 1 (um) a desativa, 7 (sete) causam a explosão e os outros 2 (dois) não causam
efeito algum. A probabilidade do militar ter uma segunda chance para desativar a bomba é de _____%.
a) 5
b) 10
c) 15
d) 20

4) (SELECON) - Em um grupo formado por 40 agentes de fiscalização, 26 moram na cidade do Rio de Janeiro,
15 têm quarenta e cinco anos e 8 moram no Rio de Janeiro e têm quarenta e cinco anos. Escolhendo-se ao acaso
dois desses 40 agentes, a probabilidade de que ambos não morem no Rio de Janeiro e não tenham quarenta e
cinco anos é de:
a) 7/130
b) 7/260
c) 7/380
d) 7/460
e) 7/520

5) Os bilhetes de uma rifa são numerados de 1 a 100. A probabilidade de o bilhete sorteado ser maior que 60 ou
número ímpar é de:
a) 60%
b) 70%
c) 75%
d) 80%
e) 90%

GABARITO

1–E 2–C 3–D 4–B 5–B

Sequências e padrões (com números, figuras ou palavras)

Nesse tópico, serão apresentadas questões que envolvem sequências de números, figuras ou palavras. Tais
sequências são determinadas a partir de alguma regra implícita (uma espécie de padrão lógico) que o concursando
precisará “descobrir”.
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Existem vários tipos de questões “carimbadas” que podem ser resolvidas a partir de um raciocínio “automático”.

Sendo assim, vamos explorar os principais tipos de sequências que costumam ser cobradas em provas para que o
concursando crie o tipo de raciocínio acima mencionado.

1º caso: Sequências envolvendo números

1) (SELECON) - Todos os termos da sequência (0, 1, 1, 3, 4, 1, 5, x) foram obtidos segundo um determinado


padrão, sempre em operações que envolvem o número 19. O valor de x é:
A) 1
B) 2
C) 3
D) 4

Comentário: Cada termo dessa sequência indica o resto da divisão de 19 pelo posicionamento do número. Veja:

19 ÷ 1 = 19; resto = 0
19 ÷ 2 = 9; resto = 1
19 ÷ 3 = 6; resto = 1
19 ÷ 4 = 4; resto = 3
19 ÷ 5 = 3; resto = 4
19 ÷ 6 = 3; resto = 1
19 ÷ 7 = 2; resto = 5
19 ÷ 8 = 2; resto = x

Logo, x = 3.

GABARITO: LETRA C

2) Considere os seis primeiros termos da sequência de números naturais 3, 4, 7, 11, 18, 29 na qual foi utilizado um
padrão de construção. Seguindo esse padrão de construção, o oitavo termo dessa sequência é:
a) 75.
b) 76.
c) 77.
d) 78.
e) 79.

Comentário: Temos uma sequência onde cada termo é a soma dos dois termos anteriores. Logo, temos:

Sequência do enunciado: 3, 4, 7, 11, 18, 29, ...

7° termo: 47 (18+29);

8° termo: 76, (47 + 29)

GABARITO: LETRA B;
3) Considere que todo e qualquer termo da sequência a baixo pode ser representado por an, com n ∈ N* Desta
forma temos a1 sendo o primeiro termo desta sequência, a2 sendo o segundo termo desta mesma sequência e assim
sucessivamente.

(3, 4, 20, 21, 105, 106, ...)

Seguindo a lógica utilizada na construção desta sequência, pode-se afirmar que a7 + a9 vale:
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a) 3185.
b) 2772.
c) 3401.
d) 2568.
e) 2909.

Comentário: Observe que o padrão lógico infinito da sequência é o seguinte:

A partir do 1º termo, soma-se 1 unidade para encontrar o 2º termo.

Em seguida, multiplica-se o 2º termo por 5, obtendo-se o 3º termo.

Soma-se 1 unidade ao 3º termo, encontrando-se o 4ºtermo.

Em seguida, multiplica-se o 4º termo por 5, obtendo-se o 5º termo.

E assim, sucessivamente...

Voltando à questão:

1º termo: 3
2º termo: 3 + 1 = 4
3º termo: 4 × 5 = 20
4º termo: 20 + 1 = 21
5º termo: 21 × 5 = 105
6º termo: 105 + 1 = 106
7º termo: 106 × 5 = 530
8º termo: 530 + 1 = 531
9º termo: 531 × 5 = 2655

Solução: a7 + a9 = 530 + 2655 = 3185.

GABARITO: LETRA A

4) Os números 2, 3, 4, 5, 8, 7, 16, 9..... apresentam uma sequência lógica. Nessas condições o décimo primeiro
termo da sequência é:
a) 64
b) 11
c) 13
d) 128

Comentário: Podemos dividir toda a sequência em duas diferentes sequências considerando termos alternados.
Veja:

Sequência completa: 2, 3, 4, 5, 8, 7, 16, 9, ...

1ª Sequência : 2, 4, 8, 16, ... [Cada termo é o anterior MULTIPLICADO por 2]


2ª Sequência : 3, 5, 7, 9, ... [Cada termo é o anterior SOMADO com 2]

Observando toda a sequência (2, 3, 4, 5, 8, 7, 16, 9, ...), percebe-se que o número 9 ocupa a 8ª posição. Para
chegarmos ao 11° elemento, procederemos da seguinte maneira:

9° elemento: 16 x 2 = 32

10° elemento: 9 + 2 = 11
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11° elemento: 32 x 2 = 64

Sequência completa com 11 termos: 2, 3, 4, 5, 8, 7, 16, 9, 32, 11, 64

Dessa forma, o 11° termo é um número par, então basta ir multiplicando a sequencia par por 2 até o 11º elemento,
o resultado será igual a 64.

GABARITO: LETRA A

5) Observe os 15 primeiros termos de uma sequência: 1, 2, 3, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 17, 18, 19, ... Mantido o
padrão, o 1000º termo dessa sequência será igual a:
a) 1326.
b) 1252.
c) 1434.
d) 1250.
e) 1333.

Comentário: Podemos dividir toda a sequência em três diferentes sequências considerando termos alternados
conforme abaixo. Veja:

Sequência completa: 1, 2, 3, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 17, 18, 19, ...

1ª Sequência: 1, 5, 9, 13, 17, ... [Cada termo é o anterior SOMADO com 4]

2ª Sequência: 2, 6, 10, 14, 18, ... [Cada termo é o anterior SOMADO com 4]

3ª Sequência: 3, 7, 11, 15, 19, .. [Cada termo é o anterior SOMADO com 4]

Como precisamos encontrar o 1000° termo de toda a sequência, podemos proceder da seguinte maneira:

- Divide-se 1000 por 3.

Obtemos 333 no quociente (resultado) e resto 1.

Dessa forma, ao encontrarmos o 333° termo da 3ª sequência, encontramos o 999° termo de toda a sequência.

- Encontrar o 333° termo da 3ª sequência.

Podemos obter o 333° termo da 3ª sequência através dos conhecimentos relativos à Progressão Aritmética.
Veja:

a333 = a 1 + 332 . R

a333 = 3 + 332 . 4

a333 = 3 + 1228 = 1331

- Encontrar o 1000° termo de toda a sequência.


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Repare que ao término de cada termo da 3ª sequência, aumentam-se 2 unidades para iniciar-se a 1ª
sequência novamente.

Conclusão: O 1000° termo de toda a sequência será 1331 + 2 = 1333

GABARITO: LETRA E;

2º caso: Sequências envolvendo letras ou palavras

1) Foi criada uma faixa decorativa com as letras da sigla COMPESA escritas em uma tabela de duas linhas e muitas
colunas mantendo sempre o mesmo padrão sequencial como mostra a figura a seguir.

Nessa faixa, a 100ª letra da segunda linha é:


a) P.
b) S.
c) C.
d) M.
e) E.

Comentário: Temos uma sequência cíclica diferente em cada uma das linhas. Nosso foco será a 2ª linha...

A sequência da 2ª linha possui 7 (sete) elementos, começando pela letra "O" e terminando na letra "A". Tal
sequência repete-se infinitamente.

Como precisamos encontrar a letra que ocupa a 100ª posição, basta proceder da seguinte forma:

1° passo: Enumere as letras

1 2 3 4 5 6 7
O P S C M E A

2° passo: Divida 100 por 7

100 : 7 = 14 --- Resto: 2

3° passo: Olhar para o resto e verificar a letra correspondente

1 2 3 4 5 6 7
O P S C M E A

Como o resto é 2, a 100ª letra será P.

GABARITO: LETRA A

2) Considere a seguinte sequência:

(C, F, I, L, ?)

Qual alternativa completa a sequência apresentada?


a) N.
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b) O.
c) P.
d) Q.
e) R.

Comentário: Podemos entender a sequência da seguinte forma:

C - 3º letra do alfabeto
F - 6º letra do alfabeto
I - 9º letra do alfabeto
L - 12º letra do alfabeto
O - 15º letra do alfabeto

Para um melhor entendimento, observe o esquema abaixo:

ABC DEF GHI J K L M N O


12 3 456 789 10 11 12 13 14 15

GABARITO: LETRA B

3º caso: Sequências envolvendo figuras ou símbolos

1) Seguindo-se o critério de formação, assinalar a alternativa que apresenta a 27ª imagem da sequência lógica
abaixo:

a) b) c) d) e)

Comentário: Temos uma sequência cíclica com 5 termos ( ) que se repete infinitamente.

Como precisamos encontrar a figura que ocupa a 27ª posição, basta proceder da seguinte forma:

Inicialmente, vamos dividir 27 por 5.

Ao dividirmos 27 por 5, encontramos 5 no quociente (resultado) e resto igual a 2.

Isso significa que a sequência ( ) repetiu-se 5 vezes de maneira completa e irá iniciar-se
novamente, porém só “andaremos 2 casas”, uma vez que o resto foi 2.

Conclusão: Sendo assim, o 27° termo da sequência será a figura


GABARITO: LETRA D
59

2) Observe as comparações lógicas.

A letra que substitui corretamente o símbolo “?” é

a) I
b) T
c) R
d) H

Comentário: Temos as seguintes figuras:

Hexágono --- Pentágono --- Quadrado --- Triângulo

Note que, em cada nome, uma letra está sendo associada justamente na posição correspondente à quantidade de
lados do polígono nomeado, como demostrado em negrito sublinhado acima.

Conclusão: O triângulo está associado à letra "I".

GABARITO: LETRA A

3) Considerando a sequência de figuras @, % , &, # , @, %, &, #,..., podemos dizer que a figura que estará na 117ª
posição será:
a) @
b) %
c) &
d) #
e) $

Comentário: Temos uma sequência cíclica.

A sequência possui 4 (quatro) elementos, começando pelo símbolo “@” e terminando no símbolo “#”. Tal
sequência repete-se infinitamente.

Como precisamos encontrar o símbolo que ocupa a 117ª posição, basta proceder da seguinte forma:

1° passo: Enumere os símbolos

1 2 3 4
@ % & #

2° passo: Divida 117 por 4

117 : 4 = 29 --- Resto: 1

3° passo: Olhar para o resto e verificar o símbolo correspondente


1 2 3 4
@ % & #

Como o resto é 1, o 117º símbolo será “@”.

GABARITO: LETRA A
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) (SELECON) - Observe a seguinte sequência de números naturais: (5, 7, 11, 17, 27, 43, 69, 111, x) Os elementos
dessa sequência, a partir do terceiro, foram obtidos a partir de um determinado padrão. Segundo esse padrão, o
valor de x é igual a:
a) 179
b) 177
c) 181
d) 183

2) (SELECON) - Todos os termos da sequência numérica (3, 15, 35, 63, 99, ...) obedecem a um determinado
padrão. Mantido esse padrão, a soma dos algarismos do sexto termo dessa sequência é igual a:
a) 8
b) 9
c) 10
d) 11

3) Para a sequência de números naturais 8336; 4168; 4170; 1390; 1392; 348; 350; . . . foi criada um padrão que
alterna divisão e adição sucessivamente. A sequência é ilimitada e a soma entre os 8º, 10º e 13º termos é igual a
a) 76.
b) 94.
c) 78.
d) 82.
e) 86.

4) Juliana leu 10 livros um após o outro, sem intervalos entre eles. Ela leu o primeiro livro em 2 dias, o segundo em
3 dias, o terceiro em 4 dias, e assim, sucessivamente, até o décimo livro. Ela terminou de ler o primeiro livro em
um domingo, e o segundo livro, em uma quarta-feira. Juliana terminou de ler o décimo livro em um(a):
a) domingo;
b) segunda-feira;
c) terça-feira;
d) quarta-feira;
e) sábado.

5) O número correspondente aos pontos (...) na sequência 2, 5, 10..... 26, 37 e 50 é:


a) 20.
b) 17
c) 15.
d) 12.

