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Pere TA hese etapa esate eeu lees Mc otiry rola) 6 eta Ade ie ates unc [Fasc (a eens 2 soasacl ds stein dos ght ci shun - hin do rsh mls (tds aprenindemen at eae dienes er tod a deco ‘ne fata dtd cine condor we sr a9 Figer (5) A bake dn ca ta peru tte de eparecter de eaeects prefer deere a ut parade da te he fara bat Cn js edn), bese ahr nea pede nae i fen ~ an at type. cag de arama. A ctr a os pct acarecera mrachanes quis esata na otic ase, Put (A sping a gs (a) fil de 138%, (PEP ane navn ed Peete, ee. ad ca parma a fetandrepatiar fram aaa. C. Malte. G.W earl J Wl, The Souchare ad Proper of Maral, Yok tar. p40. Capit TREN phe Wy Soa Mi Ys. Rigen ‘ob penn de a Ute 8 Sons, e:) +109 Se cn a a eee Te er Comm um conhecimenta ds natures dis dicordSocini ede + Ox mecanimos de aumento da reiitencs dicutdor neste papel que elas desernpenham no proceso de deformacio ‘apitulo sero aplicados no desenvolvimento das lst, somos copazs de comproender oF mecenismos que bpropriededes mecénias dos ag (Capitulo 10). ‘St3o por tush dat tenicas uid para aumentara ressténch e+ fambém dicutimos (em termes de dicordnczy) por que © ‘endurecer of metat€ was liga. Desa form, tomavse posivel__tratamento térmico de uma liga metalica deformada 2 torn projetare adaptar ax propredades mechnicas dos materinspor mals dtl e com menor duress, produs mudangas em sua ‘exemplo, a resiteneis ova tenseidade de um compésto de IMieroetruturs matic metlica [No exquema procesnmertofestrutur| pro priedades! desempento, 21 sesbes para etudar icordSncie © of ‘mecanimor de somento de rexitencia 50 a veguntes: a Objetives do Aprendizado ‘pds extudar este capitulo voc’ deverd ser capaz de fazer 0 seguinte: Descrever © movimento dos dscordincit areitae cipal 6. Descrever @ ewplicar 0 aumento da reiténca por 2 portirde uma penspectiva atmo, solugios5lida para Stomos de impurezasubsttuctonal 2. Deserever come ocorre wma deformacio piste pelo Tete du lcenaster da acermorter ta ion ‘movimento de discordincias arestae espiral em resposta —_as discordincias 2 tember de cahamente aplicadas. 7. Descrever e explicar 0 fendmeno do encruamenta (ou 3. Definirstema de excorregamento e citar umn exemplo. trabalho a fro) em termos dat interacées entre as 4. Descrever como a estrutura dos gros de um metal dscordSncias € campos de deformagso. policristalino ¢alterada quando ele ¢ deformade 18. Descrever a recistalizagio em termos tanta da alteragSo plasticamente. dda microestrtura quanto dos earacteristicas mecinieas 5. Explicar como 01 contomos de go impedem o do materia. movimento des dicordéncas e por que um metal que 9 Descrevere fendmeno do crescinento de gros a partir ‘ostul gros pequencs é malt resitente que um com das perspectivas macroseépica e atbmica. ‘eos grandes. 7.1 INTRODUCAO ‘O Capitulo 6 explicou que os materiais podem sofrer dois tipos de deformagio: eldstica e plastica. ‘A deformagdo plastica 6 permanente, e a resisténcia ¢ a dureza sio medidas da ressténcia de um ‘material a essa deformagdo. Em uma escala microscGpica, a deformagio plastica corresponde #0 movimento resultante de um grande niimero de dtomos em resposia a aplicagdo de uma tensi ‘Durante esse processo,asigagbes intcratOmices dover serfompidas eentso novament form léstica envolve, na maioria das vezes, o movimento de cordincias, que sio deleitos erstalinos ineares,ntroduzidos na Seqlo 4S. Este capitulo discute as caracteristicas das discordAncias ¢ o seu envolvimento na deformacio plistica. A maclaglo, outro proces pelo qual algurs micas se deforciam plasticarseate,tambéns €tratads.Aldas dato, pro- Vavelmente mais importante, viris téenieas $10 apresentadas para aumentar a resisténcie de metais monofésicos, cujos mecanismos so descritos em termos de discordancias. Finalmente, as ‘ltmas segdes deste capitulo esto relacionadas & recuperagio ¢ &recristalizaglo ~processos que ‘ocorrem sm meas deformades plasticamente, normalmente sob temperaturas elevadas~e,além ‘dso, o crescimento de aria, Discordancias e Deformacio Plastica (Osprimeiros estudos dos materiais evaram ao céleulo das resisténcas tedricas de cristais perfeitos, {que eram muitas vezes maiores que aquelas efetivamente medidas. Durante a década de 1930, foi osu que esa dscreplncia nas restncas meciniespoderia ser expicada por um ipo de ‘ristalino linear, que desde entio ficou conhecido como discordéncia, Entretanto, apenas ts cada do 98) fol coabnacchsentbnia do tau deishonsavfe da chrerucho cite par ‘um microseGpio eletr nico. Desde enti, foi desenvolvida uma teoria de discordancias, que explica ‘muitos dos fendmenos fisicos e mecanicos que ocorrem nos metais [assim como:nas cetimicas cris- ‘talinas (Sogo 12,10)), 170 ~ Discordancias © Mecanismos de Aumento de Resisténcia - 171 7.2 CONCEITOS BASICOS Area (Osdoistipos fundamentais de discordincias so a discordaacia aresta ¢ a discordnca espiral. Em uma diseordincia ares existe uma distoredo localizada da rede ao longo da extremidade dé um semiplano extra de étomos, que também define a linha da dscorddncia (Figura 4.3), Uma discor- dancia espiral pode ser considerada como resultante de uma distoredo por cisalhamento; sua linha dda discordéncia passa através do centro de uma ramp em espiral de planos atOmicos (Figura 4). Muitas discordncis em materiais cristalinos possuem tanto componentcs em aresta quanto em ‘spiral esss ho as discordncias mista (Fgura 45). 