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Direito Civil – 6°S - Teoria geral dos contratos

Princípios fundamentais do Direito Contratual

 Princípio da autonomia da vontade (art. 421 e 425 CC)

Princípio que dá início ao contrato, sendo ele, fundamental, pois, o contrato se dá pela vontade
própria das partes.

Porém, temos também, as limitações á liberdade de contratar, são exceções onde o poder
público, por exemplo, pode interferir, obrigando o sujeito a agir contra a vontade própria. Ex:
contratar energia elétrica, saneamento, etc.

 Princípio da supremacia da ordem pública (art. 2.035 CC)

Esse princípio enfatiza que a autonomia da vontade deve ser levada como fundamental, desde
que, não prejudique a coletividade e não haja nenhum desrespeito as normas públicas. Caso
isso ocorra, o pode público pode intervir no seu interesse particular para fazer prevalecer o
interesse coletivo.

 Princípio do consensualismo (art. 107 CC)

Se trata da forma do contrato, pois, a regra geral diz que para um contrato surgir efeitos basta
o consensualismo, o acordo de vontades, podendo ele ser também, verbalmente.

De forma excepcional, para alguns contratos, deverá se observar o princípio da formalidade.

 Princípio da relatividade dos efeitos do contrato

O contrato gera efeito somente entre as partes. Tudo o que foi acordado entre o credor e o
devedor, não pode ultrapassar os limites do contrato, não pode ultrapassar esses dois sujeitos.
Se ocorre, por exemplo, um atraso do cumprimento do devedor, o credor não poderá cobrar os
familiares, amigos, etc, porque os mesmos não estão dentro do acordo do contrato.

 Princípio da obrigatoriedade dos contratos (arts. 389, 390 e 391 CC)

“Pacta sunt servanda”

Tendo em vista o princípio da autonomia da vontade, o contrato se dá início pela sua vontade
própria, (observando sempre o princípio da supremacia da ordem pública) ninguém deve ser
obrigado ou coagido, pois se assim for feito, causará a nulidade. Dessa forma, se o contrato foi
concretizado, ele deve ser cumprido.

A expressão se traduz para “os pactos devem ser cumpridos”, significando então, que quando
duas ou mais partes fazem um contrato ou acordo, elas devem seguir as obrigações
estabelecidas nele.

 Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva (art. 317 CC)

“Rebus Sic Standibus”

A expressão se traduz para “enquanto as coisas estão assim”, significando então, que desde
que os fatos sejam os mesmos do início do contrato, deve se manter o princípio da
obrigatoriedade. Sendo assim, tudo que foi acordado, deve ser cumprido. Porém, se esses fatos
mudarem poderemos aplicar a revisão dos contratos.
Para que essa revisão ocorra, devemos observar a teoria da imprevisão, que analisa que para
um contrato ser revisto judicialmente ele precisa ser:

Comutativo: um contrato onde se expressa desde o início todas as vantagens e riscos que eu
posso correr.

De execução diferida ou periódica: aquele que não é cumprido a vista, pois, se ocorrer desta
forma, será cumprido no momento em que se concretizou.

Excessiva onerosidade para uma parte contratante e vantagem exagerada para outra: ou seja,
quando a mudança deixa um dos contratantes muito beneficiado e o outro, muito prejudicado,
a ponto de que ele não consegue mais assumir o contrato.

Imprevisibilidade e extraoordinariedade da alteração: se o fato que gerou a modificação do


contrato for um fato imprevisível e extraordinário, o Código Civil entende que são casos
fortuitos e de força maior, devendo assim, o contrato ser revisado.

 Princípio da boa-fé e da probidade (art. 422 CC)

No momento da formação do contrato, e do cumprimento, os contratantes deverão sempre


agir de boa-fé, sem nenhuma intenção de prejudicar a outra parte.

Boa-fé subjetiva: aquela individual, própria de cada um.

Boa-fé objetiva: aquela que estabelece que o comportamento deverá cumprir o que é
determinado pela lei, mesmo que a pessoa tenha uma boa intenção, se não foi realizado o
comportamento esperado pela lei, ela sofrerá as consequências jurídicas. Ex: o devedor não
pagou, mesmo que tenha sido por esquecimento, e ele tinha boas intenções, ele sofrerá as
consequências, por se aplicar a boa-fé objetiva.

O CC adota a boa-fé objetiva na teoria geral dos contratos.

Das várias espécies de contrato

 Típicos: aqueles que estão elencados no Código Civil.


 Atípicos: não estão presentes no CC, mas tem validade. (art. 425 CC)

Dos contratos em espécie - Contrato de compra e venda

É o mais importante e o mais comum dos contratos tipificados.

Conceito (art. 481 CC)

Contrato feito por um vendedor, sendo ele proprietário de um bem, onde ele irá transferir a
coisa para um comprador. O principal objetivo do contrato é a alienação de um bem.

Deverá existir o comprometimento da entrega da coisa, e o comprometimento da


contraprestação, ou seja, o que se dará em troca por essa coisa, que deverá ser sempre em
dinheiro.

O contrato de compra e venda possui caráter obrigacional. Sendo assim, ele une o vendedor e
o comprador, e não o comprador e a coisa, essa relação se dá com a tradição do bem.
Características

Sinalagmática ou bilateral: as obrigações deverão ser recíprocas, se não houver a reciprocidade


será uma doação ou uma dação de pagamento.

Essas obrigações estão diretamente ligadas, a ponto de que, se uma parte não cumpriu a sua
obrigação, a outra poderá deixar de cumprir a sua também.

Em regra, consensual: em oposições aos contratos reais (aquele que só irá surgir efeitos e
obrigações com a entrega da coisa), o consensual basta o acordo das vontades, não é
necessário a tradição para que as partes sejam obrigadas a cumprir com suas obrigações.
Todavia poderá ser solene, como casos que ocorrem no art. 108 do CC, quando a lei exige além
do consentimento.

Oneroso: gera um proveito econômico para ambos, vindo do sacrifício da obrigação.

Em regra, comutativo: de imediato se apresenta certo o conteúdo das prestações recíprocas,


ou seja, eu tenho conhecimento da vantagem que irei receber. Porém, quando se tem objetos
futuros no contrato, ele poderá ser oneroso aleatório. (aquele em que eu não possuo noção do
quanto irei ganhar economicamente).

Em regra, forma livre (não solene): em regra, será livre como se apresenta no art. 107, com a
manifestação da vontade de comprar e receber o produto, até mesmo verbalmente. Porém,
poderá ser solene, quando temos a compra e venda de um bem imóvel que valha 30 vezes o
salário mínimo, nesse caso, deverá ser outorgado por escritura pública, para gerar efeitos no
contrato.

Elementos da compra e venda

Para que o contrato de compra e venda tenha efeitos, os 3 elementos devem estar presentes, e
não basta apenas estarem presentes, e sim, estarem perfeitos. São eles:

Res pretium et consensus (coisa, preço e consentimento).

 Consentimento

A manifestação da vontade de ambas as partes deve ser livre, ambos devem estar certos sobre
a sua vontade referente ao negócio jurídico. Não pode haver nenhum tipo de vício, dolo,
coação, estado de perigo, etc.

Capacidade genérica: para que alguém realize um negócio jurídico, ela deve ser capaz, sendo
incapaz, a mesma deverá ser assistida ou representada, conforme os arts. 3° e 4° do CC.

Capacidade específica/especial: só poderá ser vendida a coisa, por aquele que é dono, da
mesma forma que só poderá comprar algo, com o dinheiro que é meu. Nos casos de venda de
coisa alheia, e compra com dinheiro alheio, o negócio jurídico será anulado por falta de
legitimação dos sujeitos.

