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Scribful Com Amorc A Busca Do Graal Empenho de Transcendencia
Scribful Com Amorc A Busca Do Graal Empenho de Transcendencia
GRAAL
Empenho De 'íianscendertcia
Eaile de Ulo't'tc
ii
A Busca do Graal
E m p e n h o de T ra n s c e n d e n c ia
A Busca do Graal
Earle de M otte
E m p e n h o de T ra n s c e n d e n c ia
E arle de M otte
COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO
C h arles Vega Parucker, F. R. C. Ia Edição em Língua Portuguesa
G ran d e M estre abril 2005
ISB N - 8 5 - 3 1 7 -0 1 8 1 - 3
5 M istérios e o G r a a l .................................. ............................... 53 Nas palavras de Sir George Trevelyan: “Todo grande mito, todo
grande conto de fada, todo grande drama e todo poema épico, estão
6 O G ra al na a lq u im ia ...............................................................65
relacionados com o símbolo do herói que vive alguma experiencia
7 Sím bolos e arquetipos da busca do G r a a l........................75
iniciática. Ao interpretar seu cenário, devemos compreender que
8 O rei pescador e a térra d e v o lu ta ......................................... 88 sua montagem simboliza toda a nossa personalidade e que os
9 A deusa e o G r a a l................................................................... 103 personagens retratam os vários aspectos dela”.
10 O lado negro do m ito ........................................................... 11 3
Desde o fim da Idade Média, o símbolo do Graal tem ocupado
11 N ovos h o riz o n te s .................................................................. 14 0
lugar especial no imaginário ocidental. A lenda do Graal é um
12 Perspectivas psicológicas e m ísticas................................. 16 0 dos mitos arquetípicos que revelam uma mensagem vital, salutar
A pêndice 1 A organização do m ito do G r a a l....................................... 1 74 e enaltecedora para a nossa época e que continuam a exercer
A péndice 2 Principais obras sobre a busca do G r a a l......................... 2 0 9 fascínio cm todos os que entram na sua esfera de influência.
A péndice 3 M ons P h ilo s o p h o ru m ......................................................... 2 1 1
Nas lendas arturianas, o G raa l e sua Busca foram entre
B ibliografía .................................................................................................... 2 1 8 m ead os com le n d a s h e ró ic a s dos C a v a le ir o s da T á v o la
Indice re m issivo ...............................................................................................2 22 Redonda. Sir Galahad era o cavaleiro ímpar da Távola Redonda
Biblioteca R o s a c ru z ........................................................................................2 4 1 do Rei Artur. Era o único cavaleiro com o privilégio de sentar
se na “Cadeira Perigosa” —um a cadeira especial à grande mesa
de Artur, reservada para aquele que tivesse tido êxito na Busca
do Santo Graal.
Por ocasião de uma festa, os cavaleiros têm uma visão do Graal,
que aparece no centro da Távola Redonda, mas logo desaparece.
Os cavaleiros decidem assumir a missão de encontrar o Graal
desap arecid o, q u e , c o n fo rm e Jhes é dito, só p o d eria ser
recuperado pelo cavaleiro mais perfeito moralmente, que se Simbolismo do Santo Graal
sentaria então no tributo de honra —na “Cadeira Perigosa”.
R a lp h M. Lewis, F.R.C. (Ex-Im perator da O rdem Rosacruz)
Diz-se que o G raal era invisível para todos exceto aquele
que fosse perfeitamente puro em pensam ento, palavra e atos; U m a combinação de lenda, rom ance e misticismo, envolve
e sua descoberta traria grande sabedoria, proteção na batalha e o Santo G raal. O uso mais com um da expressão Santo Graal se
/ t
vida constantemente renovada para a pessoa que o possuísse. aplica ao cálice lendário usado pelo Cristo na Ultim a Ceia.
Mas parece haver m aior apoio literário para a interpretação
Em Parzival, de Wolfram von Eschenbach, poeta épico alemão segundo a qual o G raa l era o vaso em que José de Arim atéia
do século doze e “m innesinger” [pertencente à classe dos poetas teria coletado sangue das chagas do Mestre Jesus. Nessas
e músicos líricos dos séculos doze e catorzej, o eremita Trevrizent lendas, o G ra a l às vezes aparece com o um a travessa; na
explica aos C a v a le ir o s do G r a a l q u e este não pode ser realidade, há muitas variações de seu significado. Nas fontes
conquistado por luta e consecução no m undo material, mas mais autênticas, a palavra é referida ao latim cráter , ou taça.
somente mediante amor, compaixão e desprendimento:
“Eu pranteei o teu infrutífero empenho, Foi durante o período de cinqüenta anos de 117 0 a 1220
Pois nunca prevaleceu a história que surgiu grande parte do romance sobre o G raal. Mas só em
De que o Graal pudesse pelo homem ser conquistado. 1861 começaram a aparecer textos sobre o mesmo. A maior parte
E de bom grado teria tua mão contido, desses textos consistia em transcrições, nos séculos treze e
Para que contigo outra fosse a chance, catorze, de um manuscrito do século doze, de Chrétien de
E teu prêmio o mais elevado fosse. ” Troyes. A maioria das histórias sobre o G raal baseava-se em
mitos antigos. Isto resultou na existência de quatro heróis
Sob a simulação de um a busca terrena de um G raal perdido,
diferentes nesses relatos: Parsifal, Gawain, Bors e Galahad (que
por um cavaleiro nobre, encontra-se um significado muito mais
foi provavelm ente u m a invenção posterior). Pensa-se que
profundo e místico qu anto à lenda do G raal, pois aí está um a
G a l a h a d foi i n v e n t a d o p o r W a l t e r M a p , ta lv e z c o m o
p r o f u n d a a le g o ria de in ic ia ç ã o m ística , m e lh o r e m ais
hom enagem ao filho de H enriq ue II.
com pletam ente com preendida por estudantes da Filosofia
Rosacruz e de filosofias correlatas.
C o n sta q u e o G r a a l foi levad o para a In g la te rra por
Robin M . Thompson, F.R .C . Josephes, filho de Joseph, ou por Brons, cunhado de Joseph.
A lenda conta que o G raal foi passado de geração para geração tinham motivos escusos, diz-se então que ficavam sujeitos a
e que se acreditava que ele tinha muitas propriedades místicas. determ inados efeitos sobrenaturais ou cármicos. As questões
U m relato diz que ele tai usado para alim entar um a m ultidão e os testes a que os buscadores do G raal eram submetidos, na
isenta de pecado m ediante a m ultiplicação de alguns pães que opinião de alguns eruditos, têm forte sem elhança com os
alim entaram 500 pessoas. As que não eram puras e olharam antigos ritos iniciatórios, especialmente aqueles que guardavam
para o G raal ficaram mudas. o sigilo que, segundo consta, cercava certo conhecim ento
sagrado.
A referencia a Parsifal, um dos heróis associados à lenda do
G raa l, afirm a que ele vivia fora da corte real e, portanto, Há uma outra hipótese com relação ao simbolismo do Graal.
ignorava a cavalaria. U m dia ele se deparou com vários cavaleiros Trata-se da idéia de que o Graal representava a busca do segredo
e, pela prim eira vez, “vendo o esplendor de suas armaduras, da vida. Também ela lembrava os antigos segredos buscados
pensou que eles fossem anjos”. Subseqüentem ente, continua tanto pelos alquimistas físicos qu anto pelos transcendentais,
a lenda, Parsifal, G a w a in , Bors e G a lah a d se lançaram num a que desejavam conhecer os segredos supremos relativos ao
busca do G raal. Embora conste que muitos cavaleiros do Rei propósito por trás da vida e ao mistério da morte.
A rtu r ten ham partido nessa jornada, foi a G alah ad que foi
c o n c e d id o o p a p e l p rin c ip a l na busca. D i z - s e q u e eles O aspecto m oral da busca do Santo G raal está relacionado
procuraram o G raal no E xtrem o Oriente. A alm a de G alahad com “os prin cípios sacram entais hoje aceitos p o r toda a
foi elevada ao céu por um a grande m ultidão de anjos. Parsifal cristandade e reverenciados com o os meios pelos quais as
faleceu n u m erem itério e Bors voltou para a Inglaterra. alm as que buscavam a vida de fato a encon travam . C o n s e
qü entem ente, o G ra a l se tornou o em b lem a da pu reza m oral
O Graal como iniciador ou da fé triunfante, de heroísm o m ilitar ou de benevolente
Houve, com o já foi dito, muitas interpretações do romance caridade”.
do G raal, que é tido principalm ente com o um a alegoria que
expõe certos preceitos morais. H á também a teoria de iniciação. Corações divinos que,
Diz-se que ela é sem elhante a certos testes e interrogatórios a Quais taças de ouro,
que se submetiam os iniciandos das antigas escolas de mistérios. O sangue aquietam
D urante as C ru zad as, cavaleiros e outras pessoas do Ocidente Defé tão audaz.
entraram pela prim eira vez em contato com certos mistérios
das antigas escolas iniciáticas do Oriente. Nas antigas iniciações É claro que um a alegoria da natureza do G raal está cheia
aos mistérios, faziam-se perguntas aos candidatos. Se eles davam de princípios místicos. Basicamente, o G raa l concebia uma
respostas corretas, eram elegíveis para certo reconhecim ento e pessoa pura buscando o poder e a sabedoria que sua natureza
certa aceitação. Se falhavam em responder corretamente ou sagrada podia lhe revelar e outorgar. A queles que não tinham
essas virtudes m orais estavam destinados a serem frustrados e
falharem na sua busca. Por conseguinte, é simples substituir o
G raa l pelo Mestre Interior. Por esta expressão se faz referência
a u m a ilu m in a ç ã o pessoal, a u m d e s p e rta r e sp iritu a l, à
consecução da Consciência Cósmica, ou da Unicidade Mística Capítulo 1
com o A b s o lu to . Q u a lq u e r u m a destas expressões seria
m isticamente adequada com o substituta da palavra G raal. A
O Graal como objeto miraculoso
b u sc a , e n t ã o , é da p e s so a p u r a de c o ra ç ã o , da pessoa
O mito do Graal, que trata da busca de um objeto misterioso
m o r a lm e n t e h o n r a d a , q u e se e m p e n h a em a d q u i r i r o
por um cavaleiro, mostrou-se um dos mais duradouros mitos
conhecim ento m aior do E u e de sua relação cósmica.
de todos os tem po s. S u a força c om o algo q u e persistiu
a d o rm e cid o no in co nscien te h u m a n o e sua interm itente
As aventuras vividas por G a lah a d em sua busca do G raal
emergência ao consciente em vários pontos da História podem
podem também ser interpretadas como o conflito hu m an o com
ser atribuídas a dois grupos de fatores. Primeiro, o fascínio
nossa própria natureza inferior, ao tentarm os transcendê-la.
h u m an o pela busca, pelos desafios da jornada, pelo próprio
Se quiséssemos dramatizar, ou melhor, criar um a alegoria que
objeto e sua relativa inacessibilidade. Segu ndo, com o na
representasse a busca p o r u m in d iv íd u o das q u a lid a d e s
natureza, há o aparente caráter cíclico de eventos na sociedade
espirituais do seu próprio ser, bem com o de um canal no seu
hum ana, pelo qual elementos do mito do G raal em ergem à
próprio Eu que o levasse a u m estado de consciência cósmica,
consciência de sociedades acom etidas por crises intensas
e que representasse tam bém os obstáculos que ele teria de
(excessiva e freqüente violência, opressão, injustiça, guerras e
enfrentar nessa busca, então, certamente o Santo G raa l seria lutas cívicas e, atualmente, iminentes catástrofes ambientais),
um excelente exemplo. que representam as fases “baixas” do ciclo do “progresso”
humano.
Geoffrey Ashe dá um a dimensão maior ao G raal como idéia N o capítulo anterior, “O G raal como Objeto M iraculoso”,
poderosa, vendo-o tam bém com o um a relação especial entre o a atenção foi dirigida para sua identidade como objeto físico
Absoluto e a H um anidade. Ele expressa isto m uito calorosa ou relíquia e também como símbolo de alguma meta espiritual
mente em seu livro A Avalon do Rei Artur. ou algum estado m ental espiritual. C o m o objeto físico, duas
idéias foram sugeridas: o G raal céltico ou pré-cristão, que era
E le ¡o Graal/ era um penhor visível... da amizade de Deus para
um a travessa ou um recipiente; e o G raal cristão, que estava
com a hum anidade... [m as] amizade pode ser muito exigente epertur
badora... Um cavaleiro que o consegue pode com isto arruinar sua vida. relacionado com os objetivos e o propósito da Eucaristia. A
Mas o Graal o recompensa com uma inestimável certeza: Deus existe. A fonte dessas idéias decorreu de elem entos mitológicos da
mão de Deus éestendida em meio à crueldade e indiferença do m undo... “Questão da Inglaterra e da Irlanda”, embelezada pelo talento
qualquer que seja o sacrifício, e esse sacrifíáo vale a pena.
imaginativo e criativo dos trovadores da França.
D u ra n te os altos períod os das sagas do G ra a l, um poeta O n o m e da pedra era lapsit exillis , e sua ortogr;’:! a que
da e s c o la a l e m ã de p o e t a s d o G r a a l , W o l f r a m v o n parece ser de duas palavras em Latim causou muita co ifiisão
E schenb ach , fez u m a d ram ática m u d a n ç a no teor do m ito, q u a n to ao seu exato significado. Ela tem sido ch a m a d a de
d a n d o -lh e um caráter m ais u n iv e rsal. C erca de vin te anos “pedra do e x ílio ”, “pedra c a ta lisa d o ra ”, “pedra c a íd a ”, ou
d e p o i s q u e C h r é t i e n d e T r o y e s e R o b e r t de B o r o n “pedra da m o r te ”. T alvez W o lfr a m quisesse q u e ela tivesse
escreveram seus rom ances do G r a a l, W o lfr a m escreveu seu u m sig n ific a d o m ú lt ip lo . C o m o os a trib u to s de o u tras
Parzival. D e c la ro u ter recebido sua in fo rm a ç ã o acerca do fo rm as do G r a a l, essa esm e ra ld a era com o um talism ã no
G ra a l e sua o rig em de u m certo K yot de P roven ce, q u e por se n tid o de q u e tin h a o p o d e r de destruir, de nu trir, de
sua vez a obtivera de um do cu m en to encon trado em Toledo, c au sar crescim en to, de dar e su sten tar a vida. Este ú ltim o
na E s p a n h a , e s c rito em á ra b e . O s u p o s to a u t o r desse p o d e r p e r m i t i u q u e os G u a r d i ã e s ( q u e no p o e m a de
d o c u m e n to era u m astrólogo “p a g ã o ” c h a m a d o Flegetanis. W o lfram foram identificados como templários) tivessem vida
O d o c u m e n to a firm a v a q u e a m e n sa g e m do G ra a l estava m ais longa ou parecessem m ais jovens do q u e sua idade.
escrita nas estrelas e q u e, d u ra n te a g u e rra no céu entre as
forças de D e u s e as hostes de Lúcifer, u m a e sm erald a caíra O Graal e a Pedra Filosofal
da coroa de Lúcifer. P e rm a n e c e n d o à parte desse g ra n d e O G raa l de W o lfra m com o um a pedra era, com o algum as
conflito havia os anjos “n e u tr o s ” q u e, ao verem a preciosa de suas outras idéias, u m a v a rian te conceptual. N a versão
pedra caind o, p e g a ra m -n a e a le v ara m para a Terra, on de a m ais antiga da h istó ria de P arsifal em galês, in titu la d a
deixaram sob a p roteção da fam ília G ra a l. Peredur , o P orta d or do G r a a l na Procissão c o n d u z ia um a
travessa contend o u m a cabeça h u m a n a , com sangue e tudo.
Nessa história, o G r a a l era u m a pedra , não u m a taça ou A versão francesa e ou tras p o p u la r iz a r a m a idéia do G raa l
algum outro objeto. W o lfra m disse qu e ela foi m antida n u m com o um cálice. W o lfra m in tro d u z iu esse conceito do G raa l
castelo c h a m a d o M o n ts a lv á s c h e (M o n te da S a lv a ç ã o ) e com o pedra nos estágios in cipien tes da a lq u im ia europ éia,
protegida pelos C a v a le iro s do G r a a l, “u m a p rog en ie cristã q u e se to rn o u m ais a m p la m e n te co n h e cid a nos séculos
gerada para a vida p u r a ”. A pedra em si era tida com o dotada catorze a dezessete. Era com o se a tradição secreta qu e se
de poderes m a ra v ilh o so s, u m dos qu ais era o de conceder m a n tin h a viva através da literatura do G raa l estivesse prestes
im ortalidade. H á in dicação de q u e a a lq u im ia m e n ta l teve a d a r lu g a r a u m o u tro v e íc u lo — o da a lq u im ia tra n s
algum papel no pensam ento de W o lfram . N ota-se referência cendental.
à idéia de qu e, q u a n d o o sím b olo da pedra é c o m b in a d o
com o da fênix, transm ite d ra m a tica m en te as verdades sobre N o p e n sa m e n to de W o lfr a m p o dem os v er a afinidade
a vida e a m orte —um tem a iniciático —com a pedra a tu ando dessa pedra com a pedra m isteriosa dos filósofos. D izia-se
com o um catalisador, de m o d o q u e a fên ix possa se e rg u er qu e a Pedra Filosofal transm utava metais inferiores em ouro,
de suas cinzas. ho m en s reles em reis, ou iniciados em adeptos, dependendo
de se estar falando sobre a materia e sua transmutação ou seres para o Outremer — term o m edieval para a Palestina — onde
hum anos e sua transformação. Malcolm G o d w in diz sobre isso cavaleiros cristãos estavam na linha de frente no confronto
ao apreciar fíarzival: “Muitos comentaristas argumentaram que entre o cristianism o e o islamismo. N ão obstante, contatos
a historia de Parsifal veicula um a descrição oculta e secreta, fo ra m feitos n u m n ív e l m a is a lto e n tre os C a v a le ir o s
astrológica e alquímica, de como um individuo é transformado T em p lário s e as o rd en s cavaleirescas do Islã. T o rn o u -se
do corpo grosseiro para fo rm a s cada vez mais e le v a d a s” possível, graças ao respeito pelas virtudes do cavaleirism o em
(G odw in , pág. 170). am bos os lados, um a troca de boa-vontade e a op ortu nid ad e
de m útua aprend izagem . C o n h e c im e n to direto das antigas
N a verdade, W olfram encorajou seus leitores a “lcrem nas escolas de mistérios tais com o elas sobreviveram no Outremer,
e n tre lin h a s ” e con sid erou suas lendas com o d o cu m en tos juntam ente com a ciência árabe, a alquim ia e práticas místicas
iniciáticos. Foi isso q u e m u itos e ru d ito s ten ta ra m fazer, sufi, foi disponibilizado aos cruzados, que foram in flu e n
focalizando seu interesse em perguntas com o estas: Por que ciados pelo contato com tudo isso. Era de se esperar qu e os
ele declarou que Chrétien entendeu mal a história do G raal ao templários incorporassem alguns elementos de ritual e prática
depender de um a só fonte, um m anuscrito (que hoje não se in iciática ao seu p ró p rio p ro g ra m a de d e s e n v o lv im e n to
sabe se existe) que lhe fora fornecido por seu patrono, Philip pessoal.
de Flandres? Por que a fonte de W olfram era mais confiável?
Por que ele m u d ou a ênfase das associações com o mistério O u o p ró p r io W o lf r a m era um te m p lá r io , ou estava
cristão para algo que tinha implicações herméticas e semíticas? in tim a m e n te associado aos te m p lá rio s q u e h a v ia m sido
Por que ele introd uziu nomes desconhecidos com o Kyot de expostos ao p en sam en to a lqu ím ico e aos ritos iniciáticos das
Provence e Flegetanis? Por que foi a verdadeira história do escolas de mistérios. E então possível adm itir que ele tenha
Graal encontrada num a biblioteca de Toledo, na Espanha, onde usado os tem plários com o o m odelo manifesto da concepção
as c u ltu r a s ju d a ic a , islâm ic a e cristã flo re sciam e e ra m idealizada dos G u a rd iãe s do G ra a l em sua época. A credita
enriquecidas pela troca de idéias num a atmosfera de tolerância? se que eles realizavam em suas organizações rituais iniciáticos
Por que W o lfram refletiu idéias alquím icas c rosacruzes em qu e os situavam na lin hagem espiritual das antigas escolas
seus escritos? Por que ele igualou os Cavaleiros Templários de mistérios. Constituíam um a fraternidade que efetivamente
aos G uardiães do G ra a l? E, mais ainda, por que ele expandiu m isturava a piedade com a bravura m ilitar em sua atividade
a história de Parsifal de m odo a in clu irá s aventuras de seu pai externa, e n q u a n to praticava rituais de n atu reza secreta e
na Arábia? iniciática den tro do seu próprio círculo, a fim de auxiliar o
a v a n ç o e s p ir itu a l de seus m e m b ro s . T em sido m e sm o
Cavaleiros Templários e Cavaleiros do Islã a r g u m e n t a d o q u e as d u a s p e s s o a s m e n c i o n a d a s em
O cenário dos romances arturianos e do G raal anteriores com binação com a descoberta da história do G raal —Kyot de
foi principalm ente a Europa. W olfram estendeu esse cenário Provence e Flegetanis — não eram pessoas reais e sim os
respectivos p s e u d ô n im o s dos dois altos oficiais tem p lário s É m u ito in te re s sa n te a m a n e ira c o m o W o lf r a m usa a
H u g o de P a yen s e H u g o de C h a m p a g n e e de um livro idéia da pedra preciosa para d e sen vo lve r u m novo conceito
á r a b e (o Felet{ th an is) de e n s i n a m e n t o s t r a d i c i o n a i s do c a stelo do G r a a l. S e u T e m p lo do G r a a l, situ ad o em
secretos. E m fu n ç ã o do d e c la ra d o in tu ito de W o lf r a m de M o n t s a l v ã s c h e , “e ra v is t o c o m o u m m i c r o c o s m o do
o c u lta r n o m es, lugares e eve n tos em código, esta idéia não u n iv e rs o e n c im a d o p o r um e n o r m e ru b i, r e p re s e n ta n d o o
parece m u ito fa n ta siosa . c oração m a te rn a l do m u n d o e d e n o m in a d o Rosa Sagrada.
