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K.

BARKEL

CRUZ,
ESTRELA E
COROA
Ensinamento de whitehawk
UNIVERSALISMO
Índice

Os preceitos da Alvorada da Verdade

O Discipulado e a Lei

Prefácio

Palestra Realizada em Londres, em 1930, pela Sra. Barkel

Pensamentos Humanos e Pensamentos Divinos

O Amor Humano e Amor Divino

Iniciados e Iniciação

Filhos de Deus e Filhos dos Homens

Perguntas e Respostas

Significado Esotérico da Cruz, da Estrela e da Coroa

Perguntas e Respostas

Trabalho das Devas e dos Elohim

Perguntas e Respostas

Cerimônia e Ritual

Perguntas e Respostas

O Trabalho das Hierarquias

Perguntas e Respostas

Karma

Perguntas e Respostas

Mu e o Culto da Mãe Divina

Perguntas e Respostas

Os Anjos e os Homens

Perguntas e Respostas

Os Caminhos do Além
Perguntas e Respostas

Zonas de Consciência e Cores da Aura

Oração
Os preceitos da Alvorada da Verdade

Creio em Deus, o Grande Arquiteto do Universo, em Seu duplo aspecto de Pai


e Mãe, e na Força Crística – o Amor Divino – implantado no âmago de toda a
humanidade.

Creio na Igreja Universal, que é Invisível, e no Espírito Santo – o Divino Fogo


Espiritual de purificação e de Amor.

Creio, antes de unir-me ao Espírito Universal e compreender a ação da Lei


Espiritual, que deve morrer em mim o ser inferior e que, emergindo o Ser
Superior, devo nascer novamente.

Creio, esclarecido pela grande Luz de Deus, latente em mim, que eu mesmo
julgarei as minhas faltas e determinarei a minha pena.

Creio no Deus de Amor, Pai-Mãe de toda a humanidade, na comunhão e


trabalho conjunto dos anjos e das almas redimidas.

Creio em minha unidade com todos os reinos da Natureza e na santidade de


toda vida.

Creio que pelo esforço contínuo chega-se ao Eterno e que, pela união com os
Pais Divinos, os desejos e a infelicidade desaparecem.

Creio que si quiser a libertação dos renascimentos, devo cumprir a Lei,


compreender a natureza do Fogo Celestial e alcançar a Sabedoria Oculta.

Esforçar-me-ei, com a ajuda de Deus, em ver o bem em tudo, em me abster


de tudo aquilo que conduz ao efêmero, à vaidade, à impureza e ao apego ao
poder terrestre.

Esforçar-me-ei em estar ao lado dos aflitos, em dar conselhos sinceros e


impessoais a todos os que procuram a minha ajuda, e em dirigir pensamentos
de paz aos que lutam e aos que sofrem.

Farei, diariamente, algum trabalho para Deus e obedecerei às leis da


hospitalidade. Tentarei cumprir minhas tarefas cotidianas de bom grado, tão
preparado quanto as circunstâncias me permitam.

Lembrar-me-ei de que Sou o templo de Deus Vivo. Procurá-lo-ei interiormente,


sabendo que no mais íntimo nasce o Radiante, o Senhor do passado e do
futuro, o Senhor do Infinito que, no entanto, é sempre o mais próximo.
Esforçar-me-ei para que a minha mente não seja perturbada pelos assuntos
do mundo; em não ser dominado por paixões e egoísmo; em ser paciente no
sofrimento, alimentando o contentamento e a gratidão.

Lembrar-me-ei que todas as épocas foram nutridas pela Majestade de Deus –


a Essência Crística que impregna tudo – e que todas as raças foram chamadas
a ouvir a Voz de Deus, cada uma sob o aspecto e forma que mais lhe eram
propícios.

Assim, com esse conhecimento, estarei em harmonia com tudo e poderei


reverenciar a Deus, em qualquer tempo e lugar, sob qualquer aspecto que O
encontrar. Amém.
O Discipulado e a Lei

Antes de encontrar o Primeiro Portal, o peregrino, com alma sedenta e mente


desconcertada, exasperadamente procura algo que valha a pena ser amado,
que valha a pena servir.

Defronta-se com a Imutável Esfinge do Mistério. Compreende que não


encontrará nenhuma ajuda fora de si mesmo. Consegue entender a Lei de
desvinculação e, contudo, a sua personalidade mortal ainda anela simpatia e
compreensão.

A crueldade da vida, a incerteza da hora da morte, continuam projetando


sombras sobre sua Senda. Para dissolvê-Ias, terá que deixar de olhar para
trás.

A parte mais penosa do seu caminho é ver que, justamente aqueles aos quais
procurou servir, não compreendem seu trabalho. Rebelam-se contra ele,
condenando e destruindo tudo aquilo que procura fazer com tanto esforço.

Aquele que passou o Primeiro Portal deve aprender a estender a taça da


compaixão a todos que dela necessitam, recusando um só gole para si,
permanecendo sedento até que algum companheiro, percebendo a sua sede,
também lhe dê de beber.

A mesma Lei que impede o instrutor espiritual de se defender, obriga o


discípulo a resguardar tudo aquilo que seu Mestre representa e a defendê-Lo
contra qualquer agressão. O discípulo que não reagir em defesa de seu
Mestre, não deverá ficar surpreso ao encontrar fechado o Portal do
Conhecimento.

O discípulo se eleva e decai junto com seu Mestre e, uma vez tendo-O
reconhecido, não pode repudiá-LO.

O homem que quer perceber o Divino, primeiramente precisa apagar de si a


própria imagem.

Entre dez mil homens, nenhum reconheceria um Mestre que estivesse em sua
companhia.

Os homens costumam dizer: “Se os Iniciados existem, por que não vivem entre
nós?” Não se apercebem de que a vida que levam impossibilitaria a um
Iniciado permanecer entre eles.
Quando o homem purificar seus vários conceitos, criados pela personalidade
inferior, convencer-se-á, por si mesmo, da existência da Loja dos Mestres.

Antes de falar sobre as obrigações para com a sociedade, a religião, a ciência


e o trabalho, é preciso não esquecer o simples dever fraterno – do som da voz,
do toque da mão – para com seu irmão ou sua irmã.
Prefácio

Por longo tempo, nos anos decorridos entre as duas últimas guerras mundiais
e mesmo durante a segunda, inclusive alguns anos após, foram dados
semanalmente, em Londres, através da Sra. K. Barkel, ensinamentos
espirituais a vários grupos de estudantes. O nível dos ensinamentos
transmitidos variava de acordo com o nível e a capacidade de compreensão de
cada grupo. Após cada palestra, havia um diálogo entre os estudantes e o
instrutor, e as perguntas apresentadas recebiam respostas. A reunião
terminava com uma oração. Essas aulas eram taquigrafadas, datilografadas e
distribuídas aos ouvintes, para serem estudadas.

Os ensinamentos não eram destinados a maior público; todavia, conforme o


desejo de um grupo de estudantes, uma pequena parte dessas lições foi
publicada em 1934, num livro intitulado “Cross, Star and Crown” – Cruz, Estrela
e Coroa. É o conteúdo deste livro, acrescentado de algumas aulas posteriores,
que a FEEU apresenta aos seus associados.

A Sra. Barkel, que por muitos anos dirigiu a Escola do Pensamento Esotérico,
em Londres, foi pessoa de fino trato e grande cultura. Por uma sua palestra,
inclusa neste livro, pronunciada no início de um dos cursos, podemos aquilatar
a qualidade de sua mente. A Sra. Barkel era pessoa de caráter vivo e atraente,
com uma marcada aversão por qualquer tipo de publicidade que seu trabalho
pudesse ter. Ela se dedicou inteiramente à missão de confortar os
desesperados, de ajudar aos que vinham em procura da Verdade e ao trabalho
de curar ou aliviar os doentes, recebendo neste apostolado a ajuda de
instrutores espirituais, aos quais considerava servidores das Hierarquias
Divinas.

Embora a Sra. Barkel mais tarde se tivesse tornado perfeitamente capaz de


transmitir, em plena consciência, os ensinamentos que recebia de seus guias,
os capítulos que a FEEU hoje publica – tanto as aulas quanto as respostas –
foram recebidos em estado de transe.

Por tantos anos terem já passado, bem assim as destruições causadas por
bombardeios e incêndios de guerra, são poucos os escritos que restaram. E
estes consistem em aulas avulsas, em páginas soltas, pertencentes a alguns
dos antigos alunos da Escola, suas famílias ou herdeiros.
A FEEU, atendendo ao interesse despertado nos leitores dos livros “Filosofia
Hermética” e “Os Mestres”, por ela editados em 1968 e 1969, e com origem na
mesma fonte que o livro presente, embora transmitidos por uma entidade
diferente, procurou entrar em contato com a mencionada Escola de Londres. A
dirigente atual prontificou-se, com muita dedicação, a redatilografar e enviar
todo o material que pode localizar e recolher, para benefício dos associados da
FEEU. Graças a sua ajuda, foi possível esta publicação em sua forma atual.
Sendo-lhe enviado mais material de Londres, a FEEU espera que possa ser
publicado, como uma continuação de “Cruz, Estrela e Coroa”.

Os ensinamentos apresentados neste livro foram transmitidos por uma


entidade conhecida apenas sob seu pseudônimo “Whitehawk” – O Falcão
Branco. De acordo com o que sabemos, Whitehawk nunca revelou dados sobre
sua verdadeira identidade; todavia, a certos estudantes mais adiantados,
referiu-se ao treinamento pelo qual havia passado nas Escolas, atlânteas e
egípcias. Parece que uma verdadeira humildade motivou este Ser a escolher
um nome de índio pele-vermelha, completamente desconhecido tanto por nós
como seus alunos da Inglaterra. Os guias espirituais de outros médiuns de
Londres conheciam-no como membro de uma Fraternidade de Seres altamente
evoluídos, e que se ofereceu a trabalhar no plano terrestre sob a direção dos
Mestres nas esferas espirituais.

Os que eram seus ouvintes são unânimes em dizer que suas palestras eram
caracterizadas por uma rara intensidade de expressão em voz nítida e vibrante
de energia. Ninguém podia pôr em dúvida sua grande sinceridade, e, no que
ensinava, havia sempre a segurança que só a experiência própria pode
conferir.

O leitor talvez notará que, às vezes, o assunto é apenas esboçado, sem uma
explicação completa. Parece que o propósito deste sistema era despertar o
interesse do aluno, obrigá-lo a pensar no assunto e procurar por si mesmo uma
resposta ou, eventualmente, fazer uma pergunta. Se possível fosse reunir o
curso inteiro, tal como foi dado, ele provavelmente se assemelharia a um
mosaico, onde cada aula, trazendo sua mensagem particular, contribuiria para
uma imagem clara e total.

Hoje, não mais existe possibilidade de fazer perguntas e nem de procurar


achar em outras aulas o pedaço que pudesse faltar para uma plena
compreensão. Espera a FEEU, no entanto, que as aulas que conseguiu
publicar, possam despertar em seus associados o interesse pelos assuntos
expostos. E, quando um verdadeiro interesse acorda num leitor, quando o
assunto o toca profundamente e ele segue pensando, pouco a pouco a luz se
faz em sua mente; e a resposta, por ele mesmo assim encontrada, vale mais
do que uma explicação achada por escrito.
Se este livro conseguir despertar um tal interesse em um só de seus leitores,
terá plenamente alcançado sua finalidade.
Palestra realizada em Londres, em 1930,
pela Sra. Barkel, dirigente da Escola do
Pensamento Esotérico

A expansão da consciência do neófito, durante o período de probação, é


devida em grande parte ao ensinamento que ele recebe. Todavia, antes de
começar a utilizar plenamente suas novas aptidões o estudante deve dar-se
conta plenamente, de que, embora tenha havido uma expansão, a sua
consciência conserva ainda muitas limitações. Estas devem ser admitidas.

Todo conhecimento humano é incompleto, e o estudante do ocultismo deve


sempre lembrar que a percepção da Verdade está sujeita às limitações de sua
própria personalidade. É preciso, portanto, que ele seja consciente delas, pois
se não for assim, a sua concepção da Verdade ficará diminuída. No ocultismo,
como na maioria das ciências, há também um caminho reto para alcançar o
alvo. Este caminho é formado por três vias principais:

– A primeira é o amor a Deus. Esta não é uma atitude convencional para com
Deus, mas um amor sentido em todas as fibras do nosso ser por Aquilo que
permeia tudo que existe. Para chegar a sentir esse amor, é necessário que o
estudante dedique uma parte de seu tempo para descobrir as infinitas
maravilhas da Criação Divina. Isso exige o estudo não somente dos elementos
que compõem o Universo, mas também das leis que o regem. Na medida em
que prosseguirem seus estudos, despertará no aspirante uma admiração tão
grande em relação ao criado que, pensando no Criador, ele não poderá deixar
de sentir uma exaltação.

Essa linha de estudos conduz à compreensão de que Universo e uno e que


Deus não é um Ser distante que vigia mundo de um ponto longínquo, mas é
uma Força que tudo permeia.

Quando o aspirante compreendeu bem isso, ele estabelece seu próprio


relacionamento com a vida, e neste, o amor para com o Arquiteto do Universo
acha seu apoio. Então, todo o ser do aspirante começa a participar deste amor
e, na medida em que aumenta o seu conhecimento, aumentará seu amor.

É praticamente impossível descrever todos os pormenores e os vários


procedimentos que conduzem a esse resultado, pois cada caso é individual.
Todavia, poderá ser contatado que, com a elevação e o desenvolvimento da
sensibilidade, tudo que vem à mente, seja de fora ou de dentro, faz crescer e
fortalecer essa base da vida do aspirante: o amor a Deus.

– A segunda via ou condição básica é aquilo que poderia ser chamado de


“ponto de vista afastado”. Este aumenta a compreensão mental da vida e
chega-se a ele considerando a idade quase infinita de nossa individualidade,
moldada pelas inúmeras encarnações. O “ponto de vista afastado”, aplicado à
vida diária, permite dar um valor adequado a todos os acontecimentos menores
de nossa vida, acontecimentos que, sem a presença, na mente, dessa escala
comparativa, podem tornar-se bastante perturbadores. Um tal ponto de vista
traz a serenidade e o equilíbrio – qualidades essenciais no caminho do
ocultismo. Elas permitem ao aspirante compreender que a Verdade, tal como
ele A percebe, é apenas relativa, e, em grande parte, depende de
circunstâncias. Permitem-lhe também ver tudo de um modo não deformado por
ingerência de sua própria personalidade. Assim, ele evita um dos maiores
perigos do ocultismo: pensar em termos de personalidade, e não em
termos de princípios. O aspirante então constata que a Verdade nem sempre
consiste unicamente em fatos, mas depende, em grande parte, do
relacionamento destes com outros fatos. Consequentemente, ele aprende que
a Verdade, em si mesma, não é tanto uma série de acontecimentos, como uma
sequência de leis e que, muitas vezes, só é possível expressar a Verdade por
meio de paradoxo.

– A terceira via ou condição básica é a que poderia ser chamada de “extensão


da visão”. Ela consiste na compreensão da solidariedade universal e relaciona-
se com um dos princípios básicos da física: a indestrutibilidade da matéria e a
aplicação deste princípio ao lado espiritual da matéria. Sabendo que a
aniquilação de um átomo, sem libertar sua energia interna, provocaria o
despedaçamento do Universo, é fácil compreender que as nossas menores
ações necessitam da reflexão, antes de serem levadas a efeito. Tendo na
mente este princípio básico, o estudante poderá perceber a interdependência
de todas as coisas e de todos os seres.

Da compreensão disso resulta uma idéia clara daquilo que é chamado de


“evolução”, pois se a menor parte de uma totalidade melhora, toda a
totalidade é beneficiada, esteja ela consciente ou inconsciente de tal fato.
Além disso, tendo em mente essa conclusão, o estudante evita um outro
grande perigo do ocultismo: tornar-se espectador, em vez de ser
participante na vida. Enfim, isso o impede também de criar limites, estreitando
o campo de seus estudos, pois lhe traz a compreensão de que não existe um
só assunto cujo conhecimento nada acrescente a sua compreensão da
verdade.
Pensamentos Humanos e
Pensamentos Divinos

Gostaria de falar-lhes um pouco das condições do mundo espiritual e dizer


como vocês podem facilitar a comunicação entre os dois mundos.

Quero que compreendam: sou alguém que na Terra é chamado de “morto”.


Para poder falar-lhes hoje, estou usando o cérebro e o organismo de uma
mulher; mas, para trabalhar bem e com força, através de um corpo alheio,
preciso da ajuda de vocês. Cada um dos presentes, nesta sala, dando-me
força e simpatia, ajuda-me a trazer-lhes a mensagem do mundo espiritual.

Quero falar especialmente a estes, dentre vocês, que só nos últimos tempos se
aproximaram da grande verdade que é a sobrevivência espiritual. Quero falar
também a estes que vieram aqui por curiosidade, para ver como é uma mulher
em estado de transe e ouvir o que um espírito pode dizer. A força da minha
mensagem dependerá da qualidade dos pensamentos que me enviarem.

Cada um de vocês pode entrar em contato com o mundo espiritual. Não lhes
direi, porém, que basta sentar-se na escuridão por um certo tempo e durante
algumas semanas, para estabelecer este contato. Muitos que assim o fazem,
não tendo nada conseguido, abandonam todo o esforço e afirmam que não há
nenhuma verdade naquilo que lhes foi dito. Quero que saibam que trabalhei e
preparei esta mulher durante 30 anos, antes de poder pronunciar uma só
palavra através dela.

O mundo espiritual possui toda a beleza, todo o conhecimento. Temos aqui


tudo que o mundo de vocês conhecerá no futuro e tudo que tinha conhecido no
passado. Isso é acessível a cada um que tomou uma firme decisão de
preparar-se e servir de instrumento para a realização do Plano Divino.

Um grande despertamento espiritual foi profetizado para o começo da Era em


que vocês estão entrando. O véu que separa os dois mundos ficou muito fino, e
do nosso lado há um grande esforço para levantá-lo.

O que farão vocês? Continuarão imersos em suas preocupações materiais, na


adoração do dinheiro, na cobiça e amargura, sem dar um só pensamento a
Deus? Ou irão ao encontro deste maravilhoso fluxo espiritual, fazendo
desabrochar em vocês próprios a parte divina que se acha dentro do coração
de cada ser humano? A cada um de vocês, meus amigos essa possibilidade é
dada. Não lhes conto fantasias. Não os engano.
Peço-lhes que abram seus corações e vivifiquem essa Chispa Divina que é a
herança do nosso Pai no Céu. Se, com sua mente, vocês procurarem o mundo
divino – os planos mais elevados do espírito – então cada centro, em vocês,
abrir-se-á e todos se tornarão mais e mais receptivos ao fluxo divino de ajuda,
de prosperidade, de sabedoria.

Às vezes, vocês ficam perplexos quando os instrutores psíquicos os


aconselham a praticar a concentração. Quero, portanto, dizer-lhes algumas
palavras sobre este assunto:

Aqui, neste mundo, cada casa, cada colégio, cada praça ou estrada, tudo é
construído de acordo com os pensamentos de seus habitantes. O ambiente
dos planos espirituais irradia cores tão esplêndidas que não há palavras para
descrevê-las. Vocês, pela qualidade de seus pensamentos, poderão alcançar
estes planos elevados, planos de sabedoria, de beleza, de amor.

Se vocês pensam com amor a toda a Criação, então começam a vibrar em


sintonia com o plano do amor e logo se tornam conscientes de maravilhosas
cores, de uma infinita paz. Emitindo pensamentos de amor a toda a Criação
Divina, vocês tocam o plano Divino do amor – pois Deus é Amor – e através do
amor contatam seu Pai no Céu.

Passando pelo plano do amor, conceberão talvez o desejo de repartir sua paz
e seu amor com a humanidade. Para poder fazê-lo, terão que contatar o plano
da sabedoria. Aspirando ao serviço, verão o plano da sabedoria abrir-se diante
de si. Aí, acharão os maiores intelectos, as maiores inteligências de todas as
épocas, prontas para serví-los, para ajudá-los a entrar em contato com a
grande Sabedoria Divina, que é um outro aspecto de Deus. Absorvendo a
sabedoria, poderão transmití-la a outros. Essa força, fluindo através de vocês,
tornará suas vidas mais luminosas, mais construtivas.

Além destes planos, vocês poderão também tocar o plano do Espírito Divino.
Então a Força Divina começará a irradiar de vocês, tornando-os uma fonte de
saúde, de amor e de sabedoria.

Assim, amigos, não desperdicem seus pensamentos. Se não podem


concentrá-los por mais de alguns segundos ou minutos, façam-no por estes
poucos instantes, e mais tarde repitam-no de novo e de novo, procurando que
seus pensamentos sejam sempre da mesma qualidade.

Quando, pela primeira vez recebem a prova da sobrevivência do espírito, vocês


ficam entusiasmados e logo se reúnem ao redor de uma mesa ou se sentam na
escuridão. Se, passado algum tempo, nada acontece, recaem na dúvida. Pode
acontecer, no entanto, que sua aspiração para servir tenha atraído a vocês um
ser grande e santo – talvez uma grande inteligência, talvez um espírito do
amor, talvez alguém que procura servir humildemente. Então, embora pensem
que nada está acontecendo, os seres espirituais estão construindo estão
criando aquilo que mais tarde os tornará instrumentos úteis para o trabalho
espiritual. Mas vocês são impacientes, não querem admitir que Deus, através
de milhões de inteligências, faz o trabalho lenta e silenciosamente. Vocês logo
ficam incrédulos, perdem o entusiasmo, deixam de praticar a concentração e
abandonam o esforço.

Peço a vocês todos que chegaram a este ponto, que pensem diariamente em
Deus, mesmo que seja só por alguns instantes. Pensem em Deus e na
presença do Espírito Divino em vocês mesmos. Tal como um ímã atrai uma
substância parecida a si, vocês – a Chispa Divina – quando compreenderem
que são um com seu Pai no Céu, poderão atrair o maior amor, a mais perfeita
harmonia.

Para alcançar este resultado, vale a pena passar por muitas decepções, fazer
muitos esforços. Vale a pena recomeçar com persistência até setenta vezes
sete, pois – podem acreditar-me – nenhum esforço para alcançar Deus é
perdido. Se vocês são pacientes e trabalham, sua aspiração para servir trará
frutos.

Os instrutores do plano espiritual procuram ultrapassar a barreira que divide os


dois mundos procuram acordar em vocês a parte Divina que vem dormindo
desde há muito tempo. Eles trabalham sem parar para que a grande verdade
da sobrevivência espiritual seja admitida pela humanidade. Isso a levaria a
Deus vivo, a Deus de amor.

Por muito tempo os credos foram frios. O coração humano não estava no culto
religioso. Que agora a Luz Divina possa acender-se nele! Que a dúvida na
sobrevivência do espírito nunca o assalte!

Se seus pensamentos são fortes e puros, atrair-lhe-ão do mundo espiritual


aqueles que têm pensamentos semelhantes.

Se vocês semeiam o joio junto com o trigo, então colhem o fruto misto.
Semeiem, portanto, somente o pensamento puro e reto. Semeiem o amor, o
altruísmo, a paz, a alegria, e concentrem-se nestes pensamentos. Assim
fazendo, construirão ao redor de si um maravilhoso invólucro que, enviando
seus raios em todas as direções, atrair-lhes-á o mesmo. Pobreza, doença e
depressão afastar-se-ão de vocês, pois assim como sentirem em seu coração,
assim hão de tornar-se.

Se querem ter amigos, devem ser amigos. Se querem ser amados, devem
amar. Se querem ser alegres, devem dar alegria. Acreditem-me, pois eu sei
que assim é.

Quando vier sua hora de entrar no mundo onde estou, vocês acharão aqui sua
moradia, tal como a construíram com seu modo de pensar, enquanto no mundo
dos homens. Aqui as casas não são construídas com as mãos, porém com os
pensamentos. Nós, ao atravessarmos os diversos planos, logo sabemos qual é
o tipo de seus habitantes. Sabemo-lo pela forma das construções, pela
atmosfera que as rodeia, pelas flores, pelo canto dos pássaros, pelo murmúrio
das águas, tudo isso estando em sintonia com a frequência vibratória dos
respectivos moradores. Assim, vocês, de acordo com a sua própria frequência
vibratória, preparam suas moradias aqui, no mundo espiritual.

Se seus pensamentos são puros, nenhuma maldade pode atingir vocês,


nenhuma baixeza pode tocá-los. Mais ainda: pela pureza de seus
pensamentos, pelo seu poder construtivo, vocês podem ajudar as almas
imersas nas trevas dos planos inferiores do mundo espiritual. Estas almas,
procurando um apoio na Terra, são atraídas pela Luz que de vocês emana.
Embora ofuscadas por essa Luz, elas voltam repetidamente. Quanto mais forte
for a Luz, quanto mais forte for o amor de vocês e mais poderosa a aspiração,
mais facilmente poderão redimir as almas em trevas.

Sei que, devido às condições do seu mundo, muitos são deprimidos e


pessimistas. Aos que se sentem assim, quero aconselhá-los a ir onde possam
comungar com a Natureza. Aí escutem o canto dos pássaros; lembrem que são
filhos de Deus; lembrem que podem ajudá-Lo em Seu trabalho. Então, através
da Natureza, sentirão o pensamento Divino tocá-los e dispersar a depressão.
Se vocês aprenderem a vencer assim os assaltos do desânimo, estes não os
incomodarão mais.

Quero dizer ainda aos que se aproximaram do espiritismo, para entrar em


contato com suas pessoas amadas, agora em nosso mundo, que podem
purificar tanto sua aura e atmosfera ao redor de si que, com o tempo, poderão
ouvir a voz e sentir a presença de seus entes queridos. Desta forma, tendo
adquirido a certeza de que seus amados vivem e que continuam amando-os e
esperando-os, nenhuma tristeza poderá abalá-los, e seus pensamentos tornar-
se-ão construtivos.

Aqueles que temem a guerra deveriam saber que ela não será possível se os
pensamentos humanos forem construtivos e pacíficos. A guerra é o resultado
da intolerância e dos maus pensamentos. Assim, cada um que deseja paz,
precisa gerar pensamentos de paz. Não se deve deixar levar por pequenas
irritações, mas sim fazer de pensamentos de paz e de harmonia a nota-chave
de sua vida. Então tornar-se-á um instrumento de paz nas mãos dos que
dirigem o mundo.

O mundo de vocês e o nosso se interpenetram. Cada um de vocês está


acompanhado por um espírito amigo, um anjo-guardião ou guia, que o protege
e que só espera um pedido de ajuda, para servi-lo. Isso, por que há uma lei em
nosso mundo, que nos impede de dar o primeiro passo, apesar de todo amor
que possamos ter por vocês, apesar de todo nosso desejo de ajudá-los. Como
disse o Grande Mestre: “Batei, e a porta abrir-se-vos-á”. Assim, vocês devem
pedir para que possamos lhes dar ajuda.

Quero que, durante os dias futuros, que podem ser sombrios, vocês se
lembrem de que há, ao lado de cada um de vocês, um anjo de Luz que pode
lhes dar ajuda. Não percam o ânimo. Não estão sós. Mesmo aquele que se
considera o mais solitário está acompanhado.
O Amor Humano e Amor Divino

Mais uma vez venho a vocês e de novo lhes lembro que estou limitado pelo
uso de um corpo que não é meu, portanto, preciso da ajuda de vocês para
poder transmitir claramente meus pensamentos. É Sempre difícil trabalhar
através de um instrumento limitado pela matéria, pois tenho que me submeter
às suas limitações. Absorvo também as vibrações de vocês e na medida que
recebo fé e simpatia, posso, por minha vez, dar a vocês a força e o
conhecimento que possuo. Alguns dos presentes tem fé e acreditam em
minhas palavras; outros dizem às vezes: “Não, o médium não está em transe”,
ou: “Não, isso não é a verdade”. Eu capto todos estes pensamentos, e o
trabalho não é sempre fácil para mim. Procuro trabalhar sobre todas as suas
vibrações e agradeço a Deus, por achar muitas vibrações de amor.

Hoje em dia, por toda parte ouve-se a pergunta: “Se Deus existe, se Ele tem
todo o poder, se Ele tem toda a sabedoria e compaixão, por que há tanto
sofrimento, tanto caos e tantas doenças no mundo?”

Na Terra, vocês conhecem muitos tipos de amor. Há o amor do homem por sua
companheira. Este amor penetra-o profundamente e ele quer proteger sua
amada. Esforça-se e luta por ela. De onde vem este instinto?

Há também o amor dos pais para com seus filhos. Aqui, de novo, aparece o
instinto de proteger, de dar calor, conforto, instrução, de assegurar o futuro dos
filhos. O que é esse instinto?

Há também o amor entre irmãos e irmãs, e há amor pelo nosso amigo, este
sentimento maravilhoso que nos faz amá-lo, apesar de todos os seus defeitos.
Há também o amor por um animal, o nosso irmão mais novo. De onde vem
todos estes tipos de amor?

Meus amigos, o amor é a herança de Deus, nosso Pai. Quando em todos os


dias da vida, vocês expressam sentimentos de amor por parentes, crianças,
amigos ou animais, vocês dão testemunho da memória que existe em sua
consciência, do estado que tinham conhecido antes de descer à matéria.

A maioria de vocês, aqui presentes, acredita na continuidade da vida. O amor


também continua após a morte. Vocês – Chispas Divinas encarnadas na
matéria – tiveram uma pré-existência. Não falo agora da reencarnação, mas da
pré-existência na qualidade de Chispas Divinas, emanadas de Deus e
contendo em si todas as potencialidades Divinas.
Talvez, criando uma imagem, poderei ajudá-los a compreender melhor o que
quero explicar.

Imaginem que um pai, rico em amor e sabedoria, adquiriu, para o bem de seus
descendentes, uma grande propriedade, num país distante. Ele preparou
diversos meios de transporte e diversas moradias no lugar. Feito isso, chama
seus filhos e lhes diz que quer fazer dessa terra afastada um país de perfeição
e de felicidade, uma fonte de alegria e de boa saúde, para todos que ali
morarem. E então pergunta quem quer ir para lá. Quase todos os seus filhos se
prontificam para fazer a vontade do pai. Assim, iniciam a jornada, quer por mar,
quer por terra ou por ar. Lá chegando, encontram condições um tanto caóticas,
já que, se algumas casas são belas, outras estão em desmoronamento.
Guiados pelo amor a seu pai, com boa vontade e compreensão, cada um
decide que cuidará de um pedaço da propriedade, para, em conjunto,
aperfeiçoá-la, segundo a vontade do pai.