Restrições: (casos onde mesmo a vontade sendo livre, tendo capacidade genérica e especifica,
a lei não permite que a pessoa venda ou compre algo)

Pessoa casada: obrigatoriamente é necessário a autorização do conjugue para se vender uma


coisa.
Ascendentes: por exemplo, para que um pai possa vender uma coisa a um filho, ele deverá ter
a concordância de todos os outros filhos.

Tutor/curador: Não podem de forma alguma, vender ou comprar algo do seu curatelado, pois
os mesmos são representados pelo curador, seria um negócio jurídico com si mesmo.

Condomínio/locatário: No caso de venda de condomínio onde temos vários donos, o dono que
desejar vender sua parte, deverá primeiro oferecer aos demais e depois para terceiros. Se a
venda for realizada para terceiros, sem o oferecimento aos demais, o negócio jurídico poderá
ser anulado.

No caso de venda de um imóvel onde possui um locatário, o locador deverá oferecer o imóvel
primeiro para o locatário atual, e depois para terceiros.

Preço (art. 485 CC)

Pecuniariedade: Para se caracterizar contrato de compra e venda, a contraprestação deverá ser


feita sempre em dinheiro.

Seriedade: Deverá haver proporção referente a coisa, não posso vender por exemplo, um carro
por 1 real, uma casa por 10 reais, isso não seria preço sério, e anularia o contrato.

Certeza: O preço precisa ser certo, ou seja, aquele que já está determinado ou determinável,
sempre expresso no contrato.

O preço se forma pela plena liberdade de negociação - preço convencional - livre debate entre
os contratantes - lei de mercado.

Fatores que influenciam: custo, marca, grife, demanda, raridade, utilidade, fama, tributação,
região, costumes, moda, etc.

Coisa (art. 483 CC)

Existência da coisa: a coisa precisa de fato existir ou ter pelo menos a expectativa de existência,
sendo atual ou futura, salvo se a intenção das partes era concluir contrato aleatório. É nulo a
venda de coisa inexistente.

Individuação da coisa: “obrigação de dar coisa certa”, até pode ser dada coisa incerta, desde
que conste no contrato qual o gênero e a quantidade da coisa.

Disponibilidade da coisa: dispor está no poder do proprietário, porém nem sempre a coisa está
disponível para venda. A indisponibilidade pode ser:

Natural: aquela insuscetível de apropriação. Ex: ar, casa no céu, etc.

Jurídica/legal: aquela que por força de lei, mesmo disponível, não poderá ser vendida. Ex:
praça pública.

Voluntária: aquela que por vontade da parte, não pode ser vendida. Ex: cláusula de
inalienabilidade colocada em testamento ou doação, ou seja, a pessoa doa uma coisa, porém
impede na cláusula, impede que a mesma seja vendida, passando a ser uma coisa indisponível.
Igualmente, no testamento.
Efeitos da compra e venda

 Gerar obrigações recíprocas (art. 481 CC)

Para que a coisa passe da posse do vendedor para o comprador, se geram obrigações
recíprocas, a de entregar a coisa e a de pagar o preço pela coisa, em dinheiro.

 Gerar responsabilidade pro vendedor acerca dos vícios redibitórios e da evicção.

O vendedor não pode vender algo com um vício oculto, se o fizer, de má-fé, poderá ser cobrado
indenização + perdas e danos. Na evicção, se o comprador perder a coisa, ele tem o direito de
cobrar do vendedor perdas + preço + perdas e danos, tudo que estiver previsto em lei.

Não precisa constar no contrato que o vendedor será responsável acerca dessas questões, pois
são normas de ordem pública, o CC estabelece a regra de que ele sempre será responsável
nesses casos.

 Responsabilidade pelos riscos (art. 492 CC)

Até a data da tradição, os riscos de deterioração e perda da coisa serão responsabilidades do


vendedor.

 Repartição das despesas (art. 490 CC)

Prevalece o que está no contrato. Se nada consta, o vendedor se responsabilizando pela


entrega, arcará com as despesas da mesma, e o comprador arcará com a escritura pública e o
registro da propriedade.

 Direito de reter a coisa (art. 491 CC)

Em contratos a vista, de execução instantânea, quem deve cumprir primeiro a obrigação é o


comprador, pagando o preço. Sendo assim, o vendedor poderá reter a coisa, caso perceba que
o comprador não iria pagar o preço

Principais obrigações do vendedor: Entregar a coisa, transferindo ao comprador sua


propriedade; Garantir a efetividade do direito sobre a coisa.

Principais obrigações do comprador: Pagar o preço; Receber, ou retirar a coisa.

Vendas especiais

Ocorrem quando se tem uma peculiaridade em relação a alguma parte do contrato. Sendo
assim, será aplicado além dos efeitos gerais da compra e venda no CC, as modalidades
próprias.

 Venda mediante amostra (art. 484 CC)

No momento da formação do contrato, a proposta é feita mediante um modelo, uma amostra


ou um protótipo. Quando se inicia a conversa entre as partes para a possível alienação do bem,
se é apresentado uma amostra, que não é a coisa em si, mas sim um modelo.

É uma venda especial, porque o comprador não avalia diretamente a coisa literalmente que
será vendida, mas sim uma amostra que se assemelha.

Amostra: uma pequena porção da própria coisa que será vendida.


Protótipo: um objeto que representa exatamente aquilo que irá se adquirir, porém não é o
mesmo. Ex: carro em teste drive, é o mesmo modelo, idêntico, porém não é o carro que eu irei
receber.

Modelo: quando se recebe a coisa nas mesmas características, mas em um tamanho menor.

Regra (art. 484 CC): a partir do momento que o contrato se forma mediante amostra, o
comprador deverá receber a coisa de forma correspondente ao que foi mostrado. Caso não
ocorra, teremos o inadimplemento da obrigação. (princípio da simetria adequada)

Para evitar qualquer tipo de controvérsia, deverá se constar no contrato quais eram as
características da coisa que me foi oferecida mediante amostra.

Inadimplemento: quando se entrega a coisa diferente do que foi apresentado através da


amostra, modelo ou protótipo. Nesse caso, o comprador deve imediatamente questionar, e
não aceitar receber a coisa, pois se ele receber o CC entende que ele aceitou essa coisa.

 Venda “ad mensuram” (art. 500 CC, caput)

Venda a qual o preço estará fixado, interligado de acordo com as dimensões das coisas, ou seja,
peso, medida, largura, dimensão. Nessa caso, os fatores determinantes são especificamente o
peso, medida e etc, da coisa que estou recebendo.

Ex: Adquirir um imóvel que deverá ter uma métrica mínima exata, a qual é exigida para poder
abrir uma franquia. Sendo assim, a métrica dela interessa muito mais pra mim do que a própria
coisa.

Dessa forma, o preço é fixado com base nessas metragens.

Ex: Uma área de terras com 6 hectares, 38 áreas e 65 centiares, denominada fazenda
taboquinha....
Regra: Se for percebido que a coisa adquirida, vale muito menos do que foi pago, ou seja,
recebi menos do que eu imaginava, dentro do prazo de 1 ano, poderá ser reclamado. Ex:
comprei um imóvel de 100 hectares, e quando fui fazer a metragem, na verdade media 99,5
hectares.

