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{ oitava parte: Dindmi capitulo 29 A PLANTAGAO DI UMA DINAMICA A igreja que é um organismo organizado exibe dindmicas de movimento interna- mente, mas também para além desi mesma. Dessa forma, é natural que se envolva com a plantac&o de outras igrejas. O Novo Tes- tamento faz varias referéncias 4 plantagao de igrejas, Paulo, por exemplo, menciona que planta e rega as igrejas juntamente com Apolo (1Co 3.6,7). Mas 0 livro de Atos 6, por exceléncia, a principal fonte para o aprendi- zado sobre plantagao de igrejas. Todo cris- {to ortodoxo concorda que as afirmagées prescritivas da Biblia so normativas, mas as histérias descritivas do Antigo e do Novo ‘Testamento contém exemplos bons e ruins. Sera que sempre conseguimos discernir qual é qual? A meu ver, a abordagem mais sensata é levar muito a sério as praticas de plantacao de igrejas usadas por Paulo em ‘Atos, mas ao mesmo tempo reconhecer que esse livro da Biblia n&io nos da regras fixas para esse trabalho em todos os lugares, épo- cas e contextos. E mais aconselhavel buscar principios gerais em vez de regras ou prati cas detalhadas.' PLANTAGAO NATURAL DE IGREJAS Em Atos, a plantacio de igrejas ndo é um acontecimento traumatico ou antinatural. £ algo trangado na trama e no desenho do ministério e, portanto, acontece de forma normal e regular. Paulo nunca evangeliza e discipula sem também plantar uma igreja. Durante décadas, expositores bfblicos tém estudado Atos para relacionar os elementos isicos do ministério: ensino biblico, evan- gelismo, comunhis, discipulado e adoragio. 418 M_DINAMICADO MOVIMENTO A plantag ica de movimento } (OMO E IGREJAS C' TO DO MOVIMEN Sempre achei estranho que bem ali em Ates, juntamente com tudo 0 que a igreja realiza, apareca a plantagio de igrejas ~ mas esse elemento do ministério 6 sempre despre- zado! No meu entender, existe um cessa- Cionismo dabio, técito em funcionamento, Quase inconscientemente, quem hoje 1é ‘Atos afirma: “Certo, mas isso era para aquele periodo. Nao temos de fazer isso hoje”. Acre- dito que essa conclusiio menospreze um aspecto fundamental de uma igreja saudé- vel, ou seja, que a plantagao de igrejas tem de ser natural e costumeira, nao traumatica e esporadica. O ministério normal de Paulo tinha trés fases facilmente identificadas em Atos 14. A primeira é 0 evangelismo. Em Atos 14.21, Jemos que “{Paulo e Barnabé] pregaram as boas-novas” (NVI), mas o termo comum para “pregagio” ndo é usado, e sim um verbo mais abrangente: eles “ewangelizdaram” a cidade. Esse termo grego significa muito mais do que simplesmente pregar mens: gens. O livro de Atos descreve Paulo espa- Ihando o evangelho por meio da pregacio em sinagogas, ensinando em pequenos gru- pos de estudo biblico, falando nas pracas, liderando debates em escolas alugadas € simplesmente conversando com as pessoas individualmente. Na segunda fase do ministério de Paulo, Notamos uma clara incorporagio na com nidade, Logo apés “evangelizar” a cidade, Paulo fortalece e encoraja os convertidos (At 14.22). Esses dois verbos (epistériz0 © Parakaled) sio também usados juntos em Atos 9.31 € 15.32. John Stott refere-se 2 0 de igrejas como és igre uma dinamica do movimento esses verbos como term referentes a edificagao de nov, dos.* Como Paulo fazia is, OS converti- -Thes a “fé” (At 14.22); de crengas e teologia. também “os congregava”, Os ng vertidos no voltavam asim, OS con- viver como antes, ticipar de uma cor regularmente, 8 “semitéenicos” ar So? Ensinando- UM Conjunto definido Contudo, 0 apéstolo plesmente mas eram levados a par- munidade que se reunia Por fim, na tercei camodesenvobvimentodeliders ee ee ri le lideres. Em todos os lugares que visitava, Paulo escolhiia pres- biteros, uma pluralidade de lideres entre os convertidos, que agora iam ensinar e pas- torear as outras pessoas na fé. Em outras palavras, Paulo regularmente organizava seus convertidos em igrejas independentes — mais do que simplesmente grupos infor- mais diretamente sob sua lideranca. Essas igrejas tinham lideranga e estrutura pré- prias. Quando Paulo comecava a se reunir com esses convertidos, eles eram chamados “discipulos” (At 14.22), mas, ao deixé-los, eram conhecidos como “igrejas” (veja At 14.23). De modo mais simples, a multipli cdo de igrejas é tao natural no livro de Atos quanto a multiplicagao dos convertidos. Como Tim Chester mostra no ensaio “Church Planting: A Theological Perspective” [Plantagdo de Igrejas: uma Perspectiva Teolégica}, vemos duas formas bisicas de plantagéio de igrejas no livro de Atos. Em Paulo e seus companheiros, temos um exemplo da primeira forma: plantagdo Embora a igreja de pioneira de igrejas. Antioquia tenha enviad responsvel diante dela mento e doutrina (At 13-1°3, rabal em cada cidade era, por definigao, pioneiro. Paulo realizava um evangelismo inovador em todos os lugares que visitava, sem a COO- Peragao de outras igrejas- A outra forma é igrejas qe outras igrejas. Esse exemplo mais jo Paulo e ele fosse por seu comporta- ), sew trabalho plantam implicito M_ pINAMICA 00 MOVIMENTO Aplanta Com excecio da primeira perseauicéo ao: Cristos (tos 8) nos plontagao nso natural de igrejas” no livro de Atos — mas certamente isso ocorre hoje em dia. Duas, formas so predominantes hoje, e geralmente os resultados deixam