Espero ter conseguido criar uma imagem clara de sua situação, pois todos
vocês que usam um “casaco de pele” – o corpo físico – são como aqueles
filhos que foram a um lugar afastado da casa paterna – talvez a um outro
planeta – todavia um lugar que pertence também ao nosso Pai Divino. Talvez
receberam para moradia uma “casa dilapidada”, quero dizer que talvez
encarnaram num corpo doentio ou herdaram alguma fraqueza que os limita.
Lembrem, então, que tomando este “casaco de pele”, vocês fizeram como
aqueles voluntários que deixaram a casa do pai e foram para um país
longínquo. Aceitando de bom grado as condições que achem aqui – na Terra –
e trabalhando o melhor possível para aperfeiçoar tudo que puderem, vocês se
tornam colaboradores de Deus.

Quero dar ainda esta explicação: cada corpo físico é composto de elementos
pertencentes à Terra, como sal, água, minerais etc. Este corpo é um
instrumento para o Eu Real, e, enquanto nele, vocês precisam fazer um
trabalho que aperfeiçoará a raça e o mundo. Este trabalho é o seguinte: se seu
corpo tem muitas limitações, talvez muitos átomos doentes e discordantes,
então, lembrando que são e de onde vieram, dia após dia, procurem transmutar
esses átomos. Se são doentes, pensem constantemente em saúde; se são
pobres, pensem em abundância; se são tristes, pensem em alegria; se são
inquietos, pensem em paz. Assim fazendo, trabalharão no plano mental,
eliminando qualquer desarmonia. À medida em que fizerem este trabalho,
devagar mas seguramente, desintegrarão os átomos doentes e discordantes e
construirão para si um corpo mais perfeito.

Quando vocês passam pela mudança chamada “morte”, o corpo se desintegra


e os átomos que o constituíam voltam à sua origem. Todavia, se durante a sua
vida, vocês geraram pensamentos harmoniosos, se viveram a vida como Cristo
o ensinou, os átomos que compunham sua estrutura física foram purificados.
Então, quando de novo reunidos para formar um novo corpo, fa-lo-ão muito
mais perfeito, e a futura raça não mais será sujeita às doenças e às discórdias.
Não é um pensamento tremendo saber-se cooperador de Deus na tarefa de
trazer a perfeição à Terra? Ela é um dos doze mundos pertencentes a este
sistema solar; é um lugar de purificação, um lugar onde há mais sofrimento,
mais dor e mais doenças do que em qualquer outro destes planetas.

Aqueles que procuram viver assim como falei, tornam-se pioneiros da futura
perfeição e estão preparando o caminho de raças ainda não nascidas.
Sabendo que são colaboradores Divinos, vivendo essa maravilhosa verdade e
espalhando-a entre seus semelhantes, à medida que progridem, receberão
mais e mais provas de que são acompanhados por amigos de Deus.

O amor vem de Deus. Ele ama cada um de vocês. Nenhum de seus


sofrimentos ou suas angústias Lhe são desconhecidos. Ele lhes envia seres do
mundo espiritual, para manter em vocês a memória de sua origem Divina; e se
vocês abrem seus corações para o influxo do Espírito Santo, então a
lembrança dessa origem tornar-se-á cada dia mais clara e o corpo que habitam
mais puro.

Não lhes conto fantasias. Digo apenas as coisas que sei.

Cada um de vocês, encarnado num corpo físico, está aqui por seu livre-arbítrio,
por ter-se oferecido, enquanto no mundo celestial, para servir seu Pai – Deus,
e aperfeiçoar o planeta chamado Terra. Vocês, muitas vezes, se sentem
esgotados, no fim de sua resistência, e até como se fossem encarcerados. No
entanto, há alguma coisa dentro de vocês que lhes dá esperança; alguma voz
interna lhes diz que tudo está bem. Isso é a Divina recordação de sua
verdadeira natureza, da Casa Paterna de onde vieram, antes de se tornarem
homem ou mulher.

Sem dúvida, há muita desarmonia e sofrimento na Terra, mas eu lhes digo que
neste mesmo instante, também existem na Terra, Ungidos Divinos que estão
fazendo o trabalho do Pai. E afirmo-lhes que, por causa destes Ungidos,
mesmo nos lugares onde hoje reina o pior caos, haverá um dia harmonia e paz.

Se vocês estão inquietos por causa da possibilidade de guerra, lhes direi que
aqui, na Inglaterra, a guerra não virá antes de 8 a 10 anos. Podem, portanto,
continuar e adiantar seu trabalho.

Sejam amor, dêem amor e procurem ver o amor em todos que vocês
encontram. Gerando pensamentos de amor, o amor fluirá de volta. Dando paz,
a paz virá a vocês, e constatarão, depois ele um tempo determinado, que as
pessoas com quem mantém contato mudarão.

Se vocês têm dúvidas ou não estão de acordo comigo, venham quando eu falar
em outra vez e tragam suas perguntas. Iremos debatê-las.
Sinto em vocês alguma incredulidade e compreendo seu ponto de vista, pois
podem apenas aceitar minhas palavras. Não me conhecem e mesmo não me
podem ver. Mas eu sou responsável diante de Deus pelo que lhes ensino. Da
parte de vocês, há muito pouca responsabilidade em receber meu
ensinamento; da minha parte – uma responsabilidade muito grande se lhes dou
um ensinamento errado.

O amor de Deus para vocês, que no passado se ofereceram para a redenção


da Terra, é uma Verdade Eterna.
Iniciados e Iniciação

Hoje temos um assunto muito amplo. Quero repartir com vocês as conclusões
da minha própria experiência e meus conhecimentos referentes à Iniciação e
aos Iniciados.

No começo desta nova Era há um grande despertamento espiritual, uma


grande procura da Verdade. Levados por seu entusiasmo, vocês não se
lembram das palavras do Grande Iniciado do Ocidente – Jesus. Disse ele que
nos últimos tempos haverá muitos falsos profetas.

O mundo de vocês está atualmente invadido por aquilo que pode ser chamado
de espiritualismo barato, de ocultismo barato. Uma literatura que enche as
vitrinas das livrarias afirma que pode levá-los a Deus por um caminho fácil e
curto. Certos livros dizem que, praticando isto ou aquilo, será possível logo
entrar em contato com um Iniciado ou mesmo realizar a união com Deus.

Amigos, não quero ser crítico nem desanimá-los em estudar algo que lhes
possa trazer conforto. Como, no entanto, cada um de vocês atraído aqui, a esta
sala, é um aspirante consciente ou inconsciente à Iniciação, é preciso que
levemos em conta certas considerações. Cada um tem seu caminho particular
e é atraído a uma escola correspondente.

Nós três – White Eagle1, Red Cloud2 e eu – habitantes do mundo espiritual,


querendo servir nosso Pai comum, resolvemos formar um triângulo e ensinar
no plano terrestre. Cada um de nós representa um Raio diferente e ensina na
base de sua própria experiência. Todavia, os nossos ensinamentos concordam
entre si.

1. Águia Branca.

2. Nuvem Vermelha

Se vocês perscrutarem profundamente a história do seu mundo, desde as


épocas remotas, acharão doze Grandes Iniciados que se destacaram além de
todos os outros. Encontrarão também a existência de doze Escolas Místicas.
Cada uma destas Escolas possui seus dirigentes no plano externo, da mesma
forma como nós temos nossos dirigentes nos planos espirituais.

Procurando adiantar nosso trabalho, nós três passamos a maior parte do


tempo com os nossos médiuns, ensinando-lhes o caminho do progresso
interno. Para obter melhores condições de trabalho, tivemos que afastá-los da
região central da cidade, para que não fiquem tão próximos de sua influência
perturbadora. Alguns de vocês não gostam de ir longe, para tomar parte nas
reuniões com o seu médium preferido. Quero que saibam que isso foi feito de
propósito e por nossa ordem.

Agora volto ao nosso assunto. Falar-lhes-ei do Raio particular que forma esta
Escola, e no qual eu, Whitehawk3, estou trabalhando.

3. Falcão Branco.

Esta Escola é conhecida na Terra como a Irmandade do Raio Púrpura. Ela


existe desde o começo dos tempos e o nosso símbolo é um cacho de uva
púrpura e um triângulo com um olho no centro. Nós procuramos a
simplicidade em tudo e reverenciamos tanto o Aspecto Materno de Deus, como
o Paterno e o Filial.

Cada uma das doze Escolas Místicas e cada um dos doze Raios possuem seu
próprio simbolismo. As vezes, vocês vêem um símbolo e não sabem como
interpretá-lo. O cacho de uva e o triângulo simboliza a união de Deus –
Espírito, com a Terra – a matéria. Este símbolo corresponde à estrela de seis
pontas.

Uma outra Escola que procura a união com Deus por meio de serviço, tem por
símbolo um quadrado. Uma terceira – a cruz; uma quarta – a mão; uma outra
ainda – uma serpente, e assim por diante, todas as doze tem símbolos que
não vou enumerar.

Quero que compreendam agora, desde já, que nenhuma dessas escolas é
melhor do que outra. Todas são Raios do Sol Central. Um aspirante à Iniciação
pode seguir ao longo do Raio da Cruz, ao longo do Raio que chamais de
Teosofia – governado por Mercúrio em Escorpião – ao longo daquele que é
simbolizado pelo Quadrado – o serviço – ou daquele que é simbolizado pela
Mão – a cura. Cada uma dessas escolas e cada um desses Raios representam
um aspecto Divino.

Eu fui acusado muitas vezes de falar-lhes de coisas que se acham fora do


interesse do espiritismo. Como sou um espírito, não conheço estas limitações.
Tendo passado muitas vidas na sua Terra e tendo sido treinado em muitas
Escolas, é perfeitamente natural que conheça a Simbologia de todas. Terão
que me perdoar se não quero que vocês se limitem aos símbolos de uma
apenas. Vocês são peregrinos do caminho interno e devem possuir
conhecimento, o mais amplo possível.

No passado, vocês estudaram em diversas escolas. Nesta vida são atraídos


por uma ou outra delas. Se tiverem recebido uma extraordinária revelação por
meio de um destes canais, não imaginem que este determinado canal é o
começo e fim de toda a Verdade. É simplesmente o melhor caminho para seu
tipo individual e seu ponto de evolução. Se são atraídos por um aspecto
particular do conhecimento, é este que lhes deve ser ensinado.

Ao longo de cada um desses Raios acha-se uma corrente de Anjos, Guias,


Instrutores e Mestres, corrente esta que, começando pelo médium, conduz ao
cume ou “coroa” de cada Raio determinado.

Nós dois: Red Cloud e eu, trabalhamos com os “Senhores da Chama” e ambos
fomos atraídos aos nossos médiuns, pois estes possuem os dados particulares
que nos dão a possibilidade de fazer o nosso trabalho. Meu médium pertence à
casa noturna de Marte, e o médium de Red Cloud – à casa diurna de Marte.
Ambos somos instrumentos, atuantes no plano terrestre, dos Senhores da
Chama que, através de nós, podem transmitir Seu ensinamento, para a
purificação e elevação dos filhos da Terra. Observando-nos, vocês constatarão
que não temos medo de dizer o que é necessário. Além disso, não somos
limitados pelas leis terrestres. Conhecemos por experiência própria aquilo que
ensinamos e testemunhamos o que vimos.

Acabo de falar-lhes da literatura que inunda o vosso mundo de hoje. A respeito


disso quero dizer-lhes algo mais.

Na Bíblia é dito que o Verbo é Deus, que Deus era com o Verbo e que o
homem recebeu de Deus o Divino atributo da palavra. O homem, quando usa
esse atributo erradamente, é responsável diante de Deus. Vocês devem,
portanto, aprender a governar cada palavra que pronunciam, aprender a
controlar seus pensamentos e ter muito cuidado quando emitem, para o mundo
de fora, pensamentos ou palavras.

Vocês, na sua qualidade de Filhos de Deus, receberam o dom da palavra.


Foram elevados acima do mundo animal, vegetal e mineral pelo atributo Divino
da palavra. Na Bíblia é dito, também, que Deus pronunciou a palavra e esta
tornou-se realidade. Vocês possuem dentro de si – como o possuía o Cristo – o
poder de pronunciar palavras que lhes atrairão tudo de que necessitam.
Portanto, devem ser cautelosos com o uso da palavra. O Grande Senhor do
mundo Ocidental e os Grandes Senhores do mundo Oriental dão muito valor ao
que representa a palavra “silêncio”.

Quando um aspirante é aceito em uma escola, uma grande importância é dada


à prática do silêncio, para que o aspirante, entrando em contato com o Deus
interno, compreenda que a palavra vem de Deus.

A palavra não pode ser usada levianamente. Cada uma deve ser considerada
antes de ser pronunciada, pois cada palavra pronunciada é uma palavra de
poder.

Quero que se lembrem bem disso: cada palavra pronunciada é uma palavra
de poder. Quando vocês estão para falar, queria que considerassem suas
palavras como palavras de poder. Vocês já ouviram falar de como é possível
fazer tremer uma construção pelo poder do som, e sabem como um
instrumento musical vibra ao som afinizado com sua própria nota.

Cada um de vocês é conhecido pelo Grande Arquiteto do Universo por seu


Raio, seu número ou seu som. Trilhando o caminho interno da Iniciação, um
aspirante pode ficar consciente do nome secreto de Deus, nome pelo qual este
aspirante possa conhecê-lO. O nome secreto de Deus, dado por via interna aos
Iniciados ou aspirantes, não é o mesmo, pois Deus, o Grande Arquiteto do
Universo, fala a todos os Seus filhos de acordo com O Raio de
desenvolvimento a que pertencem.

Os que pela meditação ou concentração procuram o progresso interno, devem


ser cuidadosos e lembrar que, de um modo geral, o caminho de Iniciação para
um Oriental não é o caminho de Iniciação para um Ocidental, pois suas
vibrações, seus Raios, são diferentes. É preciso, portanto, que achem um
caminho adequado e que o sigam.

Gostaria de dar a vocês um simples exercício* que todos podem praticar em


casa. Os que querem fazê-lo, sendo Ocidentais, poderão visualizar o Mestre do
Ocidente, Aquele que os homens chamam Jesus de Nazaré, e Quem por um
certo tempo foi o Portador da Força Crística.

(*) Este exercício, praticado por diversos grupos da Escola de Londres, lugar onde foi recebido
o ensinamento presente, já foi dado nos dois livros publicados anteriormente pela FEEU:
“Filosofia Hermética” e “Os Mestres”.

Jesus deu a Seus discípulos três letras: I, A, O, sobre as quais deviam meditar.
Deu-lhes também o símbolo da lavagem dos pés. Jesus veio no signo
astrológico dos Peixes – signo que rege os pés a razão pela qual encontramos
a simbologia dos pés no ensinamento Dele. Veio para levar os povos
ocidentais a Deus, através de Seus métodos. Não através de Si, lembrem isso,
mas através de Seus métodos.

As letras I.A.O. representam o nome místico do Pai no Céu de Jesus.

Vou ajudá-los para que vocês possam visualizar Jesus:

Imaginem um homem esguio, de aparência graciosa, com cabelo cor de trigo


maduro, olhos intensamente azuis, tez clara, rosto oval com maçãs
ligeiramente altas, uma barba de tonalidade mais escura, quase castanha.
Imaginem-No vestido de branco com capa púrpura. As mãos delgadas mas
fortes e uma expressão de rosto terna e séria de alguém que compreende bem
o sofrimento humano.

Queria que pudessem imaginá-Lo tal como está hoje nos mundos astrais,
aproximando-Se do plano terrestre. Visualizem-No com as mãos estendidas,
com um grande desejo de ajudá-los, Imaginem então um raio de luz, vindo da
testa de Jesus ao pé esquerdo de vocês, e digam “I”. Imaginem um outro raio,
vindo do Seu coração, para o pé direito, e digam “A”. Estando deitados ou de
pé, com os pés ligeiramente virados para fora, digam “O” e imaginem um outro
raio de luz, vindo do plexo solar de Jesus e cercando seus calcanhares.

Concentrem-se e imaginem essas três correntes de luz, e a mesma luz subindo


pelo corpo de vocês.

Fazendo este exercício dia após dia, repetindo: I – A – O, vocês constroem um


triângulo, com sua base sobre a terra e a ponta elevando-se para Deus,
formando uma ligação com Ele.

Será seu primeiro esforço para a união com Deus, o primeiro degrau da escada
de Jacob, da Bíblia, o primeiro passo no caminho da Iniciação.

Digo-lhes, por meu próprio conhecimento e pela experiência daqueles que


ensino, que se vocês perseverarem neste exercício durante três meses,
começarão a sentir que todas suas faculdades mentais e físicas tornam-se
mais vivas, mais vibrantes.

Talvez, depois das primeiras semanas de prática, vocês sintam um intenso


desejo de dormir, algum distúrbio dos órgãos digestivos ou um grande calor.
Será uma prova de que Deus caminha com vocês e que estão progredindo. A
Luz do Cristo que chamaram pela repetição do nome secreto I.A.O. estará
purificando seus veículos e levando-lhes lenta e seguramente à união com
Deus – o alvo de todos que se esforçam para seguir o caminho interno.

Se alguém não procura a união com Deus, mas quer só obter poderes
mágicos, pode conseguí-lo através da concentração e dos exercícios. Vocês,
no entanto, que aspiram à união com Deus, que trilham a senda do
desenvolvimento espiritual, colocam-se sob a direção dos Senhores da Chama,
dos Senhores da Forma e dos Grandes Iniciados. Continuando neste caminho,
constatarão que, com o tempo, todas as outras coisas lhes serão dadas. Meus
amigos, se juntos comigo vocês querem seguir este caminho, prometo que os
ajudarei na sua meditação diária; prometo protegê-los nos mundos astrais. A
medida que procuram Deus, todas as suas faculdades psíquicas desenvolver-
se-ão, devagar mas seguramente.

Aquele que segue verdadeiramente o caminho interno, não tem desejos. Quero
dizer com isso que ele não procura as coisas do mundo, a posição social, a
riqueza. Se sua finalidade é a união com Deus, então as coisas mundanas, se
isso for necessário para seu trabalho, ser-lhe-ão dadas.

Todos os Grandes Iniciados seguiram o caminho interno. Uns pela auto-


renúncia, outros pelo trabalho no mundo, outros ainda pelo serviço ao próximo.
A medida que vocês seguirem esse caminho, e se sua intenção for pura,
atrairão estes Grandes Iniciados e serão recebidos nas Escolas Místicas.
Se em seus estudos há algo que os confunde ou faz sofrer, não acusem nem o
médium, nem o instrutor, nem o espírito, mas procurem sempre a causa dentro
de vocês mesmos, e a Luz Divina a parte de Deus que reside no coração de
cada um – revelar-lhes-á.

Lembrem também que aquele que segue o caminho interno deve aceitar a
solidão, deve estar preparado para que os amigos o abandonem, para ser
desprezado e mal julgado. Ele sentir-se-á, às vezes, como se o próprio Deus
estivesse contra ele. Apesar de tudo, não desanimem. Estejam seguros de que
são guiados por Anjos do Senhor, e que seu instrutor os vigia e protege. Que
seus corações guardem a humildade e a simplicidade em tudo. Que isso seja a
senha de vocês. Nenhum amontoado de conhecimentos intelectuais pode fazê-
los subir a escada. Só a simplicidade de coração e a procura sincera do Reino
de Deus podem fazer de cada um de vocês um Iniciado.
Filhos de Deus e Filhos dos Homens

Volto, hoje, para transmitir-lhes um pouco daquilo que aprendi desde que estou
no mundo espiritual. Novamente peço-lhes que não aceitem sem nenhum
discernimento e integralmente, tudo quanto lhes digo, pois a minha transmissão
vem através de um instrumento humano e não pode ser perfeita. Peço-lhes,
portanto: não deixem de estudar minhas palavras, refletir, meditar sobre elas e
voltar para discuti-las comigo. Assim poderemos crescer em compreensão e
trabalhar para a evolução.

Escolhi para minha palestra de hoje um tema que pode parecer-lhes estranho:
“Filhos de Deus e Filhos dos Homens”. Escolhi-o, porque o último Grande
Instrutor – Jesus – falou muitas vezes de Filhos de Deus. Talvez vocês leram
algo, também, sobre os Filhos de Deus que desceram à Terra e acharam belas
as filhas dos homens, e sobre os gigantes que havia nos tempos remotos.
Querendo explicá-lo a vocês, escolhi esse tema.

No começo dos tempos, quando a Terra ainda era nova, Deus mandou os
Elohim criarem homens, segundo sua própria semelhança. Vocês não podem
imaginar o lugar de desolação que a Terra apresentava naquela época. Uma
bruma espessa envolvia o globo, a vegetação era muito escassa e os raios
solares incapazes de penetrar a pesada bruma. Foi então que os Filhos de
Deus que trabalharam e levaram à perfeição à humanidade dos outros
planetas, pertencentes ao sistema solar de vocês, dirigiram sua atenção à
Terra.

Agora lhes direi algo que sacudirá talvez suas idéias ortodoxas.

Vocês são acostumados a considerar Jehová como Deus, Lúcifer como


príncipe do mal e Satão ou Saturno como o próprio rei dos diabos. É
justamente sobre estes três Anjos e o trabalho deles, na época da humanidade
nascente, que lhes quero falar.

O Grande Arquiteto do Universo, o Senhor dos Senhores, o Deus dos Deuses


chamou à existência todos os sistemas solares. Se olharem para o céu numa
noite clara, com sua imensidade de estrelas, pensando que cada uma delas
talvez um sol, com todo o sistema de planetas girando ao seu redor, vocês não
poderão mais limitar Deus, enclausurando-O numa espécie de caixa. Não
poderão mais imaginá-Lo de barba branca, sentado numa nuvem com alguns
anjos a Seus pés. Quando os filhos dos homens começam a refletir, afastam
essas imagens infantis e procuram mais conhecimento.

O mundo não parece ser melhor do que há dois, quatro ou dez mil anos atrás e
o homem duvida, ainda da existência de Deus. Por causa disso, quero fazer
vocês sentirem, fazê-los compreenderem um pouco do Amor Divino que, desde
sempre, permeia tudo que vive, tudo que se move e tudo que têm existência
neste planeta, como também nos outros e em todos os mundos.

Começarei pela humanidade infantil, essa humanidade que ainda não tinha
mente e, portanto, não podia pensar. Com corpos ainda não solidificados, os
seres humanos eram sombras, apenas, daquilo que são hoje. Eles precisavam
da ajuda de alguém mais desenvolvido.

Jeová – o Regente ou Deus da Lua – e seus anjos passaram a reunir em


grupos essa humanidade infantil, começaram a exercer sobre ela sua influência
mental e ensinar os homens a ficarem erguidos, em vez de andar de quatro,
como o faziam. Por longo período de tempo, esses Filhos de Deus, ajudantes
de Jeová, trabalharam para a evolução da humanidade terrestre, ensinando-a a
cultivar a terra, a construir abrigos para si. No entanto, a humanidade
continuava a parecer-se com a criação animal, e o progresso era tão lento que
os Instrutores, quase perdendo o ânimo e não sabendo como proceder,
afastaram-se por algum tempo, para consultar-se entre si e procurar o melhor
meio de adiantar a evolução na Terra. Então, Lúcifer, este esplêndido e
radiante Filho de Deus, impetuoso, sempre querendo rapidez e progresso,
aproximou-Se da Terra. Ele era Regente ou – como preferem chamá-Lo –
Deus do planeta Marte. Tinha levado a humanidade marciana a um nível tão
alto, aperfeiçoou-a tanto, que recebeu grandes louvores de Deus, Seu Pai.
Agora; vendo o estado das coisas na Terra, Ele não esperou o comando de
Deus, mas, enquanto os Anjos de Jeová se achavam afastados, começou a
separar certos seres humanos de seus grupos a instilar-lhes a força, a
implantar-lhes os corpúsculos vermelhos que Ihes deram o rico fluxo
sanguíneo, a colocá-los sob a lei da vibração marciana. No entanto, esses
humanos, não tendo evoluído a ponto de reagir a essa vibração de um modo
positivo, ficaram sensíveis apenas a Sua influência inferior e começaram a lutar
entre si.

Assim, na Sua precipitação e falta de sabedoria, querendo adiantar a evolução,


Lúcifer deu à humanidade aquilo que vocês possuem hoje: A mente, a
capacidade de discernir entre o bem e o mal. Deu também o ferro, que entra na
composição do rico fluxo sanguíneo, a matéria corante, a energia e muitas
outras coisas que fazem de vocês o que são agora.

Mesmo hoje em dia, a maioria dos homens responde ainda ao aspecto inferior
da força marciana: a violência, a cólera, o desejo de vingar-se e de matar.
Somente poucos respondem a seu aspecto superior: um grande amor para
com a humanidade, uma dedicação que os leva a dar tudo que possuem – sua
energia, seu magnetismo, seu próprio ser – a seus irmãos.

Assim, Lúcifer, querendo ajudar a humanidade, caiu num erro e teve que
suportar as consequências. Ele foi destituído de Sua glória celestial e, em vez
de ser para a humanidade um Grande Anjo de Luz, a brilhante estrela matutina,
ficou conhecido como “aquele que deu ao homem, para comer, o conhecimento
do bem e do mal”. Lúcifer tornou-Se um espantalho da humanidade. A tradição,
geração após geração, apresentou-O como “príncipe das trevas”, ou “príncipe
do mal”. No entanto, sem Sua intervenção naquela madrugada dos tempos, o
homem, por inúmeras eras, ainda teria andado de quatro pés, privado da
mente, não possuindo a capacidade de discernir entre o bem e o mal.

Para ajudar Lúcifer nessa situação crítica, veio o Regente de Saturno. Na


mitologia Ele é conhecido como Pai-Tempo. Foi chamado, também, o
Procrastinador, o Atrasador, o Guardião do Umbral e o Juiz, pois Ele traz ao
homem essas influências estabilizadoras. Foi através de Seus Anjos que a
solidificação de vários componentes do corpo humano pôde fazer-se. Assim
Saturno tornou-Se um conselheiro sábio e estável da evolução terrestre.

Quando acabou o contato de espíritos Luciferianos com a Terra, seu lugar foi
tomado pelos espíritos Saturnianos que, com sabedoria e através do temor e
disciplina, continuaram a governar e ensinar a humanidade.

Quero que notem que a humanidade primitiva podia responder só a três


tipos de força: a influência psíquica, conferida pelos Anjos de Jeová: o
aspecto inferior da natureza anímica, transmitida pelos Anjos Luciferianos e
o temor e disciplina, introduzidos pelos Anjos Saturnianos.

Sob a influência dos últimos, a humanidade impelida pelo temor, começou a


render culto a Deus. Para ela, Deus era um Ser longínquo, Alguém que se
devia temer, que exigia sacrifícios, e só o sacrifício de sangue podia aplacar
Sua “cólera”. Os homens receavam fazer o mal, não porque compreendessem
que era mal, mas por medo da “vingança” Divina.

Vocês podem ver agora como a humanidade, respondendo aos aspectos


inferiores das forças marciana e saturniana construiu, durante um longo
período, uma imagem de Deus, imagem que existe ainda hoje em dia: o Deus a
Quem homem deve oferecer sacrifícios, o Deus a Quem o homem deve temer.
Essa concepção formou a base sobre a qual se ergueram as religiões
ortodoxas.

Posteriormente, quando a humanidade tinha evoluído mais, uma outra estrela,


ainda mais brilhante, apareceu no céu. Sempre quando vem uma nova
revelação, um novo Instrutor ou Mensageiro Divino, aparece uma nova estrela
ou um novo planeta fica descoberto. Assim, naquele tempo apareceu Vênus.
Os Anjos de Vênus, aproximando-Se da Terra, trouxeram à sua humanidade o
amor, o desejo da beleza e as artes. Estes Anjos ensinaram aos humanos
como pintar, como se embelezar e criar belos adornos. Sob a influência dos
Anjos de Vênus a humanidade começou a mudar. Tornou-se menos belicosa,
começou a construir templos e a render culto a Deus pelo canto e pelo som. A
vida na Terra tornou-se mais bela e agradável. A Era de Ouro começara, pois
os Anjos do Amor, que desceram à Terra, ensinaram os filhos e filhas dos
homens como ajudar-se mutuamente e como ajudar os mais atrasados para
que evoluíssem, e para que a Luz divina os penetrasse da mesma forma.

Deixando as épocas intermediárias, passo ao último Grande Iniciado do


Ocidente, a Quem os homens chamam Jesus. A Sua vinda à Terra foi também
anunciada por uma nova estrela, mas somente os “magos” – os sábios daquele
tempo conheciam o antigo ensinamento que lhes fez compreender que um
novo Filho de Deus viera à Terra. Jesus, o grande Anjo Netuniano, veio para
ensinar a humanidade um raio de Amor ainda mais elevado; para dizer a todos
os homens que são irmãos e que tem um Pai comum: Deus. Ele trabalhou para
que a humanidade pudesse responder a esse aspecto da vibração Netuniana;
para que o homem se libertasse das velhas superstições, dos velhos costumes
de derramar o sangue; para que vencesse sua cobiça, seu desejo do poder.
Quis, enfim, que os homens procurassem seu Pai no Céu.

Jesus, Ele mesmo, pertencia aos Elohim, mas durante o período em que
desempenhava Sua missão na Terra, era permeado pelo próprio Deus Todo-
Poderoso. Ele o sabia quando afirmava que o Espírito do Pai falava Nele. Para
Jesus, na Sua qualidade de Cristo – o Portador da Força Crística – o Pai no
Céu era o Grande Arquiteto do Universo, o Senhor de todos os sistemas
solares.

Agora, uma nova estrela aparecerá, um novo Filho de Deus está anunciado.
Como vocês O receberão? Continuarão apegados aos antigos hábitos
saturnianos, continuarão regidos pelos temores? Ou elevarão a consciência e
prepararão o templo do seu corpo para receber esse novo fluxo espiritual, este
novo Anjo que vem para continuar o trabalho que Seu irmão – Jesus –
começou?

Sei que, para vocês, tudo que lhes digo pode parecer ainda distante e
dificilmente acreditável. Para mim, no entanto, o tempo parece até curto para
que a humanidade largue os seus conceitos e hábitos errôneos.

O mundo de vocês continua repetindo que Cristo morreu há dois mil anos para
salvá-lo, e contudo, dia após dia comete os mesmos erros, esperando que Ele
venha para salvá-lo de novo! Isso é ridículo, é contrário a todo bom-senso.

Hoje em dia, vocês apreciam a liberdade. As velhas limitações terão que


desaparecer; mas, para construir um mundo novo, vocês devem ter uma base
nova e sólida. Esta base pode ser achada Nele, o Grande Senhor Aquariano,
cuja vinda Jesus lhes prometeu quando disse: “Ide à cidade e preparai uma
câmara alta e quando encontrardes um homem levando uma jarra d’água,*
nesse dia, Eu virei”.

(*) Ganymede, o copeiro dos Deuses na mitologia. Símbolo da Era do Aquário.