'A deformagao plstica corresponde ao movimento de grandes nimeros de discordtncies Uma discordincia aresta se move em resposta d aplicago de Una Lensio cisalhante em uma diregio Perpendicular d sua linha: a mectnica do movimento de uma discordénciaesté representada na Figura 71. Considere que 0 plano A seja 0 semiplano de étomos extra iniial. Quando a tenséo ‘isalhante ¢ aplicada como indicado (Figura 7-1a),0 plano A é foreado para a dreita iso, por sua ‘ee, empurra as metades superiores dos planos B,C, D,e assim por diante, nessa mesma diregio. So teuntocoaihaats spicnda pool anputae eubcbate,s gages iniratacias Go plan B so rompidas ao longo do plano de csalhamento, a metade superior do plano B se torna o semi plano extra, conforme o plano A se liga & metade inferior do plano B (Figura 7.1b).Esse processo {Se repete subsequentemente para os outros planos, de tal modo que © semiplano extra, por meio ‘de passos ciscretos se move da esquerda para a direta através de sucessvasc repetides quebas de ligagbes e deslocamentos de dstinciasinteratdmicas de semiplanos superiores. Antes ¢ depois ddo movimento de uma discordéncia através de uma repiio especica do cistal, 0 arranjo atOmico € ordenado e perfeit: tio somente durante a passagem do semiplano extra que a estrutura da ‘ede €rompida, Ao final do processo esse semiplano extra pode emergir da superficie hdieita do fstal formando ums ares que postu aargra de uma dst omic; iso est mosado na igura 7.1. (© processo pelo qual uma deformagéo pléstca ¢ produzida pelo movimento de uma discor- dancia € denominado escorregamento; o plano cristalogrético ao longo do qual a linha da discor dancia passa ¢ 0 plano de escorregamento, como indicado na Figure 7.1. A deformacao pstica ‘macrosedpica corresponde simplesmente a ume deformagao permanente resultante do movimento, das discordincias, ou escorregamento, em resposta a aplicagao de uma tenslo cisalhante, como representado na Figura 72a. ‘© movimento dss dscordincias ¢ andlogo ao modo de locomogfo empregado por uma lagarta (Figura 73). A lagarta forma uma corcova proxima a sua extremidade posterior, puxando para frente seu titimo par de pernas o equivalente a uma unidade de-comprimento da perna. A coreova 6 impelida para frente pelo movimento repetido de elevagao e de mudanga dos pares de pernas ‘Quando a coreova atinge a extremidade anterior, toda a lagartaterd se movido para frente 0 equ valente a ume distincia de separagdo entre os pares de pernas. A corcova da lagarta e seu movi- Into correspondem ao smilie de ftomos eta no modelo da deformacto pista por disor ‘© movimento de uma discordancia espiral em resposta daplicagdo de uma tensdo csalhante esté mostrado na Figura 7.2b;a direglo do movimento é perpendicular A diresio da tensto. Para a Figura 7. Rearranjos atmioos que acompanham o movimento de uma discondinciaarstaconforme ela se move em respostadaplicagio de uma temo dvalhante (a) O semiplano de dtomos exira ¢chamado de ‘A.(6) A dscordiniase'move uma distincia atOmica para a direitaconforme Ase liga A por inferior do ‘plano Besse process, a porgio superior de B se torna o semiplano extra (c) Um deprau se forma na ‘heperte do crstalconformeo semiplano extra ating a superici (Adapiado de A.C. Guy, Essential of Materials Scienze, McGraw-Hill Book Campany, Nova York, 1976,p.153) 172 + Capitulo 7 ‘Biqurs7.2 A formagio de um degrau na mupertcie {gem cristal pelo movimento de (a) ma discordancia laresta¢ (6) uma discordinca espiral. Observe que, para adiscordinca aest, a inka da discordanea be ‘move ma direydo da tensio cisathante aplicada 7 para ‘a discordincin espiral,o movimento da ina da ‘iscordinciaé {(Adaptado de H.W: Hayden, W.G. Motiatt 3 Wal, ‘The Sructure and Properies of Materials, Wo. ll Mechanical Behavior: ‘oh Wiley & Sons, Nova Yorks Reampresto sob ‘permissdo de Join Wiley & Sons, Inc) »> - = * - i 7, Copyright © 1965 por Prem ott = ame oun tant «Ht Hille Title Tite Figura 73 Representagio da analogia entre os movimentos de wma lapartae de uma discordincia, discordancia aresta, o movimento ¢ paralelo A tensio cisalhante. Entretanto,a deformagio plastica resultante para os movimeatos de ambos os tipos de discordincias é a mesma (veja a Figura 7.2), A diregio do movimento da linha da discordineia mista nlo & nem perpendicular nem paralela & tenséo apiicada, mas esta entre essas duas situagdcs “Todos os metais cligas contm algumas discordancias que foram introduzidas durante a soli- Jificaggo, durante a deformagio pldstica ¢ como consequencia das tensdes térmicas que resulta de um restriamento répido. O mimero de discordncias, ou densidade de discordiincias, em um ‘material 6 expresso como 0 nto total de discordincias por unidade de volume, ov, de ‘maneira equivalente, o nimero de discordincias que intercepta uma érea unitéria de uma ego aleatéria, As unidades da deasidade de dscord8ineias skomilirettos de dscordincia por milimeteo ‘cibico ou, simplesmente, par milimetro quadrado, Densidades de discorddncias Go baixas quanto 10 mar? slo encontradas normalmente em crisais metilicos cuidadosamente solidficedos. Para ‘metais aluumente deformados a densidade pode ser tio elevada quanto 10° a 10° mm?. 0 trata- ‘mento térmico da amostra de um metal deformado pode reduzir a densidade para x0 redor de 10° 210° mmy?. Emcontraste,a densidade de discordinciastipica dos materiais ceramicos fica entre 10° 10° mm“salém disso, para ot monocristas de slic empregados em circuitos integrados normal: ‘mente 05 valores se encontram entre 01 ¢ 1 mm", 7.3 CARACTERISTICAS DAS DISCORDANCIAS \Vérias caracteristicas das discordincias sia importantes em relagio is propriedades meciinicas dos ‘metais, Dentre essas esto inclufdos os campos de deformagio que existem ao redor das discordn- cias, que slo importantes na determinaglo da mobilidade das discordncias assim como em rela- (¢io As suas habiidades em se muliplicar. ‘Quando os metais so deformados plasticamente, uma fracko da energia de deformacio (apro- ximadamente 5%) ¢ retida internamente;o restante € dissipado na forma de calor. A maior parcels dessa energia & armazenada como energia de deformagdo, que esté associada as discordincias ‘Consideret