muito a desejar Plantasao hostil de igrejas. Alguns membros da igreja talvez se sintam frustrados Por causa da doutrina, da viséo ou da filosofia de ministério. Assim, vio embora e formam uma nova igreja. Esse tipo de mudanca geralmente inclui choques entre lideres com 90s inflados ou divisdes baseadas em cultura (@ segunda geragao de lideres inicia uma igreja ‘em oposigo a vontade da primeira geracao de lideres da igreja) Plantagdo relutante de igrejas. As Circunstancias talvez forcem lideres a plantar Cutra igreja contra a vontade. O espaco fisico de uma igreja, por exemplo, pode ter ficado pequeno, e, embora ninguém deseje sair, todos sero obrigados a fazé-lo. Ou talvez alguns membros se mudem para outro bairro fe comecem a se unir pedindo uma igreja “aqui perto”, parecida com a que deixaram. Alguns membros que tenham uma viséo diferente {estilo de culto mais atual e contemporsneo; mais focada no discipulado individual etc.) talvez se afastem ou comecem a pressionar para que 0 culto ou a igreja mudem. Embora 05 lideres deem permiss0, mesmo que de ma vontade, ou até deem dinheiro e apoio pratico, esses exemplos so “artfciais” ou antinaturais, porque € improvavel que a plantasao de igtejas ocorra novamente — a nao ser que, de novo, as circunstancias obriguem. esti presente no Novo Testamento, mas devemos evitar descarté-lo por pensar de anaerénico sobre a palavra igreja [As igrejas que igre- modo quando a vemos no texto. Paulo plantou (na verdade, toda dis por quase duzentos anos) eram ‘A conversio de Lidia, tamente se torna uma sao de todos os da sua a primeira igreja jas cris jgrejas em casts. por exemplo, imed a conve de sua casa ponte par casa, o que fe \amica do movimento 419. co de igejas como uma cin O_o veo pe Em Atos 16.40, Paulo e Silas : ‘asa de Lidia para se reunir com os irmaos. O mesmo acontece em Atos 18 com a casa de Crispo. O que isso significa? Que as igrejas de Filipos, de Corinto e de quaisquer outros lugares sé podiam crescer naturalmente pela multiplicagio de novos grupos ou de igrejas em casas. Embora Paulo escreva a “igreja” (no singular) de Corinto, o fim da carta deixa dbvio que © apéstolo esta se dirigindo a um grupo de igrejas reunidas em casas: Cloe, Estéfano etc. Como na igreja primitiva a igreja nas casas era a pedra angular do movimento, a plantacao de igrejas estava incutida em sua propria natureza. S6 era possivel iniciar igrejas pela multiplicagao de novos grupos de cristaos que se reuniam em lares sob a orientagdo de presbiteros. Hoje também essas duas abordagens fundamentais continuam sendo os cami- nhos principais para a plantagao de igrejas (veja 0 quadro da p. 421). TORNANDO A PLANTAGAO DE IGREJAS ALGO NATURAL ‘Amentalidade da plantacao de igrejas como ato natural significa que, para os lideres da igreja, essa atividade é apenas uma entre outras que ela realiza. Essa plantagio ndo deve ser como a construgdo de um edifi- cio: um evento grande e traumatico seguido por um profundo suspiro coletivo de alivio quando a obra chega ao fim. Paulo estava continuamente engajado com o evange- lismo, 0 discipulado e a plantagio de igrejas, Na verdade, acredito que plantar igrejas seja de fato uma quinta “frente de ministério” que opera ao Jado dos quatro aspectos do ministério integrativo esbogado na sétima parte. Observamos 14 que cada igreja deve por as pessoas em contato com Deus (ado- ragdo e evangelismo), umas com as outras (discipulado e comunidade), com as neces. sidades da cidade (justiga e misericérdia) 1 (integrando £6 0 trabalho), ministério 6a multi- s igrejas com, a cultur Tiengao de uma igrejaem DO” plicagao “@ "tro frentes ministeriais, Desse as outras avi cao de igrejas deve ser tanto mo eat se natural de Seu ministério i cio e 0 servico- : ™ ‘pentalidade de plantagio natural de igrejas pode ser deserita da perspectiva de trés mudangas i portantes. A verdade nua e seul grupo nao con- e crua é que, se voce ; seguirem fazer essaS mudangas de mentali- sate, 6 bastante improvavel que sua igreja ejas de modo natural e consiga plantar igr bem-sucedido. . 1. £ preciso estar aberto a investir recursos e abrir mio do controle do dinheiro, dos membros e dos lideres. Evito fazer uso de clichés, mas nesse caso 6 verdade: Paulo “capacitou” esses novos lideres. Ele deu a eles dominio e, com isso, abriu mao de muito controle. Muitas igre- jas néio conseguem nem pensar em perder seus lideres principais, familias que con- tribuem ou simplesmente seus amigos. Os pastores também tém medo de abrir mao de um pouco de sua gloria. Se seu ministério conquista pessoas que passam a frequentar a igreja e so incorporadas aos estudos da Biblia e a novos ministérios de sua igreja, isso aumenta os niimeros, e vocé ganha controle e gloria. Mas, se vocé encaminha essas novas pessoas a novas igrejas, voc perde dinheiro, membros, ntimeros, lide- Tes e controle. Mas foi exatamente isso 0 que Paulo fez! Outra questo é que, quando deixamos as coisas acontecer, perdemos 0 controle direto, mas nao podemos evitar 2 tesponsabilidade causada pelos problemas a surgem. £ mais ou menos como set Pai eet pues Nao podemos dizer direta- les 0 que fazer, mas, quando surge um Problema, eles esperam que corramos Para ajuda-los, O mentor é um pastor ou lider pouco visto; ou a consultoria é Por meio de leituras (morta o1 1 