Todos vocês que se mostram atraídos pelos estudos espirituais e se esforçam


para progredir, estão-se “reunindo na câmara alta” ou, em outras palavras,
estão se concentrando sobre a parte superior do seu ser. Vivendo uma vida
reta, vigiando seus pensamentos para que sejam sempre puros, poderão
reclamar o direito de ser Filhos e Filhas do Deus Vivo. Então os grandes
Espíritos Aquarianos – os Filhos de Deus – poderão aproximar-Se de vocês, e,
através de suas próprias mentes, ensinar-lhes as grandes e gloriosas verdades
da evolução do ser humano.

Quero que vocês compreendam bem que esses Filhos de Deus lhes deram
algo de Si mesmos; que este “algo” que vocês possuem hoje, Deles o
herdaram.

Esses Filhos de Deus estão tão próximos de vocês, hoje, como O foram nos
tempos remotos da infância da humanidade. Penso que, se somente pudessem
acreditá-lo, vocês se sentiriam elevados e cheios de nova força. Deus não se
afastou de vocês, Ele é sempre o mais próximo. Querendo, podem sempre
elevar sua consciência a Ele. De igual modo, podem purificar tanto suas
mentes que se tornarão também Filhos ou Filhas de Deus, irmãos ou irmãs do
Mestre Jesus e de todos os outros Grandes Seres que vierem à Terra antes
Dele.

Na época atual, uma grande oportunidade lhes é dada. Muita sabedoria está
fluindo para o mundo ocidental. Reflitam bem nas palavras de Jesus: “Bem-
amados, agora somos filhos de Deus”.

Perguntas e Respostas
P. Parece que a humanidade tinha sofrido e morrido por causa do erro de um
ser: Lúcifer. O Deus Todo-Poderoso não podia impedir este erro?

R. Talvez não tenha conseguido transmitir-lhes a grandeza de Lúcifer, deste


grande e poderoso Anjo, pertencente ao mundo Divino e que foi feito Regente
de Marte. A Ele foi confiada a evolução daquele planeta, a tarefa de fazer dele
e de sua humanidade aquilo que Deus imaginou como a perfeição. Lúcifer, o
Filho do Amanhecer, a Grande Luz, o Bem-Amado de Deus, pelo – poderíamos
dizer – seu excesso de entusiasmo, e pelo fato de haver conduzido um planeta
à perfeição, precipitou-Se para interferir num trabalho já começado. Vocês
dizem que Deus devia impedi-Lo; mas Deus Todo-Poderoso, o Pai-Mãe, a
Fonte de Toda Sabedoria, confiara a evolução da Terra aos Elohim e, talvez,
não impediu justamente por saber que Sua intervenção teria retardado a
evolução, ou talvez, por ver que uma grande experiência seria ganha pelo erro
de Lúcifer. Este Anjo, desde aquele tempo e através de longas eras da
evolução terrestre, esforçou-se para elevar o homem a um maior progresso.
Lúcifer poderá retomar Seu devido lugar, somente quando a humanidade
redimir-se a si própria. Sente-se uma grande tristeza, pensando no destino
desse glorioso Ser. O homem, ele mesmo, é redimido pelo seu reto
conhecimento de Deus e, à medida que o homem responde à Força Divina, ele
redime também o erro de Lúcifer.

P. O homem aprende pelas tribulações?

R. Certamente.

P. Mas por que as tribulações são necessárias?

R. Por que as tribulações? Por que Deus, que é Amor, envia sofrimento? Por
que pobreza? Dir-lhes-ei. Talvez não concordarão comigo; então ficaremos
cada qual com sua opinião. O homem viveu muitas e muitas vezes desde o
começo dos tempos, e durante todas as suas vidas continuou e continua ainda
errando. Ele pode redimir-se apenas pela experiência que adquiriu. É somente
pelo sofrimento, pela dor, que o espírito pode libertar-se da matéria. Tomemos
o exemplo daquilo que chamam de pobreza: o exemplo de um homem rico,
orgulhoso, egoísta e duro que causa muita dor e aflição. Como poderia ele
compreender o pobre, o sofredor, se não fosse levado, ele mesmo à pobreza e
ao sofrimento? Dirão que ele não guardará a lembrança da experiência. Não é
assim, pois o espírito tem memória:

P. Não é tanto um caso individual que eu tinha na mente, mas a miséria


humana coletiva durante milhares de anos.

R. Miséria coletiva? Dir-lhes-ei por que. O homem não quer seguir a Luz. O
homem segue os que, a eles próprio se proclamam líderes da humanidade. O
homem não se libertou ainda da mente grupal e portanto, quando aparece uma
personalidade forte, ele a segue, sem bem refletir sobre o que lhe é
apresentado. Basta que as doutrinas sejam expostas com força. E esse chefe,
procurando o poder, traz miséria a milhares. Se o homem tivesse seguido a
Luz Interna, se tivesse se considerado um filho de Deus, não correria atrás do
poder mundano, mas atrás do valor espiritual. Sua única ambição seria a de se
tornar digno da vida perfeita com seu Pai no Céu.

P. O sr. usa a expressão “começo” ou “começo dos tempos”. Há um começo?

R. Nem começo, nem fim, mas cada sistema planetário tem um começo. Este
sistema solar derivou do sistema solar de Sírio.
P. O sr. disse que Saturno exerce uma influência atrasadora. Quer dizer isso
que ela é contrária à evolução humana, que não é elevada?

R. Oh não! Pelo contrário. No entanto, a influência saturniana pode tornar um


homem cauteloso, e pode torná-lo até miserável. O raio saturniano que toca um
indivíduo, penetra muito profundamente. Isso tem um interesse especial para
aqueles que já estudaram as ciências esotéricas. Não posso entrar nesse
assunto agora. Hoje tocamos apenas a superfície, para estimular o interesse
dos que estão procurando.

P. Não compreendo a frase que consta em certas edições da Bíblia: “Os Filhos
de Deus tomaram para si esposas dentre as filhas dos homens e estes, por sua
vez, tornaram-se homens de Arcádia”.

R. Não citei essa frase porque está deformada na sua Bíblia. Posso dizer,
todavia, como ela é conhecida no mundo espiritual. Ela diz que os Filhos de
Deus vieram às filhas dos homens... “vieram” é usado no mesmo sentido de
quando à Maria que ela se tornaria mãe do Salvador. A mulher, por causa de
sua receptividade, da sua fé cândida e de sua compreensão quase instintiva do
mundo celestial, serviu sempre de canal de transmissão da sabedoria à
humanidade. A descida na matéria aconteceu mais tarde.

P. Então, os ensinamentos da Bíblia chegaram-nos deformados?

R. Exatamente. Tantas vezes houve erros nas traduções que hoje toda sua
Verdade ficou até certo ponto deformada.

P. Diz-se que Cristo é o Grande Espírito que iluminava o homem Jesus. É


verdade?

R. Cristo é o “Filho Único” de Deus Supremo. Assim mesmo como Deus é Pai,
como Deus é Mãe, assim mesmo Deus é Filho. Deus Se manifesta como Amor,
Sabedoria e Poder, e o Aspecto Amor de Deus é a Força Crística. Sempre,
quando o mundo necessita de um Salvador, essa Força ilumina ou permeia um
ser humano, divinamente nascido. “Divinamente nascido” quer dizer que um
Grande Ser Se manifesta através de uma filha de homem, e manifesta-Se
como filho de homem, porém iluminado ou permeado pelo Filho de Deus. Não
adorem personalidades.

P. A filiação de Jesus era a de um Anjo do mundo espiritual?

R. Não. Um Anjo – um Filho de Deus – anunciou a Maria que esta teria um filho
que seria o Salvador do mundo, mas Maria era uma filha de homem, e Jesus –
um filho de homem. Jesus tinha dito que o que Ele fazia, todos os homens
podem fazer. Cada um pode tornar-se Filho de Deus, no mesmo sentido que
Ele o era. Todos nós temos as potencialidades Crísticas de Jesus, mas quem
de nós tem Sua fé, Seu amor por Deus? Jesus aperfeiçoou-Se tanto que a
Força Crística podia facilmente falar através Dele, enquanto em plena
consciência. O homem não deveria fazer o mal, apenas porque é o “mal”, mas
porque o mal é demasiado mesquinho, demasiado baixo para um Filho de
Deus. Se agissem assim, então a modelagem de cada um seria segundo o
molde da perfeição. Não o medo do mal que deve guiá-los, mas a
compreensão da Indignidade do mal, a necessidade de ultrapassá-lo. Se
alguns maus pensamentos assaltam vocês, pensamentos ele cólera, de
hostilidade ou outros, enfrentem-nos, analisem-nos, vençam-nos e libertem-se
deles. Não são dignos de vocês.

P. Poderíamos considerar o corpo físico como filho do homem, e o espírito


como filho de Deus?

R. Certamente.

P. Falando de reencarnação, todos os espíritos na Terra são ainda os mesmos


que aqui se achavam no tempo de Lúcifer?

R. Não. Muitos passaram além da Terra. Contudo, há muitos ainda que, em


vez de se esforçar durante as encarnações, perderam muito tempo e ficaram
atrasados. Há também os que, devido a grandes dificuldades do passado, de
muita luta por causa do Karma, trabalham ainda para seu aperfeiçoamento. Há
ainda espíritos que não precisam encarnar. Aqueles que atingiram um certo
grau de perfeição não voltam mais à Terra, a não ser como instrutores ou
ajudantes da humanidade.

P. Haverá em breve um novo Instrutor?

R. Sim. Um novo Cristo. Um novo Instrutor do Mundo.

P. O sr. poderia dizer-nos qual será o símbolo do Novo Instrutor?

R. Se Deus quiser que a humanidade o saiba, vocês sabê-lo-ão também.


Todavia, aos que procuram a comunhão com seu Pai no Céu e que tem fé e
amor, tudo será revelado.

P. Não entendi bem. O sr. referiu-se ao nosso mundo como sendo roto?

R. Talvez vocês achem que vivem em um mundo belo. Admito que não é tão
mau, mas se pudessem ver aquele, do qual o de vocês é apenas um reflexo,
diriam que este aqui se acha no último grau de decomposição.

P. Então, a teoria de evolução é errada?

R. Não, mas há muitos, muitos planos de evolução. Quanto à civilização no seu


planeta, esta, sem dúvida, atingiu um alto nível, se bem que ainda não tão alto
como o de certos mundos antigos. Agora vocês estão aproximando-se do fim
de uma época onde tudo que é gasto, que não tem mais utilidade, será
rejeitado. Acham-se à beira de uma civilização nova que atingirá um nível
nunca atingido na história da terráquea humanidade. Vocês sabem que pelo
amor, pela fé, pelo sentimento de fraternidade, as guerras podem ser evitadas.
Não vou até dizer-lhes que devem apresentar a outra face para receber uma
palmada, mas devem permanecer firmes, dignos e humanos, mostrando ao
mundo que uma nação que segue Cristo, recebe a força do Poder Crístico e
mantém a paz. Quando vier o novo Cristo, todas as nações do mundo o
seguirão e haverá paz entre vocês.

P. Sendo que, quanto maior é a alma, maior é sua humildade, queria saber se
o Nazareno conhecia Seu poder espiritual?

R. Naturalmente. Lembrem que o Mestre Jesus era um Grande Iniciado da


Fraternidade dos Essênios. Tinha conhecimento de toda a sabedoria de Sua
época. Jesus conhecia Sua missão, conhecia Seus Direitos Divinos.
Significado Esotérico da Cruz,
da Estrela e da Coroa

Esta noite quero, se possível, fazê-los compreenderem claramente o


simbolismo interno da Cruz, da Estrela e da Coroa.

A Cruz, desde há dois mil anos era considerada como símbolo da dor, e os
homens usavam este símbolo, procurando manter vivo em seus
contemporâneos o pensamento do sacrifício. Muitas vidas tornaram-se
miseráveis e muitas crueldades foram feitas, tudo em nome da Cruz. Assim,
hoje, quero levá-los bem além dos dois mil anos, até o começo dos tempos, até
a infância da humanidade, quando os Anjos do Senhor vieram à Terra para
ensinar os homens como andar com os pés, como pensar e como tornar-se
criativos.

Os Seres que desciam na matéria naqueles tempos remotos, chamavam isto


de crucificação, e por toda parte onde esses primeiros Instrutores e
Mensageiros Divinos passavam, deixavam atrás de si o símbolo da Cruz, que
marcou assim diversas áreas e países. Naqueles tempos a Cruz era feita de
pedras retangulares. Frequentemente embaixo de um tipo de monumento,
construído em forma de cruz, os Enviados Divinos escondiam Seus
ensinamentos em manuscritos, para deixar aos homens a lembrança da Sua
estada entre eles. Assim foi preservado o ensinamento dos primeiros Cristos.
Quando estes Seres Angélicos se afastaram, as gerações posteriores, estando
em dúvida ou precisando de Luz, foram ensinadas como, ao pé da Cruz,
procurar a sabedoria. Como vocês podem ver, a Cruz, desde o começo, era
associada com os Cristos; era sempre vinculada com a Luz, sempre unida com
o sacrifício do “eu” inferior, pois somente em seu esforço de elevar-se é que o
homem compreende o verdadeiro significado e o simbolismo da Cruz.

Posteriormente a essas primeiras tradições, os homens, querendo marcar um


terreno que lhes pertencia, faziam uma cruz. De lá, com o tempo, e por causa
dessas marcas de cruz, veio a expressão “terreno santificado”.

Os primeiros Cristos anunciavam-Se à humanidade pelo símbolo da Cruz


luminosa que usavam. Mais tarde, os que eram verdadeiros Cristos: levavam
consigo uma Cruz de Luz, e os que haviam degenerado, usavam também uma
Cruz, mas esta era escura, feita de ferro.

Se pesquisarem a história da humanidade desde os tempos mais remotos,


verão a importância do papel desempenhado pela Cruz. Esta foi usada pelos
irmãos negros; foi usada pela Fraternidade Branca, e somente os que
possuíam a sabedoria e a visão interna, podiam discernir entre a verdadeira e a
falsa cruz.

Mesmo hoje em dia, quando vocês começam a desenvolver a clarividência,


logo nos primeiros estágios, o seu guia lhes mostra uma Cruz de Luz. Vocês
sentem então, instintivamente, que, se uma Cruz de Luz lhes é mostrada,
podem confiar em seu guia.

Do nosso lado, aproximando-nos de vocês para ensiná-los ou ajudá-los,


encontramos em vocês mesmos também diversas modalidades da Cruz.
Quando vemos uma Cruz de Luz na aura de um ser humano, sabemos que ele
está pronto para receber o ensinamento. Ele acordou das trevas da matéria e
começa sua subida pelo sacrifício de si mesmo, pela dor e sofrimento.
Tocamos também os que possuem na aura uma Cruz escura e pesada. Estas
são as almas imersas no materialismo. Sabemos, então, que não chegou ainda
a hora de podermos ensiná-las ou ajudá-las.

A medida que o homem evolui pelo Sacrifício do eu inferior, talvez pelo grande
amor ao Mestre Jesus, a Cruz de Luz na sua aura muda-se em Cruz de Ouro.
Este é o símbolo dos que se libertaram do materialismo.

A Cruz foi muito usada também como componente de diversos símbolos


particulares. Entre os símbolos antigos pode-se encontrar a Cruz dentro de um
círculo. Isso significa a alma imersa na matéria. A Terra é o único planeta deste
sistema solar que tem este símbolo a ela vinculado. O homem que procura a
Luz deve esforçar-se para que o círculo – a cadeia da matéria seja rompida.
Então a alma se liberta e pode elevar-se aos planos superiores.

Assim, o verdadeiro significado interno da Cruz é que, pelo sacrifício da


natureza inferior, pela libertação do materialismo, o homem eleva-se à ponta
mais alta da Cruz. Lenta e penosa é a subida. Lenta e penosamente ele é
crucificado, até que se eleve a um nível além do mundo material. À medida que
está crucificado e rompe o círculo que o limita, ele cessa de ser regido por leis
mundanas. Não mais se preocupa com o que seus vizinhos pensarão dele.
Tornar-se livre da Cruz da matéria e fica conhecido, nos planos sutis, pela Cruz
de Luz que brilha acima de sua cabeça.

Continuando a evoluir, o ser humano encontra um outro guia ou anjo e este lhe
mostra uma Estrela de seis pontas. As vezes o homem é lento para se afastar
da Cruz. Esta, por muito tempo, foi seu apoio. Ele está receoso de avançar à
luz da Estrela. Contudo, nós que o vigiamos do outro lado da viela,
percebemos já, em sua aura, uma tênue Estrela de Luz. Sabemos, então, que
a alma está pronta para subir mais um degrau. Ela passou pela iniciação da
Terra e prepara-se para receber a iniciação do espírito. As pontas da Estrela,
uma após outra, começam a luzir e cada centro do corpo físico, psíquico e
espiritual do ser humano começa a vibrar e emitir luz. Se o homem pudesse ver
a si mesmo, como se toma quando decide libertar-se da Cruz da matéria e
elevar-se aos planos espirituais, acharia que é compensadora a decisão.

O aparecimento da Estrela proclama que o ser humano elevou-se acima da


matéria. Nos planos sutis, torna-se então, conhecido como aquele que passou
os três primeiros Portais, ou que subiu os três primeiros degraus. Ele se torna
um iniciado do ar. As vezes, não sabe ainda que essa mudança já teve lugar.
Sente, apenas, que não mais está esmagado pela depressão, não mais sujeito
ao desespero, não mais empurrado da fé para as dúvidas. A calma, a paz e o
equilíbrio tomaram posse de sua vida. Dia após dia, ele sente mais o Amor
Divino, torna-se consciente de algo que permeia todo seu ser e descobre em si
as potencialidades Divinas. Veio ser um Filho da Estrela e entra em contato
com os Grandes Seres conhecidos como Irmãos Brancos, como Irmãos do
Coração ou como Ministros da Estrela.

Na medida que o ser humano segue a Estrela, sua Luz vai crescendo e ela
começa a girar. Cada uma de suas pontas toca um plano diferente e o homem
começa a tornar-se consciente e ativo no plano tocado. Um plano após outro
abrem-se à sua visão e os conhecimentos aí guardados se lhe tornam
acessíveis. Ele se transformou num ser quadridimensional e pode agir e
trabalhar no mundo espiritual.

Através de toda a história do seu mundo, cada Cristo era anunciado por uma
Estrela. Não uma estrela que parecia pendurada no céu, mas a Estrela do
Mensageiro do Deus Supremo, Estrela que brilha na Sua aura e que os
grandes Magos ou Sábios podiam ver pela sua visão espiritual. Eles sabiam
que um Ser que leva consigo uma Estrela de Luz é um Ungido de Deus.

Agora passo ao símbolo ela Coroa. Esta foi também conhecida desde o
começo do mundo e sempre associada, de uma ou outra forma, a todos os
Cristos.

Quero fazê-los compreenderem a relação deste símbolo com o ser humano.


Imaginem uma criança, ainda dentro do seio materno. Ela está toda encolhida,
toda curvada, com pernas e braços dobrados. Isso é o símbolo do homem
preso na matéria. Nascendo, a criança liberta-se de seu cárcere; ela já tem a
possibilidade de movimentar-se, de tornar-se um ser humano em quem poderá
brilhar a Estrela. Será talvez alguém, que trabalhará para obter, não só para si,
mas para todos, a Coroa da Felicidade. Então o símbolo da criança, presa na
mãe, transforma-se na imagem de um homem representado com as pernas
levantadas, a cabeça e os braços erguidos, formando como se fosse uma
coroa. Ele não está mais encolhido. O movimento apresentado não é mais o de
atrair para si mas, pelo contrário, é o de dar tudo que possui e tudo que
aprendeu.
Logo que o homem alcança o estágio onde, apesar de ser incompreendido,
desprezado e caluniado, pode permanecer sozinho, firme e não abalado por
contrariedades, ele ganha a Coroa e entra em união com seu Pai no Céu.
Possuindo a Coroa torna-se capaz de transmitir aquilo que recebe do Espírito
Santo.

A Coroa é o símbolo da mais alta realização Humana.

Nos planos espirituais encontramos os Grandes seres que, tendo passado pela
matéria, libertaram-Se da Cruz. Tendo passado pelo estágio da Estrela,
libertaram-Se da Estrela e alcançaram o nível mais alto da evolução humana.
Eles usam a Coroa, e essa Coroa tem a forma de um ser humano – como já
disse – com as mãos e os pés estendidos. É o símbolo de alguém que é capaz
de dar tudo que recebe da Força Divina, que o atravessa, aos seus irmãos e
irmãs mais fracos, imersos ainda na matéria.

Assim, se vocês vêem a Coroa, podem ter a certeza de que estão tocando
Alguém que obteve o Mestrado, que ultrapassou tudo que é mesquinho e
egoísta. Um Ser Coroado é um Filho de Deus, um Ungido. Nos planos
espirituais Ele é conhecido e honrado por todos que o apreciam no mundo dos
homens. Acontece, às vezes, que vocês sonham com alguém que vocês
conhecem, mas no sonho é uma pessoa magnífica. O sonho lhes parece
estranho e, no entanto, a explicação é simples: é que viram alguém que vocês
conhecem no mundo material, mas viram-no tal como é na verdade. Nunca se
limitem só ao aspecto material de seus semelhantes. Olhem profundamente em
seus rostos, penetrem a aura e procurem lá a Estrela ou a Coroa. É possível
que fiquem admirados, pois na vida diária vocês encontram frequentemente
esses Ungidos, esses Coroados que, cheios de humanidade, procuram apenas
servir. Nunca ouvirão deles uma palavra que possa ferir uma outra alma, nunca
um julgamento injusto, nunca uma condenação da fraqueza alheia.
Encontrarão neles só a compreensão e o Amor Divino, pois estes Seres, nos
planos internos, são companheiros dos Mensageiros Divinos e são Ungidos,
para levar a mensagem da Verdade ao mundo das trevas.

Hoje, dei-lhes apenas um esboço destes assuntos.

Gostaria de poder ajudá-los a tornarem-se irmãos da Estrela. Alguns de vocês,


aqui presentes, pertencem já a essa grande companhia. Diversos romperam o
círculo limitador da matéria. Uns alcançaram já a liberdade, outros estão a meio
caminho. E agora, arriscando cansá-los repetindo e insistindo, digo mais uma
vez que seu progresso depende só de vocês. Nenhum guia, nenhum instrutor
ou espírito pode romper, para vocês, a cadeia do materialismo que os circunda,
pois vocês têm a sua Divina herança: o livre-arbítrio.

Vocês receberam de seus Irmãos mais velhos o dom divino da mente e através
dela, se desejarem, poderão entrar em contato com os Seres dos planos
superiores. Poderão absorver Seus pensamentos e criar, no seu próprio plano,
um nível mental sempre mais elevado, merecendo assim a Coroa.

No começo do seu trabalho mental interno, vocês sentirão que os


pensamentos, que querem rejeitar, voltam e retornam várias vezes, quanto
mais procuram desfazer-se deles. Voltam, pode-se dizer, disfarçados de uma
outra forma mas, se os analisarem, descobrirão o velho inimigo que voltou em
forma diferente, numa outra espiral ou plano. Contudo, se vocês perseverarem
em rejeitar sempre todos os pensamentos mesquinhos, críticos, pensamentos
de cobiça ou de inveja, e aceitarem só os de amor e de serviço, então, devagar
mas seguramente, as suas auras ficarão permeadas com os raios da Estrela.
Tudo que pertence à matéria, cairá de vocês, pouco a pouco e, apesar das
dificuldades ou limitações da vida, sentir-se-ão como se fossem elevados à
companhia de Seres Angélicos.

Não pensem que nós, que procuramos ensinar-lhes as verdades do mundo


espiritual, não somos conscientes de suas dificuldades. Sabemos
perfeitamente que no seu mundo há, hoje em dia, um grande influxo de
pensamentos tão degradantes, tão destrutivos, que às vezes, os seus braços
caem de desespero e vocês se perguntam se vale a pena fazer qualquer coisa
que seja. Lembrem então que cada esforço, cada bom pensamento, cada
sorriso amigável ou gesto fraternal contribui para romper as cadeias que os
encarceram.

Sejam alegres, sejam livres, acabem com o hábito de acusar o seu ambiente.
Procurem o bem em tudo, apreciem tudo que recebem e saibam que, embora
esmagados pelo peso da matéria, pela luta diária, estão avançando no
caminho que conduz da crucificação à ressurreição.

Perguntas e Respostas
P. O sr. disse que não devemos ver erros. Ao meu ver a própria essência do
progresso está no fato de ver os erros. Em primeiro lugar, os nossos próprios
erros; em segundo – os erros que notamos ao redor de nós. E quando
achamos a resposta, então progredimos.

R. Nem sempre, pois há pessoas que não acham erros em si mas estão
sempre prontas para ver erros em outros. Usei a expressão “achar erros” neste
sentido. Na vida diária, vocês acham muitos erros em seus semelhantes e não
os percebem em si. É isso que eu tinha na mente. Naturalmente, é muito bom e
indicado procurar e analisar seus próprios erros.

P. No símbolo do Mercúrio temos a cruz, a coroa e o crescente. Pergunto-me


por que o crescente está acima da coroa?
R. Não é assim. Neste símbolo existe a cruz, o círculo e a coroa. Em primeiro
lugar a cruz, depois o circulo – a estrela – e finalmente a coroa, na mesma
ordem que lhes dei.

P. Quero saber se, durante uma vida, somos capazes de elaborar uma das
pontas da Estrela, e quantas encarnações precisaríamos para realizar a Estrela
inteira? Dependeria isso só de nós mesmos, vencendo as dificuldades que nos
são dadas?

R. Vejam: cada pessoa que nasce na Terra é um caso único. Não há duas
iguais, mesmo se duas crianças nascem na mesma hora. A pessoa entra na
matéria ou encarna na cruz da matéria. Ela, numa vida pretérita, pode ter
atingido a Cruz de Luz, ter conquistado a Coroa, e encarnado de novo, não
para sua própria evolução, mas para ajudar alguém a quem ama e que não
alcançou o mesmo nível de evolução. Ninguém pode saber até onde uma alma
evoluiu, nem qual é a lição que veio aprender e até onde se elevará, a não ser
que possua muito profundo conhecimento da ciência dos astros. Entretanto,
hoje em dia, toda a alma que trabalhar duramente, pode atingir a Irmandade da
Estrela; pode aperfeiçoar as cinco pontas, e mesmo as seis. Tudo é possível se
trabalhar verdadeiramente.

P. Quais são as pontas da Estrela?

R. Não sei como poderia explicar-lhes em palavras simples. A primeira ponta é


a superação do egoísmo, do “eu” inferior. A segunda é o serviço. A terceira – o
serviço impessoal. Em seguida vem o amor, e depois – o amor impessoal. A
Estrela de 6 pontas indica, em realidade, alguém que ultrapassou os planos
inferiores da consciência e atingiu o plano do amor impessoal.

P. O que indica a sétima ponta de uma Estrela?

R. Isso pertence a uma outra palestra.

P. Pergunto, porque me foi dito que o meu próprio guia usa uma Estrela de
sete pontas, e não sei o que significa isso.

R. Então você é muito feliz, pois a Estrela de sete pontas simboliza alguém que
é ungido como Mensageiro Divino e que atingiu o sétimo plano de consciência.
Ele usa a cor púrpura?

P. Não sei.

R. Eu não o estou afirmando. Não gosto quando vocês dizem que é assim ou
assim, conforme alguém lho disse. Quero que trabalhem e descubram as
coisas por vocês mesmos.

P. Mas como posso descobri-lo?


R. Medite. A meditação é um portal que conduz a Deus.

P. Se durante o trabalho para desenvolver a mediunidade, vemos uma cruz de


ouro, isso quer dizer que ultrapassamos o estágio da Cruz?

R. Nem sempre, mas isso mostra que atraíram, para ajudá-los, uma alma que o
ultrapassou.

P. Poderia dizer-nos se seria possível a uma alma imersa na matéria, evoluir


tanto que chegasse a ver o Cristo?

R. Não é indispensável ser evoluído para ver o Cristo, pois Ele viria tanto ao
involuído como ao evoluído. Um homem pode achar-se em estado de
embriaguez e seus sentidos psíquicos, abrindo-se por um momento, lhe
permitirem perceber o Cristo que, no seu grande amor, veio até ele para
levantá-lo de sua degradação. Estes Grandes Seres ajudam a todos.

P. Penso que o exemplo que o senhor nos deu, pode constituir um dos casos
que se qualificam como conversão.

R. Certamente. Vejam: um Ser Crístico tem o poder de enviar um raio através


de todas as esferas, e o homem pode percebê-lo. E este raio é parecido com a
televisão: projeta a imagem daquele que o envia.

P. Isso é muito esclarecedor. Obrigado.

P. Que significa vermos uma coroa de ouro?

R. Isso quer dizer que a pessoa atraiu a si um adepto ou que ela mesma é um
adepto. Poderão julgá-lo somente pela vida da pessoa, pois só pela vida que
as pessoas levam, é que poderão conhecê-las. Se aquele que viram coroado
leva uma vida de serviço impessoal, pensando só em beneficiar a humanidade
e servir Deus, terão a resposta.

P. O sr. falou das primeiras cruzes, feitas de pedra, opondo-as às cruzes de


ferro. Estas são, também, muito antigas?

R. Sim. Esperei que alguém de vocês notasse a distinção que fiz. A cruz de
ferro também remonta aos tempos imemoriais, quando o homem, ainda
primitivo, se tornou importante em seu orgulho e procurou conquistar a Terra. É
o símbolo do orgulho e da auto-importância.

P. Por que, em geral, o sacrifício é necessário para o progresso?

R. Por que é necessário? Porque o homem, quando aspira a algo mais


elevado, tem de sacrificar aquilo que pertence ao inferior do seu “eu”. A parte
inferior do homem geralmente deseja prazeres egoístas, deseja agradar seus
sentidos, sem pensar em outrem. Um tal homem não pode, ao mesmo tempo,
afinar-se pelos planos mais elevados. Os seres superiores não podem
aproximar-se dele. Terá de sacrificar o “eu” inferior para poder elevar-se.

P. Se é assim, então o sacrifício não existe em realidade.

R. Em lugar de chamar isso de “sacrifício”, podem dizer “renúncia” Ou


“abandono” de algo. Não é um real sacrifício. No entanto, para um homem não
evoluído, renunciar aquilo que seu corpo deseja, parece ser um sacrifício.
Podem chamá-lo de sacrifício dos desejos ou, se preferem, de transmutação.

P. Suponho que o sacrifício do “eu” inferior deve abraçar, também, a renúncia a


todas as possessões materiais.

R. As possessões materiais? Se Deus colocou vocês nas circunstâncias de


possuírem bens materiais, é porque achou que podem ser guardiões
inteligentes desses bens e utilizá-los com sabedoria.

