Sinto meu coração arder, sinto como se um punhal que acabou de ser forjado o dilacerasse
com total força e precisão.
Sinto o choro preso em minha garganta junto com a vontade de gritar e sinto também aquela grande necessidade de não transparecer tudo isso que está se passando dentro de mim, meu estomago está embrulhando e tenho que manter o sorriso no rosto fingindo não estar com os pensamentos desconexos e acelerados, eu sinto dor em todas as lembranças que estão vindo em minha mente, em todos os eu te amo e todos os planos que fizemos que agora não serão mais executados comigo. Talvez eu consiga disfarçar meus olhos lacrimejados, talvez eu consiga disfarçar a voz embargada, vou usar como desculpa uma dor de cabeça qualquer afim de evitar qualquer outra pergunta do meu silencio. E vou continuar os dias, vou continuar seguindo como fiz todos esses anos, jogando para debaixo do tapete todo esse sentimento que ainda insiste em ficar impregnado em mim, em algum momento isso vai se transformar dentro de mim, em algum momento esse sentimento vai se ressignificar. Vou sufocar dentro de mim todo esse turbilhão, vou silenciar as lembranças, colocar no mudo o som da sua voz, vou por um tempo deixar cinza toda e qualquer lembrança de você, vou limpar você da minha história , ate conseguir mudar todo esse sentimento, uma hora essa pressão em meu peito vai passar, uma hora a vontade de chorar vai ir embora e para ser sincera eu quero muito que isso aconteça o mais rápido possível, pois já não aguento mais isso, das outras vezes não senti tanto aperto o quanto sinto agora, das outras vezes não senti tanto medo quanto sinto agora, das outras vezes não senti que estava te perdendo tanto quanto agora. E talvez um dia se chegarmos a reencontrar vou tentar lhe contar sobre isso que escrevi mas se caso isso não acontecer vou ter as palavras guardadas do dia em que meu peito foi rasgado pelo amor ou pela falta dele.