dscordcta ares represeatada a1 Figura 714. Corio fol mencionsdo existe alguna Discordancias # Mecanismos de Aumento de Resisténcia - 173 1 Wigica 7A, ogi da soipeanine (gaits wuparia) rel bated ecrata discordiincia aresta. (Adaptado de W. G. Moffatt, GW. ee eared $ it ontecmecs™ ens Aistorgio da rede atOmica ao redor da linha da discordincia devide & presenga do semipiano de sStomos extra. Como consequéncia, existem regides onde deformagies da rede, compressivas tra- tivas eeisalhantes, slo impostas sobre os étomos vizinhos. Por exemplo, os étomos imediatamente dcima ¢ adjacentes 8 linha da discordancia estio comprimidos uns contra os outtos. Como rest tado,esses étomos podem ser considerados como se estivessem sofrendo uma deformagio de com- pre em rela aos ftomos poscionados no rst prio elocazados stants da disor dancia;isso estéustrado na Figura 7.4, Diretamente abaixo do seaiplano, o efeito ¢ justamente 0 ‘posto, os stomos da rede suportam a imposigio de uma deformacio de tracta, como extd mos trado, Também existem deformapées de cisalhamento na vizinhanga da discordéncia aresta, Para uma discordlincia espial, as deformages da rede sio apenas puramenic cisalhantes Essas distor \gbes da rede podem sex consideradas como se fossem campos de deformagio irradiando a partir ‘da linha da discordincia. As deformagdes se estendem para os éiamosvizinhos, e suas magnitudes diminuem coma distancia radial a partir da discordincia. (Os campos de defarmagio a0 redor das discordancias préximas umas das outras podem inte= ragir entre si, tal que forcas sto impostas sobre eada diseordincia devido as interagdes combinadas de todas as discordncias vizinhas, Por exemplo,considere duas discordancias aresta que possuem ‘omesmo sinal ¢ um plano de escorregamento idéntico, como esté representado na Figura 7a. Os, ‘campos de deformagdo de compressio ¢ de traglo para ambas as discordncias se encontrar no ‘mesme lado do plano de escorregamento; a interago do campo: de deformagde ¢ tal que existe ae -~O,. = 7 % v sate —_, Figora 7.5 (@) Dua dont art com ome ial lolcats tore o mean pane -escortegamento exercem uma forga de repulso entre si: e T representam as repides de compressio ¢ de \ragio, respestivamente, (+) Dissorsincias aresta com sinais opostos¢localizadas sobre o mesmo plano de _escortegamnento exercem uma forga de atracio eatre si, Ao se encontrarem, as ciscordancias se aniquilam mutuamente, formando uma repito perfeit de cristal. (Adaptado de H.W. Hayden, W.C. Moffat J Wulff The Structure and Properties of Materials Nol III, Mechanical Behavior, p. 75. Copyright © 1965 par John ‘Wiley & Sons, Nova York, Reimpresso sob permissdo de John Wiley & Sons) 174» Capitulo 7 uma forga de repulso mstua entre esas dus discondincasisladasa qual tende a fast i Por outro indo, dass discordaincias de sinais opostos ¢ que possuem o mesmo plano de escorregamento serio ara uma em dirego a outa como inci na Figura 7.5 e quando cas ve enconta- Tem ocorrerd uma aniquilagdo de discordincias, Isto ¢, os dois semiplanos extras de dtomos irto se. alinhar ¢ s€ tornar um plano complete. As interagies de discordancias sic possiveis entre discor- laces ast, espa, fou criss om vere cricttabes Eases cumpar de dforiaaoe a feepes ovocades ao lnportants toe mecniones de suntnio de ensibtca dos metan Daranies deform plasirs|o winere Ge Sarerdtarer sunmeta dcttiemecty Sebewnas qos deaidede do david taeins oun metal qo ff earetedctormado pode ocr wo covesa Guanto 20" mm Uma fonte importante deseas nova Gcorddncas so a dcordanciasexsen- tes, que se multiplicam; além disso, os contornos de gro, assim como as defeitos internos ¢ irre gu- lerdades is tals como rscos eentalhes queatuam eomo concentragBes Je tensdes podem fers conotiion pits &fonmagao de dacordancas duratea defocsarsa, 1.4 SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO As discordancias nfo se mover com o mesmo grau de facilidade em todos os planos crstalogr4fi- cos de dtomos e em todas as diregbes cristalogrificas Comumente, existe um plano preferencial c, se ein rs ete os nes nia nian: St Meola se plano é chamado de, c to; ede maneira diego do movimento € chamada de directo de scorregamento. a combinagao de plano de escorregamencocdiregio de escorregamento € denominada sistema de escorregamento. O sistema de escorregamento depend da estrutura crstalina do metal, € tal que a distorgéo atOmica que acompanha 0 movi- mento de uma discordancia ¢ minima, Para uma estrutura crstalina cspectia, o plano de escorre- gamento é aquele que possui o empacotamento alémica mais denso ~ isto é,aqucle que possul a Iaior densidade planer. A diregio do escorregamento corresponde & diregio, nesse plano, que & ‘ais densamente compactada com étomos— isto é aquela que possui a maior densidade lincar. As densidades atémicas planar e linear foram discutidas na Seslo 3.11 Considere, por exemplo, a estrutura cristalina CFC, para a qual uma eélula unitéria est mos- trade na Figura 7.60. Existe um conjunto de planos, a familia {111}, n0 qual todos os dEnsamente compaciados Um plano do tpo (ITT) est indicado na cule untria:na . tse plano esté posicionado no plano da pigina,onde os ftomos estio, agora, representados como Viinhos mais prOximos que se tocam. Ocescorregamento ocorre a0 longo de diregSes do tipo <110> nox planos (111), como indicado pelas setas na Figura 7.6. Portanto, o sistema [111}<110> representa a combinacio de plano de escorregamento ¢ diregio de escorregamento, ou o sistema de escorregamento pare a estrutura CEC. A Figura 7.60 demonsira que um dado piano de escorregamenio pode conter mais que uma tinica diregio de escorregamento, Assim, podem existir vrios sistemas de escorregamento para tum estrutura cristal partiularo amir de sstemus de exgoregamento independents repre sents as diferentes