P. Então, se possuirmos riquezas, temos de reparti-Ias com outros?

R. Não devem reparti-Ias com outros sem discernimento. Devem lembrar-se


disto, porque é importante: um homem muito rico pode ser bom e sábio e fazer
tudo o que puder para ajudar todos que dependem dele, segundo as
necessidades, o nível em que nasceram e o ponto de evolução de cada um. A
alma, antes de encarnar, escolhe as circunstâncias, o ambiente e as condições
de sua encarnação. Portanto, se um homem rico dá a metade do que possui a
um lavrador, a um servente ou a um amigo pobre, ele interferirá na tarefa de
sua alma, que é o bom uso da riqueza e do poder que esta dá. Quando um
homem – seja ele rico ou pobre – atinge a consciência Divina, ele aprende o
“como” e o “por que” de sua encarnação. Sendo pobre, ele terá contentamento;
sendo rico, terá sabedoria em utilizar sua riqueza. As riquezas valem, apenas,
enquanto dura a vida. Aqueles que são pobres, foram, talvez, ricos e usaram
mal suas posses. Se, numa outra vida, a riqueza lhes fosse dada novamente,
teriam mais compreensão para com a pobreza que experimentaram na vida
anterior. As tristezas, a pobreza ou a riqueza são dadas aos seres para o bem
de sua própria experiência. Deste modo a alma se emancipa da Terra. Se a
alma aprendeu bem uma determinada lição, não voltará mais a ela.

P. O sr. nos disse que, para atingir a Estrela de seis pontas, devemos suprimir
todos os nossos maus pensamentos. É assim?

R. Não, amigo. Desculpe, mas não “suprimir”. Pelo contrário, agarrá-los e


constatar que aí estão. Dar-se bem conta e dizer a si: sei que fui mesquinho,
sei que não disse a verdade, sei que pensei mal de Fulano. Não suprimam
nada. Enfrentem tudo. A supressão é prejudicial. Se tiveram um pensamento,
uma tentação que volta constantemente, enfrentem-no, transmutem-no a um
plano elevado, e deste, a um superior ainda, até que a mente se preencha com
o oposto. Não dêem oportunidade de a “tentação” crescer. Enfrentam-na
sempre. Se encontram Satan, não se escondam, mas digam: “Venha, vamos
lutar”. Então, há muita probabilidade de serem deixados em paz.

P. Por que a humanidade precisou sempre de sacrifícios, desde Moisés a


outros profetas, culminando no sacrifício de Jesus?

R. No que diz respeito a Jesus, sinto muito o que lhes devo dizer, talvez
chocando suas crenças: Jesus, o Cristo* nunca foi crucificado; o Jesus que
morreu na cruz não era Jesus, o Cristo. Isso provocará muita controvérsia.
Esperava que não me fizessem essa pergunta, pois, como sabem, sou
obrigado a dizer-lhes a verdade. Talvez um dia possa revelar-lhes a história da
vida de Jesus. Por enquanto, indicar-lhes-ei uma linha de pensamento para
seguirem. Foi dito que Jesus, o Cristo, era Nazareno. A lei de Roma, portanto,
não podia executá-Lo. Reflitam sobre este ponto. Em seu país, hoje em dia,
isso se chama de “extradição”. Um dia dar-lhes-ei a história da “Crucificação”,
tal como a tenho aprendido nos mundos espirituais.

(*) O Autor ensina que Jesus, o Grande Espírito, o Cristo, o Instrutor da Era dos Peixes,
sacrificou-Se para o bem do Mundo e desceu na Terra para ser “crucificado” na matéria.

P. Se temos a visão de um Grande Ser e não podemos ver seu rosto por causa
do tremendo brilho e da luz ao redor de sua cabeça, significa isso que ele
ultrapassou o 7º plano?

R. Não lhe posso responder sem vê-lo, pois para os humanos, mesmo seres
que alcançaram o 3º plano, possuem um brilho indescritível. É difícil dar uma
opinião sobre algo visto por outrem, mas podem ter certeza de que os seres
que emanam uma brilhante luz, ouro, lilás ou branca são espíritos adiantados.
Desconfiem do vermelho. Rosa, sim; e também azul e púrpura ou roxo.

P. Não há um outro significado esotérico da Cruz, além do sacrifício?

R. Certamente. Muitos outros. Mas como posso falar-lhes de todos? Estou


apenas tocando o assunto, dando-lhes, como se fosse somente o título do
capítulo.

P. Se alguém atingiu a Coroa, pode ainda usar o símbolo da Cruz?

R. Com certeza. Muitas vezes, aqueles que já se libertaram da Cruz e querem


ensinar os que se acham no plano terrestre, aproximam-se deles, usando
somente a Cruz, pois para vocês a Cruz é o símbolo mais compreensível.
Sabendo disso, usam só este símbolo. São vocês mesmo que tornaram isso
necessário.

P. Suponho que, neste caso, a Cruz é simplesmente uma insígnia para eles.
Não é mais um símbolo que corresponde a um estado interno de sofrimento.
Está certo?
R. Sim. É possível que vejam uma vez um Ser muito adiantado, um Irmão do
Coração. Ele usa o símbolo seguinte: uma cruz de braços iguais, cada braço
terminado em três saliências arredondadas, uma estrela de sete pontas e um
coração no centro. Aqueles seres do mundo espiritual que usam este símbolo
são Cristos. Usam as três Ordens em um símbolo só.
Trabalho das Devas e dos Elohim

Hoje haverá uma viva discussão pois alguns de vocês não acreditarão uma só
palavra do que direi. Mas, como já tenho afirmado, a responsabilidade é minha,
e devo dar-lhes a Verdade.

Alguns dentre vocês já ouviram falar das Devas, outros sabem mais sobre os
Elohim, pois a Bíblia fala deles. Todavia, não creio que possam imaginar a
vitalidade, a força e a beleza dessas duas evoluções, pertencentes a este
planeta. Os Elohim: Filhos de Deus, e as Devas: Filhas do Aspecto Materno de
Deus. Minha tarefa de criar em suas mentes uma imagem clara dessas
evoluções é muito difícil, portanto peço-lhes a cooperação.

Queria, antes de mais nada, que pudessem pensar em Deus como Pai-Mãe, e
então levá-los de volta às civilizações antigas, onde o Aspecto Materno de
Deus foi, da mesma forma que Seu Aspecto Paterno, venerado e ensinado.

A maioria das religiões e escolas de pensamento religioso atuais aceitam o


Aspecto Materno. A religião Católica Romana O alterou um pouco,
reverenciando a Mãe de Deus.

Vamos pensar, portanto, em Deus como Pai-Mãe, procurando sentir essa


grande Força, grande Luz, grande corrente de Vida que estimula cada
pensamento e que faz de cada ser humano algo mais elevado que um animal,
pois a consciência Divina o permeia mais intensamente que a um animal ou
uma árvore.

São as Devas que muitas vezes dão a vocês, durante sessões espíritas, belas
luzes brilhantes ou então, procurando ajudá-los, mostram-se como uma bela
luz vibrante. Vocês dizem logo que viram a aura de um espírito. Lembrem que
onde quer que a cor lhes seja mostrada, é sinal de que tocam o mundo dévico
e que as Devas aproximam-se para ajudá-los a desenvolver os seus dons no
plano da beleza.

Se não compreendem algo que veio através de um médium ou durante uma


sessão, procurem a explicação num outro plano de existência. Lembrem que
há espirais dentro das espirais, e evoluções dentro das evoluções.

Muitas vezes vocês ouviram falar de alguém que, não conhecendo a técnica do
desenho ou da pintura, criou lindos quadros que, no entanto, não se pareciam
com nada existente sobre a Terra. Isso foi o trabalho de uma Deva. Nos
quadros inspirados por elas há sempre um movimento rotativo, linhas em
formas de rosca e espiral, pois a totalidade da evolução dévica prossegue em
espirais.

Se um destes grandes Seres se aproxima de vocês, não esperem dele o


mesmo tipo de intelecto que encontram num espírito desencarnado. Elas
podem transmitir-lhes somente através daquilo que encontram em suas
mentes.

Quis falar-lhes de Devas, especialmente para dispersar certas noções erradas


que se encontram nos círculos espíritas. É natural que as Devas sejam
atraídas às reuniões, pois à medida que vocês progridem, podem ajudá-las; e
elas, por seu lado, podem ajudá-los também, dando uma concepção mais clara
de tudo que é belo em forma, cor ou som. Muitas pessoas sentiram, às vezes,
como se alguém controlasse suas mãos, mas a mensagem nada deu. É difícil
estabelecer este contato, pois vocês não podem vê-las, e elas podem servir-se
só daquilo que está na própria mente de vocês. Elas tentam atrair sua atenção,
esperando que, do seu lado, vocês continuem a procurar contato. Mas vocês,
geralmente, não tendo recebido uma prova bem tangível, ficam logo
desanimados e abandonam o esforço. Se receberem algo que não
compreendem, será melhor pedir explicação a alguém com maior
conhecimento e em quem possam confiar. Não pensem que há somente o
mundo de vocês e o dos desencarnados. Fora destes, há muitos outros planos
de evolução.

Dizem que a Natureza é fecunda, que as árvores são belas. Já se perguntaram


quem cuida das árvores? Por que algumas têm poder curativo? Por que outras
têm uma influência chamada “nefasta”? Dir-lhes-ei. Tomemos como exemplo
um carvalho. Existem carvalhos masculinos e femininos. Se alguém de vocês,
carecendo de vitalidade, procurar a amizade de um carvalho, verá que a Deva
da árvore tem muita boa vontade em ajudá-lo. No entanto, devem saber que as
árvores têm também sua polaridade. Se o ser debilitado for um homem, deverá
ir a um carvalho feminino; se for mulher – deverá procurar um carvalho
masculino. Como podem saber qual é masculino e qual feminino? Os ramos de
um carvalho feminino são descendentes, inclinados para baixo. Os ramos de
um carvalho masculino, ao contrário, dirigem-se para cima. Se forem ao
carvalho, invocando o espírito que o guarda, então um pouco de sua força vital
lhes é transmitida e serão remagnetizados. Sentir-se-ão mais fortes e poderão
prosseguir com o seu trabalho. Vocês nunca pensam em agradecer ao espírito
da árvore que lhes deu algum conforto? Deveriam fazê-lo.

As Devas são os espíritos dos grupos que dão aos pássaros seu instinto de
migração. Elas os ensinam como cuidar de seus filhotes, como perpetrar sua
espécie. Elas lhes dão o instinto do alimento adequado. Os cães, os gatos, os
pássaros, cada espécie animal tem por seu guia um ser dévico que a governa
através da mente grupal. Assim há Devas das árvores, Devas das flores,
Devas da água, Devas dos animais. Cada uma dessas grandes entidades está
ajudando a embelezar a Terra e levá-la à perfeição.

Agora falar-lhes-ei dos Elohim.

Os Elohim são Filhos de Deus. São eles os Grandes e Divinos Senhores, que
desde quando o homem andava ainda de quatro pés, e, através de longas
eras, guiam, ensinam e inspiram a humanidade.

Há os Grandes Senhores da Chama, os Grandes Senhores Construtores, os


Grandes Senhores da Mente. Se vocês procuram transmitir a sabedoria aos
outros, entrarão no domínio dos Senhores da Sabedoria. Se procuram dar o
amor, curar doentes, então tocarão os Senhores da Chama. Todos estes
Grandes Seres sempre procuram serví-Ios.

No começo dos tempos, quando Deus chamou à existência este sistema solar,
convidou Seus ajudantes angélicos – as Devas e os Elohim – para que O
ajudassem no trabalho da evolução do vosso mundo. Já lhes contei,
rapidamente, como este mundo emergiu lentamente das brumas, solidificou-se
pela condensação e tomou uma forma definida. No princípio, quando a Terra
se formava, quando aparecia a vegetação, quando a Natureza se preparava
para o aparecimento do mundo animal, foram as Devas que dirigiram sua
evolução, ajudando-a a tornar-se tal como a conhecem hoje.

Não sei se serei capaz de criar, para sua imaginação, a imagem de uma Deva.
Vocês já ouviram falar de gnomos, de salamandras e outros espíritos da
Natureza. Estes se acham, poder-se-ia dizer, numa espiral inferior da evolução
dévica. Atrás de todos esses seres – silfos, ondinas e outros – há uma força
que os dirige: a Deva. Uma Deva é um ser que nunca tomou a forma humana.
É radiante e bela, como se fosse um vórtice de matéria leve, vibrante e
colorida. Como já disse as Devas não possuem o mesmo poder de
pensamento que vocês ou eu. Seu trabalho é de embelezar, de – se podemos
usar essa palavra – pintar as plantas, as asas das borboletas, as plumas dos
pássaros, dar um brilho de ouro ou prata às escamas dos peixes, dar a cor ao
firmamento e às nuvens, dar sons harmoniosos ao vento que passa nas folhas
das árvores. São elas que inspiram os músicos, pintores e outros artistas. São
elas que, aproximando-se de vocês, querem cooperação para embelezar a
Terra. Pode acontecer que vocês as atraiam pelo amor que tenham ao seu
jardim ou procurando embelezar seu lar ou ainda agrupando harmoniosamente
as cores. Poderão chamá-las, para que sejam suas ajudantes. Por toda parte
onde o homem procura a beleza, acham-se as Devas. Há muitos casos, nos
períodos da seca, em que, se a pessoa fez apelo a este Aspecto Materno de
Deus – chamado pelos homens de Natureza – as plantas permanecem verdes
e as flores frescas. Embora a pessoa não possa cuidar do jardim, nada lhe
faltou, pois os milhares de servidores da Natureza fizeram o necessário.
Nós, de outro lado do seu mundo, servindo a vocês, somos também guiados
pelos Grandes Senhores da Mente, da Cura. Procuramos levar em frente sua
missão, fazendo vocês compreenderem suas próprias potencialidades divinas.
Vocês constataram já que a vida continua para os seus seres amados. Agora,
esforcem-se para ir além disso. Procurem verificar por vocês mesmos aquilo
que os espíritos lhes ensinam. Procurem saber mais sobre o mundo em que
vivem seus entes queridos. Procurem saber por quais métodos são ensinados
os espíritos desencarnados, que tipo de instrutores possuem.

Como poderão sabê-lo? Seguramente não em se contentando de encontrá-los


numa sessão espírita, deles ouvindo que tudo vai bem e que continuem a amá-
los. Isso está bem, mas não é suficiente. Se eles, por seu lado, provaram-lhes
que vivem, vocês devem fazer o resto. Devem pesquisar mais e mais. A sua
mente deve ser aberta e fluídica como as águas do oceano, pois, como estas,
a mente toca várias bordas de muitos continentes, dos mais diversos climas.
Algumas dessas bordas parecer-lhes-ão rochosas e estéreis; outras – verdes,
férteis e sorridentes. Encontrando todos esses tipos de vida, de pensamento –
as bordas dos continentes – elevem sua consciência aos Grandes Seres que
procuram aperfeiçoar suas mentes, seus corpos, e que só esperam que vocês
reconheçam Sua existência e que peçam Sua ajuda. Nós, do lado espiritual da
vida, queríamos dar-lhes muito, mas temos de esperar até que peçam a nossa
ajuda, até que batam à nossa porta, para que nos seja permitido abrí-la.

Procurem, enquanto ainda encarnados, contatar os vários planos da vida


espiritual. Não fiquem satisfeitos com aquilo que já descobriram. Procurem
sempre mais. Se realizarem um contato consciente com os Senhores do plano
mental, então a sabedoria Divina fluirá através de vocês e não importarão mais
as suas condições da vida diária, pois a maravilhosa aura enviada por esses
Seres envolverá seu lar, mesmo que morem em um porão.

Não fiquem desanimados, se os seus familiares são contrários a seu trabalho


espiritual, qualquer que seja ele. Lembrem que ninguém, fora de vocês
mesmos, pode retardar seu progresso. São vocês, encarnados na matéria, que
devem realizar as suas possibilidades no plano mental, à procura de Deus.
Então os poderes, psíquicos lhes serão dados por acréscimo, e não precisarão
mais depender do que tal ou qual pessoa dirá, pois estando em contato, no
plano mental, com os Senhores da Mente, saberão por si mesmos.

Abram os olhos, preparem suas mentes, tornem-se um Deles, tornem-se um


Irmão do Coração. Vocês ouviram falar muito da Fraternidade Branca que
existe desde tempos imemoriais. Um lado desta Fraternidade é chamada de
Irmandade do Coração, e Aqueles que pertencem à Irmandade do Coração
trabalham constantemente com as Devas e os Elohim, para a perfeição da vida
humana na Terra.
Verão, dentro em pouco, que os que se esforçam para alcançar a vida do
espírito, constituirão a base para uma religião universal, onde o Oriente
encontrar-se-á com o Ocidente, unindo-se em fraternidade e amor.

Agora, acabo, por hoje. Há muitas coisas que quero dizer-lhes, e assim espero
encontrá-los frequentemente. Não há nada que eu não queira ensinar-lhes,
pois sou um servidor destes que vos vigiam e que enviam, através de mim,
aquilo que lhes dará uma concepção mais elevada da vida.

Se ao menos vocês pudessem dar-se conta de quão grandes são as suas


possibilidades enquanto estão encarnados! Não fiquem de mãos cruzadas,
dizendo que irão continuar seus esforços e estudos, quando estiverem de outro
lado. Continuem-nos aqui e já. Lembrem que tudo: o homem, o animal, a
planta, o mineral estão transformando-se e evoluindo sempre. No passado,
vocês atravessaram – em seu átomo físico, não no seu espírito – todos esses
estágios. E, neste longo passado, estiveram em contato estreito com Devas.
No seu espírito, conheceram os Elohim. Agora podem de novo estabelecer
relações com estes Irmãos e Irmãs Maiores.

Eu sei que Deus é meu Pai, que Ele é Todo Amor e Toda Sabedoria. Para
mim, isso não é uma teoria: é uma certeza absoluta. Deus – Pai-Mãe-Filho –
caminha com vocês, de mão dada. Ele quer que vocês se elevem, para
poderem participar das belezas do Espírito e que possam, enquanto
permanecem ainda em seus corpos terrestres, estar e falar com Ele, como no
passado.

Perguntas e Respostas
P. O sr. falou de jardins e do trabalho das Devas. Cabe-me confirmar: muitas
pessoas que possuem jardim sofreram este ano, por causa da escassez de
água e da impossibilidade de regar as plantas. No entanto, algumas me
disseram que seu jardim nunca foi tão belo.

R. Se você conhece essas pessoas, constatará que são de um temperamento


amável e admiram a beleza. É por causa do amor à beleza que atraíram a
ajuda das Devas.

P. Não compreendo como surgiram as imperfeições no mundo; como o


imperfeito pode vir do perfeito: o Criador.

R. Este sistema solar é um, apenas, entre milhões de sistemas. Ser-me-á difícil
achar uma comparação para lhes explicar isso. A criação é, como se fosse hoje
em dia, o trabalho do homem numa grande indústria, onde é atraído do espaço
aquilo que formará os mundos. Pode acontecer que neste laboratório algo não
dê certo e, em lugar de uma coisa perfeita, saia uma imperfeita. Na cadeia
planetária deste sistema solar – e isso posso apenas afirmar, sem poder prová-
lo a vocês – a Terra é o único planeta que tem em si uma falha. Mas este
mundo imperfeito, em vez de ser desintegrado, foi salvo para a experiência. E
os Elohim foram chamados para ajudarem a fazer da Terra um planeta perfeito.
Eles assim adquiriram experiência. Este mundo continuou sua evolução, como
já lhes falei, até que veio o Impaciente. Então os Filhos de Deus, procurando
aperfeiçoar a humanidade, desceram à Terra e aconteceu aquilo que é
chamado de “Grand Queda”. Não foi Adão quem caiu, mas os Grandes Elohim
que desceram na matéria. Querendo criar uma bela raça, como a Deles,
tomaram para si as mais belas filhas dos homens. A “Grande Queda” era a
descida dos Anjos na matéria. Desde aquele tempo, passaram milhões de anos
para levar o homem a seu estado atual, mais aproximado do seu Pai no Céu e,
contudo, o homem está ainda longe da perfeição. Mas, com o tempo, sua
mente responderá aos Senhores da Sabedoria e, pelo amor que irradiar
enquanto encarnado, mais se aproximará de seu destino superior.

P. Uma indústria humana sugere imperfeições humanas. Havia imperfeições


nos Seres Divinos a quem foi confiado o destino deste mundo?

R. Com certeza, pode haver imperfeições nos Seres Divinos, mas não em
Deus, Ele mesmo, não no Grande Arquiteto do Universo.

P. Não sugere isso a possibilidade de falta de sabedoria da parte do Grande


Deus, em ter confiado a Terra a mãos não experimentadas?

R. Ao meu ver isso mostra, ao contrário, uma grande sabedoria, pois o homem,
pela sua passagem na Terra, adquire uma grande experiência e torna-se capaz
de trabalhar e ajudar na formação de outros sistemas solares. Talvez por causa
dessa experiência não haja outros planetas imperfeitos, porém só um a Terra.

Espero provar-lhes, um dia, que posso trazer a matéria do “vazio” Referente a


isso, quero explicar-lhes algo que talvez poderá ajudá-los a compreender como
certos erros podem acontecer. Suponhamos que alguém me pede achar um
objeto que lhe pertencia, por exemplo: uma colher que linha como
característica especifica uma marca determinada do período Georgiano. A
pessoa pode saber que a colher tem essa marca. Tudo que eu sei é que a
mesma quer que eu lhe traga de volta aquela colher. Eu acho a peça, pela
imagem do objeto que vejo em sua mente, mas quando a trago à manifestação,
por não me ter concentrado nessa marca especial, a colher materializada não
possuirá a marca que permitiria identificá-la.

P. Quero saber se os Deuses podiam fazer mau uso de seu livre arbítrio.

R. Naturalmente. Dei-lhes o exemplo de Lúcifer.

P. Haverá uma particularidade especial nos anjos da música, já que ela entra
na vida dos mais ricos e dos mais pobres e fala a todos nós?
R. Os anjos da música pertencem ao reino dévico. Há Devas nos diversos
graus da escala evolutiva dévica, alguns seres mais elevados, outros menos,
como os gnomos. As Grandes Devas da música atuam no plano mental. Elas
trazem sons daquele plano e podem fazê-los ressoar na mente humana.
Música pertence ao plano mental. A mente que evoluiu a ponto de ficar afinada
para ouvir com a audição interna, pode ouvir todos os sons da Natureza, como
foi previsto para o homem. Ouvindo os sons, poderá também ver. Vou fazer-
lhes uma pequena demonstração neste piano. Aqui temos duas lâminas pretas
e em seguida três. (Tocando o Si-bemol) Ouviram? Esta nota tem a cor de um
intenso céu azul e vibra à letra B do vosso alfabeto e ao número 6. A lâmina
branca, pegada a essa (tocando Si) é também azul, mas de tonalidade mais
clara, na espiral superior.

P. O sr. disse que Jesus pertencia aos Elohim. Não compreendi isto.

R. Eu faço a distinção entre Jesus e o Cristo. O Cristo é o Único Filho de Deus,


o Terceiro Aspecto Divino. Jesus era Filho dos Elohim. Ele desceu na matéria
para ser Ungido, como Aquele que deu ensinamento, ajuda e amor ao mundo.

P. Sim, compreendo. Ele tinha encarnado antes?

R. Ele encarnou na Terra três vezes: como Melquizedek, joshua e Jesus.

P. Poderia dizer-me se encarnará de novo?

R. Não creio que Jesus encarne, mas o Cristo deve encarnar em breve, e
quando digo “em breve” tenho na mente um período de 400 a 500 anos.

P. Falando do tema de Lúcifer, o sr. referiu-se ora a Satan, ora a Saturno.


Muitas vezes ouvi confundir esses nomes. No entanto, Saturno não é o
Regente do planeta Saturno?

R. Sim, mas na Terra Ele era mais conhecido como Satan. Satan e Saturno
são o mesmo: o Senhor de Saturno, o Elohim de Saturno. Foi Ele quem ajudou
Lúcifer, depois do extravio causado por Seu fervor.

P. Poderia dizer-nos que é a Força Crística?

R. Como poderia? Posso usar a sua linguagem para procurar criar-lhes uma
imagem, mas como poderia descrever Deus? É impossível. Talvez eu possa
usar a seguinte imagem: o Grande Arquiteto do Universo, em Quem tudo é,
tudo era e tudo será, comungou consigo mesmo – com Ela que está no centro
do Seu coração – e Ela apareceu, Ela Sua Esposa, a Mãe dos Céus. E
comungando entre Si, falando do trabalho que estava no Seu coração – a
criação – e olhando com tristeza para o que Seus Filhos – os Elohim – fizeram
na sua precipitação, decidiram enviar de Si Mesmos, Aquilo que nasceu do
Amor Deles. E Isso que nasceu do Amor Deles veio à existência: o Cristo de
Todos os Tempos, o Filho único, o Filho mais Velho de Deus, a Travessa
Comprida da Cruz,

P. A Bíblia fala-nos de 7 Espíritos diante do Trono. Haveria mais?

R. Há doze. Na época em que a Bíblia foi reunida em forma de livro, o homem


havia perdido uma grande parte de seu conhecimento, e alguns planetas, que
serão de novo descobertos, afastaram-se deste sistema solar, pois o homem
não podia afinar-se às suas vibrações. Assim, falava-se só de sete, mas na
linguagem esotérica fala-se de três, sete, nove e doze. A medida que o homem
evoluir, tornar-se-á capaz de harmonizar sua consciência com a vibração
superior desses planetas que ainda têm de ser descobertos. Quando isso
acontecer, haverá uma abertura na consciência humana, para a clariaudiência
e clarividência.

P. É verdade que haverá uma grande descoberta no Egito, provavelmente


dentro das Pirâmides?

R. É muito provável. Há livros escondidos dentro das pirâmides, como há livros


ocultos no deserto de Gobi; mas o homem ainda não está pronto para que
sejam descobertos.

P. Esses livros ajudarão a humanidade quando encontrados?

R. Não serão descobertos até que possam trazer uma ajuda ao homem.
Aqueles que os escreveram, sabem quando deverão ser revelados.

P. Se não temos um carvalho em nosso jardim, qual uma outra árvore que
poderíamos utilizar?

R. Poderão achar um carvalho num bosque.

P. Sim, mas é difícil ir até lá, diariamente.

R. Dir-lhes-ei algo. Isso me trará complicações mas ajudá-los-á. Talvez estejam


interessados em saber que eu fui um aluno de Pitágoras, que ensinava a seus
estudantes a ciência dos números. No nome de cada um de vocês, cada letra
possui um número, e cada número possui afinidades pela sua vibração. Assim,
o resultado de todas as letras do nome dá, por exemplo, seis. Então, achem a
árvore que vibra em uníssono com seis, e tudo que vibra com seis, seja isso a
cor, a pedra, o alimento. Cada um é afinado a tudo que vibra em harmonia com
seu número. Não lhes dou os números de todas as letras, pois creio que há
muitos livros que o fazem e que lhes permitirão achar o número próprio.

P. Estudando esse assunto devemos seguir um determinado instrutor? O fato é


que há vários que ensinam diferentemente.

R. De acordo com o que sei, há somente a Kábala ou Hebraico e o Arábico.


P. Os métodos dos livros modernos divergem muito entre si. Achei difícil
descobrir o correto.

R. Talvez possa ajudá-los um pouco. Tomemos o exemplo de Marte: número 9.


Ele governa o signo Áries. Pensando em Marte e Áries, imediatamente nos
vem à mente a cor esotérica vermelha. Áries tem número 7, a pedra ametista, e
a cor violeta. Assim, se estudais a Kábala e o Arábico, e se procurais o sentido
interno e o sentido externo, achareis que não há divergências. Pitágoras deu
ao mundo um sistema mais fácil. O sistema hebraico exige um estudo muito
mais profundo, e vocês são todos mentalmente preguiçosos. No entanto, seria
conveniente que começassem o estudo.

P. Então, se não fizermos um grande esforço, não teremos proveito dos


números?

R. É isso mesmo.

P. Temos nomes que nos foram dados por nossos pais. Estes nomes, às vezes
são mudados em apelidos de amizade. As vezes, também, quando adultos, por
diversas razões, trocamos o nosso nome. Isso é bom?

R. A idéia de trocar o nome não surge na mente até que o tempo para isso
amadureça. Vocês estão seguindo, inconscientemente, algumas diretivas.
Seria sempre útil, se possível, que o nome vibrasse com o número do
nascimento. Então a personalidade, o caráter e a alma se uniriam com o eu
espiritual ou eu superior. A letra final do nome com seu número é sempre a
lição aprendida por último. Se o mesmo número aparece várias vezes no nome
de alguém, isso indica que a pessoa encarnou vida após vida para vencer uma
determinada fraqueza. Terá de extirpar seus erros.

P. Se Jesus não é o Cristo, é errado dizer em nossas orações “Jesus Cristo”?

R. Não, não há nada de errado, pois vocês imaginam Jesus que é o Cristo de
há dois mil anos. Como não houve um outro Cristo desde aquela época, que
mal haverá em começar ou acabar as orações dirigindo-as ao Jesus Cristo, seu
Senhor? Seria errado, isso sim, afirmar que alguém não poderia ser salvo,
porque não ouviu falar de Jesus Cristo. Jesus pertencia ao Elohim, Deus deste
planeta e Ele fica feliz se estão pedindo Sua ajuda.

P. O sr. pode distinguir entre Jesus e o Cristo?

R. Naturalmente. Vocês podem bem fazer a diferença, por exemplo, entre mim
e meu médium. Os homens podiam ver só Jesus, eles não podiam ver o Cristo
que O iluminava. E o Cristo iluminava Jesus somente em certos períodos, não
sempre.

P. Quem era então Buda? Era Ele um espírito muito elevado?


R. Reconhecem isso? Buda profetizou que depois Dele viria um Ser de olhos
como o céu, e cabelo como o trigo maduro. Ele sabia que haveria um outro
Cristo: Jesus. Na verdade, Buda era um Cristo. O Espírito Crístico procura
reunir e ensinar todos que estão prontos para receber a mensagem de uma
época determinada. O Espírito Crístico é uma Emanação do Deus Supremo.
Seria impossível falar-lhes de todos os Cristos que vieram à Terra desde o
começo dos tempos.

P. É verdade que encarnamos às vezes na forma feminina e às vezes na


masculina?

R. Naturalmente. O espírito não se importa com isso. Eu esqueço que lhes falo
através de um corpo feminino.

P. Pode acontecer que encarnamos num outro planeta?

R. Certamente. Para que estão evoluindo? Para se aperfeiçoarem, para se


tornarem instrutores e dirigentes capacitados. Então poderão encarnar num
planeta novo e ajudar a evolução da sua humanidade.