GABARITO:

1–A 2–A 3–E 4–A 5–B


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Proposições

∎ Definição de proposição

Conforme leciona o Professor Weber Campos, proposição é: “toda frase declarativa, expressa em palavras ou
símbolos, que exprima um juízo ao qual se possa atribuir, dentro de certo contexto, somente um de dois valores
lógicos possíveis: verdadeiro ou falso.”

Analisando o conceito de proposição acima descrito, precisamos explicar dois detalhes importantes:

1) Frase declarativa: é a frase afirmativa ou negativa que apresenta sentido completo, ou seja, por si só,
consegue transmitir a sua ideia principal.

2) Juízo: O juízo nada mais é que a possibilidade de valorar (julgar) como verdadeira (V) ou falsa (F) qualquer
proposição fornecida.

Veja alguns exemplos de proposições:

a) Nelson Mandela não foi Presidente do Brasil.


b) Belo Horizonte é a capital de Minas Gerais
c) ‘12’ não é múltiplo de ‘4’.
d) 5 + 2 = 10.

ATENÇÃO --- Perceba que todas as sentenças acima são proposições, uma vez que são frases
declarativas passíveis de valoração (V ou F).

As letras “a” e “b” estão corretas, logo são proposições verdadeiras e as letras “c” e “d” estão incorretas, logo são
proposições falsas.

É muito comum aparecerem questões ‘cobrando’ do concursando o conceito de proposição, porém de


uma forma bastante específica: normalmente aparecem cinco assertivas, das quais apenas uma é proposição
(obviamente, neste caso, teremos quatro assertivas que não são proposições). Desta feita, precisamos assinalar a
única proposição.

Veja a questão abaixo que retrata fielmente o que acabei de dizer...

Qual sentença a seguir é considerada uma proposição?


a) O copo de plástico.
b) Feliz Natal!
c) Pegue suas coisas.
d) Onde está o livro?
e) Francisco não tomou o remédio.
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Comentário: Note que há ‘5’ assertivas e precisamos escolher apenas ‘1’: a proposição.

A resolução comentada dessa questão se encontra no final desse capítulo. Antes de acompanhá-la, entenda
como diferenciar uma proposição de uma “não proposição”, a partir do seguinte bizu:

BIZU --- A melhor maneira de resolver questões que envolvam a comparação entre proposição x “não
proposição”, certamente, é a resolução por exclusão, isto é, elimina-se tudo aquilo que não é proposição e, por
fim, chega-se ao resultado normalmente pretendido que é a proposição.

∎ Frases que não são proposições

As frases nominais, as frases optativas e as frases interrogativas, exclamativas e imperativas NUNCA SÃO
PROPOSIÇÕES.

Veja no quadro abaixo exemplos de frases que não são proposições conforme a explicação acima:

1) Frases interrogativas:

a) Qual a sua idade?


b) Você bebe cerveja?
c) ‘2’ é o dobro de ‘1’?

2) Frases exclamativas:
a) Juliana está linda!
b) Que matéria fácil!

3) Frases imperativas: São as frases que exprimem ordem, pedido ou conselho.

a) Lave a louça (ordem).


b) Doe sangue (pedido) --- [um cartaz na recepção de um hemocentro].
c) Jamais deixe de estudar (conselho).

4) Frases optativas: São as frases que exprimem um desejo.

a) Bons ventos te levem!


b) Deus te acompanhe.

5) Frases nominais: São as frases que não contêm verbo.

a) A excelente apostila de Raciocínio Lógico do Professor Julio.


b) O carro elétrico branco.

ATENÇÃO --- Há ainda um “caso especial” de frases que não são proposições: as sentenças abertas.
∎ Sentenças Abertas

Conceito: Se uma determinada frase não contiver dados suficientes para que seja possível a valoração da
mesma como “Verdadeira” ou “Falsa”, então se conclui que a mesma é uma sentença aberta.
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Por outro lado, se for possível valorar uma frase como “Verdadeira” ou “Falsa”, então se conclui que a mesma é
uma sentença fechada, ou seja, é uma proposição.

Veja os exemplos do quadro abaixo:

a) x + 3 = 12.
b) y2 + 2 = 11.

Nos exemplos acima expostos, temos sentenças abertas, pois o valor lógico (V ou F) de cada uma das
assertivas dependerá do valor atribuído às incógnitas ‘x’ e ‘y’.

Como não foram especificados tais valores, então se torna impossível valorar as referidas sentenças como
“V” ou “F”.

Portanto, as letras “a” e “b” não são proposições, pois são sentenças abertas.

OBS: Não temos uma proposição nos exemplos ‘a’ e ‘b’, mesmo sabendo que é possível encontrar
matematicamente os valores das incógnitas ‘x’ e ‘y’. Isso ocorre devido ao fato de ‘x’ e ‘y’ não estarem
especificados nas respectivas assertivas.

Explicando...

≫ Na sentença [x + 3 = 12], temos duas hipóteses:

Se x = 9, então o valor lógico seria verdadeiro;


Se x ≠ 9, então o valor lógico seria falso.

Conclusão: Como não foi especificado o valor de ‘x’, então não podemos valorar a assertiva como ‘V’ ou ‘F’.
Portanto, temos uma sentença aberta.

≫ Na sentença [y2 + 2 = 11], temos também duas hipóteses:

Se y = 3 ou – 3, então o valor lógico seria verdadeiro;


Se y ≠ 3 ou ≠ – 3 , então o valor lógico seria falso.

Conclusão: Como não foi especificado o valor de ‘y’, então não podemos valorar a assertiva como ‘V’ ou ‘F’.
Portanto, temos uma sentença aberta.

c) Ele foi o vencedor da 1ª edição do Big Brother Brasil.


d) O índice de roubos a transeuntes da cidade aumentou muito em 2016.

Nos exemplos acima expostos, também temos sentenças abertas. Embora, estejamos diante de frases que
aparentemente são proposições, precisamos estar atentos a um pequeno detalhe que nem sempre é notado...

Repare que não se consegue valorar com clareza a afirmação “Ele foi o vencedor da 1ª edição do Big Brother
Brasil”, uma vez que, não sabemos de quem se trata (Ele - quem?).

Como o sujeito é um pronome (Ele), entende-se que o sujeito é uma variável que pode sugerir uma pessoa
qualquer. Nesse caso, dependendo de quem for a pessoa, a sentença poderá ser verdadeira ou falsa.
64

Explicando...

Caso o sujeito se refira, por exemplo, a Kleber Bambam (vencedor da 1ª edição do BBB), a sentença será
verdadeira. Caso o sujeito refira-se, por exemplo, a Donald Trump, a sentença será falsa.

De maneira análoga, a sentença “O índice de roubos a transeuntes da cidade...” não é proposição, pois não
podemos atribuir valor lógico falso ou verdadeiro à afirmação, uma vez que não sabemos de que cidade se trata.

FIQUE DE OLHO... - A frase "O triplo de quatro é menor do que dez?” é uma proposição falsa.
Gabarito: ERRADO

Comentário: Observe que temos uma frase interrogativa, pois é terminada em ponto de interrogação. Logo,
esta sentença não é uma proposição e, por isso, não podemos valorá-la como verdadeira ou falsa.

FIQUE DE OLHO... - A frase "No ano de 2007, o índice de criminalidade da cidade caiu pela metade em
relação ao ano de 2006" é uma sentença aberta.

Gabarito: CERTO;

Comentário: Observe que temos uma sentença aberta, pois a cidade não foi especificada.

Conectivos (Introdução)

Os conectivos lógicos são palavras ou expressões usadas para “ligar” duas ou mais proposições simples. Existem
‘5’ (cinco) conectivos lógicos. Veja a tabela a seguir:

Nome Conectivo Exemplo Linguagem lógica

Conjunção “e” Maria dança e canta P∧Q


Disjunção “ou” João trabalha ou estuda P∨Q
Ou compro um celular
Disjunção exclusiva “ou ... ou” ou compro uma bicicleta P ⊻Q

Condicional “Se, então” Se fizer sol, então irei à praia P→Q


Bicondicional “Se e somente se” Amo se e somente se vivo P↔Q

Classificação das proposições

As proposições podem ser classificadas em dois tipos:

1) Proposições simples ou atômicas – As proposições simples são aquelas que declaram uma única coisa sobre
um único sujeito. Nesse caso dizemos que existe uma ideia única.

Essas proposições não apresentam conectivo lógico.


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Exemplos:

a) Maria estudou muito.


b) ‘2’ é o triplo de ‘5’

2) Proposições compostas ou moleculares – As proposições compostas são formadas por um conjunto de duas ou
mais proposições simples conectadas por pelo menos um conectivo lógico.

Exemplos:

a) João estudou ou Maria passou.


b) Se Maria viajar, então não passará no concurso da Prefeitura de maricá.

FIQUE DE OLHO... - A sentença: “um ensino dedicado à formação de técnicos negligencia a formação de
cientistas” constitui uma proposição simples.

Comentário: É uma proposição simples, pois não existe a presença de conectivo lógico. Gabarito: CERTO

EXERCÍCIO COMENTADO

Qual sentença a seguir é considerada uma proposição?


a) O copo de plástico.
b) Feliz Natal!
c) Pegue suas coisas.
d) Onde está o livro?
e) Francisco não tomou o remédio.

Comentário: Analisando as assertivas...

a) É uma sentença aberta, pois é uma frase nominal (frase sem verbo).
b) É uma sentença aberta, pois é uma frase exclamativa.
c) É uma sentença aberta, pois é uma frase imperativa.
d) É uma sentença aberta, pois é uma frase interrogativa.
e) É uma proposição.

GABARITO: LETRA E

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Das cinco frases abaixo, quatro delas têm uma mesma característica lógica em comum, enquanto uma delas não
tem essa característica.

I. Que belo dia!


II. Um excelente livro de raciocínio lógico.
III. O jogo terminou empatado?
IV. Existe vida em outros planetas do universo.
V. Escreva uma poesia.

A frase que não possui essa característica comum é a:

a) I.
b) II.
c) III.
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d) IV.
e) V.

2) Qual das seguintes sentenças é classificada como uma proposição simples?


a) Será que vou ser aprovado no concurso?
b) Ele é goleiro do Bangu.
c) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista.
d) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos.

3) Das alternativas apresentadas, assinale a única que contém uma proposição lógica.
a) Ser um perito criminal ou não ser? Que dúvida!
b) Uma atribuição do perito criminal é analisar documentos em locais de crime.
c) O perito criminal também atende ocorrências com vítimas de terrorismo!
d) É verdade que o perito criminal realiza análises no âmbito da criminalística?
e) Instruções especiais para perito criminal.

4) Das expressões seguintes, qual é uma sentença aberta?


a) Se x é sobrinho de y, então, x é primo de z.
b) 7 + 8 = 51.
c) 6 < 2 ou 3 + 1 = 4.
d) 9 – 1 < 8.
e) 3 + 3 ≠ 6.

5) Considerando que uma proposição corresponde a uma sentença bem definida, isto é, que pode ser classificada
como verdadeira ou falsa, excluindo-se qualquer outro julgamento, assinale a alternativa em que a sentença
apresentada corresponde a uma proposição.
a) Ele foi detido sem ter cometido crime algum?
b) Aquela penitenciária não oferece segurança para o trabalho dos agentes prisionais.
c) Os agentes prisionais da penitenciária de Goiânia foram muito bem treinados.
d) Houve fuga de presidiários, que tragédia!

GABARITO:

1–D 2–D 3–B 4–A 5–C

Os Conectivos, a tabela-Verdade e as Estruturas lógicas

Podemos afirmar que os conectivos lógicos “ligam” duas ou mais proposições simples e são os responsáveis
pelo valor lógico “final” (resultado) de cada proposição composta.

Veja o exemplo abaixo:

• Lula foi presidente do Brasil


• O número 8 é ímpar

Sabemos que a primeira frase é verdadeira (V) e que a segunda frase é falsa (F).

IMPORTANTE --- Temos diferentes valores lógicos de acordo com o conectivo usado. Veja:

a) Conjunção: Lula foi presidente do Brasil e o número 8 é ímpar.


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Valor lógico: Falso

b) Disjunção: Lula foi presidente do Brasil ou o número 8 é ímpar.


Valor lógico: Verdadeiro

c) Disjunção exclusiva: Ou Lula foi presidente do Brasil ou o número 8 é ímpar.


Valor lógico: Verdadeiro

d) Condicional: Se Lula foi presidente do Brasil, então o número 8 é ímpar.


Valor lógico: Falso

ATENÇÃO --- Observando os exemplos acima expostos, percebemos que o valor lógico de cada
proposição composta sofreu variações conforme o conectivo empregado.

