O capítulo discute questões éticas relacionadas à vida e morte com base na Bíblia, incluindo aborto, eutanásia, guerra e pena de morte. Analisa esses temas do ponto de vista histórico e bíblico, concluindo que embora a Bíblia não seja específica, seus princípios condenam o aborto e a eutanásia.
O capítulo discute questões éticas relacionadas à vida e morte com base na Bíblia, incluindo aborto, eutanásia, guerra e pena de morte. Analisa esses temas do ponto de vista histórico e bíblico, concluindo que embora a Bíblia não seja específica, seus princípios condenam o aborto e a eutanásia.
O capítulo discute questões éticas relacionadas à vida e morte com base na Bíblia, incluindo aborto, eutanásia, guerra e pena de morte. Analisa esses temas do ponto de vista histórico e bíblico, concluindo que embora a Bíblia não seja específica, seus princípios condenam o aborto e a eutanásia.
PALLISTER, Alan. Ética Cristã: Vivendo um Cristianismo coerente em
uma sociedade em mudança rápida. São Paulo: Sheed Publicações, 2005. (P.127-165)
O Capitulo levanta a questão de vida e morte baseando-se em princípios
bíblicos, especificamente à luz do sexto mandamento bíblico “Não matarás.” (Ex. 20.13 e Dt. 5.17). Trata de assuntos polêmicos e controversos a respeito dessas questões, dividindo o assunto em duas parte, as questões relacionadas com a morte, e com a vida.
Dando sequencia a logica do capitulo, o autor passa a observar
aspectos na história onde a morte de indivíduos é requerida pela lei de vários povos antigos, observa-se que é uma pratica bem comum entre povos de tempos e culturas diferentes. É exemplificado por algumas narrativas e passagens bíblicas, desde o antigo testamento, onde por algumas vezes na própria lei Mosaica exigia que se matasse um indivíduo como resposta a uma atitude tomada pelo mesmo, com ênfase, porém em que essa punição com a morte na verdade era um realce a vida, porque muitas vezes o ato estava ligado a um assassinato intencional. Há também um destaque em que essa punição estar na lei, é uma medida de refrear vinganças individuais, evitando que haja uma desproporcionalidade na aplicação da pena ao acusado.
Não só esse costume, mas também o fato de tais povos estarem
envolvidos em guerra constantemente, não há uma clara evidencia que condene a morte envolvendo tais guerras, visto que as motivações são basicamente o fator decisivo nessa questão. Isso se estende por diversas culturas, a saber, a cultura do império Romano também era assim, isso quer dizer que o contexto no qual Jesus viveu também era esse. O próprio Jesus chamou seus seguidores a perdoar e amar seus inimigos, no entanto não condena, por exemplo, o serviço militar, nem àqueles que o praticam simplesmente por exercer sua profissão. Não há restrições de que cristãos não devam prestar serviço militar. Por questões adversas relacionadas ao contexto histórico, não há relatos de que os primeiros cristãos fossem militares, porém ao avançar na história percebe o envolvimento de cristão no serviço militar e na guerra, tendo em vista seus motivos, sendo incentivado o lutar contra o ódio e a vingança como forma de devoção pessoal.
Ainda discorrendo sobre as questões de morte o autor passa agora a
analisar o assunto do aborto, e da eutanásia, de uma perspectiva histórica e também bíblica sobre esses assuntos. Observa-se que o assunto não é comum ao longo da história, a medicina influenciada pelo juramento de Hipócrates, feito no século V a.C., com certeza reprovava a questão da eutanásia, sendo que a pratica pode ter acontecido ao longo da história, mas nunca teve aprovação da lei ou das culturas as quais aconteciam tais fatos. Como a vida humana se desenvolve de forma complexa é necessário dar uma atenção especial a tal situação. Distingue-se eutanásia em ativa (aquela que a pessoa participa como um ato, por exemplo, aplicar uma injeção letal em alguém), e passiva (seria retirar apoios artificiais que prolongam a vida do doente). Sendo que é preferível não tratar a eutanásia passiva por esse nome, visto que deixar uma pessoa morrer (não impedir) não é o mesmo que matá-la. A eutanásia envolve questões extremamente complexas geralmente relacionadas a pessoas com doenças que estão em estado terminal, diante disso, apenas a fé de que Deus é soberano e tem controle sobre a vida e a morte pode ajudar qualquer pessoa a continuar. Pelo olhar bíblico, algumas passagens podem ser destacadas como Ex.23.7 onde se proíbe a morte de inocentes e 2 Samuel onde um homem reclama o ato de ter praticado a eutanásia e sofre consequências por seu ato. Praticar a eutanásia é usurpar o lugar do Deus soberano. Embora a bíblia não seja específica quanto ao assunto, percebe-se que pelos seus princípios ela claramente condena esse ato.
