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ESCOLA DE TEOLOGIA PARA

LEIGOS

INTRODUÇÃO À TEOLOGIA
RAZÕES PARA FAZER TEOLOGIA
Todo cristão é chamado a “dar as razões de sua esperança” (Cf.
1Pd 3,15)
Isto é teologia: a ciência da fé.
Cremos para entender e entendemos para crer. (Santo
Anselmo).
Não existe conflito ou incompatibilidade entre fé e razão. Santo
Agostinho costumava dizer que se Deus nos fez pensantes,
pensar é um jeito de louvar o Criador.
Vamos ver algumas Razões
1.Para saber dar as “razões da sua esperança”.
2.Crescer na direção de uma “fé inteligente”.
3.Capacitar-se para uma melhor atuação pastoral.
4.Crescer na espiritualidade.
5.Conhecer com maior profundidade a Palavra de Deus.

6.Entender as raízes históricas do cristianismo.


7.Preparar-se para o diálogo com as outras religiões.
8.Entender de modo científico e sistemático a fé cristã.
9.Ler e interpretar os documentos da Igreja (Magistério).
10.Conhecer as belezas da Tradição cristã.
11.Preparar-se para ser um ótimo catequista.
12.A teologia exercita o raciocínio lógico e equilibra mente e
coração, inteligência racional e inteligência
emocional.
13.Requalificar sua atuação dentro de
um movimento de Igreja.
14.Satisfazer inquietações religiosas.
15.Discernir sua vocação.
16.Contribuir na transformação da sociedade.
17.O teólogo tem condições de ser uma instância crítica
dos diversos discursos sobre Deus, a Igreja e o fenômeno
humano.
18.Ajudar as pessoas por meio de aconselhamento.
19. Prestar assessorias (cursos nas áreas de Bíblia,
Liturgia, Pastoral, Catequese, etc.
20.Pregar retiros espirituais com qualidade.
21.Exercer algum ministério na Igreja.
22.Simplesmente avançar para águas mais profundas!
Êx 3,5
Oração aos Teólogos (de Santo Tomás de Aquino)
“Deus santíssimo, Deus Pai, nós, teu povo e teus herdeiros, te
pedimos pelos teólogos. Tu que te revelaste a nós pela Palavra de vida,
não permitas que não entendamos as palavras dos teólogos na nossa
vida. Tu que te revelaste a nós pela encarnação de Jesus, não permitas
que eles falem de uma teologia que não seja encarnada e sempre
reveladora. Deus santíssimo, Deus Pai, Tu que és eterna luz e única
verdade, ilumina e esclarece o espírito dos teólogos, que seus estudos
sejam fruto do Espírito Santo, de oração e de humildade, fonte de
esclarecimento para teu povo. Que Tu não sejas para ninguém, sobre
esta terra, apenas um objeto de estudo, mas a rocha segura sobre a
qual podemos construir nossa casa.”
O QUE É TEOLOGIA
“Etimologicamente falando, o termo” teologia
“vem do vocábulo grego “theos”, que significa
“deus”, e “logos” que denota” estudo”. Da
origem grega, a palavra teologia quer dizer
simplesmente “estudos sobre Deus” ou
“Discurso” ou “ciência de Deus”

Quando usada num sentido mais amplo, a


palavra pode incluir todas as outras
Aprofundando: Na idade Média (século XIII)
a Teologia era chamada de “Sagrada Doutrina”
ou “Ciência Divina” ou “Sacra Fidei (Sagrada
Fé)” ou “Intellectus Fidei”...