Os Conectivos Lógicos e as Tabelas-verdade

Quando se fala em tabela verdade, automaticamente devemos pensar nos conectivos lógicos, uma vez que estes
são os “responsáveis” pela montagem daquela.

Suponhamos, por exemplo, que seja necessário construir a tabela verdade da proposição composta “P ∧ Q”.

Ressalte-se que o 1º passo para a construção de uma tabela verdade é a definição do número de linhas** da
mesma.

** O número de linhas da tabela-verdade de uma sentença fechada qualquer é encontrado a partir da


fórmula 2 , onde ‘n’ representa o número de proposições simples que existem nessa sentença.
n

Perceba que a proposição “P ∧ Q” contém ‘2’ proposições diferentes (‘P’ e ‘Q’). Assim, a mesma terá ‘4’
linhas, pois 22 = 4.

Agora que definimos a quantidade de linhas da tabela verdade, efetivamente podemos começar a montagem da
mesma. Todavia, ainda se faz necessária uma observação importante:

IMPORTANTE --- Como ‘o exemplo’ não forneceu uma valoração pré-definida para as proposições ‘P’
e ‘Q’, então devemos sempre considerar, independentemente da posição que as proposições ocupem em uma
estrutura lógica, a seguinte valoração para as referidas proposições simples:

P = V, V, F, F
Q = V, F, V, F

Assim, sempre que houver ‘4’ linhas na tabela verdade a ser construída “e” não houver uma valoração pré-
definida, teremos a seguinte estrutura relacionada às proposições ‘P’ e ‘Q’:

P Q
V V
V F
F V
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F F

As duas colunas supracitadas, em princípio, são fixas para todos os conectivos lógicos. Disse “em princípio”,
pois existem duas exceções a essa “regra”:

1) Quando a questão fornecer valores lógicos diferentes;

Observe a questão abaixo em que a FUNIVERSA optou por uma exceção à regra:

(FUNIVERSA) - Considerando que P e Q sejam proposições simples e os significados dos símbolos lógicos “P
∨ Q = P ou Q", “P ∧ Q = P e Q", “P → Q = se P, então Q", é possível construir a tabela verdade da proposição
[P ∨ Q] → [P ∧ Q], completando a tabela abaixo.

a) V F V F
b) V F F V
c) F F V V
d) V V V V

Note que ‘P’ e ‘Q’ já possuem uma valoração pré-definida que é diferente da “regra”. Nesse caso, devemos
obedecer ao comando da questão e proceder conforme os valores já definidos para ‘P’ e ‘Q’.

2) Quando houver a negação de pelo menos uma das proposições.

Nesse caso, apenas trocamos os valores lógicos correspondentes.

Exemplo 1: Determine o valor lógico da proposição “~ P ∧ Q”

Note que a proposição ‘P’ apresenta um ‘til’ na sua frente. Isso significa que a mesma está sendo negada.
Assim, basta que se mudem os valores lógicos correspondentes à regra. Veja:

a) Regra: ‘P’ e ‘Q’ sem valoração pré-definida ou negação

P Q
V V
V F
F V
F F
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b) Exceção: Como a proposição ‘P’ está sendo negada, então se invertem todos os valores lógicos ‘fixos’.

P Q
F V
F F
V V
V F

Exemplo 2: Determine o valor lógico da proposição “~ P ∨ ~ Q”

Note que as proposições ‘P’ e ‘Q’ apresentam um ‘til’ a sua frente. Isso significa que as mesmas estão sendo
negadas. Assim, basta que se mudem os valores lógicos correspondentes à regra. Veja:

a) Regra: ‘P’ e ‘Q’ sem valoração pré-definida ou negação

P Q
V V
V F
F V
F F

b) Exceção: Como as proposições ‘P e Q’ estão sendo negadas, então se invertem todos os respectivos valores
lógicos ‘fixos’.

P Q
F F
F V
V F
V V

FIQUE LIGADO ---- Algumas questões cobram justamente o conhecimento relativo à quantidade de
linhas de uma proposição composta. Veja um exemplo:

Qual o número de linhas de uma tabela verdade utilizada para determinar o valor lógico de uma proposição
composta formada por 4 (quatro) proposições simples?
a) 16
b) 24
c) 48
d) 8
e) 4

Comentário: Como há ‘4’ proposições simples, então o número de linhas da tabela verdade de uma proposição
composta formada pelas referidas proposições será de:

2n = 24 = 16 linhas

GABARITO: LETRA A
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A partir de agora, vamos estudar detalhadamente cada conectivo lógico para que possamos entender
como se monta a tabela verdade...

1) Conjunção – P “e” Q

A conjunção somente será verdadeira quando as duas proposições que a compõem forem verdadeiras.

Em outras palavras, podemos afirmar que na conjunção “Tudo V dá V” ------- (V ∧ V = V)

Valor lógico de uma conjunção do tipo P ∧ Q...

P Q P∧Q
V V V
V F F
F V F
F F F

Exemplo: Determine o valor lógico da proposição “12 é par e 2 é um número primo”

Comentário: Considere a seguinte estrutura lógica:

P = 12 é par
Q = 2 é um número primo.
Conectivo Lógico = “e”

Como as proposições ‘P’ e ‘Q’ são verdadeiras, então podemos representá-las da seguinte maneira:

P=V
Q=V
Conectivo Lógico = ∧

Assim, temos que:

P ∧ Q = (V) ∧ (V) = (V)

Conclusão: A conjunção P ∧ Q: “12 é par (V) “e” 2 é um número primo (V)” será verdadeira.

IMPORTANTE --- Além do “e”, podemos ter uma conjunção expressa por qualquer outra palavra ou
expressão que tenha uma ideia de ‘acrescentamento’. Veja:

a) Alcione não só canta, mas também, dança muito bem.

b) Os políticos do R.J não só roubaram o erário, como também, deixaram os servidores com o pagamento
atrasado.
71

c) Lula não gosta de jogar futebol nem de andar de bicicleta.

A palavra “nem” equivale a “e não”. Sendo assim, podemos reescrever o exemplo ‘c’ da maneira
seguinte:

- Lula não gosta de jogar futebol ‘e não’ gosta de andar de bicicleta.

Além das expressões supracitadas, podemos ter, dentre outras, as seguintes expressões que podem representar
uma conjunção:

- também; bem como; tanto…como; não só…mas ainda; assim...como; ...

2) Disjunção – P “ou” Q

A disjunção, também conhecida como disjunção inclusiva, somente será falsa quando as duas proposições que a
compõem forem falsas.

Em outras palavras, na disjunção, “Tudo F dá F” ------- (F ∨ F = F)

Valor lógico de uma disjunção do tipo P ∨ Q...

P Q P ∨Q
V V V
V F V
F V V
F F F

Exemplo: Determine o valor lógico da proposição “12 é ímpar ou 2 é não um número primo”

Comentário: Considere a seguinte estrutura lógica:

P = 12 é ímpar
Q = 2 é não um número primo.
Conectivo Lógico = “ou”

Como as proposições ‘P’ e ‘Q’ são falsas, então podemos representá-las da seguinte maneira:

P=F
Q=F
Conectivo Lógico = ∨

Assim, temos que:

P ∨ Q = (F) ∨ (F) = (F)

Conclusão: A disjunção P ∨ Q: “12 é ímpar (F) “ou” 2 não é um número primo (F) será falsa.
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3) Disjunção exclusiva – “Ou” P “ou” Q, (mas não ambos)

A disjunção exclusiva somente será verdadeira quando as duas proposições que a compõem forem diferentes (V –
F; F – V).

Em outras palavras, na disjunção exclusiva, “Diferentes dá V” ----- (V ⊻ F = V e F ⊻ V = V)

Valor lógico de uma disjunção exclusiva do tipo P ⊻ Q...

P Q P ⊻Q
V V F
V F V
F V V
F F F

Exemplo: Determine o valor lógico da proposição “Ou 9 é quadrado perfeito ou 16 é múltiplo de 3”

Comentário: Considere a seguinte estrutura lógica:

P = 9 é quadrado perfeito.
Q = 16 é múltiplo de 3.
Conectivo Lógico = “ou ... ou”

Como a proposição ‘P’ é verdadeira e a proposição ‘Q’ é falsa, então podemos representá-las da seguinte
maneira:

P=V
Q=F
Conectivo Lógico = ⊻

Assim, temos que:

P ⊻ Q = (V) ⊻ (F) = (V)

Conclusão: A disjunção exclusiva P ⊻ Q: “Ou 9 é quadrado perfeito (V) “ou” 16 é múltiplo de 3 (F) será
verdadeira.

Ressalte-se que a disjunção exclusiva pode aparecer de 2 (duas) formas distintas:

a) “Ou” P “ou” Q

Exemplo: Ou estudo ou durmo.

b) “Ou” P “ou” Q, (mas não ambos)

Exemplo: Ou estudo ou durmo, mas não ambos.


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ATENÇÃO --- A PR4 cobrou uma questão sobre disjunção exclusiva para o cargo de Assistente em
Administração da UFRJ. Nesse caso, foi necessário observar o “contexto” em que o conectivo foi empregado.
Veja:

(PR4 – UFRJ/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO) – Dentre as proposições compostas a seguir, assinale a


alternativa que apresenta um conectivo lógico do tipo disjunção exclusiva (⊻).
a) Se Joaquim Manoel de Macedo escreveu A Moreninha, então 13 é número primo.
b) Frevo é uma dança pernambucana e Quito é a capital do Equador.
c) Mariza é capixaba ou potiguar.
d) Roberval é enfermeiro ou professor.
e) Banana é amarela se e somente se, metrô é um meio de transporte público.

Comentário: Observe que não aparece em nenhuma das opções de resposta a disjunção exclusiva representada
em sua forma tradicional (ou ... ou).

Ainda assim, podemos eliminar categoricamente as assertivas ‘A’, ‘B’ e ‘E’, uma vez que apresentam,
respectivamente, os conectivos lógicos seguintes: condicional, conjunção e bicondicional.

Observando as assertivas ‘C’ e ‘D’, entendemos inicialmente que são disjunções inclusivas. Todavia, se essa
observação fosse correta, então a questão deveria ser anulada, pois não haveria gabarito.
No entanto, a banca examinadora considerou a letra ‘C’ como gabarito correto.

Explicando ----- A Questão é bastante ‘maldosa’.

Observe que as letras C e D, inicialmente são analisadas como disjunções inclusivas. Já falamos disso.
Contudo, ao analisarmos as proposições do ponto de vista lógico (contexto), conseguimos chegar a uma
conclusão. Veja:

c) Mariza é capixaba ou potiguar.

Em relação ao conectivo “ou”, existe uma ideia de “exclusão”, uma vez que uma mesma pessoa não pode ser
capixaba e potiguar ao mesmo tempo. Dessa forma, temos uma disjunção exclusiva do tipo:

“Ou Mariza é capixaba ou potiguar, mas não ambos.”

d) Roberval é enfermeiro ou professor.

Em relação ao conectivo “ou”, existe uma ideia de “inclusão”, uma vez que uma mesma pessoa pode ser
enfermeiro e professor ao mesmo tempo. Dessa forma, temos uma disjunção inclusiva.

Conclusão: O conectivo “ou” quando aparecer ‘sozinho’ pode ser considerado disjunção inclusiva ou
exclusiva, dependendo obviamente do contexto utilizado na questão.

Veja mais exemplos:

- “Ou” Inclusivo: Jorge fulano aceita trocar a propina recebida indevidamente por carros luxuosos ‘ou’
imóveis localizados de frente para a praia.

- “Ou” Exclusivo: O próximo presidente do Brasil será Bolsonaro ‘ou’ Lula.


74

4) Condicional (Implicação) – “Se” P, “então” Q

A condicional ou implicação somente será falsa quando o antecedente for verdadeiro e o consequente for falso.

Em outras palavras, na condicional, “V com F dá F” ------ (V → F = F)

Valor lógico de uma condicional do tipo P → Q...

P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V

Exemplo: Determine o valor lógico da proposição “Se 27 é um cubo perfeito, então 16 é múltiplo de 3”

Comentário: Considere a seguinte estrutura lógica:

P = 27 é um cubo perfeito.
Q = 16 é múltiplo de 3.
Conectivo Lógico = “Se, ... então”

Como a proposição ‘P’ é verdadeira e a proposição ‘Q’ é falsa, então podemos representá-las da seguinte
maneira:

P=V
Q=F
Conectivo Lógico = →

Assim, temos que:

P → Q = (V) → (F) = (F)

Conclusão: A condicional P → Q: “Se 27 é um cubo perfeito (V), “então” 16 é múltiplo de 3 (F) será falsa.

Em uma condicional do tipo P → Q, temos que ‘P’ é chamado de antecedente e ‘Q’, de consequente.