P. Isso quer dizer que temos de terminar com as encarnações aqui, para
podermos ir a um outro planeta?

R. Nem sempre. Alguns encarnam neste planeta só para adiantar um


determinado trabalho e não voltam mais. Quando a alma é evoluída, ela só
aspira a servir e não se importa de encarnar na Terra ou no Saturno. Já
ultrapassou o estágio de querer algo para si, e o espírito vive só para servir seu
Criador.

P. As almas possuem o livre-arbítrio nos outros planetas?

R. Naturalmente. O livre-arbítrio é a herança de Deus. Não somos todos uma


parte de Deus?

P. O sr. disse que as Devas são a parte feminina, e os Elohim a parte


masculina. Suponho que isso não implica uma inferioridade?

R. O Egito antigo reverenciava Isis – a Mãe, e reverenciava Osíris – o Pai. Não


há lado inferior ou superior, mas positivo e negativo, pois os dois devem existir
para formar a perfeição. Usei as palavras masculino e feminino, para melhor
compreensão de vocês. As imagens que vocês possuem, hoje, da Virgem são
uma outra apresentação de Isis. As Duas foram representadas com um globo
embaixo de Seus pés e doze estrelas ao redor da cabeça. Se estudarem e
deixarem a mente ao influxo da inspiração dos Senhores da Mente, verão que
as idéias afluem e permeiam lentamente a consciência. Começarão então a
dizer: “Creio que é assim, mas não sei como o aprendi”. Permanecendo em
contato com os Grandes Seres que os instruem, tudo voltará à memória de
vocês. Jesus mesmo disse que trará tudo à sua lembrança. Estudem
profundamente Seu ensinamento e verão que aquilo que Ele disse, eu lhes
digo também, em outras palavras.

P. Como é que não temos a memória do passado?

R. O homem, quando imergiu na matéria, perdeu o interesse para o “porquê”


das coisas. Ele está satisfeito de viver e não procura a razão de sua presença
na Terra. No entanto, logo que ele começa a procurá-la, Os que dirigem este
planeta, enviam-lhe Seus ajudantes. Vocês precisam só bater à porta para que
ela se abra. Não sei, contudo, se ficarão contentes com aquilo que verão; este
é um outro assunto. Pode ser também que alguém tenha encarnado, pela
primeira vez, no mundo ocidental. A vida no Ocidente não lhe sugere nenhuma
lembrança. Ele poderá ter, profundamente enterrada em si, a memória do
ensinamento oriental, e, sendo assim, rebelar-se-á contra as religiões
ocidentais ortodoxas, pensando que elas não ensinam a Verdade. Muitos são
divididos entre dois tipos de pensamento: aquele que recebem na vida atual, e
a memória – mesmo inconsciente ou apagada – do passado. Assemelham-se a
um peixe com a cabeça fora da água e que se pergunta como se sentiria na
terra.

P. É verdade que antes de nascer escolhemos um determinado mês, para


poder vencer certas fraquezas?

R. Certamente. Nascem num determinado tempo, porque este lhes traz as


condições necessárias para seu progresso. Tudo é Lei e ordem nos mundos
espirituais.

Se, para vocês, é difícil acreditar em tudo que lhes disse hoje, procurem
estudar não somente os ensinamentos de Jesus, mas também de Buda, de
Confúcio e outros Grandes Instrutores que estiveram na Terra. Verão, então, a
semelhança existente entre os ensinamentos Deles e aquilo que lhes disse
hoje.

P. Estamos sob a direção dos Anjos Planetários que regem o signo zodiacal do
mês em que nascemos?

R. O espírito do homem está em contato com o dirigente planetário do signo


em que se acha seu Sol, ou, em outras palavras, do mês do nascimento. Mas o
Senhor sob o qual aprendem a lição da vida presente é o Senhor do signo
Ascendente que, como sabem, muda com a hora do nascimento. E o signo da
casa doze indica onde o homem falhou a última vez. As limitações deste signo
sugerem a lição para aprender nesta vida.
Cerimônia e Ritual

O ritual e cerimônia existiram desde os primeiros tempos da humanidade.


Quando o homem se tornou consciente de si ou autoconsciente, e sua
memória começou a funcionar, em sua mente apareciam imagens confusas e
mal delineadas, mostrando de onde veio e porque encarnara. Como sabem, a
parte superior do homem – o espírito – tinha uma pré-existência, quer dizer –
vida e memória. No entanto, quando o homem caiu na matéria, a memória
deste glorioso estado anterior que, como Filho de Deus ele havia conhecido
originariamente, quase se apagou.

A medida que as brumas ao redor da Terra iam dispersando-se, as estrelas


brilhavam mais, o sol aquecia e a lua aclarava. Os astros tornavam-se para o
homem os representantes daquela era que estava enterrada na sua memória,
onde era um ser glorioso num país longínquo. Agora os astros pareciam enviar-
lhe a luz para ajudá-lo em sua peregrinação na Terra, e assim, ele começou a
adorá-los e criar rituais e cerimônias.

Durante a infância de sua peregrinação como ser humano, a memória do


homem guardava ainda a lembrança de maravilhosas harmonias celestiais, de
magníficas cerimônias que o elevavam até quase a altura do trono da
Divindade. Então ele começou a instituir e praticar cerimônias e rituais no plano
terrestre.

O homem cantava hinos ao esplêndido doador da luz e do calor – o Sol, pois


os raios solares, transpassando as brumas, representavam para ele tudo que é
maravilhoso e pareciam trazer-lhe o amor de seu Pai Divino.

Assim o homem criava os primeiros “mantrans”, cantava hinos e começava a


compreender que o som e o movimento rítmico tinham o poder de dispersar a
densa bruma que se levantava da terra, e revelar-lhe a beleza do Sol. Nos
tempos ulteriores, constatou que cantando os “mantrans” e movimentando-se
ritmicamente, a lua também aparecia com um esplendor maior. Mais tarde,
ainda se tornou consciente de que continuando o canto e o ritmo, ele, de algum
modo, ajudava na formação e estrutura da própria Terra.

Assim, desde esses primeiros tempos e através de todas as eras, até a época
presente, têm havido rituais e cerimônias. Infelizmente, hoje em dia, os rituais
não têm poder, os “mantrans” perderam o sentido e as cerimônias são apenas
imitações sem valor intrínseco. Por causa disso, quis hoje procurar fazê-los
compreenderem o poder real do som de um “mantram” e o poder do
simbolismo dos movimentos, para que possam dar-se conta da grande força
que herdaram e que têm em mão.

Falar-lhes-ei da cerimônia feita por um homem vermelho – um indígena. Alguns


dentre vocês já a conhecem: um índio pega seu cachimbo “da paz” e,
aspirando longamente a fumaça, projeta-a em quatro direções. Para ele, isso
significa distribuir o Sopro Divino aos quatro cantos da Terra. Para ele, essa
fumaça – como para outros pode ser o incenso – o agente libertador que eleva
a consciência a união com as Forças Divinas. O índio que fuma seu cachimbo
inclina-se para o oriente, ocidente, sul e norte e, mentalmente, projeta aos
quatro quartos da Terra o Sopro Divino que está dentro dele.

Observei nas igrejas, hoje em dia, um ritual semelhante. Vi os sacerdotes


inclinarem-se em quatro direções, talvez sem compreender porque o fazem.
Uma das razões porque as igrejas, na época atual, estão vazias, é que vocês,
perderam o verdadeiro significado, o verdadeiro valor do ritual e da cerimônia.
Para vocês são coisas mortas, não têm nenhum sentido, e mesmo os próprios
sacerdotes que os praticam, são geralmente incapazes de explicar-lhes aquilo
que representam.

Todo ritual, toda cerimônia são feitos com a finalidade de construir nos mundos
etéreos aquilo que com o tempo trará a perfeição para o mundo físico.

Dentro de vocês há o poder do bem e do mal, o poder de se tornarem magos


brancos ou magos negros, pois foram feitos à imagem dos Elohim. Vocês
experimentaram o fruto da árvore da vida e possuem o discernimento.
Procurando acordar as suas potencialidades divinas, poderão, queimando
incenso – o que ajuda a acalmar a mente consciente – libertar o eu superior.
Então a paz envolvê-los-á, todas as preocupações diárias serão afastadas, e
vocês achar-se-ão mais perto de Deus. Nessa tranquilidade e meditação,
alguém poderá ver uma cruz radiante – um signo de proteção – um outro verá,
talvez, um olho azul e vigilante e sentir-se-á em contato com a força superior
que o vigia para seu bem. Tocando os planos internos, pelo simples meio de
queimar o incenso, pelo simples fato de repetir sua oração – ações que vocês
desempenham de uma forma que lhes é particular – praticam um antiquíssimo
ritual:

fazem vibrar um “mantram” – a sua oração – para ultrapassar o eu inferior e


elevarem-se a um plano superior. Então compreendem que, embora imersos
desde há muito tempo na matéria, podem sempre tocar o coração de Divina
Mãe, alcançar a mão do Divino Pai e receber o amor do Divino Filho, não como
Personalidade, mas como Forças, pois as energias dessas Três Manifestações
de Deus permeiam e elevam todos os seres, inundando-os de uma calma
determinação de ir para frente, inundando-os de amor fraternidade.
Continuando, dia após dia, a praticar seu ritual ou cerimônia, libertando o eu
superior das garras da matéria, permitindo às suas almas permanecerem nos
planos superiores do espírito, vocês começam a lembrar-se de onde vieram,
porque estão aqui e, pela memória das experiências do passado, começam
também a saber como poderão trazer a regeneração ao seu mundo confuso e
desordenado. As condições caóticas do mundo são a consequência de
pensamentos semelhantes, e aqueles que sinceramente trabalham para a paz,
são, com uma dona de casa que põe o fermento na massa de pão. Com o
tempo, o fermento fará crescer toda a massa. Assim também, os pensamentos
de paz e harmonia que vocês gerarem, farão seu trabalho e a paz acabará
para vir ao mundo.

Levá-los-ei agora à Atlântida e ao Egito primitivo, para falar-lhes de certos


símbolos e vestígios dessas civilizações que, atualmente tanto os
surpreendem. Os estudantes que, através de pesquisas no Egito, procuram
descobrir traços da civilização Atlântea e compreender sua religião e o grande
alcance de sua influência, ficaram perplexos por causa de suas incontáveis
divindades e numerosos rituais.

Os deuses do Egito, representados com a cabeça de um ou outro animal, são


vestígios das crenças pré-Atlânteas. Acabo de lhes dizer como, no começo dos
tempos, o homem possuía ainda a reminiscência de onde viera e como
começou a adorar as estrelas, o sol e a lua.

O homem considerava os astros como seres vivos e, conforme as


manifestações da Natureza e os dons que desta recebia em determinadas
épocas do ano ou do mês, quando uma constelação ou um astro era mais
proeminente na abóbada celeste, eles os revestia de formas. Pelo poder de
sua mente, estas formas-pensamentos apareciam diante dele como visitantes
astrais, revestidos de características que ele próprio lhes dera. Hoje em dia, o
mesmo acontece às vezes entre vocês, quando os seus guias lhes aparecem
em forma-pensamento tais como os haviam imaginado.

Assim, aconteceu que o homem primitivo imaginou essas forças como seres
com cabeça de carneiro, de serpente ou de cachorro. Nenhuma destas
entidades representava Deus Supremo. Eram representações simbólicas das
forças que regiam determinadas épocas.

Cada cidade, cada aldeia, possuía seu próprio modo de representar as forças
Divinas. Cada país, cada tribo possuía seu símbolo, sua bandeira. Vocês, na
era presente, têm ainda seus escudos e estandartes, que vieram das mesmas
fontes que as do homem primitivo. Há, por exemplo na França o símbolo de
Flores de Lírio: três lírios sobre um fundo azul. Se procurarem profundamente,
descobrirão que ele foi instituído, como bandeira de uma cidade ou país,
quando o sol entrou no signo celestial da Virgem. O lírio, na simbologia
moderna, representa a Virgem Maria e é usado nos altares. Muitos outros
símbolos de épocas primitivas estão em uso ainda hoje. No entanto, a força
real, contida no símbolo, foi perdida; e para vocês as representações
simbólicas são apenas vestígios das superstições que – como vocês dizem
orgulhosamente – pertencem às épocas passadas. Ao meu ver, há muito mais
superstição na época presente, quando vocês aceitam cegamente tudo que
lhes ensinam seus sacerdotes, sem se esforçar por si mesmos para achar a
Verdade.

Muitas coisas que lhes parecem misteriosas podem ser compreendidas se


procurarem suas origens. Verão, então, que atrás delas se esconde uma
Verdade, e quanto mais procurarem, mais Verdades acharão. Elas ajudarão
vocês a dispersar um pouco as “brumas modernas” da chamada “civilização”,
pois confundiram totalmente o intelecto com a sabedoria.

Vocês pensam que a intelectualidade é a sabedoria. Digo-lhes que são duas


coisas diferentes. A sabedoria vem de dentro, é a memória das experiências
vividas. Ela volta quando vocês aprendem a ficar em silêncio e quietude. Tudo,
então se torna claro. O intelecto vem de livros. Os conhecimentos intelectuais
vêm de fora, enquanto a sabedoria surge de dentro, manifestando-se através
de um centro – o plexo solar – que poderia ser chamado de cérebro da alma. É
a sabedoria interna que sempre devem procurar. Se a procurarem fora,
continuarão a procurá-la até a encarnação acabar. Procurem, portanto, a
sabedoria na calma interna. Façam soar seu mantram, voltem-se para dentro,
executem seu ritual ou cerimônia. Então, tornar-se-ão o sacerdote de seu
próprio lar; voltarão à fonte original de todo o saber; tocarão seu Eu Superior,
alcançarão os seus anjos guardiões e, finalmente, atingirão Deus.

É natural que procurem para si mesmos a saúde e o conforto, mas procurem


também a sabedoria para poder repartí-Ia com outros. E não somente para
poder transmití-la mas também para poder mostrar aos outros o meio de atingi-
Ia, o meio de realizar por si mesmos suas potencialidades divinas. A realização
humana – a união com Deus – se faz através do coração, da Chispa Divina,
presente no ventrículo esquerdo do coração de cada ser humano. Procurem
antes de tudo este “Reino de Deus, e todo o resto lhes será dado por
acréscimo”.

Perguntas e Respostas
P. Se o centro do ventrículo esquerdo fosse tocado, isso daria calor à mão
esquerda, ao pé esquerdo e ao lado esquerdo da cabeça?

R. Se esse centro fosse tocado, isso causaria radiação através de todo o


corpo.

P. Como a rosa tornou-se o emblema nacional da Inglaterra?


R. Para contar-lhes isso, tenho de voltar muito tempo atrás. Vocês consideram
sua pequena Inglaterra como um país relativamente novo. Um dia os geólogos
descobrirão que as terras que agora são separadas formavam no passado um
vasto continente. A forma dele era esquisita; lembrava os dedos da mão
humana. A atual Inglaterra ocupava o lugar do pequeno dedo, delimitado por
uma linha branca de penhascos. Por causa disso, entre os antigos, essa terra
era conhecida como o pequeno dedo branco. As vezes era chamada, também,
de lírio ou de rosa. Com o tempo, o nome de lírio desapareceu, mas o de rosa
permaneceu. No entanto, este nome de rosa, naqueles dias remotos, era
puramente simbólico, pois aqui, nesta terra branca, repousavam os vestígios
do antigo culto do Aspecto Materno de Deus. Este culto existia, quando aqui
chegaram os Druidas que, por sua vez, reverenciavam os astros. Para eles, a
rosa era o emblema da Mãe Divina. Tal veneração permaneceu aqui até a
época das antigas construções, cujas ruínas estão sendo descobertas. Não
descobriram, ainda, uma quarta parte delas. Nesses vestígios encontrarão
sempre cinzelado o símbolo da rosa. Em breve, descobrirão um mosaico em
forma de rosa – o emblema da Mãe. Essa pequena ilha branca guardou, desde
há muito tempo, uma reverência maior do que em qualquer outro lugar, para o
Aspecto Materno de Deus e para a mulher. Dir-lhes-ei agora, algo que por
enquanto poderia ser chamado de profecia, pois ainda não pode ser provado:
nesta ilha branca de vocês, será em breve descoberta, por escavações, uma
civilização que data de seis até sete mil anos antes de Cristo, e nela serão
achados os vestígios do culto da Mãe Divina e o emblema da rosa em Suas
vestes. Lembrem-se disso quando ouvirem falar dessas escavações.

P. O sr. disse que a sabedoria e o intelecto são duas coisas diferentes. Penso
que alguns dos países de alta antiguidade se desviaram da sabedoria para o
lado intelectual e que isso lhes causou a queda.

R. Certamente. Nos tempos muito antigos a sabedoria prevalecia. Na Atlântida


prevaleceu o intelecto. Quando o homem quer demonstrar a intuição com o
intelecto, é que ele pode falhar.

P. Não há uma grande possibilidade de isso acontecer agora?

R. É o que está acontecendo. Vocês fizeram um deus do intelecto, apagando a


intuição. Ela é a expressão da Sabedoria Divina.

P. O sr. não pensa que a intuição deveria ocupar um maior lugar em nosso
movimento?

R. Ao que eu sei, está ocupando um grande lugar. Vocês meditam em grupos.


Tomam parte nos círculos de desenvolvimento. Durante suas reuniões, há
meditações especiais para desenvolver a intuição. No entanto, dir-lhes-ei o erro
que cometem, embora, talvez, não concordem comigo. Acho que facilmente
demais vocês adotam as idéias de outras pessoas. Não se dão ao trabalho de
procurar a fonte da sabedoria em si mesmos. Preferem que tudo seja
claramente escrito no papel, com uma barra bem visível nas letras “t” e os
pontos sobre os “i”. Assim não precisam pensar. Os livros são muito
necessários, mas eles desempenham seu papel, ajudando-os a esquecer o
materialismo. A verdadeira finalidade do livro é a de levá-los a ultrapassar o
escrito e a meditar sobre o assunto tratado; a procurar a Verdade por si
mesmos.

P. O sr. poderia dizer-nos o significado do símbolo da cabeça de carneiro?

R. Vou fazê-los voltar à Bíblia. Ela fala de carneiros para as festas, de


carneiros para sacrifícios. O simbolismo do carneiro aparecia muito
frequentemente no tempo de Moisés, pois era a época Ariana e o símbolo do
signo zodiacal de Áries é o Carneiro. No tempo precedente, encontrava-se por
toda parte o símbolo de Touro. Hoje estão entrando na Era Aquariana e o seu
símbolo, em quase todos os países, é o ar. Cada era possui seu próprio
símbolo, e cada religião toma o símbolo da Era. À medida que o tempo passa,
seus ensinamentos e ideais tornam-se conhecidos por este símbolo. Se vocês
pudessem ver o mundo, daqui a 2.600 anos, veriam que a era Aquariana ficou
conhecida pelas asas. Na história muito antiga poderão descobrir o símbolo do
disco solar com asas: o disco alado. Este símbolo apareceu pela primeira vez
numa distante Era Aquariana.

P. Parece-me que há um grande perigo de confundir o intelecto com a intuição,


de acordo com o que o sr. disse. Deveríamos submeter a intuição à prova do
intelecto ou, ao contrário, o intelecto à prova da intuição?

R. Se eu fosse intelectual e a minha intuição me falasse, eu a confrontaria com


o intelecto. Se o intelecto me falasse, eu o confrontaria com a intuição. A
intuição e o intelecto, quando em harmonia, são uma espada de dois gumes.
Mas, se meu intelecto me determinasse ir à direita, e a intuição sugerisse ir à
esquerda, eu iria para a esquerda. A intuição vem da parte espiritual do
homem, parte que está em união com a Divindade; e a intuição bem
desenvolvida não pode errar. Eu, desde que estou trabalhando no plano
terrestre, encontrei muitos intelectuais. Depois de tê-los conhecido por alguns
anos, eles se tornaram intuitivos e não têm mais confiança no intelecto.
Tomemos um exemplo para ver como o homem reage às suas influências.
Vamos supor que um de vocês viesse a mim, através do médium, e me
pedisse achar seu pai desencarnado. Suponhamos que eu o acho e, pelo que
posso ver, dou a prova de que realmente achei seu pai. A pessoa, por intuição,
sabe que é seu pai. No entanto, logo depois, o intelecto começa a interferir e
põe em dúvida aquilo que eu disse. Ele sussurra que o médium não estava,
talvez, em transe, ou então que todas as informações por mim dadas eu as tirei
da mente da pessoa que procura seu pai. Isso é o raciocínio do intelecto. Mas
a intuição não aceitará este raciocínio e a pessoa continuará a remoer o
assunto por muito tempo, até que, finalmente, apesar das restrições do
intelecto, seguirá a intuição e acreditará que efetivamente eu tinha achado seu
pai.

P. Como podemos treinar a intuição?

R. Testando-a. Vocês possuem quatro planos na mente. A mente espiritual ou


mental superior, por via de intuição comunica as mensagens à mental inferior.
Aqui é comum intervir a mente astral, e, pela natureza desta, a mensagem,
refletida nela, torna-se deturpada e colorida. Se pudessem afastar essa parte
astral, a transmissão se faria sem erros à mente consciente. Veriam por
exemplo que podem curar doentes, se conseguem fazer adormecer essa parte
astral da mente. O mesmo pode dizer-se as experiências na meditação ou
durante um ritual. Se a mente astral adormece, a mente consciente recebe
mensagens dos planos superiores.

P. Meditando, podemos desenvolver a intuição?

R. Naturalmente. A meditação é muito boa.

P. O sr. pensa que há uma verdade na idéia de que o corpo masculino foi feito
exclusivamente do barro – a matéria – enquanto o corpo feminino foi feito de
uma costela humana, portanto está a meio caminho entre a matéria e o
espírito?

R. Isso é uma excelente interpretação. Eu não seria capaz de inventá-la. Dir-


lhes-ei como eu fui ensinado a respeito disso: para fazer o homem à Sua
própria semelhança, os Elohim tomaram a substância atômica da qual é
composta a Terra, dela fizeram uma forma humana e nela insuflaram o sopro
da vida. Quando precisaram fazer sua contraparte divina, Eles induziram o
homem a um sono profundo – como acontece com os médiuns de hoje – e dele
extraíram a matéria ectoplásmica com a qual formaram a mulher. Com o
tempo, quando vocês retornarem ao estado de consciência de outrora, não
haverá nenhuma necessidade de sentarem na escuridão, para entrarem em
contato com o plano espiritual, pois poderão ver formas materializadas em
plena luz. O antigo processo de criação tomará lugar novamente.

P. O sr. usou a palavra “mantram”. Não sei se o sentido dessa palavra é o


mesmo que eu lhe dou. Para mim, “mantram” é um som ou um conjunto de
sons que provoca certas vibrações e encontra uma resposta. Qual é o seu
sentido?

R. Exatamente o mesmo. E se fazem um “mantram” para a paz, criam


condições em favor da paz. Com um “mantram” cria-se uma imagem.

P. Penso que certos sons têm um efeito especial, tanto espiritual como físico.
Estou certo?
R. Se o homem pudesse fazer soar o “mantram” que pertence à sua própria
vibração particular, ele repeliria toda a desarmonia e toda a doença.

P. É possível achar este ritmo?

R. Sim.

P. Cada ser humano tem seu próprio “mantram”?

R. Sim.

P. Como achar o nosso “mantram”?

R. Como posso fazer? Vocês sabem que a astrologia foi proibida nessa classe,
portanto vou apenas sussurrar-lhes a resposta. Tomem o mês do seu
nascimento. Suponhamos que alguém nasceu a 20 de maio. O sol está em
Touro e o Regente de Touro é Vênus. Terá de tomar, portanto, a nota musical
de Vênus. Há provavelmente um outro signo no seu Ascendente; suponhamos
que seja Caranguejo, cujo Regente é a Lua. O número da Lua, por sua vez, é
dois. Terá de tomar a nota musical correspondente. Em seguida, a pessoa
tomará o signo no qual se acha a lua no seu horóscopo. Imaginemos que ela
se acha em Carneiro, regido por Marte; tomará então a nota de Marte. Feito
isso, é preciso pegar o seu nome inteiro, achar seus números, e os planetas
que correspondem a estes. Achar as notas desses planetas e, no fim, procurar
harmonizar o total. Assim vocês poderão achar o seu “mantram”, o seu “canto
da vida”. Não deve ser difícil fazê-lo, pois sei que existem muitos livros que lhe
dão números planetários e suas correspondências musicais.

P. Há vários sistemas que não estão de acordo entre si. Em certos livros
Saturno tem o número sete, em alguns – oito, e em outros ainda – seis.

R. Quanto maior forem os seus conhecimentos, mais facilmente vocês


compreenderão as razões disso. Verão que os diversos sistemas lhes dão
números nos diversos planos, esotéricos e exotéricos. Estudando os números
dos signos e os números de seus Regentes, poderão relacionar os dois. Não
há divergências, mas nenhum verdadeiro instrutor porá por escrito e
claramente tudo que sabe, pois vocês têm de procurar a compreensão e a
sabedoria por si mesmos e desenvolver assim a intuição. O grande astrólogo
Sephariel que veio ao nosso mundo há pouco tempo, não parou com seu
trabalho. Está continuando-o aqui. Se querem descobrir o sistema que ele
ensinou enquanto encarnado, terão de ler a totalidade de suas obras e escrutá-
las palavra por palavra. Então poderão relacionar tudo. Entretanto, se lerem
seus livros sem meditar e procurar a Verdade, os ensinamentos lhes parecerão
contraditórios.
O Trabalho das Hierarquias

Hoje, tenho um assunto que vocês chamariam de sério. De novo peço-lhes


analisar e meditar sobre o que lhes direi.

Cada um de vocês está aqui, pois procura a Verdade, afastando-se das


religiões instituídas por homens. Deste modo e até um certo ponto, vocês
fizeram apelo aos Senhores da Sabedoria, para que lhes enviassem a
compreensão de algumas verdades, sobre as quais se ergueram as religiões
ortodoxas. Eu, Whitehawk, sou de certo modo o porta-voz Deles e trago-lhes
as verdades, tais como as aprendi no mundo espiritual. Talvez não estejam de
acordo com tudo que lhes digo, mas, da minha parte, tenho que lhes dar a
Verdade e sou responsável diante do nosso Pai pelas coisas que lhes ensino.

Falando hoje do trabalho das Hierarquias, procurarei responder a algumas


perguntas que vocês fazem a seus guias e a si mesmos.

Perguntam porque, em toda parte, há maldade, sofrimento e doenças, e como


as forças do mal podem prevalecer no mundo – ou pelo menos assim parece –
se há um Deus de Amor e Todo-Poderoso. Para responder a isso, terei de
conduzi-los mais e mais alto, quase até a base do trono do Grande Arquiteto do
Universo.

Vocês já sabem que, fora do reino humano, há muitos reinos paralelos,


evoluindo ao lado do Seu. Hoje, quero levá-los além do mundo elementar, do
mundo dos espíritos e do mundo dos Anjos; quero levá-Ios até os Grandes
Seres que estão acima dos Elohim e aos que os Elohim servem. Estes Seres
vigiam e dirigem a evolução da Terra desde tempos imemoriais.

Vocês não ignoram que em todos os 2.600 anos, aproximadamente, a Terra,


devido à precessão dos equinócios, retrocede num determinado signo zodiacal,
e que este período é chamado de “Era”. Agora estão entrando na Era do
Aquário, e o homem ficará pronto para receber um novo tipo de conhecimento,
um modo diferente de pensar, pois a Terra está submetida às vibrações de dois
Deuses Planetários, dois Pais no Céu, que são os Regentes de Saturno e de
Urano, Saturno é o separador, o juiz, o testador; Urano – o inspirador das
mentes. Este último procura elevar aqueles que estão afinados à sua vibração,
acima das condições caóticas do mundo moderno. Desde que a Terra
começou a responder à vibração Uraniana, o homem procura libertar-se, – no
sentido espiritual – de tudo que o limita.
A ciência progrediu muito. O homem, elevando-se no plano mental, colocou-se
sob a influência dos Grandes Anjos Uranianos e, devido a essa influência
tornou-se mais e mais independente em seu modo de pensar, tornou-se lei
para si mesmo. Ele começou a procurar a Verdade em toda a parte onde possa
ser encontrada. Pouco a pouco, o homem tornar-se-á um cooperador dos
Senhores de Urano e de Saturno.

Não sei se vocês podem conceber a qualidade, a fineza dos raios que essas
Entidades, movidas por Sua sabedoria e Seu amor ao Grande Arquiteto do
Universo, enviam através de todos os planos e esferas espirituais, até que a
espiral chegue à Terra. Cada ser encarnado que gera pensamentos de paz e
de amor, eleva-se em direção dessa espiral e encontra o fluxo descendente da
força desses Espíritos Poderosos, que ainda poucos homens podem
compreender.

No começo da Era dos Peixes, o Deus que governa Netuno enviou Sua força
por Jesus. O homem, em resposta a esse fluxo de amor e de paz, levou o
nome de Jesus a todos os cantos do mundo e usou este nome bem-amado
para praticar horrores inacreditáveis.

Vocês, estando aqui e tendo procurado a Verdade, chamaram para si mesmos


uma grande responsabilidade. Fizeram-se, até um certo ponto, cooperadores
dos Anjos da paz; da justiça e do amor. Os Grandes Senhores de Urano, que
procuram atualmente ligações com a Terra, quando vier o tempo, enviarão um
novo Mensageiro Divino que também será chamado Cristo, pois “Cristo”
significa Ungido, portador da paz, detentor do poder.

O homem, que pelo seu mental conseguiu tocar as Hierarquias Divinas do


Universo, recebe um grande suprimento de energia e de bem-estar, pois não
se pode tocar em um destes Grandes Seres, sem tornar-se uma força que é
sentida no mundo terráqueo. Esse homem vem a ser um retransmissor do
poder e da Luz a todos que na Terra contatam sua aura. No entanto, o homem
que está em contato com as Hierarquias Divinas., permanece humilde de
coração. Ele não conta que é um grande mestre, que se comunica com os
maiores guias espirituais da humanidade, nem que é o único a quem foram
confiados os segredos Divinos, mas vive de tal modo que cada um de seus
semelhantes, por tê-lo encontrado, torna-se um pouco melhor.