Observando o aborto, diante de uma perspectiva histórica, mais uma vez
percebe-se o quanto o juramento de Hipócrates influenciou o pensamento médico nessa questão, sendo tal ato proibido. Mesmo com tal proibição e visto como uma pratica errada, o aborto era algo que acontecia frequentemente na cultura romana, sendo necessária até mesmo a interferência dos pais da igreja na questão, tratando o ato como pecaminoso. Ao longo de toda a história o aborto nunca foi encarado como um ato legal, até finais do século XX onde o aborto começou a ser autorizado legalmente a acontecer e ganha força no discurso em que a mulher deve ter direito sobre seu próprio corpo, inclusive sobre seu útero. Além desses vários outros argumentos são levantados em prol do aborto, todos eles tendo base em que o feto não é uma vida humana. Assim como a eutanásia, o aborto não é tema específico da bíblia, porém mais ainda do que a eutanásia, o texto de Ex.23.7 (“nem condene a morte o inocente e o justo”) deve ser entendido como sendo ponde de lado qualquer oportunidade de concretizar tal ato. Outros textos ainda mostram como desde o ventre da mãe Deus já se relacionava de uma forma especial com as pessoas (Jr.1.5; Is. 49.1). Em suma em nenhum caso o aborto é visto como possível, nem diante de uma criança que tenha muitas deficiências, ou até mesmo em um estupro, em caso algum o aborto é aconselhável por mais que a situação que o pudesse envolver seja a mais complexa possível.
O Capitulo passa a tratar das questões de vida, especificamente, em um
primeiro momento, a respeito das tecnologias reprodutivas. Em todo lugar por toda a história houve pessoas inférteis, sejam homens ou mulheres, e hoje com o advento de várias tecnologias e avanços na área da medicina, existem vários métodos de tratar um casal que não possa ter filhos, entre eles esses, existem métodos que envolvem o próprio casal, enquanto outros métodos envolvem terceiros em situações diversas. Diante de um pronunciamento do vaticano, em que a procriação de um ser humano deve ser realizada como fruto do ato conjugal derivado do amor entre pessoas. Há uma concordância por parte dos evangélicos quanto esse assunto, e em que qualquer método tecnológico reprodutivo envolva outras pessoas senão o casal deve ser reprovado, quanto aos métodos que envolvem inseminação fora do corpo, os católicos rejeitam pelo fato de ter que se usar a masturbação, o que eles por si só consideram pecado, enquanto que os evangélicos admitiriam pelo único e exclusivo propósito da procriação humana. Um último aspecto observado dentro do capítulo é o da engenharia genética, tratando especificamente da clonagem. Entre os distintos processos abrangidos pelo termo clonagem hoje, têm em comum o fato de fazerem uma cópia de outro ser humano (ou animal) ainda vivo ou morto. O grande problema é que a intenção por trás desses clones é que eles sirvam de substituto para algo específico, como uma tarefa pré-determinada para que ele cumpra ou, até mesmo utilizar dos seus órgãos para doação, o que trata com desrespeito a vida. É obvio que a tentativa por parte do homem de idealizar uma vida ou vidas humanas ultrapassa os limites designados à ele de cooperador, e passa a ser usurpador daquilo que está somente no controle de Deus.