3 opções subsidiárias (soluções):

É obrigatório a todos que receberam menos do que o proposto, receber a complementação da


área. (quando houver a possibilidade)

Não sendo possível a complementação, se terá então mais 2 opções, sendo elas:

Resolução do negócio: desfazer o negócio jurídico. (Ação redibitória cumulada com a


restituição do valor)

Abatimento do preço: como foi recebido muito menos do que foi pago, a parte poderá pedir o
abatimento do preço pago. (Ação estimatória)

§1° diz que se a diferença for mínima, não caberá nem resolução do negócio e nem abatimento
do preço. Ex: a parte recebeu 99,8 hectares, e solicita a resolução do negócio por 0,2. Sendo
assim, um valor irrelevante referente a toda a quantidade já recebida.
Adimplemento substancial: valerá quando a diferença for inferior a 1/20 ou 5% da metragem
total. Não poderá pedir resolução ou abatimento, mas poderá solicitar perdas e danos.
Metragem determinante: Quando a dimensão mesmo que mínima, era um fator determinante,
ou seja, era necessário ter exatamente aquelas medidas, fazendo me perder outro contrato,
por exemplo. Nesses casos, provando que era um fator determinante, caberá resolução do
contrato ou abatimento do valor.
Excesso da área: Quando se recebe mais do que foi acordado. O comprador terá o direito de
complementar o valor pago ou devolver o excesso (se for possível, se não for, obrigatoriamente
deverá completar o valor).
 Venda “ad corpus” (art. 500, § 3°)

Quando para a venda não importa a metragem, dimensão, etc, e sim a coisa como um todo. O
preço não é fixado de acordo com a metragem, e sim como a coisa no todo, mesmo que tenha
no contrato a metragem do local.

Ex: Imóvel – apartamento n° 1601, com 4 vagas de garagem....medindo 3494,08m2.

Regra: Não outorga ao comprador direito de exigir complementação de área/peso, porque o


preço não foi fixado de acordo com ela, mesmo que haja alguma diferença na medida.

A referência a dimensões não descaracteriza a venda “ad corpus”, se não tem a função de
condicionar o preço.

Cláusulas especiais

Além dos efeitos principais, o contrato poderá ter efeitos próprios, inserindo então no
contrato, a cláusula especial.

As cláusulas especiais são elementos acidentais, para atender interesses específicos, sem afetar
a regulamentação genérica. É necessária a manifestação expressa tanto do comprador, quanto
do vendedor, referente as cláusulas especiais, pois as mesmas não se presumem pelo CC como
os efeitos principais. Normalmente em contratos escritos, pois no verbal, há uma grande
dificuldade de provar a concordância de ambos.

 Retrovenda (art. 505 CC)

Cláusula em que o comprador e o vendedor, estabelecem no contrato que a venda poderá


voltar para o vendedor, ou seja, a coisa pode voltar a ser de posse do vendedor como
proprietário. Ex: Ocorreu a venda de um imóvel, o comprador após a escritura, passa a ser
proprietário do mesmo, porém, se o vendedor solicitar, dentro de um prazo de até 3 anos, ele
poderá voltar a ser proprietário do local, após o pagamento sobre o que ele recebeu pelo
imóvel, as despesas gastas pelo comprador decorrente do contrato, e a indenização das
benfeitorias necessárias.

Não se considera uma nova venda e sim a volta da venda já feita. Não terá a incidência do
imposto de transmissão de bens intervivos.

A retrovenda é de natureza resolutiva potestativa.

É proibida a utilização da cláusula de retrovenda como garantia de outro negócio jurídico. A


retrovenda deve ser pautada no princípio da boa-fé, e não pode ter utilizada para chantagens,
ou qualquer outro modo que prejudique as partes. Podendo nesses casos então, ser anulada.

Objeto: a cláusula de retrovenda poderá ser inserida em casos onde o objeto do contrato é
bem imóvel, porque o bem imóvel é um bem mais durável, e permanecerá nas mesmas
condições de quando ocorreu a venda. O STJ declarou que não há incompatibilidade entre a
cláusula e os bens móveis, porém a doutrina enfatiza a possibilidade sendo somente para bens
imóveis.

Prazo para a retrovenda: máximo de 3 anos, sendo possível estabelecer outro pelos
contratantes, desde que não passe do prazo máximo anos. Se nada constar no contrato, segue
o prazo legal de 3 anos. Conta-se a partir da escritura. Caso o prazo seja ultrapassado, a
cláusula não passa a ser nula, e sim somente o prazo, passando a ser o estabelecido pela lei.

Recusa do adquirente (art. 506 CC): o comprador é obrigado a devolver o imóvel, mediante a
solicitação e aos pagamentos do vendedor, e caso não o faça, o vendedor tem direito a solicitar
uma ação de consignação em pagamento (o juiz verificando que os valores estão corretos, irá
determinar ao comprador que ele devolva, se mesmo assim não o fizer, poderá propor uma
ação reivindicatória).

Transmissibilidade (art. 507 CC): o direito de retrovenda do vendedor pode sim ser transmitido,
a terceiros ou aos herdeiros. O prazo segue sendo o mesmo, desde a escritura.

Cabível a mais de uma pessoa (art. 508 CC): é admitido a mais de uma pessoa, desde que haja
o consentimento do comprador no momento de admissão da cláusula. Porém, muitas vezes
somente um ou alguns dos vendedores querem solicitar o resgate, e não todos. Nesses casos, o
vendedor que tiver interesse, sendo esse um direito dele, poderá intimar os outros, para que
os mesmos concordem e façam o resgate em conjunto, ou que concordem que somente ele em
específico exercerá a cláusula, e terá o bem de volta, mediante o pagamento correto, ou o
vendedor que tiver interesse poderá resgatar parcialmente o bem, passando a ter posse dele
juntamente com o comprador.

Terceiro adquirente (art. 507 CC): o comprador poderá sim, mesmo com a cláusula de
retrovenda, vender o bem a terceiros, desde que o terceiro adquirente tenha o conhecimento
da cláusula, devendo ele também, ter a obrigação de devolver o bem caso solicitado dentro do
prazo do primeiro contrato.

Efeitos “ex tunc” (art. 1359 CC): a partir do momento da retrovenda, o negócio jurídico se
extingue, como se o bem nunca tivesse sido do comprador.

Vencido o prazo, o vendedor não tem mais o direito de resgate sobre a coisa. Se houver o
perecimento/deterioração da coisa, com culpa do comprador, o vendedor poderá solicitar
abatimento do valor + perdas e danos, na hora de exigir a retrovenda. Caso ocorra, mas sem
culpa, fica a critério do vendedor exigir ou não a cláusula.

Crítica a retrovenda: O doutrinador Carlos Alberto Gonçalves, enfatiza o fato da desproporção


entre comprador e vendedor nos casos de retrovenda. Pois, o valor pago ao comprador pelo
vendedor na hora de exigir o resgate, deverá ser o valor pago pelo bem no início do contrato,
independente de quanto ele valha no atual momento. Trazendo assim, muitas vezes, um
prejuízo ao comprador, pois o bem poderá valer um valor bem mais alto e mesmo assim ele
não receberá.

 Venda a contento (art. 509 CC)

Venda que está condiciona ao contentamento do comprador. Tendo haver pura e simplesmente
com o gosto pessoal do comprador, e não as características da coisa. Muito comum em casos
de comida/bebida/vestimentas.
Será estabelecida de acordo com uma condição suspensiva. O contrato de compra e venda será
manifestado somente quando o comprador manifestar gosto pela coisa. Ex: “teste a máquina
de lavar em 30 dias, se não gostar devolvemos o seu dinheiro.”

O vendedor não pode questionar caso o comprador não goste da coisa, pois se trata
diretamente de um contento subjetivo, independente da qualidade da coisa.

Mesmo após a tradição da coisa, não houve a concretização do contrato, pois o mesmo
depende de uma condição, o contento do comprador. Só será concretizada a transferência de
propriedade após o contento.

É necessário estar expressa a cláusula no contrato, pois as cláusulas especiais não se


presumem, nesse caso, sendo necessário frisar que o contento é subjetivo e não depende do
funcionamento da coisa.

 Venda sujeita a prova (art. 510 CC)

A venda está condicionada a objetividade da coisa, ou seja, o comprador só poderá devolver a


coisa, alegando descontento, quando a coisa não funcionar como prometeu. Ex: “você mais
magra ou seu dinheiro de volta” “passe na oab ou tenha seu dinheiro de volta”.