Lembrem sempre que nenhuma força do mal pode arraigar-se no mundo, a não
ser que encontre o mal na aura humana. O mal não pode ter nenhum poder se
não há o mal dentro do próprio ser. As forças do bem, as forças do amor são
bastante fortes para vencer qualquer influência má ou força negra do passado,
do presente ou do futuro. Deus é Todo-Poderoso, e se o homem somente
responder a Seu apelo, o mundo será renovado e regenerado.
Cada planeta deste sistema solar é regido por dois Grandes Senhores ou
Regentes: masculino e feminino. De acordo com a Era, os Regentes de um ou
de outro dos planetas, tornam-Se Deuses dessa Era. Para a humanidade Eles
vêm a ser o Pai no Céu e representam o Aspecto Paterno e Materno de Deus.
Eles podem ser chamados de Vice-Regentes da Terra para essa época
determinada. O homem evolui conforme os Raios que eles enviam e que
acordam nele qualidades particulares a essa influência. Durante cada uma
dessas Eras, a humanidade e todos os reinos da Natureza sobem mais um
degrau da escada ou mais um giro da espiral evolutiva. Essas Eras, devido a
suas características particulares, são também chamadas de Idade de Ferro,
Idade de Ouro ou Idade de Prata, pois estes metais têm uma afinidade com os
Regentes Planetários que governam a Terra nesse período determinado.

Na Era em que vocês entram, o homem será fortemente influenciado por Raios
Saturnianos e Uranianos. Ele começará a pesar tudo em sua mente e a pensar
por si mesmo. O mundo progredirá muito no sentido do pensamento
independente. As religiões serão diferentes e haverá – não agora, mas mais
tarde – uma época de paz, como o mundo, desde há muito, não conheceu.

Atualmente, o caos na Terra parece ser tão grande, que vocês ficarão talvez
surpreendidos, se lhes disser que, apesar disso, o mundo não está
retrocedendo mas, ao contrário, progride, embora lentamente. Somente o
homem permanece parado; somente ele se atrasa jungido pelo temor. Logo
que ele descobrir que além do mundo dos espíritos – esfera que pertence ao
seu planeta, – há grandes inteligências e forças que desejam cooperar com ele
e utilizá-lo no trabalho de aperfeiçoar a Terra, seu coração se encherá de
alegria e entusiasmo e ele se libertará de todas as suas angústias.

Talvez vocês não gostem de ter um Regente Planetário no lugar do Pai no


Céu. Essa idéia é nova para vocês. Como sempre, peço-lhes refletir e meditar
sobre ela. Não se limitem cegamente às religiões feitas por homens. Se
pesquisarem a história do seu mundo, da sua religião, descobrirão que,
somente no século II da era Cristã, um Papa disse que o mundo precisava ter o
símbolo de um homem sobre a Cruz. Podem procurar e o acharão.

Perguntas e Respostas
P. A influência do aspecto feminino e do aspecto masculino dos Regentes age
alternativamente ou a mesmo tempo?

R. Ao mesmo tempo. Sãos os dois pólos da mesma força. Tomando o exemplo


da influência Uraniana, a força masculina agirá sobre a mente, levando o
homem a um esforço científico, e a influência feminina levá-lo-á a um
progresso no campo da arte, da religião ou da música.

P. Foi-nos dito que a próxima era pertencerá à mulher. Ela vai dominar?
R. Não creio que domine. Eu estou convencido de que a mulher com sua
doçura e delicadeza, pode fazer mais pela humanidade do que imitando e
igualando o homem. A vocação da mulher é a de ser sacerdotisa do lar.

P. Qual é a influência que leva a mulher a querer ser como o homem?

R. É a oscilação do pêndulo. Desde há 2.600 anos o homem procurou reprimir


a mulher. Foi um período bastante escuro. O raio Netuniano tem seu lado claro
e seu lado escuro. Se o homem é egoísta, ele responde apenas ao lado escuro
e torna-se possuidor e repressor da liberdade alheia. A mulher, tocando o raio
superior no fim da era Netuniana, não aprendeu bem ainda a utilizá-lo. É
preciso esperar um pouco para que o pêndulo se equilibre. Então, a mulher
achará de novo seu legítimo lugar de sacerdotisa do lar e do “ouvido aberto à
voz Divina”. Ela compreenderá que pode ser receptora de mensagens para
serem transmitidas ao homem, a fim de adiantar a evolução e melhorar as
condições de vida no plano terrestre.

P. A influência de Saturno na Era dos Peixes era menos poderosa do que


agora?

R. Muito menos poderosa. Na época Netuniana o homem permaneceu


refletivo. Ele se contentava em aceitar tudo o que os outros lhe preparavam:
credos e leis. Não procurava por si mesmo. Respondia mais ao lado negativo
dos raios Netunianos. Sua mente não ultrapassava a região terrestre; portanto,
não podia alcançar a beleza, o lado inspirador do raio Netuniano. Se olharem
para trás, no tempo, verão que a época Netuniana, que deverá ser a mais
psíquica e mais espiritual, se tornou o período psiquicamente mais escuro da
história do mundo de vocês.

P. Por que aconteceu isso?

R. Porque o homem não se afinou ao raio superior de Netuno: respondeu só à


inércia, não procurou a Verdade. E o homem não pode achá-La, não pode
responder aos raios mais elevados, se não faz um esforço. É como se
estivesse adormecido e apenas sonhasse.

P. Isso seria devido ao fato de que, depois da morte do Nazareno, seus


seguidores, em lugar de tomar Seu exemplo e ensinar, como Ele o fazia,
ocuparam-se com a edificação da teologia e dos dogmas?

R. Acho que isso está bem expressado. Em outras palavras, Seus seguidores
criaram uma religião como eles a entendiam e não como Ele a ensinou.

P. Qual será a influência Saturniana no começo desta época?

R. Saturno, nesta época, torna-se juiz ou justiça. Não é que ele julgue a
humanidade, mas desenvolve, nas mentes humanas, a capacidade de julgar-se
a si mesmas, e quando o homem atinge o estado em que pode julgar-se a si
mesmo, – acreditai-me – não existe um juiz mais severo. Saturno pesa e
separa. Urano destrói. É a influência de Urano que leva o homem a romper as
amarras que o prendem. Ela lhe dá o impulso para descobrir, para procurar a
Verdade por si próprio.

P. A passagem de uma Era à outra leva uns 150 anos ou mais?

R. Não, leva menos de 100 anos. Vejam: vocês já estão, agora, na Era
Aquariana. Não estariam aqui se não tivessem sentido a influência Aquariana.
Não teriam desejo de romper os laços ortodoxos. Já responderam, talvez
inconscientemente, a esse estímulo. Agora, terão de aprender a responder
conscientemente.

P. O sr. disse que o mundo progride, mas o homem rica parado. Acho que isso
está errado. Será assim mesmo?

R. Certamente que é assim. Não digo todos os homens, mas a maioria não
está ainda consciente de seu próprio Ser. Até que o homem se torne
consciente de seu Eu Superior, ele não poderá progredir muito. Portanto, os
que já alcançaram essa consciência, devem ajudar os outros a fazê-lo.

P. Este trabalho já está fazendo-se em grande escala?

R. Não, apenas aqui e ali. E quando penso nas enormes massas humanas e
nos poucos que já são conscientes de si, vejo que a desproporção é
impressionante!

P. De que modo, então, o mundo progride, se o homem fica parado?

R. O mundo progride assim: No seu período primitivo havia mamutes gigantes,


muitas feras, etc. Agora é diferente. À medida que o homem desenvolve em si
forças mais refinadas, os que governam os mundos animal e vegetal utilizam
essas forças para tornar a substância atômica que constitui estes mundos mais
rarefeita. O animal fica, então, mais receptivo à influência humana e,
continuando a evoluir, torna-se tão consciente, que pode receber a Chispa
Divina, pois já elaborou em si a alma que merece recebê-La.

P. Se não me engano, cada influência tem seu oposto; em outras palavras, ela
pode ser benéfica e maléfica. Seria talvez útil, para nós, saber qual é o lado
inferior dessas duas influências – a de Saturno e a de Urano – para que nos
pudéssemos prevenir contra seus perigos.

R. Os que respondem aos raios inferiores de Saturno são muito limitados no


pensamento, rígidos em suas opiniões, cheios de desejo, ao qual dão nome
errado de amor, cheios do “eu” no seu aspecto mais bestial. Os que respondem
aos raios superiores são imparcialmente justos, impessoais em amor e em
serviço, não pensando em si, mas servindo e amando tudo, para o bem de tudo
e para o adiantamento do plano Divino na Terra. O lado negativo de Urano é
destrutivo. Ele é destruidor de formas obsoletas. Se o homem não responde
ainda a seus raios superiores que são construtivos, verá, com sofrimento, que
tudo a que se agarrava, que lhe era caro, será destruído, sem nada de outro no
seu lugar. É como o caso de um homem que foi criado numa religião
apresentada em belas imagens porém infantis. Quando adulto, ele não pode
dar-lhe crédito e isso o deixa sem crença nenhuma – um ateu, sofredor, pois se
torna introvertido, não reconhecendo nenhum poder fora de si mesmo.

P. A vida nas cidades é uma ajuda ou um impedimento para alguém alcançar a


consciência do “Eu”?

R. Estou entre aqueles que acham que as condições externas da vida são
secundárias. O importante é o que são as pessoas no íntimo de sua mente.
Não importa se moram no campo ou na cidade. O que o homem deve
aprender, quando se torna consciente, é alcançar os planos, onde lhe será
ensinado como criar ao seu redor uma aura de proteção. Quando o homem
vibra em direção da Mente Divina, ele vive nessa vibração e não se importa
com o ambiente.

P. O sr. recomendaria a nós, mulheres que não somos obrigadas a ganhar a


vida, a ficar em casa, satisfeitas de poder fazê-lo?

R. Não, senhora. Não satisfeitas de ficar em casa, mas satisfeitas de ter a


oportunidade de poder melhorar a mente e suas possibilidades internas,
procurando elevar-se aos planos superiores. Então, o seu marido, voltando à
casa, saberá que se acha com alguém que estava perto de Deus. Cada mulher
em seu lar pode tornar-se uma força poderosa para o bem. Ela pode utilizar
seu tempo livre para gerar paz, saúde e amor para o mundo. Se sinceramente
e com perseverança dedicarem-se a isso, podem ter certeza de que ficarão
muito ocupadas, pois é um trabalho duro.
Karma

O nosso tema de hoje é falar acerca do que se chama “Karma”.*

(*) Karma – Lei de causa e efeito; a consequência tanto do bem como do mal, praticados no
passado.

Encarnando, o homem tem de enfrentar três tipos de karma: o karma racial, o


karma grupal e o karma pessoal.

Quando a alma está para retornar ao plano terrestre, os Senhores do Karma ou


Senhores da Vida e os Anjos da Sabedoria mostram-lhe o tipo particular de
corpo, o tipo particular de grupo ou de família e o país onde a alma pode fazer
o maior progresso. São-lhe mostrados diversos caminhos para atingir sua
meta, caminhos que conduzem ao mesmo alvo: a superação de uma fraqueza
enraizada na alma. É como se alguém, querendo ir a uma cidade determinada,
olhasse para um mapa e após reflexão, escolhesse o caminho que mais lhe
convém. Assim, a totalidade de sua futura vida é esboçada diante da alma.

Tendo deste modo tomado conhecimento de suas possibilidades na Terra, a


alma vai para o plano de espera. Este é um plano de perfeita beleza e paz. Ali,
sob a influência do ambiente, a alma esquece o propósito de sua futura vida.
Pouco a pouco sente-se atraída cada vez mais para perto da aura terrestre, do
país que havia previamente escolhido e dos seus futuros pais. Finalmente,
entrando na aura da mãe, desde o terceiro mês da gravidez, lá permanece até
o nascimento da criança. Durante este tempo, adapta-se ao tipo da raça, ao
tipo mental da família na qual encarna e, por seu lado, influencia a formação do
corpo que usará. Essa é a explicação das características particulares de raça
ou de família que a criança recebe. O espírito está presente na aura e, sob a
direção dos Anjos da Forma, participa na construção de sua futura moradia.
Um espírito que sabe que tem de encarnar num corpo defeituoso, ajudará,
segundo o caso, na formação de um corpo aleijado, deformado ou doentio.

Não lhes posso fazer a demonstração da veracidade daquilo que digo, pois sei
que alguns dentre vocês não me acreditarão facilmente. Não tem importância.
O principal é que suas mentes se ponham a trabalhar. Analisando, criticando e
meditando sobre aquilo que ensino, vocês tocam seu Eu Superior; a memória
subconsciente acorda e vocês começam a saber que isso é a verdade. Vem,
então, uma vaga compreensão do porquê de um certo tipo de corpo, do porquê
de certas tendências familiares.
É possível que vocês encarnem, por uma vida, na Inglaterra, na América ou na
França. Tudo isso não acontece por acaso, mas para assim adiantar a
evolução naquele lugar ou ambiente determinado. Vocês querem dizer-me que,
talvez, em lugar de adiantá-la, venham a retardá-la. Pode também ser verdade.
Algumas almas encarnam com o propósito de vingança. Muitas vezes,
também, os renegados de um país encarnam nele, de novo.

Falei a vocês, diversas vezes, de camadas, as mais baixas da população de


Londres, levando, ao lado de vocês mesmos, uma vida quase sub-humana.
Uma tal situação é geralmente provocada pelo karma racial. Talvez no
passado, vocês levaram a guerra e desgraça a um país que chamavam de
“selvagem”. Talvez vocês tenham invadido suas terras e profanado seus
templos, desprezando seus credos. Talvez vocês os tenham perseguido,
porque essas almas primitivas, em conformidade ao seu nível evolutivo,
criaram para si uma imagem de Deus que lhes era mais compreensível, e que,
para vocês, se apresentava como “ídolos desprezíveis”. Assim atormentando-
os, fazendo-os desencarnar em massa, vocês criaram um karma racial. Agora,
essas almas pouco evoluídas encarnam entre vocês, que têm a
responsabilidade delas, de sua educação, de suas necessidades vitais. Este é
um exemplo de karma racial.

Quanto ao karma pessoal, cada um de vocês encarna em circunstâncias


determinadas para poder corrigir os erros do passado. Pode ser que alguém
fosse, na vida anterior, um grande intelectual que tenha utilizado todos os dons
de sua mente só para si, e não para o progresso da humanidade. Ele voltará
então com a capacidade intelectual limitada. Embora, no fundo de si, tenha
consciência de seus conhecimentos, será incapaz de expressá-los ou, talvez,
poderá expressá-los apenas em pequena parte. Suponhamos que um outro
humano fosse cruel. Muitas vezes as pessoas que foram mentalmente cruéis,
que não se incomodavam de ferir outras almas com palavras ou procedimentos
duros, ou mesmo pela frieza ou indiferença ao sofrimento alheio, voltam num
corpo praticamente desprovido da mente. São deficientes mentais.

Muitos que, no passado, mutilaram corpos alheios, que tomaram parte em


algumas crueldades, talvez em nome da religião, voltaram como aleijados ou
cegos. Alguns, que hoje em dia vivem em tais corpos, são os que participaram
na Inquisição Espanhola.

Vocês perguntar-me-ão a respeito dos que voltaram mutilados da guerra. Eles,


no passado e em outras guerras, mutilaram corpos de seus semelhantes. Em
cada caso, O espírito possui pleno conhecimento de que a alma está livrando-
se dos erros do passado.

Acontece, às vezes, que um homem tem de viver, por muito tempo, na


escuridão ou incapacitado e, no entanto, ele permanece cheio de coragem e de
ânimo. É porque o Eu Superior, sabendo que a alma está resgatando suas
dívidas e que o preço será inteiramente pago, lhe envia seus raios. É o espírito
que abre o caminho da libertação dos nascimentos.

Muitos dentre vocês dizem que não querem mais voltar à Terra: preferem
permanecer no mundo espiritual. Todavia, tendo progredido naquele mundo e
tendo passado lá um tempo prolongado, se lhes perguntassem se quereriam
reencarnar para ajudar a outros pelo seu exemplo e suportar algum sofrimento,
não haveria nenhum de vocês, presente aqui, que o recusasse. E quando volta
com esse fim, o espírito tem tanto entusiasmo que pode enfrentar todas as
dificuldades, e, apesar destas, a radiação que dele emana torna-se uma fonte
de inspiração para todos que o encontram.

As almas novas são geralmente descontentes, mesmo se possuem saúde,


conforto e instrução. O descontentamento e o desejo insaciável são indícios de
almas pouco evoluídas. Elas são como crianças deixadas sem controle diante
de uma mesa cheia de doces: querem comer de tudo. Não sabem escolher,
não sabem parar a tempo e ficam doentes. Uma alma “velha” – evoluída –
contenta-se com as coisas simples da vida, pois já acumulou muita experiência
e aprendeu a louvar a Deus em todas as circunstâncias. Ela sabe que a Terra é
uma escola onde está aprendendo uma lição que a tornará mais sábia e mais
experimentada, quando vier seu tempo de dirigir a evolução de um planeta
novo.

Perguntas e Respostas
P. Há possibilidade de conhecer a totalidade do “karma” que temos a pagar?

R. Quando os Senhores do Karma instruem a alma como fazer o maior


progresso, geralmente não mostram todo o karma que foi amontoado durante
as existências passadas, pois isso poderia desanimar a alma que volta a
encarnar. Quando vocês sofrem e se rebelam contra este sofrimento, achando-
o injusto, na realidade haveria razão para se alegrarem, pois o sofrimento traz
a compreensão e a purificação, que ajudam a alma a libertar-se das condições
que criara para si mesma no passado. Há a lei de causa, de atração e de
efeito. O homem possui um corpo composto de células que mudam
continuamente. Em acordo com o tipo de seus pensamentos, o homem atrai
elementos mais ou menos puros e perfeitos. À medida que seus pensamentos
se elevarem, as células irão transmutando-se. Ao desencarnar, o corpo
humano se desintegra e as células voltam aos elementos a que pertencem.
Reencarnando de novo, o homem atrai as mesmas células que eram suas na
vida passada. Se ele deixou atrás de si uma só célula negativa – não
transmutada – ela continuará existindo, até a futura volta do homem. Então,
este a atrairá de novo e terá de trabalhar para transmutá-la e purificá-la. Tudo
que o homem joga na corrente da vida, voltará a ele um dia. Ferindo uma alma,
ele cria uma emanação que começa a tomar forma, e um dia, nessa ou numa
outra vida, ele terá de enfrentar a consequência de seu ato. Isso poderá
manifestar-se como uma célula deformada que se fixar na sua aura, para
penetrar no fluxo sanguíneo. Haverá, então, nesse ser, um germe, que um dia
se tornará ativo. Uma grande cólera, por exemplo, poderá resultar numa
inflamação. Cobiça ou inveja poderão atrair um germe como o de câncer. É
frequente que um germe – em consequência de uma vida passada – esteja
presente na corrente sanguínea desde o nascimento, mas não se torne ativo
até que alguma emoção o vivifique.

P. Se alguém encarna pela primeira vez, é livre de doenças?

R. Os que encarnam pela primeira vez são geralmente estes tipos humanos
gentis, simples e sadios, que nascem nas regiões campestres e saudáveis.
Eles não possuem um intelecto brilhante, mas tem um corpo quase perfeito;
vieram dos reinos: mineral – vegetal – animal. Geralmente não se encontram
doenças numa alma nova.

P. Se o cérebro humano é o instrumento da alma, através do qual ela aprende


sua lição da vida, como essa alma poderá aprender essa lição se o cérebro é
defeituoso?

R. Tomemos o exemplo de um rapaz mentalmente defeituoso. Olhando para


ele do lado espiritual, poderá ser comparado com alguém que tenha um pé
inchado, dentro de um sapato apertado. Isso afetará toda a perna e irá até o
cérebro; este registrará que a perna não pode funcionar normalmente. Do
mesmo modo, o Eu Superior de alguém mentalmente defeituoso sabe que a
pessoa encarnou em tais condições com a finalidade de sentir e compreender
as limitações mentais. Essa pessoa, em seu estado de consciência superior,
sabe que tem de usar um cérebro deficiente, assim mesmo como em nosso
exemplo, o homem sabe que está usando um sapato apertado. Nessas
condições, o nosso rapaz sentirá, de vez em quando, uma grande tristeza,
sabendo que não é normal como os outros rapazes. Nestes momentos de
lucidez, haverá um grande sofrimento, e o Eu Superior, consciente disso,
enviará uma mensagem até a mente do rapaz e ele compreenderá que é deste
modo que deverá aprender sua lição.

P. Pode acontecer que a encarnação tome lugar para que a alma possa
aprender somente um ou dois pontos determinados?

R. Sim, pode ser um só.

P. As encarnações se fazem tanto num sexo como no outro?

R. Sim. No mundo espiritual não há sexo, como vocês o entendem. Se alguém


foi duro e intolerante, então, para desenvolver qualidades de ternura e pagar
seu karma, encarnará num corpo feminino e aprenderá suas limitações. Uma
mulher, pelo contrário, encarnará num corpo masculino para compreender
melhor o modo masculino de pensar.

P. Por que muitas pessoas que tomaram o caminho espiritual, enfrentam-se


com dificuldades por todos os lados?

R. Isso é feito para testar a força da alma. Quanto mais ela for forte, mais
dificuldades estarão postas em seu caminho. Mas, cada obstáculo sendo
superado, uma parte do karma é pago.

P. Por que, então, dizemos na oração: “Não nos deixeis cair em tentação”?

R. Vocês não o dizem corretamente, pois deveria ser: “Não nos abandoneis
quando em tentação”.

P. A obsessão é um karma diferente?

R. Completamente diferente. A obsessão é uma abertura prematura dos


centros psíquicos. É como se uma casa, com tesouros dentro, fosse deixada
com as portas abertas e sem ser guardada, de modo que qualquer ladrão
pudesse entrar.

P. A obsessão pode suceder desde o nascimento?

R. Não.

P. Alguns caem neste estado, inconscientemente?

R. Eles abrem, inconscientemente, suas portas psíquicas.

P. Às vezes uma criança de 6 ou 7 anos é obsedada.

R. Geralmente isso não acontece antes da adolescência.

P. Se, durante a gravidez, a futura mãe é atormentada, isso afetará a formação


da criança?

R. Somente se a criança não for desejada. Não há, no entanto, uma verdadeira
mulher que não sinta felicidade, esperando a vinda da pequena vida. Ela pode
estar preocupada no sentido material, mas dentro dela há um estado de calma
e de beleza.

P. Às vezes uma mulher sensível e em estado de gravidez, tem de suportar


muito da sua família ou do marido.

R. Isso só fortalecerá o amor dela para o pequeno ser. Contudo, o ambiente


hostil poderá criar nervosismo no caráter da criança. Talvez uma retração do
mundo externo ou uma aversão pelo ruído. Todavia, tais circunstâncias
poderão marcá-la apenas externamente. Talvez, ela suporte mal o barulho,
mas sua alma poderá ouvir uma bela música. Ela poderá ter uma profunda
sensibilidade às cores, influenciando sua imaginação e glorificando todo o seu
ambiente. Mas, como essas qualidades não serão perceptíveis para os que a
rodeiam, ela parecerá apenas muito sensitiva e retraída.

P. O sr. poderia dizer-nos o que acontece em caso de uma morte repentina ou


por acidente?

R. A morte repentina ou por acidente é, para a alma em si, um bom modo de ir


embora, mas é penoso para os que ficam. Na maioria dos casos da morte
violenta, o anjo guardião dá uma inconsciência momentânea, de modo que a
pessoa que desencarna não sente o choque.

P. Todos atingirão a perfeição?

R. Seguramente. Quando não houver mais almas mórbidas, nem mais matéria
deteriorada, o mundo atingirá uma certa perfeição. Eliminando os maus
pensamentos, procurando a perfeição – em pensamentos, em metas e em
ações – vocês criam uma estrutura física, astral e espiritual mais pura. Quando
voltarem à vida terrena, encontrarão só o bem que criaram. Então, terão um
corpo perfeito, que lhes permitirá fazer um trabalho melhor para o progresso de
todos.

P. Uma vez o sr. nos disse que certos guias negam a reencarnação. Estes
espíritos evoluídos não possuem a memória de suas vidas passadas?

R. Os espíritos evoluídos possuem a memória de vidas passadas e sempre


continuam a procurar o progresso e a sabedoria. E eles ensinam a vocês a lei
da reencarnação. Mas há, também, outros espíritos que podem entrar em
contato com vocês e que, satisfeitos com o mundo que acharam após a morte,
não procuram saber nada mais. Tomemos o exemplo de um homem que viveu
na Terra uma vida humanamente muito boa. Ele não é um espírito evoluído,
como você acaba de dizer, mas um homem bom. Depois de desencarnar, acha
o mundo espiritual tal como o esperava. Feliz de ficar ai, ele não procura nada
fora desse plano. Portanto, com perfeita sinceridade, ele pode dizer a vocês
que não sabe nada sobre a reencarnação. No entanto, virá o tempo em que ele
deverá dar um passo mais para a frente e voltar à Terra. O Plano Divino é a
evolução e nada fica parado. Mesmo se o nosso homem passa dois ou três mil
anos no mundo espiritual, um dia terá de voltar à Terra e então aprenderá que
há reencarnação.

P. Esse homem tem sorte, pois quando voltar, espero, achará o mundo mais
civilizado que hoje em dia.

R. Enquanto não houver maior perfeição no homem, não haverá uma


civilização verdadeiramente grande. Houve já, no mundo de vocês, civilizações
maiores do que a atual. Havia Mu, – Lemúria –, Atlântis, Egito, Babilônia e
outras, cujos nomes lhes são até desconhecidos. Que sobrou delas? Algumas
deixaram um pouco de pedras quebradas. No entanto, no seu tempo, eram
magníficas. As civilizações crescem e declinam depois de um determinado
ciclo. Das almas que ali viviam, algumas continuam encarnadas, várias estão
nos mundos celestiais, e outras, ainda, cuidam da evolução em diversos
planetas ou sistemas solares. A verdadeira civilização tomará lugar somente
quando os homens se tornarem unidos e fraternos: quando reconhecerem que
cada ser humano, cada animal, é um irmão ou irmã. Os que querem evoluir
deveriam trabalhar em união para o progresso da humanidade, tornando-se
assim uma força para o bem. Deveriam, também, sempre lembrar que os
“irmãos cinzentos” procuram desagregar tudo que constitui uma força para o
bem. Eles exercem sua influência destroçadora, agindo sobre as fraquezas
humanas, por exemplo sobre a vaidade, incitando o homem a um rompimento
com seu Grupo, Igreja ou Escola. Sabendo que é assim, a “união”, deveria ser
a senha dos espiritualistas, e o amor e tolerância – seus conselheiros.
Mu e o Culto da Mãe Divina

Muitos dentre vocês ouviram falar da Atlântida. Hoje, gostaria levá-los de volta
a uma época bem anterior – talvez uns 60.000 anos antes da Atlântida – ao
florescimento da civilização Muriana.

O continente de Mu era o berço da humanidade e foi do ensinamento religioso


de Mu que a humanidade herdou a veneração da Mãe Divina e do Filho.

Em Mu, a Mãe Divina era representada como uma mulher muito bela, em
vestes azuis semeadas de estrelas, coroada do disco lunar e segurando nos
braços a Criança Divina. Esta representação existe, ainda hoje, entre os
Cristãos. O homem, seja ele Cristão, Muriano ou Osiriano, reverencia sob
diversas formas, sempre, o mesmo Grande Princípio: a Primeira Emanação
Divina – o Espírito Santo. Nos primeiros tempos da humanidade, a Mãe Divina
era chamada de Espírito Santo e considerada como Mãe da toda humanidade
e de tudo que vive e respira.

Em Mu, os Espíritos Planetários caminhavam e conversavam com a


humanidade. Com o decorrer do tempo e à medida que, entre os homens, o
aspecto da Verdade mudava diversos nomes foram dados aos mesmos
Grandes Seres. Eles foram chamados de Anjos, de Arcanjos, de “Filhos de
Deus”, de “Espíritos Diante do Trono” e de outros nomes ainda. Vocês podem
chamá-los como prefiram.

Mu era um lugar de grande beleza. Foi lá que a humanidade infantil aprendeu a


manter-se erguida, e, sob a direção de seus Instrutores Angélicos, que
trouxeram à Terra muitos alimentos, os homens aprenderam a trabalhar a terra,
a semear e colher, para poderem alimentar-se.

Foi também em Mu que o homem recebeu dos Senhores Angélicos o Sopro


Sagrado que o tornou, até um certo ponto, participante de Sua sabedoria. Por
muitos milhares de anos, Mu conheceu uma civilização maior do que qualquer
outra que vocês imaginem haver existido.

Com o tempo, Mu completou seu destino. A humanidade multiplicou-se e


espalhou-se em todas as direções e Mu foi submergida. Seus habitantes e
descendentes destes tornaram-se habitantes da Atlântida.
Essas coisas ainda não podem ser provadas. Vocês podem apenas acreditar
em minhas palavras, referentes à civilização Muriana e ao antigo culto da Mãe
Divina, o Espírito Santo, o “Ouvido e Coração de Deus Pai”.

Gradativamente o culto da Mãe decaiu e posteriormente, na Atlântida, recuou


mais e mais, cedendo lugar ao culto do Pai.

Os primeiros Atlantes eram adoradores do Fogo e do Sol, e estes cultos deram


inicio a muitas crenças do antigo Egito.

Os Atlantes levavam seus credos a todas as partes da Terra conhecidas


naquele tempo, e foi desde aquela época – e até os tempos modernos – que os
sacerdotes começaram a deturpar a Verdade. Para impressionar e atrair o
povo e fundar templos nos lugares onde haviam levado um estreito raio da
Verdade, eles afirmavam que A possuíam inteiramente.

A humanidade primitiva sabia que seus Grandes Instrutores Divinos vieram –


como ela o dizia – dos “Fogos do Céu”. Isso deu início ao nome de “Chamas
Divinas”. Assim, através dos milênios, havia o culto do Sol da Lua e das
Estrelas, domicílios dos Seres Divinos.

A Cruz, também, existiu desde o começo dos tempos e era um símbolo


reverenciado na Terra, através de todas as épocas: um símbolo da Fé Eterna e
da descida do Espírito Santo à matéria.

Os “Totens” e as representações egípcias das divindades com cabeça de


animais simbolizavam forças Solares, Lunares e Estelares. Até hoje, entre
vocês, existem superstições de que uma representação de um elefante, de um
urso ou de um cão traz sorte e, talvez, vocês perguntaram-se de onde vieram
essas crenças.

Na infância da humanidade, a constelação da Grande Ursa era considerada


como domicílio dos Seres Divinos, pois os Espíritos Planetários das sete
grandes estrelas que compõem essa constelação eram Os que dirigiam o
progresso da humanidade.