eis de planos e diregbes de escorregamento. Por exemplo, parm nurture ciica de fey ntray exhiom 1d uatecas de cxcrreuente quatro plaseg {tt diferentes ¢, dentro de eada plano, trés diregbes <110> independentes. Os sistemas de escorregamento possveis para as esiruturas cristalinas CCC ¢ HC esto lista- dos na Tabels 7.1 Para cada uma dessas estruturaso escorregamento € possfvel em mais de uma famtlia de planes (por exempio, (110), 211} ¢{321] para aestrutura CCC). Para os metais que pos- suem esses duas estruturas cristainas, alguns sistemias de escorregamenta sio com frequéntia Ope- racionais apenas em temperaturas elevades, ‘Os melas com estruturascristalinas CFC © CCC possuem um niimero relativamente grande de sistemas de escorregamento (pelo menos 12).Esses metais so bastante ites pois, em geral,€ possi- vel ooorrer deformagio pstic exiensa ao longo dos varios sistemas De mancira contréria, os metals THI, que possuem poucos sistemas de escorregamento ative, sto normaimente bastante fgets Figura 7.6 (4) Um sistema de excorrepamento [111}<110> ‘mosirada em ma cla unitéria CEC.(8) 0 plano (111) mostrado ema) etrts diregbes de ‘tcorregacnento <110> (inicadas elas Stas) contidas naquele plano formar possives sistemas de escorregamento, Discordancias © Mecanismos de Aumento de Resisténcia - 175 Tabla 7.1 Sistemas de Escorragamento para Metals Cabicos de Faces Centradas, Cibicor ‘Compactes de Corpo Centrade @ Hexagonal Diregio de ——_-Niimere de Sistemas de Metals Plano de Escorregamento —_Escorregamento Excorregamento (Ckibico de Faces Centradas CUAL, Ag Au any ato 2 Cibico de Corpo Centeado aFe,W. Mo (010) i) 2 ofeW eu) Guy 2 eFe,K pt) any 4 Hexagonal Compucto C4, Z0,Me.T,Be 0001) a e TiMgze (1010) a0) 3 T.Mg iol) 120) 6 CO conceito do vetor de Burgers foi introdusido na Socio 45 ¢ foi representado por um b para as discordinciasaresta,espiral € mista nas Figuras 43,44. 4, respectivamente. Em rclagio a0 processo de escorregamenio, a direglo do vetor de Burgers corresponde i diregdo de escorrega- mento das discordncias, enquanto sua magnitude ¢ igual & distancia de escorregamento unitaria (oud separacao interaibmica nessa direcdo). Obviamente, tanto a dirego quanto a magnitude de Dirdo depender da estrutura estalina,e € coaveniente especificat um Vetor de Burgersem termos ocomprimentoda aresta da célula unitéria (a) edos fadices das diregbes cristalogrficas. Os veto- res de Burgers para as estruturas cristalinascibica de faces centradas,cabica de corpo centredo-e hexagonal compacta sio-dados conforme a seguir: W{CFC) = $ (uno) (aa) b(Cce) = 5am) (rab) (HC) = 51m (re) Verificagéo de Conceitos 7.1 ‘Qual dos seguintes sistemas ¢ 0 sistema de escorregamento.para a estrutura cristalina eubica sim- ples? Por qué? {n09}a10) (110110) {100K010) [rioja13) (Nota: Uma célula unitéria para a estratura cristalina cdbica simples esi mostrada na Figura 3.24.) [A resposta ext disponivel no site da LTC Editora.] 7.5 ESCORREGAMENTO EM MONOCRISTAIS ‘Uma explicagto adicional para escorregamento pode se simplificada tratando desse processo em ‘monoeristis ¢, eno, fazendo a extrapolagio apropriada para os materais polirstalinos. Como mencionado enteriormente,asciscorddncias aresa, spiral e mista se movem em resposta 8 aplice- ‘lo de tensGes de chalharento ao longo de um plano de escorregamento c em uma direglo de {scorregamenta, Camo observado-na Segio 62, apesar de uma tensdo aplicada poder se puramente Se tragao (ou de compressio)existem componcntes de cisulhamenta em todas s diteyes, 8 exce- ‘lo daquelas paraelas ¢ perpendiculares a diregdo da tensto (Equagdo 6.4), Esses componentes 176 + Capitulo 7 4 sistema de favoravelmente Figura 7 Relagbes peométricas entre o cixo de trago,0 plino de excorepamento.e a direyso de escorregamento Eads para calear a tensdo cisalbante rebalida para wm ‘moaoersta. sido denominados tensées cisalhantes rebatidas.¢ suas magnitudes nto dependem apenas da tensa, ‘mas também da orieatagéo tanto do plano de escorregamento quanto da dirego dentro esse plano, se ¢ representa 0 dngulo entre a normal ao plano de esconregamento ¢ a diregio da tensGo, se A representa o Angulo entre as direcdes de escorregamento ¢ da tensdo, como indicado 1a Figura 7.7,entho pode ser mostrado que a tensio csalhante rebatida r, & dada por T= 7 008 $ COSA 2 em que a a tensio apliceds. Em geral, +A # 90% uma vez que no é necessério que o eixo de tragii, a normal ao plano de escorregamento e a diregac do escorregamento estejam todos no ‘mesmo plano. ‘Um monoeristal metélico possui diversos sistemas de escorregamento diferentes, que so capazes de ficar operacionais Normalmente, a tensio cisalhanie rebatida difere para cada um {dcles, pois 2 oricntagio de cada um em relaglo ao cixo da tensio (Angulos ¢ ¢ A) também ¢ dife- rent, Entretanto, um sistema de escorregamento se encontra,em geral,orientado mais favoravel- ‘mente — isto é, possui a maior tensio cisalhante rebatida, (dx): Tektx) = {C08 4 C05 A) (73) Em resposta 2 aplicagio de uma tensio de tragio ou de compressiio, o escorregamento em um ‘monoeristal comeca no sistema de escorregamento que esté onientado da maneira mais favordvel ‘quando a tenslo cisalhante rebatida atinge um dado valor crtico, denominado tensio sisalhante rebatids critica, rela representa # tensio cisalhante minima necesséria para iniciar escorrega- ‘mento, eé uma propriedade do material, que determina quando ocorre o escoamento, O monocris- tal se deforma plasticamente ou escoa quando 7,(méx) = 1... © # magnitude da tensio aplicada nnecesséria para iniciar ao escoamento (isto 6,0 limite de escoamento 7) € 1 (e058 008 Na Oo A tenstio minima necessiria para causar escoamento ocorre quando um monceristalesté oriemtado tal que ¢ = A = 45%; sob essas condighes, = Ban (15) ‘Para uma amostra de monocristal