O contrato só se concretiza quando a coisa funciona como prometeu e não ocorre a devolução,
e não somente com a tradição da coisa.

Deverá estar expresso no contrato, frisando, nesse caso, que o direito de devolver a coisa e não
concretizar o contrato só ocorrerá de acordo com o não funcionando da coisa como prometido.

Efeitos da venda a contento e sujeito a prova

Dever de conservar (art. 411 CC): No período de “teste” da coisa, o comprador deverá
conserva-la como se fosse dele, cabendo perdas e danos, caso ocorra.

Prazo (art. 512 CC): Deverá se estabelecer um prazo para o período de “teste” da coisa, o
mesmo não é estabelecido pelo código, devendo então as partes estabelece-la.

Caso o comprador não expresse descontento e nem contento no prazo estabelecido, se


presume a aceitação da coisa, concretizando o contrato.

 Preempção (art. 513 CC)

A preempção é o direito de preferência. Ocorre quando se estabelece no contrato de compra e


venda que, se o comprador se interessar em vender a coisa, deverá ele oferecer primeiro à
aquele que o vendeu, antes de terceiros.

Negócio perfeito e acabado – o comprador será exclusivo dono da coisa após a transferência da
coisa, e só terá que praticar a preempção caso ele deseje. Não há nenhuma imposição pela
parte do vendedor.

Preferência convencional: a preferência só existe porque as partes assim desejaram no


momento do contrato. (preempção)

Preferência legal: aquela que independente da vontade das partes, deverá ser feita, pois assim
a lei determina. (contrato de locação onde o locador se tiver interesse em vender o imóvel,
deverá primeiro oferecer ao locatário)
Requisitos cumulativos: desejo do comprador de vender; vontade do vendedor de recomprar;

Prazo (art. 513, parágrafo único): para ocorrer a preempção da coisa móvel, poderá ocorrer até
o prazo máximo de 180 dias, e prazo máximo de 2 anos se o bem for imóvel. O limite não pode
ser ultrapassado, porém as partes podem estabelecer prazo menor, caso queiram.

Caso o prazo seja ultrapassado, a cláusula não passa a ser nula, e sim somente o prazo,
passando a ser o estabelecido pela lei.

Diferença com a retrovenda:

Na retrovenda: Quem “manda” é o vendedor; O preço pago pelo vendedor na hora de exigir a
coisa de volta, deve ser o mesmo pago pelo comprador no momento da “primeira” venda do
contrato. Não gera nova aquisição, não gerando tributação;

Na preempção: Quem tem o poder de mandar é o comprador; O comprador estabelece um


novo preço pela coisa, de acordo com a sua vontade; Gera nova aquisição e tributação;

Notificação pelo vendedor (art. 514 CC): caso o vendedor saiba que há o interesse de vender
do comprador, pode ele, notificar o comprador, lembrando-o da sua obrigação para com ele.
Para evitar que a cláusula seja descumprida.

Preço (art. 515 CC): quem decide o preço é o comprador, desde que ele ofereça as mesmas
condições para o vendedor e para terceiros, sob pena de responsabilização.

Preempção em condomínio (art. 517): em caso de mais de um vendedor, onde somente 1 tem
interesse em recomprar a coisa, ele deve pagar o valor todo sozinho, não podendo haver a
venda parcial como na retrovenda.

Intransmissibilidade (art. 520 CC): a cláusula de preempção é personalíssima, não podendo


então ser transmitida para terceiros, e nem para herdeiros.

Responsabilidade (art. 518 CC): se o comprador desrespeitar a cláusula, o vendedor poderá


pedir perdas e danos, cabendo também a terceiros caso o mesmo sabendo da existência da
cláusula agiu de má fé juntamente com o comprador.

Doação (art. 563 a 564)

Doação não é um ato unilateral, sendo necessário a manifestação de ambas as partes do


contrato. A parte que está recebendo a doação deve querer de fato receber, pois muitas vezes
uma doação pode vir de forma mal intencionada, ou a coisa doada esteja tão deteriorada que
os gastos para reinterar a mesma seria tão altos a ponto que não compense, etc.

Doador, sendo proprietário de um bem (móvel ou imóvel), decide transferir a propriedade a


um donatário, sem que para isso seja dado a ele algo em troca.

Características

Para que o contrato de doação gere efeitos reconhecido pelo ordenamento ele deve conter:

Contratualidade

Deve haver natureza contratual, vontade das duas partes. O contrato de doação não gera a
tradição da coisa.
Contrato unilateral: somente uma parte possui obrigações, para outra basta permanecer em
inércia e receber a coisa.

Em regra, o contrato deve ser obrigatoriamente escrito, para que gere efeitos, obedecendo o
princípio do formalismo.

Contrato gratuito: donatário terá benefícios sem ter que dar nada em troca do seu patrimônio.

“Animus donandi”

Depende da intenção do doador. Para que gere efeitos de contrato de doação, a intenção do
doador deve ser de entregar a coisa, sem pedir nada em troca, definitivamente. Pois, há casos
de doação onde o doador pede que a coisa seja devolvida após um período, nesse caso seria
comodato.

Transferência de bens

O doador deve transferir o bem para o donatário, através da tradição (entrega do bem ou
escritura pública com registro).

Aceitação

O donatário precisa aceitar o bem, pois nem sempre o bem vem somente com benefícios. A
aceitação pode ser:

Expressa, sendo escrita.

Tácita, de forma quando se dá a entender que o donatário aceitou o bem, por exemplo através
da sua assinatura no contrato.

Presumida (art. 539 (silencio) e 546 (por evento posterior).

Ficta, onde o doador doa para um incapaz, sendo um pleno benefício para o donatário, o
representante não precisa aceitar a doação.

Objeto (art. 538)

Tudo aquilo que pode ser vendido (contrato de compra e venda) pode ser doado, desde que
tenha valor patrimonial.

Todo e qualquer bem móvel e/ou imóvel; Disponível, etc.

Espécies de doação (art. 538 a 564)

Pura e simples ou típica

Aquela doação onde o doador não possui nenhum motivo para realizar a doação, apenas o
motivo de favorecer outra pessoa. Aceitação poderá ser de forma presumida ou ficta.

Onerosa, modal, com encargo ou gravada

Aquela onde o doador dará uma condição ao donatário, onde se ele não cumprir poderá haver
a revogação da doação. Ex: doador doa um terreno e exige que ali seja construído um hospital.

Remuneratória (art. 540)

Quando após um serviço prestado pelo donatário, de forma voluntaria, o doador resolve
reconhecer o serviço através de uma doação.
Mista

Não há doação total e completa. Aquela onde o doador vende uma coisa para o donatário,
porém sem um preço sério. Ex: vender um carro de 30 mil, por 10 mil.

Será doação e não compra e venda porque o imposto será menor.

Em contemplação do merecimento

O donatário não prestou nenhum serviço, apenas o fato dela existir o doador resolve beneficia-
lo com uma doação. Ex: enfermeiro/médio em tempos de covid

Feita ao nascituro (art. 542)

Aquela doação feita para um bebê que ainda não nasceu. Há uma condição suspensiva, se o
bebê nasce com vida a doação se consolida, caso não nasça ou nasça sem vida, a doação se
suspende.

Em forma de subvenção periódica (art. 545)

O doador faz uma doação de forma periódica, ou seja, de tempo em tempo ele pratica a
doação ao donatário.

Em contemplação de casamento futuro (art. 546)

Aqui há uma promessa, se ocorrer o casamento ocorre a doação. Presente de casamento não
caracteriza doação, pois ocorre quando o casamento já foi realizado.

Pode haver perdas + danos pelo descumprimento.

Entre cônjuges (art. 544)

Só ocorre em comunhão parcial de bens, e com bens particulares onde o doador já tinha o
bem antes do casamento.