Muitas pessoas – sem compreenderem seu simbolismo – usavam amuletos


representando um urso e, mais tarde – nos tempos egípcios – amuletos
semelhando uma divindade com cabeça de cão – o símbolo da estrela Sírio.
Estes amuletos que simbolizavam um aspecto da Verdade, eram dados ao
povo pelos sacerdotes. Através de toda a história da humanidade, os
sacerdotes davam ao povo diversos símbolos que ocultavam algum aspecto da
Verdade, sem divulgar seu sentido real. Hoje em dia os homens brigam, ainda,
por causa de certos símbolos, sem compreender seu significado, e até por
causa de mitos inventados pelo próprio homem.
Agora, vocês entram numa nova Era, um novo ciclo em que não devem mais
ser como crianças. Devem elevar-se e utilizar a inteligência que os Deuses lhes
deram. Devem aprender a pensar e raciocinar por si mesmos, para que os
Cristos de todos os tempos lhes possam ser revelados, em toda Sua glória:
não apenas um Raio, mas muitos Raios da Divina Jóia da Verdade.

Os Guardiões Angélicos da sua raça esforçam-Se de novo, como Se


esforçaram no passado, para desenvolver sua mente, para que esta possa
voltar ao passado e alcançar o seu Criador; para que de novo vocês possam
sentir-se protegidos nos braços da Divina Mãe, sentir Seu Amor, Seu Sopro de
Vida.

Não lhes peço que aceitem uma só palavra do que digo, sem primeiramente
meditar sobre ela, sem pedir a Luz dos que os dirigem, sem invocar a presença
dos Anjos que os vigiam, como sempre vigiaram.

Vocês são seres duplos, triplos, quádruplos, quíntuplos, sêxtuplos, e através


destes diversos princípios de sua natureza, podem tocar conscientemente os
planos espirituais; podem caminhar e falar com Mensageiros Divinos, como
vocês o fizeram no começo dos tempos.

Se vocês procuram o Aspecto Materno – a Divina Mãe – sentirão, vindo Dela,


uma grande paz, um grande amor e o desejo de transmitir a sabedoria aos
filhos da Terra.

Geralmente vocês não se perguntam de onde vêm seus pensamentos bons ou


maus. Procurando o amparo da Mãe Divina, sua mente receberá pensamentos
de pureza, de amor e de beleza. Vocês não serão mais sujeitos ao desespero,
à depressão, sentindo-se limitados, incapazes e fracos. O Aspecto Materno de
Deus compreende a dupla natureza humana de Seus filhos. E se vocês
consagrarem todos os dias dez minutos para passá-los na presença da Santa
Mãe, verão que serão cingidos com tanta força interna que nenhuma projeção
de cólera, nenhuma projeção de ódio poderá atingi-los. Nenhum mau
pensamento poderá danificar seu corpo ou afastar sua mente da Verdade, pois
na presença da Mãe tornar-se-ão santos e purificados. Ela lhes dá tudo para
elevá-los e torná-los filhos dos quais poderá orgulhar-se.

Aproximando-Se da aura terrestre, ela toma uma forma humana rarefeita, que
pode ser vista durante a meditação. Então, poderão sentir ainda mais Sua paz,
Seu amor e compreender realmente como Ela e o nosso Pai Deus, descendo
na matéria, manifestaram-se através dos Grandes Enviados Crísticos – o Cristo
de Todos os Tempos.

Muitas vezes ouve-se a pergunta: “Existe mal em Deus?” Não. O mal não
existe em Deus. Mas o mal existe neste mundo, que é um campo de
experiência de Seres altamente evoluídos, os Quais, em um tempo muito
remoto foram humanos, como vocês, e não ultrapassaram completamente os
desejos da personalidade.

Estes Seres – Anjos, ou Regentes de outros planetas – adquirindo a


experiência na formação do planeta Terra, ficaram presos às redes dos
desejos, ficaram sujeitos aos pensamentos inferiores de orgulho, de inveja ou
outros. Esses pensamentos permaneceram vivos na esfera negativa que
circunda a Terra.

Apesar do grande amor envolvente da Mãe Divina, apesar do auto-sacrifício do


Divino Aspecto Filial, o mal infiltrou-se na aura terrestre desde o começo e a
humanidade infantil, tendo uma mente maleável, ficou receptiva a essas
influências.

A Terra se libertará do caos e da violência, de guerras e de doenças, somente


quando cada ser humano compreender suas próprias potencialidades divinas.
Até lá, o grande fluxo de iniquidade espalhar-se-á, sempre mais.

Quando, em Mu, o homem aprendeu a andar em posição vertical e recebeu a


Chispa Divina, ele se tornou independente dos que poderiam ser chamados de
Guias Grupais. Os animais estão ainda sob a direção grupal, os seus planetas,
do mesmo modo; os pássaros, com seu instinto de migração são regidos por
guias grupais, e a humanidade primitiva também o era.

Recebendo o Sopro Divino, o homem tornou-se consciente de Deus; tornou-se


Seu filho adotivo. Este sopro que homem recebeu, deu-lhe a capacidade de
pensar, de ter vontade própria, bem como a possibilidade de realizar,
conscientemente, a união com os planos espirituais.

À medida que essas mudanças tomavam lugar na Terra, os Anjos Planetários


iam retirando-se mais e mais. No entanto até hoje vocês estão, de um certo
modo, sob a direção do Anjos Planetários que lhes insuflaram o Sopro
Sagrado, e este Sopro continuava a atraí-los sempre mais e mais para perto da
união com a Consciência Divina.

A história da humanidade menciona que havia gigantes na Terra. Os gigantes


da mitologia eram os Regentes Angélicos de outros planetas. Eles eram
gigantes mentais.

Os Anjos Planetários vigiaram a humanidade através de todas as eras. Os


homens – Seus filhos no início – usaram, era após era, diversos “casacos de
pele” e atraíram a si, em diversas vidas, inúmeras substâncias atômicas. Mas o
Ser Real, aquela parte de vocês que usa o cérebro apenas como um aparelho
de recepção e de transmissão, é contínuo, permanente. Esse Ser Real viveu,
pensou e possuiu consciência antes de vocês encarnarem e continuará a fazê-
lo depois que afastarem de si seu corpo físico, que hoje lhes é tão íntimo.
Vocês, na qualidade de Filhos de Deus, estão ligados a tudo que vive e que
respira. Devido ao Anjo Planetário que, no início, lhes transmitiu o Sopro
Sagrado, vocês pertencem a um dos Raios Divinos, bem como a um dos Anjos
ou Elohim Planetários. Este Raio subsiste através das encarnações, como um
fio que passa através das pérolas de um colar. Ele lhes dá uma afinidade com
determinados animais, plantas e minerais. Quando vocês desenvolvem a
Consciência Divina, começam a compreender sua ligação com essas criaturas
e coisas, e a conscientizar que elas também são suas irmãs e irmãos, embora
de uma espiral inferior, e que dependem de vocês, no que diz respeito às
condições boas ou más daquele planeta que habitarão, um dia, como seres
humanos.

Compostos de matéria atômica, vocês são como ímãs: atraem ou repelem


átomos bons e maus. Vocês possuem em si o poder de mudar suas próprias
condições e as do mundo, mas falta-lhes a fé. A consciência do Divino falta-
lhes tanto que vocês não acreditam em suas próprias possibilidades; e, se não
acreditam, não podem trazer ao mundo paz, saúde, abundância e alegria.
Portanto, procurem utilizar o poder que Deus lhes deu, compreendam que,
tendo recebido o Sopro Divino, vocês se tornaram uma parte de Deus, uma
alma capaz de criar uma imagem no fluxo sanguíneo do Todo Poderoso Pai do
Universo. Depende somente de vocês desenvolverem em si os Atributos
Divinos.

Procurem a força interna, presente em cada um e esforcem-se para usá-la na


elevação da humanidade. Criem a imagem de um mundo perfeito, de corpos
sadios e mentes harmoniosas, um mundo cheio de felicidade, de paz, de som e
de cor, e verão o fruto de seu trabalho. Façam uma experiência: tomem uma
pessoa, uma família ou mesmo um lugar onde reine a desarmonia e pratiquem
por um ano a concentração, dirigindo à pessoa ou lugar escolhido, tudo que é
belo, harmonioso e sereno. Constatarão por si mesmos a verdade daquilo que
digo. Não lhes falo de coisas que não podem realizar. Tudo o que precisam é
uma fé abundante e amor para com seu Pai no Céu.

Procurem compreender que, no começo dos tempos, não foi Deus Quem os
criou na Sua semelhança, mas foram os Regentes Planetários de outros
mundos, os Elohim, que os criaram segundo a semelhança Deles, e todas as
fraquezas que havia Neles, há em vocês também.

Se seu guia planetário for o Regente de Marte, a pessoa poderá reagir a essa
vibração com o lado mais baixo ou o lado mais elevado de sua própria
natureza. Poderá ser cheia de ódio, de baixeza, de mesquinhez ou, ao
contrário, cheia de entusiasmo, de retidão, de inspiração.

Vocês não podem culpar Deus, mas só a si mesmos se ainda não aprenderam
a corresponder de um modo construtivo às vibrações planetárias, se são ainda
levados por impulsos cegos, em vez de usar seus dons divinos de razão, de
intuição, de fé e de amor.

Se alguém pertence ao Raio Saturniano, isto é, se o Anjo do Saturno tenha-se


tornado, no começo, seu Pai no Céu, este Anjo o provará em sua vida diária e
ele encontrará o fracasso em seus desejos egoístas: encontrará todos os tipos
de barreiras, se aquilo, que faz é apenas para si. Mas logo que esquecer a si
mesmo, Saturno vira-se e mostra seu lado belo: aparece como Iniciador como
Senhor da Justiça.

Se o Pai no Céu de algum outro for Júpiter e ele esforçar-se por alcançá-lo,
tornar-se-á alguém que ama o Templo de Deus e faz tudo para adiantar o
trabalho do Mais Alto.

Tornar-se-á curador, instrutor e líder em tudo que é ligado à lei e religião. Mas,
se este homem responder apenas ao aspecto inferior de Júpiter, então ficará
um ser extravagante, sujeito aos excessos, ou uma pessoa autocomplacente,
deixando-se viver e esperando que tudo corra bem, sem fazer nenhum esforço.
Isso, no entanto, resultará em seu declínio e ela poderá cair na bebida ou em
outros baixos desejos carnais.

Sob o Raio de Vênus, o ser humano poderá ser artista, amar o belo e
responder aos pensamentos puros e elevados, ou – no arco inferior – vaidoso,
falador, afetado, negligente e relaxado.

Qualquer que seja o Raio de alguém, quem quer que fosse no começo seu Pai
no Céu, somente seu livre-arbítrio, sua livre escolha do caminho de vida,
poderá conduzir esse alguém para cima ou para baixo. Frequentemente os
dois “eu” lutam dentro do ser humano. Um procura o caminho ascendente e o
outro lhe opõe uma filosofia que diz: “tudo correrá bem por si mesmo; se não
alcanço o céu nesta vida, alcançá-lo-ei numa futura e, quem sabe, talvez não
haja nenhum céu”, quando, neste estado mental, vocês passam para o nosso
lado, tornam-se apressados para reencarnar e voltar de novo à roda da vida.

Procurei não lhes cansar demais com a teologia, mas lhes dei o mesmo
ensinamento que era dado nos templos da Mãe Divina no continente de Mu,
onde o homem aprendeu a manter-se erecto e onde recebeu o Sopro Sagrado.

Este assunto é tão vasto, que para ensiná-lo a vocês, precisaria de uma vida
humana inteira.

Lembrem que nos reunimos aqui como uma grande família, para tocar a fonte
da Verdade, e que as coisas que pedimos nos serão dadas.

Perguntas e Respostas
P. Nos continentes antigos existiu o símbolo da árvore e da serpente?
R. A árvore, desde sempre, era o símbolo da Mãe, e a serpente, subindo, o
símbolo da sabedoria.

P. Quero saber de onde vieram as fraquezas dos Regentes Planetários.

R. Procurei explicar-lhes que Eles, em Seu tempo, foram também humanos nos
outros planetas e que não ultrapassaram totalmente certos aspectos inferiores.

P. Qual é a origem do mal?

R. O mal é como se fosse um fungo. Em si mesmo é apenas o lado inverso do


bem. Como lhes disse, o primeiro mal começou por rivalidade entre os Anjos;
rivalidade e inveja. Não creio que a rivalidade, hoje em dia, seja considerada
como um mal, mas isso foi o começo do mal neste planeta, e veio dos Anjos e
do seu orgulho. Este e a inveja deram início ao mal. Orgulho – por terem sido
escolhidos por Deus para levar à frente o trabalho da criação sobre a Terra;
inveja – por causa de três Anjos que, mais receptivos ao influxo do Amor Divino
– foram chamados por Deus para receber novas instruções. Os que não foram
chamados quiseram continuar o trabalho por Si mesmos e pronunciar a Palavra
Criadora. Mas Deus, sabendo disso, causou o esquecimento nas mentes
destes Anjos, de modo que não souberam pronunciar a palavra corretamente.
Eles deviam esperar instruções Divinas, mas ficaram impacientes. Penso que a
impaciência foi a primeira culpa, o orgulho e a inveja – a segunda e terceira.

P. Então, pergunto-me se a origem do mal não estava na ignorância, no fato de


saber menos.

R. Não sei se podemos dizer “saber menos”, porque a Eles foi dada até a
Palavra Criadora, mas Sua mente tornou-se incapaz de receber da Mente
Cósmica o Som inteiro. No entanto, tenho de dizer a vocês que sou limitado
para explicar-lhes essas coisas, pois devo ensinar-lhes somente aquilo que sei
e aprendi a respeito da evolução deste planeta e deste sistema solar. Talvez
daqui a dois milhões de anos, quando soubermos mais e nos encontrarmos de
novo, possamos continuar esta conversa.

P. O sr. disse que o mal começou pela impaciência, inveja e orgulho.


Atualmente o mal existe em forma muito mais acentuada e brutal: é o ódio, o
desejo de ferir. De que modo os erros primitivos tomaram uma forma tão
violenta como a que existe hoje?

R. Isso é a consequência do mau uso do livre-arbítrio humano. O homem


segue suas tendências inferiores e elas modelam seus pensamentos. Muitas
idéias de impaciência, somadas, podem levar a um homicídio; muitas
concepções irritantes – a uma guerra; muitos pensamentos inamistosos podem
causar uma doença. É um assunto muito vasto. Apresentei-lhes apenas alguns
aspectos. Seria conveniente que meditassem acerca disso.
P. Acredito que cada um de nós tem seu guia pessoal. Seria possível contatá-
lo através do escrever automático? Ou seria melhor procurar o contato no
plano mental?

R. Aconselho a todos vocês trabalharem para desenvolver seu plano mental, e


na medida em que procurarem o contato com seu guia, este contato se fará.
Pelos exercícios respiratórios e outras disciplinas, vocês podem desenvolver
suas possibilidades interiores. Então, com o ouvido interno poderão ouvir seu
guia no plano mental. Não é aconselhável procurar contatá-lo pelo escrever
automático, a não ser que possuam clarividência e uma sensibilidade
altamente desenvolvida, das condições astrais.

P. É possível sentir sua presença, sem ficarmos receptivos aos seus


pensamentos?

R. Sentindo sua presença, começarão também a sentir os pensamentos vindo


imprimir-se na sua mente. Analisando e julgando a qualidade das idéias
poderão entrar plenamente nesse estado de transmissão de pensamento, sem
ouvir uma voz.

P. Os nossos guias nos protegem e nos resguardam contra acidentes?

R. Nem sempre os podem resguardar dos acidentes, pois para poder fazê-lo, o
guia deveria materializar-se parcialmente, e isso não é possível a não ser que
vocês possuam o poder de dar-lhe a substância necessária. Vocês não devem
considerar seu guia como um tipo de “babá” superior, embora até um certo
ponto, ele os proteja. É possível, também, que um acidente seja necessário
para que vocês venham a aprender uma lição.

P. Podemos pedir-lhe ajuda?

R. Com certeza, mas não devem tornar-se demais dependentes de seu guia.
Lembrem sempre que a ajuda deve ser recíproca. Tanto vocês como eles
ajudam-se mutuamente pela qualidade de seus pensamentos. É um dar e
receber.

P. Diferentes guias podem dar-nos diferentes tipos de ajuda?

R. Sim, mas os guias superiores podem ser alcançados somente no plano


mental. Pode acontecer, por exemplo, que uma determinada qualidade
magnética de uma pessoa, lhe atrai um guia mais elevado, para realizar
através dela uma cura magnética. Mas nos casos comuns, a ajuda deve ser
mútua.

P. Se, sozinhos, procuramos elevar nossa consciência e progredir, o guia


estará conosco para nos proteger?
R. Sim, porque vocês estarão tocando um plano superior. Sempre quando
vocês se esforçam para elevar-se do material para o espiritual, são protegidos
em sua jornada através do astral. Mas, para que o guia possa descer ao físico,
o poder físico deve estar presente.

P. Pela força do nosso amor por alguém que desencarnou, não o prejudicamos
em seu progresso? Não o seguramos aqui?

R. Não creio que o amor vã prejudicar o progresso de quem quer que seja. Ou,
então, não será amor, mas um desejo egoísta. O amor deve desejar só o
progresso de seus seres amados, e eles, conscientes desse amor, vão ao
plano a que pertencem, mas de vez em quando voltam para guiá-los.

P. O sr. nos deu exemplos de manifestações nas espirais inferiores e


superiores de influências planetárias. Poderíamos realizar, do mesmo modo,
uma manifestação superior, por exemplo, da constelação de Hércules?

R. Naturalmente. Os signos zodiacais representam os trabalhos de Hércules.

P. O Divino Plano da evolução será um dia realizado?

R. Certamente. A Terra progride na direção da perfeição. Quando este


pequeno sistema solar completar sua evolução, ele se imergirá no seu pai:
Sírio. O homem deverá chegar a uma reta compreensão do Plano Divino, e
esse Plano é a perfeição. Cada homem, cada mulher se acha em um estágio
determinado da alma. A maioria errou e teve de voltar muitas e muitas vezes.
Algumas almas novas vêm através dos mundos mineral, vegetal e animal, e
encarnam pela primeira vez como humanos. É muito importante que os que se
consideram “almas velhas” – almas evoluídas – vigiem cada um de seus
pensamentos para não contaminar os novos encarnados, para que estes
possam evoluir mais rapidamente.

Se aqueles dentre vocês que possuem um certo conhecimento interno,


somente pudessem compreender sua responsabilidade! Vocês, em relação a
essas almas novas, têm um papel de Salvadores. Sim, Salvadores de futuras
raças humanas.

Quando vocês começam a procurar o Mais Alto, é porque tocam o ponto em


que a lembrança daquilo que conheceram no passado está voltando, e o
próprio fato de procurá-lo, investe vocês de uma grande responsabilidade.

Depende de vocês tornar este mundo melhor. Devido a experiências que


tiveram no passado, podem não errar mais. Não lamentem suas faltas
passadas, mas, agora e já, comecem uma vida nova. A frente de vocês há um
destino maior do que o seu mundo conheceu até hoje.
Com o tempo, este planeta chamado Terra será aperfeiçoado e tornar-se-á tal
como no começo foi concebido na Mente de Deus, antes que Ele o rejeitasse.
Ele o rejeitou por causa de suas imperfeições. Seus Ajudantes Angélicos
quiseram torná-lo perfeito, e Eles, juntamente com vocês devem realizar este
plano: fazer da Terra um planeta digno de tomar seu lugar na cadeia planetária.

Em tempos muito antigos havia uma lenda interessante. Contava que Deus Pai
estava criando em Sua mente um formoso colar, composto das mais belas
pedras preciosas – as estrelas – para adornar o pescoço de Sua Bem-Amada,
que é Seu próprio Ser. Ele dispunha pedras de todas as cores e, quando quis
criar uma especialmente notável, para colocá-la num lugar escolhido, em vez
dessa, apareceu uma pedrinha vermelha, em forma de cruz, pedrinha feia e
que parecia zangada. Vendo-a, Deus parou em Seu Trabalho, pois viu que a
pequena cruz ia estragar a beleza do colar. Perplexo, não sabendo o que fazer,
Deus olhava a pedrinha, quando viu que ela se transformava: não parecia mais
zangada: a cor e a forma mudavam. A cruz tornou-se uma estrela de cinco
pontas; a cor vermelha desapareceu, dando lugar à mais bela e diáfana
tonalidade azul. Surpreendido, Deus continuava a olhar. A estrela de cinco
transformou-se em estrela de seis pontas. E esta expandia-se e cada uma de
suas pontas projetava uma luz, sempre mais bela e brilhante, passando de azul
para lilás, de lilás para rosa e dai de novo para o azul. E Deus viu que a
pequena cruz, tão feia, se tornara a mais bela das pedras preciosas – as
estrelas – que Deus havia criado para Ela, que é o Seu próprio Ser.

Assim, amigos, essa pequena história que vem do começo dos tempos é como
se fosse uma promessa de que, se todos se esforçarem para alcançar a
perfeição, a Terra poderá tornar-se ainda a mais bela jóia da criação Divina.
Os Anjos e os Homens

Os homens geralmente não se dão conta de que um ser humano aperfeiçoado


é uma entidade superior à de um anjo.

Este, para alcançar um grau elevado na sua escala evolutiva e unir-se à


Consciência Divina, deve passar pela matéria; portanto, embora um ser
angélico, mais cedo ou mais tarde, tem de pegar sua cruz e carregá-la ou, em
outras palavras, sofrer a crucificação da matéria. O anjo, assim como um ser
humano, deve passar por todas as tentações terrestres para poder
compreendê-las. Deve conhecer o cansaço de muitas caminhadas, tropeçar na
senda, passar por dúvidas, temores e por tudo quanto constitui a vida humana.
Se não fosse assim, como poderia compreender as fraquezas terrenas e ser o
guardião do homem? No mundo dos anjos, assim como no mundo dos
homens, há muitos graus de evolução.

Os seres angélicos, pertencendo a diversas esferas espirituais, desciam na


matéria e manifestavam-se, periodicamente, na história do mundo.
Caminhando entre os homens, participando de todas as suas dificuldades e
limitações, eles abriam para si mesmos o caminho da subida na escala da
evolução, para poder chegar ao nível onde a natureza angélica e a natureza
humana se unem, permitindo a entrada na companhia de Deus.

Como poderíamos reconhecer um anjo encerrado na matéria? Não é preciso,


às vezes, procurar longe para encontrá-lo. Perguntemo-nos quem serão as
pessoas que levam uma vida abnegada, as que não dão valor ao brilho do
mundo, só desejando ajudar na evolução.

Os anjos frequentemente encarnam, tomam “o casaco de pele”, em formas e


ambientes os menos refinados, conquistando pouco a pouco o caminho
ascendente, até tornarem-se Mestres, Guardiões e Instrutores da humanidade.
Cada um de vocês está apto a seguir o mesmo caminho. As Escrituras dizem:
“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que
havemos de ser”* e também “como o homem pensa em seu coração, assim ele
é.” Para ter esta compreensão em sua totalidade, vocês precisam saber algo
sobre sua própria origem, precisam retroceder até as “brumas dos tempos”.
Como poderíamos, hoje em dia, penetrar aquela névoa dos tempos passados?

(*) I Epístola de São João, 3. 2.


Em algumas palestras anteriores falamos da cadeia endócrina, procurando
aprender um pouco sobre suas funções. Os que fazem parte de grupos
esotéricos estudaram a Árvore da Vida cabalística e seu relacionamento com a
cadeia endócrina; aprenderam também que cada glândula constitui como que
um cordão umbilical para cada um dos vários corpos do ser humano. Querendo
evoluir em qualquer plano, é preciso desenvolver o corpo correspondente ao
plano no qual queremos agir.

Os diversos corpos humanos poderiam ser comparados a certos frutos ou


legumes, compostos de vários invólucros ou camadas. Removendo a primeira,
achamos a segunda; removendo esta, achamos uma outra ainda mais
profunda. Para desenvolver estes estados da consciência e utilizar nossos
diversos corpos nos respectivos planos a que pertencem, precisamos,
primeiramente, encontrar os portões pelos quais devemos passar. Alguns
dentre vocês que descobriram recentemente o plano astral, falaram do cordão
de prata que é fixado à cabeça. Este cordão capacita o homem apenas para
viajar no mundo astral. O ser humano, no entanto, que aspira ao mais alto – ao
plano espiritual – somente poderá chegar até lá no seu corpo espiritual. O
portão de acesso a este plano é diferente, bem como outra a glândula.
Estudando o funcionamento das glândulas e a influência destas sobre a saúde
física, sobre a mente e os vários corpos do ser humano, começamos a bater à
porta da sabedoria.

Na época presente, o homem tem de fazer grande esforço para sair de uma
atitude passiva na qual ficou só, à espera de que certas portas se abram diante
dele. Atualmente, o homem começa a viver no plano mental e deve
desenvolver o poder da vontade; deve tornar-se mais ativo em sua evolução e
procurar aquilo que se acha atrás de todos os seus corpos. Ele tem de
aprender a realidade da mente e o seu poder criativo. Aprendendo o
mecanismo da mente, do órgão do Divino Pensador, o homem entra em
contato com Ele – o Ego Divino.

O grau seguinte na evolução humana é a consciência da Mente Divina, quando


tudo lhe é revelado. O alcançar este grau exige grandes esforços e grande
concentração, mas o alvo é seguro e certo. Não pode haver fracasso para
aquele que firmemente procura o fruto da Árvore da Vida, ou seja: o
conhecimento do bem e do mal. E quem deste fruto comer, tornar-se-á
semelhante aos deuses. Foi para isso que o primeiro homem – da história do
Eden – (Adão) – encarnou na matéria. Ele foi o primeiro anjo que tomou o
“casaco de pele”, o primeiro Instrutor da humanidade, o primeiro Hierofante e
promulgador da sabedoria divina.

Com o passar do tempo o homem deverá chegar a Deus pelo mesmo portão
através do qual a primeira vez desceu na matéria. Isso pode demorar eões de
tempo, levar milhares de vidas, mas no fim, o homem terá de voltar à Casa, a
Deus. Participará então novamente da Essência Divina, de toda a sabedoria,
de todo o conhecimento e compreensão.

Vocês, na maioria, são impacientes. Tendo-se tornado espiritualistas, esperam


que todos os segredos lhes sejam revelados. No entanto, sendo aceitos numa
Escola, devem em primeiro lugar aprender a trabalhar, a ousar e a calar; só
então, pouco a pouco, o aspecto da sabedoria preservado por aquela Escola
determinada, lhes será transmitido. Mas, antes disso, devem provar a seus
Guardiões que merecem receber a sabedoria divina. Devem provar que são
generosos, que são capazes de ousar, que sabem perseverar num esforço de
vontade e que sabem guardar segredos. Devem superar o orgulho do
conhecimento e aprender a verdadeira humildade; devem conhecer que o
mundo é um mundo de ilusões, e além de tudo, aprender a servir seus
semelhantes.

O símbolo da nova Era é um homem com um cântaro de água, o símbolo da


Antiga e Eterna Sabedoria. Nesta nova Era o homem reverenciará tanto o
Aspecto Paterno como o Materno de Deus; aprenderá que a sabedoria vem no
equilíbrio e silêncio interno. A sabedoria vem através da “sacerdotisa” ou
aspecto feminino, o aspecto receptivo da humanidade, o “ouvido voltado para
Deus”. A mulher, representante desse aspecto, para realizar sua herança
divina, deve afastar de si tudo que é mesquinho. Quando a mulher aprender
sua função divina de guardiã do Portal da Sabedoria, então ela desenvolver-se-
á em cada plano: o seu olho verá, o seu ouvido ouvirá e as palavras que disser
serão palavras de sabedoria.

Não fiquem desanimados quando os ensinamentos lhes pareçam


contraditórios. Não se perturbem quando encontram muitos “deuses” –
aspectos da energia divina – ou quando defrontam diferentes tipos de
ensinamento ou modos de apresentá-lo. Lembrem-se de que se acham
embaixo da Árvore da Vida e que todos estes ensinamentos, todos estes
aspectos de Deus são como folhas que caem sobre vocês. Quando aparece a
primavera da sabedoria, os galhos da Árvore brotam de novo e, no devido
tempo, ela floresce e produz frutos para vocês os colherem. Neste dia, estarão
outra vez perto de seu Pai – Deus.

Perguntas e Respostas
P. – Quando um anjo desce na matéria, ele tem de passar por todo o ciclo de
vidas, como o homem?

R. Ele não é submetido à roda da necessidade, como o ser humano. O homem


é uma chispa que sobe a espiral e o anjo não encarna até que os homens,
tendo evoluído a um determinado nível, possam providenciar-lhe um veículo de
vibração adequada. Tendo descido na matéria, o anjo deve passar por todas as
tentações, opressões e limitações terrestres, até atingir a perfeição humana.
P. Isso se faz numa única encarnação?

R. Não. Nada pode ser terminado numa única encarnação. Levem em conta,
porém, que cem anos no seu mundo são uma milésima parte de segundo no
tempo divino. Para que, no ser humano moderno, desperte a sede espiritual, e
preciso três ou quatro encarnações. Observem as pessoas ao seu redor:
quantas vezes um homem ou uma mulher chegam à idade madura sem ter
aprendido ainda a pensar por si mesmo, sem ter refletido sobre as coisas que
lhes foram ensinadas na juventude. Quando começam a fazê-lo, geralmente a
metade da encarnação já passou.

P. – Um anjo encarnado possui a consciência do Divino?

R. – Descendo na matéria, ele tem de “beber da taça do esquecimento”. A


todas as almas que se libertaram da roda da necessidade, é mostrado tudo o
que as espera na vida terrestre, mas elas tem de esquecê-lo.

P. – Embora o anjo tome o “casaco de pele”, ele segue uma evolução


separada?

R. – Neste caso a palavra “involução” seria mais adequada. O anjo desce a


espiral, enquanto o ser humano a sobe.

P. – Desde o começo, quantas encarnações é preciso, no mínimo, para o


homem chegar à perfeição?

R. – Se em todas as suas vidas ele procurou o bem, não se afastou da retidão,


em 365 encarnações poderá alcançar a plenitude da experiência terrestre, a
perfeição humana. O fato que me surpreende mais é que todos vocês tem
pressa em atingir o alvo; todos afirmam que estão cansados da vida terrestre e,
no entanto, nada ou quase nada fazem para realizar sua libertação. Quando
aparece a menor dificuldade que viria ajudar o seu progresso, vocês logo
desistem da luta e – como costumam dizer: “deixam tudo nas mãos de Deus”.
Assim, naturalmente, terão de voltar muitas vezes. Para evoluir, o esforço é
indispensável. E vocês deveriam sempre lembrar que nenhum esforço é
perdido. Cada empenho em superar uma fraqueza produz fruto; mas falta-lhes
a perseverança, a dedicação. Estão sempre ocupados a preparar seu futuro
neste mundo e nunca lhes ocorre que talvez nem cheguem a vê-lo. Vocês
dedicam tanto tempo às coisas não essenciais, coisas ilusórias, que não lhes
sobram cinco minutos para concentrar o pensamento no Divino. Sendo assim,
serão obrigados a voltar outra e mais vezes.