T o d o esse im a g i n á r i o foi a b s o r v id o , ou m u it o p r o v a
A noção do G r a a l c om o urna pedra e a idéia de t o rn a r os v e lm e n t e c ria d o , pelos r o s a c r u z e s ” ( G o d w in , pág. 160).
te m p lá rio s os G u a r d iã e s do G r a a l a ju d a ra m W o lf r a m a M a is excitan te a in d a é o efeito em sucessivas gerações das
d e sen vo lve r a prin cip al força de sua m en sagem , isto é, um a n o çõ es do T e m p lo do G r a a l e de sua lo c a liz a ç ã o . Em
re n o v a d a perspectiva da F ra te rn id a d e do H o m e m . Su as m u it o s o u t r o s r e la t o s , o la r do G r a a l era u m c a ste lo
sagas do G r a a l c o b rira m q u a tro gerações da lin h a g e m de s o b re n a tu ra l (im a g e m q u e descreve p s ic o lo g ic a m e n te o
Parsifal e o cenário abrange a E urop a e o O riente. Ele tentou c r u z a m e n to do u m b ra l do consciente para o inconsciente).
m ostrar q u e h era n ça s genéticas d essem elh an tes, variações M a s, n o caso de W o l f r a m , t e n h a ele fe ito isso i n t e n
c u ltu rais e diferen ças religiosas p o d e m ser a com od a d a s no c io n a lm e n te ou não, o castelo foi e n te n d id o c o m o u m a
nivel individual e no social pelo espirito de tolerancia e amor. fo rtaleza real n u m local específico da Terra. L u gares com o
Percebe-se isso nos p lan os gerais das historias. a f o r t a l e z a c á t a r a de M o n t s é g u r , o u o m o s t e i r o de
M o n ts e rr a t nas m o n ta n h a s recorta d a s dos P ire n e u s , ou
Parsifal e Firefiz u m a c a v e rn a em L a n g u e d o c , to rn a ra m - s e lu g a re s
E m sua ju v e n tu d e , o pai de P arsifal foi à A r á b ia e casou p o p u la re s de e sp ec u la ç ã o e visitação.
com u m a r a i n h a m u ç u lm a n a . E les t iv e r a m u m fi lh o ,
F ire fiz , q u e foi e n tã o o p r o d u t o de u m a m isc ig e n a ç ã o D e sd e a década de 1 9 3 0 , M o n ts é g u r te m sido m u ito
c u ltu ra l. P arsifal nasceu do se g u n d o c a sa m e n to de seu pai escavada e m u ito tem sido escrito sobre ela p o r estudiosos
com u m a m u lh e r de raça e u ro p é ia . Q u a n d o c resce ra m , os e jo rn a lista s. S e u in teresse especial tem sido e n fa tiz a d o
dois se to r n a r a m c a v a le iro s p ro fiss io n a is e a c o n tec e u q u e p elo fato de q u e a fo rta le z a caiu em 12 4 4 ante os c ru z a d o s
se e m p e n h a r a m em fe r o z c o m b a te , p o r q u e suas i d e n albigenses, c u jo o b je tiv o era e lim in a r os hereges cátaros,
t i d a d e s n ã o e r a m c o n h e c i d a s . N a ú l t i m a e t a p a da b e m c o m o p e lo fa to de q u e essa á r e a da F r a n ç a era
escaram uça eles se id e n tific a ra m , d e p u se ra m suas a rm as e c o n h e c id a c o m o fr e q ü e n t a d a p o r gn ósticos, tem p lário s,
se a b ra ç a ra m em a m o r fra te rn o . F ire fiz , p re to e b ra n c o a lq u im ista s e rosacruzes. E m b ora não fossem idênticos em
(observem -se as cores a lq u ím ic a s), recebeu fin a lm e n te um suas idéias e práticas, todos eles p a re c ia m fa z e r parte da
lu g a r na T á v o la R e d o n d a r e s e rv a d a e x c lu s iv a m e n te para G r a n d e T ra d iç ão de sab ed oria esotérica q u e re m o n ta à
cristãos. G r é c ia e ao C re s c e n te F é rtil.
W o lf r a m , e n tã o , m e rece c réd ito p o r ter e n fa tiz a d o a aldeia global, para trazer à consciência a verdadeira busca do
q u a lid a d e do m ito do G r a a l e foi a ele q u e W a g n e r recorreu G ra a l — a busca do desen vo lvim en to espiritual através de
com o po nto de partida da criação de sua trilogia lírica sobre e sto rç o p e sso a l lig a d o à n e c e ssid a d e de t r a n s f o r m a r a
as sagas do G r a a l. A p ró p ria idéia de c h a m a r o G ra a l de h u m a n id a d e com o um todo.
pedra (preciosa), c o n fe re -lh e u m a d im e n sã o m u ltic u ltu ra l
✓
em m itologia. E de se le m b ra r a e sm e ra ld a no O lh o de
H ó ru s , ou a p érola na testa de B ra h m a (que é com o urna
p e q u e n a flor de lótus). A jóia e sua posição na testa, por
exemplo, sugerem o místico Terceiro O lho, a glándula pineal,
o ó r g ã o de p e r c e p ç ã o p s í q u i c a o u c l a r i v i d e n c i a . A
e xperiencia final do G r a a l foi descrita com o e q u iv a le n te à
i l u m i n a ç ã o m ís tic a . E t a m b é m s i g n i f ic a t i v o q u e , em
associação com im a g en s religiosas ou m ísticas do passado,
pode-se 1er sobre as tábuas (de pedra) de M oisés, a T á b u a
de E sm e ra ld a de H erm es, a pedra de K a a b a em M eca (que
tam b ém caiu do céu), a Falha de Lia em Tara e a Pedra
Filosofal dos a lq u im ista s m edievais, cada q u a l com suas
q u alid ad es sagradas ou mágicas.
Essa idéia gan hou popularidade com o aparecimento da O mito do G raa l tom ou form a na época das cruzadas,
obra de Robert de Boron, José de Arimatéia, e do relato anônim o q u a n d o duas religiões se viram presas a um a guerra santa na
in titulad o Oueste del Saint Graal. A m b o s apareceram nas Palestina por cerca de 200 anos. Os Templários, ou Cavaleiros
últimas décadas do século doze. Robert de Boron afirmou que, do Templo, que tiveram participação de liderança nas cruzadas,
a p ós a c r u c if i c a ç ã o , José, o rico m e r c a d o r q u e s e r v iu parecem ter claram ente cum prido esse papel como G uardiães
devotadam ente ao Cristo e que coletou seu sangue na taça da do G raal, conform e sugerido ou afirm ado nos relatos de três
Ú ltim a Ceia, prosseguiu com a fundação de um a linhagem de autores de obras sobre o mito do Graal. O autor anôn im o de
Reis do G raal. Eles deveriam m anter os segredos do G raal Perlesvaus e W o lfra m em seu Parzival foram os principais
(nesse caso o cálice) e passá-lo aos seus sucessores. Eles próprios responsáveis pela identificação dos Cavaleiros do G raal com a
eram Reis do G raa l por direito e mérito moral. Nestas e em O rd e m do Tem plo. F un dad a em I I 18 d.C ., essa O rd em
outras histórias do G raal, no contexto da tradição arturiana, começou com um gru po de nove homens que e m pun haram a
os sucessores do Rei do G raa l — isto é, Parsifal e G a lah a d — espada para proteger peregrinos em viagem à Terra Santa.
passaram pelos testes de iniciação da Fraternidade da T ávola Cresceu em tam anho e influência ao longo dos dois séculos
Redonda. E m bora todos os cavaleiros do Rei A rtu r pudessem se g u in te s, a d q u ir in d o fa m a p o r e x c ep cio n a l c oragem e
ser apontados com o cavaleiros em busca do G raal, a literatura habilidade na luta, bem como por elevada conduta moral. Que
coloca esses dois na categoria de Reis do G raal. Eles eram os templários também juntaram grande fortuna graças a legados
Cavaleiros do Graal. de propriedade, êxito m ilitar e atuando com o banqueiros,
negociantes e agentes de seguro na m aior parte da Europa e
N o com eço do século treze, W o lfra m von Eschenbach do M editerrâneo, tam bém faz parte da história. Foi ainda
desenvolveu mais a importância dos G uardiães do G raal em mencionada sua influência na construção de grandes catedrais
da E uropa. Peter Bryce declara: “Os tem plários tinh am o de bens pessoais, disposição para m orrer por um a causa nobre
objetivo de gu ard ar as estradas para a Terra Santa, o que pode e coragem indom ável em face de esmagadoras dificuldades,
ser entendido literalmente, mas tam bém nu m sentido mais estas atitudes não podiam encontrar m elhor expressão do que
profundo. Suas atividades os pu n h am em contato com outras n u m Cavaleiro Templário. Aliás, W olfram chegou a cunhar
civilizações. Eles pareciam ter formado um elo intelectual entre um termo para seus Cavaleiros do G raal; eles eram Tetnpleisen,
o Oriente e o O cidente e ter se tornado G u ardiães de um os hom ens de ferro do Templo. Descreveu tam bém o Rei do
grande acervo de conhecim ento esotérico” (Bryce, pág. 124). G raa l, a q u e m eles serviam , com o aqu ele qu e regia um a
fraternidade invisível. Isto tem conotações herméticas — os
Ora, o autor de Perlesvaus revelou, pelo teor de sua história Cavaleiros do G raa l (Templários) eram a incorporação física
de Parsifal, qu e pertencia a u m a O rd em de soldados-monges. de seu arquétipo no Céu.
Isto por si só não seria suficiente como explicação do anonimato
Q u e ele pretendeu equiparar os templários aos Cavaleiros
do autor, um a vez que a Igreja aprovava Ordens militares para
do Graal está confirmado num de seus últimos poemas, o Jovem
defender a fé. Mas o autor foi além e m encionou a presença de Titurel. A í o castelo do G raal se assemelhava a um a fortaleza
um conclave de “iniciados” no castelo do Graal, que conheciam
tem plária e tinha até um a capela circular, como os templários
o G raal, e o encontro de Parsifal com “mestres” que podiam costum avam construí-las. E ele afirm ou que o castelo era
convocar mais 33 cavaleiros batendo palmas. Os cavaleiros que
guardado por Cavaleiros Templários. Tais sentimentos pelos
surgiam usavam a insígnia tem plária e pareciam “ter certa templários foram tam bém com partilhados por outros autores
idade”. As conotações misteriosas ou mágicas aqui implicadas de obras sobre o Graal. Em Oueste del Saint Graal , o sanctum
não com binariam com a ortodoxia. Todavia, essas referências e ou m odelo do lar do G ra a l parecia um m odelo do Santo
o minucioso conhecim ento do autor sobre o combate direto e Sepulcro, qu e podia ser encontrado em todas as unidades
seus efeitos no corpo h u m an o claram ente apontavam para os templárias, nas quais eram realizados os mais sagrados ritos. E
templários com o os Cavaleiros do G raal. Cavaleiros Templários guardando um magnífico “Tem plo” do
G raal é fato m encionado por A lbrecht von Scharfenberg em
Os mais puros Cavaleiros Die Jungere Titurel (12 7 0 d.C.).
W olfram foi m uito m enos reticente para revelar que tinha
alguma ligação com a O rd em do Templo. Ele era, ou um Alguns podem argum entar que a Fraternidade Templária e
Cavaleiro Teutónico ou um Templário e, provavelmente, seguiu os G uardiães do G raal eram na realidade um a fraternidade
a rota dos cruzados para o Oriente. Em seu poema ele tala não necessariamente protetora de um cálice ou de algum objeto
acerca do G raal sendo guardado por cavaleiros que eram os mágico. Podiam ter estado guardando algo intangível, algum
mais puros, que buscavam aventura com o um teste de seu segredo, algum “tesouro”, algum conhecimento especial como
merecimento e que eram também enviados como governantes fonte de poder, do qual decorria sua força moral e que os
de países. Se pureza implicava ascetismo sacerdotal, sacrifício tornava supercavaleiros naquela época, capazes de transcender
fronteiras nacionais e hum anas. U m a das afirmações tácitas E lem entos com un s em pen sam en to e prática de certas
da lenda de José de Arim atéia é a de que Jesus pode ter passado escolas iniciáticas, devido a sua persistência no tempo e a seu
a lgu m segredo ou alguns segredos para José q u a n d o este valor em elevarem a consciência da hum anidade, chegaram a
cum priu sua pena na prisão e Jesus o visitou. Esse segredo ser r e c o n h e c id o s c o m o r e p r e s e n ta t iv o s do m o v im e n to
devia ser passado para os guardiães do G raal que o sucederiam. d e n o m in a d o “G ra n d e T radição”. Seus ensinam entos eram
Se os G uardiães do G raa l eram concebidos com o um a hoste religiosos ou místicos, em geral não sujeitos ao dogma de
espiritual e se eles estavam se m anifestando em alguma forma nen hu m a fé em particular. A O rdem Rosacruz tem suas raízes
física na Terra n u m a época em qu e a Lenda do G raa l gozava na tradição de mistérios do Egito Antigo. A inspiração e o
de g ran d e p o p u larid a d e , então os tem plários seriam esse teor dessa tradição foram reforçados por adições extraídas
exemplo visível de serviço ao G raal. dos ensinam entos de mistérios de indivíduos e grupos da
G récia Antiga, da C h in a , da ín d ia , da Pérsia e de muitos
Os cavaleiros templários como iniciados outros países; sem esquecerm os as contribuições m odernas
A estreita ligação de todo o mito do Graal com o templarismo da ciência, da filosofia e da psicologia, bem com o sua própria
foi zelosam ente p rom ovid a na prim eira m etade do século pesquisa, qu e confirm a ou esclarece a antiga sabedoria dessa
dezenove. Foram levados a público artigos intrigantes que tradição.
sustentavam a idéia de que certas fontes e certos vasos batismais
eram como vasos do G raal; de que os poemas sobre o Graal Pod em ser v erific a d o s elos h istóricos e n tre a O rd e m
foram escritos para glorificar a Ordem dos Templários; de que Rosacruz, A M O R C , e atividades rosacruzes em fins da Idade
as doutrinas e os símbolos templários foram tirados da Lenda M édia, ou seja, na época das cruzadas, dos tem plários, dos
do Graal; de que o mesmo ideal de união de cavaleirismo e alquim istas, dos cátaros, dos cabalistas e da literatura do
santidade era encontrado na Ordem Templária e nos Guardiães G raal. A área de atividade mais intensa de todos esses grupos
do Graal, e assim por diante (Waite, pág. 562). E mesmo possível foi o S u l da França, e m b o ra os m o v im e n to s estivessem
conjeturar que a O rdem Templária (dentre outras, como os espalhados por toda a E uropa. E razoável supor que alguns
Cavaleiros Teutónicos e os Hospitalários) era o evidente modelo templários eram rosacruzes e vice-versa e o m esmo se poderia
no qual foi baseada a concepção ideal do G uardião do G raal d i z e r de t e m p lá r io s e c á ta ro s, bem c o m o de c á ta ro s e
pelos contadores de histórias do Graal. Isto se torna especial rosacruzes. O fato de q ue algu ns tem plários lu taram na
mente significativo se colocarmos os tem plários dentro da c r u z a d a albigense contra cátaros não desfaz as ligações
linhagem espiritual da tradição iniciática secreta das escolas de recíprocas desses dois m ovim entos, e os tem plários achavam
mistérios. Os templários faziam suas reuniões sigilosamente, q u e sua lealdade m aior era para com a autoridade papal de
iniciavam seus candidatos em suas capelas em segredo e que recebiam sua autorização para funcionar. Quanto à ligação
afrontavam tentativas externas da corte da época e da posteridade tem p lária-rosacru z, não m uito tem po depois da supressão
no sentido de descobrirem os segredos de seu “culto”. dos tem plários com o u m a O rd em , alguns tem plários que
sobreviveram ou escaparam da perseguição fo rm aram um a Os legados Rosacruz e Templário
sociedade d e n o m in a d a “E ider Brothers o f the R o se-C roix” Todavia, os três movimentos estavam espiritualmente ligados
“Irmãos M ais Antigos da Rosa-Cruz” (M arkale, pág. 306). nos fatos de que enfatizavam a responsabilidade pessoal pelo
progresso espiritual e in spiravam outros por sua conduta
Os G ra n d e s Mestres T em plários e m em bros adiantados exemplar. E isto é u m tema im portante na Busca do Graal. A
da O rd em eram classificados com o iniciados superiores; eram região do Sul da França, onde o catarismo floresceu antes de
distintos de ou tros servidores da O rd e m , com o obreiros, sua supressão final, e particularm ente o distrito de Toulouse,
artesãos, soldados e subordinados. Os postos mais altos de seus g o zaram por algum tem po de liberdade de pensam ento e
líderes tinham paralelos com os cátaros, cujos líderes eram religião. Seu povo colheu incontáveis benefícios das atividades
perfecti , ou p e rfe ito s d e v id o a p u r e z a m o r a l e rig o rosa de templários, cátaros e rosacruzes. N a Inglaterra, também,
observância de regras. Outros eram credentes, crentes, aos quais houve algum a cooperação pouco antes das cruzadas entre
se permitia algum a isenção de disciplina superior e que ainda templários e rosacruzes; eles construíram o Templo de Londres,
não estavam prontos para serem elevados. Tanto templários que deveria ser usado com o um centro ritualístico com um .
como cátaros derivaram parte de sua crença do contato com o
pensam ento religioso e místico do Oriente Médio, o que teve E m geral, essas sociedades estavam aplicando e propagando,
um papel considerável em sua condenação final com o hereges cada qual a seu modo, sua com preensão sobre a vida e seu
e no controle de sua atividade pública. sig n ific a d o ; elas p ra tic a v a m m o d e lo s in iciáticos para o
a d i a n t a m e n t o m ís tic o de seus n e ó f it o s e seus r itu a is
Havia diferenças entre as sociedades de mentalidade mística. concernentes a isto eram realizados em caráter privado. C o m o
Elas podem ser m elh or constatadas nos principais símbolos o rosacrucianism o é um acervo eclético de aprendizado de
representativos de seu objetivo ou caráter principal. A C r u z sabedoria, seletivamente abrangente e progressivo, deve ter
Vermelha templária sobre um manto branco tinha um significado incluído o m elhor do que os templários pensavam e praticavam
simbólico correlato mas diferente do significado da R osa-Cruz em sua in s t r u ç ã o p r iv a d a e secreta. R efe rê n c ia s a esse
dos rosacruzes. A C r u z Cátara tinha traves iguais, com um a interessante material podem ser encontradas nos arquivos da
rosa em seu eixo. N unca se soube que os rosacruzes, como um O rd em Rosacruz, A M O R C , e as afinidades entre as duas
grupo, tivessem participado em ações militares, embora possam Ordens são consideradas na instrução privativa fornecida aos
ter sido individualmente combatentes. Os cátaros se defendiam estudantes rosacruzes.
quando eram atacados. A fama dos templários era parcialmente
baseada no fato de que eles eram um a m áquina de combate. Quem eram os guardiães do Graal?
Aconteceu também que a lealdade dos templários à autoridade Pergunta-se às vezes: a existência de G uardiães do G raal é
papal induziu alguns deles (talvez a contragosto) a participarem mítica ou eles são figuras históricas? Isto leva ao mesmo debate
na cruzada albigense contra os cátaros. qu anto à natureza do G raal: é ele um objeto ou um símbolo?
H ou ve tentativas de estabelecer um a linhagem ao longo dos cristã levada ao futuro, com o vim os, por José de Arim atéia.
séculos —um a sucessão de G uardiães do G raal —um a família O cálice original, ou G raa l, ou seu equ ivalen te simbólico e
real e não lendária, um a linhagem física sanguínea que se seus protetores na Terra, foram a herança da hu m an id ad e
equiparava à espiritual. E reconhecida um a linha desde a época desde a época em qu e adq uirim os consciência religiosa ou
das cruzadas, passando pela dinastia merovíngia e chegando a mística.
Maria M adalena e a Jesus. U m a aparente referência na obra
de W o lfra m a u m go vernante m erovín gio verídico de um Essa incorporação do perfeito Rei do Graal não é compatível
principado no Sul da França é citada com o indício de apoio. com algumas concepções dos romances do G raa l acerca do
Dada a reputação de W olfram como escritor críptico, é expressa Rei do G raal. Nas histórias ele aparece como o Rei Pescador
a opinião: “Q uanto mais alguém o estuda, mais provavelmente enferm o, cuja ferida incurável fora causada por algum erro
parece que ele está se referindo a um gru p o real de pessoas e moral. Esse erro é explicado como im prudência sexual, ou pela
não a u m a fam ília mítica ou de ficção” (Baigent, pág. 3 17 ). A im p lic a ç ã o de pe c a d o o rig in a l, ou s im p le s m e n te com o
evidência é algo tênue e as conclusões, ou tendem a erguer ilustrativo da Queda e da necessidade de Redenção. Seja como
algum as sobrancelhas, ou excitam outras com as ligações for, tanto o Rei como o Reino tiveram de sofrer indefinidamente
exploradas. Falta c o rro b o ra ç ã o p o r o u tra p esq u isa, mas ou até que algum sucessor substituísse o Velho Rei. Este é um
devemos m anter a m ente aberta a este respeito, ao conside problema que enfrentam os qu and o mitos são misturados, o
rarmos um a outra linha de pensam ento qu anto à identidade qu e ocorreu na consciência do h o m e m m edieval q u a n d o
dos Guardiães do Graal. Neste caso, a linhagem não é genética crenças “pagãs” (isto é, célticas) tiveram de chegar a alguma
nem de ficção e, sim, mística. acomodação com o cristianismo. N ão precisamos entrar aqui
no debate a propósito de quanto a história bíblica tenha de
Nesta visão do Rei ou G u a rd iã o do G raa l, tem os de nos fato e q u a n to de mito. O aspecto m ítico da sucessão de
voltar para o m istério cristão. O n o m e de Melquisedec (ou M elquisedec apóia u m m ovim en to linear na origem e no
Melquisedeque ) , m e n c io n ad o em H ebreus 7:3, prefigura o destino do ser h u m a n o — desde a C riação, passando pela
Cristo em sua oferta de pão e v in h o com o sím bolo da carne e Queda, pela experiência na Terra e chegando ao resultado final
do sangue do seu povo. Ele parece assu m ir o caráter de um no Dia do Juízo. O mito do Rei do G raal, porém, representa
Rei do G r a a l e x e rc e n d o ao m e s m o te m p o os cargos de um a visão cíclica céltica dos eventos: o que era observável na
sacerdote e g overnante profano, um h o m e m qu e é “sem pai, natureza e no universo correspondia a eventos na vida das
sem mãe, sem gen ealog ia... e p e rm a n e c e sacerdote para pessoas — n a s c im e n to , c re s c im e n to e d e c lín io , m orte e
s e m p re ”. Jesus C r is to é c h a m a d o de “u m sac e rd ote na regeneração.
sucessão de M elquisedec p o r direito de sacrifício”. A q u i não
há linha sanguínea física e sim um a im plicação de q u e o Rei Q u a n d o a história de Melquisedec, com suas implicações,
do G raal só podia ser um sucessor de M elquisedec —linhagem entrou na consciência do povo medieval, foi representada, não
no ro m a n c e do G ra a l e sim em pedra. Urna das in úm eras
m ensagens q u e a C a te d ra l de C h a rtres tem tran sm itido à
posteridade é a estátua de M elquisedec. Ela está situada ao
lado das figuras históricas q u e fla n q u e ia m os portais da
catedral. Lá está ele, segurando um a taça em que há urna
pedra polida, o q u e en cerra u m d u p lo conceito. Os dois
símbolos, o cálice e a pedra preciosa, m encion ad os sepa
ra d a m e n te nos rom a n ces, ali estão reu n id os, com o para
e s t a b e le c e r p e r m a n e n t e m e n t e o m ito n u m m e io m a is
duradouro ainda do que a tradição oral ou escrita. Para sempre
estão as duas verdades representadas —o cálice com o fonte e
m a n t e n e d o r da vid a e a p ed ra p reciosa c o m o a lu z da
sabedoria cósmica.
