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JORGE CASTELLA SARRIERA ENRIQUE TEOFILO SAFORCADA Organizadores Introducao a TaN mee A. Coautores Maen © Editora Meridional, 2010 © Ecitorial Paidés SAICF, 2008 Titulo original: Enfoques conceptuales y técnicos en Psicologia Comunitaria Capa: Vinicius Xavier : Proto grafico e editoragao: FOSFOROGRAFICO/Clo Sbardelotto Revisdo: Matheus Gazzola Tussi Revisao técnica: GPPC/UFRGS Tradugao: Autores Editor: Luis Gomes 1? reimpressao Dados Internacionais de Catalogagéo na Publicacao (CIP) Bibliotecdria responsdvel: Denise Mari de Andrade Souza CRB 10/960 161 Introdugao a Psicologia Comunitaria: bases tedricas e metodolégicas / Jorge Castella Sarriera e Enrique Te6filo Saforcada (orgs.). Porto Alegre: Sulina, 2014. 230 p. Titulo original: Enfoques conceptuales y técnicos en Psicologia Comunitaria. ISBN: 978-85-205-0588-5 1. Psicologia. 2. Psicologia Comunitaria, 3. Psicologia Social. 3. Psicologia - Pesquisa. 4. Psicologia - Metodologia. |, Sarriera, Jorge Castella. Il. Saforcada, Enrique Te6filo CDD: 150 CDU: 159.9 Todos os direitos desta edigao reservados a EDITORA MERIDIONAL LTDA, Av. Osvaldo Aranha, 440 — Conj. 101 CEP: 9035-190 ~ Porto Alegre — RS Tel: (51) 3311-4082 Fax; (51) 3264-4194 sulina@editorasulina,com.br www .editorasulina.com.br Fevereiro/2014 Impresso no Brasil/Printed in Brazil Capitulo 11 A ETICA NA INTERVENCAO PSICOSSOCIAL Ceres Berger Faraco Maria Amélia Jaeger O presente capitulo visa abordar as questdes éticas nas in- tervenges psicossociais, pretendendo aprofunda-las em diregao as pesquisas realizadas com seres humanos. Partindo do pressuposto de que nao podemos entender o papel do interventor ou pesqui- sador como um ser neutro no ambiente a ser estudado, 6 de sumo interesse estudar e, sobretudo, refletir sobre a responsabilidade dos que fazem pesquisa em ambientes sociais humanos. A mitologia grega, no Século VII a.C., justificava os cos- tumes a partir do sobrenatural, acreditando que as agdes humanas eram determinadas pelos deuses e, portanto, nao seriam atos livres. Esta forma de pensar expressa a consciéncia mitologica que se caracterizou pela aceitagao do destino. Seguiu-se 0 periodo co- nhecido como da consciéncia tragica, no qual houve a transigao do pensamento mitico para a razdo. Com o advento da consciéncia filoséfica ou consciéncia critica, o homem € reconhecido como um ser de vontade, e ha um esforgo da razao em compreender o mundo e orientar a sua agao. A partir disto, emerge o comporta- mento ético (Aranha, 1993). A ética aplicada a intervengao social transforma as relagdes sociais, j4 que o homem é um ser em continua construgao. A subjetividade resulta de milhées de relagdes que estabelecemos. O 213 sujeito amano responsive é também um sujet tio individual social, uma vez que ninguém é ético para si: somos éticos em relaso 208 outros (Guaresci, 1995) ara que os limites eo aleance da dimensto éica sejam compreendidos, fundamental define termos ques ariulam com a mesma, entre eles 0 coaeeito de moral: “[.] €um conjunto de ‘ormas que orienta, discipliam, normaizam os costumes © 38 atitudes do indvidvo ou de um grupo [.] tata do licito iliito comportamental” (Agosto, 1995, p. 29). ‘Por mio da ica raciocina-se sobre as questdes fundamen tais da moralidade (Gensler, 1998)-Desta forma, aétieaenvolve uma reflex sobre a8 virias moras, que slo os eferenciis para as atitudes, ideas e valores inerentes todos os povose participa cfetivamente dos questionamentos do Direto, da Psicologia, a