tensionada em tracio, ¢ deformagdo serd como na Figura 78, com o excarrepamento ocorrendo 10 longo de divers panos e ditegdes equvalentes omen tados da mancira mals favordvel, em varias posgBes ao longo do comprimesato da amostra. Essa deformacto por escorregamento se forma como pequenos depraus na superficie do monoctistal, os {Quai aio parelclos entre se circundam a ciciaferéncin da amostra, como na Figura 7.8 Cade Discordincias © Mecanismos de Aumento de Resisténcia - 177 Dirge da io rane e Figura 7.8 Escorregamento miacrosoépico em um mronceristal Figura 7.9 Escorregumento em um monocrital de zinco,(De C.F. Elam, The Distortion of Metal Crystals, Oxford University Press, Londres, 1935) degrau resuita do movimento de um grande ndmero de discordncias ao longa do mesmo plano de escorregamento, Sobre a superficie de uma amostra de um monocristal polido, esses degraus apa- recem como linhas, chamadas de finhas de escorregamenso, Um monocristal de zinco deformade plasticamente até um grau em que essas mareas de escorregamento so observveis esti mostrado na Figura 7.9 Com o alongamento prolongado de um monocristal, tanto o ntimero de linhas de escorrega- mento quanto odegrau de escorregamento aumentario. Nos metais CEC ¢ CCC, eventualmente 0 escorregamento comega ae longo de um segundo sistema de essorregamento, aquele que possui a segunda orientagio mais favoravel em relagio 20 eixo de tragio. Além disso, nos eristais HC, que ossuem poucos sistemas de escorregamento, se para o sistema de escorregamento mais favorsvel @ cixo de tensio for ou perpendicular A direcio do escoregamento (A = 90°) ou paralelo ao plano de sscorregumento (¢ = 90°), a tensiio cisalhante rebatida critica serd igual a zero. No caso dessas orientagSes extremas, normalmente o cristal inf fraturar,em vez de se deformar plasticamente. Verificagao de Concaitos 7.2 Explique a diferenga entre a tensdo cisalhante rebatida ¢ a tensdo cisalhante rebatida crttica {A resposta ests disponivel no ste da LTC Editora) Tensio para © Inicio do Escoamento Consiclere um monocristal de ferro-com estrutura CCC, orientado de modo que uma tensto de tragto ¢ aplicada ao longo de uma diregto (010). (a) Caleule a tensio cisalhante rebatida ao longo de um plano (110) « em uma diresio [T11] quando uma tensio de tragdo de 52 MPa (7500 psi) € aplicada, (by Se oescorregamento ocorre em um plano (110) eem uma diregio (T11],¢ a tenséo cisa- thamte rebatida critica € de 30 MPa (4350 psi), calcule a magnitude da tenslo de tragio aplicada necesséria para iniciar o escoamento, 178 + Capitulo 7 Solugao eee a ae Co posers ig Nevin epee fe Soren. sip como dese de mo ol agama a ogi. {Sef rota deve spar Eagio 73 Eaten cm prero (vai emit odors eT do diagram, é 0 inal cscorrepumento (I ya ace st deze 010), Scstiiecumeaaneeetitt 2 (010) Em edbieas, um Angulo @ entre as diregdes 1 Pieienme pe pole {u,v,w,], respectivamente, é igual ees - ) (1)(0) + (1901) + (0)(0) Pecan eR VIC? + (1)? + (OPC)? + (1)? + (0?) “= (3)-0 Entretanto, para A, tomamos [ayn] = (T14] © [usr] = [010}-¢ ie oly Ay(o) + (101) + (AY60) | DF + (OF + (OF + OF + OF VIE IF + (1? + (FCO)? + 1 + ~ on (45) - 0 ‘Dessa forma, de acordo com a Equago 7.2, tq = cos 6 cos A = (52 MPa}{cos 45°)(cos $4,7°) ~eawea(4)(4) = 21,3 MPa (3060 psi). @) 0 limite de exconmento-, pode ser calculado a partir da Equagio 74; 6 © A sero os poss rata = el (eos 45°)(cos 54,7") = 734 MPa (10.600 psi) Discordancias @ Mecanismas de Aumento de Resisténcia - 177 7.6 DEFORMACAO PLASTICA DOS MATERIAIS POLICRISTALINOS ‘A delormagio eo cscorregamento nos materiais policrstalinos sio razoavelmente mais comple- ‘x05. Devido as oricntagies cristalogrificas aleatGrias do grande nimero de grios, a direrio do. ‘eseorregamento varia de um gro para outro. Em eada prio, o movimento das discordineiss corre: fa longo do sistema de eseorregamento que possui a orientagio mais favordvel, como definide anteriormente. Iss0 est exemplificado na fotomicrografia de uma amostra de cobre policrstalino, {que foi deformada plasticamente (Figura 7.10); antes da deformago, « superficie foi polida. AS Linhas de eseorregamento’ estfo vsiveis parece que dois sistemas de escorregamento operaram ‘na maiaria dos grils, como fica evidenciado pelos dois conjuntos de inhas paralelas que se inter- ‘cepiam. Alm disso, variagiona orientagio de grio & indicada pela diferenga no alinhamenio das Finhas de escorregamento para 03 vérios gris. ‘A deformagio plistica generalizada de uma amostea poliristalina corresponcle, comparavel- ‘mente, & disiorgio de gros individuais devido a um escorregamento. Durante a deformagio, a integridade mecdnica e a coesd0's8o mantidas a0 longo dos contornos de grdo; isto €,08 contornos de grio geralmente nilo se afasiam ou se abrem. Em consequéncia, cada grio individual est res- trito,em certo grau’ forma que pode assumir devido aos seus gros vizinhes. A maneira pela qual 05 anos se distorcem como resultado de uma deformacio pléstica generalizada esté indicada na Figura 7.11. Antes da deformagio os grilos sio equiaxiais, ou seja, possuem aproximadamente a La =| EN a0 Linings sxomeamen ‘perce de una amos postin ge cobe, fue ft pla esubseuentemestedsformads Kipierto de 173 fRtomicropeafin oe de Bech National Barer of Suman {Gauameot,Nasona nite of Standart ‘ennloyy Guthcsturg MD) "Baas Hinhas ce eacorregamento sia as bordas salentes microsobpicas produsidas elas discondlncias “Zle) que afloraram de um gro ¢ que parecem ines quando vistas com wm microscdpio. Els so andlogas 10 ‘Gegraus macrosedpiees ensontrados nas superivies de monoctistais deformados (Figuras 748679). 