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ESCOLA DE TEOLOGIA PARA

LEIGOS

INTRODUÇÃO À TEOLOGIA
DIVISÕES DA TEOLOGIA
Por constituir um vasto campo, a
Teologia está dividida em muitos
departamentos, tendo em vista facilitar o
seu estudo. Vejamos quais são com
maiores detalhes.
TEOLOGIA EXEGÉTICA

Em sentido literal, o termo exegética,


vem da palavra grega que expressa “tirar o
sentido para fora do texto”, “sacar” ou “extrair”
a verdade. Assim, a Teologia Exegética
procura no estudo do Texto Sagrado trazer à
luz o seu verdadeiro sentido. Aqui, se estuda
as Línguas Originais, a Arqueologia Bíblica,
Introdução Bíblica e Hermenêutica Bíblica.
TEOLOGIA HISTÓRICA

Estuda a trajetória do povo de Israel e da


Igreja Cristã, a História dos Hebreus e a
História da Igreja. Considera o
desenvolvimento histórico da doutrina, mas
também investiga as variações sectárias e
heréticas da verdade. Abrange portanto,
história bíblica, história da igreja, história das
missões, história da doutrina e história dos
credos e confissões.
TEOLOGIA BÍBLICA
Sistematiza as doutrinas de acordo
com as suas ocorrências nas diversas
partes da Bíblia, como são apresentadas
por cada escritor sacro. Aqui, se estuda a
Teologia Bíblica do Antigo e do Novo
Testamentos. A teologia bíblica extrai o
seu material exclusivamente da Bíblia.
TEOLOGIA SISTEMÁTICA
Encarrega-se de coordenar todos os
ensinos das Teologias anteriores e sistematizá-
las sob os grandes títulos do estudo teológico.
Também conhecida como Teologia Reformada,
estuda Teologia, Cristologia, Paracletologia,
Angelologia, Antropologia, Eclesiologia,
Escatologia e Soteriologia.
A amplitude de seus estudos é
justificada pelo caráter lícito de usar
outras fontes, enquanto verdades, para o
estudo da teologia. Por isso, dizemos que
a Teologia Sistemática incorpora, em seu
escopo, o exame das ciências naturais.
TEOLOGIA DOGMÁTICA
Estuda-se os credos das igrejas, a
Apologética, Polêmica e Ética.
TEOLOGIA PRÁTICA
Sistematiza e ordena a aplicação das
doutrinas de modo prático e direto no
homem. Estuda Homilética, Liturgia,
Administração Eclesiástica, Educação
Cristã e Missões. Além disso, busca
aplicar à vida prática os ensinamentos das
outras teologias para edificação, educação
e aprimoramento dos homens.
Teologia é a reflexão científica sobre a
revelação divina, que a Igreja aceita
pela fé como verdade salvífica
universal.
A palavra “teologia” parece ter sido
incorporada à linguagem cristã nos
séculos IV e V. Referia-se à genuína
compreensão das Escrituras. Contudo, o
emprego estava restrito ao conhecimento
a respeito da pessoa de Deus. A partir de
Theologia christiana, obra de Abelardo
(1079-1142), passou a designar um corpo
de doutrina.
A Teologia nasce do esforço amoroso
do homem que crê. Este homem
pensa o mistério, deseja compreendê-
lo, deseja dizê-lo... A teologia nasce
da fé e conduz ao amadurecimento da
fé. Teologar significa refletir
sistematicamente com a razão
iluminada pela fé (lumen fidei) sobre o
evento e conteúdo da Revelação.
À luz de tudo o que foi dito,
compreendemos por que a Igreja não
pode não ser teóloga. Os teólogos
na Igreja encarnam este
apaixonamento pelo mistério. São
Tomás de Aquino os compara aos
olhos da Igreja. O que gera os
teólogos é o amor pelo Mistério.
Constituição Dei Filius, in: DH 30263 :
“Se alguém disser que o Deus uno e
verdadeiro, criador e Senhor nosso,
não pode ser conhecido com certeza
pela luz natural da razão humana, por
meio das coisas criadas: seja
anátema”.
Pode-se dizer que a Teologia é
graça, na medida em que não é o
homem que retira o véu do
mistério, mas é o próprio Deus
quem se revela e convida o
homem à fé. Deus revela o seu
segredo, a sua intimidade...
Dei Verbum n. 2: “Aprouve a Deus na