distante, feita apenas ,u distante). O modelo é sempre inovador, forjando novos modelos ou imitando outros, mais distantes. Uma igreja evangélica perto da nossa regio ocupava um pequeno edificio hist6- rico. Durante quatro anos seguidos, a fre- quéncia ocupava todos os cem assentos do local; contudo, a igreja se recusava a plan- tar outra igreja, temendo perder dinheiro e pessoas. Por fim, acabaram enviando cin- quenta membros a uma nova cidade para plantar uma igreja. Apenas dois anos mais tarde, quase 350 pessoas estavam frequen- tando a igreja filha. Enquanto isso, a igreja mie ocupou novamente as cem cadeiras — em mais ou menos trés semanas! Logo se lamentaram por perceber que, durante todo aquele tempo, eles poderiam ter plantado outras trés igrejas, somando aproximad: mente mil membros na familia da igreja, todas capazes de, juntas, realizar missoes, trabalho com jovens e desenvolver muitas outras iniciativas. A igreja entendeu que M_ DINAMICADO MOVIMENTO A plantagio de igrejas como uma din [FeITA Po Os lideres da igreja so escolhi pel igreja so escolhidos la. congregagso, mas a , Mas a igreja também, Pode chamar e enviar. Os membros vém 1) d vém 1) de grupos pequenos e 2) Por meio da transferéncia de familias que 880 de lugares mais distantes doe dinheiro vem 1) do comprometimento ‘© nicleo em ajudar, 2) de doagées/subsidios da igreja-mae, 3) de doagées de igrejas distantes ou individuos ou 4) de duas ou todas as possibilidades acima. Reunides regulares com mentor préximo; geralmente é possivel a supervisio de um colega © modelo é semethante ao da igreja-mae, ‘embora nunca idéntico. precisava adotar a mentalidade de planta- cao natural de igrejas. 2. E preciso estar disposto a abrir mio, em algum nivel, do controle do formato do proprio ministério. Fazer isso é particularmente assustador para aqueles de nés que se preocupam profunda- mente coma preservacio da verdade biblica. Mas 0 fato é que a nova igreja nao sera exa- tamente igual a original. Ela tera sua pré- pria voz e énfases. Por um lado, temos de nos esforgar para que a diferenca nao seja grande demais; caso contririo, a comunhao € a cooperacio serio tensas. Nao devemos nos esquecer de que o livro de Atos men- ciona “a fé”. Existe um corpo de doutrinas verdadeiras no centro do cristianismo. Por outro lado, se vocé insistir que a nova igreja seja um clone, mostrara que nao esta pronto aadmitir a realidade da contextualizagao no simica do movimento 424 penne mae Diblico de a Aptagdo e encarnagio. 7eTACGes e culturas diferentes r s vdo produ um © igreia dil tipo de igreja diferente. Isso nao mina a Satide da igreja-mac; na verdade, dé teste- mumho dela. + a mentalidade voltada para a Plantagao natural de igrejas, mais do que uma questao de confianga nos novos lideres, é uma questo de confianga em Deus. Como observamos acima, Paulo nomeou lideres em cada igreja, dando a eles certa independéncia. Ele conseguiu fazer isso porque a mentalidade voltada para a plan- taco natural de igrejas, mais do que uma questo de confianga nos novos lideres, € uma questo de confianga em Deus. Paulo nao chama as novas igrejas a, sozinhas, cuidarem de si mesmas, nem as deixa aos cuidados dos outros. Em vez disso, consa- grou-as ao Senhor (At 14.23). O coragio e 0 carater de Paulo eram tao grandes, que ele nao precisava manter o controle; ele sabia que Deus continuaria a obra que ele havia comecado na igreja. A mentalidade da plan- tagao natural de igrejas requer um alto nivel de maturidade espiritual e de confianga na providéncia de Deus. 3. £ preciso ter a disposigao de cui. dar mais do reino do que de seu pré- prio rebanho. Vemos isso exemplificado no modo de Paulo falar sobre Apolo, que & encorajado mesmo nao sendo seu disci- pulo (At 18.24-28). Paulo refere-se a Apolo usando termos bastante afetuosos (1Co 3.6; 4.6; 16.12), embora fosse evidente que os discipulos de Apolo se considerassem um grupo particular, distinto dos de Paulo (1Co 1.12; 3.4). Também observamos isso quando Paulo, de boa vontade, retira as maos das novas igrejas que plantou (veja Atos 16.40: rtiram”). Paulo nao esta pada com seu poder ou COM o Poder Pree guidres cmesmo nadtuela 6poca, i ceontes apostolos tinkiam seus diseipulos ‘ lenfases), mas com 0 reino de Deus como e énfases), do. ; aooone nova igreja na comunidade geral- mente leva as igrejas j4 existentes a enfren- tar a questao da mentalidade voltada para 6 reino, De modo geral, as novas igrejas atraem pessoas que néo frequentavam igieja nenhuma, mas também atraem algu- mas pessoas de outras igrejas. Quando per- demos duas ou trés familias para uma igreja que esta tendo a frequéncia de cem novas pessoas que ndo participavam de igreja nenhuma, temos uma escolha! Devemos nos perguntar: “Vamos celebrar 0 fato de mais pessoas terem sido conquistadas para oreino por meio dessa nova igreja ou vamos lamentar e ficar ressentidos com as familias que perdemos para ela?”