Localizações do Graal na Inglaterra M as, se descem os desses lu gares elevad os e rem otos,
H á base para a lo c a liz a çã o dos castelos do G r a a l em podem os ouvir relatos de outros santuários para o G raal em
montanhas de outras partes da Europa. Gales tem dois locais, solo um tanto mais baixo, porém , não m enos misterioso em
um na costa sudoeste e outro no norte. U m morro íngreme se sua capacidade para m anter o G raa l oculto a olhos hum anos
ergue atrás do município de Llangollen e sustenta algumas ruínas indignos. Por exemplo, os escoceses reivindicam m anutenção
de um castelo que outrora existiu ali, denom inado Castell Dinas se não guarda do lar do Graal. Este, dizem eles, está na Rosslyn
Bran. Perto corre o rio Dee. Segundo a lenda, esse castelo era o Chapei, em Edim burgo, escondido em algum lugar em sua
lar do rei galês Bran, que era também considerado o Rei Pescador. pedra branca esculpida. Durante muitos anos perdurou a lenda
Esse nome tem origem no deus celta Bran, que possuía um de que a taça do G raa l estava enterrada embaixo da “coluna
Caldeirão de Abundância capaz de alimentar 500 pessoas, exceto do ap ren d iz” da capela. Essa coluna parece ser semelhante a
as covardes. Bran era também o rei galês do mar; e mar e pescaria duas colunas mencionadas em ritual da Franco-Maçonaria.
estão ligados. Nas águas do rio Dee, poderíamos imaginar o Rei U m descendente da família que possuía o local m andou fazer
Pescador pescando. Ademais, o Peredur Galês e o Parsifal de algumas escavações na capela, nas quais foi usado equipamento
Chrétien, o m esm o herói nas duas versões do mito, foi criado de prospecção antes de escavar. Assim esperava-se localizar e
nas matas montanhosas de Snowdonia na Gales do Norte. O possivelmente recuperar a taça.
castelo galês do G raal em Llangollen fica no lado leste dessa
cordilheira. A lém disso, Bran, como o Rei Pescador, tinha feridas Entretanto, as prospecções não revelaram a presença da taça
qu e não se c u ra va m . E, fin a lm e n te , parece m ais do q u e nas colunas nem nas paredes. C o m certeza, na escavação que
se seguiu foi encontrada uma taça, mas ela foi identificada como pantanosa, tam bém conhecida como Ynis Witrin , a Ilha de
um recipiente usado por um pedreiro do século dezessete, para Vidro. Ela só era acessível no verão e a pé. Glastonbury é o lar
conter seu lanche! (Sinclair, 86-7). Isso, porém, não arrefeceu da mística Tor, com suas estranhas peregrinações em volta de
o entusiasm o dos verdadeiros crentes, qu e con tin u aram a sua e le v a ç ã o c ô n ic a e m e n ç ã o de seus m u it o s tú n e is
assegurar que o G raal ainda estava ali. E eles podem estar subterrâneos. O Poço do Cálice, próximo à sua base, tem águas
certos, se o símbolo do G raa l é alterado para significar um a curativas. Algum as histórias sugerem que o cálice sagrado, seja
m ensagem secreta codificada no sim bolism o dessa capela o Graal ou não, está escondido em suas profundezas. U m broto
singular. da vara de José de Arimatéia, que se tornou a árvore de espinhos
de W earyall Hill, ainda cresce (isto é, um enxerto de árvores
Mais para o sul, na Inglaterra, o trabalho de clérigos cristãos, sucessivas) no terreno da catedral. Portanto, tudo isso, além
da lenda arturiana e da história de José de Arim atéia, tornou da menção de linhas “ley” passando por G lastonbury e da fama
Glastonbury m ais p o p u la r c o m o o L a r do G r a a l. Ela é do mosteiro que uma vez lá existiu como um importante centro
reconhecida com o a mística Avalon e o local de repouso do espiritual, da época de A rtu r até H e n riq u e VIII, fez com que
G raal, não importa onde este tenha estado ou por onde tenha ela se tornasse um local sagrado com associações ao Graal.
viajado antes. N a lenda arturiana, Avalon é a ilha sobrenatural G la sto n b u ry não tem um castelo ou tem plo do G raal. Mas
no oeste em que a espada de A rtu r foi forjada e para a qual todo o distrito deve ser visto com o um complexo natural que,
Artur, após ter recebido seu ferim ento fatal em C a m la n n , foi por topografia, conexão geom ântica e atividade h u m an a,
levado por três rainhas, para ser curado. Na língua céltica, t o r n o u - s e u m s u p o s to p o n t o de e n t r a d a p a ra o r e in o
Avalon sugere um a terra de maçãs. U m relato de G erald de Sobrenatural do G raal. Os viajantes atuais, ao dirigirem pelo
Gales ( 1 1 7 0 d.C.) confirm ou a descoberta de um a C r u z com distrito de “A v a lo n ”, podem ter o sentimento de estarem sendo
o nome de Artur, n u m a sepultura que se supunha conter os absorvidos de u m m u n d o material para um m undo etéreo. A
restos de A rtu r e G uinevere, no cemitério de Glastonbury. U m pessoa tem de explicar esse estado de espírito em termos de
outro relato de um contem porâneo referiu-se ao enterro de um “quadro m e n ta l” condicionado pela literatura romântica
A rtu r na ilha de Avalon. Isso contrasta com a lenda de que ou encontrar explicação em termos metafísicos ou místicos.
A rtu r absolutamente não foi enterrado e sim m antido num a
gruta, aguardando o retorno para a Inglaterra q u a n d o ela A hipótese oriental
precisasse dele. Mas, a despeito das dúvidas quanto à exumação E muito intrigante a descrição do castelo ou templo do Graal
do corpo de A rtu r em G lastonbury, o sítio na Abadia atrai feita por um poeta alemão, Albrecht von Scharfenberg, em Die
milhares de peregrinos todos os anos! Jungere Titurel (12 7 0 d.C.). Ele situa o Lar do G raal num a
m ontanha de pedra ônix e descreve em detalhe sua aparência
Em outras épocas, a planície de G la sto n b u ry foi inundada e sua construção. Seria de esperar que o autor desse romance
no inverno e se tornou um a trem eluzente e nebulosa área tivesse sido rico em imaginação ao descrever o maravilhoso
palácio a d e q u a d o para abrigar a qu ele notável objeto. N o apóia a teoria, além de outros registros históricos, de que o
entanto, sua im aginação deve ter cum prido apenas u m a parte mito do G raal pode ser de proveniência oriental. Mas isso é
p e q u e n a n isso . O u ele d e m o n s t r o u u m a lto g r a u de apenas u m lado da história.
clarividência, ou obtivera um a descrição do tem plo a partir de
um te m p lo re a l em a lg u m o u t r o lu g a r. H á ta m b é m a Templos estelares megalíticos
possibilidade de que esse tem plo tenha sido constelado em sua Precisam os v o lta r ao E xtrem o Oeste da E u rop a, para
m ente subconsciente, em ressonância com um a concepção e n c o n tra r u m protótipo a n te rio r do tem p lo do G raa l. O
m ental sem elhante dos construtores originais de um templo conceito místico do templo do Graal pode remontar ao período
real que tenha existido na Pérsia de princípios do século sete, dos construtores megalíticos (600 0 -20 0 0 a.C.). Foi a época dos
d e n o m in a d o “T ro n o de A r c h e s ”. Esse tem p lo era “u m a construtores de Stonehenge, Avebury, N ewgrange e outras
estrutura em form a de m andala, representando o paraíso ou obras, descritas variadam ente como túm ulos, observatórios e
um m u n d o espiritual transcendente, cujo protótipo” pode ser templos estelares transitórios. Nesses e em outros monumentos
visto “no santuário pársi do Fogo Sagrado, em S h iz ” (Jung v. de pedra, os símbolos básicos da Terra (o quadrado) e do céu
F., 107). A região onde Sh iz está situada tem um a atmosfera (o círculo) estavam combinados para representar a união, em
in co m u m . Parece focalizar a lu z mais bela da Terra, que tempos apropriados, do deus do céu e da deusa da terra. As
a m eniza a dureza da paisagem e dá a impressão de fazer as pessoas se envolviam com esses monumentos numínosos e seus
m ontanhas levitarem. O calor, a qualidade da luz e a secura, ritos sagrados. Os locais escolhidos para a construção dessas
parecem am ortecer os sentidos e dar lugar a um outro tipo de estruturas não eram fortuitos. Esses povos neolíticos antigos
percepção, um a percepção mística. Nesse local foi construído eram suficientemente desenvolvidos em geometria, matemática,
o Trono de Arches. Prova arqueológica e relatórios de fontes astronomia e geomancia sagradas, para poderem encontrar
contemporâneas m ostraram um a impressionante semelhança locais na superfície da Terra em que as energias terrestres
da estrutura real com a visualização de Albrecht. “T inha um a estivessem fortemente focalizadas. Seu objetivo era atrair as
cú p u la coberta de o u ro e cravejada de pedras azuis para energias de corpos celestes. N ewgrange nos fornece o mais
representar o firm am ento. Ali havia estrelas, Sol e Lua, mapas dramático exemplo desse triplo contato sagrado entre céu, terra
astronômicos e astrológicos esboçados com jóias, balaustradas e seres humanos. N o alvorecer do solstício de inverno, um feixe
cobertas com ou ro , escadarias e ricas tapeçarias tam b ém de luz atravessa a clarabóia de um a longa passagem para o
d o u r a d a s ” (M a tth e w s, 1.23). A lb re c h t tinh a descrito seu imenso templo da colina ou estelar. Lentamente ele ilumina de
tem plo nu m a m ontanha de ônix que era conservada polida no modo m uito suave a passagem longa e escura como breu e se
c u m e e tin h a u m lago ao seu lado. O te m p lo real fora m ove até a câmara central com teto em modilhão. U m a vez
construído nu m a cratera cuja boca se transform ara nu m lago. nessa câmara, seu brilho é intensificado pelo reflexo de cristais
O teo r m in e r a l das águ as tin h a to rn a d o as praias s u fi de qu artzo nas paredes. O objeto ritualístico central é uma
cientemente escuras para terem a aparência do ônix. Tudo isto pedra entalhada na forma de um a fonte ou u m a grande taça,
contend o ob viam ente algo sagrado qu e figurava no ritual Upanishad). D e m aneira análoga, Teresa de Ávila nos exorta a
associado a esse evento anual. Será que precisamos dizer o centrarmos nossa vida usando a imagem do castelo (O Castelo
q u e e r a ? P o d e r ia te r sid o o p r o t o - G r a a l ! E m caso de Interior). A alma tem de viajar desde os ambientes mais externos
emergência, a câmara central podia acom odar 30 pessoas — do castelo, e n fre n ta n d o toda sorte de dem ônios, antes de
com o o gru po rosacruz da últim a excursão do G raal verificou alcan çar o sétimo, qu e é o âm ago. A viagem é por vezes
qu and o m editou em total escuridão e se deixou perder no angustiante, cheia de m om entos desesperadores, mas o final é
prodígio desse m om en to místico. Foi depois de um a tal visita compensador. A sétima câmara é onde a gema é encontrada,
q u e a g e n te pô de re a lm e n te e n t e n d e r a p r o f u n d e z a de onde a alma h u m an a se funde na A lm a D ivina ou Universal.
pensam ento e sentim ento que regeu a construção de templos
magníficos de algum tipo. E de se com partilhar com John Essas descrições do Castelo do G raal e do Reino do G raal
M atthew s seus pensam entos sobre o Tem plo do G raal. “Em nos revelam, através de nossa imaginação e de um a m udança
sua mais com plexa e com pleta fo rm a ”, diz ele, “o tem plo era de consciência, com o o “O u tro M u n d o ” invisível (o m un do
um espelho cósmico que se tornava um iniciador ao divino que achamos tão difícil perceber) e o m un do visível, tangível,
mistério da Criação, o mais perfeito objeto da Busca (quer dizer, que entendem os com o realidade, podem de algum m odo se
da busca mística da alma) ... ele se conform a ao arquétipo fu n d ir n u m só na Busca, e isto até de repente e in espe
tradicional” (11.73). radamente. Esse m om ento de percepção “interior” acontece
na m e d it a ç ã o , e m s o n h o s , ou q u a n d o c o n t e m p la m o s
Que é o castelo do Graal? c on cen trad am en te algu m a superfície branca ou um poço
Podemos agora perguntar: como é que o Cavaleiro do Graal sereno, bem como nos mom entos em ocionalm ente edificantes
se encaixa em tudo isso? Sabem os que o herói do rom ance do que às vezes vivenciamos. Esta é um a verdade que foi infusa
G raal tenta encontrar o Reino do G raal cujo castelo ou templo nos romances do G raal. Estamos todos na fronteira de dois
é onde se encontra o Graal. Todas as suas aventuras na viagem mundos, quando partimos para a busca. Alguns a cruzam mais
são a projeção de um a jornada espiritual interior. O “L a r” pode cedo do que os outros, do inferior para o superior, e depois
ser um a m ansão da alm a onde o G raal da transform ação deve voltam para c o n ta ra história. Outros ficam na fronteira e não
ser encontrado. Se nos colocamos no lugar do C avaleiro do conseguem cruzá-la. Assim nos é ensinado pelos exemplos de
G raal, cada um de nós pode se ver com o o tem plo (nós, como G a la h a d , Parsifal, Bors, G a w a in , L a n c e lo t e dos dem ais
deveríam os ser) e o G raa l com o um a jóia nesse templo. “N o cavaleiros. Cada um dos Cavaleiros da T ávola Redonda era
centro do castelo de B rahm a, nosso próprio corpo, há uma um templo de algum tipo e, oculto em cada qual, havia o Graal.
p equena pedra... e dentro pode ser encontrado um pequeno G alah ad e Parsifal tiveram êxito, um ascendendo ao Céu e, o
espaço. Deveríamos descobrir quem mora ali e querer conhecê- outro, tornando-se Rei do G raal. Bors, tendo visto o G raal,
lo... pois todo o universo está nele e ele mora no nosso coração” voltou para contar a história. G a w a in e Lancelot, a despeito de
(c ita ç ã o de M a t th e w s , (2) 84 , e x tr a íd a de Chandhogya suas grandes virtudes, não conseguiram fazer os sacrifícios
necessários. E n q u a n to os rom ances do G ra a l po dem nos
informar acerca do caminho para o Lar do Graal, é bem possível
que possam tam bém nos inspirar a aceitar o desafio de trilhar
a m esma senda de aventura, incerteza, desespero, esperança,
excitação e m aravilham ento, para alcançar o Reino do Graal. Capítulo 5
Mistérios e o Graal
IPSÕE D u r a n t e v á r i o s s é c u lo s a n t e s q u e a p a r e c e s s e m os
,EIT p rim e iro s relatos escritos da le n d a do G r a a l, a E u ro p a
v iv e u u m a t e n e b r o s a era de t u m u l t o e d e s e s p e ro . As
con d iç õe s de vida em toda a E u ro p a e ra m pobres e a vida
e s p iritu a l do p o vo estava em nível baixo. A E u ro p a estava
dividida em um n ú m e ro in d e te rm in a d o de feudos e estados
f e u d a i s c o n c o r r e n t e s . N ã o h a v i a e n t i d a d e s p o líti c a s
n a c io n a is. Por e x e m p lo , o m e sm o s e n h o r p o d e ria m a n te r
terras na F rança e no S a n to I m p é rio R o m a n o . R einos e
p rin c ip a d o s m e n o re s estavam c o n s ta n te m e n te em g u erra,
de m o d o q u e fro n te ira s te rrito ria is e ra m re stab elecid as a
um te r r ív e l c u sto em v id a e s o fr im e n to h u m a n o s .
V i o lê n c ia , in s e g u r a n ç a , m is é r ia e i n t o le r â n c ia , c a r a c
t e r iz a v a m o estado da sociedade.
L ang uedoc e Provença, no Su l da França, eram regiões E m reação defensiva a esses m ovim entos, a Igreja tomou
onde m ovim en tos de “nova e ra ” pareciam estar substituindo várias providências, dentre as quais a de elevar e estim ular o
Rom a com o um centro de influência espiritual. Essa era a status de Maria como alvo de adoração c, ocasionalmente,
terra dos cátaros, rosacruzes, cabalistas, do culto à V irgem elim in ar alquimistas individuais — alegando que eles eram
N egra, dos gnósticos e do m isticism o e u ro p eu e sufi. Os feiticeiros. E ntretanto, os poetas do G raa l não eram nem
trovadores, que saíram dessa região, difu ndiram algumas das o fic ia lm e n te p e rd o a d o s n em c o n d e n a d o s , d evid o à sua
idéias “hereges” da m esm a p o r toda a E uropa. N a Espanha, habilidade em se manterem no fio da navalha entre a ortodoxia
T o le d o e c id a d es p r ó x im a s t in h a m b ib lio te c a s i m p r e s e a heresia. Isto pode ser constatado no grupo de literatura do
sionantes, on d e m u itos textos clássicos sufis e hebraicos G raal denom inado Ciclo Vulgata, obra de monges cistercienses
podiam ser encontrados. Segu ndo W olfram von Eschenbach, que trabalhavam tanto temas cátaros quanto ortodoxos no teor
qu e escreveu a versão herm ética de Parzival , a fonte de sua dos romances.
obra era um do cu m en to e ncon trado em Toledo, em escrita
“pagã”. Em m uitos dos prédios públicos de Toledo e das Já ch a m a m o s atenção para o escrito a n ô n im o Perlesvaus e
igrejas e catedrais pode-se ver evidência de um a bem sucedida o P arziv al de W o lf r a m . A m b a s estas ob ra s c o n t in h a m
m i s t u r a de e s t ilo s c r is t ã o s e m u ç u l m a n o s e m a r te e e l e m e n t o s c r is t ã o s e t a m b é m h e t e r o d o x o s e p a g ã o s .
a r q u ite tu r a . A to le râ n c ia de am bas as c u ltu ra s, cristã e R e fe rê n c ia s célticas e o rie n ta is , aspectos de a stro lo g ia ,
gnosticism o, h erm etism o e dram as iniciáticos secretos, estão sim plesm ente parte de uma coletânea geral de mitologia local.
habilm ente entretecidos nas narrativas. N o entanto eles se tornaram mais importantes porque tinham
um duplo intuito em suas formas reconstituídas e foram lidos
Novo espírito em religião e filosofía e relidos por toda a Europa.
A essência desse n o vo espírito em religião e filosofia está
bem expressa no c o m e n tá rio de M a lc o lm G o d w in sobre a A filosofia subjacente aos contos heróicos dos cavaleiros
história de Parsifal. “Parsifal”, diz ele, “encarna a busca pelo do G ra a l era um a declaração a favor de um a alternativa para
h o m e m m e d ie v a l de a lg u m c o n h e c im e n to su p e rio r q u e a vida especificada nos ensinam ento s da Igreja. Esse estilo
desse a lg u m a im p o rtâ n c ia e a lg u m sentido à vida, o q u e a de vida alternativo advogava responsabilidade pessoal na
Igreja era in ca p a z de o fe r e c e r ” ( G o d w in , pág. 176). Essa direção da vida individual, m ediante a aplicação de esforço e
essência pode ser descrita com o um a espécie de cristianism o z e lo , bem c o m o o uso do liv re -a rb ítrio . Para r e a liz a r o
do G r a a l, fo c a liz a d o em m istérios esotéricos, ao contrário propósito d ivino da h u m an id ad e , o in d iv íd u o deveria ser o
d o e n s i n a m e n t o da Ig re ja , em q u e a fo r m a e x o té r ic a fator de seu próprio destino e não apenas o receptor passivo
im p o rta va mais. A s duas m aiores am eaças de d e n tro da da g r a ç a de D e u s , a se r r e c e b i d a c o m o u m d o m ou
Igreja toram resolvidas em fa v o r dela q u a n d o , em 12 4 4 e conq uistad a pela fé e a prece. C o m o disse um escritor: “Os
1 3 0 8 , re sp e c tiva m e n te , os cataros e os tem p lário s foram Cavaleiros da T ávola Redonda se lançaram em busca do Santo
a n iq u ila d o s c o m o g r u p o s p ú b lico s e o r g a n iz a d o s — em Graal... eles assumiram um a missão; não ficaram em C am clot
am bos os casos isso foi feito pela força das arm as e pela o ra n d o para que o G ra a l viesse a eles” (Knight, pág. 163).
a u t o r i d a d e p a p a l. N o e n t a n t o , su a s id é ia s c p r á tic a s C la r a m e n te , os a utores de obras sobre o G r a a l estavam
persistiram em outras formas e outros lugares, sigilosamente, apresentando um a visão diferente de “salvação” e de com o
c o m o q u e p o r a lg u m a n e c e s s id a d e ou i n e v it a b ili d a d e ela deveria ser alcançada.
histórica.
Galahad, o herói-cavaleiro
O qu e é descrito com o tradição iniciática nos m oldes das A história de Parsifal orienta o ou vinte ou leitor para um a
antigas escolas de mistérios sobreviveu na E urop a em várias compreensão da vida, de certas verdades místicas relacionadas
form as, c o m o havia so b revivid o essa trad ição no passado, com nascim ento, m orte e regeneração. A ssim com o o Cristo
em t e m p o s de i n t o l e r â n c i a e p e r s e g u iç ã o . O p a r e c e r era um m odelo para todos os cristãos, Parsifal representava o
apresentado neste capítulo é o de alguns escritores no cam po m e lh o r e x e m p lo de h o m e m m e d ie v al. C o m m a io r cris-
de estudos esotéricos: o de q u e o m ito do G r a a l era um a tianização do mito, Parsifal foi substituído por G alah ad, para
projeção em literatura dessa tradição secreta. T ivesse o mito to rn a r o herói um a figura mais parecida com o Cristo. Em
do G r a a l sido re co n stitu íd o a p a rtir de folclore mais antigo q u a lq u e r dessas versões, porém , seu efeito nas pessoas da
ou de m itos tribais, os m itos do G r a a l teriam se to rn a d o época deve ter sido considerável. As histórias tin h am um
secreto p o d e r de tra n sfo rm a ç ã o . P od er-se-ia im a g in a r o Jorn ad a In terior para o inconsciente, as m ensagens dele
tr o v a d o r e o m innesinger fa z e n d o o pa p el do “ m e s tr e ” recebidas, os trabalhos da im aginação, o refin am en to dos
in iciador c o n d u z in d o o “n e ó fito ” (o leitor ou ouvinte) pelas sentim entos do iniciando, a exploração do m u n d o interior e
alegrias e as provas da jornada. O iniciando é espiritualmente as reações a ele, e a expansão de sua consciência no espaço.
dirigido. E le po de se se n tir ao final da jo rn a d a “nascido O grau mais antigo de “g u erreiro” ou “so ldado” é substituído
pela segu nd a v e z ” e se c o n s c ie n tiz a r de q u e está na posse pelo de “ca va leiro”; trata-se do C a v a le iro do G raa l, qu e põe
de certos segredos. justiça no m u n d o pelo uso da espada judiciosa. O n d e um
grau costum ava ser “persa” ou “egípcio”, temos um Parsifal
M u ito s escritores q u e fiz e ra m pesquisa sobre o m ito do sem nom e recebendo seu nome em algum m om en to de sua
G ra a l chegaram a essas conclusões. Foi G . A. H ein rich (em vida, n u m lam pejo intuitivo; ele passa a ter um a identidade
Parzivale Wolfram von Eschenbach) q u e m prim eiro observou através da “conversão pelo so frim en to ”. O leão encon trado
q u e a q u ilo q u e Parsifal v iv e n c io u foi m enos um a série de p o r G a w a in , alter ego de Parsifal, sim boliza a aquisição de
a v e n tu ra s do q u e urna serie de iniciações. Jessie W eston controle consciente sobre seus preconceitos inconscientes.
e x p lo ro u a idéia do m ito c om o urna nova e n cen ação de O mais alto grau era a C o ro a ou Realeza do G raal.
antigos ritos agrários. E foi W H. N itze q u e m a firm o u qu e
os le it o r e s m a is a d i a n t a d o s dos r o m a n c e s “ p o d e r ia m À guisa de c om en tário final é interessante considerarm os
id en tific a r um h ip ertexto p o r palavras ou gestos secretos as in ten ções (até o n d e p o d e m o s in te rp re tá -la s) e idéias
q u e só podem ser aprend idos por iniciação” (H arrison, pág. a p re s e n ta d a s nos ro m a n c e s do G r a a l de dois dos mais
9 3). im portantes autores, quais sejam, C h rétien de Troyes {Lenda
do G raal , c. 118 0 ) e W o lfra m von Eschenbach (Parzival c.
