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SÉRIE:

VEM E VÊ!

P E D R O D O N G
© 2023 Editora Árvore da Vida

Palavra, vida e edificação - Evangelho de João – Livro 3

Título deste volume:


Vem e vê!

1ª edição - novembro/2023 - 48.000 exemplares

Publicado também em
espanhol, inglês, coreano, francês, italiano e alemão.

Proibida a reprodução total ou parcial


deste livro sem a autorização escrita dos editores.

Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida

Editora Árvore da Vida


Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 - Butantã
05581-000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3723-6000
www.arvoredavida.org.br
Impresso no Brasil

CITAÇÕES BÍBLICAS
As citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira
de Almeida, 2ª Edição, salvo quando indicado pelas abreviações:

ARC - Almeida Revista e Corrigida


BJ - Bíblia de Jerusalém
BJC - Bíblia Judaica Completa
IBB - Rev. Imprensa Bíblica Brasileira
KJA - King James Atualizada
lit. - Tradução literal do original grego ou hebraico
NAA - Nova Almeida Atualizada
NVI - Nova Versão Internacional
VR - Versão Restauração

Capa: Wagner Costa | Projeto gráfico e diagramação: Andréia Amorim


PREFÁCIO
Mais do que um simples devocional, o Alimento Diário é um guia
espiritual que o acompanhará diariamente em sua jornada de fé,
nutrindo sua alma e iluminando seu caminho. Este livro oferece,
para cada dia, uma porção da revelação da Palavra de Deus, com o
propósito de renovar, avivar e firmar sua mente, tornando-a frutífera
por meio da imersão na palavra profética.
Em cada página, você encontrará palavras de vida e edificação,
que conectarão sua vida e seu viver com a realidade do reino dos
céus, não importando em que estágio você se encontre em sua
jornada de fé.
Ao longo das páginas deste volume, você descobrirá os verdadeiros
tesouros da palavra profética destrancados e dispensados a nós, a
igreja, o Corpo de Cristo.
O Alimento Diário é mais do que um livro, é uma palavra que
nos governa e nos permite andar nos caminhos do Senhor a cada
dia. Esperamos que você encontre nestas páginas a inspiração e a
conexão espiritual que você procura, e que as mensagens proféticas
aqui contidas lhe sejam uma fonte constante de amor, luz, direção
e encorajamento.
Que o Alimento Diário seja uma bênção para você e uma
ferramenta para sua imersão diária na palavra profética! Essa
palavra vai dar um sabor especial a sua vida em todos os sentidos.

Os editores.

ASSIM QUE SE LEVANTAR...


antes de qualquer outra coisa, faça uma respiração da
vida, invocando profundamente o nome do Senhor Jesus!
Ao fazê-lo, jogue fora todos os temores, medos, tristezas e
pecados, e receba o Senhor Jesus como vida, alegria, paz e
encorajamento. Invoque: “ó Senhor Jesus!” várias vezes,
durante todo o dia.
IMERSÃO NA PALAVRA PROFÉTICA

No livro do profeta Jeremias, lemos: “Quando a tua Palavra foi


encontrada, eu comi cada frase e as digeri em meu íntimo; elas me
nutrem dia após dia, são minha satisfação e júbilo maior; porquanto
teu Nome foi invocado sobre mim, isto é, pertenço a ti!” (15:16 KJA).

PARA SEU DESFRUTE INDIVIDUAL


A CADA DIA, SUGERIMOS:
1. Comece a imersão exercitando o espírito, invocando o nome do
Senhor, orando, falando, cantando, louvando e proclamando gritos
de guerra (Ef 5:18; Is 42:13).
2. Transcreva cada ponto da porção de cada dia, falando enquanto
escreve.
3. De cada ponto, destaque as palavras-chave e se alimente de cada
frase, falando, repetindo, enfatizando e proclamando cada palavra
como se estivesse mastigando.
4. Baseado na revelação que você ganhar de cada frase, escreva seus
pontos-chave!
5. Transforme em oração cada ponto-chave e compartilhe com
alguém o que Deus revelou a você.
6. Resuma em forma de frase simples, verso, oração, cântico ou grito
de guerra a porção que mais tocou seu coração.
7. Tudo isso encherá você do Espírito e tornará sua mente frutífera
para receber a luz, a vida e a direção da palavra profética, e aplicá-
la em seu viver diário.