5) Bicondicional (Bidirecional ou Bi-implicação) – P “se e somente se” Q

A bicondicional, bidirecional ou bi-implicação somente será verdadeira quando as duas proposições que a
compõem forem iguais (V – V; F – F).

Em outras palavras, na bicondicional, “Iguais dá V”----- (V ↔ V = V e F ↔ F = V)

Valor lógico de uma bicondicional do tipo P ↔ Q...


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P Q P ↔Q
V V V
V F F
F V F
F F V

Exemplo: Determine o valor lógico da proposição “8 é divisor de 81, se e somente se 16 é múltiplo de 3”

Comentário: Considere a seguinte estrutura lógica:

P = 8 é divisor de 81.
Q = 16 é múltiplo de 3.
Conectivo Lógico = “Se e somente se”

Como ambas as proposições são falsas, então podemos representá-las da seguinte maneira:

P=F
Q=F
Conectivo Lógico = ↔
Assim, temos que:

P ↔ Q = (F) ↔ (F) = (V)

Conclusão: A bicondicional P ↔ Q: “ 8 é divisor de 81 (F), “se e somente se” 16 é múltiplo de 3 (F) será
verdadeira.

Terminamos aqui o detalhamento de todos os conectivos lógicos. Agora, veja a tabela verdade que nada
mais é que a junção da valoração dos conectivos lógicos acima expostos...
Visão geral da tabela verdade
P Q P∧Q P∨Q P⊻Q P→Q P ↔Q

V V V V F V V
V F F V V F F
F V F V V V F
F F F F F V V

Podemos ainda observar a tabela verdade a partir dos valores lógicos que os conectivos podem
apresentar conforme os valores “V” e “F” atribuídos aos mesmos. Essas possibilidades de valorações distintas
são conhecidas como tabuada lógica.
Resumo esquematizado da tabela verdade a partir da tabuada lógica

Conjunção
Valor lógico “V”: Se as duas proposições forem “V”, então a conjunção será “V”
Valor lógico “F”: Se uma das proposições for “F”, então a conjunção será “F”.

Disjunção
Valor lógico “V”: Se uma das proposições for “V”, então a disjunção será “V”.
Valor lógico “F”: Se as duas proposições forem “F”, então a disjunção será “F”.
76

Disjunção exclusiva
Valor lógico “V”: Se as duas proposições forem “diferentes”, então a disjunção exclusiva será “V”.
Valor lógico “F”: Se as duas proposições forem “iguais”, então a disjunção exclusiva será “F”.

Condicional
Valor lógico “F”: Se o antecedente for “V” e o consequente for “F”, então a condicional será “F”.
Valor lógico “V”: A condicional será “V” nos demais casos.

Bicondicional
Valor lógico “V”: Se as duas proposições forem “iguais”, então a bicondicional será “V”.
Valor lógico “F”: Se as duas proposições forem “diferentes”, então a bicondicional será “F”.

Com base no detalhamento dos conectivos lógicos e na tabela verdade acima expostos, podemos trabalhar
com inúmeras outras tabelas. Veja os exemplos abaixo:
≫ Construa a tabela verdade da proposição (P ↔ Q) ∨ Q
Como existem duas proposições diferentes (P e Q), então temos apenas 4 linhas na tabela verdade, pois 22=4.
Agora, determinaremos o valor lógico da bicondicional que está dentro dos parênteses.

P Q (P ↔ Q)
V V V
V F F
F V F
F F V

Agora, encontraremos o valor lógico da proposição composta (P ↔ Q) ∨ Q, calculando a disjunção entre o valor
lógico de “P ↔ Q” e “Q”. Veja:

(P ↔ Q) Q (P ↔ Q) ∨ Q
V V V
F F F
F V V
V F V

≫ Construa a tabela verdade da proposição (P ↔ Q) ∨ R


Como existem três proposições diferentes (P, Q e R), então temos 8 linhas na tabela verdade, pois 23=8.

IMPORTANTE --- Como ‘o exemplo’ não forneceu uma valoração pré-definida para as proposições ‘P’,
‘Q’ e ‘R’, então devemos sempre considerar, independentemente da posição que as proposições ocupem em
uma estrutura lógica, a seguinte valoração para as referidas proposições simples:
P = V, V, V, V, F, F, F, F
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Q = V, V, F, F, V, V, F, F
R = V, F, V, F, V, F, V, F

Agora, encontraremos o valor lógico da bicondicional que está dentro dos parênteses.
P Q R (P ↔ Q)
V V V V
V V F V
V F V F
V F F F
F V V F
F V F F
F F V V
F F F V

Em seguida, encontraremos o valor lógico de (P ↔ Q) ∨ R, calculando a disjunção entre (P ↔ Q) e R.

(P ↔ Q) R (P ↔ Q) ∨ R
V V V
V F V
F V V
F F F
F V V
F F F
V V V
V F V

∎ O uso da palavra “Não”

O uso da palavra “NÃO” equivale à negação de uma proposição simples.

Para negarmos uma proposição simples, basta colocar a palavra “NÃO” antes do verbo da sentença.

Exemplo:

• Seja a proposição simples P: “Guilherme foi ao cinema.”

A sua negação, representada por ~ P ou ¬ P (lê-se “não P”), será:

“Guilherme não foi ao cinema.”

Se sentença original possuir a palavra “não”, então a sua negação será encontrada a partir da exclusão
dessa palavra.

Em outras palavras, “negar uma negação é dizer a verdade.”

Exemplo:

• Seja a proposição simples Q: “Victor não é artista.”


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A sua negação, representada por ‘~ Q’ (lê-se “não Q”), será: “Victor é artista.”

Veja a questão abaixo...

Sejam as proposições Marcos é ator, É falso que Marcos é biólogo e Marcos é rico. A alternativa que apresenta
a correta tradução para a linguagem simbólica da proposição composta “Marcos não é ator e nem biólogo se e
somente se Marcos é biólogo ou não é rico” é:
a) (~p ˄ q) ↔ (~q ˅ ~r)
b) (~p ˄ q) → (~q ˅ ~r)
c) (p ˅ ~q) ↔ (q ˄ ~r)
d) (~p ˅ q) → (~q ˅ ~r)
e) (~p ˄ ~q) → (q ˄ ~r)

Comentário: Temos a seguinte proposição composta:

- Marcos não é ator e nem biólogo se e somente se Marcos é biólogo ou não é rico
Daí, podemos representar as proposições simples que compõe a proposição composta da seguinte forma:

~p: Marcos não é ator


q: Marcos não é biólogo
~q: Marcos é biólogo
~r: Marcos não é rico

Assim, temos a seguinte representação de toda a estrutura:

(~p ˄ q) ↔ (~q ˅ ~r)

GABARITO: LETRA A

QUADRO - RESUMO DA NEGAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO SIMPLES

P ~P
V F
F V

EXERCÍCIO COMENTADO

1) Sabendo que a proposição “Está frio” é verdadeira (V) e “Chove muito” é falsa (F), os valores lógicos das
proposições (√3 > 1 ⟶ Está frio), (√3 < 1 ∧ Chove muito) e (Está frio ∨ chove muito ) são, respectivamente,
a) V, F e V.
b) V, V e F.
c) V, F e F.
d) F, V e F.
e) F, F e V

Comentário: Inicialmente, vamos representar os valores lógicos das sentenças:

Está frio = V
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Chove muito = F

O valor aproximado de √3 é 1,73. Logo, temos que:

√3 > 1 = V

√3 < 1 = F

A partir de agora, basta atribuir tais valores nas proposições e analisar a resposta correta. Veja:

(√3 > 1 ⟶ Está frio) ===== V ⟶ V = VERDADEIRO

(√3 < 1 ∧ Chove muito) ====== F ∧ F = FALSO

(Está frio ∨ chove muito) ====== V ∨ F = VERDADEIRO

GABARITO: LETRA A

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) (SELECON) - Considere como verdadeira a seguinte proposição:

“João passa no concurso e não resgata seu dinheiro da poupança”.

Dessa forma, é necessariamente verdadeiro que:

a) João não passa no concurso se, e somente se, não resgata seu dinheiro da poupança.
b) João não passa no concurso e não resgata seu dinheiro da poupança.
c) Se João passa no concurso, então resgata seu dinheiro da poupança.
d) João não passa no concurso ou resgata seu dinheiro da poupança.
e) Ou João passa no concurso ou resgata seu dinheiro da poupança.

2) Considere falsa a afirmação “Cristiano é policial militar e Ana é policial civil” e verdadeira a afirmação “se
Cristiano é policial militar, então Ana é policial civil”.

Nessas condições, é necessariamente

a) falsidade que Ana é policial civil.


b) verdade que Cristiano e Ana são policiais civis.
c) verdade que Ana é policial civil.
d) falsidade que Cristiano é policial militar.
e) verdade que Cristiano é policial militar.

3) Considere a sentença: “Se Emília é capixaba, então ela gosta de moqueca”. Um cenário no qual a sentença dada
é falsa é:
a) Emília é carioca e não gosta de moqueca;
b) Emília é paulista e gosta de moqueca;
c) Emília é capixaba e não gosta de moqueca;
d) Emília é capixaba e gosta de moqueca;
e) Emília é mineira e gosta de moqueca.
80

4) P e Q são proposições simples e o valor lógico de P condicional Q é falso. Nessas condições, é correto afirmar
que:
a) O valor lógico de P é falso e o valor lógico de Q é verdade.
b) O valor lógico de P é falso e o valor lógico de Q é falso.
c) O valor lógico de P é verdade e o valor lógico de Q é verdade.
d) O valor lógico de P é verdade e o valor lógico de Q é falso.

5) Indique o valor lógico (V ou F) de cada uma das proposições a seguir e assinale a alternativa que apresenta a
sequência correta.

( ) (2%)2 = 4% e 20% de 20% é 4%


( ) Se todo número primo é ímpar, então 1413 é primo.
( ) (1/2:1/3) <1 ou 1/4 < 2/3

a) F – F – F.
b) F – F – V.
c) V – F – F.
d) F – V – V.
e) V – V – F.

GABARITO:

1–E 2–D 3–C 4–D 5–D

∎Tautologia, Contradição e Contingência.


≫ Tautologia
Temos uma tautologia, quando o valor lógico de uma proposição composta formada por duas ou mais proposições
for sempre verdadeiro, independentemente dos valores lógicos das proposições simples que a compõem.

Em outras palavras, tautologia é “TUDO V”. Veja o exemplo:

• A proposição P ∨ ~ P é tautologia.

P ~P P ∨~P
V F V
F V V

≫ Contradição
Temos uma contradição, quando o valor lógico de uma proposição composta formada por duas ou mais
proposições for sempre falso, independentemente dos valores lógicos das proposições simples que a compõem.

Em outras palavras, contradição é “TUDO F”. Veja o exemplo:

• A proposição P ∧ ~ P é contradição.

P ~P P∧~P
V F F
F V F
81

≫ Contingência
A contingência tem caráter residual, ou seja, temos uma contingência por exclusão. Não sendo tautologia nem
contradição, será contingência.

Em outras palavras, contingência é “TUDO MISTURADO”. Veja o exemplo:

• A proposição Q → P é uma contingência.

Q P Q→P
V V V
F V V
V F F
F F V

EXERCÍCIO COMENTADO
Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de tautologia.

a) A prova está fácil.


b) A prova está difícil.
c) João estudou para a prova e Maria ficou feliz.
d) João é alto ou João não é alto.
e) Se Pedro estudou, então passou no concurso.

Comentário: Analisando as assertivas...

‘a’ e ‘b’ ---- ERRADAS

São proposições simples. Logo, não existe possibilidade de analisar se as mesmas são tautologias.

c) A proposição “João estudou para a prova (P) e Maria ficou feliz (Q)” pode ser representada como ‘P ∧ Q’...

P Q P∧Q
V V V
V F F
F V F
F F F

Conclusão: A proposição ‘P ∧ Q’ é uma contingência.

d) A proposição “João é alto (P) ou João não é alto (~P)” pode ser representada como ‘P ∨ ~ P’...

P ~P P ∨~P
V F V
V F V
82

F V V
F V V

Conclusão: A proposição ‘P ∨ ~ P’ é uma tautologia.

GABARITO: LETRA D

e) A proposição “Se Pedro estudou (P), então passou no concurso (Q)” pode ser representada como ‘P →Q’...

P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V

Conclusão: A proposição ‘P → Q’ é uma contingência.

Negação

Em se tratando das proposições compostas, existem regras distintas de acordo com o conectivo lógico empregado.

1) Negação da conjunção e da disjunção (Leis de Morgan)

As regras que usamos para negar a conjunção e a disjunção são conhecidas como as Leis de Morgan.