. Em outras pala- vras, nossa atitude para com a nova igreja comprova ou nao se nossa mentalidade est voltada ao nosso proprio territério institu- cional ou a satide e prosperidade geral do reino de Deus na cidade. Qualquer igreja que lamenta suas pequenas perdas em vez de se alegrar com os ganhos maiores do reino esta revelando seus interesses limi- tados. Mas os beneficios que a plantacao da nova igreja traz As congregagées mais antigas podem ser grandes, mesmo que nao sejam dbvios logo de inicio. No inicio, advertimos que precisamos tet © cuidado de nfo ler o livro de Atos como se ele fosse estritamente um método sobre Plantagao de igrejas. No entanto 0 mundo secular, global e urbanizado em que vive- mos é, de modo impressionante, similar 0 mundo greco-romano em certas coisas. Pela primeira vez em 1.500 anos, existem comunidades e opgdes de crengas religiosas maltiplas ¢ importantes (incluindo o verda- “iro Paganismo) em todas as sociedades- «.. @, depois, Pa Cosmovisées € comunidades tradicionais, geculares e pagis vivem lado a lado. Mais ima ve7, as cidades so centros culturais in- fuentes, exatamente como eram no mindo greco-romano. Durante a Pax Romana, as cidades se tornaram intensamente multié- tnicas e globalmente conectadas. Como es- tamos vivendo novamente em um mundo parecido com ode Atos e nao com o contexto do inicio do cristianismo, a plantagio de igrejas sera necessariamente uma estratégia tao basica para alcangarmos o mundo como foi para alcancar as geragées anteriores. Contudo, em tltima andlise, nao olha- mos para Paulo para aprender a plantar jgrejas, mas para o préprio Jesus, o plan- tador de igrejas por exceléncia. Ele edifica sua igreja (Mt 16.18), e o faz com muita efi- ciéncia, porque nem o inferno prevalecera contra ela. Jesus levanta lideres e entrega- -Jhes a chave do reino (v. 19). Ele estabelece seus convertidos na palavra confessional do apéstolo Pedro, ou seja, na palavra de Deus (v. 18). Quando Fantamos uma igreja, par- ticipamos da obra de Deus, pois, se obtiver- mos qualquer éxito que seja, é porque “Deus Ihe deu o crescimento”. Assim, “nem 0 que planta nem o que rega sao alguma coisa, mas sim Deus, que da o crescimento” (1Co 3.6,7). RESPOSTAS AS OBJEGOES Quando lemos Atos da maneira aqui suge- rida, esta objegdo muitas vezes ¢ feita: “Ah, mas isso foi naquela época! Hoje existem igrejas em praticamente toda a parte. Nao hd necessidade de plantarmos mais igrejas; devemos fortalecer e encher as que ja exis- tem antes de fazer isso”. Gostaria de apre- sentar algumas respostas a ess@ objecio to comum. IGREJAS TOTALMENTE EVANGELISTICAS Nao evangelizamos uma cidade por meio de Programas evangelisticos, mas mediante igrejas totalmente evangelisticas. M_ DINAMICA DO MOV! MENTO. A plantagéo de igrejas como Os programas evangelisticos tém como objetivo levar as pessoas a seguir a Cristo. Entretanto, a experiéncia mostra que mui- tas dessas “decisdes” evaporam e nunca produzem uma mudanga de vida. Por qué? Muitas decisées nao sio verdadeiras con- versdes espirituais; sio apenas o inicio de uma jornada em busca de Deus. (Tenho de acrescentar que algumas decisGes com cer- teza marcam 0 inicio do novo nascimento, mas isso difere de pessoa para pessoa.) Mui- tas pessoas alcancam a plenitude da fé por meio de um processo de pequenas decisdes. Somente a pessoa que ouve o evangelho no contexto de uma comunidade que cultua pastoreia continuamente pode ter a certeza de alcangar a {6 salvadora e vital. Progra- mas evangelisticos enxertados em igrejas incapazes de abracar e apoiar pessoas com perguntas e dividas nao conseguem realizar a tarefa. A cidade nio precisa de mais pro- gramas evangelisticos, e sim de igrejas mais plenamente evangelisticas. AUMENTO DO NUMERO DE IGREJAS NA CIDADE O niimero de cristdos na cidade nao cresce principalmente por intermédio da renova- ¢do da igreja, mas da plantagao de igrejas. Quando igrejas estagnadas passam por uma fase de avivamento e comegam a cres- cer, isso geralmente acontece por meio da transferéncia de membros de outras igrejas. Programas bem executados atraem cristaos que sofrem com pregacio fraca, diseipu- lado fraco e outros sintomas de discipulado carente em outras areas. Contudo, mesmo igrejas mais antigas que foram revitalizadas nio conseguem integrar desigrejados como uma nova congrega¢ao consegue. Pesqui- sas confirmam que de um a dois tergos dos novos membros de uma igreja nova sio formados por pessoas que nio pertenciam. a nenhum grupo cristo, a0 passo que de Bo a 90% das pessoas que se mudam para uma dindmica do movimento 423 estard a caminho de crescer em 50% em uma geracao. REVITALIZANDO IGREJAS EXISTENTES A revitalizagéo de igrejas exis uma cidade acontece por meio edo de novas igrejas. Em qualquer debate sobre o desenvolvi mento de novas igrejas, geralmente alguém faz esta pergunta: “E 0 que fazer com todas as igrejas existentes na cidade? Nao deverf. amos fortalecer e revitalizar essas igrejas?”, Aresposta € que plantar varias novas igrejas é uma das melhores formas de revitalizar as igtejas existentes, 1, As novas igrejas trazem novas ideias a0 corpo todo. Elas tém liber- dade para inovar e, assim, se transformam no departamento de “pesquisa e desenvol- vimento” para 0 corpo de Cristo como um todo na cidade. Geralmente as igrejas mais antigas tém muito medo de tentar certa abordagem, convencidas de que isso “nunca daria certo aqui”. Mas, quando a nova igreja € bem-sucedida com a nova abordagem, as outras igrejas percebem e retinem coragem para também tentar. 