Sociologia e de outraséreas (Agosto, 1995) ‘Sinchez-Vidal (1991) destaca a conceituacio de Kelly sobre intervengo social entendendo-a como uma srie de infu- neias que poderio se planejadas ou no na vida de um pequen ‘grupo ou de uma comunidad, com 0 objetivo de promover 0 ‘bem-estar da mesina, reduzindo enti sua desorganizagio social cepessoal. Vidal (191) refere ainda que aintervengdo constitu fem um process intencional de interferénca ou infiuéncia, que bus sempre uma mudanga (0 foco desta diseussio ceata-se na ica na intervengo social A intervencdo social e a ética ‘A Gticanaintervenso socal & wma ética social, rica © realizivel que pode orienta de forma efcaz 0 comportamento ica do intervetor frente a circunstncias diversas, como: iden tificago de metas eobjetvoseresolugdo de problemas ¢ conf tos, E uma ética tanto mais necessria quanto mais desregulado 2a foro context socal da intervengdo. & uma érica consruida a partir de valores socalmente relevant e com consequéncias reais das ages que diferem sgnficativamente da ica individual (Ginchez-Vidl, 2002), ‘Apesquisa que envolve sees humanos é uma intervengd0 social e,como ta deve obedece aos principios eics, que podem ser considerados quanto a seu contexto, i esponsabilidades do esquisador,perspectiva dos paricipants, a0 seus beneficios, interface ene princpios e procedimentos€ a outros ingulos distnts de abordagem. Paras proissionais interventores, espera se um papel com menos poder, ais iguabitroe solidrio em relago aos clientes, ce mais coordenado, flexivel ¢integrador em relagio a outros rofssionisimplicados no trabalno multidseplinar (Sinchez- ‘Vidal, 1991. (0 pesquisador deve estar atento para a retidio de suas atitudes eevitar possveisinjustigas em relagSo is pessoas que tm sua vidas estudadss, seus colegase também com os agentes fnanciadores de seu projeto (Cente For Applied Ethics, 1997). Para fins deste texto, foram eletas como tema central questOes referentesesponsabilidade do pesquisador junto comunidad. A intervengio social pressupte uma aco, o que ocoree, como mencionado anteriormente, sempre em relagd0 Outos e, portanto, deve estar permanentemente revestda de ética. Em bora muitos c6digos de étcatenham sid elaborados, buscando ‘a normatizagdo de procediments ¢a preven de atiudes pro- Sssionss inadequadss no que diz respeito pesquisa qualitativa cstas normatizagBes no esto bem defnidas A premissa bisiea em qualquer pesquisa & de que o bem-esta ea integrdade do grupo em estudo deve prevalecer inclusive em relagio ao almejado avango no conhecimento (ariera, 2000) Em fungio disso, os direitos de seus membros individualmente e do grupo coletivamente, sempre devem set 25 respeitados e priorizades. € preciso, portanto, informarpreci- samente 20 grupo a natureza ¢ os proplsites da pesquisa, para ‘ober seu consentimento em patcipar,assegurarodireito de co- -thecer os rse0s e beneficios envelvides na pesquisa proposta assegurar que a privacidad nio sed invadida¢ toda informaglo revelada sera tratada de forma confidencial;assegurar 0 direto de permit ounoo ingresso de “estranhos” em locais que jugar inadequado, bem como impedir a remogdo de objetos ou docu rmentos do possuidor, e,fnalment, garantir que as desrigdes do grupo serio acuradas ¢ respeitosas, Todos os grupos tm coletivamente 0 direto& propriedade, a informaeao eagio, que Aces 0770872001, (CENTRE FOR APPLIED ETHICS. Coe of Conduct for Reset Inv ing Huan. ly, 1997. Canad, Disponive en:

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