P. – Como poderíamos aumentar em nós a consciência do Divino?

R. – Pela concentração e dedicação. Procurando tudo fazer com o pensamento


em Deus. Se pensamos constantemente em Deus, mesmo quando estivermos
andando na rua, estaremos em Sua companhia, e a nossa consciência imerge-
se no Divino. Dei-lhes, vez por outra, simples “mantrans” para repetir, por
exemplo: “Deus é Amor, Deus me envolve e neste Amor permaneço seguro”;
Podem substituir “Amor” por qualquer outro atributo divino, do qual necessitam.
Assim criarão seu próprio “mantram”; enquanto o repetirem, não poderão
esquecer Deus. A Verdade é tão simples! Podem alcançá-La pela
concentração, pelo trabalho, pela procura do Reino do Céu. O Reino do Céu
está dentro de vocês e, no entanto, imaginam que para achá-lo é preciso viajar
para longe. Procurem identificar-se com tudo que vive e respira; procurem
identificar-se com o mar, com o pássaro que voa, com a árvore, as montanhas,
a grama, até mesmo com um inseto. Procurem sentir-se unos com tudo que
existe sobre a Terra. Então progredirão bastante na presente encarnação!
Colherão bastante experiência. Se alguém se libertou da roda de nascimentos
obrigatórios, isso não quer dizer que se tornou perfeito; quer dizer apenas que
alcançou a autoconsciência, que não é mais um homem-animal.

P. – E se quisermos tornar-nos perfeitos, precisamos retomar ao plano


terrestre?

R. – Se alguém tiver passado por todas as experiências que a Terra possa


facultar, não haverá necessidade de retorno. Terá condições para ir a outros
planos ou outros mundos, até que finalmente se torne preparado para a
Iniciação de Sirio e para passar fora deste sistema solar. Tendo adquirido toda
a experiência destes mundos, ficará livre do Karma. Devo acrescentar, todavia,
que nunca encontrei uma alma, já liberta da roda dos renascimentos e
passando pela Sala de julgamento*, que evitasse encarnar. Só a mente
consciente receia a encarnação, pois não conhece a força do Espírito, nem a
experiência da alma que cria essa força. A parte superior do ser humano,
possuidora da visão total que lhe é dada na Sala de Julgamento, anseia
reencarnar para colaborar no Plano Divino. Será conveniente que vocês
lembrem isso quando, durante a encarnação sofrerem física ou
emocionalmente. Um sofrimento aceito e suportado com fortaleza não voltará
mais. E lembrem-se também: o que tiverem criado pelos pensamentos na
encarnação presente, encontrarão quando voltarem.

(*) Estado de consciência em que o ser humano encara a totalidade de suas encarnações e se
julga a si mesmo.

P. – Como poderíamos aproximar-nos mais dessa Consciência Divina que o


senhor estava descrevendo?

R. – Em cada Era, devido à mudança do signo zodiacal e dos Serafim e


Querubim que o regem, há certas condições particulares ou – em outras
palavras – uma determinada frequência vibratória que facilita a realização da
união com Deus ou a Consciência Divina. Podemos notá-lo estudando as vidas
dos místicos ou iniciados das Eras passadas, Os místicos da Era dos Peixes,
por exemplo, alcançaram essa Consciência através da meditação e do
afastamento do mundo. Na época atual, no entanto, vocês estão sob a
regência dos Senhores do Urano, e aqueles que estudaram os atributos de
Urano, compreenderão que ele não favorecerá a passividade. Os aquarianos
têm de ser ativos, contrastando aos do signo anterior, regido por Netuno, mais
passivo. Os que permaneciam em inatividade, terão de aprender a trabalhar;
aqueles que já tinham aprendido a atividade, agora terão de ousar. Um Iniciado
aquariano, vigilante e ativo, deve tomar parte na luta terrestre, mas deve saber
manter a paz de Deus no coração, mesmo no fragor da batalha. Assim
fazendo, poderá ouvir a voz do seu Santo Guardião e alcançar um mais
elevado grau de evolução. Se vocês estudarem a história do mundo e das
religiões, acharão possível julgar a época – sua atividade ou passividade –
através dos ensinamentos difundidos pelos Instrutores religiosos daquela
época determinada. Presentemente vocês se acham no período transitório
entre duas Eras – a de Peixes e a de Aquário. Estas Eras se interpenetram e
há dois tipos humanos. Os subordinados à influência de Netuno temem entrar
na Nova Dispensação; agarram-se ainda ao conhecido, ao familiar. Gostariam
de saber mais sobre a Verdade, mas são receosos de atravessar a ponte. O
Budismo, o Cristianismo, o Maometanismo – são todos brotos de um mesmo
galho. Mas a Era Aquariana trará a união de todas as religiões, a unificação em
uma só. Hoje em dia o mundo inteiro reclama mudanças e os Instrutores
Espirituais procuram trazer de novo à luz do dia as Verdades Eternas. São as
“águas” de Aquário que, penetrando nas mentes humanas purificam, renovam
e estimulam o homem

P. – Essas mudanças são uma expressão de maior influência do Aspecto


Materno de Deus?

R. – São as angústias e dores do parto que somente a Mãe sente. Havia uma
grande quantidade de criaturas, povoando as esferas sutis, antes que a Terra
fosse fechada. Todas as esferas externas e internas, todos os planos
pertencentes à Terra eram povoados, cada um com tipos particulares de
entidades que lhe eram próprias entidades conducentes aos muitos aspectos
da Consciência Divina, antes que aparecesse a humanidade. O anjo é um
homem espiritual, feito à semelhança de Deus. A forma dele é mais perfeita de
que a de um homem material, mas o anjo, para aprender algo sobre as
tribulações, tentações e condições da vida terrestre, deve também descer na
matéria. Quanto aos grandes Devas, estes, ao invés, seguem o caminho da
Iniciação, identificando-se com as vibrações especificas dos seres ou
elementos do seu reino. Aconselho àqueles dentre vocês que aspiram à união
com a Consciência Divina, a pensarem na possibilidade de passar o tempo de
uma encarnação no reino dévico. São Francisco de Assis, pela meditação, uniu
sua consciência à de um Deva do reino animal; isso lhe permitiu compreender
os animais. Vocês podem fazer a experiência com seus queridos animais
domésticos. Procurem estabelecer com eles uma comunicação mental; verão
como logo eles responderão e lhes falarão pelos seus olhos: estes mudarão de
cor, de expressão, de brilho. Perseverando, vocês constatarão que se terá
estabelecido uma ligação mental entre o dono e seu animal estimado. Eles
evoluem, querendo alcançá-los, do mesmo modo como vocês querem alcançar
o Divino.

P. – Isso daria então ao homem o poder de levar o animal de estimação a um


plano superior?

R. – Sim. O homem tem essa possibilidade.


Os Caminhos do Além

Vamos supor que um ser humano, uma pessoa comum mas boa, a quem
chamaremos Sr. Comum, acabou de expirar; no plano terrestre. Ele – como se
diz: morreu.

Quando o alento deixa o corpo físico, a alma ou corpo etérico fica


imediatamente acima do corpo físico. Após três dias, o corpo etérico é
desligado do corpo físico e o fio que os unia é cortado. Assim, uma pessoa
depois de ter deixado de existir na Terra, passa dois dias no sono, desperta no
terceiro, e no quarto acha-se no plano astral.

Quando a alma está no seu invólucro etérico, ela é atraída aos mundos astrais.
Lá, encontra amigos e ajudantes que vieram de seus respectivos planos de
consciência ou esferas espirituais para recebê-la. O desencarnado constata
que, embora destituído do corpo físico, guardou toda a memória das condições
terrestres e que tem os mesmos desejos e emoções que tinha enquanto na
Terra. De fato, com a exceção da matéria física, é exatamente o mesmo ser
que antes da mudança chamada “morte”. O desejo de comunicar-se com seus
amados na Terra e dizer-lhes que tudo está bem com ele é muito poderoso.

Vejamos agora o lado da Terra. A pessoa que perdeu seu ente querido anseia
por saber onde e como ele está; procura um meio de contato e às vezes
consegue, através de um médium, entrar em comunicação com o
desencarnado. Feliz em saber que continua vivendo e que tudo está bem com
ele, quer aprender mais sobre as condições do além, sobre a reencarnação, as
possibilidades de estudo etc. Se os assuntos que interessam a esta pessoa
saber estiverem acima do estado evolutivo do desencarnado, a resposta
sincera deste será que ele não sabe nada.

Devido a seu bom Karma, para ele, tudo aqui é paz e beleza. Os problemas
pecuniários próprios à Terra, aí não existem. Ele encontrou o mundo de seus
sonhos e não procura mais nada. Mesmo um ser que tenha passado muito
tempo no astral, pode nada saber sobre a reencarnação ou sobre outros planos
de consciência. Geralmente ele imagina que alcançou grandes alturas
espirituais e diz que não quer mais voltar à Terra.

No entanto, o mundo onde se acha é muito semelhante ao que abandonou na


Terra. Ele se lembra bem de todos os pequenos acontecimentos do passado,
da vida que levava quando junto com seus amados. A diferença está somente
nisto: agora se tornou um habitante do plano astral e ai vive feliz, de acordo
com seu nível evolutivo.

São estes mundos que vê um clarividente comum, ao dar para vocês notícias
de seus amados.

O mundo astral é o mundo da ilusão e cada um irá encontrá-lo conforme suas


concepções e de acordo com o Karma que mereceu. Os que seguiram as
igrejas ortodoxas, convencidos da verdade daquilo que aprenderam, achá-las-
ão aqui também e continuarão vivendo segundo suas convicções. O católico
crente, se não fez jus a melhor condição, encontrará, antes que possa gozar as
delícias celestes almejadas, o correspondente ao purgatório, em que acredita.
As almas profundamente más e vis, achar-se-ão no inferno, na concepção dos
católicos. Tudo isso faz parte de mundos astrais.

Tomemos agora um outro exemplo, o de um homem-pensador, pesquisador:


um homem que na Terra lia e estudava, procurando sempre alcançar o nível de
consciência, onde, segundo seu entendimento, a Verdade poderia ser
encontrada.

Para ele, de igual modo chega a mudança chamada “morte”. Ele também vai
para o mundo astral, mas por curto tempo. Por ter sido acostumado a pensar e
pesquisar, não sentirá ali, por muito tempo, a mesma satisfação como o nosso
Sr. Comum. Após um período de descanso, menos ou mais prolongado, como
se fosse em férias, ele se indagará se o mundo astral representa a totalidade
do tão proclamado “céu”, se não há algo mais. Sentirá a necessidade de
prosseguir, de aprender mais sobre, por exemplo, as civilizações perdidas, de
encontrar a resposta se o mundo teria existido desde milhões de anos. Ele quer
compreender seu relacionamento com Deus, saber mais sobre si mesmo e a
Eternidade. Assim, em pouco tempo, o mundo astral perde para o Sr.
Pesquisador todo o encanto. Procura ele comunicar-se com seu Santo
Guardião Angélico, como foi ensinado a fazer, e logo, segundo seu tipo de
pensamento, atrai um ajudante de planos mais elevados este ensina-lhe que
existem esferas superiores a serem alcançadas, mas avisa-o também que, de
lá, a comunicação com seus queridos na Terra será mais difícil. O Instrutor
explica, ainda, que, para atingir o plano mental, ele deverá de novo “morrer”,
mas dessa vez para o mundo astral.

Essa decisão, de prosseguir ou não, exige bastante reflexão, e muitas vezes,


antes de passar aos planos superiores da consciência, o desencarnado
procura aproximar-se da Terra, para explicar à pessoa amada, que no futuro
não mais poderá comunicar-se com ela com a mesma facilidade que tinha até
agora, pois passará a outros planos e terá novos trabalhos a fazer. Tentará
explicar ao ente querido que dependerá de esforço seu, de um seu treinamento
para se tornar mais receptivo às comunicações do plano mental, que o contato
entre eles possa não ser interrompido. Se a pessoa, na Terra, tiver por seu
amado do além um amor desinteressado e altruísta, desejará, acima de tudo,
seu progresso espiritual e, do seu lado, fará o esforço indispensável para se
elevar até ele. Assim, o primeiro passo para um perfeito entendimento mental
entre dois seres ter-se-á dado.

Tendo passado pela morte astral, o nosso Sr. Pesquisador chega ao plano
mental. Aqui, ele constatará que sua memória dos pormenores da vida terrestre
se tornou velada e ele perde o interesse pelos acontecimentos secundários.
Seu horizonte e suas concepções mudam completamente, pois ele se
aproximou mais de Deus.

Em certas circunstâncias, durante o sono ou durante a meditação da pessoa


amada, lhe será permitido comunicar-se com ela na Terra e transmitir-lhe,
gravando em sua consciência, uma impressão mental de um mundo mais belo
e luminoso, onde agora ele se encontra. Diariamente, durante o sono ou na
meditação, um estado de compreensão pode fluir de mente para mente,
conservando o relacionamento mental entre eles.

Nas esferas mentais, é mostrado ao nosso Sr. Pesquisador como poderá


ajudar seu próprio progresso e evolução. Ele é ensinado a fazer a distinção
entre a alma e o corpo etérico. Durante todo este período, pode usar somente
seu invólucro mental. Conforme seu zelo e anseio pela Verdade, o grau
seguinte lhe é revelado e ele passa a um plano superior do mundo mental.

l-Em-Hotep* chama essa esfera superior do mundo mental a “antecâmara de


Osíris”. É o plano onde o ser humano se desprende de tudo que o ligava à
Terra, onde pode olhar a “Pedra da Verdade” e ver suas encarnações
passadas. É nesta “antecâmara” que se apercebe da imensidade do Reino
Divino, dos incontáveis milhões de mundos. Ele se torna consciente do Plano
Divino para com estes mundos, pois aqui entra em contato com a esfera
angélica. Agora, aspira a ser treinado para poder servir como mensageiro e
servidor dos Seres Divinos.

(*) – Veja as publicações da FEEU “Filosofia Hermética” e “Os Mestres – As Glândulas


Endócrinas”.

Nesta “antecâmara de Osíris”, ele se prepara para atravessar o portal da Sala


do Julgamento e encarar tudo o que, desde o começo, construiu para a sua
Individualidade, para sua memória permanente: a soma total de todas as suas
vidas e experiências terrestres.

Agora, o nosso Sr. Pesquisador, querendo contatar o ente amado na Terra, irá
fazê-lo através do plano mental. Se for um espírito forte, poderá de novo
atravessar as trevas do mundo astral e tornar a falar à pessoa amada, como o
tinha feito no passado, antes de deixar o plano astral. Provavelmente lhe falará
do que os une e dos páramos espirituais acessíveis a ambos. Poderá,
igualmente, falar-lhe de outras experiências de sua existência atual.
Um espírito evoluído não se ocupa com os pequenos acontecimentos
terrestres, pelo contrário: menos um espírito é evoluído, maior será seu
interesse e maior sua memória destes acontecimentos. Lembrem-se disso, se,
quando o seu ente querido e desencarnado se aproximar, não estiver a par de
que você machucou o dedo no dia anterior ou que tenha viajado. Não fiquem
chocados com essa ignorância; ao invés, alegrem-se, por ele já ter-se elevado
a um plano onde essas trivialidades não assumem proporções exageradas.

Quando o nosso Sr. Pesquisador alcançar esses planos superiores, ser-lhe-á


permitido, se tal for sua vontade, voltar ao plano terrestre como instrutor ou
ajudante, e o seu trabalho na Terra será prescrito de acordo com o grau de
evolução por ele atingido.

Ajudem seus bem-amados a elevarem-se. Procurem transmitir-lhes a coragem


para passar pela Sala de Julgamento, para que no devido tempo possam usar
a Coroa e serem conhecidos como Eleitos de Deus.

Perguntas e Respostas
P. Alguém, trabalhando no plano mental, pode construir uma forma para ser
vista por um clarividente?

R. Não. Só pode transmitir uma impressão mental. Se o clarividente toca o


plano mental, ele não verá uma forma, porém terá a impressão de que é deste
ou daquele tipo.

P. Existe a aniquilação?

R. Somente em casos muito raros, as almas, irremediavelmente, são


absorvidas e voltam ao nada. Quando a Chispa Divina, vida após vida, fica
submergida profunda e irrevogavelmente na depravação, o Pai-Mãe atrai-a
para Si. Ela é reabsorvida e não aniquilada. Depois de muito, muito tempo será
novamente enviada para recomeçar a construção ele sua Individualidade. O
que é uma parte de Deus não pode nunca cessar de existir.

P. As pessoas como nós terão de voltar à Terra?

R. Enquanto o ser humano vibra só com o mundo astral, é submetido à roda de


nascimentos e, ao esgotar mais cedo ou mais tarde no plano astral, seu Karma,
terá de voltar à Terra. Tendo passado ao plano mental, e olhado a “Pedra de
Verdade” ele adquire suficiente conhecimento para escolher entre voltar à
Terra ou evoluir em outros planos. Vocês, os estudiosos destes assuntos, que
são levados pelo desejo de conhecer a Verdade e por ela pautar suas vidas,
pertencem à categoria do Sr. Pesquisador e não à do Sr. Comum. Quando
chegarem ao plano astral, perguntar-se-ão, sem nenhuma dúvida, o que
existirá além dele. Suas mentes pesquisadoras não poderão satisfazer-se por
muito tempo com o plano astral. Vocês aspiram às alturas e, se não houver
uma razão particular que os faça permanecer ligados à Terra, quererão
prosseguir, indo em busca da Sabedoria.
Zonas de Consciência e Cores da Aura

Às vezes é dito que vocês têm uma bonita aura azul, esverdeada ou lilás, ou
mesmo que ela é iridescente e particularmente bela, e com isso logo pensam:
“Que linda aparência tenho”.

Quero que compreendais o que significam as cores da aura e como o ser


humano chega a merecê-las.

A verdadeira natureza do homem pode tornar-se conhecida pela sua aura, pois
este corpo luminoso revela a essência da alma: o que ela, nos diversos planos,
construiu nas encarnações passadas. Essa aura básica, o ser humano traz
consigo na vida presente. As tonalidades de suas cores correspondem aos
níveis de consciência que a alma tenha atingido nesses vários planos e ao
Karma – bom ou mal – que adquiriu. Sobre essas cores de fundo, aparecem as
cores das realizações da vida presente, sentimentos, pensamentos e
aspirações, e – como nuvens que passam – as cores das emoções do
momento. É o Karma que o homem está criando no presente.

Para poder bem compreender e analisar a aura, temos, primeiramente, que


determinar sua cor básica ou predominante.

Na aura que envolve o ser humano há diversas faixas ou zonas. Cada uma
delas tem uma cor diferente e corresponde a determinada influência planetária.
A tonalidade da cor ali achada revela as realizações alcançadas nesse campo
particular de consciência.

O Ego, para crescer e melhor manifestar-se na encarnação, conforme o que


tiver construído no passado, desce na matéria com uma predominante
característica astral que dá à sua aura uma determinada cor de fundo. Essa cor
constitui a base fundamental da aura e corresponde à cor do signo zodiacal no
qual está colocada a Lua no horóscopo natal da pessoa. Serão também
acentuadas as cores do signo ascendente que mostra a tarefa da presente
encarnação, e do signo solar – que indica o Raio da descida do Ego.

Tomemos como exemplo uma pessoa que nasceu com o signo de Balança no
Ascendente, o Sol em Leão e a Lua em Aquário. Quais serão as cores
principais dessa aura e como um clarividente poderia ajudar a pessoa indicada
compreender melhor a tarefa de sua vida? O fundo da aura será constituído por
uma tonalidade cambiante passando de azul-safira a verde-esmeralda;
superimposta haverá a cor alaranjada, com o azul claro acima. A tarefa da
pessoa será realizar em sua vida – através da personalidade ou Ascendente –
as qualidades dessas cores. As dificuldades nos planos superiores ou
inferiores, não superadas no passado, ocasionarão um escurecimento nas
cores da aura. Neste caso, haverá aflições indicadas no horóscopo natal. Um
escurecimento; no entanto, pode ser visto na aura de uma pessoa altamente
evoluída. Ele será causado por uma razão diferente, como por exemplo a
influência de Saturno, exaltado em Balança, e que escurecerá as belas cores
deste signo.

Um clarividente não treinado no esoterismo pode, facilmente, enganar-se na


apreciação da aura que vê. Vendo, por exemplo, a predominância de azul,
concluirá que a pessoa é muito espiritual; dirá também que ela gosta da vida
campestre, que tem afinidade com a Natureza. Em certo grau isso será correto,
mas um clarividente evoluído esotericamente treinado verá claramente, através
de outras características, que essa pessoa, apesar da bela cor azul de sua
aura não checou ainda à união com sua parte superior.

Quando há na aura uma forte influência de ouro ou amarelo, a pessoa tem o


Ascendente ou o Sol colocado no signo de Leão. Analisando essas cores
podemos determinar a natureza e as aptidões da pessoa. Segundo certas
indicações, poderemos ser informados sobre o crescimento do Ego.

A possibilidade de ver e compreender a aura humana permite-nos ir além das


aparências e tocar o Ego ou Alma. Deste modo, poderemos descobrir por
exemplo, uma alma nobre, um Ego grande e evoluído que está lutando,
encadeado numa personalidade desagradável ou limitada. Sabendo-o,
poderemos com fé e amor, transpassar essa casca de limitações e tocar a
Alma.

Passemos agora as faixas ou zonas de configuração da aura.

A primeira zona corresponde ao mais visível – à consciência terrestre.

A segunda – ao plano psíquico. A Lua rege os invólucros psíquicos e essa


zona de consciência é influenciada por Anjos Lunares.

A terceira pertence a Mercúrio. Nela achamos, meio-apagadas, as imagens


mentais, guardadas do passado e as antigas lembranças raciais. Essas
imagens podem penetrar na zona seguinte, regida por Vênus.

A quarta zona, a de Vênus, pertence toda a memória do amor. Estas


lembranças, vivificadas pelo anjo de Vênus, permitem-nos trazer de volta à
memória o sentimento de amor e reconhecer, por um toque particular de mão,
uma tonalidade de voz, a percepção fugidia de um perfume, os seres que
amamos no passado. Se no horóscopo natal a Lua se acha no signo de Touro,
regido por Vênus, a cor básica predominante da aura será azul e a pessoa
afável e simpática. Se a Lua estiver no signo de Virgem, o discernimento
mental predominará na pessoa e haverá uma certa inquietação interna.

A quinta zona de consciência é regida por Marte e ela emana algo como força
física, pois Marte rege a energia, o impulso de dar, de amar, de enviar raios de
luz aos planos inferiores. Nessa zona poderemos descobrir o principio do
contato da alma com os Senhores da chama.

As pessoas que têm no horóscopo a Lua nos Signos de Carneiro ou de


Escorpião – signos marcianos – possuem grande vitalidade; mesmo se, por
causa de outras razões, o corpo físico é fraco, a capacidade mental delas é
grande, e sua compreensão é muito rápida. Se a Lua se acha em signo de
Carneiro, a cor básica da aura será rosa pálido; se em Escorpião – vermelho
rubi. Certos astrólogos afirmam que as pessoas que têm a Lua em signo de
Escorpião não apresentam uma personalidade agradável. No entanto,
encontrei pessoas que superaram o aspecto negativo dessa colocação da Lua
e eram seres de valor, com ideais elevados. A Lua colocada no signo de
Escorpião significa também que a pessoa foi no passado profundamente
envolvida no ritual e magia. Muitas pessoas que hoje em dia viram as costas
para tudo que tem o sabor de ritual, têm em seus horóscopos a Lua em
Escorpião ou Carneiro. A explicação disso é que, no passado, saturaram-se
desses assuntos.

A sexta zona é jupiteriana. Uma alma na qual predomina a influência dessa


zona – uma alma jupiteriana – é capaz de elevar-se às grandes alturas da
visão espiritual e do conhecimento dos Planos Internos. As cores áuricas dessa
zona de consciência são: rosa-púrpura, lilás e ametista. Se uma pessoa, com a
colocação da Lua no signo de Peixes – exaltação de júpiter – elevou-se ao
aspecto superior desse planeta e leva uma vida pura, possuirá uma alta forma
de mediunidade. É possível porém que, sendo nativa de Peixes – o signo mais
sensível às influências astrais – possa, de quando em vez, ser envolvida pelo
fluxo astral, e sua visão sutil deturpar-se. Entre as pessoas com a Lua em
Sagitário encontramos, frequentemente, missionários, pregadores ou
instrutores, divulgando idéias elevadas e esforçando-se para trazer a perfeição
ao mundo.

A sétima zona é regida por Saturno, que traz à aura o verde ou o azul escuro.
Muitas pessoas com a Lua no signo de Capricórnio – regido por Saturno – são
suscetíveis a sentir medo, na vida. Geralmente, seu caminho da vida é adverso
e, embora subam alto, têm sempre medo de cair. Quando o cinzento do medo
escurece o verde ou azul saturniano, um clarividente comum talvez conclua
que o nível desta alma não é elevado, a qual, no entanto, pode ser da mais alta
ordem.

Um clarividente que possuísse sérios conhecimentos esotéricos poderia ver na


aura o aspecto mais profundo, inacessível ao clarividente comum, e dar
indicações valiosas sobre as possibilidades de realização interna na vida
presente.

A zona oitava pertence a Urano e Netuno. É bastante raro, hoje em dia,


encontrar pessoas que tenham na sua aura a influência predominante de
Urano ou Netuno. Essa predominância significa que, no passado, durante
muitas encarnações, o ser humano esforçou-se por estar sempre à frente da
humanidade, seja na capacidade de servir ou na de ensinar. Uma tal alma
responde às vibrações superiores da totalidade de seu horóscopo. A influência
de Urano ou Netuno, em tal caso, é tão marcante que todo o fundo do campo
áurico torna-se iridescente e todas as cores ricas em nuanças. A influência de
Urano nem tanto modifica as cores como lhes confere uma força especial, um
poder de radiação.

Netuno, em seu aspecto superior é a Voz Divina; Urano – o Mensageiro de


Deus.

Tomemos agora um exemplo: o horóscopo de um ser que tenha Carneiro no


Ascendente, o Sol no signo de Virgem e Lua em Balança. O número do signo
de Carneiro é 7, e a cor – rosa. O número de Marte – regente deste signo – é
9, e sua cor – vermelho. O número do Sol é 1, sua cor – ouro. O número do
signo de Virgem é 10, sua cor – prateado. O número da Lua é 2, sua cor –
pérola-esverdeado. Vênus – regendo Balança – número 6, cor azul. Este
acúmulo de influências divergentes pode ser comparado a um excesso de
móveis de vários estilos, trazidos para mobiliar uma casa – a da encarnação
presente. A pessoa terá de adaptar-se a todas essas condições; terá de
coordenar a atuação de todas essas forças, simbolizadas pelos números e
cores; terá de esforçar-se para alcançar o mais alto aspecto dessas energias, o
que Implicará uma modificação de hábitos, perspectivas e sobretudo de seu
modo de pensar.

O Sol, exaltado no signo de Carneiro, enviará a essa alma, periodicamente,


maior força para o bem. Todavia, submetida a influências tão fortes e diversas
e lutando para encontrar paz interna, passará frequentemente por períodos de
depressão. Sua personalidade, envolvida por suave cor rosa, será ativada pela
energia fogosa de Marte; além disso, tendo afinidade com Netuno, pelo número
7, esse carneriano viverá na amena ilusão netuniana.

Um nativo de Carneiro é com frequência um pioneiro nas tribunas públicas,


lutando em prol da humanidade ou de sua organização. Pela sua atividade
exterior, ele é geralmente julgado pelo mundo, como sendo um tipo enérgico,
marciano. Poucos sabem, no entanto, que os carnerianos aspiram a vibrar em
sintonia com o santuário de sua alma o número 7. Interiormente, ele sonha com
a vida monástica, o silêncio e a harmonia interna.
Em nosso exemplo, por ser Mercúrio exaltado em Virgem, haverá também uma
forte tendência para o mental, bem como o amor para com a humanidade –
influência da Lua em signo de Balança. Esta alma que aspira a solidão,
seguirá, servindo as massas.

Se pudéssemos conhecer o aspecto superior de nossos semelhantes, quanto


mais tolerantes e compreensíveis nos tornaríamos para com as fraquezas
alheias.

Com cada passo dado no progresso da Ciência Divina mais inesgotável ela nos
parecerá, mas, com cada passo crescerá em nós o amor e a aspiração.

Não fomos todos criados segundo um mesmo molde. Fomos feitos à


semelhança dos Elohim, e Eles, por sua vez, à semelhança dos Senhores
Planetários. Herdamos desses nossos Pais no Céu a predominância de
determinados Raios, predominância essa indicada por nossos invólucros
astrais e mentais. E os invólucros, todos, encerram o Espírito que é de Deus.

Estando prontos para reencarnar, escolhemos, nós mesmos, a nossa


personalidade e as circunstâncias da vida presente. Por nós mesmos termos
feito essa escolha, devemos dela fazer o máximo.

Quanto mais progredirmos, mais sensíveis nos tornaremos a cada mudança de


vibração, e maior será seu efeito sobre a nossa consciência, bem como,
através dela, sobre o nosso corpo. Logo que começamos a compreender e
sentir a vibração e influência das cores, devemos procurar utilizar-nos dos seus
benefícios. Podemos aprender muito do mundo das flores, das plantas., da
Natureza. A prática e estudo das cores muito nos ensinará e seu uso adequado
nos trará alegria, bem-estar e elevação de espírito.
Oração

O Senhor de todos os homens, de todas as nações e de todas as raças,


pedimo-Vos por todos os povos da Terra. Pelos que se consomem em ódio e
amargura e pelos que se encontram envolvidos em guerras sangrentas; pelos
que oprimem e pelos que sofrem com a opressão.

Pedimo-Vos pelas raças primitivas e pelas raças em via de desaparecimento.

Pedimo-Vos que ilumineis as mentes dos que dirigem os destinos humanos e


carregam o grande peso da responsabilidade.

Pedimo-Vos pelos ignorantes, pelos proscritos e pelos atrasados; pedimo-Vos


pelos que sofrem o desprezo, a humilhação, a miséria e a escravidão.

Imploramos a Vós, ó Senhor, para que ensineis a humanidade a viver em paz,


sem explorar o fraco, sem odiar o forte; cada um podendo seguir livremente e
sem temor o seu próprio caminho e destino.

Pedimo-Vos que ajudeis os homens a merecerem a liberdade, a não


maltratarem outros seres, a não se mancharem com a injustiça social ou a
opressão individual.

Pedimo-Vos, Senhor, que os ajudeis a serem puros de coração e de mãos, não


desprezando ninguém, não explorando ninguém. Ensinai os homens, Senhor, a
tratar cada ser humano, seja ele quem for, seja qual for sua atividade, com o
respeito que se deve a todos os que são Vossos filhos. Amém.

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