2. As novas igrejas levantam lide- res criativos para a cidade. As igrejas. mais antigas atraem lideres que apoiam a tradicao, tm mais tempo de trabalho, gos- tam da rotina e tém relagdes familiares ali. As novas igrejas, por outro lado, atraem uma porcentagem maior de pessoas empre- endedoras que valorizam a criatividade, os tiscos e a inovacdo. Igrejas mais antigas normalmente deixam de lado pessoas com grande capacidade de liderar e que nao se sentem a vontade ao trabalhar em ambien- tes tradicionais. As igrejas novas, entao, atraem e prendem muitas pessoas da cidade Cujos dons nao seriam de outra forma usa- dos no ministério do corpo. 3. As novas igrejas desafiam outras igrejas a um autoexame. Muitas vezes, tentes em da planta- somer nte por meio do contraste com uma nova igreja 6 que as igrejas mais antigas finalmente conseguem definir sua pro- Pria visdo, peculiaridade e identidade. £ comum que o crescimento experimentado em uma nova congregagao gere humildade © arrependimento por atitudes de derrota © pessimismo, Na verdade, muitas vezes a igreja-filha vai tao bem, que a igreja-mie é revitalizada Por sua influéncia, recursos, animo e visio. Embora possa haver algum sofrimento a0 ver lideres capazes sairem para formar uma nova igreja, a igreja-mae quase sem- Pre experimenta uma onda de autoestima € um consequente influxo de novos lideres € membros cheios de entusiasmo. Alguns dos novos lideres, dos ministérios, dos membros e da renda financeira voltam Para a igreja-mde de varias formas, forta- lecendo e renovando-a. 4. As novas igrejas podem ser ali- mentadoras evangelisticas para a comunidade inteira. A nova igreja geral- mente produz muitos convertidos que a bam indo para as igrejas antigas por varias razbes. As vezes, a igreja nova é empolgante e voltada para fora, mas, ao mesmo tempo, sua lideranga é instavel e imatura. Alguns novos convertidos nao suportam as mudan- gas tumultuadas que acontecem regular- mente na igreja nova, e entio se mudam para outra mais antiga. As vezes, a igreja nova ganha alguém para Cristo, mas 0 novo convertido descobre logo que nao se encaixa no perfil socioecondmico da igreja e vai para uma congregacio estabelecida em que os costumes e a cultura Ihe sio mais familia- res, Em geral, as novas igrejas da cidade geram novos convertidos n&o apenas para si proprias, mas também para congregacdes mais antigas. Em suma: a plantagio vigorosa de igre- jas 6 uma das melhores formas de revita- lizar as igrejas existentes em uma cidade, M_ DINAMICA DO MOVIMENTO A plantagio deigejas como uma dinmica do movimento 425 como também 6 i “ mo também é a melhor mancira de tumentar 0 corpo de Cristo como um todo em uma cidade. LIDANDO COM A DIVERSIDADE Novas igrejas séo a mancira pela qual aleangamos a grande diversidade da cidade. As novas igrejas sao a melhor maneira de aleancar 1) novas geracées, 2) novos residen- tes € 3) novos grupos. Os jovens sempre esti- veram mais presentes em novas igrejas, até mesmo de forma desproporeional. Igrejas ha muito estabelecidas desenvolvem tradigoes (como tempo para a adoragio, duracdo do culto, respostas emocionais, tépicos de ser- mées, estilos de lideranga, ambiente emo- cional e dezenas de outros pequenos habitos e costumes) que refletem as sensibilidades de lideres de longa data com influéncia € recursos para controlar a vida da congre- gacdo. Geralmente essas sensibilidades nao alcangam as geragdes mais jovens. ‘Além disso, geralmente as novas igre- jas so mais bem-sucedidas em alcangar os novos residentes. Em igrejas mais antigas, talvez seja preciso anos de ambientagio na cidade antes que a pessoa se torne influente, mas, em uma igreja mais nova, os recém- -chegados a cidade ou ao bairro normal- mente tém a mesma capacidade de influéncia que tém os moradores mais antigos. Por fim, as novas igrejas sto geralmente mais bem-sucedidas em alcangar os novos Lyle Schaller fala sobre a Regra do 1%: “Todas as associacoes de igrejas deveriam plantar novas congregacées, todos os anos, na proporgdo de 1% das jé existentes; caso contrério, esse grupo esti ‘em ritmo de manutengéo e declinio. Se tum grupo deseja crescer 50% a mais {em uma geragaol, precisa plantar de 2 a 3% de igrejas anualmente”.* Es 1S socioculturais de uma comunidade, roto, executivos se maudam para que os residentes anti- “encdeiros, @ nova igreja provavel- mente sera mais receptiva as necessidades miltiplas dos novos residentes, 20 passo que as igrejas mais antigas continuardo vol- drips para o grupo social original, Ba isreja mais nova que é intencionalmente multiét- nica desde 0 inicio sera mais bem-sucedida tm alcangar os novos BTUPOS Taclais da comunidade. Se, por exemplo, um bairro até entao composto apenas por descenden- tes de europeus se torna 33% hispanico, uma nova igreja, que tem 0 propésito de se abrir para os dois grupos raciais, teré muito mais chance de desenvolver “espaco cultu- ral’ para os recém-chegados do que uma igreja mais antiga da cidade. Geralmente novos grupos de imigrantes sé podem ser alcangados por igrejas que ministrem em seus proprios idiomas. Se esperarmos até que um novo grupo tenha assimilado o sufi ciente de nossa cultura para entao frequen- tar nossa igreja, muitos anos se passarao antes de o alcancarmos com o evangelho. Lembre-se de que muitas vezes uma nova igreja, voltada para um novo grupo de pes- soas, pode ser plantada dentro da estrutura geral de uma igreja existente — talvez por meio de cultos em hordrios diferentes ov de