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 DIREITO CIVIL IV

Profª. Antonella Marques Neves


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Métodos de avaliação – Prova 8,0 / Trabalhos 2,0


Prova – 10 questões objetivas mescladas e 2 subjetivas,
Doutrinas Básicas  Gonçalves Vol. 5, Maria Helena Diniz Vol. IV, Venosa, Tartuce,
Pamplona, Luciano de Camargo Penteado – direito das coisas

DIREITOS REAIS: Relação do homem com a coisa/objeto

Conceito – É o campo do direito patrimonial cujas regras tratam do poder dos


homens sobre as coisas apropriáveis – sendo corpóreo e não incorpóreo (que também
pode ser apropriado – estudo cientifico, patente).
Teoria clássica/ dualista ou tradicional – divide o direito obrigacional – pessoal
dos direitos reais – das coisas. Adotada pelo nosso ordenamento jurídico. Essa teoria é
um mar divisor dos direitos reais e obrigações, distingue os direitos reais dos
obrigacionais.

T
A
B
E
L
A

A
B
A
I
X
O

DIREITOS PESSOAIS DIREITOS REAIS


Direitos obrigacionais – há dualidade de Relação entre homem e coisa
sujeitos
Ativo e passivo 1 sujeito
Dar, fazer e não fazer Objeto – uma coisa apropriável corpórea
ou incorpóreo
Princípio básico – autonomia privada Regras de direito público
“pacta sunt servanda”

Não taxatividade Taxativos – dispostos/previstos na lei


art.1225 CC

Violado – lesionado entra contra quem Violado - Lesionado entra contra quem
lesionou detiver a coisa
TRANSITORIO PERMANENTE
A execução recai sobre o patrimônio Possui direito de sequela vinculada ao
geral bem A execução recai sobre o
patrimônio geral
É infinito É FINITO
“NUMERUS APERTUS” “NUMERUS CLAUSULUS”

Direitos reais são absolutos, um só titular exercido de forma direta e imediata ao


objeto, de forma atributiva, característica de ser permanente. Possui o direito de
sequela – seguir a coisa
Direitos obrigacionais são relativos, vinculo de uma prestação, de forma cooperativa,
tem característica transitória

 Conceito de direito das coisas


O direito das coisas regula o poder dos homens sobre os bens e os modos de
sua utilização econômica. – Orlando Gomes
É o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes as coisas
suscetíveis de apropriação pelo homem. Tais coisas são, ordinariamente, do mundo
físico, porque sobre elas é que é possível exercer o poder de domínio. – Clovis
Bevilaqua
Art. 1225 CC – direitos reais
Art. 33 DA LEI DE INQUILINATO
Alienação fiduciária – Art 1361 do CC (direito real, trata de bens móveis)
Lei 9547/91 – Imóveis

 Direitos reais são taxativos – devem estar na lei. Todos esses acima são os
direitos reais.
Características dos direitos reais:
 A oponibilidade erga omnes – o direito real valerá contra todos, contra
qualquer sujeito. No direito real há o sujeito ativo e a coisa, não existe o sujeito
passivo, ele é indeterminável. Ex: propriedade (direito real). Como faço para ser
proprietário? Basta estar dentro do imóvel? Não, é necessário o registro no registro de
imóveis .. Quando há registro há a publicidade também desse ato, assim possuo uma
oponibilidade erga omnes, contra todos, todos podem ver que sou proprietária através
da matricula. Outro ex: usufruto vitalício, é necessário que exista essa publicidade no
registro.
 O direito de sequela – sequela vem do verbo SEGUIR, desta forma seguindo a
coisa, o objeto. Ex: possuo uma casa, a qual está hipotecada, mesmo se eu vender para
B a hipoteca seguirá a coisa (a casa), pois está na matricula. Segue o bem e não o dono.
 A preferência – direitos reais prefere os direitos obrigacionais.
 A taxatividade – está na lei, ninguém cria direitos reais, apenas por
determinação legal
Outras teorias:
 Teoria unitária
- Teoria unitária personalista – Para essa corrente não existem diferenças
substanciais entre direitos reais e pessoas, uma vez que os primeiros não seriam senão
direitos obrigacionais.  Coloca os direitos obrigacionais no centro do direito Civil e o
direito real meramente parte desse direito obrigacional, como se esse existisse
mediante a vontade das partes somente. Essa teoria somente pode se dar entre
pessoas, alegando que os direitos reais, como os demais direitos pressupõe sujeito
ativo, sujeito passivo e objeto. Não acredita que exista relação entre sujeito e coisa.
- Teoria unitária realista – Os direitos reais englobam os obrigacionais, contrária
da personalista. Procura unificar os direitos reais e os direitos pessoais, obrigacionais a
partir do critério de patrimônio considerando que o direito das coisas e o direito das
obrigações fazem parte de uma realidade mais ampla, que seria o direito patrimonial.