Em comum a mais de uma pessoa, conjuntiva (art. 551)

Doar para mais de uma pessoa.

De ascendentes a descendentes (art. 544)

Poderá ocorrer desde que haja o consentimento positivo dos demais. Ex: doar apenas para um
dos filhos)

Inoficiosa (art. 549)

Aquela onde se dispõem menos do que posso. Poderá ser anulada.

Com cláusula de retorno e reversão (art. 547)

Ocorre quando a doação é específica para apenas uma pessoa. Sendo assim, com o
falecimento dessa pessoa, através de uma cláusula colocada no contrato, a coisa retorna para o
doador ao invés de ir para seus herdeiros.

Se o doador falecer primeiro, a cláusula se extingue.


Manual (art. 541, parágrafo único)

Única forma de doação que admite a forma verbal, pois ocorre em coisas com valores muito
pequenos e não diminui quantidade significativa no patrimônio do doador, Ex: doar um fogão
para alguém que possui 1 milhão em patrimônio.

Feita a entidade futura (art. 554)

Doação feita para entidades que ainda não existem, pois as mesmas precisam dessa doação
para ser construídas. Haverá um prazo, se em 2 anos da doação ela não existir, ela poderá ser
revogada.

Restrições legais para o contrato de doação

O contrato de doação não pode existir quando:

 O devedor for insolvente (possui mais dívidas do que bens);


 A doação é parte inoficiosa (mais do que pode dispor) do patrimônio do doador,
podendo ser doado apenas até penas 50% do patrimônio, será nulo apenas o que
ultrapassar (se foi doado 75%, será nulo apenas 25%);
 Doação de todos os bens do doador;
 Conjunge adúltero não poderá doar para seu amante, enquanto perdura o casamento;

Revogação da doação (art. 538 a 564)

Será anulado por casos comuns de contratos (vícios, objeto ilícito, parte incapaz), porém,
existem motivos específicos.

Revogação pode descumprimento do encargo (art. 562)

Casos de doação onerosa, onde se não houver o cumprimento do donatário poderá ser
anulado a doação.

Revogação por ingratidão do donatário (art. 557 e 558)

Só cabem a doações puras e simples. Aqui existe uma obrigação moral, ou seja, não se exige
que o donatário dê nada em troca para o doador, mas que ele seja minimamente grato e
respeite o doador. Rol taxativo nos artigos.

Procedimento da revogação

Prazo (art. 559): até 1 ano após o cometimento do crime.

Legitimidade (art. 560): doador, podendo os herdeiros continuarem.

Exceção (art. 561): herdeiros no caso do inciso I do art. 557.

Contrato de locação das coisas – (art. 565 a 578)

Locação de coisas móveis, é aquela disciplinada pelo código civil, a locação de coisas imóveis
está fundamentada na lei específica, 8.245/91.

Coisas que podem ser locadas: bem infungíveis(insubstituíveis), coisas com valores
patrimoniais. (ex: carro, caçamba, impressoras, brinquedos de festa, roupas de gala, etc.)
Conceito: quando se tem a figura de um locador, onde ele decide adquirir valor patrimonial na
sua coisa, alugando para um locatário, através de um valor pago pelo mesmo, chamado
aluguel. (podendo ser um valor único ou em parcelas)

Natureza jurídica:

Bilateral: o locador tem obrigação de entregar a coisa e o locatário a obrigação de pagar pela
coisa.

Oneroso: o locador irá abrir mão da posse da coisa, e o locatário irá abrir mão do dinheiro para
pagar pela coisa.

Consensual: basta o acordo de vontades para gerar efeitos, e não a entrega da coisa.

Comutativo: no momento da formação do contrato ambas as partes sabem exatamente suas


obrigações e vantagens no contrato

Não solene: pode ser feito inclusive de forma verbal.

Trato sucessivo: preço fixado em determinados períodos sucessivamente.

Elementos

Objeto: aquele que deve ser necessariamente bem infungível, para ocorrer a devolução.

Preço: pode ser fixado de diversas formas, mas na maioria das vezes será sucessivo.

Consentimento: não poderá haver vício do consentimento, e ambas as partes devem ser
capazes.

Obrigações do locador (art. 566)

Entregar a coisa; Manutenção da coisa, para que ela possa continuar exercendo sua função;
Mantenha a coisa livre de qualquer problema que ela possa ter sobre terceiros , promover a
proteção da coisa.

Obrigações do locatário (art. 569)

Utilizar a coisa como se fosse usa (Pequenos reparos diante do uso do próprio locatário são de
responsabilidades do mesmo); Pagamento do aluguel/aluguéis exatamente como ficou
convencionado no contrato; Proteger a coisa sobre comportamento de terceiros; Devolver a
coisa da mesma forma como a recebeu (caso haja avarias o locador poderá pedir que o
locatário arque com todos os reparos da coisa).

Contrato de locação de imóveis urbanos - Lei n° 8.245/91

A lei especial não disciplina em casos de: imóveis públicos; Vagas autônomas de garagem ou de
espaços para estacionamento de veículos; Espaço destinados à publicidade; Hotéis; Além das
coisas móveis; Todos serão então, disciplinados pelo CC e não pela lei especial.

Da locação em parte geral

Locador e locatário – bem imóvel – aluguel.

Prazo (arts. 3° e 4°): Os contratantes que definem o prazo, caso não definam nenhum prazo,
será um contrato de prazo indeterminado. O locador após o prazo, não pode reaver o mesmo,
já o locatário pode devolver o imóvel antes do encerramento do prazo, mas deverá pagar uma
multa compensatória pelo restante do aluguel que ainda faltaria.

Extinção da locação (art. 9°):


I - por mútuo acordo;

II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual;

III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos;

IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser
normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a
consenti-las.

Morte do locador (art. 10): Transmite-se a obrigação aos herdeiros.

Morte do locatário (art. 11): Se houver pessoas que moravam juntamente com o locatário, as
mesmas podem continuar com o contrato de locação.

Aluguel (art. 17 a 21): Fixação e forma de pagamento são dadas pelas partes, devendo ela ser
da moeda corrente do país. As partes também decidem como poderá ser a forma de reajuste
do aluguel, caso não decidam, a própria lei exige que no prazo de 3 anos ocorra o ajuste
judicial do valor.

Obrigações: Se trata de um contrato bilateral, ou seja, o mesmo surge efeitos e obrigações para
ambas as partes. As obrigações do locador estão presentes no art. 22, e são as principais:
entregar o imóvel, mantendo o mesmo em plena capacidade de utilização, disposição de
recebimento do aluguel, dentre outros. As obrigações do locatário estão presentes no art. 23, e
são as principais: pagamento do aluguel no valor e dia convencionado, devolver o imóvel ao
fim do contrato ou quando solicitado pelo locador por prazo determinado, despesas do imóvel
enquanto sua utilização, dentre outros.

Direito de preferência (art. 27 a 34): Aqui se trata da preferencia legal, onde se caso o locador
na vigência do contrato desejar vender o imóvel, deverá obrigatoriamente oferecer primeiro ao
locatário e depois para terceiros. Ocorre através de notificação extrajudicial, ou qualquer forma
que se prove a preferência, apresentando então suas condições para a venda, oferecendo as
mesmas condições para o locatário e para terceiros. O locatário terá um prazo de 30 dias para
responder se irá ou não realizar a aquisição do imóvel nas condições apresentadas, caso passe
esse prazo, caduca então a preferência.

Benfeitorias: Nos casos de benfeitorias necessárias, mesmo que não autorizadas, o locatário
tem direito a indenização por parte do locador. As benfeitorias úteis caso autorizadas, também
cabem a indenização. As voluptuárias não são indenizáveis.