1ª Lei de Morgan: ~ (P ∧ Q) ≡ ~P ∨ ~Q

Para negar uma conjunção do tipo ‘P ∧ Q’, seguimos apenas dois passos:

Passo 1: Negam-se as proposições simples;

Passo 2: Troca-se o conectivo “e” pelo “ou”.

2ª Lei de Morgan: ~ (P ∨ Q) ≡ ~P ∧ ~Q

Para negar uma conjunção do tipo ‘P ∨ Q’, seguimos apenas dois passos:

Passo 1: Negam-se as proposições simples;

Passo 2: Troca-se o conectivo “ou” pelo “e”.


83

Exemplos:

a) A negação da proposição composta: “João é médico e Pedro é dentista” é:

1) Negação das proposições:

João é médico: João não é médico


Pedro é dentista: Pedro não é dentista.

2) Trocar o “e” pelo “ou”

Solução: João não é médico ou Pedro não é dentista.

FIQUE LIGADO ---- Observe que, conforme preceitua a 1ª Lei de Morgan, o conectivo lógico
empregado na solução foi a disjunção. Assim, também estaria correta a seguinte estrutura:

Pedro não é dentista ou João não é médico.

Explicando...

Em regra, os conectivos lógicos admitem a comutatividade. Assim, temos que as seguintes estruturas estão
corretas e são equivalentes:

P∧Q=Q∧P
P∨Q=Q∨P
P⊻Q=Q⊻P
P↔Q=Q↔P

Exemplo: Sejam as proposições:

P = Julio é professor
Q = Victor é goleiro

Em relação a essas proposições, temos que:

Julio é professor e Victor é goleiro = Victor é goleiro e Julio é professor

Julio é professor ou Victor é goleiro = Victor é goleiro ou Julio é professor

Ou Julio é professor ou Victor é goleiro = Ou Victor é goleiro ou Julio é professor

Julio é professor se e somente se Victor é goleiro = Victor é goleiro se e somente se Julio é professor

A única exceção à regra é a condicional, uma vez que esta não admite a comutatividade.

Assim, temos que:

P→Q≠Q→P

Se Julio é professor, então Victor é goleiro ≠ Se Victor é goleiro, então Julio é professor
84

b) A negação da proposição composta “Elias é cantor ou Paulo não é engenheiro” é:

1) Negação das proposições:

Elias é cantor: Elias não é cantor


Paulo não é engenheiro: Paulo é engenheiro.

2) Trocar o “ou” pelo “e”

Solução 1: Elias não é cantor e Paulo é engenheiro.

FIQUE LIGADO ---- Observe que, conforme preceitua a 2ª Lei de Morgan, o conectivo lógico
empregado na solução foi a conjunção. Assim, também estaria correta a seguinte estrutura:

Paulo é engenheiro e Elias não é cantor.

2) Negação da disjunção exclusiva e da bicondicional

Existe uma negação recíproca entre tais conectivos. Isso quer dizer que a negação de uma disjunção exclusiva (P
⊻ Q) é a bicondicional e a negação de uma bicondicional (P ↔ Q), é a disjunção exclusiva. Essa é a regra. Na
prática, apenas trocamos os conectivos. Veja:

~ (P ⊻ Q) ≡ (P ↔ Q)

~ (P ↔ Q) ≡ (P ⊻ Q)

Exemplos:

a) Qual a negação da proposição “Ou Juliana é policial ou José é advogado”?

Solução 1: “Juliana é policial se e somente se José é advogado.”

Solução 2: “José é advogado se e somente se Juliana é policial.”

Observe que não houve alteração nas proposições simples que originalmente faziam parte da disjunção exclusiva.

b) Qual a negação da sentença “Aline é jornalista se, e somente se, Bruno é atendente”?

Solução 1: Ou Aline é jornalista ou Bruno é atendente.

Solução 2: Ou Bruno é atendente ou Aline é jornalista.

Observe que não houve alteração nas proposições simples que originalmente faziam parte da bicondicional.

OBS: Também podemos negar a disjunção exclusiva e a bicondicional, alterando-se os conectivos lógicos
conforme a regra supracitada e, além disso, negando ambas as proposições simples que compõe as respectivas
estruturas lógicas, conforme representação abaixo:

~ (P ⊻ Q) ≡ (~P ↔ ~Q)

~ (P ↔ Q) ≡ (~P ⊻ ~Q)
85

Exemplos:

a) Qual a negação da proposição “Ou Juliana é policial ou José é advogado”?

Solução 1: “Juliana não é policial se e somente se José não é advogado.”

Solução 2: “José não é advogado se e somente se Juliana não é policial.”

b) Qual a negação da sentença “Aline é jornalista se, e somente se, Bruno é atendente”?

Solução 1: Ou Aline não é jornalista ou Bruno não é atendente.

Solução 2: Ou Bruno não é atendente ou Aline não é jornalista.

OBS: No capítulo referente às equivalências lógicas, falaremos sobre outra forma de negar a bicondicional.

3) Negação da condicional

Considere uma condicional do tipo ‘P → Q’, sendo ‘P’ o antecedente e ‘Q’ o consequente. A negação dessa
condicional é obtida seguindo apenas três passos. Veja:

1º passo: Repete-se o antecedente;


2º passo: Nega-se o consequente;
3º passo: Troca-se o “→” pelo “∧”, ou seja, troca-se a condicional pela conjunção.

Em uma linguagem sentencial, temos:

~ (P → Q) = P ∧ ~ Q

Uma forma para você memorizar essa negação é entender que a regra supracitada é a regra do “MANÉ”, isto é,
“mantém-se o antecedente “e” nega-se o consequente”.

Exemplo 1: Qual a negação da sentença “Se Alex estudar, então será aprovado”?

1) Repete-se o antecedente: Alex estuda


2) Nega-se o consequente: não será aprovado
3) Solução: Alex estuda e não será aprovado.

Exemplo 2: Qual a negação da sentença “Se Anita não for médica, então Polyana não é Juíza”?

1) Repete-se o antecedente: Anita não é médica


2) Nega-se o consequente: Polyana é Juíza
3) Solução: Anita não é médica e Polyana é Juíza.

Observe a questão abaixo cobrada recentemente pela FGV...

(FGV/TCE-BA) - Considere a sentença: “Gosto de jiló e não gosto de quiabo”. Uma sentença logicamente
equivalente à negação da sentença dada é:
86

a) Não gosto de jiló e gosto de quiabo.


b) Não gosto de jiló e não gosto de quiabo.
c) Se gosto de jiló então gosto de quiabo.
d) Se não gosto de jiló então gosto de quiabo.
e) Se não gosto de quiabo então gosto de jiló.

Note que o enunciado pede a negação de uma conjunção, porém não existe a presença da disjunção nas opções
de resposta, conforme ensinado através da 1ª Lei de Morgan neste capítulo.

Diante disso, como a negação de uma condicional é a conjunção, obviamente, também podemos negar a
conjunção a partir de uma condicional, aplicando-se a “regra do mané”.

Em uma linguagem sentencial, temos:

~ (P ∧ Q) ≡ P → ~Q

Aplicando a “regra do mané” na proposição composta “Gosto de jiló e não gosto de quiabo”, temos:

~ (Gosto de jiló e não gosto de quiabo) ≡ Se gosto de jiló, então gosto de quiabo.
“mantém” “nega”

Portanto, o gabarito é a letra C.

Segue um exemplo para reiterar a negação de uma conjunção através da “regra do mané”...

Exemplo: A negação da proposição composta: “João é médico e Pedro é dentista” é:

Aplicando a “regra do mané”, temos:

Se João é médico, então Pedro não é dentista.

FIQUE LIGADO ---- Quando aparecer a expressão “NÃO É VERDADE QUE” ** antes de uma
determinada proposição, seja ela simples ou composta, devemos negá-la. Veja o exemplo:

(AOCP – UFMT/ENFERMEIRO) - Dizer que não é verdade que “José não é mecânico ou João é pedreiro” é
logicamente equivalente a dizer que:
a) José é mecânico e João não é pedreiro.
b) José não é mecânico e João não é pedreiro.
c) José é mecânico ou João não é pedreiro.
d) José não é mecânico ou João não é pedreiro.
e) José é mecânico ou João é pedreiro.

Comentário: Observe que temos a expressão “não é verdade que” antes da proposição “José não é mecânico
ou João é pedreiro”.

Sendo assim, devemos apenas negar a referida proposição composta que é uma disjunção.

Para isso, negamos as proposições simples separadamente e trocamos o conectivo ‘ou’ pelo ‘e’. Vai ficar
assim:

José é mecânico e João não é pedreiro.


87

Portanto, o gabarito é a letra A.

** A mesma situação deve ser aplicada quando houver expressões sinônimas, tais como: “É mentira que”, “É
falso que”, “É uma falácia que”, ...

4) Negação das proposições quantificadas

Os quantificadores lógicos ou simplesmente quantificadores sempre indicam quantidade e tem como principal
função, modificar as sentenças abertas, “tornando-as” proposições.

Iremos estudar dois quantificadores:

1) Quantificador Universal:

» É usado para generalizar.


» É representado pelo símbolo ∀.

Exemplos: todo, qualquer que seja, cada um dos, etc.

b) Quantificador Existencial ou Particular:

» É usado para particularizar/restringir.


» É representado pelo símbolo ∃.

Exemplos: existe um, pelo menos um, algum, etc.

Para negarmos um quantificador, basta seguir dois passos:

1° passo: Nega-se a proposição;

2° passo: Trocam-se os quantificadores, conforme o caso:

» Troca-se o “∀” pelo "∃"


»Troca-se o "∃" pelo “∀”

Exemplos:

a) “Todo homem não é trabalhador”.

1° passo: Negar a proposição.


Ao negarmos a proposição, teremos: “Todo homem é trabalhador”

2° passo: Trocar o quantificador universal (todo) pelo quantificador existencial (algum). Vai ficar assim:

Solução: Algum homem é trabalhador.

b) “Algum homem é infiel”.

1° passo: Negar a proposição.


88

Ao negarmos a proposição, teremos: “Algum homem NÃO é infiel”

2° passo: Trocar o quantificador existencial (algum) pelo quantificador universal (todo). Vai ficar assim:

Solução: Todo homem não é infiel.

OBS: Como a solução é a proposição “Todo homem não é infiel”, então a seguinte estrutura também estaria
correta:

Nenhum homem é infiel.

Explicando...

A estrutura “Todo ... não” equivale à estrutura “nenhum ... é”. Assim, são equivalentes as seguintes proposições:

Todos os alunos não são preguiçosos = Nenhum aluno é preguiçoso;

Todas as pessoas não são desanimadas = Nenhuma pessoa é desanimada;

Todos não são corruptos = Ninguém é corrupto;

Resumo da negação dos quantificadores

Proposição quantificada Negação


Todo A é B Algum A não é B
Algum A não é B Todo A é B
Nenhum A é B Algum A é B
Algum A é B Nenhum A é B

5) Negação de uma desigualdade

A negação de uma desigualdade nos remete a um simples ‘decoreba’ e obedece às tabelas seguintes:

Proposição Negação
P>Q P≤Q
P<Q P≥Q
P≥Q P<Q
P≤Q P>Q
P=Q P≠Q

Proposição Negação
P≤ Q P>Q
P≥Q P<Q
P<Q P≥Q
P>Q P≤Q
P≠Q P=Q

Explicando as tabelas acima a partir de exemplos...


89

a) Qual a negação da proposição 2 > 5?

Comentário: Temos uma proposição do tipo P > Q. Assim, conforme as tabelas acima, temos:

~ (P > Q) = P ≤ Q

Portanto, a negação de 2 > 5 nada mais é que 2 ≤ 5.

b) Qual a negação da proposição x ≥ y?

Comentário: Temos uma proposição do tipo P ≥ Q. Assim, conforme as tabelas acima, temos:

~ (P ≥ Q) = P < Q

Portanto, a negação de x ≥ y nada mais é que x < y.

c) Qual a negação da proposição 23 é menor que √9?

Comentário: Note que a desigualdade veio escrita por extenso. Nesse caso, procedemos como se houvesse o sinal
de desigualdade.

Temos uma proposição do tipo P < Q. Assim, conforme as tabelas acima, temos:

~ (P < Q) = P ≥ Q

Portanto, a negação de 23 é menor que √9 nada mais é que 23 é maior ou igual a √9.

EXERCÍCIO COMENTADO

(SELECON) - Conceição vai assistir a uma partida do time de futebol pelo qual ela torce. Em meio à expectativa
pela partida, ela afirmou: “Se meu time não vencer essa partida, então eu vou parar no hospital”. A negação lógica
da afirmação de Conceição é:
a) Meu time vence essa partida e eu vou parar no hospital.
b) Meu time não vence essa partida e eu vou parar no hospital.
c) Meu time vence essa partida e eu não vou parar no hospital.
d) Meu time não vence essa partida e eu não vou parar no hospital.