M a is r e c e n t e m e n t e , T r e v o r R a v e n s c r o f t a p o n to u os 1 2 1 0 ) . A m b o s eram , fig u ra d a m e n te fa la n d o, m estres de
sím b olos q u e a p a recem na historia de Parsifal com o urna in s t r u ç ã o m e d ia n te d r a m a ro m â n tic o . A m b o s e stav a m
c h a v e r e v e l a d o r a d o m é t o d o d a s e s c o la s i n i c i á t i c a s co m u n ic an d o alguns “segredos” dos mistérios relacionados
trad icion ais, ou seja, da passagem do in ic ia n d o por sete c o m o p r o p ó s i t o e o d e s t i n o da h u m a n i d a d e , a c o r
g rau s de progresso r u m o à ilu m in a ç ã o . D e ve-se no ta r qu e, respondência da vida com os ciclos da natureza e a mensagem
q u a n d o se faz esta c o m p a ra çã o , os sím bolos na Busca do de retorno ao hom em prim ordial. N o poem a de C h rétien, a
G r a a l não são idênticos e sim sem e lh a n te s aos das antigas jornad a da alm a ru m o ao G raa l foi representada com o uma
escolas de m istérios. R epresentam mais a m p la m e n te as busca individual. O indivíduo luta pela inteireza (para u sa ra
e xperiências do in ic ia n d o à m edid a qu e ele passa do estado linguagem da psicologia profunda), isto é, pelo G raal. A luta
de to la in o c ê n c ia p a ra o da p le n itu d e de c o m p r e e n s ã o era necessária para sanar as cisões na psique do indivíduo, a
m ística. A lg u n s graus são representados por aves - o corvo , fim de alcançar auto-realização ou cura espiritual. O mesmo
o pavão, o pelican o, a fênix e a águia — a fim de in d ic a r a se dava com o herói de W o lfra m — as cisões podiam ser
id en tific a d a s c o m o as q u e o c orrem entre a n a tu re za e a misticamente desenvolvido, proveniente de todas as terras e
“su p e rn a tu rez a ”, entre a Terra e o C éu , entre a ilusão e a cu ltu ra s, criado na trad ição iniciática e rep resen ta n d o a
realidade. O G raa l era o ponto de conciliação ou conjugação vanguarda do progressivo desenvolvimento da humanidade na
desses opostos. senda mística.
W olfram não estava menos interessado no indivíduo do que Era esse aspecto místico que constituía o “mistério” que
Chrétien, mas ampliou seu horizonte. Isto estava mais de acordo W agner tentou apresentar nas óperas do G raal, com sucesso.
com essa orientação esotérica mais enfática. Ele queria salvar a A percepção visual da busca pelo indivíduo no “centro” delas,
espécie h u m an a e via o indivíduo com o partícipe em algum m agnificam ente dram atizada, com toda a força do recurso
propósito cósmico. E, casualmente, isto estava em harm onia musical, era alusiva à história bíblica da queda e da redenção
com o e n s in a m e n to da Igreja qu e desen corajava a busca da hum anidade. Em termos da essência de q u a lq u er religião,
individual e direta. Mas, para W olfram , o sistema fechado de a história de Parsifal representa a hum anidade num a senda de
um a té não bastava. A Busca do G raal era para a hu m an id ad e retorno à sua própria divindade. Psicologicamente, demonstra
com o um todo, com eçando com um a conciliação das três para nós todo o “processo do cam inho interior de reintegração,
religiões an ta g ôn icas — c on cilia çã o essa q u e tran scen dia da im plantação do novo self no v elh o ” (W ilm shurst, pág. 6).
diferenças doutrinárias ao nível místico. Em essência, esse era Em termos místicos, “tanto o verdadeiro herói quanto o místico
o jeito do a lq u im is ta , do cabalista e das antigas escolas têm de m orrer para seus egos, para a idéia de q u em eles são, a
iniciáticas. fim de renascerem como algo mais ou algo m a io r” (G odw in,
pág. 228).
Capítulo 6
O Graal na alquimia
Supressão do feminino
Durante séculos, a maioria das sociedades viveu sob a
dominancia de um Deus macho e de uma organização
d o m in a n te p a tria rc a l. E ssas so cied a d e s q u e ñ z e ra m as na fogueira por bruxaria. Por um curto período, a luz do G raal
m ulheres serem inferiores aos hom ens não podiam elevar o difundida pelos trovadores e suas patrocinadoras femininas, como
princípio fem inino - das polaridades macho/fêmea na natureza E leanor de Aquitaine, M arie de C ham pagne, M arie de France e
- a um estado igual, eq u ilib rad o ou com plem en tar em relação E sc la rm o n d e de F oix, b rilh o u in te n sa m e n te nas lend as
ao p rin cípio m asculin o. A D eusa da m itologia ou religião reelaboradas de A rtu r e seus Cavaleiros da T ávola Redonda. Se
cum pria um papel subserviente a um D eus Su p rem o num as lendas de algum m odo representaram um a pequena mudança
outro m undo transcendente ou coexistente da realidade. Assim , na consciência do hom em , ela foi insignificante. A í estava um a
a vida social nessas sociedades foi organizada em torno dessa te n ta tiv a de re c o n q u ista r algo q u e o u tro ra c o n stitu íra a
crença, com o m acho tendo um papel dom inante. Seria um dignidade atribuída às m ulheres na E uropa megalítica e céltica.
tru ism o d iz e r q u e as p rin c ip a is relig iõ es do m u n d o , em Nessas sociedades, a Deusa da Terra e o D eus do Sol eram vistos
algum as declarações autoritárias e em suas práticas, refletem com o participantes divinos iguais nos processos de criação e
esse pensam ento. N a E uropa cristã de fins do período m edieval, destruição. As cruzes célticas que se vêem nas Ilhas Britânicas e
q u an d o apareceu um grande n ú m ero de rom ances do G raal, na Irlanda em esculturas e artefatos em pedra, ou em sítios
foram feitas in eq uivocam ente declarações no sentido de que a m egalíticos com o as pedras C allan ish , representam sim bo
m u lh er era a tentadora, principalm ente um a geradora de filhos, licamente uma fusão harmoniosa de símbolos cristãos e “pagãos”.
inadequ ad a para alcançar a ilu m inação, de vez em q u and o Esses símbolos m ostram o anel da Deusa rodeando o coração
“im pu ra”, ou de caráter instável ou im perfeito. G od w in explica da C ru z . Pareceria que um deus solar e um a deusa terrena
qu e a ânsia pelo essencialm ente fe m in in o d en tro do m ito —e estivessem desfrutando um a harm onia na criação. Nas cruzes
ele estava com en tan do especificam ente o M ito do G raa l — célticas, às vezes os círculos no encontro das traves são duplicados
tornou-se tanto m ais exagerada e urgente q u anto mais a Igreja, ou triplicados, sugerindo um a vibrante em anação do coração da
com sua fixação contra a m u lh e r potente, tentou reprim i-la, cruz, com o ondas irradiando-se para fora pelo efeito de uma
com o nos antigos esforços para reprim ir o culto à Virgem M aria. pedra atirada em água parada. Este sím bolo, propriam ente,
antecede o cristianismo. As pedras de Avebury, em W iltshire,
O misticismo do Graal reflete atribuição essa enorm e façanha de engenharia dos construtores megalíticos,
de poder às mulheres m ostram pedras maciças representando os princípios masculino
As atitudes estão m u d an d o m ais depressa em algum as e fem inino da criação. As longas avenidas estão colocadas em
sociedades e algum as instituições religiosas dessas sociedades. pares m acho e fêm ea, igualm ente em parelhados; suas formas
Em outros casos, a reação está endurecen do contra q u a lq u e r tornam isso óbvio.
m udança no status das m ulheres. N ão é objetivo deste contexto
debater os acertos ou erros dos valores expressos e das atitudes O status das mulheres em tempos antigos
assum idas. Em tem pos m edievais, porém, as m ulheres viviam A hom enagem ao princípio fem in in o veio à tona também
um a época m uito dura, desde inferioridade de status à queim a m ais ou m enos na época do C risto, no M editerrâneo O riental.
N ota-se com o os gnósticos deram grande ênfase à sabedoria aq u ilo que o torna um a história sobre as m ulheres da terra, a
fem in ina de Sophia , um a espécie de V irgem do G raal. Em seu antiga deusa exercendo poder sobre hom ens e eventos através
ritual de m istério em Elêusis, era usado um vaso ritualístico. O de personagens e tem as. N o castelo do G raal, a V irgem do
trabalho artístico pictórico ali descoberto m ostra o que parece G raal e não um sacerdote tinha lugar de destaque na Procissão
ser a form a de um a V irg em do G ra a l segurando um vaso ou do G raal. M esm o nas posteriores versões cristãs, a Portadora
krater. A í se tem um a figura de m u lh e r e não de hom em , do G raal era um a m ulher, que era a “mais pu ra”. Parsifal rompe
d esem pen hand o algum papel im portante no rito de Elêusis. com a influência de sua m ãe, mas não m uito tem po depois ele
A explicação esotérica para a sabedoria fem in in a, a sabedoria q u er vo ltar para ela. A C riatu ra A squerosa (um a fêm ea) o
de Sophia, não era da sabedoria obtida por observação sensoria castig a a p o n to de to rn á -lo d e s p re z ív e lm e n te c u lp a d o .
e intelecção e sim por intuição na com preensão de si m esm o e, B lan ch efleu r apresenta um m odelo de ressonância entre seu
p o rtan to, no co n h ecim en to sobre a n a tu re za h u m an a e o projetado objeto de am or e a coisa real, um casam ento de am or
destino h u m an o —um conh ecim en to qu e provém do coração verdadeiro que se pretendia d u rad ou ro. Por últim o, a floresta
(B olen, pág. 2 5 4-5 ). é o local de sua criação e de sua aven tu ra; é considerada com o
o in co n scien te na in te rp re ta ç ã o dos sím b olos do m ito e,
A arqueologia p ro d u ziu prova, na E uropa pré-histórica e p s ic o lo g ic a m e n te , o fe m in in o é p o r v e z e s ig u a la d o ao
na A sia O cidental, de sociedades em que foram vividos longos inconsciente.
períodos de paz. “A força de ligação que uniu mais estreitamente
esses povos... foi a D eusa... Seu nom e aparece em cada aspecto Relatos da Procissão do G raa l geralm ente ligam o G raal à
da vida cotidiana... N essas com unidades antigas... o m un do lança sanguinolenta. Segu ind o o exem plo de Jessie W eston,
era visto com o fem in in o e fem in in o era visto com o o m undo... alguns escritores com freqüência apontam o vaso e a lança
M as, com o a visão protetora, procriadora e afetiva do m undo com o símbolos sexuais. A imagem pagã da lança sendo prim eiro
deve ter sido dom in an te, o elem en to m asculino, longe de ser im ersa nu m caldeirão m ágico foi m ais tarde substituída por
inferior, deve ter sido encarado com o potencialm ente essencial um cálice e um a lança que perfu rou o lado do C risto. O fato
à saúde de toda a com u n id ad e” (G od w in , pág. 220). H avia de ela ser carregada antes do G raa l, gotejando sangue de sua
ig u ald ad e e resp o n sa b ilid a d e c o m p a rtilh a d a , c o n fian ça e p o n ta, m ostrava qu e ali h avia a lg u m v a lo r sim b ólico ou
cuidado m útuo. ritualístico. M as deve ser levado além de um a interpretação do
ato de sofrer e do sacrifício do Salvador. O G raal era o sím bolo
O papel da mulher no mito do Graal do ventre da D eusa e seu conteúdo era o sangue da vida. A
O ra, o M ito do G ra a l pode ser visto com o um a tentativa de lança era o elem ento m asculino. Q u ando m ergulhada nesse
recuperar esse estado de eq u ilíb rio m acho-fêm ea. C o m o um a conteúdo, passava a levar o com ponente curativo. M aria, então,
categoria de m ito, ele parece estar entre a noção de que é “um to rn a -s e m ais do q u e u m a m ãe de c o ra ç ã o p a rtid o na
dos últim os grandes m itos de d esen volvim en to m ascu lin o” e crucificação, dando m ais profu n d eza ao m istério cristão. Os
dois objetos, a L ança e o G raa l, foram necessários no processo in iciáticas para h o m en s, a p o n ta n d o o in ício da jorn ad a,
de cura, os dois elem entos básicos (m asculino e fem inino) clareando o cam inho e facilitando a bem sucedida conclusão
“u n in d o-se para restau rar a desértica e estéril terra do G raal da Busca pelo herói.
em sua antiga riq u eza e fertilid ad e” (M arkale, pág. 174). O
cristianism o do G ra a l e a d o u trin a cristã ortodoxa pareceriam E elas falam tam bém a nós, lem brando-n os o tem a mais
alcançar aqu i um a estreita consangüinidade (sem intenção de am plo do hom em e seu erro. O episódio Lady in the Tent [“A
trocadilho!). D am a da T enda”], na prim eira aventura de Parsifal, m ostra
insensibilidade para com os direitos de outrem , seu ato de
T am bém já se a rg u m en to u qu e a próp ria Busca fosse um a roub ar (o anel), a extorsão de beijos e, m ais tarde, o insulto
expedição n u m o u tro m u n d o , um reto rn o ao ven tre “para sofrido pela D am a. Isto indica m etaforicam ente a profanação
recriar um estado p arad isíaco qu e precedeu o n a scim e n to ” do T em plo de Jerusalém (sendo a tenda a casa de D eus que
(Ibid. pág. 17 4 ). O pap el da V irg em M aria pode ser visto abriga o inocente) e tam bém o pecado de A dão. O resto da
com o o d esen vo lvim en to dessa idéia. A Busca poderia ser um h istó ria é o sucesso fin a l de P arsifal (ou do h o m em ) na
re to rn o a D eu s após a sep aração in icial D ele e o lo u v o r a reconstrução do Tem plo e na restauração do estado prim ordial
M aria pode ser ju stificad o com base em q u e ela é um tem plo do hom em . O erro do hom em é descrito, m as um a m u lh er é a
e u m vaso para o D iv in o e com o “a q u ela q u e e sp elh a a vítim a. Parsifal tem de avaliar o incidente e toda a sua conduta
g ra n d eza de D e u s”. posterior em com paração com sua experiência de am or por
B lanchefleur, o castigo da C riatu ra A squerosa, seu tratam ento
Busca masculina ou feminina? gentil pela R ainha do G ra a l e sua p rim eira iniciação pela
Estas observações parecem favorecer a noção de qu e “o V irgem do G raal aos segredos do G raal.
G raal é um sím bolo fem in ino e de que a Busca que o cavaleiro
em preende é u m a procu ra da fem in ilid ad e” (Ibid). Isto pode Esse papel iniciático de m ulheres pode ser visto em outras
nos ten tar — um a vez qu e a questão dos papéis dos gêneros lendas arturianas, sendo os personagens principais G uinevere,
tem hoje u m com pon ente em ocional altam ente carregado —a V ivian e M organ. Elas conferem soberania aos personagens
perguntar: “Por q u e não um cavaleiro fem in in o na b u sca?” A m asculinos, provocam -nos ou os encantam , fazendo por vezes
resposta é para ser e n c o n tra d a em alg u m as das op in iões exigências excessivas à boa vontade deles e cuidando de suas
expressas nos parágrafos anteriores. D iz-se que os hom ens feridas. M ostram os aspectos positivo e negativo da anima na
precisam da Busca e as m ulh eres não. Por isto elas aparecem psique dos heróis. Se a Busca do G raa l é um a história de
com o V irgens do G raa l, M ensageiras do G raa l, personagens separação da nossa verdadeira n atureza e de retorno a ela,
envolvidas em vários encontros de cavaleiros, que apresentam argum enta-se qu e as m ulheres podem não achar necessário
tarefas difíceis para cavaleiros realizarem , qu e aconselham e ou conveniente fazer essa separação “p o rq u e seu ventre e seu
advertem o herói, e assim por diante. Elas atuam com o guias corpo têm ligações m ais íntim as com os ciclos naturais da vida
do q u e os d os h o m e n s ”. C o n tra isto , é ta m b é m a r g u E m seu ím peto dirigid o para um d u rad o u ro patriarcado,
m entad o qu e as m u lh ere s sentem realm en te u m a separação elas p arad oxalm en te assum em um a sobrecarga de m ascu
n e c e ssá ria , nos p rocessos de n a s c im e n to , vid a , m o rte e linidade. O anim us , ou elem en to espírito em predom inância,
r e s s u r r e iç ã o , d a d o q u e e la s “ lu ta m p o r r e a liz a ç ã o e causou um a d im in u ição ou um d eslocam ento da anim a ou
con secu ção em n íveis in te rio re s... M as, para os h o m en s, elem en to alm a. N este caso pareceria q u e a jorn ad a do herói
sep aração e iso la m e n to são sim p le sm en te o estad o n a tu ra l para fora se to rn a ria , an alo g am en te, a busca do herói na
do herói... Os h om en s lu tam , não p o r com plem en tação in te m u lh er. N a nossa próp ria época, essa busca com eçou para
rio r e sim p o r p erfe iç ã o e x te rio r”. A jo rn a d a para fora do algum as m u lh eres que se torn aram alienad as da “esp iritu al,
herói não é para a m u lh e r, u m a vez q u e ela já in te g ro u a psicológica e n u tritiva fu nção G ra a l de sua fe m in ilid a d e ...
m atéria com o esp írito e sabe disso. C o m o d iz H e le n L u ke: elas p erd eram o seu p róp rio G ra a l e têm de p artir em busca
E la “in te g ro u a vida do e sp írito com a vida in stin tiv a da d ele e x a ta m e n te co m o fa z e m os h o m e n s, a fim de e n
carn e, v iv en d o no m u n d o em todos os níveis do a m o r q u e é con trarem a h a rm o n ia e sp iritu a l” (H ansen d, em Introdução
o c a m in h o de re to rn o co n scien te à u n id a d e de todos os a Evola, ix).
o p o sto s” (M a tth e w s, pág. 9 4 ).
A lança do destino
A q u ilo que veio a ser cham ado de Lança do Destino figurou
com o um poderoso sím bolo na própria filosofia de H itler,
A D eusa K erid w en e fe tiv a m e n te m a te ria liz a d o na fo rm a de u m a re líq u ia
conservada no M useu de H apsburg. N o aspecto lendário, ela
é conhecida com o a lança de Longinus, o compassivo centurião
rom ano que enfiou sua lança no lado do Cristo, entre a quarta
e a qu in ta vértebras, a fim de pôr fim ao seu sofrim ento. Esse
ato resultou em que ele foi curado de sua cegueira parcial, e com pensação pelo ferim ento e o curaria, isto é, restauraria a
estabeleceu as propriedades mágicas (curativas) da lança. Antes prim azia da Igreja Céltica. E A shley conclui: ‘A Busca do Santo
dessa cristianização, a lança que aparecia na Procissão do G raal tornou-se um a busca para resgatar a Igreja Céltica e
C a stelo do G ra a l tin h a associações m ágicas derivadas do provar sua preem inencia sobre a Igreja R om ana... C om sua
contexto céltico. T inha origem divina e nunca falhava em acertar busca de perfeição e redenção final, os cavaleiros do Rei A rtu r
seu alvo em com bate, tendo às vezes de ser im ersa num fluido estabeleceriam a prim azia da Igreja Céltica... (c u ja )... busca
m ágico para m an ter sua n atureza venenosa ou curativa. E se torn ou m uito rapidam ente a busca de cada indivíduo para
re p re se n ta d a tam b ém co m o um sím b o lo fá lic o q u a n d o encon trar em seu coração um a com preensão da verdadeira
associada à criatividade e, além disso, sim boliza discernim ento religião e seguir esse cam in h o ” (Ashley, Introdução).
intuitivo ou a aplicação da vontade divina. N o saião de banquete
E ntão, a lança usada nesse contexto tem o atributo de
do C a s te lo do G r a a l, fo i c a rre g a d a p o r u m jo v e m q u e
vingança, de conseguir com pensação pelo ferim ento infligido.
cam inhava ju n to da V irgem que levava o G raal. N um a versão
Seu uso desse m odo restauraria o G raal ao seu guardião de
do m ito do G ra a l, o herói, G a la h a d , cura a ferida do Rei
direito. Su a ferida sararia, a terra se recuperaria e seu povo
Pescador aplican do-lhe a ponta da lança.
seria redim ido. D esde que a lança trabalhasse para o G raal,
determ in aria o destino daqueles qu e a em punhassem . Ela
M ike A sh ley relaciona a lança a um d iferen te contexto
outorgava poder e servia a D eus. Fosse a lança separada do
histórico e sim bólico. Se foi a lança qu e causou a ferida na
G raa l e serviria a propósitos diabólicos e, em m ãos erradas,
história de Parsifal, então ela foi sim bolicam ente o instrum ento
acabaria em catástrofe.
do cristianism o rom ano para ferir o cristianism o céltico na G rã-
B retan ha da época do obscurantism o. O ferim ento do Rei A associação do G raal com o o cálice da Ú ltim a C eia e que
Pescador qu e representava o cristianism o céltico, pela Igreja contin ha o sangue do C risto com a lança que foi im ersa nesse
Rom ana, foi um a m etáfora do conflito céltico-rom ano e de sua m esm o sangue, no coração ou no cálice, foi um a poderosa
resolução insatisfatória. A pergunta de Parsifal, “A quem serve c o m b in a ç ã o s im b ó lic a . A m b o s o b je to s e sta v a m se n d o
o G r a a l? ” — diz A sh ley — tinha de estar relacionada com a relacionados com a divina substância redentora, form ando a
identificação da natureza dessa cisão. Nesse caso, a lança não essência da vida e o processo criativo. O caráter sagrado e o
tinh a m ais o caráter de um in stru m e n to m isericordioso e poder p u nitivo da lança é um dos altos tem as da apresentação
curador, tendo recebido esses poderes p o r seu contato com o operística w agneriana de Parsifal, na q u al a sublim e vontade
coração do C risto, e sim o de algo cru elm en te punitivo e que de D eus é dem onstrada pela m aneira com o a lança é usada;
foi retom ado na lenda do Rei Ferido. O cristianism o céltico ela é finalm en te usada em com binação com o cálice, para a
recebera o ferim ento incurável, que tinha de ser vingado (a cura do Rei Pescador. A condição de A m fortas com o o Rei
história galesa de Peredur continha conotações de um tem a de E nferm o do G raal e a infelicidade do Reino do G raal, tais como
vingança). P resum ivelm ente, a requerida vingança faria justa reveladas no dram a m usical, são causadas pelo lapso m oral do
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Prata, Rainha, ADeusa. Virgem do Graal, Mensageira do Graal; HELIODROMUS Corcel do Sol
Princípio feminino. Rainha Guincvcre; Rainha do Graal
(À exceção do primeiro e do sétimo estágios, os graus podem não estar necessariamente na ordem descrita acima.)