Ora, Deus é o supremo ser que criou e até agora


sustenta tudo o que existe, e a teologia procura
entender e articular, de uma maneira
sistemática, a informação por ele revelada a
nós.
Teologia é a reflexão científica sobre a
revelação divina, que a Igreja aceita
pela fé como verdade salvífica
universal.
A palavra “teologia” parece ter sido
incorporada à linguagem cristã nos
séculos IV e V. Referia-se à genuína
compreensão das Escrituras. Contudo, o
emprego estava restrito ao conhecimento
a respeito da pessoa de Deus. A partir de
Theologia christiana, obra de Abelardo
(1079-1142), passou a designar um corpo
de doutrina.
A Teologia nasce do esforço amoroso
do homem que crê. Este homem
pensa o mistério, deseja compreendê-
lo, deseja dizê-lo... A teologia nasce
da fé e conduz ao amadurecimento da
fé. Teologar significa refletir
sistematicamente com a razão
iluminada pela fé (lumen fidei) sobre o
evento e conteúdo da Revelação.
À luz de tudo o que foi dito,
compreendemos por que a Igreja não
pode não ser teóloga. Os teólogos
na Igreja encarnam este
apaixonamento pelo mistério. São
Tomás de Aquino os compara aos
olhos da Igreja. O que gera os
teólogos é o amor pelo Mistério.
Constituição Dei Filius, in: DH 30263 :
“Se alguém disser que o Deus uno e
verdadeiro, criador e Senhor nosso,
não pode ser conhecido com certeza
pela luz natural da razão humana, por
meio das coisas criadas: seja
anátema”.
Pode-se dizer que a Teologia é
graça, na medida em que não é o
homem que retira o véu do
mistério, mas é o próprio Deus
quem se revela e convida o
homem à fé. Deus revela o seu
segredo, a sua intimidade...
Dei Verbum n. 2: “Aprouve a Deus na
sua bondade e sabedoria, revelar-se
a Si mesmo e dar a conhecer o
mistério da sua vontade (cf. Ef 1,9),
segundo o qual os homens, por meio
de Cristo, Verbo encarnado, têm
acesso ao Pai no Espírito Santo e se
tornam participantes da natureza
divina (cfr. Ef. 2,18; 2 Ped. 1,4).
Em virtude desta revelação, Deus
invisível (cfr. Col 1,15; 1 Tim 1,17),
na riqueza do seu amor fala aos
homens como amigos (cfr. Ex 33,
11; Jo 15,1415) e convive com eles
(cfr. Bar 3,38), para os convidar e
admitir à comunhão com Ele.
Na sua relação com o mistério revelado, a
razão humana deve conservar o sentido
do mistério, no exercício da sua atividade,
a razão deve reconhecer a transcendência
do objeto da teologia e seus próprios
limites(da razão), deve contemplar com
respeito e amor este objeto, pode-se falar
de uma razão orante , adorante ou
contemplativa, como o ideal para a
teologia.
O grande inimigo da razão, no
teologar, é a presunção, “mater
erroris”. A razão presunçosa se
apresenta como medida da realidade
e referência para a verdade, ela já
possui a verdade, não precisa buscá-
la humildemente.
Pela teologia, a razão não se torna
Senhora ou patroa do mistério, não
toma posse do mistério, o mistério
continua tal, transcendente, inefável,
mesmo que ele se deixe tocar pela
razão humana, iluminada pela fé. O
mistério se revela, mas mantém
sempre o seu rosto velado.
A FALA DA AMADA
Certa vez, passeando pela China, um
jovem estudante conheceu uma menina de
rara beleza. Foi um encantamento mútuo e
silencioso, uma vez que um desconhecia o
idioma do outro. Isso, porém, não impedira
que se tocassem em sua alma. O estudante
regressa a seu país, prometendo, mais a si
mesmo do que a ela, retornar um dia, para
viver em definitivo sob as luzes daquele amor.
De volta em casa, a ansiosa espera de que o
carteiro lhe trouxesse um primeiro sinal de
sua amada. Teria ela em igual intensidade se
afeiçoado a ele? Tê-lo-ia, quem sabe,
esquecido? Mais alguns dias e chega a
primeira carta. O regozijo mal lhe cabe no
peito. Os signos ali inscritos, ainda que
completamente ininteligíveis, são como ou
tesouro inestimável, pois guardam em si o
coração de sua amada.
Às pressas, ele procura um tradutor. Quer
saber tudo. O significado ordinário de
cada palavra e o seu possível velado
sentido. Quem sabe não estaria ali,
cravada no profundo de um daqueles
sinais, uma declaração de amor.
Imediatamente, ele responde a carta,
dizendo a ela de sua afeição e saudade.
Cartas vêm e vão, até que o jovem
começa a sentir um certo incômodo no
fato de ter que recorrer sempre a um
tradutor. Estaria ele descrevendo com
fidelidade a largueza e a profundidade de
seu amor? O jovem começa a estudar
chinês. As mensagens da amada
continuam chegando às suas mãos.
Mas, a fim de que suas próprias respostas
fossem precisas em estilo, em beleza e
nuanças semânticas, ele protela sempre
de novo suas cartas. Os anos se vão. Os
estudos multiplicam-se, acuram-se e
culminam numa brilhante tese sobre a
diversidade dialetal da língua chinesa,
fazendo daquele jovem um renomado
perito em sinologia (estudo do que se
relaciona com a china).
As feições da amada, porém, submergem
na obscuridade de uma vaga lembrança.
Vez por outra, sobressaltavam-no ainda
uma doce saudade e o ligeiro desejo de
voltar àquele país, mas os compromissos
acadêmicos e a idade avançada já não
permitem uma tal aventura.
Era o triste fim de uma história repleta
de promessas de felicidade: ele
dominava agora, notavelmente, a fala
da amada, escapara-lhe, porém, falar
com ela de coração a coração, a ponto
de perdê-la. Ele aprendeu por amor e
desaprendeu a amar.
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DE SLIDE – 5

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