Comentário: A proposição “Se meu time não vencer essa partida, então eu vou parar no hospital” é uma
condicional do tipo P → Q, onde:

P = “meu time não vencer essa partida”


Q = “eu vou parar no hospital”

A negação de uma condicional do tipo P → Q é P ∧ ~ Q, isto é, mantém-se o antecedente da condicional e nega-se


o consequente.

Portanto, a negação correta é “Meu time não vence essa partida e eu não vou parar no hospital”

GABARITO: LETRA D
90

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) (SELECON) - Dulce reclamou com seu marido: “Se você não limpa o aspirador de pó, então a casa continua
imunda”. Do ponto de vista lógico, a negação da frase de Dulce é:
a) Você não limpa o aspirador de pó e a casa não continua imunda.
b) Você não limpa o aspirador de pó ou a casa não continua imunda.
c) Se você limpa o aspirador de pó, então a casa não continua imunda.
d) Se a casa não continua imunda, então você não limpa o aspirador de pó.

2) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:


a) João não é rico, ou Maria não é pobre.
b) Se João é rico, então Maria é pobre.
c) João não é rico, e Maria não é pobre.
d) João é rico, e Maria não é pobre.
e) Se João não é rico, então Maria não é pobre.

3) A negação de “Se Carlos for casado então Pedro é viúvo” é:


a) Se Carlos não for casado então Pedro não é viúvo.
b) Se Carlos não for casado então Pedro é viúvo.
c) Carlos é casado e Pedro não é viúvo.
d) Carlos não é casado e Pedro não é viúvo.
e) Se Pedro não é viúvo então Carlos não é casado.

4) A afirmação “não é verdade que, se Fátima é paraense, então Robson é carioca" é logicamente equivalente à
afirmação:
a) não é verdade que "Fátima é paraense ou Robson não é carioca”.
b) é verdade que "Fátima é paraense e Robson é carioca”.
c) é verdade que "Fátima é paraense ou Robson é carioca”.
d) não é verdade que "Fátima não é paraense ou Robson não é carioca”.
e) não é verdade que "Fátima não é paraense ou Robson é carioca”.

5) A negação de “Não gosta de ler ou gosta de usar a internet” é:


a) Gosta de ler e gosta de usar a internet.
b) Gosta de ler ou gosta de usar a internet.
c) Gosta de ler ou não gosta de usar a internet.
d) Gosta de ler e não gosta de usar a internet.

GABARITO:

1–A 2–D 3–C 4–E 5–D


91

Equivalência e implicação lógica; Condição necessária e suficiente;

Conceito: Duas proposições são logicamente equivalentes quando apresentam valores lógicos idênticos.

Veja o exemplo:
A proposição P → Q é equivalente à proposição ~ P ∨ Q.

P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V

P Q ~P∨Q
V V V
V F F
F V V
F F V

Observe a última coluna de cada tabela...

Como os valores lógicos são idênticos, então essas duas proposições são logicamente equivalentes ou
simplesmente equivalentes.

Agora que entendemos a essência de equivalência lógica, vamos conhecer as equivalências clássicas, as quais são
comumente cobradas em provas.

FIQUE LIGADO ---- Tais equivalências são importantes, pois através das mesmas conseguimos resolver as
questões relativas a esse tema sem recorrer ao uso desgastante da tabela-verdade.

Equivalências clássicas da condicional --- São duas as equivalências clássicas da condicional.

1ª equivalência: Equivalência do “Neymar”

Na equivalência do NEYMAR, troca-se a condicional pelo conectivo “ou”, NEga-se o antecedente e


MAntém-se o consequente. Veja:
P → Q ⇒ ~ P ∨ Q ---- “P então Q” equivale a “Não P ou Q”.
Exemplo: Se estudo, então passo no concurso é equivalente a:
Não estudo ou passo no concurso.

FIQUE DE OLHO... (IBFC - TECNÓLOGO EM RADIOLOGIA/EBSERH) - De acordo com a lógica


proposicional, a frase que é equivalente a: “Se Marcos estudou, então foi aprovado” é:

a) Marcos não estudou e foi aprovado


92

b) Marcos não estudou e não foi aprovado


c) Marcos estudou ou não foi aprovado
d) Marcos estudou se, e somente se, foi aprovado
e) Marcos não estudou ou foi aprovado

Comentário: Seja a proposição “Se Marcos estudou, então foi aprovado”.


Temos uma condicional do tipo P → Q, onde:
P: Marcos estudou
Q: foi aprovado
Uma das equivalências da condicional é a equivalência do NEYMAR, onde se troca a condicional pelo conectivo
“ou”, NEga-se o antecedente e MAntém-se o consequente. Veja:
P → Q -------- ~ P ∨ Q
Logo, a equivalência da condicional “Se Marcos estudou, então foi aprovado” é:
“Marcos não estudou (~ P) ou (∨) foi aprovado (Q).”
GABARITO: LETRA E.

2ª equivalência: Contrapositiva

Na contra positiva, invertem-se as proposições, negando-as e mantendo-se o conectivo lógico da


condicional. Veja:

P → Q ⇒ ~ Q → ~ P ---- “P então Q” equivale a “Não Q então não P”.

Uma das formas de decorar essa equivalência é: (“Volta negando”).

Exemplo: Se corro, então me canso é equivalente a:

Se não me canso, então não corro

FIQUE DE OLHO... (FUNCAB) - Se a cantora Alcione é maranhense, então ela é nordestina com muito
orgulho, portanto:

a) Se a cantora Alcione não é nordestina com muito orgulho, então ela não é maranhense.
b) Se a cantoria Alcione não é maranhense, então ela é nordestina com muito orgulho.
c) Se a cantoria Alcione é nordestina com muito orgulho, então ela é maranhense.
d) Se a cantora Alcione é nordestina com muito orgulho, então ela não é maranhense.
e) Se a cantoria Alcione é maranhense, então ela não é nordestina com muito orgulho.

Seja a proposição “Se a cantora Alcione é maranhense, então ela é nordestina com muito orgulho”.

Temos uma condicional do tipo P → Q, onde:

P: a cantora Alcione é maranhense


Q: a cantora Alcione é nordestina com muito orgulho
93

Uma das equivalências da condicional é a contra positiva, onde se invertem as proposições, negando-as, e
mantendo-se o conectivo lógico da condicional. Veja:

P → Q -------- ~ Q → ~ P

Logo, a equivalência da condicional “Se a cantora Alcione é maranhense, então ela é nordestina com muito
orgulho” é:

“Se a cantora Alcione não é nordestina com muito orgulho, então ela não é maranhense.”

GABARITO: LETRA A;

OBS: Em se tratando de equivalência lógica, o tempo e modo verbal nem sempre permanecerão inalterados. Tal
fato não constitui erro.

IMPORTANTE --- É possível encontrar a equivalência da condicional, reescrevendo-a a partir de uma


proposição sinônima.

Exemplo: A proposição “Quando estudo, passo” equivale a “Se estudo, então passo”.

Observe a questão que a banca CESPE cobrou acerca dessa possibilidade de equivalência:

(CESPE – TRF-1ª) - A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora menos.”, que corresponde a um ditado
popular, julgue o próximo item.

Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”.

Comentário: Note que a proposição “Quem pode mais, chora menos” foi reescrita a partir da proposição sinônima
“Se pode mais, o indivíduo chora menos”.

Assim, as proposições supracitadas são equivalentes.

Portanto, o gabarito está correto.

Considere a condicional do tipo P → Q “Se estudo, então passo”, onde temos:


P: estudo
Q: passo.
Podemos reescrever corretamente essa estrutura através das seguintes proposições sinônimas (equivalências):

a) Se P, Q ---- Se estudo, passo.

b) P é condição suficiente para Q ---- Estudar é condição suficiente para passar.

c) Q é condição necessária para P ---- Passar é condição necessária para estudar.


94

d) Quando P, Q ---- Quando estudo, passo.

e) P implica Q ---- Estudar implica em passar.

f) Todo P é Q ---- Toda vez que estudo, passo.

g) P, somente se Q ---- Estudo, somente se passo.

h) Como P, então Q --- Como estudo, então passo.

ATENÇÃO --- As expressões “condição suficiente” e “condição necessária” aparecem comumente em


provas. Veja a questão cobrada pela banca ESAF:

(ESAF) - Sejam as proposições p e q onde p implica logicamente q. Diz-se de maneira equivalente que:
a) p é condição suficiente para q.
b) q é condição suficiente para p.
c) p é condição necessária para q.
d) p é condição necessária e suficiente para q.
e) q não é condição necessária para p.

Comentário: A questão afirma que “p implica logicamente q”, isso quer dizer que temos uma condicional do
tipo P → Q.
Em se tratando de uma condicional P → Q, temos que, em qualquer caso, estão corretas as seguintes
possibilidades:

P é condição suficiente para Q ou Q é condição necessária para P.

Portanto, o gabarito é a LETRA A;

Equivalências clássicas da bicondicional


Como o próprio nome (Bicondicional) sugere, temos duas equivalências clássicas possíveis. São elas:

Equivalência 1: Duas condicionais ligadas pelo conectivo “e”.


Exemplo: A ‘equivalência 1’ da proposição “Amo se, e somente se, vivo” será:
Solução: Se amo, então vivo “e” se vivo, então amo.

Equivalência 2: Duas conjunções ligadas pelo conectivo “ou”.


Exemplo: A ‘equivalência 2’ da proposição “Amo se, e somente se, vivo” será:
Solução: Amo e vivo “ou” não amo e não vivo.

** Conforme prometido anteriormente (vide página 33), falaremos sobre a 2ª negação da bicondicional.
Para negarmos uma bicondicional, duas são as possibilidades:
95

A 1ª negação de uma bicondicional é a disjunção exclusiva. Isso já sabemos.

Relembrando...

~ (P ↔ Q) = (P ⊻ Q)

A 2ª negação da bicondicional é a negação da ‘equivalência 1’ da bicondicional.

~ (P ↔ Q) = ~ [(P → Q) ∧ (Q → P)]

Temos uma conjunção, basta negar as sentenças e trocar o “e” pelo “ou”.

Lembrando que as sentenças são condicionais e que para negá-las, temos que repetir o antecedente e negar o
consequente.
Vai ficar assim:
~ (P ↔ Q) = (P ∧ ~ Q) ∨ (Q ∧ ~ P).
Exemplo: A negação de “Passo no concurso se, e somente se, estudo” é:
Solução: Passo no concurso e não estudo “ou” estudo e não passo no concurso.

RESUMO DA BICONDICIONAL:

Equivalência 1: P ↔ Q ⇒ (P → Q) ∧ (Q → P)
Equivalência 2: P ↔ Q ⇒ (P ∧ Q) ∨ (~ P ∧ ~ Q)
Negação 1: ~ (P ↔ Q) = (P ⊻ Q)
Negação 2: ~ (P ↔ Q) = (P ∧ ~ Q) ∨ (Q ∧ ~ P).

EXERCÍCIO COMENTADO
1) (SELECON) - Considere a seguinte proposição:

“Se Maria não atua no tribunal de júri, então Maria é analista de RH”

Dessa afirmação, é possível concluir corretamente que:

a) se Maria não é analista de RH, então ela atua no tribunal de júri


b) se Maria é analista de RH, então ela não atua no tribunal de júri
c) se Maria é analista de RH, então ela atua no tribunal de júri
d) se Maria atua no tribunal de júri, então ela não é analista de RH
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Comentário: Temos a proposição “Se Maria não atua no tribunal de júri, então Maria é analista de RH”.

Nesse caso, temos uma condicional do tipo P → Q, onde:

P: Maria não atua no tribunal de júri

Q: Maria é analista de RH

Uma das equivalências da condicional é a contra positiva, onde se invertem as proposições, negando-as, e
mantendo-se o conectivo lógico da condicional. Veja:

P → Q -------- ~ Q → ~ P

Voltando a questão...

A contra positiva é “Se Maria não é analista de RH, então ela atua no tribunal de júri”.

GABARITO: LETRA A

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) (SELECON) - Marilene é funcionária de uma empresa, mas está realizando o sonho de abrir seu próprio
pequeno negócio. Ela afirmou: “Nos próximos meses, se tudo der certo, então eu não vou mais ter um patrão”.
Uma proposição logicamente equivalente à afirmação de Marilene é a seguinte:
a) Nos próximos meses, se eu não tiver mais um patrão, então tudo deu certo.
b) Nos próximos meses, se eu ainda tiver um patrão, então nem tudo deu certo.
c) Nos próximos meses, se nem tudo der certo, então eu não vou ter um patrão.
d) Nos próximos meses, se nem tudo der certo, então eu ainda vou ter um patrão.