N ew grange, C ounty M eath. Foto reproduzida por gentil permissão
Lago Comper, na floresta de Broceliande, onde, segundo o folclore local, Lancelot
do N ational M onum ents and H istorie Properties Service, Ireland.
foi criado por Viviane, a deusa fada, sob suas águas serenas, no Mundo Sobrenatural
Céltico. (Foto do Autor)
C atedral de Chartres. O Portal Sul. No interior de N ewgrange. Foto reproduzida por gentil perm issão do
{Foto d o A utor) N ational M onum ents and Historie Properties Service, Ireland.
O C astelo W ewelsburg
Foto reproduzida por gentil
perm issão de Kreis Paderborm.
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Segundo W olfram , supercavaleiros do G ra a l guardavam R ichard W agner adota o tem a m ístico em suas óperas. Faz
tam bém o castelo do G raal e serviam em missões especiais. com que seja o Rei do G ra a l A m fortas, o filho de T itu rel, que
Eles eram especialm ente selecionados, eram “criados para a é o perfeito servo do G raa l no céu. T itu rel é o se lf superior e,
A m fortas, o hom em decaído. T iturel perm anece nos bastidores d) Parsifal está num estado de inocencia, harm onizado com
da ópera; Parsifal, como urna voz. Parsifal é a força renovadora natureza e o fem inino. M as, na infancia e na adolescencia,
que cresce proporcionalm ente aos aspectos terrenos agonizantes e é egocéntrico, socialm ente inepto, em bora sensível ao
em T iturel (o self em A m fortas), os quais term inam em Parsifal ifrim ento de anim ais inferiores e aos seus próprios im pulsos
alcançando o estado original de T iturel (o self liberado de sua teriores. Q u a n d o é visto com o um “T o lo ”, com ete atos
responsabilidade). refletidos, m as não é m otivado por m aldade.
c) A floresta é tam bém identificada com o inconsciente, 3. E xperiências com o “T olo” : episódio da dam a da tenda.
como realm ente acontece com o com ponente fem inino de nossa a) Em Le Conte du G raal, de C hrétien, e na m aioria das
própria psique, qu e é p o r sua vez ig ualado à alm a no ser :rsões da lenda, Parsifal dem onstra com portam ento rude e
hu m an o. T anto a floresta q u a n to o aspecto fe m in in o são responsável, no que podem os hoje descrever em term os legais
misteriosos e o conteúdo enigm ático desse segm ento da psique imo assalto e roubo, acrescidos de insulto contra a delicada
tem de ser so n d a d o , c o m p re e n d id o , e re c e b e r a d e vid a ocência de um a dam a adormecida. N o Peredur galês, ele chega
consideração nas operações da m ente consciente. ser recebido gentilm ente pela D am a, dela recebendo um beijo
e seu anel, e fica efetivam ente im pressionado com essa bondade. d) A rm ad u ra V erm elha e insígnias nem sem pre são vistas
Ela está na realidade outorgando soberania ou um reconhe com o um sím bolo negativo. G alah ad , que aparece em Queste
cim ento disso, em respeito por seu status posterior. del Saint G raal, usava arm ad ura verm elha com o sinal externo
do sangue do Salvador, o sangue de am or e vida.
b) O P avilhão ou a D am a da Tenda ( cham ado “Jesh ute”
por W olfram ) é sim bolicam ente interpretado por alguns com o 5. O Código dos cavaleiros: introdução no cavaleirismo.
um a reencenação de um evento bíblico da violação do Tem plo a) G ourn em anz, um cavaleiro experiente, torna-se o m entor
de Salom ão em 70 d.C . E preciso ver a busca de Parsifal com o de Parsifal e o in stru i qu an to às virtudes cavaleirescas. Ele é o
representativa da hu m an id ad e em geral. O lu gar sagrado (o com ponente de disciplina social do arquétipo do “sábio”. As
Pavilhão com o o Tem plo) foi profanado pela ignorância e a regras do g ru p o recebem p re e m in ê n c ia sobre em p en h os
teimosia do ser hum ano; assim, a jornada de volta à integridade, im pulsivos, instintivos.
a reparação de in júrias com etidas e o retorno à D ivin dad e
tornaram -se m uito m ais difíceis. b) Essa é a prim eira iniciação de Parsifal à fraternidade; são-
lhe dem onstradas habilidades tribais de sobrevivência dentro
4. Experiências do “Tolo”: o embate contra o Cavaleiro do g ru p o e seu dom ínio das m esm as garante sua aceitação no
Vermelho. g ru p o.
a) O C a v a le iro V erm elh o era a “so m b ra” de P arsifal, qu e
foi m ais rep rim id a do q u e acom odada. O co m p ortam en to c) O m é to d o in c lu i tre in a m e n to p o r in s tru ç ã o o ra l e
do C a v a le iro V erm elh o não era d iferen te do de P arsifal nesse d e m o n stra ç ã o de h a b ilid a d e s, a ju d a na in te rp re ta ç ã o de
estágio. experiências passadas e oportunidades de introspecção, além
de constante encorajam ento. A iniciação ocorre no âm ago de
b) O uso destro da lança m ostra singularidade de propósito. su a n a tu re z a : a titu d e s de c o n sid e ra ç ã o e c o m p a ix ã o se
M as ele agiu pressurosam ente, desconsiderando as regras do d e sen vo lve m , ju n ta m e n te com o c o n tro le de im p u lso s e
cavaleirism o (já que não as conhecia) e, m ais tarde, descobriu arroubos instintivos.
que o C avaleiro V erm elho era um parente (segundo W olfram ,
o tio de Parsifal, Ither). d) O nível seguinte a ser alcançado —o desenvolvim ento de
valores superiores ao cavaleirism o - é a autoconscientização.
c) Apersona ou m áscara social de P arsifal é d esen vo lvid a; A pessoa tem de se colocar acima do ajuste social e de submissão
a som bra é repelida. Isto é sim b olizado por Parsifal colocando total à conform idade com o gru po. N u m nível m ais alto, ela
a arm ad u ra do C a v a le iro V erm elh o sobre sua ro u p a velha. tenta viver autenticam ente; p o r um lado, ao não ser escrava de
E le não se to rn ara u m cavaleiro; apenas u m sim u lacro de seus desejos e, por outro, ao estar preparada para ultrapassar
cavaleiro. as regras ou convenções do gru po. Persiste a questão de até
que ponto os instintos têm de ser controlados e até que ponto c) Em Parsifal, de W agner, as experiências do herói (por
a pessoa pode divergir do grupo. E la pode racion alizar seu exem plo, p rofun do pesar por ter m atado o cisne, sua angústia
com p o rtam en to de m odo a in c lu ir irrestrita lib erd ad e no ao ouvir os gritos do Rei e sua rejeição por G ournem anz) abrem
prim eiro caso ou, no segundo, extrem a divergência a ponto de ca m in h o para o d esen vo lvim en to de um am or m aio r e o
is o la m e n to so cial. O d eb ate va i c o n tin u a r, d a d o q u e a colocam em bom lu g ar no A to seguinte, q u and o ele tem de
racionalidade e a exortação m oral até então falharam em trazer superar a m agia de K lin g sor e as seduções de um a K u n d ry
a resposta total. Para o m ístico que alcançou esse nível superior disfarçada, e capturar a lança sagrada de K lingsor.
de c o n s c iê n c ia , as so lu ç õ e s d e v e m ser e n c o n tra d a s na
experiência, na reflexão e na sensibilidade às intuiçÕes oriundas 7. O rio, ou expansão de água
do m u n d o in terior do individuo. O Rio é um sím bolo forte; é um a fronteira entre o m undo
físico e os m undos espirituais ou invisíveis, e não é facilm ente
6. Vivenciando amor cruzado. N u m a lend a bretã de L ancelot, ele é raptado na
a) Depois que Parsifal lhe prestou um serviço, Blanchefleur infância pela D am a do Lago, levado para dentro da água do
(“F lo r B ranca” de C h rétien ), ou C o n d w ira m u r (“T orrente de Lago, fora do alcance de seus pais, e ali passa sua infância e
A m o r” de W olfram ), é cortejada por ele e os dois se casam. Ele sua ju ventud e, antes de em ergir para o m u n d o físico. O lago
passa pela fase de a ver com o seu ideal projetado e com o urna pode ser visto aqui com o as p rofun dezas da mente. Q u ando
pessoa real. Seu am or existe em dois níveis, espiritual e terreno, P arsifal en con trou pela p rim eira vez o Rei do G ra a l, este
e ele leva três dias para se torn ar íntim o. N a psique de Parsifal, apareceu com o um Pescador, pescando em suas águas para
nesse m om ento seu anim us e sua anim a coexistem em perfeita encon trar um agente curativo para sua ferida.
harm onia. M as, ao contrário de outras lendas, o ponto final
não é “felicidade para sem pre”. H á o problem a do G raal. Peixes na água são um a fonte de alim entação e representam
sim bolicam ente a fonte de sabedoria no inconsciente. A ssim
b) Parsifal faz dois relutantes afastam entos daqueles que com o o alim ento nutre um corpo qu e precisa de sustento, a
são m uito íntim os dele —de seu am igo G o u rn e m a n z e de sua sabedoria cura e refina o ego ignorante.
esposa, Blanchefleur. A m ais alta virtude pode incluir separação
tem porária, ou sacrifício tem porário da felicidade pessoal e do A n atureza dessa fronteira é tam bém descrita nu m sím bolo
am or conjugal, a fim de corrigir erros passados, de se subm eter correlato, a vesica piseis. T rata-se do ponto de encontro e ponto
à sua p ró p ria con sciên cia. O m o tivo d ecla rad o p ara esse de sobreposição de dois círculos, de dois m undos, o visível e o
afastam ento foi a volta para sua m ãe, sem ele saber qu e ela já in v is ív e l. O p o n to de re u n iã o s im b o liz a n o sso c o n ta to
morrera. O “G raal do C oração” está atuando m uito fortem ente m om en tân eo ou nossa parcial im ersão n u m novo nível de
nesse nível, pois a com paixão e o am or em seu m ais refinado consciência, descrito com o um a experiência de “p ico” por
grau têm de ser universais e não restritos. M aslow e experiência lim in a r por B olen. Essa experiência dá
m a io r p ro fu n d e z a à n o ssa c o m p re e n sã o da re a lid a d e e 1. O castelo e o reino do Graal.
tra n sfo rm a nossa a titu d e p ara com o m u n d o h u m a n o e a) E o “O u tro M u n d o ” céltico, u m m u n d o de e n c a n
natural. tam ento, um outro m un do no qu al os m ortais podem en trar e
sair e conhecer seus habitantes. E um a outra dim ensão de
O P escador F erid o p escan d o nas águas é exp licad o em experiência hum ana.
term os relig io sos com o a ten ta tiva do h o m em de re to rn a r
do seu a tu a l estad o decaíd o para seu estad o o rig in a l no b) O O u tro M u n d o faz sentido para nós, se o encaram os
paraíso. com o o m iste rio so in c o n s c ie n te da nossa p siq u e . Se o
im aginam os com o um território inexplorado, a viagem para
ele e para fora dele expande ou eleva nosso nível de consciência.
Parsifal foi “d esviad o” de sua viagem ao lar, para sua m ãe,
devido ao ch a m a m en to o cu lto do G ra a l. H avia trab alh o a
c) O C astelo do G raa l é descrito em Der Junge Titurel (c.
fazer, ou tras experiências e tribulações a en fren tar. E le foi
12 15 ), de W olfram , com o coberto de um carb ún cu lo róseo;
“c o n v id a d o ” m as na re alid a d e estava sen do esp erad o no
em Sone ofN ansai (c. 12 5 0), de um poeta de B rabant, com o
castelo do G ra a l; ele, isto é, sua m ente consciente, racion al,
um castelo num a ilha fora da costa da N oruega; em DieJungere
n ão q u e ria ir lá, m as, ao a lc a n ç a r a fro n te ira e n tre seu
Titurel (c. 12 7 0), de A lb rech t von Scharfenberg, com o um
consciente e seu in co n scien te, ele se viu sensível a certas
T em plo-Palácio na Pérsia; e, em Queste del Saint G raal, o local
energias arq u etíp icas do inconsciente.
é o Castelo de Corbenic (para nós im possível de localizar). Esta
p a la v ra foi e tim o ló g ic a m e n te in te rp re ta d a com o “c h ifre
D. Segundo estágio: o segundo nível de iniciação. sagrado” ou “corvo sagrado”, com um a sugestão de ligação
E o p rim eiro contato do herói com o “O u tro M u n d o ”, com B ran, o Rei G alês do G raa l, e tam bém com o “sangue
invisível, céltico. O prim eiro contato místico com um a realidade sagrado”, em que a influência cristã a relaciona com o sagrado
d ife re n te é u m a m u d a n ç a p ro fu n d a n a c o n s c iê n c ia . A corpo do Cristo.
experiência é súbita e pega o iniciando desprevenido. M as a
preparação (as experiências e as m udanças de sentim ento de d) Podem os tam bém conceber m ísticam en te a visita ao
Parsifal) era parte necessária do processo. Em termos teológicos, castelo do G ra a l com o um a visita ao centro do nosso próprio
tra ta -s e da g ra ça c ristã de D e u s o u to rg a d a p o r e strita ser, o ponto de encontro de céu e terra na consciência hum ana.
obediência à Su a vontade e, às vezes, m esm o sem essa pré- A mais arrebatadora expressão simbólica dessa idéia é a de um a
condição, com o nos pode parecer. Para a m ente céltica, essa m ontanh a alta, coberta de neve e envolta em nuvens, com o
graça vem depois de em p en h o e entrega pessoais, m anten do castelo do G ra a l em seu cum e, p ro jetan d o -se para o céu.
os m otivos certos e en fren tan d o certos testes - de onde q u er M ontségur, nos P iren eu s franceses, se e n q u a d ra ria nessa
que a graça provenh a, é m erecida e então concedida. im agem no in verno e é bastante im pressionante em outras
épocas. D a í o interesse de estudiosos e arqueólogos “nórdicos” o de suas orig en s a p a re n te m e n te h u m ild e s. O p rin c ip io
ou “polares” pela área de A riège, na prim eira m etade deste fem inino assum e seu pap el m ed iad o r para o se lf N as lendas
século. em qu e A rtu r é m ais fo calizad o, G u in e ve re cum pre o papel
de Sob eran ia, co n ferin d o leg itim id ad e a A rtu r com o Rei.
e) A entrada de Parsifal no castelo do G raal. E n q u an to o C om o um a ra in h a céltica, ela tem tam bém o direito de ter
G raa l, alegóricam ente falan do, visitou Parsifal na form a de mais de um am an te. Pelos padrões cristãos, porém , ela foi
“anjos” cavaleirescos em sua juventude e o lançou em sua busca, ju lg a d a c o m o u m a a d ú lte r a e L a n c e lo t u m c a v a le ir o
a adm issão ao castelo do G raa l o pôs em sua presença e o fez desonrado. Por causa disso, am bos passaram o resto da vida
ser n u trid o p o r ele. T rata-se a q u i do p rim e iro to q u e de em penitência.
ilum inação e ele ficou aturdido. Isto é geralm en te explicado
com o despreparo, ou falta de m erecim ento, ou ignorancia, ou g) O Rei do G raal.
com preensão errônea das regras de polidez do cavaleirism o. I) O nexo Rei Ferido/Terra D evoluta tem origem antiga; a
Pode ser com preen dido m e lh o r em term os da experiencia im agem apresenta a crença em que a saúde e a vitalidade do
m ística que, q u a n d o ocorre pela p rim eira vez, im põe um rei estão diretam ente relacionadas com a fertilidade da terra e
silencio aterrad or na pessoa qu e está passando por ela. Isso o bem -estar de seus súditos. A substituição do rei se fazia
tam bém fazia parte do processo iniciático aos M istérios; o necessária qu an d o ele ou a terra falhavam em corresponder às
candidato era exposto a certos eventos e m ovim entos no ritual expectativas e isto era geralm ente cíclico, com freqüência ligado
e via ou recebia certos objetos sagrados, todos tran sm itindo a m udança sazonal ou a certo n ú m ero de anos. Em alguns
algu m sig n ificad o p ro fu n d o . E sp erava-se do c a n d id ato à casos, um rei era um deus na Terra ou seu representante, e
in icia ção q u e reag isse de alg u m m odo, re sp o n d e n d o ou esta idéia parece ter sido tra z id a até o p resen te, q u a n d o
fazend o perguntas. O s hierofantes dos M istérios decidiam estudiosos do M ito do G ra a l co n sid eram o R ei Pescador,
qu and o um candidato estava pronto. Foi p o r isso que Parsifal sim bolicam ente, com o o próprio D eus e Parsifal com o a figura
não e n c o n tro u o castelo do G ra a l, nem ele estava p a rti do C risto. Os rom ances do G raa l, no entanto, não expressam
cu larm en te p rocu ran do pelo m esm o; estava a cam in h o do ou sugerem isso, pois em todos os casos o Rei é extrem am ente
en con tro com sua m ãe. Foi o Pescador qu em pensou qu e v e lh o e im p o te n te ou F e rid o (com u m a in s in u a ç ã o de
Parsifal era o cavaleiro destinado a usar o poder do G raa l para im potência sexual devida ao fato de ele estar ferido nas coxas
suspender o encantam ento do Rei e da Terra. E le o era, m as ou n ag en itália).
ainda não era o m om ento.
I I ) 0 Rei é m ais bem representado em term os religiosos
f) A R ainha do G raal. —N o “O u tro M u n d o ”, é outorgada com o o hom em outrora perfeito, original, em A d ão antes da
soberania a Parsifal. Sem o saber, ele é declarado o fu tu ro Rei Q ueda, e que hoje é o hom em ferido, im perfeito, sofredor,
do G raal. A R ainha põe seu m anto nos om bros dele, elevando- degenerado ou decaído.
III) Em José de A rim atéia (c. 1200), de D e B oron, e Diü VII) Em Queste del Saint G raal (c. 12 15 -30 ), Pelles e seu pai
K róne (c. 1 2 3 0 ) , de H e in r ic h v o n d e m T ü r li n , e le é recebem o título de Rei do G raal. A Ferida em sua coxa foi causada
sim plesm ente um hom em velho carente de renovação. N o pela quebra de tabus relacionados com a barca de Salom ão e a
ú ltim o rom ance, G a w a in é o herói e não Parsifal. Espada de D avi. Isso foi m ais urna tentativa cisterciense de
estabelecer um paralelo entre a m itologia do G raal e as imagens
IV) Em O Conto (c. 118 0 ), de C h rétien , há dois reis, um bíblicas. O Rei é curado por G alahad, mas isto não encerra a
velho e fraco e o ou tro perfeito, m ostrando dois aspectos do busca deste últim o, ao contrário do que aconteceu nos romances
ser único, o hom em ideal e o hom em degenerado. E destino mais antigos. E m Queste, G alah ad foi m arcado para ser o herói
ou m issão de P arsifal a lc an ç ar o estado de h o m em ideal do G raal desde o começo, quando se sentou na Cadeira Perigosa.
curando o im perfeito. Nos momentos finais de sua busca, quando ele seguiu para Sarras
(Jerusalém), estava na barca de Salom ão, com o Graal. Em Sarras,
o G raal foi levado para o céu e o próprio G alah ad passou para
V) A cobiça e a lu xúria dão a razão para a ferida do Rei
um estágio de iniciação m ais elevado, no qu al foi unido a Deus.
do G raal e o fato de a térra estar devoluta, com o consta em
Elucidação (c. 13 15 ). Os poços com o fontes de água para urna VIII) Em Perlesvaus (c. 1 1 9 0 -1 2 1 2 ), o autor anônim o sugere
térra fértil e abundante secaram qu and o o A m angons do G raal que a condição do Rei Pescador é um a fraqueza de vontade. O
e seus seguidores violaram as Virgens dos Poços, que cuidavam Rei do G ra a l m orre antes q u e P arsifal com plete a Busca,
desses poços e refrescavam os viajantes que passavam por ali. desfazendo assim a inconsistencia de o Rei Velho ser curado,
O lapso m oral do Rei é visto tam bém com o um a cisão com a caso em que Parsifal não teria necessidade de deslocá-lo e sim
natureza. de substituí-lo.
E m bora esta idéia seja oriental e herm ética, o sim bolism o 4. A lança e o p o rta d o r da lança.
cristão é tam bém acrescentado: um a pom ba trouxe o anfitrião a) N o contexto céltico, a lança é o arpão ígneo e destrutivo
para baixo, do céu, e restaurou os poderes da pedra, o que de L ugh, qu e sem pre acha o seu alvo, ou o arpão da vitória. E
revela novam ente o desejo de W olfram de conciliar diferenças com parada com relâm pago, lem brando o poder m ortífero do
religiosas. Esse ato anu al do anfitrião restaurando o poder da raio acom panhado de trovão ou, em term os m ísticos, lam pejos
pedra poderia ser interpretado com o o constante esforço da de insight cósm ico. E m Queste del Saint G raal, ela causou o
D ivin dad e para m an ter sua presença na C riação, com o um G olp e D oloroso qu e pôs a terra de Logres (Inglaterra) sob
com panheiro do hom em em seu estado ferido. O Rei Ferido feitiço, de m odo qu e ela se torn ou um a terra devoluta. U m a
estava sendo m antido vivo p o r esse ato, contra a sua vontade, outra história fala de seu uso com o um exterm inador; ela foi a
tão longo estava sendo seu período de sofrim ento. O velhos//' causa da m orte de M ordred. Por in flu ên cia cristã, torn ou -se a
tinha de m orrer, não obstante, para qu e o novo self, na form a arm a de cura (na versão V ulgata), cuja ponta fora m ergulhada
no sangue curativo do Salvador. H á um raro paralelo céltico dessa arm a, com o um teste do seu direito de conservá-la e usar
das g o tas do flu id o m á g ic o do c a ld e irã o de K e rid w e n o seu poder para o bem.