sua bondade e sabedoria, revelar-se
a Si mesmo e dar a conhecer o
mistério da sua vontade (cf. Ef 1,9),
segundo o qual os homens, por meio
de Cristo, Verbo encarnado, têm
acesso ao Pai no Espírito Santo e se
tornam participantes da natureza
divina (cfr. Ef. 2,18; 2 Ped. 1,4).
Em virtude desta revelação, Deus
invisível (cfr. Col 1,15; 1 Tim 1,17),
na riqueza do seu amor fala aos
homens como amigos (cfr. Ex 33,
11; Jo 15,1415) e convive com eles
(cfr. Bar 3,38), para os convidar e
admitir à comunhão com Ele.
Na sua relação com o mistério revelado, a
razão humana deve conservar o sentido
do mistério, no exercício da sua atividade,
a razão deve reconhecer a transcendência
do objeto da teologia e seus próprios
limites(da razão), deve contemplar com
respeito e amor este objeto, pode-se falar
de uma razão orante , adorante ou
contemplativa, como o ideal para a
teologia.
O grande inimigo da razão, no
teologar, é a presunção, “mater
erroris”. A razão presunçosa se
apresenta como medida da realidade
e referência para a verdade, ela já
possui a verdade, não precisa buscá-
la humildemente.
Pela teologia, a razão não se torna
Senhora ou patroa do mistério, não
toma posse do mistério, o mistério
continua tal, transcendente, inefável,
mesmo que ele se deixe tocar pela
razão humana, iluminada pela fé. O
mistério se revela, mas mantém
sempre o seu rosto velado.
A FALA DA AMADA
Certa vez, passeando pela China, um
jovem estudante conheceu uma menina de
rara beleza. Foi um encantamento mútuo e
silencioso, uma vez que um desconhecia o
idioma do outro. Isso, porém, não impedira
que se tocassem em sua alma. O estudante
regressa a seu país, prometendo, mais a si
mesmo do que a ela, retornar um dia, para
viver em definitivo sob as luzes daquele amor.
De volta em casa, a ansiosa espera de que o
carteiro lhe trouxesse um primeiro sinal de
sua amada. Teria ela em igual intensidade se
afeiçoado a ele? Tê-lo-ia, quem sabe,
esquecido? Mais alguns dias e chega a
primeira carta. O regozijo mal lhe cabe no
peito. Os signos ali inscritos, ainda que
completamente ininteligíveis, são como ou
tesouro inestimável, pois guardam em si o
coração de sua amada.
Às pressas, ele procura um tradutor. Quer
saber tudo. O significado ordinário de
cada palavra e o seu possível velado
sentido. Quem sabe não estaria ali,
cravada no profundo de um daqueles
sinais, uma declaração de amor.
Imediatamente, ele responde a carta,
dizendo a ela de sua afeição e saudade.
Cartas vêm e vão, até que o jovem
começa a sentir um certo incômodo no
fato de ter que recorrer sempre a um
tradutor. Estaria ele descrevendo com
fidelidade a largueza e a profundidade de
seu amor? O jovem começa a estudar
chinês. As mensagens da amada
continuam chegando às suas mãos.
Mas, a fim de que suas próprias respostas
fossem precisas em estilo, em beleza e
nuanças semânticas, ele protela sempre
de novo suas cartas. Os anos se vão. Os
estudos multiplicam-se, acuram-se e
culminam numa brilhante tese sobre a
diversidade dialetal da língua chinesa,
fazendo daquele jovem um renomado
perito em sinologia (estudo do que se
relaciona com a china).
As feições da amada, porém, submergem
na obscuridade de uma vaga lembrança.
Vez por outra, sobressaltavam-no ainda
uma doce saudade e o ligeiro desejo de
voltar àquele país, mas os compromissos
acadêmicos e a idade avançada já não
permitem uma tal aventura.
Era o triste fim de uma história repleta
de promessas de felicidade: ele
dominava agora, notavelmente, a fala
da amada, escapara-lhe, porém, falar
com ela de coração a coração, a ponto
de perdê-la. Ele aprendeu por amor e
desaprendeu a amar.
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DE SLIDE – 5

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