2) Dizer que “Se Paulo vai correr, então ele vai cair” é equivalente a:
a) Se Paulo não vai cair, então ele não vai correr.
b) Paulo vai cair e correr.
c) Se Paulo não vai correr, então ele não vai cair.
d) Paulo vai correr ou cair.
e) Se Paulo vai cair, então ele vai correr.

3) Uma afirmação equivalente para “Se estou feliz, então passei no concurso” é:
a) Se não passei no concurso, então não estou feliz.
b) Não passei no concurso e não estou feliz.
c) Estou feliz e passei no concurso.
d) Passei no concurso e não estou feliz.
e) Se passei no concurso, então estou feliz.

4) Considere como verdadeira a seguinte sentença: “Se todas as flores são vermelhas, então o jardim é bonito”. É
correto concluir que:
a) se todas as flores não são vermelhas, então o jardim não é bonito;
b) se uma flor é amarela, então o jardim não é bonito;
c) se o jardim é bonito, então todas as flores são vermelhas;
d) se o jardim não é bonito, então todas as flores não são vermelhas;
e) se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor não é vermelha.
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5) Uma proposição equivalente a Se há fumaça, há fogo, é:


a) Se não há fumaça, não há fogo.
b) Se há fumaça, não há fogo.
c) Se não há fogo, não há fumaça.
d) Se há fogo, há fumaça.

GABARITO:

1–B 2–A 3–A 4–E 5–C

Argumentação lógica

∎ Representação das proposições quantificadas (ou proposições categóricas)

Iniciaremos o estudo dos Diagramas Lógicos através da representação das proposições quantificadas, uma vez que
o domínio deste assunto será fundamental para o estudo daquele.

Basicamente, usamos 4 (quatro) tipos de representações. São elas:

1) Todo A é B = Significa que A está contido em B, ou seja, todo elemento de A também é elemento de B.

Representação:

• Todo A é B

ATENÇÃO --- Todo A é B ≠ Todo B é A.

• Todo B é A

2) Nenhum A é B --- A e B não possuem elementos em comum, ou seja, não existe interseção entre os referidos
conjuntos.
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IMPORTANTE --- SEMPRE que não houver interseção entre dois ou mais conjuntos, dizemos que esses
conjuntos são disjuntos.

Representação:

ATENÇÃO --- Nenhum A é B = nenhum B é A

3) Algum A é B = Significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto B.

Representação:

ATENÇÃO --- Algum A é B = Algum B é A, uma vez que estamos nos referindo a interseção entre os dois
conjuntos.

4) Algum A Não é B = Isso significa que o conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto B.

Representação:
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Algum A NÃO é B ≠ Algum B NÃO é A, uma vez que estamos nos referindo a diferença entre os dois
conjuntos.

∎ Lógica de argumentação

IMPORTANTE --- Quando estudamos a “Argumentação Lógica” que também é conhecida como “Lógica de
Argumentação” ou simplesmente Argumentação, devemos “dominar” 5 (cinco) assuntos. São eles:

1) Operações com os conectivos lógicos;


2) Negação;
3) Equivalência lógica;
4) Proposições quantificadas;
5) Diagramas lógicos.

Iremos iniciar o estudo de argumentação através dos seguintes conceitos:

1) Argumento

Argumento é um conjunto de uma ou mais afirmações que chamamos de premissas, associada(s) a uma única
conclusão.

2) Validade de um argumento

Todo argumento pode ser classificado como válido ou inválido. Podemos identificar tal classificação através de 4
(quatro) métodos distintos que falaremos detalhadamente neste capítulo.

≫ Argumento Válido

Conceito: Um argumento é considerado válido quando a sua conclusão é uma consequência obrigatória do seu
conjunto de premissas.

BIZU ---- Em outras palavras, podemos afirmar que ocorre um argumento válido quando “TEMOS
CERTEZA.”

Exemplo 1: Observe o argumento abaixo.


P1: Todos os homens são inteligentes.
P2: Victor é homem.
C: Portanto, Victor é inteligente.

ATENÇÃO: Na premissa 1 desse exemplo, temos um quantificador universal (Todos).

Sempre que houver pelo menos um quantificador nas premissas de um argumento, seja ele universal ou
existencial, torna-se mais conveniente utilizar o método dos diagramas lógicos, o qual chamaremos de método 1,
para a análise da validade do argumento.
100

BIZU --- Sempre que houver uma proposição quantificada universal nas premissas de um argumento,
devemos iniciar a análise da validade desse argumento pela mesma. Veja:

P1: Todos os homens são inteligentes

Isso significa que o conjunto dos homens está contido no conjunto das pessoas inteligentes. Fica assim:

P2: Victor é homem.

Isso significa que o conjunto “Victor” está contido no conjunto dos homens. Fica assim:

Agora, vamos analisar a conclusão...

C: Portanto, Victor é inteligente.

Observe que, ao analisarmos os diagramas lógicos representados conforme o enunciado da questão, “temos
certeza” de que Victor é inteligente, uma vez que o conjunto “Victor” está contido no conjunto “inteligente”.
Portanto, o argumento é válido.

≫ Argumento Inválido

Um argumento é inválido quando a sua conclusão NÃO é uma consequência obrigatória do seu conjunto de
premissas.

BIZU ---- Em outras palavras, podemos afirmar que ocorre um argumento inválido quando “TEMOS
DÚVIDA.”

Exemplo 2: Observe o argumento abaixo.

P1: Todos os estudantes são inteligentes.


P2: Guilherme é inteligente.
C: Portanto, Guilherme é estudante.

Inicando pela proposição universal conforme explicado no exemplo anterior, temos:

P1: Todos os estudantes são inteligentes.


101

Isso significa que o conjunto dos estudantes está contido no conjunto das pessoas inteligentes. Fica assim:

P2: Guilherme é inteligente.

Isso significa que o conjunto “Guilherme” também está contido no conjunto das pessoas inteligentes. Fica assim:

Agora, vamos analisar a conclusão...

C: Guilherme é estudante.

Observe que, ao analisarmos os diagramas, “temos dúvida” de que “Guilherme é estudante”. Veja o porquê dessa
dúvida...

» Sabendo que “Todos os estudantes são inteligentes” e que “Guilherme é inteligente”, podemos ter, dentre
outras, as seguintes possibilidades:

1ª possibilidade: Interseção entre o conjunto dos estudantes e o conjunto “Guilherme”.

2ª possibilidade: O conjunto dos estudantes contido no conjunto “Guilherme”.

3ª possibilidade: O conjunto “Guilherme” contido no conjunto dos estudantes.


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Conclusão: Repare que tanto na 1ª quanto na 2ª possibilidade, existe DÚVIDA em relação a Guilherme ser
estudante. Portanto, temos um argumento inválido.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1) Considere verdadeiras as proposições a seguir:

I. Todo matemático gosta de frutas.


II. Todo engenheiro gosta de frutas.
III. Existem matemáticos que também são engenheiros.
IV. Tibúrcio é matemático.

Assinale a alternativa que apresenta uma conclusão correta:

a) Tibúrcio gosta de frutas.


b) Tibúrcio não gosta de frutas.
c) Tibúrcio é engenheiro.
d) Tibúrcio não é engenheiro.
e) Tibúrcio é matemático e engenheiro.

Comentário: Temos uma questão que pode ser resolvida através dos diagramas lógicos.

Nesse caso, como existem duas proposições quantificadas universais nas premissas do argumento, então se pode
optar por uma delas para iniciar a resolução.

Optarei pela premissa I. Veja:


I. Todo matemático gosta de frutas.

Isso significa que o conjunto dos matemáticos (conjunto M) está contido no conjunto das pessoas que gostam de
frutas (conjunto F). Daí, temos:

F
M

Agora vamos relacionar as premissas II e III...

II. Todo engenheiro gosta de frutas.

Isso significa que o conjunto dos engenheiros (conjunto E) está contido no conjunto das pessoas que gostam de
frutas (conjunto F).
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III. Existem matemáticos que também são engenheiros.

Existe interseção entre os conjuntos ‘M’ e ‘E’. Veja:

M E

Por fim, observando-se a premissa IV “Tibúrcio é matemático", a qual representarei por premissa “T”, temos:

M E F

T T

Observe que o fato de Tibúrcio ser matemático define somente que ele gosta de frutas, pois o conjunto “T” está
contido no conjunto F.

Portanto, o gabarito é a letra A.

2) Leia as sentenças abaixo:

1. João é carpinteiro.
2. Nenhum funcionário da firma X é corajoso.
3. Todos os carpinteiros são corajosos.
4. Alguns carpinteiros são altos.

Supondo que estas quatro sentenças são verdadeiras, assinale qual das alternativas abaixo é certamente verdadeira:

a) Algum funcionário da firma X é carpinteiro;


b) João é alto;
c) Alguns corajosos são carpinteiros;
d) Nenhum funcionário da firma X é alto;
e) João é funcionário da firma X.

RELEMBRANDO --- Sempre que houver uma proposição quantificada universal nas premissas de um
argumento, devemos iniciar a análise da validade desse argumento pela mesma. Veja:

P3: Todos os carpinteiros são corajosos

Isso significa que o conjunto dos carpinteiros está contido no conjunto dos corajosos. Fica assim:
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IMPORTANTE: Nesse momento, já se pode concluir que O GABARITO É A LETRA C.

Explicando...

Como o conjunto dos carpinteiros está contido no conjunto dos corajosos, então necessariamente existe pelo
menos um corajoso que é carpinteiro, conforme afirma a assertiva “C” (Alguns corajosos são carpinteiros).

Mesmo assim, vamos representar todas as outras premissas para fins de estudo...

P2: Nenhum funcionário da firma X é corajoso.

Isso significa que não há interseção entre os conjuntos dos corajosos e dos funcionários da empresa X. Fica
assim:

Nesse caso, podemos eliminar a assertiva “A”, a qual afirma que algum funcionário da firma X é carpinteiro.

P4: Alguns carpinteiros são altos

Isso significa que existe interseção entre o conjunto dos carpinteiros e o conjunto dos “altos”.

P1: João é carpinteiro

Isso significa que João pode ou não ser alto. Veja:

Nesse caso, podemos eliminar a assertiva “B”“, a qual garante que João é alto.

Podemos eliminar também a assertiva “E”“, a qual afirma que João é funcionário da firma X.
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Já eliminamos as assertivas “A”, “B” e “E”.

Perceba que na assertiva “D” foi dito que “Nenhum funcionário da firma X é alto”. Essa assertiva está errada,
pois a questão não disse nada em relação a essa possibilidade. Logo, podemos considerá-la. Veja:

Conclusão: Por eliminação, chegaríamos à Letra C que é o gabarito.

3) Considere verdadeiras as proposições a seguir:

I. Todo atleta é homem.


II. Nenhum homem sabe lavar roupa.

Assinale a alternativa que apresenta uma conclusão correta.

a) Toda mulher sabe lavar roupa.


b) Algum atleta sabe lavar roupa.
c) Nenhum atleta sabe lavar roupa.
d) Todo homem é atleta.
e) Algum atleta é mulher.

Comentário: Temos uma questão que pode ser resolvida através dos diagramas lógicos. Nesse caso, como há uma
proposição quantificada universal nas premissas, devemos iniciar a resolução da questão pela mesma. Veja:

I. Todo atleta é homem.


Isso significa que o conjunto dos atletas está contido no conjunto dos homens. Fica assim:

H
A

II. Nenhum homem sabe lavar roupa.

Isso significa que não há interseção entre o conjunto dos homens e o conjunto daqueles que sabem lavar roupa.

H L

“Unindo-se” ambas as construções, temos:


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H L
A

Analisando a representação acima, conclui-se que “Nenhum atleta sabe lavar roupa”, uma vez que não havendo
interseção entre o conjunto dos homens e o conjunto daqueles que sabem lavar roupa, obviamente não haverá
interseção entre os atletas e aqueles que não sabem lavar roupa.

GABARITO: LETRA C

MUITO IMPORTANTE ----- Na resolução dos exercícios sobre argumentação lógica deste capítulo, os
quais foram comentados até o presente momento, verificou-se que a utilização dos diagramas lógicos, permite-nos
analisar a validade de um argumento. Todavia, conforme já mencionado, essa não é a única forma.

Em alguns tipos de questões, será mais conveniente recorrermos a outros métodos.

Além da utilização de diagramas lógicos (1ª método), podemos identificar a validade de um argumento através de
dois outros métodos (os quais chamaremos de métodos 2 e 3) que envolvem diretamente as operações com os
conectivos lógicos.

Tais métodos devem ser utilizados apenas quando não houver pelo menos uma proposição quantificada nas
premissas de um argumento.