Da locação em parte especial

 Locação residencial (art. 46 e 47)

Fixado no contrato o prazo maior que 30 meses, quando ocorrer o vencimento,


automaticamente o negócio estará extinguido, porém, se o locatário permanecer no local por
mais 30 dias, e o locador não se manifestar, o contrato passará a ser um contrato por prazo
indeterminado. Podendo dessa forma ocorrer a revogação do contrato a qualquer tempo,
bastando a vontade do locador, sendo notificado e dando ao locatário o prazo de 30 dias para
desocupação. (denúncia vazia)
Fixado no contrato o prazo menor que 30 meses, quando ocorrer o vencimento, se o locador
não se manifestar, o contrato passa a ser imediatamente por prazo indeterminado, podendo
ser revogado somente nas hipóteses do art. 47. (denúncia cheia, ou seja, apenas com um
motivo). Sendo eles:
I - Nos casos do art. 9º;
II - em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do imóvel pelo locatário
relacionada com o seu emprego;
III - se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de
ascendente ou descendente que não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel
residencial próprio;
IV - se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realização de obras aprovadas pelo
Poder Público, que aumentem a área construída, em, no mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for
destinado a exploração de hotel ou pensão, em cinqüenta por cento;
V - se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos.

 Locação para temporada (arts. 48 a 50)

O valor do aluguel será convencionado pelas partes, e diferente da residencial, não será
mensalmente e sim diária.

Para caracterizar locação para temporada, o prazo de locação deve ser menor que 90 dias. Caso
o locatário permaneça no local no 91° dia, o contrato passa a ser por prazo indeterminado,
passando a ser locação residencial, sendo menor que 30 meses se aplica a regra acima.

 Locação não residencial (arts. 51 a 57)

Aquela que é utilizada para questão comercial, atividade laborativa.

Para garantir a segurança do ponto comercial, o locatário tem direito a renovação do contrato
de aluguel de forma compulsória. Ou seja, se fixa um prazo e após o vencimento poderá se
renovar para o mesmo prazo. Para isso deve-se provar todos os seguintes requisitos: contrato
deve ser escrito e com o prazo determinado; o prazo mínimo da atividade laborativa é de 5
anos; que ele esteja no mesmo ramo há pelo menos 3 anos.

Não renovação (art. 52): O locador tem hipóteses onde pode não renovar, mesmo
comprovando os requisitos acima. São elas os casos de obras urgentes, os casos para uso
próprio de comércio em outro ramo

Demais casos (art. 56): O contrato cessa quando se finaliza o prazo, independente de
notificação, se tiver finalizado o prazo e o locatário não entregar o local, caberá de acordo com
o art. 5° da lei, uma ação de despejo.
Do contrato de seguro (art. 757 CC)

Contrato que prevalece o receio/medo da pessoa de sofrer algum dano, sendo assim, com o
contrato de seguro essa pessoa tem a segurança de ser ressarcida, de ter esse dano reparado,
caso venha a acontecer.

Contrato de garantia entre segurador e segurado, o segurado paga um valor ao segurador para
que o mesmo garanta o ressarcimento do dano causado.

A figura do segurador é fiscalizada pelo poder público, para evitar que ocorra descumprimento
da sua obrigação. Sendo assim, só poderá ser segurador aquelas pessoas autorizadas pelo
poder público, e deverá ser sociedade.
Risco: possível risco, que pode ou não ocorrer. Sinistro: materialidade do risco.

O risco sempre deve estar previsto no contrato, ou seja, se está previsto o risco de acidente de
carro, e ocorre um furto, o seguro não cobrirá.

Nos contratos de seguro de vida, a indenização será para terceiros.

Natureza jurídica

Bilateral e sinalagmático: gera obrigações para ambas as partes.

Oneroso: gera para ambos ônus.

Aleatório: não existe contrato de seguro sem o possível risco.

De adesão: pois o poder público intervém, o segurador apresenta a proposta e cabe ao


segurado apenas aceitar ou não.

Consensual: para gerar efeitos basta o acordo de vontades.

Proibido pela legislação

O risco não poderá recair sobre: Objeto ilícito; Cláusulas contrárias a ordem pública; Valor da
indenização superior ao interesse. (coisa protegida)

A estrita boa-fé (art. 765 e 766 CC)

Deve haver boa-fé do segurador e do segurado.

Princípio da mutualidade dos segurados

O segurador recolhe o valor do prêmio de todos os segurados e é com esse valor que se paga a
indenização. Ou seja, se ocorrer o sinistro sobre o meu bem protegido, será pago com o
dinheiro de todos os outros segurados.

A seguradora não diminui seu patrimônio para pagar a indenização, é possível que a
indenização ocorra através do prêmio pago pelos outros segurados.

Espécies de seguro

Seguros sociais: não ocorre pela manifestação das vontades, e sim pois a lei determina para
trabalhadores que recolhem uma parte do seu salário para a previdência.

Seguros privados: decorrem da autonomia das vontades.


Quanto ao objeto

Poderá ser de coisas ou pessoas.

Quanto ao sujeito

Seguro individual ou coletivo (um contrato de seguro que atinge várias pessoas/coisas

Código Civil

O código tutela o seguro de danos e de pessoas.

Seguro de danos: de coisas (protege a coisa danificada); responsabilidade civil (ocorre quando
a pessoa como civil causa algum dano com ou sem culpa a terceiros e não precise arcar com as
custas.

Seguros de pessoas: de vida; de acidentes pessoais.

Seguro de dano

Todo aquele que envolve dano da coisa patrimonial.

Valor da garantia (art. 778): deve ser um valor no qual seja o mesmo da coisa antes de ser
danificada, não poderá ser maior, pois dessa forma o segurado poderia causar o risco
propositalmente. No contrato deve-se constar que o valor da garantia é igual ou menor do que
o valor do bem. Se o valor for superior poderá sofrer consequências criminais e seu direito de
garantia será cortado.

Valor da indenização (art. 781): o valor a ser avaliado para pagar a indenização deve ser o valor
atual da coisa, e não aquele analisado para definir o valor da garantia.

O valor só poderá ser superior em caso de mora, ou seja, o segurador não pagar a indenização
na data correta, nesse caso entraria os juros e correções e o valor ficaria superior.

Mais de um seguro (art. 782)

O código admite que um mesmo segurado contrate mais de um segurador para uma mesma
coisa, nos casos de seguro parcial. Sendo assim, o primeiro seguro contratado deve ser parcial.

Para isso, deve-se contatar o primeiro segurador, para avaliar o valor de garantia e o segundo
segurador apenas completar o valor total da coisa, para não passar o valor limite, ou seja, valor
maior que o valor original da coisa.

Cobertura de todo o prejuízo (art. 779)

O segurador deve cobrir todos os danos da coisa, até mesmo aqueles que podem ser causados
para tentar evitar ou salvar a coisa do dano. Ex: quebrar a porta para apagar um incêndio.

Coisas transportadas (art. 780)

Há a possibilidade de seguro de coisas transportadas. Começa a viger a partir do momento que


a transportadora recebe a coisa, e termina no momento que a coisa é entregue ao destinatário.

Efeitos do seguro de dano

 Cláusula de rateio (art. 783): ocorrido o sinistro, fica definido que tanto o segurador
quanto o segurado terão que arcar com o ressarcimento.
Ambos definem a cláusula por vontade no contrato e decidem quem fica responsável pelo que.

 Vício intrínseco da coisa segurada: vício já presente na coisa antes do contrato, porém
não foi informado ao segurador pelo segurado, nesse caso a seguradora não responde
pelo vício anterior ao contrato. Se o vício for informado no momento do contrato,
caberá normalmente a indenização.
 Transferência a terceiros (art. 785)
 Sub-rogação do segurador (art. 786): transferência de direito, ou seja, após ocorrer o
sinistro, os mesmos direito de cobrar o culpado que se tem quem sofreu o dano,
poderá ser cobrado pelo segurador. Não ocorrerá nos casos que o culpado for:
cônjuge/companheiro, ascendentes, descendentes, consanguíneos.
 Seguro de responsabilidade civil (art. 787): ocorre quando o segurador terá que
indenizar o segurado e o terceiro também, em face do segurado ser o culpado do
dano.