Objeto dos direitos das coisas – objeto do direito real tanto podem ser as coisas
corpóreas, moveis ou imóveis, quanto as incorpóreas – propriedade intelectual.
Sujeitos – sujeito ativo: titular do direito subjetivo absoluto sobre o bem. Pode
exercer o direito de sequela e será sempre o possuidor (ainda que, dependendo do
desdobramento da relação possessória, seja possuidor do direito).
Sujeito passivo: sobre quem recai o dever de respeito ao exercício do direito
pelo sujeito ativo. Conforme já visto anteriormente, diz-se que na relação de direito
real há sujeição passiva universal.

 FIGURAS HÍBRIDAS/MISTAS ou INTERMEDIÁRIAS

Obrigação “propter rem” – são obrigações em consequência da coisa. Ex – sou


inquilina de um imóvel – existe um direito obrigacional – contrato de locação, devo
respeitar os direitos de vizinhança, os quais estão elencados em lei. Há então um
contrato obrigacional, não sou proprietária, mas devo respeitar as ordens do local, não
interessa quem seja, o que interessa é eu estar situada no local, faz-se então
necessário o dever de cumprir. Obrigação derivada de uma lei.  É aquela que recai
sobre uma pessoa, por força de determinada lei, são obrigações que surgem “ex vi
legis”, são configuradas como direito misto.
NÃO CONFUNDIR COM – ÔNUS REAIS.
Ônus reais – São obrigações que limitam o uso e gozo da propriedade, constituindo
gravames ou direitos oponíveis “erga omnes”. Propriedade – art. 1228 CC –
Faculdades aos proprietários: usar, gozar, fruir, dispor e rever a coisa. O ônus real está
ligado aos direitos reais sobre as coisas alheias. Ex – usufruto vitalício, tem uma
obrigação limitado ao uso e gozo da propriedade, não poderá dispor.

Obrigações com eficácia real: Relações obrigacionais que produzem eficácia


erga omnes. Art. 576 CC – Se a coisa for alienada durante a locação o adquirente não
ficará obrigado a respeitar o contrato se nele não constar o registro. Ex – prédio da
havan, há um contrato de locação registrado – então qualquer pessoa que comprar o
prédio deverá respeitar a locação.

Embora controvertida a distinção entre ônus reais e a obrigação propter rem,


costumam os autores apontar as diferenças:
a) Responsabilidade pelo ônus real é limitada ao bem onerado, não respondendo
o proprietário além do respectivo valor, pois pe a coisa que se encontra
gravada, na obrigação propter rem responde o devedor com todos seus bens
ilimitadamente, pois este é que se encontra vinculado;
b) Os primeiros desaparecem, perecendo o objeto, enquanto o efeito da
obrigação propter rem podem permanecer, mesmo havendo perecimento da
coisa;
c) Os ônus reais implicam sempre uma prestação positiva, enquanto as
obrigações propter rem pode surgir com uma prestação negativa;
d) Nos ônus reais a ação é cabível é de natureza real, nas obrigações propter rem
são de cunho obrigacional.

 Ônus reais x obrigação propter rem


ÔNUS REAIS OBRIGAÇÃO PROPTER REM
Responde limitadamente com o bem Responde ilimitadamente ao patrimônio
gravado (coisa) do devedor
Transitório Poderá ser permanente
Positiva Pode ser negativa (não fazer)
Ação real Ações de cunho obrigacional

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