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desdobramentos históricos
Resumo
Muitos foram os movimentos surgidos na igreja pelo correr dos séculos. Porém, poucos
tiveram os desdobramentos que podemos reconhecer no movimento Montanista. Não
queremos dizer com isso que o movimento Montanista, como movimento, pode ser
reconhecido em varias fases da história, mas que suas idéias podem ser vistas em
muitos movimentos, dentro e fora da igreja. Nos círculos protestantes vemos suas
idéias na maioria dos movimentos Pentecostais e Neo-pentecostais. Pode-se, também,
reconhecer estas idéias em alguns movimentos Apocalípticos, Milenaristas e
Messiânicos, como o movimento de Antonio Conselheiro e mesmo, segundo muitos, na
vida de profetas independentes, como o Reverendo Samuel Doctoriam2.
1
Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Conservador, Bacharel em Direito pela Faculdade de
Direito de S.B.do Campo, Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Mackenzie, Doutorando em
Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
2
Samuel Doctorian é um pastor judeu-armênio. Como todas as famílias armênias restantes, sua família sofreu o
massacre pelos turcos em 1915. Seus pai e mãe eram crianças novas neste tempo, e ambos perderam os pais, de
maneira bárbara por não negar a fé em Jesus Cristo. Os pais de Samuel escaparam do massacre, e foram trazidos mais
tarde em uma missão no orfanato.Samuel foi levado em 1930 para a cidade de Beirute. Quando tinha seis anos, seus
pais mudaram-se para Jerusalém, onde viveram até a guerra em 1948, quando pela segunda vez eles perderam tudo e
transformaram-se em refugiados. Aos nove anos de idade, Samuel converteu-se ao cristianismo quando esteve no lugar
nos lugares históricos do cristianismo. Então nesse dia prometeu que dedicaria sua vida inteira ao Senhor Jesus. Vindo
de uma família pobre, na idade de quatorze, não poderia continuar sem estudar, e começou a trabalhar na loja de um
ferreiro. Foi nessa época que ele se sentiu chamado para exercer ministério. Um ano mais tarde começou os estudos de
teologia na faculdade de Hurlet Nazarene perto de Glasgow. Após a graduação, foi ordenado pastor em 1951. Um ano
depois retornou ao Oriente Médio e começou seu ministério em Jerusalém, mudando-se mais tarde para Amã. Casou-se
em abril de 1952, com a Sra. Naomi Pashgian. Atualmente Samuel e Naomi possuem cinco filhos e quatro netos. No mês
de outubro 1952, Samuel Doctorian foi ser missionário no Oriente Médio, não sendo patrocinado por nenhuma
denominação. Pregou em Aleppo, Beirute, Chipre e Damasco, e quando foi ao Egito, diz que dez mil pessoas se
converteram ao cristianismo. Em conseqüência de uma visão, começou a "Missão da Bíblia" em 1959. Pisou no solo de
125 países do mundo em todos os sete continentes. Pregou para diversos tipos de denominações protestantes, em
muitas igrejas católicas e ortodoxas. Em duas ocasiões pregou aos membros do parlamento em Londres. Um de seus
livros mais famosos foi escrito há cerca de oito anos, no qual diz ter sido fruto de uma visão: Anjos, eu os vi, no qual fala
sobre as profecias do fim do mundo, sobre as catástrofes mundiais que estão por ocorrer. Diz ter sido lhe confiadas pelos
anjos dos 5 continentes. http://pt.wikipedia.org/wiki/Samuel_Doctorian, acessado em 14 de maio de 2007, às 10:15h
Nosso estudo pretende expor de maneira histórica e crítica o movimento Montanista
surgido no segundo século.
1. Introdução
Uma pessoa porém parece ser o eixo onde tudo começa a acontecer, seu nome era
Marcião. Ele foi um dos grandes promulgadores da doutrina Gnostica. O gnosticismo foi
um dos maiores problemas da igreja cristã nos primeiros séculos. A respeito de
Marcião diz Tillich (2000 p.53) “Marcião não era um filosofo especulativo, mas
reformador religioso. Fundou congregações de seguidores que duraram muito tempo”
Pelo fato de Marcião ser um reformador é que a igreja sentia-se tão ameaçada com
suas idéias. Para Marcião o Deus do Antigo Testamento não é o mesmo apresentado
pelo Novo Testamento. O Deus do antigo testamento é o Deus da lei, severo. Para
Tillich, esta afirmação apontava para muito mais que a existência de dois deuses,
apontava para a separação entre os dois testamentos, como testemunhos
independentes e isolados, como foi defendido por Harnack posteriormente.
