Géneros Textuals & Ensino
4303
as
Angela Paiva Dionisio (UFPE)
Anna Rachel Machado (PUC-SP)
Maria Auxiliadora Bezerra (UFCG) (>
Géneros Textuais .
& Ensino
1-36
2 edigao
EDITORA LUGERNA
Rio de Janeiro ~ 2003Géneros textuais:’
definigao e funcionalidade
Luiz Antonio Marcuschi
1. Géneros textuais como praticas sdcio-historicas
Je toma trivial a idéia Ge que os generostextualssio fendmenos hist6-
profundamente vinculados @ vida cultural e socal.
bwem para ordenar eestbilizar as atvidades com
\dades scio-ciscursvas e formas de aco soctal
Noentanto, mesmo apre-
Quantoa esse ikimoaspecto,
géneros revela que, numa
I desenvolveram umn conju
a simples observacio historca do surgimento
ira fase, povos de cultura essencialmente
tado de géneros. Ap6sa invensio da escrita
1-808 generos, surgindo os
fase, a patir do século XV, os géneros expan-
3 com o florescimento da cultura impress para, na fase intermediéria de
lizagdo iniciada no século X uma grande ampliagio.
‘em plena fase da denominada cultura eletrOnica, com o telefone, o gravador,
fo, a TV e, particularmente o computador pessoal e sua aplicagio mais
itemet, presenciamos uma explosio de novos géneros enovas formas
de comunicagao, tanto na or
eobservagoes
no pele, que
teas etLulz Anténio Marouschi
a
Isto € revelador do fato de que os generos te em, situam
Integram-sefunclonalmente nas culturas em quese desenvolvem. Carace
2zam-se multo mais por suas fungdes comuntcativa, cognitivas e institucionals
do que por suas peculiaridades lingistices e estruturais So de dificil definigao
formal, devendo ser contemplacos em seus us0s € condicionamentos 6cio-
ragmiticos cazacterizados como priticass6cio- Quase indimeros
em diversidade de formas, obtem denominaco:
rnados a algum meio de comunicaso ¢
lorganizacionais e funcionals, apontando alnvia spectos de interesse para o
trabalho em sala de aula, Neste contexto,o presente ensaio caractetiza-se como
‘uma introdugo geral 3 investigag3o dos géneros textuals e desenvolve uma
bateria de nogées que poclem servie para a compreensfio do problema ger
‘envolvido. Certamente, haveria muitas outras perspectivas de andlisee muitos
2. Novos géneros e velhas bases
Como afirmado, nfo € dict constata
asnovas tecnologias, em espec aslo, que propl-
claram o surgimento de novos géneros textuais. Por certo, ndo sto prop
teas tecnologias per se que originam os gneros e sim a intensidade dos usos
dessasteenologlase suas intrfertncias nas
dam a criar, vfo por sua vez propiciando e abrigando géneros novos bastante
caracteristicos. Dai surgem formas discursivas novas, tais como artigos
legramas, telemensagens, teleconferéncias,
vvideoconfertnclas, reportagens a0 vivo, cartas ck bate-pa-
las chats) e ass
te, esses novos génez0s nAo sio Inovagves absolutas, quas cria-
{0es ab ove, em uma ancoragem em outros gener O fato jé fora
‘otado por Bakhtin [1997] que felava na ‘transmutagSo' dos géneros e na ass-
‘milagio de um gtnero por outro gerando novos. A tecnologia favorece 0
surgimento de formas inovadoras, mas nfo absolutamente novas. Ve}
do telefonema, que apresenta similaridade com a conversago que
Géneros textuals: definigdo e funcionalidede
letrdnicas que tém nas cartas (pessoals, comerciais ete.) e nos bilhetes os seus
antecessores. Contudo, as carta eletrOnicas so géneros novos com identida-
des proprias, como se verd no estudo sobre géneros emergentes na midia virtual.
no caso desses ¢ outros géneros emergentes é a nova
Em certo senti-
am a redefinicio de alguns aspectos centrais na observagio da
lagen em uso, como por exemplo a relagao entre a oralidade ea escrita,
19 que desafia aselag6es entre oralidade
itiva a velha visio dicotOmica ainda
de lingua. Esses géneros também
ce escrita e
presente €
ppermitem observa
nota-se uma tendéncia a
8 de géneros prévios para
5 formals, sejam eles
jo-comunicativose funcionals,
Pols € evidente, como
‘nam 0 género e, er
serdo as fungbes. Co fem que serd o proprio
ante em que os textos aparecem. que determinam o género
so de um determinado texto que aparece numa
atigocentifico"s imag
nal diftio e
.pbes bastante claras quanto
a, sob o ponto de vista de
staclentifica ou num jornal
digrio nio tem a mesma classificagio na hierarquia de valozes da produgdo
a seja 0 mesino texto. Assim, num primelro momento podemos,
dizer que as expressbes “mesio texto” e ‘strero" no sio automatica-
lentes, desde que no estejam no
sugerem cautela quanto a considerar 0 predominio de formas ou fungbes para
a determinagio e identificago de um genero,