180 - Capitulo 7 c ee Reset soe ema } fey. bee goatee (toes | BOR opera ee re er, Snare ee, Properisiof Menai: Voll Stuctresp id. (Q) Copyright © 1964 par John Wiley & Sons, Nova we See ee 4 — waite am = ‘mesma dimensiio em todas as direpdes. Nesse tipo especifio de deformasio, os grios se tornam alongados ao longo da diregdo na qual a amostra foi estendida. (Os metais policristalinos sdo mais resistentes que os seus equivalentes monocristalinos, 0 que significa que maiores tenses sio nocessarias para iniciar 0 escorregamento e 0 consequente ¢sco- mento. Isso ocorre, em grande parte, também como resultade das restrigdes geomeétricas impostas ‘os prtcs durante a deformagéo, Embora um Gnivo gril possa estar favoravelmente orientado.em relagdo A tensio aplicada, para 0 escorregamento ele ndo paderd se deformar até que os gros adja- ‘entes e menos favoravelmente orientades também sejam capazes de softer escortegamento, isso rrequer um nfvel de aplicagio de tensio mais clevado. 7.7 DEFORMACAO POR MACLACAO Além de ocorrer por escorregamento, a deformacao pléstica cm alguns materiais metélicos pode ‘ocorrer pela formagio de maclas de deformagdo, ou maclacao. Oconccito de wma macla oi intro- duzido na Segio 4.6; isto é, uma forga de cisalhamento pode produzir deslocamentos atOmicos tais ‘que em um dos lados de um plano (0 contorno da macia) os étomos estejam localizados em posi= ses de imagem de espelho em relaga0 aos étomos no outro lado do plano. A mancira pela qual ‘isso € conseguido csté demonstrada na Figura 7.12. Nela, os citculos abcrtos represcntam étomos que mio se moveram, enquanto os circulos tracejados ¢ os cheios representam as posicées original e final, respectivamente, dos étomos na regio da macla. Como pode ser observado nessa figurs Fgura 712 emo mosrando x matte reultante dh apcagio de una teno iin» in 0) ocetlo sarce ereaetams ioaos gus sus edarat Oe pee eect troafos ocx ceetisprenntnes expires egal foal de race, rnpectivmenne (Dm G-E Dist, Mechontal Metall, 8 Copynght © 1986 por McGraw-Hill Bok Company, Nova York Reprodursio fb permstto de Grav Til Book Company, Discordancias © Mecanismos de Aumento de Resisténcia - 181 w ® Figura 7.13. Para um mancerstal submetio «-uma tenslo islhante (a) defarmagio por ‘escorregamento (6) deformago por maclaga. ‘magnitude do deslocamento na regiio da mac (indicada pelas setas) ¢ proporcional a distancia ‘20 plano da maeta. Adicionalmente, a maclago ocorre em um plano etistalogréfica definido e em uma diregdo especifica que depende da estrutura do eristal Por exemplo,para metais CCC, oplano €. diregio da macla sio (112) ¢[111],respectivamente. ‘As deformagdes por escorregamento ¢ maclagio so comparadas na Figura 7.13 para um monocristal submetido a uma tensGo cisalhante z. Bordas de escorregamento cua formagao foi descrta na Segdo 75 esto mostradas na Figura 7.13a. Na maclagio, a deformagao csalhante & hhomogtnea (Figura 7.136). Esses dois processos diferem entre si em varios aspectos Em primeiro lugar, no escorregamento, a orientagio cristalogrética acima e abaixo do plano de escorregamento € & mesma tanto antes quanto depois da deformagioj na maclagio cxstiré uma reorientagdoatra- v¥ésdo plano da macla, Adicionalmente, o escorregamento ooorre em miltiplos distintos do espa ‘gamento atOmico, enquanto 0 deslocamento atXmicn na maciagio é menor que a separagéo inte- retomica. ‘As maclas de deformagio ocorrem em metais que possuem estruturas cristalinas CCC e HC, em baixas temperaturas,e sob taxas de carregimento elevadas (eargas de impscto),condigies sob as quais o processo de escorregamento é restringido; isto 6, existem poucos sistemas de excorreg! ‘mento operacionais. A quantid de da deformagio pléstica global obtida por maclagio é normal- mente pequena em relagio a que resulta do escorregamento. Entretanto, a real importincia da ‘maclaglo estd nas reorientagdes cristalogrficas que acompanham esse processo; a maclago pode ‘colocar novos sistemas de excorregamento em orientagdes favordveis em relaglo 20 cixo da tensfo, tal que © processo de excorregamento poderd cnlio Ocorrer. Mecanismos de Aumento da Resisténcia em Metais ‘Os engenheiros metalirgicos ¢ de materiais so requisitados com frequencia para projetar ligas {que possuam altas rsisténcias mas também alguma ductilidade c tenacidade;normalmente, a due- tlidade 6 sacrificada quando uma liga tem sua resisténcia aumentada. Vitras técnicas de endureci- ‘mento estio a disposigio do engenheiro, com frequéncia a selegao de uma liga depende da capa- ‘cidade que um material tem de ser adaptado As caracteristicas mecinicas necessérias para uma dada aplicagio, ‘A relagio entre 0 movimento das discordancias ¢ o comportamento mecinico dos metais & importante para a compreensiio dos meeanismos de aumento da resisténeis. Uma vez que a defor- masio plistica mactoseépica corresponde ao movimento de grande mimero de discordinciss, a ‘abilidade deum metal ze deformar plasticamente depen de da habilidade das discordincias se move- vem, Uma vez que a dureza ¢ a resistencia (tanto o limite de escoamento quanto o limite de resis- téncia 2 tragio) esto relacionadas A facilidade pela qual a deformagio pldstica pode ser induzida, devido a redugio na mobilidade das discordiincias a resisténcia mecdnica pode ser melhorada:isto <6, forgas mecinicas maiores serio necessérias para iniciar a deformasdo pléstica. Em contraste, quanto menos restrito estiver o movimento das discordancias, maior seré a faciidade na qual um ‘metal poderd se deformar, e mais dictil ¢ menos resistente ele se tornars. Virtualmente, todas as téenicas de aumento de resisténcia dependem deste principio simplest A restrigdo ot 0 impedi- ‘mento ao movimento das discordinclas confere maior dureza e resistencia ao material. A discussto atual est4 restrita aos mecanismos de aumento da resistEncia para metais mono- fisicos, pela redugao no tamanho do grio, pela formagdo de ligas por solugdo s6lida ¢ através de 182 - Capitulo 7 encruamento.A deformagio ¢ 0 aumento da resisténcia para ligas multifésicas sio mais complica- dos e envolvem coneeitos que esto além do-escopo da presente discussio. O Capitulo 10 ea 1.9 tratam de téonicas empregadas para aumentar a resistGncia de ligas multifésicas AUMENTO DA RESISTENCIA PELA REDUCAO DO TAMANHO DE GRAO © tamanho dos graos ou o diimetro médio do grio,em um metal polcrsalino influencia suas propricdades mecdnicas Os grios adjacentes possucm, normalmente, orientag6cs cristalograficas vrentes ¢, obviamente, um contomno de grdo-comum, como est indicado na Figura 7.14. Durante 4 diloecagas plastics, ¢ eicte/opaihealo ot siovincalo di dneacdacas deve Ooorer telus tiene contorec oomuns~dignmon do prio A para orto B na ighra’?