COMER E DIGERIR A PALAVRA TODO O DIA


PARA TER GOZO E ALEGRIA
IMERSÃO NA PALAVRA PROFÉTICA

PARA O DESFRUTE COLETIVO


A CADA DIA, SUGERIMOS:
1. O Alimento Diário é um excelente instrumento para que pequenos
grupos familiares se reúnam, a fim de juntos extrair as riquezas que
há na Palavra. Nós os chamamos de grupos familiares por terem
um caráter informal e de cuidado mútuo entre seus participantes.
2. O grupo familiar pode ser formado por parentes, vizinhos ou amigos
que morem perto de você, ou por seus colegas de faculdade, escola
ou trabalho.
3. Leiam as passagens sugeridas para cada dia! Leiam com oração o
versículo proposto.
4. Compartilhem o ponto-chave de cada um e procurem aplicar essa
palavra à vida cotidiana. Tornem a palavra de Deus prática na vida
de vocês! Dessa maneira, todos participarão ativamente e serão
edificados mutuamente.
5. Procurem encher-se do Espírito falando entre vocês, com ênfase,
repetição, grito de guerra e oração em cima da palavra que
desfrutaram. Assim, todos serão supridos e desejarão cada vez
mais cooperar com Deus cumprindo Sua vontade – pregando
o evangelho do reino, praticando o “Posso orar por você?” e
divulgando a palavra às pessoas em todo lugar. Assim vamos
apressar a volta do Senhor.
6. Convidem pessoas para as reuniões da igreja, praticando o “Vem e
vê!”, para que também sejam supridas pelo Espírito e vida que há
na palavra.
7. Procurem incluir nos grupos pessoas de todas as faixas etárias:
crianças, adolescentes, jovens, adultos e pessoas mais maduras.
Todos podem participar, alegrar-se, falar, funcionar, cantar,
proclamar palavras e frases que mais tocaram seu coração, porque,
afinal, a igreja é a realidade do Corpo de Cristo na terra, e somos
membros uns dos outros. Cada membro deve exercer sua função
no Corpo.

P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio,


sugerida no início de cada semana. Ela lhe será muito útil.
SUMÁRIO

SEMANA 1: A VOZ DO QUE CLAMA Acesso ao


vídeo da
NO DESERTO – (JO 1:15-28) mensagem 9

Unidos pela vida do Corpo de Cristo .................................................................... 7


A comissão de João Batista.................................................................................... 9
Cristo é quem dá vida.......................................................................................... 11
O Pai dá testemunho do Filho.............................................................................. 13
João Batista, o precursor do Rei dos reis............................................................. 16
Convém que Ele cresça e que eu diminua........................................................... 19
Permitir que Cristo nos preencha......................................................................... 21

SEMANA 2: O BATISMO DE JESUS Acesso ao


vídeo da
E O CHAMAMENTO DOS DISCÍPULOS – (JO 1:29-51) mensagem 10

Estar atento para não ser enganado...................................................................... 23


A eterna redenção................................................................................................. 26
O batismo de Jesus............................................................................................... 28
Eis o Cordeiro de Deus!....................................................................................... 31
Cristo quer crescer em nós .................................................................................. 33
Seguir de perto..................................................................................................... 35
Vem e vê............................................................................................................... 38

Acesso ao
SEMANA 3: A CASA DE DEUS,
vídeo da
A PORTA DOS CÉUS - (JO 1:50-51; GN 28:10-17) mensagem 11

Cristo liga a terra ao céu ..................................................................................... 40


O direito de primogenitura................................................................................... 43
Amarrados à videira verdadeira........................................................................... 46
A bênção prometida a Abraão e Jacó................................................................... 48
Betel, a casa de Deus........................................................................................... 50
A igreja é a casa de Deus, a porta dos céus.......................................................... 52
Deixemos o Senhor nos vencer............................................................................ 55

SEMANA 4: CASAMENTO EM CANÁ Acesso ao


vídeo da
DA GALILEIA – (JO 2:1–11) mensagem 12

Assim na terra como no céu................................................................................. 57


O casamento em Caná: na Galileia e no terceiro dia........................................... 59
O propósito original de Deus para o casamento.................................................. 61
Um alerta para as famílias.................................................................................... 63
O casamento sem Cristo é como o vinho que acaba ........................................... 65
O milagre depende de crer e obedecer................................................................. 68
Jesus transforma a morte em vida........................................................................ 71
SEMANA 1 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 1:15-28; 1 Jo 1:1, 3
Ler com oração:
“O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras
que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6:63).