(desencadeando um a seqüência de eventos que resultou no
renascim ento de G w io n com o Taliesin) com as gotas de sangue b) O ato de receber ou g an h ar a espada sim boliza que o
que caíram da ponta da lança levada pela portadora na Procissão iniciando em penhado na busca m ística adq uire a habilidade
do G raal. A s gotas de flu id o m ágico do caldeirão e o sangue de discrim inar em julgam ento, de m isturar ou não em oções ao
do corpo do C risto contavam a m esm a historia de cura e tom ar decisões difíceis. M as esse é apenas um poder a ser usado
transform ação. na reabilitação da psique perturbada ou ferida.
b) W olfram interpõe tam bém o incidente do C isne Ferido c) Em Queste, G alah ad foi o único cavaleiro que conseguiu
(embora tenha sido usada um a flecha sem elhante a um a lança) retirar a espada da pedra, representando isto a pureza in terior
e as gotas de sangue na superficie branca da neve. P arzival que m erecia esse privilégio; fato bem parecido com a espada
entra em transe ao ver isso, em profu n d a m editação, na q u al de A rtur, que determ in ou seu direito com o Rei da Inglaterra
vê um am or espiritual no rosto e ñas lágrim as de C ondw iram ur. e, tam bém , a espada que ele recebeu da D am a do Lago, a qual
deu poder a esse direito e estabeleceu sua condição de soberano.
c) Ao assumir o tema da lança, W agner faz Parsifal, no um bral
de sua elevação no Reino do G raal, ajoelhar-se ante a lança que 6. A p erg u n ta
jogara ao solo e com eçar a orar ou meditar. Este ato representa a) E um a característica dos m istérios qu e a pessoa deva
simbolicam ente o contato feito entre Parsifal, a Terra e o cosmos, responder ou fazer perguntas capazes de levá-la à com preensão
o centro, o axis mundi, no tem plo do seu coração, com m udanças do m istério. N o caso de Parsifal, a pergunta tinha de ser feita
conseqüentes em sua natureza, depois das quais ele vê o m undo no m om ento certo (isto é, qu an d o ele viu o Rei E nferm o no
de m odo diferente e se torna um C urador. W ilm shurst, em sua divã, qu an d o viu a lança sanguinolenta, ou q u an d o viu pela
m onografía sobre Parsifal, identifica a lança com a vontade de prim eira vez o objeto m iraculoso denom inado G raal) e com os
D eus, ou a força vital que, juntam ente com o G raal, sustentava m otivos certos. Desse m odo o in iciand o é testado. Tem de ser
o Rei e o Reino do G raal. A colocação da lança de volta ao seu um ato espontâneo, não aprendido socialm ente e decorrente
lugar por Parsifal é o tem a im portante dessa ópera. A separação das im pulsões do E u Interior.
entre a vontade divina e o cálice de am or pela m al aplicada
vontade do hom em o m antém distante do Criador. b) O a u to -e x a m e p o r in tro sp e c ç ã o e re fle x ã o é p a rte
necessária à elevação do nível da consciência da pessoa.
5. A espada
a) Em algum as versões, a espada é entregue ao herói no c) N a lenda, o efeito de fazer a pergunta é tam bém m acro-
castelo do G raal; em outras, espera-se que ele reúna duas partes cósmico. A pergunta feita por um único indivíduo teria curado
o Rei e restaurado a térra devoluta. E levanta outra questão da m an ter um a prom essa. A í está um verdadeiro sacrifício. A
responsabilidade do in divid uo ao in flu en ciar o desen rolar dos beleza desse ato foi correspondida e recom pensada q u an d o a
e v e n to s , ou o e sta d o do p la n e ta , ou o e sta d o g e ra l da “fe ra ” foi tran sfo rm ad a p o r um beijo n u m a bela m ulher.
hum anidade.
c) N o poem a de W o lfram , K u n d ry é um a sedutora agindo
d) O m om en to crítico em que grandes decisões devem ser p ara K lin g s o r e é a p re se n ta d a nos aspectos n eg ativos e
tom adas nem sem pre é o m om ento escolhido por nós m esm os positivos do fem in in o . E la tenta desviar o hom em de sua
ou por outrem . A tentativa de acelerar o processo de m udança verd ad e ira n a tu re z a , testa n d o -o para v e r se ele consegue
no R eino do O u tro M u n d o ou na consciencia de Parsifal foi s u p e ra r seus d e sejo s físic o s. W a g n e r m o stra K u n d r y e
um tanto prem atura. O u talvez tenha sido um teste, visto que G o u rn e m a n z tam b ém e le va d o s a u m n ív e l su p e rio r de
nem sem pre é possível conhecer antecipadam ente o nível de con sciên cia, em d eco rrên cia do triu n fo de P arsifal sobre
com preensão da pessoa. O fracasso ou a falh a em fa zer a K lin g so r e da volta da lança para o C astelo do G ra a l, dando
prim eira pergunta, “O q u e é qu e te incom oda, T io ? ” ou “Por força à idéia de q u e a v itó ria de todo in d ivíd u o sobre a sua
qu e a lança sa n g ra ? ” seria in d icação de q u e ela n ão era n a tu re za in fe rio r tem seu efeito na h u m an id ad e com o um
suficientem ente com passiva. E a falha em fazer a pergunta, “A todo.
quem serve o G r a a l? ” revelava qu e ela era psiqu icam en te
incapaz, naquele estado de inocência, de enfren tar as pergunta Em W o lfram e em W agner, a d o u trin a z o ro a strian a do
relativas ao seu próprio destino. constante e am argo conflito entre as forças da L u z e as Forças
das T revas, entre o B em e o M al, é apresentada em contraste
m ais forte aq u i do q u e em ou tros rom ances do G ra a l. A
7. A criatura asquerosa ou Kundry (em Wolfram). exortação no sentido de que todo ser h u m an o tem de cu m p rir
a) E la é um a M ensageira do G raa l, um a outra form a da
y sua parte nessa luta universal do lado do bem recebe aí grande
D eusa. E a portadora da verdade , que rom pe com a hipocrisia
foco e in tensidad e. K u n d ry foi in d u zid a a se rv ir a K lin g so r e
e com a ética da conveniên cia social. C o n ven ce P arsifal a
a suas forças das trevas qu e agiam contra o R eino do G ra a l,
ab an d on ar sua vida palaciana e retom ar a busca pessoal, e o
sendo as “fo rç a s” aq u i su geridas os p ra z e re s da carn e, a
faz m ediante pu nição pública. A verdade pode parecer feia e
sedução a eles associada, a jactan cia e a m alícia. Os dados
causar vergonh a, m as sua beleza in erente é velada.
parecem estar contra o R eino do G raa l, até qu e Parsifal m uda
essa ten dência resistin do a essas seduções e cap tu ran d o a
b) Essa figura de contos de fada pode ser encontrada em la n ça sagrada q u e K lin g s o r a rre m e ssa ra co n tra ele. Isso
outras lendas. Por exem plo, G a w a in tem um a experiência m arcou o fim de K lingsor com o um a força m alévola, a salvação
sem elhante, que ilustra sua virtude de lealdade e am or a A rtur. de K u n d ry, a cura da ferid a do Rei feita com a lança e a
E le beija u m a criatu ra feia para salvar A rtu r do em baraço de aceitação de P arsifal com o o n ovo Rei do G ra a l.
8. G a w a in e as “c o n tin u a ç õ e s” . b) N a alq u im ia, isso é descrito com o a fase nigredo , um
a) Le Conte du G raal [“O C o n to do G ra a l”], de C h rétien , estad o de “n e g ritu d e ”, com a fin a lid a d e de q u e o vaso
ficou inacabado depois do com parecim ento de Parsifal à corte herm éticam ente selado, o tem po e o calor, possam p ro d u zir a
de A rtu r e seu encontro com a C riatu ra A squerosa. O restante “p ed ra” capaz de separar a m atéria pu ra da im pu ra e dar
do poema- trata das aventuras de G a w a in . A introdução de origem ao ouro do filósofo. Parsifal estava passando por esse
G aw ain com o um segundo herói tem sido explicada de vários processo de angústia interior, ru m o à sua ilu m inação final.
m odos, isto é, qu e ele é um du plo de Parsifal qu e age segundo
as regras do cavaleirism o, em contraste com Parsifal, qu e luta c) A “N oite N eg ra” é tam bém sugerida em W o lfram e
para alcançar um nivel mais alto de consciencia; ou esse G aw ain W agner, para explicar a condição do Rei do G raa l e de seu
era originalm ente o herói do G ra a l na lenda ainda não escrita, in fortunad o reino. E la tem fortes conotações bíblicas: alude à
m ais arcaico do que Parsifal e que foi substituido por este; ou separação do hom em de sua natureza verdadeira (isto é, divina)
ele foi encaixado na lenda principal sim plesm ente por um e à m aneira com o o retorno pode ser efetuado. A historia de
interesse adicional de C h rétien ou de algum outro poeta, visto Parsifal trata do “com o”.
que seus aparecim entos na historia não com binam e parece
que as duas historias foram m ontadas com um único título. E. Terceiro estágio: A transição para a transcendencia.
1. O en co n tro com o erem ita T revrizen t.
b) Q uatro C ontinuadores tentaram com pletar a historia que
a) Tendo transcorrido tem po suficiente para a necessária
C h rétien deixara inacabada, um tratan do das aventuras de
incubação, a reconstituição final de elem entos desordenados
G a w a in e os outros das aven tu ras finais de Parsifal e sua
das experiências de Parsifal ocorre com a ajuda do erem ita
consecução do status de C avaleiro do G raal. Esses trabalhos
T revrizent. E um período de cura in terior provid enciado por
são citados com o as Q u atro C ontinu ações, ou pelos nom es de
com paixão e com preensão de um a outra fonte, urna figura
seus a u to res ou supostos au to res: as versões do P seu d o-
m asculina, o “velh o sábio” com dim ensão espiritual.
W auchier, de W auch ier de D en an (c. 1200), de M anessier e
de G erb ert de M o n treu il (c. 12 0 0-3 0 ).
b) Trevrizent é um eremita que se havia afastado de seu serviço
9. A “n o ite negra da a lm a ” . como cavaleiro e de sua vida palaciana para seguir a vida espiritual.
✓
a) D epois do seu fracasso no castelo do G raal e seu retorno E o hierofante dos mistérios, que passou pelo círculo completo de
ao m u n d o norm al, Parsifal entra num período de desespero e experiência e esteve “no outro lado”. Pode então conduzir a
perda de fe, contrastando com a m om entânea bem -aventurança iniciação final de Parsifal para admissão ao Reino do G raal. N ão é
de suas experiências no “ou tro m u n d o ”. E le m erg ulh ara na um sacerdote, m as cum pre funções sacerdotais relativas à
“N oite N egra”, ao perder o senso de propósito e vaguear pelo conversão de Parsifal. E forte aqui a influência do Cristianism o
deserto por m ais cinco anos, apenas agindo com o cavaleiro e do G raal, com o nas lendas desse período, quando o místico que
por vezes seguindo suas intuições. vive isolado é contrastado com a vida com unal de monges e
erem itérios se to rn a m locais de rep ou so, refú g io e a c o n de m old ar seu destino redefin in do seus ideais e valores, pelo
selham ento a viajantes em seus m om entos de passagem pela m enos para nossa sobrevivência com o espécie neste planeta.
vida.
f) E m Queste del Saint G raal, temos a versão com pletam ente
c) Para Parsifal, sua estada com o erem ita m arca um a fase cristianizada da Busca do G raal. A elevação fin al de G alah ad
de hu m ildad e, contrição, prom essa e transição pelo um bral não ocorre no C astelo do G raal da lenda céltica e sim em Sarras
para um nível de consciência m ais elevado. (que se acredita ser Jerusalém com o a Cidade Santa e, portanto,
um Reino do G raal na Terra). E ali, com o ele contem plara “os
2. A segunda visita ao castelo do Graal. m istérios do G ra a l”, sua alm a foi liberada do corpo e levada
a) E a fase da confiança renovada, do m om en to em qu e o por anjos ao C éu . O G ra a l e a L ança tam bém foram elevados
selo herm ético foi rem ovido, de ilum inação, de transcendência, ao C éu “para sem pre”. N ão obstante, esta declaração incisiva
da com pletação da jornada para um a m isteriosa unicidade com não im pediu que m uitos buscadores se em penhassem na busca
a D ivindade. do objeto real ou im aginário cham ado G raal, até os nossos dias!
b) Parsifal passou por todos os testes e se torn ou o curador, G alah ad retornou à fonte divina. E, en q u an to Parsifal teve
um salvador, devido aos poderes que a d q u iriu e qu e fluíram de passar por várias provas e vários níveis de adiantam ento
do G raal. Ele representa a hu m an id ad e de volta a um estado para alcançar seu “outro m u n d o ”, G alahad, na Queste, pareceu
anterior de bem -aventurança. santificado no m om ento em qu e entrou no salão da T ávola
R edonda; e, ao que parecia, já num alto nível de consciência.
c) A T erra D evolu ta se torn a fértil e abundante e seu povo N o ethos cisterciense, ele foi visto com o um a pessoa asceta,
m ais um a vez entra nu m a era de ouro, porq ue a fenda entre a sem elhante ao Cristo, para suplantar Parsifal com o o m ais bem
n atureza h u m an a e a N atu reza foi consertada. sucedido cavaleiro do G ra a l. D escrito às vezes com o um
fantoche, m uitas pessoas acharam m ais fácil sentir em patia por
d) Se Parsifal e o Rei Ferido são vistos com o dois aspectos Parsifal com o um m odelo m ais realístico do fluxo e refluxo da
do ser único, então o prim eiro era o m odelo exteriorizado do energia h u m an a na busca do ideal. A diferença entre os dois
segundo, sofredor e interior, enquanto o segundo caracterizava cavaleiros é percebida no fato de qu e G alah ad e não Parsifal
a im pulsão da vida na tentativa de renovação. foi capaz de sentar na C ad eira Perigosa sem n en h u m percalço
e fo i re c o n h e c id o c o m o o m a is p u ro c a v a le iro . Isso é
e) Psicologicam ente, a iniciação final de Parsifal representa confirm ad o qu and o, nos derradeiros estágios da história, o
a psique h u m an a n u m estado de harm onia, de inteireza, de episódio do Rei do G ra a l parece in ferior em com paração com
integração, de auto-conscientização. E isso se aplica tam bém a jornad a final na barca de Salom ão, com G a lah a d com o o
num sentido coletivo: a espécie h u m an a em cooperação terá escolhido G uardião do G raal, incum bido de levá-lo para Sarras
e acabando p o r ascender ao C éu . Parsifal e Bors apenas o h) O grande propósito de W agner era místico. Ele sugeriu que,
acom panham . por trás de todos os romances literários que desenvolviam vários
aspectos do tema do G raal, a mensagem mais importante era a de
g) Os três atos do d ram a m u sical de W agn er, P arsifal, que existia nu m a parte da hum anidade um a hierarquia de
cob rem os e ve n to s, as se q ü ê n c ia s e as m o d ific a ç õ e s de G u ard iães do G raa l — de pessoas de consciência espiritual
personagens qu e se seguem , com o fim de se adequ arem ao altam ente desenvolvida —dedicada a transform ar a humanidade.
seu m eio de apresentação, m as não alteram a essência do m ito Sugeriu também que havia um m odo esotérico de entrar nesse
e lhe conferem m esm o sua forte dim ensão m ística. processo de transformação e que era necessário disciplina daqueles
que seguissem o cam inho dos dedicados que levava ao G raal, a
A to I. C en a de floresta e castelo do G raal. G o u rn em a n z um a reintegração na Divindade. Com binando todos os elementos
descreve o sofrim ento do Rei do G raal. Parsifal m ata um cisne do teatro, ele revivesceu a tradição de entretenim ento e instrução
e é pu n id o por isto. K u n d ry relata a história da fam ília de do trovador de sua época. Assim justificou sua inclusão naquela
Parsifal. O cálice é destam pado. G o u rn e m a n z rejeita Parsifal com panhia, naquela hierarquia de almas que descem das alturas
por seu fracasso em agir com o se esperava dele. Isto é descrito de M ontsalvat para ajudar aos que se encontram abaixo.
com o o prim eiro despertar de Parsifal, de sua consciência para
a m em ória de sua origem divina. Em conclusão, podemos dizer que o m ito do G raal, que é um
conjunto complexo da Busca do Herói, do Rei Ferido do G raal e
A to II. A torre de K lin g sor, o ja rd im , o p ró p rio K lin g so r e de um objeto mágico ou sagrado, surgiu na consciência hum ana
K u nd ry, tudo isto retrata a ten tativa de sedução de P arsifal. com o um a tentativa de com preender, controlar e entrar em
Este é bem su ced ido em resistir a todas as tentações qu e lhe harm onia com as forças existentes dentro de sua própria psique e
são dirigidas; capta a lança sagrada q u e é arrem essada contra nas pessoas presentes no seu ambiente. A verdade apresentada é
ele por K lin g so r cheio de ódio, em lu g a r de ser p erfu rad o que, qu an d o há desarm onia entre a natu reza h u m an a e a
por ela, e todo o m u n d o de K lin g so r d esm oron a. A cena N atureza, quando a N atureza é tratada com o um a “coisa” e não
p reten d e m o stra r os v á rio s processos de a lq u im ia tra n s p erson alizada e tratada devid am ente, é preciso restau rar o
cendental. equilíbrio, tanto em prol da N atureza como da hum anidade. O
contrário tam bém se aplica. Tendemos a tratar pessoas ou outros
A to III. A q u i, G o u rn e m a n z é visto fazen d o o papel do seres vivos com o coisas a serem exploradas, em lugar de os
erem ita e sua atitude m udou. K undry, tam bém , agora é um a encararm os com o extensões de nós m esm os e partícipes na
penitente. A m bos estão transform ados q u an d o Parsifal volta variedade e na beleza de um universo misterioso.
para curar o rei ferido e redim ir a Fraternidade do Santo G raal.
Ele alcançou m aestria na busca mística e pode usar o poder do O m ito pode não ser histórico, m as a n a tu reza recorrente
G raal para ajud ar o resto da hu m an id ad e. de m itos específicos em diferen tes cu ltu ras aponta para um a
verdade diversa daquela que é fornecida pelos fatos da H istória
e com fre q ü ê n c ia até m ais fo rte em e fe ito , d a d o q u e é
apreendida a níveis m ais profundos do nosso discernim ento.
U m a m ensagem im portante qu e este m ito com partilha com
o u tro s está em su a a p re s e n ta ç ã o do tem a de d e c lín io , Apêndice 2
envelhecim ento e m orte, da necessidade de renovação do velho
Principais obras sobre o mito do Graal
e ineficaz, do espírito en fraq uecido pelo “novo homem”, por
um novo espírito, e na inevitabilidade de m udança no processo T ítu lo e c o m e n tá rio s A u to r
D a ta s p ro váveis
da vida. In divid ualm ente, a ferida e a condição in feliz do rei e ou reais de
seu súdito podem ser explicadas com o a desarm onia e a dor ap arecim en to
A S eg u n d a C o n tin u a ç ã o
E m term os religiosos, o nexo da Busca e do Rei Ferido é (m ais de Parsifal) W a u ch ie r de D e n a n
um a apresentação dram ática em poesia, prosa, ou m úsica, do
A Terceira C o n tin u a çã o
tem a da redenção do hom em do estado da queda, perm itind o
(conclusão da visita ao castelo do G raal) M anessier
que a vontade divina guie suas ações (representadas pela lança)
e vivenciando o am or divino (sim bolizado pelo G raal). N o lado A Q u arta C o n tin u a ç ã o
(alternativa a M anessier) G e rb ert de M o n treu il
m ístico, toda a busca do G ra a l pode ser encarada com o um a
alegoria sobre toda a extensão da consciência experim entada c .l 1 9 1 - 1 2 1 2 P erlesvaus ou A A lta H istória do G ra a l
pelo indivíduo, do nível m ais baixo ao m ais alto. O nível m ais (alegórica, sim bólica, astrológica) A n ôn im o
alto, o nível do G raa l, é natu ralm en te o estado de consciência P arzival (referências cristãs, m as W o lfra m von
1210
vivido com o U n o, a experiência da realidade total para além herm éticas, orientais, universais) Eschenbach
deste m undo ilusório. O indivíduo prova do conteúdo do G raal
c. 1 2 1 2 O G ra n d e S a n to G ra a l
q u an d o há harm onia em seu próprio in terior e h arm on ia em (outros títu los: O L iv ro do S an to G ra a l,
sua relação com a n atu reza e o cosm os, e então ele cru za o O S an to G ra a l, A P rim eira L in h a P rovavelm ente um
de R om an ces da T á v o la R ed on d a) clérigo de C lu n y
um bral da experiência tran spessoal e tran scen dente.
Datas prováveis Título e comentarios Autor
ou reais de
aparecimento
c .1225 V ulgata M e rlin , H u th M erlin Sum ário do Artigo Publicado em Rosicrucian D igestN -3,1995.
Profecias de M erlin A n ó n im o Por Art Kompolt F.R.C.
12 30 D iu K rón e H einrich von
d em T ü rlin Perspectiva histórica
c .12 5 0 Soné de N ansai (às vezes escrito Nausai) U m p oeta de As idéias filosóficas e esotéricas expressas em “A M ontan ha
B rab an t dos F ilósofos” p rovêm das tradições esotéricas O cid entais
H erm éticas e A lq u ím icas. Os sím bolos constantes na gravura
c .12 7 0 D ie Jungere T iturel A lb re c h t von
S ch a rfe n b e rg
apresen tad a a segu ir usam um c ritério sem elh an te ao de
c. 13 0 0
arquétipos estudados e explicados pelo psicólogo C ari G . Jung.
O Parsifal D idot (D idot era dono de M S) A n ón im o
c. 1 3 1 5 A E lu cidação (p rólogo da historia Paul D iel tam bém descreve a universalidade da linguagem
do G ra a l) A n ón im o sim b ó lic a e e x p lic a q u e sua sig n ific a ç ã o p s ic o ló g ic a é
1 3 2 5 -1 4 0 0 Peredur (historia m uito m ais recente, encontrada abu ndantem ente na Biblia. D iz ele: “Os sím bolos
in clu id a no “M a b in o g ia n ” destas datas. criados pela im aginação supraconsciente de n en h u m m odo
O Parsifal G alés) A n ó n im o podem existir fora da vida psíquica in terio r”. Isto significa que
14 85 A M o rte de A r tu r (baseada
a decifração da linguagem sim bólica só pode ser realizada por
p rin cip alm en te n o ciclo Vulgata; um m étodo introspectivo.
com binação geral de rom an ces da
T á v o la R ed on d a com m ito do G ra a l) T h o m a s M a lo ry
U m dos objetivos da gravura de “A M ontanha dos Filósofos”
18 5 6 -1 8 5 9 Idilios do Rei A lfre d L ord é o seu uso com o urna m andala. U rna m andala, naturalm ente,
& 1 8 6 8 -7 4 Tennyson é um desenho usado com o guia para contem plação e exercícios
esp iritu ais. E m sua obra, “A M an d a la A lq u ím ic a ”, A d am
1850 A ópera “L o h e n g rin ” R ichard W a g n e r
M clean apresenta u m a vista geral de q u a re n ta gravações
1882 A ópera “P arsifal” R ichard W a g n e r com entadas na Tradição Esotérica O cidental.
Interpretação descritiva da gravura
U m a descrição dos símbolos que com põem ‘A M ontanha dos
Filósofos” nos proporciona um mapa para iniciação ao G raal.
Vamos exam inar essa gravura m ais detalhadam ente e tentar
interpretar alguns dos muitos símbolos que constam na ilustração.
N o topo da cidadela (à esquerda), o iniciando encontra um A cim a da m ontanh a, vêem -se o Sol e a L ua libertos de sua
velho segurando um a árvore com suas raízes suspensas acim a escravidão tridim ensional. O Sol e a L u a C rescente, correta
do tonel de m adeira contendo o Sol e a Lua. O velho está m ente orientados no céu, são os sinais do G raa l e sim bolizam
plantando uma árvore no tonel onde o Sol e a Lua - as polaridades a Ilum inação Cósm ica.
- foram purificados. As raízes da árvore parecem estar extraindo
energias do Sol e da Lua e assim prod uzin do um a árvore viva
com um a estrela de sete pontas e um frasco de frutas. A estrela
de sete pontas significa a essência das forças planetárias e o frasco
é o vaso em que essas forças podem ser manifestas.