Seguro de pessoa

Bem jurídico protegido é a vida. Poderá ser: de vida, acidentes pessoais, natalidade, pensão,
aposentadoria, invalidez.

Mais de um seguro (art. 789)

Poderá ocorrer, pois não há limites para a proteção da vida, e dessa forma, não haverá limite
quanto ao valor.

Seguro sobre a vida de outrem (art. 790): poderá ocorrer, porém o segurado deverá indicar os
motivos pelo qual ele gostaria de proteger a vida de um terceiro, qual sua intenção, sendo
dispensada nos casos de interesse presumido, por exemplo por parentesco.

Morte por suicídio (art. 789)

A súmula 61 do STJ e 105 do STF, entende que poderá ser válido a indenização nesses casos,
desde que o seguro não tenha sido contratado de má-fé, ou seja, a pessoa já sabia que iria tirar
a própria vida e assim contratou o seguro para beneficiar seus familiares.

Porém, dessa forma se ficava muito complicado para se provar a existência ou não da má-fé, e
o segurador sempre lutava para não pagar e a família por receber.

O artigo 798 transformou essa premeditação de má-fé em forma objetiva, dizendo que se o
segurado tiver tirado a própria vida nos primeiros 2 anos do contrato não haverá a obrigação
de indenização do segurador.

Beneficiário provocador da morte do segurado

O beneficiário que seja autor do homicídio não tem direito ao seguro, por falta de causa moral
e pela condição maliciosamente provocada por aquele, para se aproveitar.

Obrigações do segurado

Pagar o prêmio (art. 764), independente do sinistro ou não. Poderá o segurado pedir a
diminuição do valor se conseguir provar a diminuição do risco (art. 770). Se o segurado estiver
em inadimplência (art. 763) sobre o valor do prêmio o segurador não será obrigado a pagar a
indenização, com exceção se for uma inadimplência pequena referente ao valor do prêmio. Ex:
deixar de pagar por apenas 1 dia.
Comunicar incidentes (art. 769): deverá comunicar o segurador toda vez que o risco for
aumentado, caso contrário será caracterizado má-fé.

Abster-se de aumentar o risco (art. 768).

Comunicação do sinistro (art. 771)

Obrigações do segurador

Pagar o prejuízo (art. 771) em dinheiro ou a coisa restituída, depende do que foi
convencionado. Ocorrerá a exoneração do segurador quando ocorrer a má-fé do segurado,
quando o valor dado é superior ao real da coisa (778), quando o primeiro seguro de coisa não
for parcial e houver um segundo (782), aumento de risco ou não comunicação do sinistro pelo
segurado.

Proceder sempre de boa-fé (art. 765).

Do contrato de fiança – Art. 818

Contrato que ocorre pela manifestação das partes.

Relação jurídica que se tem um credor e um devedor, onde esse credor solicita ao devedor que
como forma de garantia haja um fiador, que irá pagar a ele em casos de inadimplência. Se trata
de uma garantia fidejussória, de natureza pessoal (representada pelo patrimônio de terceiro).

Natureza jurídica

Unilateral: obrigações recaem somente ao fiador.

Gratuito: somente uma parte possui ônus. Poderá ser oneroso nos casos de fiança bancária.

Fiduciário/personalíssimo ou intuitu personae: depende somente da confiança entre fiador e


devedor.

Consensual: com a vontade das partes faz efeito.

De interpretação restritiva: o fiador poderá garantir somente parte, e será obrigado ele
somente a cumprir pela parte que ficou fixada no contrato.

Obrigação acessória e subsidiária: só ocorrerá através de uma obrigação principal, ou seja a do


devedor com o credor.

Espécies

Convencional; Legal (art. 1400 e 1745); Judicial (Art. 559 CPC).

Exoneração da obrigação (art. 835)

Ocorre através do pagamento realizado pelo devedor no momento firmada entre o credor. (Se
não houver data o credor deverá notificar o devedor e caso ele não pague, no prazo de 60 dias
da notificação, o fiador deve pagar a obrigação, caso o fiador não o faça todas as
consequencias recairão sobre ele e sobre o devedor.

Do contrato de empreitada – Art. 610 a 626

Relação obrigacional entre o empreiteiro, que assume a obrigação de realizar uma obra e
entregar ao dono da obra, o mesmo que irá pagar pela realização da obra.
Não se caracteriza um contrato de prestação de serviços, porque o empreiteiro não precisa ser
necessariamente quem vai realizar a obra, mas sim quem irá entrega-la.

Natureza jurídica

Bilateral: empreiteiro tem a obrigação de entregar a obra e o dono da obra de pagar por ela.

Consensual: manifestação da vontade gera efeitos.

Não solene: poderá ser verbal, porém é mais benéfico a forma escrita.

Comutativo: ambos precisam saber o que vão receber e ganhar com o contrato.

Oneroso: ônus (obrigações) para ambos.

Empreitada de mão de obra ou de lavor

O empreiteiro se responsabiliza pelo trabalho realizado na obra, sendo feito por ele ou por
terceiros. O material será responsabilidade do dono. Se ocorrer o perecimento da coisa, sem
ser por caso fortuito ou força maior, deverá ser analisado se foi por conta do material
(empreiteiro recebe tudo normalmente) de má qualidade ou pelo serviço prestado.

Empreitada mista

O empreiteiro se responsabiliza pelo trabalho e pelo material. Se houver perecimento, sem ser
por caso fortuito ou força maior, o mesmo será 100% responsabilizado e ainda poderá pagar
perdas e danos.

Construção sob administração

O dono da obra fornece o material e a obra não ocorre sem o material, ficando então a
administração por conta do dono. O resultado e tempo de obra depende disso.

Empreitada propriamente dita

Onde o empreiteiro se responsabiliza pelo serviço e pelo material, sendo sua responsabilidade
a administração. O resultado depende do empreiteiro e ele deve cumprir os prazos
estabelecidos pelo dono no contrato.

Preço fixo ou global

Se paga somente no final da obra o valor total.

Preço por medidas ou etapas

Se paga por cada etapa, como forma de incentivo.

Verificação e recebimento da obra (art. 614)

É o ato verificatorio para analisar se tudo aquilo que foi fixado no contrato foi cumprido e a
obra está como combinado. Poderá ocorrer ao fim da obra ou por cada etapa concluída na
obra.

Do ato verificatorio se terá o prazo de 30 dias para se comunicar a existência de um defeito, e a


partir dele poderá injetar a obra ou pedir abatimento do preço.
Extinção da empreitada

 Cumprimento ou execução;
 Morte do empreiteiro;
 Resilição bilateral (ambos não desejam mais continuar o contrato);
 Resolução (alguma parte não cumpre sua obrigação);
 Resilição unilateral (alguma parte não tem condições mais de arcar com suas
obrigações);
 Excessiva onerosidade (se por algum fato imprevisível ou extraordinário, se gera uma
vantagem maior para alguma parte e prejuízo a outra);
 Perecimento da coisa;
 Falência do empreiteiro/proprietário;

Do contrato de corretagem – art. 722 a 729

Relação entre comitente e corretor, onde o comitente não possui conhecimento na área
específica contrata um corretor para que ele auxilie da melhor forma, decorrente de um
pagamento feito pelo comitente.

Natureza jurídica

Bilateral: comitente terá obrigação de remunerar e corretor de auxiliar.

Consensual: gera efeitos a partir da manifestação das partes.

Acessório: o pagamento só ocorre caso o negócio principal se efetue.

Oneroso: ônus para ambos.

Aleatório: o corretor não garante efetivação no negocio principal mas faz o possível.

