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Razões e Consequências do Nomadismo

Na cultura:
No nomadismo das culturas tradicionais,
o deslocamento desenraizado era limitado
pelo espaço tecnológico.
Assim, criava-se uma espécie de rede de deslocamentos.

No nomadismo das culturas urbanas,


o deslocamento também é limitado
porém, agora, pelas fronteiras.
Reduzem-se, assim, a distância e as dimensões da rede.

O nomadismo cognitivo não precisa mais do espaço.


Nele, aquilo que se desloca não são mais os corpos,
mas as ideias.

Em cada um desses casos há consequências


que cobram dos corpos os impostos devidos
à condição de liberdade.

Quando o nomadismo deixa de funcionar


nas culturas tradicionais é o enraizamento
profundo e o sedentarismo que cobram
suas consequências.

Quando o nomadismo deixa de funcionar


nas culturas urbanas é o aprisionamento
dos corpos e o empobrecimento
do espírito.
Quando o nomadismo deixa de funcionar
na cultura da racionalidade e da cognição
é a solidão que assombra a mentalidade
e a subjetividade.

Na psique:
Solidão, nas alturas da razão o sentimento rarefeito
torna-se incomensurável.

Mudez, os ouvidos escutam apenas


sua própria loquacidade.

Abandono, os vínculos que se desfazem


e são perdidos.

Crueldade,
em nome do amor travestido.

Autodestruição,
fonte do rancor contra si mesmo.

Desenraizamento do espírito
e a insensibilidade como consequência.

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