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Artur, Rei, 38, 167, 175, 191, 199; de, 150
Avalon e, 46; locais arturianos Bron, Rei do Graal, 45, 178
no País de Gales, 45; lendas Bruxaria, 105
arturianas, 109; descida a Bryce, R, sobre os Templários, 30
A A nnw n, 155; fracasso em Bubônica, peste, 98
m anter a T ávola Redonda Búdico, estado, 166; atitudes do
Indice Remissivo unida, 193; Cavaleiros de, 75, buscador, 185;
81, 183; Dama do Lago e, 199; Budismo tibetano, 90
A Amor maior, 187 espada de, 198 Budista, imagem do Graal, 176;
Aberystwyth, 15 Amor palaciano, 56 Ashcroft-Nowicki, D., 168 psicologia, 165
Abred, 155 Ancestrais, 180 Ashley, M., 98, 114 Busca, como retorno a Deus, 108;
Achad, Frater, 132, 218 Anima, 81,85; ver também “Prin Atitudes sociais, 103 do Santo Graal, 178, 206, 209,
Adão, e Queda do Homem, 135, cipio Feminino” Attis / Adonis, Mistérios, 153 210
191 Animus/Anima, 80; em harmonia, Autenticamente, Vivendo, 185
Adúltera, Guinevere como, 191 103, 186 Auto-conscientização, 204 c
Albi, 43 Aniquilação, 165 Auto-realização, 160, 164, 166; Cabalistas, 33,56
Albigense, Cruzada, 17,33, 34, 41 Anjos, 20, 75 além da, 165 Cadeira Perigosa, 178, 193, 205
Albrecht von Scharfenberg, 31,47, Annwn, descida de Artur para, 155 Avalon, 46, 170 Cadwallader, Rei, 97
65, 189 Antióquia, 133 Avebury, Pedras de, 105 Caldeirão: de abundância, 44,176;
Alegoria, 71 Aprendiz, coluna do, 45 Aves, Símbolos de grau, 60 mágico, 155, 196
Alquimia, e árabes, 55 Arabes e alquimia, 55 Axis Mundi, 198 “Caldeirão e o Graal, O”, 16
Graal e símbolos na, 67; processos Aragão, 54 Callanish, pedras, 105
em, 88; continua a tradição de Arca da Aliança, 68 B Camelot, 59
mistério, 66; símbolo do rei Ariège, 190 Babilônia, Rituais da, 146 Camlann, 46
coroado em, 88; Graal na, Cap. Arimatéia, José de, ver “José” 7,13, Baigent, M., et. Al., 36 Carlos Magno, 54
6; fase nigredo, 203, 216; natu 15, 16, 28, 32, 37, 45, 46, 47, Bálcãs, 99 Casamento Aiquímico, 73
reza e prática da, 66; trans 170, 177, 192, 209 Baleares, Ilhas, 54 Castela, 54
cendental, 21,206; transmutação Armadura, vermelha, significado Baphomet, 149 Castell Dinas Bran, 44, 178
em, 21, 197; símbolo do Casa simbólico da, 185 Barcelona, 44; Bardo(s), 155 “Castelo Interior” de Santa Teresa,
mento em, 72, 73; /Wolfram e, Arnaud, M., 42 Bem e Mal, 181 51
181 Arqueologia, 106 Blanchefleur (Flor Branca), 107, Castelo Interior, jornada da alma
Alquimia, processo térmico na, 216 Arquétipos, energias arquetípicas: 109, 186 no, 51
Alquimistas como feiticeiros, 57 animus,anima, 82,86; interação Bolen, J., 95; experiência liminar Cátaros: 56, 147; e Graal, 149; e
Amangons, 92, 192 de, 86; linguagem do incons de, 187 maniqueísmo, 57; e sete trans-
Ambiente, cuidando do, 162 ciente, 79; da Busca do Graal, Bors, Bohors, Sir, 7, 51, 167, 206 migrações, 147; aniquilamento
Amfortas, 92, 115, 1*35, 181; como 152; persona, 82; repressão da Boyne, complexo, Irlanda, 140 de, 58; celibato de alguns, 148;
Homem decaído, 182 sombra, 82; o self como inte Brabant, 210 Credentes, 34,148; cruz dos, 105;
Amide, irmã de Parsifal, 167 grador, 160; sábio, 72 Brahma, Castelo de, 50 fortaleza de Montségur, 25;
Amor, vivenciando, 186, 187, 198; Arquitetura na Espanha, 56 Brahman, 166 influência na literatura do Graal,
níveis de, 186; altruístico, 167 Arte e Arquitetura, 55, 56 Bran, deus galês, cabeça decapitada 194; no Sul da França, 35;
Perfecti, 148; Templários, Rosa Cisne Ferido: ver “Cisne” 198 Cristianismo do Graal, caráter Deus, dominancia como macho,
cruzes e, 35; ritos, 42; hábitos Cisterciense, Ordem, 143, 157; e esotérico do, 58 103; vontade de, 198
vegetarianos, 148; status igual Ciclo Vulgata, 57, 99 Cristianismo ortodoxo, 194 Deus solar, 105
atribuído a mulheres entre os, 194 Coluna do aprendiz, 45 Cristianismo Ortodoxo &Graal, 194 Deusa: ver também “Deusa da
Catástrofe, fins da Era de Ouro, Compaixão, Desenvolvendo a, 167,185 Cristianismo romano, 97 Terra”, “Princípio Feminino”,
100, 115 Conciliação de opostos, 137 Cristo: aparece ao eremita, 14; “Mulheres”; e Graal, 195; e
Catedrais, 67 Condwiramur, 186, 198; ver tam sangue de, 198; consciencia arqueologia, 106; como tema no
Catedral de Chartres, 67 bém “Blanchefleur” crística, 166; ver também, “Jesus” Mito do Graal, Cap. 9; aspectos
Causa e Efeito, Lei de, 162 Conflito religioso celto-romano, Crucificação e Maria, 107 cósmicos da, 110; nas pedras de
Cavaleirismo, 23, 56, 169, 180-184 97, 114 Cruzada(s), contra o Graal, 43; Avebury, 105; aspectos negativos
Cavaleiro, busca do, 143 Consangüinidade, Teoria da, he contra o Islã, 54; Albigense, 17, e positivos, 201; subserviência ao
Cavaleiro feminino? 108 rança de família e, 181; racial 33, 41; beneficios das, 35; in deus macho, 104; ventre da, 107;
Cavaleiro sarraceno, 67 de Hitler, 133; interpretação fluencia do islamismo ñas, 55; o mundo como feminino, 106
Cavaleiro Vermelho, 81, 83, 184; espiritual, 181 lança descoberta durante, 133 Deusa da Terra, 99, 105, 142, 175
como a “sombra” de Parsifal, 81, Consciencia: Crística, 166; elevan Cruz vermelha, dos templários, 34 Deusa Mãe: ver “Deusa da Terra”
184; Galahad como, 185 do o nível da, 185; mudança na, Cura: 162; herói como curador, 143; Didot Parsifal, 179, 210
Cavaleiros, que alcançaram o Graal, 186 ; mística, 69, 74; moderna, nossas feridas, 101; harmonia Die Jungere Titurel, 65, 189, 210
167; código de cavaleirismo, 185; 100; caminho da, 63; uso da psíquica e, 80; ponto de vista do Dindraine, História de: ver “Amide”
femininos, 108; Ordem de Cava intuição na, 186 psicólogo, 163; cisões na psique Discriminação em julgamento, 199
leiros do Graal, 180; Ordem da Consecução, lutando por, 110 e, 82 Diü Krône, 192, 210
Távola Redonda, 59, 74 Consolamentum, 42, 148 Dowth Tumulus, 142
Cavaleiros Negros, 136 Continuações de Le Conte del D Dragão, Símbolo, 72
Céltico (s): contexto do Mito do Graal, 202; Gawain em, 202 Dama da Tenda, assalto à, 109,183; Druidas, mistérios druídicos, 176
Graal, 45, 154; cruzes célticas, Corbenic, Castelo do Graal, 189 outorgando soberania, 184; Dualismo, 136
105; tradição de mistério, 175; Cornetas de Abundancia, 176 insulto à, 109
mitos, ver “Keridwen”; rainha, Coroa: Diü Króne, 192; de Lúcifer, Dama do Lago, 187, 199 E
191; tradição da cabeça humana, 178 Dames, M., 154 Egito, contraparte egípcia do Graal,
149; visão de eventos, 101, 107 Corpus Hermeticum , 68 Darwin, lei da sobrevivência, 134 176; grau iniciático no, 61
Centro do Ser, 189 Córsega, 54 Debate sobre a natureza do Graal, 18 Ego, 71,95; como discriminador, 86;
Ceugant, 155 Corvo, simbólico, 147 “De Boron: ver “Robert de Boron” além do, 165; controle, 82; morte
Chandhogya Upanishad, 50-51 Cósmicos, Mente e Self, 166 Dee, Rio, 44 do, 63; direção pelo, 63; excessiva
Chetwynd, 80 Cozinha, 72 Degeneração moral, 91 identificação com o, 83; sacrifício
Chrétien de Troyes, 7, 12, 20, 177, Credentes, 34, 148 De Hauteville, Roger, 54 ou intensificação do, 161
209; seu Le Conte del Graal, 177, Criatura Asquerosa: ver “Kundry”; De Meung, Lorris and, 73 Eisenhower, General, 134
202 e Gawain, 200 Demonstração de virtudes cavalei- Eleanor d’Aquitaine, 105
Cidade Santa, ver “Jerusalém” 205 Cristão(ã): peixe e símbolo cristão, rescas, 185 Elêusis, vaso ritualístico em, 106
Círculo da Felicidade, 156 90; Europa, 53; Muçulmanos, Der Junge Titurel, 189 Elevada História do Graal, 14
Círculos, Sobreposição de dois, Judeus e, 55; no mistério, 106, Desejo sensual, evitado por cátaros, 148 Elite, sob Hitler, 134
187 194; simbolismo, 196; consi Desenho em espiral, 141 Elucidação, A, 92, 192, 195
Cisne, e Parsifal, 187, 198, 206 deração de eventos, 37 Destino e o Indivíduo, 59 Em transformação, tudo está, 164
Encantamento, 158 Flechas, Passo das, 45 Glastonbury, Abadia em, 46, 179; 176; no “Outro Mundo”, 189; em
Era de Ouro: ver “Paraíso” Floresta como símbolo, 79, 182-3 túmulo de Artur em, 46; como lar Mons Philosophorum, 71; em
Eremita: ver também “Trevrizent”, Força Vital, 198 do Graal, 179, 181; como sítio grutas naturais, 176; em Sone o f
68, 203 Forças Americanas de Ocupação, 134 pagão, 179; “Ilha de Vidro”, 47; é Nansai, 189; o Castelo Interior,
Esclarmonde de Foix, 105 Forças de Luz e Trevas, 201 a mística Avalon, 170; visita 189; ponto de encontro entre o
Escola de Misterio, tradição da: Franco-Maçons, 45 rosacruz a, 170; espinhos, 47; Tor, Céu e a Terra, 189; Montségur
em alquimia, 62; ligação de Francos, 54 47; Wearyall Hill, 47; Zodíaco, como, 42; Montsalvasche, Mon-
Perlesvaus com, 14; druídica, Fraternidade das Trevas, 139 179 tsalvat, 41; Montserrat, 25; de
154; no Oriente, 149; na França, Fraternidade do Graal, 134, 206 Gnose, secreta, 153 Himmler, 43; fora da costa da
25,41; ligação com antigos, 146, Fraternidade invisível, 31 Godwin, M., 22, 58, 63, 99, 104 Noruega, 189; como experiência
153, 168; teor do misterio, 152 Fraternidade Negra, 136 Golpe Doloroso, 197 de “pico”, 164; visita de Parsifal
Esforço e zelo, 59 Frigia, rituais da, 153 Gotas de sangue ou fluido, 155 ao, 150, 204; protótipo do, 49;
Espada, 84, 198; como instru Fromm, E., 157 Gournemanz, 76, 83, 76, 201, 206 fortaleza nos Pireneus, 181;
mento discriminador, 84; ou Fronteira entre o consciente e o Graal, Busca: a viagem de semelhança com fortaleza tem-
torgada por mérito e direito, inconsciente, 187 Rosenkreutz, 73; um retorno a plária, 181; semelhança com
199; retirada da pedra por Fuga da Liberdade, de Erich Fromm, Deus, 108; aspectos individuais Santo Sepulcro, 31; imagens
Galahad e Artur, 199; mágica, 157 e coletivos, 169; jornada da rosacruzes no, 25; Rosslyn Chapei,
176; de Davi, 193; d e São Função sentimento, 94 alma, 61; como a descida de 45; estado de transcendência, 166;
Maurício, 133 Artur a Annwn, 155; a busca símbolo do processo da vida, 195;
Espanha: muçulmanos na, 54; G exterior do herói masculino, encimado por Rosa Sagrada, 25;
como ponto de encontro de Gahmuret, 157 110; mito do retorno, 165; “Trono de Arches”, 48;
culturas, 56; tolerancia na, 56 Galahad, 5, 7, 51, 99, 167, 174, 179, buscadores são escolhidos, 40; Graal, contraparte egípcia do, 176
“Espectro de Consciencia”, 166 193, 199, 205; um herói cristão, precursores da, 175; busca da Graal, contraparte hindu do, 176
167 99,156,193; e o Cristo, 59; e Sarras pedra filosofal, 68,89; sete graus Graal, cristandade do, 57, 98
Eucaristia, 153 40, 193; e espada, 199; como um de progresso, 60; organização Graal, e Cátaros, 16; e Tábua de
Europa: crenças medievais, 145; fantoche, 205; comparado com do, Apêndice 1; início da, 168 Esmeralda, 26; e Eucaristia, 13,
rituais na, 145; erudição na, 56 Parsifal, 59, 174, 205; encontra o Graal, Castelo ou Templo, 40, 107, 19; e Hórus, 26; e Falha de Lia,
Evola, J., 111 Graal, 167; em Queste, 197, 205; 148,162,204; outra dimensão da 26; e Maria Madalena, 57; e
Evolução do Homem, 181 sobe ao céu, 40,193,205; senta-se experiência humana, 187; um pedra filosofal, 21; e glândula
Exilio, Estado de, 157 na Cadeira Perigosa, 179, 193; protótipo de mandala, 48; como pineal, 26; respondendo ao
Experiencia no Outro Mundo, 188 unido a Deus, 193 de Corbenic, 189; como espelho chamado do, 143; como um
Gales, Dinas Bran em, 44; Gerald cósmico, 50; como símbolo do livro, 14; como um cofre con
F * de, 46; visita rosacruz a, 45 mundo sobrenatural, 84, 188; tendo pão, 13; como uma taça
Fêmea devoradora, 110 Galinha, como símbolo, 72 como o inconsciente, 79, 188; ou um cálice, 14, 14, 21, 132,
Fénix, como símbolo, 20, 197 Gawain (Gwalchmai), 45, 51, 72, descrito em fízrzival, 41,68; difícil 140, 157, 176, 194, 196; como
Ferida, na coxa, 191; como desar 167, 169, 175, 200 acesso ao, 43; Dinas Bran, 178; uma taça de sabedoria, 157;
monia psíquica, 94 Gênero, especificidade de, 103 desenvolvimento em templos como uma taça na Capela
Ferimento sexual, 154 Gerald de Gales, 46 estelares, 49; em D er Ju n g e Rosslyn, 45; contendo subs
Figura feminina, 155 Gerbert de Montreuil, 202, 209 Titurel, 26, 189; em Die Jungere tância divina redentora, 115;
Firefiz, 24, 67, 72 Gestapo, 136 Titurel, 31,65; no Oriente Médio, como símbolo feminino, 108;
como símbolo de fertilidade, Catedral de Chartres, 38; no Vulgata, 57; como nostalgia da Artur como exemplo de, 193;
153; dá alimento espiritual, processo criativo, 115; lar do, Era de Ouro, 96; astrologia na, como figura paterna, 88,91; como
177; como uma cabeça numa ver “Castelo do Graal”; lança e 57; conteúdo cavaleiresco da, 6; pescador, 88,90,187; como Deus,
travessa, 21,176; como curador, o, 108; locais do Graal, 15, 16, conteúdo hermético da, 178; em 191; como homem original,
107, 204; como cornetas de 40, 42; qualidades mágicas do, alquimia, 68, 70, 73; caráter perfeito, 191; como cavaleiro do
abundancia, 176; como busca 13; no mistério, Cap. 6; natu iniciatório da, 161 ; e elo com a Graal em potencial, 157; como
da feminilidade, 108; como o reza misteriosa e mística do, 14; tradição mística, 55; influência símbolo de soberania perdida,
Self Maior, 86; como uma jóia, experiencias de “pico” e o, 164; oriental na, 56, 178; elementos 157; como duas pessoas, 192;
26; como idéia luminosa, 18; poder do, 64; primeira expe pagãos na, 57; poetas da, 57; morte do, 193; fracasso do, 89,
como mensagem em arqui riencia de Parsifal, 80; pré- filosofia subjacente da, 59 93, 95; na história de Queda e
tetura ou escultura, 67; como cristão, 19; proto-Graal, 140; Graal, locais sagrados do, 140 Redenção, 157,191,208; quebra
memória do Paraíso, 156; como segredos, 109, 195; vendo o, Graal, Mensageira do, 200; ver de tabus, 193;Bran,Bron,44,90,
objeto miraculoso, Cap. 1,199; 180; levado ao Céu, 205; poder também, “Virgem do Graal”, 178; causas de sua ferida, 37;
como mito, 11, 154, 156; como transform ador do, 15; mu “Kundry” concepções dos escritores do
ponto de conciliação, 62; como dança espiritual, 101; visita do, Graal, Mito: um eco do Paraíso Graal sobre o, 41; Golpe Dolo
objeto físico, 14, 15, 18, 19; à Távola Redonda, 74; visita do, Perdido, 99; como mito femi roso, 197; explicações para sua
como reliquia, 19; como res à cabana de Rosenkreutz, 73 nino, 105; como parte do incons condição, 91,193; pescando para
taurador da térra devoluta, 107; Graal, experiência, 141 ciente, 95,100; um mito agrário, encontrar cura, 187; curando a
como objeto sagrado ou má Graal, Família, Guardiães, Cava 95, 145; base do, 174; origens ferida do, 187; na alquimia, 89,
gico, 176; mudando de forma, leiros: uma sociedade secreta, célticas do, 20; contrário ao “lado 90; em Parsifal, de Wagner, 135;
14; como espirito, 85; como 29; um anfitrião espiritual, 73; negro”, 11; mensagem crucial mantido vivo pelo Graal, 178;
pedra, 20, 67, 195; como re como cátaros, 43; como elite, do, 207; caráter cíclico do, 11; nexo Rei/Terra Devoluta, 95,153,
gistro de sabedoria, 14; como 134; como hierarquia de almas, “lado negro” do, 132; aspecto 191; lições desse mito, 161;
símbolo, 19, 67, 107; como 207; como “santo”, 177; como didático, 65; tema da separação linhagem em Parzival, 180;
experiencia de vesicapiscis, 171; Templários, 29, 41, 180; como do, 155; poder de transformação mistura de crenças célticas e
na corte do Rei Artur, 202; em governante temporal, espi do, 60; papel da mulher no, 105 cristãs, 37; registro de ritual
Glastonbury, 170; e banquete, ritual, 67; Fraternidade do Graal, Mitologia, 193. agrário, 145; referência em
152,194; torna-se “santo”, 177; Graal, 134, 206; em José de Graal, mudança de forma do, 68 Silbury Hill, 154; responsa
chamamento do, 188; Frater Arimatéia, de De Boron, 28; em Graal Negro? 136, 137 bilidade do, 91; comentário de
nidade do, 134, 206; adverte Queste, 28; em Perlesvaus, 29; Graal, Operas, 63 Rohr, 93; dirigente de uma
contra revelação de segredos, em P arzival , 29; como casta Graal, Portadora, ver “Virgem do fraternidade invisível, 31; sofre de
196; Cristianismo e o, 57, 58; xamanista, 143; figuras míticas, Graal” sangue corrompido, 134; sofre
Cristianização do, 13, 179; históricas, 38; Ordem fundada Graal, Procissão, 85, 107,194 encantamento, 135; símbolo da
origem cristã do, 177; descrição por José, 180 Graal, Rainha do, 109,190 condição humana, 99; símbolo
no Le Conte del Graal, 12, 177; Graal, fontes do Mito do, 19, 49, Graal, Rei do, Rei Pescador, Rei de exílio ou soberania perdida,
descrição na obra de Malory, 65; •145, 175, 177 Enfermo ou Ferido ou Mutilado, 157; símbolo de cisão com a
nível de experiência do Graal, Graal, forma pré-histórica do, 140 37,44; Cap. 8; 115,134,157,177, natureza, 192; de vontade fraca,
165; descrição do, 175; beber o Graal, Literatura:ver também au 178,191,192,193,196,199,204, 193; curado por Galahad, 114;
conteúdo do, 166; visão final tores individuais no Apêndice 206, 208; e fertilidade da terra, curado em nós também, 95;
do, 163; dá alimento, 177; na 2; e Igreja Céltica, 115; e Ciclo 191; e Terra Devoluta, Cap. 8; ópera de Wagner e, 181.