Não solene: poderá ser escrito e verbal.

Corretores livres: de forma livre o profissional pode exercer suas atividades caso a lei não exija
os corretores públicos.

Corretores oficiais ou públicos: reconhecido pelo poder público. Ex: oab. (Lei 6.530/78)

Remuneração do corretor

Quem paga o corretor é quem procura o mesmo.

No momento da manifestação das vontades já existe a necessidade de haver pagamento.


Mesmo que haja arrependimento o corretor tem direito a sua remuneração (exceção por
contrato nulo).

Se o comitente realizar o negócio sem a participação do corretor e no contrato por escrito


houver exclusividade de venda para o mesmo, o corretor terá direito ao pagamento da mesma
forma. Caso não haja exclusividade, não há de se falar de pagamento.

Se o corretor realizar o negócio fora do prazo, não haverá remuneração. Porém, se o negócio
foi realizado por indicação que ocorreu dentro do prazo, haverá remuneração.
Contrato de troca ou permuta

Bilateral e oneroso; Consensual; Informal, ou seja não há necessidade de ser escrito, com
exceção da troca para bens imóveis onde há necessidade de escritura pública; Comutativo, pois
as partes desde o início já sabem os efeitos do contrato e não há risco de surpresas;

Formas

O valor do bem deve ser em até 50% do valor real do outro bem, sendo assim será troca ou
permuta.

Nesse contrato as despesas são divididas por igual para os contratantes, diferente do compra e
venda. Art. 533

Contrato estimatório - Art. 534 a 537

Quando o consignante contrata o consignatário para vender o seu bem e depois lhe entregar o
dinheiro. Ex: vender semi joia, loja, etc.

Transferência do poder de dispor do consignante (dono) para o consignatário.

Natureza jurídica

Real - contrato gera efeitos apenas após a tradição da coisa para o consignatário

Só existe para bens móveis insubstituíveis para que caso ele não venda consiga devolver

Obrigação ao consignatário de restituir ou pagar o preço

O preço deve ser estipulado previamente no contrato ( o que vai para consignaste e
consignatário)

Contrato a termo, pois normalmente se estabelece um tempo para que o consignatário venda
a coisa

Vantagens

Venda consignada: a venda pode ter muito mais sucesso com alguém que realmente seja bom
em vendas, diferente de mim.

Riscos - art. 535

A restituição é por conta do consignatário, tendo ele culpa ou não.

Penhor ou sequestro - art. 536

O consignatário terá o dispor de vender a coisa porém não poderá agir como dono da mesma,
ou seja, não pode permitir que essa coisa seja penhorada por dívida dele, etc. (para provar por
isso é bom ter contrato escrito)

Impossibilidade de venda do consignante Art. 537

O consignante não pode vender a coisa por si só enquanto a mesma está sob direito de venda
do consignatário.

Não existe obrigação do consignatário em pagar o preço se caso ele não vender a coisa.
Contrato de transporte Art. 530

Regido por um transportador e um passageiro onde há o transportamento sem necessidade de


uma distância considerável.

O transporte deve ser o objeto principal da relação jurídica.

Por vias aéreas, terrestres, marítimas, podendo ser de pessoas ou coisas

Natureza jurídica

De adesão: o transportador que decide que horas e dia ele pode fazer o transporte e cabe ao
passageiro somente aceitar ou não; Bilateral; Consensual; Oneroso - obrigações e sacrifícios;
Comutativo - sem surpresas; Não solene - pode ser verbal

Transporte de bagagem

No caso de transporte de pessoas onde se tem bagagem, ela será somente um acessório, não
precisando haver remuneração a mais , a não ser que haja excesso do limite de bagagem.

Transporte de pessoas

O transportador arca com os danos da má prestação do serviço tendo ou não culpa. Exceto se
feita de forma clandestina e o transportador não tiver conhecimento não terá que arcar com
nada.

Responsabilidade no transporte de pessoas

Ela será objetiva, ou seja, o passageiro não precisa provar a culpa do transportador para que
ele a indenize em caso de danos. Ele só não responderá quando provar a culpa exclusiva do
passageiro no caso.

Obrigação de resultado

O contrato de transporte gera, para o transportador, obrigação de resultado, qual seja, a de


transportar o passageiro são e salvo, e a mercadoria, sem avarias, ao seu destino.

A não obtenção desse resultado importa o inadimplemento das obrigações assumidas e a


responsabilidade pelo dano ocasionado. Não se eximirá da responsabilidade provando apenas
ausência de culpa. Incumbe-lhe o ônus de demonstrar que o evento danoso se verificou por
culpa exclusiva da vítima, força maior ou ainda por fato exclusivo de terceiro.

Denomina-se cláusula de incolumidade a obrigação tacitamente assumida pelo transportador


de conduzir o passageiro sem nenhuma lesão ao local do destino.

Não se confunde com o fretamento ou contrato de charter, em que é cedido o uso do meio de
transporte - navio, avião, ônibus - ao outorgado, que lhe dará o destino que lhe aprouver. No
contrato de transporte, quem dirige e se responsabiliza pelo deslocamento das pessoas ou
coisas é o transportador.

Direitos do transportador

Receber a remuneração; Determinar as regras do contrato; Reter 5% do valor em caso de


desistência do transporte; Recusar passageiros; Deveres do transportador; Entregar em data e
hora correta; Arcar com os danos; Não poderá recusar passageiros quando não tiver motivos
contratuais ou legais.
Direitos do passageiro

Receber a coisa; Desistir de viajar/enviar a coisa; Deveres do passageiro; Pagar o preço;


Obedecer as condições do transportador; Se comportar dentro do local de transporte;
Respeitar os horários estabelecidos.

Transporte gratuito (carona): não é contrato de transporte e o transportador não é


responsabilizado de forma objetiva e sim subjetiva (somente se houver culpa).

Contrato de empréstimo – Art. 579 a 592

Ocorre da mesma forma do contrato de locação, onde um proprietário de uma coisa sede a
mesma para uso de outra pessoa, a diferente é que aqui não se fala em pagamento por parte
da outra pessoa, ela terá que devolver da forma que recebeu mas não precisa pagar pela coisa.

Comodato - art 579 a 585

O comodante empresta um bem para o comodatário. Ocorre nos empréstimos de bens


infungiveis, não substituíveis, e devem ser entregues como recebidos.

Características:

Gratuito: comodatário vai se beneficiar da coisa sem dar nada em troca.

Coisa infungivel: devolver exatamente o que foi entregue

Real: gera efeitos no momento da tradição

Unilateral

Temporário: há início e fim, deve haver um prazo, se estipulado deve ser seguido, se for
indeterminado o comodante poderá solicitar a qualquer momento a devolução da coisa.

Nao solene

Direitos e obrigações do comodatário

Utilizar a coisa de forma adequada; Se houver dano com culpa será de responsabilidade dele;
Utilizar de acordo com a utilidade da coisa; Devolver a coisa.

Extinção do comodato

Quando se finaliza o prazo e o comodatário entrega a coisa;

Não se atende as obrigações;

Se motivado por causa grave e urgente o comodante poderá solicitar a coisa fora do prazo
determinado, no indeterminado ele apenas comunica.

Morte de algum dos contratantes.

Perecimento da coisa.

Mútuo - art. 586 a 592

Ocorre nos empréstimos de bens fungíveis, e o proprietário aceita receber algo semelhante no
lugar do seu bem. Ou seja, o mutuante empresta ao mutuário para que ele consuma e devolva
outro idêntico no lugar. Ex: empréstimo de dinheiro/alimento
Característica

Real; Gratuito; Unilateral; Temporário; Não solene

Requisitos subjetivos - art. 588 e 589

Se for entregue a coisa ao Mutuário sendo incapaz, o mesmo não terá obrigação de devolver. O
mutuante deve se atentar a entrega.

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