uma rede de pequenos grupos familia- res ligados a igreja-mae. Embora rigorosa- mente falando a nova congregagio nao seja independente, exercerd a mesma funcao. _ Como vemos, a tarefa de plantar igre jas nio se aplica apenas a regides distantes ou a sociedades pagis que estamos tel” tando ajudar a se transformar em cristas. As sociedades que jé contam com igreits fa ee uma plantagio de igreles rangente, simplesmente pat importa Uma igreja sozinha, aa tamanho, jamais conseguir necessidades de uma cidade t#0 grupo: Se, por exem um bairro em gos sao fav EES’ Ol ET ical aaa. diversificada. Somente um movimento de centenas de igrejas, pequenas e grandes, consegue penetrar literalmente em cada vizinhanca e em cada grupo de uma cidade, ...a tarefa de plantar igrejas nao se aplica apenas a regiées distantes ou a sociedades pagas que estamos tentando ajudar a se transformar em cristas. As sociedades que ja contam com igrejas tam de manter uma plantagao de igrejas vigorosa e abrangente, simplesmente para continuar cristas. MINISTERIO AUTOSSUSTENTAVEL Oestabelecimento de ministérios que se tor- nem autossustentdveis e expandam a base para todos os outros ministérios em uma cidade acontece por meio de novas igrejas. ‘A cidade precisa de muitos ministérios: trabalho com jovens, escolas cristas, mis- sdes a novos grupos e assim por diante. Todos sio trabalhos assistenciais que necessitam de sustento além dos préprios recursos. Esses ministérios requerem uma ajuda continua de colaboradores cristaos. No entanto, uma igreja nova requer ajuda somente no infcio. Em poucos anos, ela se torna fonte de doagio cristd a outros minis- térios e deixa de ser alvo de ajuda financeira. Como as novas congregagdes conquistam um grande ndimero de desigrejados, plantar igrejas é, de longe, a maneira mais rapida de aumentar o nimero de colaboradores para a obra do reino em uma cidade. O desen- volvimento de novas igrejas em uma cidade contribui para o crescimento @ © amadure- cimento de varios outros ministérios. Esses ministérios precisam de uma corrente cons- tante de novos voluntarios, obreiros e doa- dores que os mantenham ativos, e as novas igrejas so fontes dessa corrente. M_ DINAMICADO MOVIMENTO A plantacéo de igrejas como ume DE QUANTAS IGREJAS UMA CIDADE PRECISA? BEM MAIS DO QUE IMAGINAMOs. De quantas igrejas sua cidade precisa? A verdade & que as igrejas sio instituicaes Algumas perduram porque sio revitalizadas continuamente, mas todas perdem alguma flexibilidade; muitas ficam estagnadas por longos periodos entre revitalizagies, e uma porcentagem morre todos os anos. Observa- mos, entdo, que é preciso pelo menos uma plantagio de igrejas em uma cidade num nivel suficiente para impedir que 0 corpo de Cristo decline de forma gradual, e uma plantagao dinamica é necessaria para o cres- cimento do corpo inteiro, ou seja, sao neces- sarias de dez a vinte igrejas relativamente novas para cada cem igrejas existentes. No entanto, existe um problema com essa resposta. O objetivo nio é manter “a fatia do mercado” cristao em certa rea; 0 objetivo é alcancar, servir e influenciar a cidade inteira. Como fazer isso? Pesquisas e evidéncias mostram que, se houver uma igreja para cada 10 mil residentes, aproxi madamente 1% da populagdo frequentara uma igreja. Se a proporcio for de uma igreja Nameco de frequentadores de igrea em uma cidade Namero de igsjas em ume cidade dindmica do movimento EL LOE TTT Para cada mil residentes, et da populagio frequentaré um; ode 15. a 20% a igre] Proporgio for de uma igreja para cada 500 residentes, o niimero pode chegar a 40% ow mais. A relacio entre o niimero de igrejas € os frequentadores 6 varidvel, nio linear? Nao podemos, entao, ter o objetivo simple de manter a posigio tradicional da igre} na cidade ou na sociedade, Nosso anseio deve ser 0 crescimento exponencial do eris- tianismo por meio de conversdes, igrejas € influéncia na cidade. Embora isso requeira muitos tipos de ministério, a plantacdo dinamica de igrejas é 0 gatilho que dispara tudo isso. AS ETAPAS DA PLANTAGAO DE IGREJAS Na Ultima parte deste capitulo, oferego con- selhos praticos de como entrar na jornada da plantacio de igrejas. Quais sio os esté- gios no processo de preparagio para dar inicio a uma nova igreja? E preciso asse- gurar-se das informagées, amar, associar e arremessar (lancar). ASSEGURAR-SE DAS INFORMACOES: Primeiro, énecessario descobrir o que puder- mos sobre os moradores da comunidade na qual nos sentimos chamados a plantar. Pro- cure conhecer as pessoas e a cultura a quem servir tanto quanto vocé conhece 0 evan- gelho. Crie um perfil da vida particular das pessoas. Quais so suas maiores esperancas, forcas, aspiragées e prazeres? Quais so seus pontos fracos, temores, fdolos e preconcei tos? Comece com entrevistas individuais e facga uso de periddicos relevantes, além de pesquisas socioldgicas.’ Desenvolva tam- bém um perfil da “vida contextual”. Quais grupos vivem na comunidade? Quais grupos estao declinando e quais estéo crescendo? Use pesquisas demogréficas para identificar 0s grupos econdmicos em sua rea, a organi- zacao das estruturas sociais e os relaciona- mentos de poder evidentes entre as pessoas, a formacio educacional e os plogicos dos habitantes.’ Trace ainda um perfil da cosmovisag dos habitantes de sua regia Quais aspec- toe da verdade eles entendem um pouco (por meio da graca comum)? Quais as- peetos eles negam ou desconhecem? Que Fimbolos ou mitos agem profundamente? Onde existem evidentes tensdes ou pontos de pressfio? Qual é a narrativa e a identida- de dos grupos? Como as pessoas se veem — de onde vieram e para onde vao? En- tender a cosmovisio comum das pessoas o ajudara no desenvolvimento da matéria- -prima da apologética. Faca perguntas relacionadas aos proces- sos de contextualizagdo esbocados na terceira parte (“Contextualizagio do evangelho”): ssim como aspectos psi 1. Quais sao as “crengas contraproducentes” que tornam o cristianismo implausivel? 2. Quais siio os pontos de pressao/tensao nas crengas contraproducentes (por exemplo, onde descumprem seus proprios critérios)? 3. Quais sao as “doutrinas A” (crengas biblicas semelhantes as que as pessoas j4 aceitam como verdade)? Quais sio as “doutrinas B” (verdades biblicas que as pessoas rejeitam, mas esto alinhadas com as doutrinas “A”)? Por fim, faga um perfil das varias insti- tuigdes religiosas envolvidas com as pessoas que vocé busca alcangar. Como os grupos Te- ligiosos eas igrejas dentro dessa comunidade esto se desenvolvendo? Como esto organi- zados? Que modelos de ministério sio mais eficientes? A plantacéio de igrejas bem-suce- dida comega com 0 maior conhecimento pos- sivel a respeito das pessoas que desejamos alcancar com a mensagem do evangelho. 428 M_DINAMICADOMOVIMENTO A plantagdo de igrejas como ure « cares ee AMAR deletnatocredmonocn tee ; ‘constante do nosso amor a Deus por meio do aprendizado sobre como manter uma espiritualidade saudavel. £ necessario estar engajado ativamente em disciplinas espirituais saudaveis, mantendo equilibrio a0 aplicar estratégias de evange- ismoe misao. Aplique 0 evangelho regular- mente a si mesmo e cresca ao se desfazer de seus fdolos um a um. Comece a compartilhar o evangelho e ofereca diregdo espiritual aos vizinhos e 4 comunidade. Modele 0 evan- gelho por meio de servico A comunidade e A propria familia. Ore usando 0 evangelho como diretriz.ao fazer seus pedidos a Deus e comece a experimentar o evangelho em rela- cionamentos profundos de novas amizades. ASSOCIAR O terceiro estagio no processo é associar medida que transformamos nossas ideias emergentes em estratégia contextualizada para alcangar as pessoas com a mensa- gem do evangelho. O alvo desse estagio é desenvolver uma estratégia que atenda as necessidades particulares das pessoas (incorporando 0 evangelho) e, ao mesmo tempo, desafie as falhas, os medos e as esperancas das pessoas (comunicando 0 evangelho). Pense cuidadosamente sobre como relacionar de maneira eficaz 0 evan- gelho ao coragao. Como vocé incorporaré a historia de Cristo 4 histéria das pessoas? Examine a viabilidade dos modos de comu- nicagiio com a cultura: as pessoas sao racio- nais, intuitivas ou concreto-relacionais? Pense sobre como enfatizar seus pontos em cada estégio da comunicagao. Inicie pelo que é conhecido e reafirme os pontos fortes da cultura, depois desafie e desestabilize a0 redor dos pontos fracos e, a seguir, ofereca conforto por meio do evangelho. Para incorporar 0 evangelho, temos de saber qual a melhor forma de relacionar 0 y, 0 WEEE as Em 1820, nos Estados Unidos, havia uma igreja evangélica para cada 875 habitantes. Contudo, de 1860 a 1906, as igrejas protestantes plantaram uma igreja para cada ‘aumento de 350 pessoas na populagao, levando 0 quadro para uma proporcao de ‘uma igreja para cada 430 pessoas no inicio da Primeira Guerra Mundial. Em 1906, mais de um tergo de todas as igrejas do pais tinhan menos de 25 anos." Consequentemente, 2 porcentagem da populacao americana envolvida com a igreja crescia regularmente. Por exemplo, em 1776, 17% da populagao frequentava uma igreja, mas 0 numero ‘aumentou para 53% por volta de 1916." Desde a Primeira Guerra Mundial, 2 plantaglo de igrejas despencou, especialmente entre os protestantes histéricos. As igrejas mais antigas se opuseram fortemente a invaso do “nosso bairro” pelas novas igrejas. As novas igrejas geralmente s4o muito bem-sucedidas ‘em alcangar novas pessoas durante suas primeiras décadas. No entanto, a maioria das igrejas americanas chega a0 maximo de seu tamanho nas duas ou trés primeiras décadas de existéncia, e depois se estabiliza ou diminui lentamente. Durante esse periodo, as igrejas se sentem vulneraveis 8 competigao de novas igrejas. As igrejas historicas eram as mais eficientes em bloquear o desenvolvimento de novas igrejas em suas cidades. Por conseguinte, esas igrejas encolheram de modo visivel nos Ultimos vinte a trinta anos.!