/ 14 O contrnode peSoatua como uma barreira ao movimento das dscordaneias por dus rzSes: 1, Usa vga da das iin ta iets rents ia casos ie pata pa gO Berd que madara diego do seu movimento, so se torna mais dif conforme aumenta a diterenga na orientagdo crstalogriticn. 2. A falta de ordem atbmica na repito do contomo de gro resulta em uma descontinuidade dos planos de escorrepamento de um grio para 9 tro, Deve ser mencionado que, para os contornos de grio de alto angulo, pode nao ocorrer de as discordancis atravessarem ox contornos de grao durante a deformagao-ent vez css, s discord elas teadem a se “acimular" (ou emnpilhar) Boa contornos de gria Esse empilbamentosintrod- tem concentragice de lento frente dos ss planos de excorreyamento,e que gera novas discon: dTincias nos graosadjacentes. ‘Lin nora cous greonlaso Bins (umn oe possi gos pounce) om ducece maior «6 mia resistente que um malerial com granulagdo grosscira, uma voz que o primeiro possui maior dre total de contornos de gro para impedir o movimento das dscordinelay. Para rauitos materia, o limite de escoamento ¢, varia com o tamanho do grao de acordo com Equaco de Hall- etch — dependéncia = do leite de 9) = 0 = kd an Tamanho de gro ‘Nessa expresso, denominada Equagao de Hall-Peich,d 0 didmetro médio de grio ea, © k, sto constantes para cada material especfico, Deve ser observado que a Equagio 7.7 no ¢ valida para 0s materiais poicristalinas com gros muito grandes (isto ¢, prossciros) ou com gros extrem: ‘mente finos.A Figura 7.15 demonstra a dependéncia da limite de escoamento em relaglo ao tamé nhodogriio para uma liga de lato. O tamanho de gro pode ser regulado pela taxa de solidificacto partir da fase iquids ¢, também, através de deformagio pléstica seguida por um tratamento tér- ico apropriado, como discutido na Segdo 7.13. ‘Tambéim deve ser mencionado-que a redugio no tamanho de gro nto melhora apenas aresis- tncia,mas também a tenacidade de muitasligas ‘Qs sontornos de gro de baixo ingulo (Segéo 4.6) nio sic eficazes na interferéncia com o pro- cess0 de escormegamento devide ao pequcno desalinhamento cristalogrifico através docontorna. Por sere 0000000) 99% 2000000009700 pent ©0090 90, 90\9F0-9,0 —r"SO00 000 Q 0000 OCOO 0000 C000 Figura 7.14 O movimento de uma discordincia eonforme ela encontra um contorno de gro, ihistrando como o contorne atua como 1 continsidade do escorregamento, Os planos de escorregamento sto Aescontinuos e mudam de diregdo através do contarno. (De VAN VLACK, IEXTROOK MATERIALS TECHNOLOGY, 1’, © 1973, Reproduzido cletronicamente sob permissd0 de Pearson Education, Ins, Upper Saddle River, Nova Jerse.) Discordiincias © Mecanismos de Aumento de Resistéincia - 183 Tamanna de ps, sim 17 w?_sxi07 Zw & 20 | = i 8 4 ‘ i sfoq 2 Figur 7S A indutncia do tamanho de é © rho wbre limite ce escoarenta de um 3.8) = 30 70 Cu-30 Zn, Observe que 0 didmetro de prio aumenta da dreta part x esquerda, ete aumento nfo £ nese (Adaptado de J \ \ ia Suruk"The Relation between the 5 . 7 7° Structure and Mechanical Properties of Metals” VoL. Il, National Phycol 26 (mee) Laboratory Symposium No. 15,1983, p.S24.) outro lado, os contornos de macta (Seco 4.6) iri efetivamente bloquear o escorregamentoe aumen- tar a resisténcia do material. Os contornos entre das fases diferentes também sio impedimentos a0 ‘movimento das discordaneias:isso & importante no aumento de resisténcia de ligas mais complexas. Os tamanhos ¢ as formas das fases constituintes afetam de mancira significativa as propricdades -mecdnicas das ligas multfisicas. Esses tGpicos serio discutidos nas Seqdes 10.7, 10.8 ¢ 16.1. 7.9 AUMENTO DA RESISTENCIA POR SOLUCAO SOLIDA Outra técnica para aumentar a resisténcia e endurecer metais.consiste na formagao de ligas com dtomos de impurezas, que formam ou uma solugio sOlida substitucional au intersticial. Nesse sen- tida, iso é chamiado aumento da resisténcia por solugio s6lida. Os metais com alta pureza t8m quase sempre menor dureza e menor resistencia que as ligas compostas pelo mesmo metal base. O aumento da eoncentraglo de impurezas resulta em um consequente aumento no limite de resistén- ‘da A tragio e no limite de escoamento, como indicado nas Figuras 7.16a ¢ 7.16 para o-niquel 20 ‘pire; a Sependénca du. doctliade em relagio 4 concamracdo de nique end presencia na ‘igura 7.16. “OYA lps so mais resistentes que os metais puros, uma vex que os dtomos de impurezas que esto participando na solugdo sélida normalmente impOem deformagdes de rede sobre 03 dtomos ‘hospedciros vizinhos. Assim, resultam interagdes do campo de deformagdo da rede entre as discor- dancias e esses étomos de impurezas e, consequentemente, 0 movimento das discondineias fica ‘estrito. Por exemplo, um étomo de impureza menor que o étome hospedeiro, que ele esté substi- tuindo, exeree deformagies de traglo sobre a rede crisalina vizinha, como ilustrado na Figura 1.17a, De maneira oposta, um étomo substitucional maiar impOe deformagOes compressivas sobre ‘sua vizinhanga (Figura 7.184). Esses étomos de soluto tendem a se difundir ea se segregar ao redor das discordincias, de