Veja:

2° método: Premissas verdadeiras e conclusão verdadeira

Nesse caso, consideramos as premissas verdadeiras ainda que o enunciado da questão não forneça essa
informação.
Assim, podemos ter duas situações:

- Se a conclusão for verdadeira, então o argumento será válido.


- Se a conclusão for falsa, então o argumento será inválido.

BIZU --- Utilizar esse método na seguinte situação:

- Quando não houver, nas premissas de um argumento, uma proposição quantificada e;


- Quando houver, nas premissas de um argumento, uma proposição simples ou uma conjunção.
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EXERCÍCIO COMENTADO

Considere os seguintes argumentos:

Argumento I

P1: Trabalho se e somente se estudo.


P2: Terei sucesso, se trabalhar e for proativo.
P3: Não estudei, mas sou proativo.
C: Logo, não terei sucesso.

Argumento II

P1: Gosto de estudar e sou aventureiro.


P2: Gosto de trabalhar ou de viajar.
P3: Se sou aventureiro, então gosto de viajar.
C: Logo, não gosto de trabalhar.

É correto afirmar que:

a) os argumentos I e II são válidos.


b) ambos os argumentos, I e II, são inválidos.
c) no argumento I, a conclusão é consequência de suas premissas.
d) apenas no argumento II, a conclusão é consequência de suas premissas.

Comentário: Precisamos saber se ambos os argumentos são válidos ou inválidos.

Observe que em ambos os argumentos há uma conjunção. Veja:

Argumento I: Não estudei, mas sou proativo


Argumento II: Gosto de estudar e sou aventureiro

BIZU ----- Como existe conjunção nas premissas dos argumentos, então é mais conveniente usar o 2º método,
considerando as premissas verdadeiras para, em seguida, analisar a conclusão fornecida.

Vamos analisar os argumentos de maneira separada...

Argumento I:

Considerando as proposições simples:

T: trabalho;
E: estudo;
P: sou proativo;
S: terei sucesso

Inicialmente, vamos reescrever todas as premissas em uma linguagem proposicional:

P1: T ↔ E
P2: T ∧ P → S
P3: ~ E ∧ P
C: ~ S
Iniciaremos pela P3, uma vez que temos uma conjunção e a única forma de ela ser “V” é obtendo valores lógicos
verdadeiros em ambas as proposições. Veja:
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P3: ~ E (V) ∧ P (V) ---- (V)

Agora, vamos encontrar os valores lógicos da P1:

P1: T (F) ↔ E (F) ---- (V)

Como a proposição ‘~ E’ é “V”, então a proposição ‘E’ será “F”.

Sendo assim, obrigatoriamente temos que a proposição T será “F”, uma vez que precisamos obter premissas
verdadeiras.

Analisando a P2:

P2: [T (F) ∧ P (V)] → S (V) ou (F)

[F]

Como o antecedente da condicional é “F”, não se pode definir o valor lógico do consequente, uma vez que
independentemente desse valor lógico, a condicional será sempre verdadeira.

A conclusão afirma que “não terei sucesso”.

Nada se pode concluir em relação a essa afirmação, uma vez que seu valor lógico é indefinido (V ou F).

Sendo assim, temos um ARGUMENTO INVÁLIDO, uma vez que a verdade das premissas não é suficiente para
garantir a verdade da conclusão.

Argumento II:

Considerando as proposições simples:

A: sou aventureiro;
E: estudo;
T: gosto de trabalhar;
V: gosto de viajar.
Inicialmente, vamos reescrever todas as premissas em uma linguagem proposicional:

P1: E ∧ A
P2: T ∨ V
P3: A → V
C: ~ T

Iniciaremos pela P1, uma vez que temos uma conjunção e a única forma de ela ser “V” é obtendo valores lógicos
verdadeiros em ambas as proposições. Veja:

P1: E (V) ∧ A (V) ---- (V)

Agora, vamos encontrar os valores lógicos da P3:

P3: A (V) → V (V) ---- (V)

Como a proposição ‘A’ é “V”, a proposição ‘V’ também será “V”, uma vez que precisamos obter premissas
verdadeiras.
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Analisando a P2:

P2: T (V) ou (F) ∨ V (V)

Como a proposição V é “V”, não se pode definir o valor lógico da proposição T, uma vez que independentemente
desse valor lógico, a disjunção será sempre verdadeira.

A conclusão afirma que “não gosto de trabalhar”.

Nada se pode concluir em relação a essa afirmação, uma vez que seu valor lógico é indefinido (V ou F).

Sendo assim, temos um ARGUMENTO INVÁLIDO, uma vez que a verdade das premissas não é suficiente para
garantir a verdade da conclusão.

Conclusão: Ambos os argumentos são inválidos. GABARITO: LETRA B;

3° método: Conclusão falsa e pelo menos uma das premissas falsas

Nesse caso, consideramos a conclusão falsa ainda que o enunciado da questão não forneça essa informação.

Assim, podemos ter duas situações:

- Se TODAS as premissas forem verdadeiras, então o argumento será inválido.

- Se pelo menos uma premissa for falsa, então o argumento será válido.

BIZU --- Somente usar o 3º método por exclusão, ou seja, na impossibilidade de utilização do 1º e 2º
métodos.
Além disso, é necessário que a conclusão do argumento seja uma proposição simples, uma disjunção ou uma
condicional.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1) Admita como verdadeiras as afirmações da seguinte argumentação lógica, as quais envolvem algumas rotinas de
um Assistente em Administração:

I. Providenciar o levantamento de dados estatísticos se, e somente se, o memorando estiver redigido.

II. Se elaborar os relatórios, então redigirá o memorando.

III. Ou providenciar o levantamento de dados estatísticos, ou organizar os materiais de consulta da unidade.

Sabendo-se que não foi providenciado o levantamento de dados estatísticos, então pode-se concluir corretamente
que:

a) Os relatórios foram elaborados se, e somente se, os materiais de consulta da unidade foram organizados.
b) Os relatórios foram elaborados e o memorando não foi redigido.
c) Os materiais de consulta da unidade não foram organizados ou o memorando foi redigido.
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d) O memorando não foi redigido e os materiais de consulta da unidade foram organizados.


e) Ou o levantamento de dados estatísticos foi providenciado, ou os relatórios foram elaborados.

Comentário: Temos a seguinte proposição simples:

“não foi providenciado o levantamento de dados estatísticos”

Considerando-a “V”, temos que a sua negação é “F” e, consequentemente a proposição simples “o memorando
estiver redigido” também será “F”, a fim de que a premissa I seja “V”. Veja:

I. Providenciar o levantamento de dados estatísticos (F) se, e somente se, o memorando estiver redigido (F)

Em relação à premissa III, temos a mesma situação descrita acima. Veja:

III. Ou providenciar o levantamento de dados estatísticos (F), ou organizar os materiais de consulta da unidade
(F)

Daí, como a proposição simples “o memorando estiver redigido” é “F”, em relação à premissa II, temos:

II. Se elaborar os relatórios (F), então redigirá o memorando (F).

Daí, a letra D é a única opção de resposta cujo valor lógico é “V”. Veja:

O memorando não foi redigido (V) e os materiais de consulta da unidade foram organizados (V)

Portanto, o gabarito é a letra D.

2) Considere as seguintes proposições para responder a questão.

P1: Se há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo delito, então há punição de criminosos.


P2: Se há punição de criminosos, os níveis de violência não tendem a aumentar.
P3: Se os níveis de violência não tendem a aumentar, a população não faz justiça com as próprias mãos.

Pretende-se acrescentar ao conjunto de proposições P1, P2 e P3 uma nova proposição, P0, de modo que o
argumento formado pelas premissas P0, P1, P2 e P3, juntamente com a conclusão “A população não faz justiça
com as próprias mãos” constitua um argumento válido. Assinale a opção que apresenta uma proposta correta de
proposição P0.

a) Há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo delito.


b) Não há investigação ou o suspeito não é flagrado cometendo delito.
c) Não há investigação e o suspeito não é flagrado cometendo delito.
d) Se o suspeito é flagrado cometendo delito, então há punição de criminosos.
e) Se há investigação, então há punição de criminosos.

Comentário: Temos o seguinte argumento:

P0: ??????
P1: Se há investigação ou o suspeito é flagrado cometendo delito, então há punição de criminosos.
P2: Se há punição de criminosos, os níveis de violência não tendem a aumentar.
P3: Se os níveis de violência não tendem a aumentar, a população não faz justiça com as próprias mãos.

C: A população não faz justiça com as próprias mãos.

Observe que não existe de maneira expressa uma proposição simples ou uma conjunção nas premissas desse
argumento.
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Observe também que a conclusão é uma proposição simples. Veja:

Conclusão: “A população não faz justiça com as próprias mãos”

Sendo assim, o 3º método torna-se mais conveniente, uma vez que iniciaremos a resolução através da conclusão,
considerando-a “falsa”.

Importante relembrar que, inicialmente, consideraremos a conclusão falsa. Ao fazer isso, duas são as
possibilidades:

1ª) Todas as premissas verdadeiras ----- Argumento INVÁLIDO;


2ª) Pelo menos uma premissas falsa ----- Argumento VÁLIDO;

Entendido isso, vamos à resolução da questão...

Considerando as proposições simples:

I: Há Investigação
SF: Suspeito é Flagrado Cometendo Delito
PC: Há Punição de Criminosos
NV: Níveis de Violência Tendem a Aumentar
PJ: População faz Justiça com as Próprias Mãos

Vamos resolver na seguinte sequência:

C: ~ PJ (F)

P3: ~ NV (F) → ~ PJ (F) ---- (V)

P2: PC (F) → ~ NV (F) ---- (V)

P1: I (F) ∨ SF (F) → PC (F) ---- (V)

Observe que partimos da conclusão falsa e obtivemos todas as premissas verdadeiras.

Diante disso, conclui-se que o gabarito será a única assertiva que apresentar valor lógico falso, uma vez que
precisamos chegar a um argumento válido e, consequentemente, não podemos obter valores lógicos “V” em todas
as premissas. Veja:

a) I (F) ∨ SF (F) ----- (F)

OBS: As demais alternativas de resposta têm valor lógico “V”, logo estão erradas, pois irão formar um
argumento inválido.

Conclusão: O GABARITO é a LETRA A

ATENÇÃO: Existe ainda o 4° método que é a análise através da construção de tabela verdade. Tal método,
em minha opinião, é ineficaz, pois é indicado, preferencialmente, quando houver em um argumento, no máximo,
duas proposições simples.

Raros são os argumentos que apresentam tal característica. Por isso, não vamos estudar o 4º método.
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Fique tranquilo, amigo concurseiro, pois os três métodos mencionados nesse capítulo são capazes de resolver
TODAS as questões de argumentação.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) (SELECON) - Admitindo como verdade que todo “cientista é racional” e que “alguns cientistas são pessoas
espontâneas”, então é necessariamente verdade que:
a) nenhuma pessoa espontânea é cientista
b) todas as pessoas racionais são cientistas
c) algumas pessoas racionais são espontâneas
d) todas as pessoas espontâneas são racionais
e) todas as pessoas espontâneas são cientistas

2) Considere verdadeira a afirmação:

“Todo vegetal verde é saudável.”

É correto concluir que:

a) todo vegetal saudável é verde.


b) todo vegetal que não é saudável não é verde.
c) todo vegetal que não é verde não é saudável.
d) alguns vegetais verdes não são saudáveis.
e) alguns vegetais que não são saudáveis são verdes.

3) Considere verdadeiras as seguintes proposições:

P1: Todo professor gosta de ler.


P2: Todo aventureiro não gosta de ler.

Portanto, é possível concluir que:

a) Algum aventureiro é professor.


b) Nenhum professor é aventureiro.
c) Alguém que gosta de ler é aventureiro.
d) Ninguém que gosta de ler é professor.

4) Considere verdadeira a afirmação: “Toda criança gosta de correr”. Considere as afirmativas a seguir.

I. Como Abel não é criança, então não gosta de correr.


II. Como Bruno gosta de correr, então é criança.
III. Como Carlos não gosta de correr, então não é criança.

Assinale:

a) se apenas I for verdadeira.


b) se apenas II for verdadeira.
c) se apenas III for verdadeira.
d) se apenas I e II forem verdadeiras.
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5) Em uma empresa, sabe-se que:

• alguns funcionários que têm nível superior também possuem mestrado;


• nenhum gerente possui mestrado.

Dessa forma, é necessariamente verdadeiro que:

a) algum gerente tem nível superior


b) nenhum gerente tem nível superior
c) nenhuma pessoa com nível superior é gerente
d) alguma pessoa com nível superior não é gerente

GABARITO:

1–D 2–C 3–B 4–C 5–D

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