* AA frequéncia aos cultos nos Estados Unidos esta em declinio. A unica maneira de reverter esse quadro é redescobrir como a igreja cresceu de forma espetacular no inicio: temos de plantar igrejas em tal propor¢so que 0 numero de congregacdes para cada mil residentes cresca e nao diminua, como acontece desde a Primeira Guerra Mundial. evangelho A comunidade além das comunica- Ges diretas. Como trabalhar para o bem co- mum da vizinhanga? O que leva os vizinhos a agradecer sua presenca entre eles? Faca ami- zade com as pessoas ¢ 0s lfderes de sua co- munidade, e comece a suprir as necessidades do lugar. £ importante mostrar 4s pessoas MM DINAMICA.DO MOVIMENTO. A plontao de jgreias como uma dndmica do movimento 489 en eeceeinintee como elas seri, MO elas seriam se fossem cristas. Esforee- Fahne ate @ estrutura de sua lideranca, sta Infraestrutura comunitiiria e sua mtisica per Sonifiquem o evangetho na cultura. ARREMESSAR (ou LANGAR) Por fim, vocé esta pronto para lancar sua igreja, Para comecar, desenvolva passos © objetivos a ser usados como referéncias que tracem seu progresso. Ao plantar, seja sempre sensivel A soberania de Deus. O que importa nao é tanto o plano final deta- Thado, mas 0 processo de planejamento em si. A realidade constatemente alterard seus planos, mas o planejamento 0 capacitaré a lidar com as surpresas e as novas realidades de uma maneira moldada por seu modelo e visao e de forma condizente com eles. Suas medidas especificas de agiio e planos devem incluir esses passos basicos: « alvos para sustento financeiro, e como alcangé-los; « alvos para ministérios/programas coneretos, e como alcangé-los; « alvos para desenvolvimento de lideranga, e como alcangé-los. “ Quando chegar 0 momento de final- mente lancar sua igreja, geralmente existem duas abordagens de lideranga: a de cima para baixo ou a de baixo para cima. Cada uma tem seus pontos fortes e fracos, depen- dendo do contexto e dos dons do planta- dor. Empregue a abordagem que melhor se adapte a sua situagdo, e pense em maneiras de usar o melhor das duas abordagens em sua estratégia de plantagao de igrejas. A abordagem de cima para baixo geral- mente comega com culto/celebracio for- mal (cAntico congregacional, ensino). Isso funciona bem em igrejas-filhas que contam com a presenga de um grupo-base da igreja- -mie e também quando o plantador tem i,t o dom da oratéria, Se nio for equilibrady cesa abordagem revelaré a tentagio de puja, ow eatiigios assegurar-se das informagg ociar, ese concentrara apenas em repro. a duzir a igreja-mae. Na abordagem de baixo para cima, 4 plantador vive na comunidade e inicia 4 obra com um ministério evangelistico, pe véalgumas conversées e organiza as pessoas em grupos de tamanho médio (de quinze ‘a sessenta participantes) ou em grupos pequenos (de quatro a dez participantes), Quando chegar a varios grupos pequenos ou a dois/trés grupos de tamanho médio, a igreja comeca a ter cultos dominicais. Essa abordagem é mais positiva com plantadores habilidosos em fazer amizades, capacitar as pessoas e evangelizar os perdidos. Se nao for equilibrada, essa abordagem pode dificultar a aproximacio de pessoas que querem “ver para crer”. Geralmente o plantador sofre grande pressao financeira porque a congre- gacio talvez, nao levante recursos suficien- tes para sustentar o ministério. Plantar igrejas é a melhor maneira de aumentar o nimero de cristaos na cidade e uma das melhores maneiras de renovar todo o corpo de Cristo. As evidéncias a favor dessa afirmacao sao fortes, biblica, sociol6- gica e historicamente. Nada mais produz 0 impacto constante da plantagao dinamica e abrangente de igrejas. No entanto, isso no menospreza todas as outras coisas que devemos realizar: revitalizacio da igreja, educagio teolégica, justica e misericér dia, engajamento cultural e muitos outros ministérios e missdes. Para mostrar come todas essas coisas se encaixam e como set tes do corpo de Cristo como um todo 24 cidade podem exibir dinamicas de mov mento, chegamos ao tiltimo capitulo. 430 M_DINAMICADOMOVIMENTO Aplantacso ie... afirma que, em uma igreja saudavel, “a p o de igre- jas tem de ser natural e costumeira, nao traumitica e esporddica ”. Para tornar a plantagao de igrejas um aspecto mais natural do ministério, comece respondendo honestamente a trés perguntas: * Recursos. Vocé se sente capaz e pronto para oferecer recursos e abrir mio de controlar 0 dinheiro, os membros e os lideres de sua igreja? * Controle. Vocé esta pronto a ceder um pouco no que diz respeito a0 formato do proprio ministério? * Temor. Vocé se preocupa mais com 0 reino ou com a opiniao das pessoas 4 sua volta? Qual dessas trés Areas é a maior bar- reira para que seu grupo ministerial plante uma nova igreja? Se vocé esta pronto a plantar uma igreja, como implantar esses atributos na vida de sua igreja logo no inicio? . Como voeé responderia & objegao de que “Nao ha necessidade de plantar- mos mais igrejas; devemos fortalecer e encher as que ja existem antes de fazer isso”? Vocé acha convincentes as respostas a essa objecdo que foram oferecidas neste capitulo? Por qué? Keller escreve: “... 0 nico modo de aumentar de forma significativa o numero de cristdos na cidade é aumentando significativamente o mamero de novas igrejas”. Que con- clusées vocé tira da comparagio entre as cidades A, B e C? Ao analisar a matematica do reino aqui apresen- tada, voce se sente tocado a fazer alguma coisa e mudar em algum ponto? Sua cidade é mais parecida com A, B ou C? Recapitule os perfis descritos no estd- gio “Assegurar-se das informagoes” da plantacdo de igrejas (vida interior, vida contextual, cosmovis’io comum com crengas contraproducentes e doutrinas “A” e “B”, instituigdes religiosas do local). O que vocé pode aprender com esse processo? Esteja voeé ou néio envolvido na planta- Gio de igrejas no momento, como 0 desenvolvimento desses perfis 0 ajuda a aplicar de novas maneiras 0 que vocé aprendeu? OT al ad ; o ee A Oh : a

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