Também não é nosso intuito descrever a doutrina gnostica, basta reconhecermos sua
nocividade para a igreja Cristã. As Idéias de Marcião foram rejeitadas. Porém, à medida
que a igreja era obrigada a posicionar-se era, também, a defender sua autoridade.
Desta forma, a igreja passa a ser dirigida com base na autoridade que tem, criando
credos e decisões que deviam nortear a igreja. Por causa deste conflito de autoridade e,
principalmente das afirmações de Marcião, a igreja também Desenvolve um Cânon para
a Escritura, o que efetivamente a igreja crê como Palavra inspirada de Deus,
contrapondo-se ao Cânon estabelecido por Marcion.
O Movimento Montanista teve origem na segunda metade do segundo século, por volta
de (156-160). O Lugar de seu aparecimento foi a região da Frígia. Seu principal líder era
um recém convertido ao cristianismo, sacerdote pagão até sua conversão. Montano, o
fundador, deu nome ao movimento que é derivado do seu.
Embora o movimento tenha surgido como reação à situação da igreja, que enfrentara o
grande problema chamado gnosticismo, tornou-se para a igreja um problema tão sério
quanto aquele. Cairns (1984 p.82) refere-se assim ao surgimento do montanismo:
Afirmavam que aquele era o tempo do Espirito Santo, que sucedeu o tempo do filho.
Dividiam a história em três eras, uma governada pelo Pai, outra pelo Filho, e a atual
pelo Espirito Santo.
A união de Tertuliano ao movimento se deu por volta do ano 207 d.C, próximo a
decadência do movimento. Em 236 d.C o Sínodo de Hipona declara contrarias ao
cristianismo as idéias do movimento e finalmente em 381 d.C, no Concílio de
Constantinopla, foram definitivamente condenadas.
3 – Características do Movimento
Desta forma podemos reconhecer no montanismo três linhas de conduta. Estas linhas
levavam em consideração aquilo que estava sendo abandonado pela Igreja.
A primeira dessas linhas é a que afirma ser o Espirito o poder ativo de Deus na igreja, e
que ele poderia ser exercido não exclusivamente pelo clero, mas por todo crente.
Assim, davam muita importância à revelação profética.
A terceira linha era a verdade da Vinda do Senhor, que deveria ser iminente. A Vinda do
Senhor estava próxima e eles faziam parte desta realidade.
De certa forma estas características são suficientes para nos mostrar o caráter do
movimento.
Como dissemos ao início deste trabalho, poucos movimentos exerceram um papel tão
marcante como o montanismo. Suas idéias ainda continuam a ser observadas em
movimentos diversos através da historia.
Pode-se reconhecer ainda, segundo alguns, que profetas atuais representam uma
forma de montanismo, como é o caso do Reverendo Samuel Doctoriam, um pastor
armênio líder da “Missão das Terras Bíblicas”.
Desta forma, fica claro que este é um movimento que embora, historicamente encerrado
no passado, continua a ser observado em diversas manifestações atuais.
5 – Conclusão
O movimento montanista foi um movimento considerado pela igreja cristã dos primeiros
séculos como um movimento herético. Hoje algumas denominações ou movimentos
manifestam suas idéias e também são condenados por outros ramos. O que concluímos
é que a igreja conseguiu, através de seus concílios, por fim ao movimento montanista,
porém, de maneira alguma, conseguiu sepultar suas idéias.
Porém, é necessário notar uma coisa. Não foi por ignorância que o grande teólogo
Tertuliano aderiu ao movimento. Por certo, alguma coisa no movimento chamou sua
atenção.
Da mesma forma, a igreja hoje deve olhar para os novos movimentos, semelhantes ao
montanismo, não com um olhar de plena rejeição, mas de reconhecimento, de que
talvez, estejamos ainda, considerando hereges, àqueles que apontam algumas de
nossas falhas.
BIBLIOGRAFIA
CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos Séculos. São Paulo, Ed.Vida Nova, 1984.
GONZALES, Justo L.Uma História Ilustrada do Cristianismo- A Era dos Mártires, São
Paulo, Ed. Vida Nova, 1986.
NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã, São Paulo, Casa Editora
Presbiteriana, 1985.
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