Graal, Reino do, 144,198,201 ;como Harrison, H., 16, 60, 140 Inconsciente: energias arque- Jesus, e Galahad, comparados, 59;
o inconsciente, 84; descrição de Heinrich von dem Türlin, 13, 192 típicas do, 188; coletivo, 79, e “pescadores de homens”, 90; e
territorio, 84; Glastonbury, 46; Helinandus, Crônica de, 176 100, 160; cruzando o umbral Maria Madalena, 36; e Parsifal,
Outro Mundo, 188; na Pérsia, 48; Henrique VTII e Glastonbury, 15,47 do, 25; igualado ao elemento comparados, 59; conexão com
presença de Deus na Criação, Heresia(s), 57; pelagiana, 97 feminino, 107; a pesca como Montserrat, 44; na tradição do
144; caráter de transformação, 50; Hermes Trismegisto, 38, 68, 72 parte do, 91; elementos irracio rei-sacerdote, 13; perfurado pela
varios locais, 40; sabedoria e Hermetismo, 58 nais do, 95; mito do Graal e o, lança, 113
revelação no, 196 Hermetismo na obra de Wolfram, 56 100; profundezas do, 91 Johnson, K., 111
Graal Secreto: um mistério, 194; Herzeleid (“Pesar do Coração”), 182 Individualismo, 162 Johnson, R., 94
con-jeturas quanto à natureza Hierofantes dos Mistérios, 161,190 Indivíduo: e sociedade, 162, 201; Jornada iniciatória, natureza
do, 196; dado por Jesus a José, Himmler, Heinrich, 43 iniciativa do, 59; busca indivi cíclica da, 89
32; segredos da transformação, Hider, Adol£ 113, e formação de elite, dual, 61; responsabilidade, 180 Jornada/viagem: de Rosenkreutz,
161; passado para sucessores de 134; e literatura heroica, 134; e Inglaterra, questão da, e da Irlanda, 73; do ego, 162; do herói, 156,
José, 32; contemplado por ocultismo, 113; e Lança do 19, 176 168; da alma, 141
Galahad, 205; o significado da Destino, 113; como ditador, 133; Iniciação: descrição de, 190; graus José de Arimatéia, 47,177; e Bron,
criação e da vida, 195 explica a ferida do Rei Pescador, de, 60; ao cavaleirismo, 185; aos o Rei do Graal, 45; chegada a
Graal, Tradição, e Ordem Rosa 134; sua aberração, 138; sua mistérios superiores, 144, 197; Glastonbury, 179; na obra de
cruz, 17, na poesia do Graal e fixação por Parsifal, 132; gosto movimentos e objetos na, 194; De Boron, 13, 28, 177, 209; e
nos Mistérios, 58,65; Matthew, pelas óperas de Wagner, 135; e o despertar de Parsifal para, 183; segredos de Jesus, 32
J.,eo, 139 cavaleirismo do Graal, 134; teoria final de Parsifal, 202; segundo Josephes, 7
Graça de Deus, 40, 59, 188 racial e Guardiães, 62, 136 nível de, 188; como união a Judas, e Cadeira Perigosa, 178
Graça natural, perda da, 93 Homem Celestial, 38 Deus, 132 Jung, E., e von Franz M.L., 43,
Gradale, 176 Homem Degenerado, 91, 191 Iniciando, teste do, 200 219
Grande Santo Graal, 13, 209 Homem perfeito, 88-9 Instrução oral, 185 Junge Titurel, Der, 210
“Grande Tradição”, 150 Homem, Velho e Sábio, arquétipo Integração, 158, 160, 163, 204 “Justa no Céu”, 67
Grau de Guerreiro, 61, 147 do, 80, 83, 185 Introdução no cavaleirismo, 185
Graus de Iniciação: ver “Iniciação” Homens, busca dos, não diferente Introspecção, 185, 199 K
Grécia, Rituais da, 146 da busca das mulheres, 111 Intuição, valor da, 185 Keridwen, Caldeirão de, 154,198
Grutas, 176 Hórus, Olho de, 26, 69 Huesca, e Intuito esotérico, 145 Klingsor, assistido por Kundry,
Guardiães, 62 St. Lawrence, 16 Intuito exotérico, 145 201; “lado negro”, 132; von
Guerra no Céu, 20 Humanidade, papel da, 101 Inverno, cerimônia do alvorecer tade humana vs. vontade di
Guinevere, 46, 109, 175, 191 Hutin, Serge, 73 do, 144 vina, 132; magia de, 187; mau
Gwalchmai: ver “Gawain”Gwion, 45, logues, 165 uso da lança, 132, 192; papel
Gwynvydd, 155 I Islã, progresso na Europa, 53; em Parsifal, 201, 206
Identidade, além da, 166 judaísmo, cristianismo e, 56; Knight, G., 59
H Idilios do Rei, 65 Ordens Cavaleirescas, 23 Knowth, 142
Hall, M., 147 Ilha de Vidro, 47 Krater, em Elêusis, 106
Hansend, 111 Kundry, criatura asquerosa, 187,
Iluminação, 60, 164, 165, 167,203 J ,
Hapsburg, Museu, 113, 133 Imagens, primordiais, 79 Jerusalém: e cruzadas, 54; é Sarras, 200, 201, 206, 206
Harmonia, Estado de, 204 Império Bizantino, 54 193, 205 Kyot de Provence, 20, 22
L Lealdade, de Gawain, 200 Mágico, como mentor e eremita, Montségur, 25,41,43 ,4 4 ,14 8,189
Lago, como símbolo da mente, 187 Leão, Grau Iniciático do, 61, 147; .147 Mordred, 197
Lança: e Graal, no processo de figura com cabeça de, 150 Malory, Thomas, 65, 210 Morgan, 109
cura, 108; e Graal como sím Lebre, símblo de, 72, Manessier, continuação de, 202, Morte d’Arthur, 65
bolos de fertilidade, 153, como Le Conte du Graal, ver “Chrétien” 209 Mosteiro de Montserrat, 17, 25, 44
axis mundi, 198; como vontade Legiões romanas, deslocamento Maniqueísmo, 42, 57, 146 Mosteiros, e Henrique VIII, 15
divina, 114,132; como curadora, das, 147 Manisola, rito, 42, 148 Moys, e Cadeira Perigosa, 179
192; como discernimento intui Lei Hermética de Correspon Maomé, 53 • Muçulmanos, conquistas na Euro
tivo, 114; como símbolo fálico, dencias, 66 Maria, e Mistério Cristão, 107; pa, 53
114; o portador da, 197; san Le Morte d’A rthur, 210 como vaso divino, 108 Mulheres: advogado das, 110; gera
guinolenta, 107, 199; captada Le Román de l ’histoire du Graal, ver Marie de Champagne, 105 doras de filhos, 104; como guias
por Parsifal, 205; céltica, de Robert de Boron Marie de France, 105 de iniciação, 108-9; como tenta
Lugh, 197; propriedades cura Liderança na Busca, 194 Markale, J., 34, 108 doras, 104; outorgam soberania,
tivas, 108, 114; descrição da, Linhagem, 180 Marselha, 16, 43 184; consecução em níveis in
115; imersa em sangue, 115; Livre-arbítrio, 59, 97, 101 Masculinidade, 76, 80, 94 teriores, 110; Guinevere, 109;
mergulhada no Graal ou no Livro(s): Corpus Hermeticum, Masculinos, atributos/princípio, impuras, 105; papel iniciatório
Caldeirão, 107, 198; e poder 68; Graal como um, 13, 195; 82, 94, 96, 104, 105, 154; ver das, 109; em tempos antigos,
diabólico, 115; e poder divino, de Lambspring, 70, 90; lista de também, “figura paterna” 104; em épocas célticas e pré-
135; para controle do ego, 186; textos do Graal, ver Apéndice 2 Maslow, A: experiências de “pico”, célticas, 105; integram a vida ao
uso de Galahad para curar, 114; Llangollen, 44 164, 187; pirâmide de neces espírito, 110; Morgan, 109;
do Destino, 113; de Lugh, 197; Llydaw, Lago, 45 sidades, 163; noção de pessoas ciclos naturais das, 109; pre
na Procissão do Graal, 155; Logres, Terra de, 92, 197 superiores, 165; auto-efeti- cisam da Buscar 108; não sepa
propriedades mágicas da, 114, Lohengrin, 180, 210 vação, 160 radas da verdadeira natureza,
133, 176; elemento masculino, Londres, 150 Matthews, C., 48, 50, 157, 158 109; papel das, na história do
107; mau uso da, 192, 197; de Longinus, 113, 133, 179 Melquisedec, estátua de, 38 Graal, 109; inferioridade de
Longinus, 113, 133; Parsifal Lorris e De Meung, 73 Mente Universal, 166 status, 104; testando o herói,
usa-a para curar, 192; separada Lúcifer, 20, 69, 178 Mesa, quadrada, 177 201; com sobrecarga de mascu
do cálice, 135; valor simbólico, Lugh, Lança de, 197 Mistérios frigios, 153 linidade, 111; conhecem o
107; levada para o céu, 205; Luke, H., 110 Misticismo, atividade na Idade segredo, 195; busca das, 111
usada por Klingsor, 132; usada Luz e trevas, 181 Média, 56; abordagem mística Mundo invisível, 84, 172
por Parsifal, 115; usada em no Ocidente, 168; experiência Mundos, visível e invisível, 187
meditação, 198; jovem como M em, 148,165,175,190; experiên
portador, 194 “Machismo”, 111 cia interpretada em Parsifal, 21; N
Lancelot, 51, 56, 175, 187, 191 Macho/fêmea, equilíbrio, 103,106 visão do progresso, 138 Natureza humana, aspectos da,
Lancelot, Graal de, 13 Macrocósmico, efeito no indivíduo, Mito e ritual agrários, 145 161; ponto de vista dos psicó
Lambspring, Livro de, 70, 90 199 Mitraico, culto, 146; grau(s), 147 logos, 163
Lança Sanguinolenta, ver “Lança” Madalena, Graal de, 148 Mons Philosophorum, 71; Apêndice 3 Navarro, 54
Languedoc, 25, 56 Mãe, arquétipo da, 182 Montréal-de-Sos, 17 Nazista, 43, 113
“Lapsit exillis”, 21 Mãe Terrível, 110 Montsalvãsche, Montalvat, 25, 41, Necessidades: ver “Pirâmide de
Lata de lixo, 72 Magia, 146 43 Necessidades”
Neolíticos, povos, 49 Newgrange, 29; igreja em Segóvia, 57; 204; e o cisne, 143; como Tolo, Pessoa real e ideal projetado, 186
49, 140; cerimônias, 140; fundadores da, 29; romances do 75, 80, 155; como Rei; Parsifal “Pessoas superiores”, 165
descrição de túm ulo, 140; Graal e, 43; Grandes Mestres galês, 210 “Petit Saint Graal”, 177
protótipo do Templo do Graal, da, 34; guardava o Castelo do Parzival, 22, 26, 41, 56, 66, 68, 93, Philip, Conde de Flandres, 177
49; símbolos em, 49 Graal, 31; guardava segredo 178, 181, 192, 196, 209 “Pico”, experiência de, 164, 187
Nicodemus, Evangelho de, 177 especial, 32; guardiã de conhe “Passo das Flechas” na Gales do Pineal, glândula, 26, 69
Nigredo ou fase de “negritude”, ou cimento esotérico, 30; em D ie Norte, 45 Pirâmide de necessidades, 163
“Noite Negra”, 85, 144, 197, Jungere Titurel, 31; interesse Pecado original, 97 Poço do Cálice: descrição do, 170; em
202, 203, 216 por, no século dezenove, 41; Pedra, o G raal como, 20, 38; Glastonbury, 16, 47, 170; tampa
Nitze, H.W, 60 Cruz Vermelha como símbolo filosofal, 68, 69; bacia pré- do, 171; rosacruzes no, 170
Noética, experiência, 145 da, 34; ritual influenciado pelo histórica, 140 Poços, Virgens dos, 192
“Noite Negra”: ver “nigredo” Islã, 23, 55, 149; ligação rosa- Pedra Filosofal, 20, 68, 69, 197 Poderes demoníacos, 136
“Nórdicos”, 190 cruz com, 50; realização de Pedras Callanish, 105 “Pog” o, Montségur, 41 .
Notre Dame, Catedrais: ver “Catedrais” ritos sagrados, 31; fonte de Peixe, como símbolo, 90, 93, 172 “Polares”, 190
Nurembergue, salão de Santa poder da, 31; símbolo na Cape Pelicano, símbolo, 197 Pomba, 73, 132
Catarina em, 133 la Rosslyn, 45; “Templeisen” Pelles, Rei do Graal, 193 “Portas da Percepção”, 69
em Parzival, 31; tesouro, 31; Peredur,21,44,114,150,176,183,210 Portugal, 54
O sugestão da, em Perlesvaus, 29 “Perfecti” entre os cátaros, 34, 41, Powell, família, 15
Obrigações do homem, 152 Organização patriarcal, 103-104 148, 149 Pré-cristãos, cultos, 146
Obscurantismo, Época de, A In Orientação solar: em Montségur, Pergunta (s), falha de Parsifal em Precursores do Graal, 175
glaterra em, 97 144; em Newgrange, 141 fazer, 77, 85,95,199; propósito Prima materia, 69
Olho de Hórus, 26, 69 “Outremer”, 23 da nos mistérios, 194, 199; Primeira Continuação, 209
Onix, pedra, 47 “Outro Mundo”, o, 51, 154, 188, temos de fazer, 85, 199; auto- Princípio feminino, 82, 96, 103,
Operas: ver “Wagner” 189, 190, 200 exame por introspecção, 199 194; reconhecido pelos cátaros,
Opostos, doutrina dos, 110, 136, Perlesvaus ou A Elevada História do 194; e desarmonia com o prin
162, 163; unidade dos, 110 P Graal, 14,57,151,179,193,194; cípio masculino, 96; e o incons
Ordem secreta, a SS como, 136 Padma-mani, budista, 69 José de Arimatéia em, 180,209; ciente, 182; como mediador,
Ordem Templária: atividades e Pai, figura do, 83, 91, 147, 152 provável ligação do autor com 191; aspectos do, 201; no episó
reputação, 30; e mistérios Palestina, 55 o Templo, 30; Graal mudando dio do Cavaleiro Negro92; no
antigos, 23, 145; e Baphomet, Paraíso ou Era de Ouro, conceitos de forma em, 14; sugestão de gnosticismo, 57; no segredo do
149-150; e cátaros, e rosacruzes, de, 92, 99, 144, 156; a literatura tradição secreta em, 149, 194 Graal, 63
33; e cruzadas, 29; supostas do Graal exaltava, 91,98; Logres, Persa, grau mitraico, 61, 147 Procissão, 194; no cristianismo do
práticas pagãs, 57; objetivo da, como outrora um, 92; na Terra, Persona, 81, 184 Graal, 194; tradição iniciática,
30; aniquilação como Ordem, 95, 99; utopia, 100 Perspectivas psicológicas e mís 58, 60, 63, 65, 67; tradição na
58; como Guardiães do Graal, Pársi, Santuário em Shiz, 48 ticas, Cap. 12 Europa, 146
22, 29, 31; como Cavaleiros da Parsifal, 115, 180, 182, 186, 198, Pesca, como símbolo, 90 Profecias, de Merlin, 210
Cruz, 150; lutou contra cátaros, 221; atinge o Graal, 165; e Pescador, Pedro o, 90; Rei do Graal Projeção, 50
33; na cruzada albigense, 34; Firefiz, 24, 67, 72; e a Dama da Bran como, 90; papel do, 90 Proto-Graal, 50
em Parzival, de Wolfram, 20, Tenda, 76; e a lança, 192; e auto- “Pescadores de Homens”, 90 Provença, 56
180; construtores de catedrais, realização, 164; e Rei Ferido, Pessoa ideal, 192 Pseudo-Wauchier, 202, 209
Psique, 78, 81, 84, 95, 160, 162 Ritos, em Newgrange, 140; de Salvação, visão da, 59 floresta, 182; peixe dourado, 90;
Psíquico(a): caos em Parsifal, 86; passagem, 141 Sangue, de Cristo: 28, sangue Rei do Graal, 88; Graal como vaso
saúde, 78; harmonia ao nivel Robert de Boron, 11, 15, 28, 91, curativo e fluido mágico, 155; alquímico, 66-7; mulher como
social, 80 177, 192 na água do Poço do Cálice, 171; portadora do Graal, 194; peixe, 90,
Puis, 91 Rohr, R., 93 na neve, 143, 198; na lança de 172, 187; no Livro de
Roma, Igreja de, 97; e hereges, 56; Longinus, 133 Lambspring, 90; nas pedras de
Q e cristianismo céltico, 97, 114, Sangue, de Dindraine, 198 Callanish, 105; na Busca do Graal,
Quarta Continuação, 209 179; como autoridade central, San Juan de la Peña, 17 60; cume da montanha, 189; do
53; atitude para com o Graal, Santa Catarina, Nurembergue, 133 sangue, 167; de graus e da busca
R 56; ensinamento exotérico, 58; “Santo Graal Menor”, 177 dos cavaleiros, 148; da lança e de
Raça, teoria de Hitler, 134 lança Cruzadas, 53; conceito de Sardenha, 54 poder negativo, 92; do grau mi-
Rahn, Otto, e Montségur, 43, 113; salvação, 59 Sarras, 40, 167, 193, 205 traico, 147; de Mons
e nazistas, 43; Cruzada contra o Romance da Rosa, 73 Saúde, 163, 165 Philosophorum, 71; de Parsifal
Graal , 43 Romances do Graal, duplo intuito “Saúde extrema”, 165 no Castelo do Graal, 205; mãe, 182
Ravenscroft, T., 60,71,92,133,147, dos, 59, 145 Schwarma, 69 Sinclair, A., 41, 46
153 Rosa, como símbolo, 73 Segóvia, igreja templária, 57 Sinetar, M., 163
Realeza, 71, 89 Rosa-Cruz, Irmãos mais Antigos da, Segredo(s): gnose, 153; do Graal, Snowdonia, Gales, 44, 80
Realidade, como Una, 166 33; Rosenkreutz, Christian, 73; 109, 160, 195, 195, 197; Soberania, 109, 157, 184, 190
Redenção, 63, 197 Rosacruzes: atividades, 33; e Segunda Continuação, 209 Socialização, 82
Redentor: ver “Parsifal” símbolo do Rei, 89; e legados Segunda Grande Guerra, 113 Sociedade e o indivíduo, 162
Reflexão, 199 templários, 35; arquivos, 35; Self: e ego, 89, 95, 161; como Sociedade humana, eventos da,
Regressão, 138 cátaros e, 33; como místicos, 33; arquétipo, 89, 160, 162; como caráter cíclico, 11 definição de,
Rei Ferido: ver “Rei do Graal” viagens do Graal dos, 17; idéias Graal, 71, 161; como Parsifal e 160; funções do, 161; maior ou
Reintegração, 63, 168 na obra de Wolfram, 22; ima Titurel, 182; 162; visão rosacruz superior, 135,165; velho e novo,
Rei Pescador: ver “Rei do Graal”; ginário, 25; a Ordem na Grande do, 166 196
fraqueza de vontade do, 193 Tradição, 33, 151; símbolos Self Maior, 166 Sociedades Antigas, Princípio
Relação, 94 secretos da, 71; templo em Senda mística ocidental, 168 feminino nas, 104
Religião, atitude, 56, 57; efeito na Londres, 35; ensinamentos da, Sentimento, função do, 168 Sol, símbolo, 61
arte, na erudição, etc., 55 17; tradição, 33; visão do self, Separação: Deus, da Criação, 93; na Soldado, Grau Iniciático, 49
Renovação, 93; em Kundry, 200; 166; visita ao Poço do Cálice, 170 personalidade, 84; o homem de Solstício, cerimônia de Templo no,
na Rainha do Graal, 109, 190; Rosslyn, Capela, 45 Deus, 109 141, 142,
na Virgem do Graal, 106; na Rússia, Sul da, 99 Separação, tema da, 106, 155 “Sombra”, a, 80, 81, 82, 184
Dama da Tenda, 76; em Sete graus de progresso, 60, 147 Sone de Nansai, 189
Sophia, 106; nas Virgens dos S Sexta-Feira Santa, 178 Sophia, 106, 157; e vesica pisas, 171
Poços, 192 Sabarthez, 43 Shekinah, 157 St. Lawrence, 16
Repressão, 81, 138 Sabedoria, Sophia como, 106 Shiz, santuário pársi, 48 Stonehenge, 49
Responsabilidade, 200, Sacramentos, 177 Sicilia, 54 Sublimação, 82
Responsabilidade pessoal, 59 Saint-Martin, Louis-Claude de, Silbury Hill, 154 Sucessão apostólica, 97
Retorno, mito do, 155 158 Símbolo(s): cálice e lança, 192; Sufi, práticas místicas, 55
Rio, como símbolo, 84, 187 Salomão, barca de, 167, 193, 205 arpão céltico de Lugh, 197; Super-alma, 166
22,23 ,2 5 ,26 ,2 8 ,2 9,3 1,3 6 ,4 1,
T Tolerância na Espanha, 56
Valores superiores, 185 43,56,60,62,65,67,69,72,73,
Tabernáculo, 176 Tolo, Parsifal como um, 75, 81,95,
Verdade, transmitida por Kundry, 9 2,139,148,178,180,181,184,
Taça, o Graal como: na ilha Caldy, 16; 101
201
186, 189, 192, 196, 197, 198,
Taliesin, 198 Tor, Glastonbury, 47
Vesica piseis, 171, 187 201,203; e a condição humana,
Talismãs, 176 Toulouse, 35
Viena, Museu Hapsburgem, 133 99; e a pedra filosofal, 196;
Tao, 166 Tradição Iniciática, 14, 58, 63; e
Vingança, tema, 114, 176 Virgem como escritor críptico, 36;
Távola Redonda: e Hitler, 135; templários, 29; e trovadores, 56;
Maria, 104 como mestre hermético, 68;
arquétipo da, 169; colapso da, cerimônias em Newgrange,
Virgem Negra, culto à, 56 contato com escolas de mis
169; Fraternidade da, 170, 175, 144; graus na, 147; jornada de
Virgens dos Poços, 92, 192 tério, 22,23; Die Jungere Titurel,
193; de Himmler, 135; inte Rosenkreutz, 72; vista em ro
Virgílio, 92 210; orientação esotérica, 62;
resse nazista na, 113, 136; a mances do Graal, 13; Mestres
Vishnu, 90 Kyot como fonte de sua historia
próxima, 170; profecia da Ca da, 61
Vivian, 109 do Graal, 20,22; fator de linha
deira Perigosa, 179; começo da Tradição oral, 176
Vortigern, 45 gem na guarda do Graal, 23,
busca do Graal, 168 Transcendência, 203; pessoas em
Vulgata, Ciclo, 57,99,177,197,210 180; na Fraternidade do Ho
Távola Redonda no plano mun nível transcendente, 165; alqui
mem, 24; e Parzival, 20, 26,41,
dano, 169 mia transcendental, 21; nível
W 57, 68, 209; referido por
Templo estelar, orientação solar do, transcendental, 165; transição
Wagner, mensagem mística de, Matthews, 139; revela ligações
144 para, 203
206, 207 templárias, 21, 22, 29, 41; mu
Templos estelares, 140 Transcendendo: opostos, 162; o
Wagner, Richard, 15,26,41,62,65, dança no teor do Mito, 19; fonte
Tenda, Dama da, 109 self, 165
134,181,183,198,201,203,206 de romance, 56; natureza uni
Tennyson, Alfred, Lord, 15, 65, Transe, 198
Wauchier de Denan, 202 versal de suas idéias, 19; usou
210 Transformação, 67, 147, 161, 163,
Wearyhall Hill, 47 pseudônimos para pessoas
Teoria Racial de Hitler, 62 164
Weston, J., 60, 107, 146, 153, 195 reais, 24; usou a palavra
Terceira Continuação , 209 Transmutação: ver “Alquim ia”,
Westphalia, Lar de Wewelsburg, “Templeisen”, 31
Terceiro Olho, 26, 69 “Transformação”
Terceiro Reich, 113, 134, 136 Transmutando metais inferiores, 136
Terra Devoluta: ver também, “Rei 70 Wewelsburg, castelo de, 136 X Y Z
Whitmont, E.C., 160 Xamãs: e suas experiências, 143, e
do Graal”; aplicável hoje em Transpessoal, 165; psicologia, 165
dia, 100; como exílio, 157; Wilber, K., 166 “dom”, 143
Trevrizent, 68
como fato histórico, 92; expli Wilmshurst, W, 63, 135, 198 Ynis Witrin, 47
“Trono de Arches”, 48
Wolfram von Eschenbach, 20, 21, Zoroastro, doutrina de, 201
cações para a, 92, 95; e o Rei do Trovadores, 19,42, 56, 57, 65, 156,
Graal, 88, 92, 95, 153; restau 161
rando a, 162; símbolo de sepa Troyes, 12
ração de Deus, 93 Túmulo, de passagem, 141, 142
Terra, energias da, 49 Teutónico, T ü rlin , H ein rich von dem,
cavaleiro, 30; cuidando da, 162 13
Titurel, 135, 180; como self supe
rior, 181 U
Toledo, 20,22, 56, 68; ligação com Última Ceia, 28, 177
Parzival, 56 Umbral, cruzando o, 183
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