UNIDOS PELA VIDA DO CORPO DE CRISTO


A mensagem desta semana tem por título “A voz do que clama no
deserto”. Veremos que a palavra faz a obra de Deus e o que nos une
é a vida divina presente na palavra e no Espírito. Por isso a circulação
da palavra e o exercício do Espírito nos dão força e energia para servir
o Senhor. Veremos também que João Batista veio como precursor
para preparar o caminho de Jesus e que seu ministério teve um
excelente início, mas um final trágico (Jo 1:15-28). Por seu exemplo,
aprenderemos que somos apenas vasos para conter o Deus Todo-
Poderoso, portanto, em tudo devemos ser encabeçados por Cristo.
Agora vamos entender o que significa fazer parte do Corpo de Cristo,
com base em um texto de uma imersão diária na palavra, que diz: “Não
fazemos parte de uma organização morta, mas de um Corpo vivo. O
que nos mantém unidos é estritamente uma ligação de vida que vem
pela circulação da palavra profética, pelo Espírito e pela vida divina.
Somos organicamente um só Corpo, a família de Deus”. De fato, não
somos uma organização morta, pois não temos regras de conduta nem
regulamentos ou normas jurídicas para nos manter unidos. O que nos
une é a vida do Corpo de Cristo, porque somos membros vivos desse
Corpo. Não estamos na igreja simplesmente porque temos amizade ou
afinidades uns com os outros, mas graças à ligação de vida que advém
da circulação da palavra profética.
A voz do que clama no deserto

A palavra da vida foi anunciada pelo apóstolo João, pois ele era o
canal, o apóstolo escolhido por Deus para dispensar a palavra profética
à igreja naquela época (1 Jo 1:1, 3). Se a igreja mantiver comunhão
com o apóstolo por meio da palavra profética, ela ganhará vida.
Quando recebemos a palavra profética do apóstolo João como palavra
de Deus, como de fato é, ela produz vida, a qual circula entre nós e
gera comunhão. É dessa maneira que a vida cresce. Nossa comunhão,
porém, não é somente com o apóstolo, mas também com o Pai e com
Seu Filho Jesus Cristo. Portanto nossa ligação não é jurídica, mas
estamos ligados uns aos outros pela vida. 7
Em uma reunião com os cooperadores, não consegui me conter e disse
a eles que os amava. Esse amor, entretanto, não provém de amizade ou
de mera emoção, mas sim da circulação da vida. Isso acontece porque
os cooperadores creem na palavra profética. Eles são o coração que
bombeia o sangue e faz circular vida nas igrejas, produzindo comunhão
e amor. Por isso amamo-nos uns aos outros. Caro leitor, você percebe
que há um amor fraternal crescendo em você? Esse amor não é apenas
fruto de amizade, mas é resultado da circulação da vida. Somos
organicamente um só Corpo, somos a família de Deus.
Compreenderemos melhor esse ponto usando o corpo humano como
ilustração. Cada indivíduo tem trilhões de células e a alimentação de
cada uma delas é feita pelo sistema circulatório. A circulação sanguínea
é responsável por levar nutrientes e oxigênio a todas as células do
corpo. Ela extrai os nutrientes do intestino delgado e os distribui
às células. Nossos pulmões fazem a troca de dióxido de carbono
por oxigênio. O oxigênio obtido também é distribuído pelo sangue.
Espiritualmente falando, a “corrente sanguínea” leva a palavra e o
Espírito aos membros do Corpo de Cristo. A palavra é o nutriente, e o
Espírito é o oxigênio. Quando o nutriente se encontra com o oxigênio
ocorre a combustão, gerando energia e força. É semelhante ao motor
de um automóvel. A gasolina e o oxigênio juntos são injetados no
cilindro. Essa mistura, pela pressão do pistão, gera uma explosão ou
combustão que, por sua vez, produz energia para mover o veículo.
A circulação da palavra e do Espírito leva vida aos membros do
Corpo de Cristo. Essa vida nos energiza dando-nos força para servir
ao Senhor, para fazer imersão na palavra, dar gritos de guerra, pregar
o evangelho e praticar colportagem. Assim avançamos até cumprir a
vontade de Deus.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.


Vem e vê!

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura de apoio:
“Sala de guerra – Uma palavra aos líderes” – caps. 5 e 7 – Pedro Dong.
8 “O maravilhoso convite de Deus ao homem” – cap. 2 – Pedro Dong.
SEMANA 1 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Is 40:3-11; Jo 1:15-16; 8:58; Ap 1:4
Ler com oração:
“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Porque este é o
referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto:
Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” (Mt 3:2-3).

A COMISSÃO DE JOÃO BATISTA


Como precursor de Jesus, a responsabilidade de João Batista era dar
testemunho a respeito Dele (Jo 1:15-16). Ele não veio à terra para ser
o protagonista, mas para preparar o caminho do Senhor (Mt 3:2-3).
João recebeu uma importante comissão: apresentar ao mundo o Filho
de Deus.
Como vimos, João Batista pregava o arrependimento por causa
da proximidade do reino dos céus. A chegada do reino dos céus visa
cumprir a vontade de Deus, que é fazer Cristo encabeçar todas as
coisas, começando com aqueles que O recebem pela fé. Todos os que
creem Nele passam a viver na realidade do reino, na igreja, sob o
comando da Cabeça. Cristo é o Rei do reino dos céus e João Batista
era a voz do que clamava no deserto.
No livro de Isaías, vemos que, para preparar o caminho de Jesus na
terra, João Batista mostrou aos homens que deveriam arrepender-se
e reconhecer que sem Deus eles nada eram (40:3-8). Todo homem
sempre busca sua própria glória e por isso precisamos humilhar-nos.
Os versículos citados mostram que a glória humana é comparada à flor
da erva, que um dia cai porque a erva se seca. Portanto, tudo é vaidade,
mas a palavra de Deus permanece eternamente. Assim, é importante
ter amor reverente à palavra, fazer imersão, inculcar a palavra em
A voz do que clama no deserto