maneira a reduzir a energia de deformaglo total — isto €, de modo a cancelar parte da deformagao na rede que esté vizinha a uma discordincia. Para conseguir isso, um atomo de impureza menor se localiza onde sua deformagio trativa anulard parcialmente a deformagdo -compressiva caussda pela discordAncia. Para a discordiincia aresta mostrada na Figura 7.17b, e583 localizagao ¢ adjacente linha da discordincia e acima do plano de escorregamento.Um tomo de impureza maior estaria lovalizado come mostrado na Figura 7.188. ‘A resisténcia ao escorregamento é maior quando 0s 4tomos de impurezas esto presentes, pois a deformacto global da rede deve aumentar se uma discordancia for separada dos mesmos. Adi- ‘slonalmente,as mesmes interagdes das deformages de rede (Figuras 7.17 7.18) existiro entre os dtomos de impureza e as discordincias que estio em movimento durante a deformagio plastica. ‘Dessa forma, € necesséria a aplicagto de uma tensio maior para, primeiro,iniciare, entio, dar con- tinuidade & deformago pléstica em ligas com solugdo sélida, de maneira oposta a0 que ocorre nos metais puros: isso fica evidenciado pelo aumento da resistencia e da dureza. 184 + Capitulo 7 mae de einen toga ‘Mogarents 6m 2) s & Lite restnia 9 acto) ume 6 esecamanto (ai) L g aL Lute de escoamenta Ost) “oor deiqu ® 50 7.16 Variagio do (a) limite de resistncia 3 tragio, (8) Figura 716 sede Sennett ase) de exconmento © (c) Took ainaea es cobre-niquel. QOQOOOO OOOCOOO Q O oO OOO OOOOOCO sanms o QOQOO0O SS SO@@0O QOO00000 wo funy do teor de aquel para gas Higura 7.27 (a) Representagio deforansgses tatvas reso sobre os étomos hospedeliros Discordancias © Mecanismos de Aumento de Resistencia - 183 7.10 ENCRUAMENTO cencruamento © encruamenio ¢ 0 fendmeno pelo qual um metal dictil se torna mais duro € mais resistente & ‘medida que € deformado piasticumente. Algumas veres exse fendmeno também ¢ chamado de cendurecimento, ou, pelo fato de a temperatura na qual a deformago ocorre ser “fria” em relagio trabalho a frio A temperatura absolute de fusdo do metal, de trabalho a fri. maioris dos metais encrua a tom peratura ambiente. ‘Algumas vezes ¢ convenicnte expressar o grau de deformagao plastica come percentage de Fevcntam de papal arom apa e deformagi A porcetagem de tabalho & tio (OoTP) € dean como equ rannvonal ‘8IF = (eo) % 100 (78) Lite bs eseoamart (UP) Unite de soca 8 oxo si) ‘mite de tines waste CMP) rctads AL Figura 719 Para o ago 1040, aldo eo cobre, (a) aumento no limite de escoamento (4) o aumento no limite de resistencia tragio e (e) redugaeo nn ductiidade (%A) em fungao da de trabalho a fri. [Adaptado de Metals Handbook: > rand Selection: frons and Steels, Wo. 1,9 ed B, Bares 0120 20 49 89 GD 7 (Editor), American Society or Metals 1978, p.226;¢ Metals Mecciege eeassEe Handbook: Properties and Selection: Nanferrows Alloys and Pure mie ‘Meats, Vol.2, 9 ed. H. Baker (Esitor Gerente), American Society @ for Metals 1979, pp:276¢ 321.) 186 - Capitulo 7 emque A, 6a érea original da segio transversal que softe deformagio.e A, é 8 frea de segio trans- ‘versal 1p6s a deformagio. ‘As Figuras 7.194 ¢ 7.19 demanstram como aumentam o limite de essoamenta ¢ 0 limite de resistBacia & tragdo do ago, do latfo ¢ do cobre com o aumento de trabalho a frio. O prego a ser [Pago por esse auimento na dureza e na resisténcia esté na ductilidade do metal. Isso est mostrado nna Figura 7.19c,na qual a ductilidade, em termos do alongamento percentual, aprescata redugio ‘com oaumenio da porcentagem de trabalho a frio para exsas mesma irés ligas. A influtneia do trabalho a frio sobre o comportamento tensio-cleformagio de um ago com baixa teor de carbono festé mostrada na Figura 7.20, na qual as curvas tensdo-deformagao estio tragadas para O%'TF. 4%TFe 24% TR. ‘Oencruamento est demonstrado em um diagrama tensio-deformacio que foi apresentado anteriormente (Figura 6.17). Inicialmente,o metal com um limite de escoamenta oy, € deformado plasticimente até © ponto D, A tensto é liberada ¢, entSo, reaplicada, revultando’ em um novo limite de escoamento, 0, metal fieou, dessa forms, mais resistente durante 0 processo, uma vex ‘que g,€ maior quec,, ‘Ofendmeno do cncruamento é explicado com base nas interagdes entre as discordincias © 0s ‘campos de deformagio das discordincias, de modo semelhante ao discutides na Seco 7.3. A den- sidade de discordancia em um metal aumenta com a deformacio ou 0 trabalho a frio, devido & multipicagio das discordncias ou & formagdo de novas discordincias, corre observado anterior mente, Consequentemente, a distincia média de separagio entee as discoritncias diminui — elas ficam posicionadas mais proximas umas is outras. Na média, as interapdes dscordlincias-deforma- ‘g0es devidas as discordancias so repulsivas @ resultado global ¢ tal que 0 movimento de uma iscordiincia € dificultado pela presenga das outras Conforme a densidide das discordéacias aumenta, esse resisténcia ao movimento das discordiincias causado pelas demais se torna mais pro- ‘nunciads Assim, tenstoimposa,necesséria para deformar um meta, uments. com 0 aumento ‘Oencruamento 6, frequentemente, utlizado comereialmente para methorar as propriedades ‘mecinicas dos metais durante procedimentos de fabricagio. Osefcitos do creruamento podem ser remov'dos por um tratamento térmico de reeozimento, como discutido na Segfo 11,7. Tmportante mencionar que na expressio matemiitiea que relaciona « tensio verdadetra & sdeformacéo verdadeira, Equacto 6.19, parimetro n € chamado coeficients de encruamento, que ¢ uma medida da habilidade de um metal encruar; quanto maior a magnitude de n,mnaior serd 0 encruamento para uma dada quantidade de deformagio plastica, 8 Figura 720 A influéncia do trabalho {rio sobre o comportamento tcasio-

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