nosso coração e permitir que ela faça a obra de Deus por meio de nós.
A passagem seguinte traz uma palavra direcionada aos vencedores:
“Tu, ó Sião, que anuncias boas-novas, sobe a um monte alto! Tu,
que anuncias boas-novas a Jerusalém, ergue a tua voz fortemente;
levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aí está o vosso
Deus! Eis que o Senhor Deus virá com poder, e o seu braço dominará;
eis que o seu galardão está com ele, e diante dele, a sua recompensa.
Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá
os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam ele guiará
mansamente” (Is 40:9-11). Jerusalém representa toda a cristandade, 9
a igreja como um todo, mas Sião constitui a parte que luta pelo reino.
Em Sua segunda vinda, o Senhor não virá como o Cordeiro que tira o
pecado do mundo, mas virá com poder e Seu braço dominará. Ele trará
o galardão, a recompensa, para os que lutaram por Seu reino.
No princípio era a Palavra. Cristo já existia na eternidade, desde
o princípio, por isso João Batista afirmou: “É este a favor de quem
eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já
existia antes de mim” (Jo 1:30). Quando Moisés, sem saber o que
responderia aos filhos de Israel no Egito, perguntou ao Senhor qual
era o nome Dele, a resposta foi: “Disse Deus a Moisés: Eu Sou o Que
Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou
a vós outros” (Êx 3:14). Deus é o “Eu Sou” ou “Eu serei o que serei”
ou “Eu serei o que sou”. Pode parecer estranho, mas nosso Deus
é o “Eu Sou” ou “É o que será”. Ele é e sempre será. Ele é eterno.
Ninguém O criou, Ele é “autoexistente”. Jesus afirmou no Evangelho
de João: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão
existisse, Eu Sou” (8:58). Em Apocalipse, lemos: “Da parte daquele
que é, que era e que há de vir” (1:4). Esse é nosso Deus, é Jesus Cristo.
Certamente Ele tinha a primazia sobre João Batista, pois a vontade de
Deus era fazer de Cristo o Cabeça sobre todas as coisas. João Batista
veio preparar o caminho para Cristo ser o Cabeça de tudo.
Lembremo-nos de que somos apenas canais, vasos para fazer a obra
de Deus. Portanto não somos nós que devemos crescer, mas o Senhor:
“Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30). João Batista foi
enviado como instrumento para introduzir Cristo. Isso quer dizer que,
após cumprir sua missão, ele deveria ter saído de cena para Cristo
entrar em ação.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


Vem e vê!

10
SEMANA 1 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Is 57:15; Jo 1:16-18; Gl 3:21, 23-26; Ef 1:3; 1 Tm 6:16; Hb 1:5-6
Ler com oração:
“Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade
vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1:17).

CRISTO É QUEM DÁ VIDA


Conforme revelado no livro de Efésios, a graça chegou até nós
por meio da palavra como um rio fluindo o próprio Deus, com todas
as Suas riquezas contidas em Cristo (1:3). O objetivo desse fluir é
encher-nos da própria substância de Deus até Sua plenitude (Jo 1:16).
Moisés foi um servo usado por Deus no Antigo Testamento para
falar como profeta ao povo de Israel e introduzir a lei (Jo 1:17). A lei
mosaica foi dada como um aio, ou seja, como um tutor, para conduzir
o povo a Cristo (Gl 3:23-24). O objetivo da lei era este: guardar o
povo de Israel até a chegada de Cristo (vs. 25-26). Quando Jesus veio
à terra, a graça chegou até nós. Por isso, ao recebermos Jesus, pela fé
somos salvos e nos tornamos filhos de Deus.
Por que a lei não conseguiu fazer o que Cristo fez? Se a lei que
veio por intermédio de Moisés pudesse dar vida ao homem, tudo
estaria resolvido; nossa justiça seria procedente da lei, que seria
capaz de dar-nos vida (Gl 3:21). Todavia a lei não tem o poder de
vivificar o homem; no máximo, ela pode guardá-lo como a luz do
primeiro dia. Para termos vida, precisamos da luz do quarto dia. É
por isso que Cristo nos dá a vida e o poder de sermos feitos filhos de
Deus. Aleluia!
No capítulo primeiro do Evangelho de João, está registrado que
ninguém jamais viu a Deus (v. 18), porque nenhum homem é capaz de
A voz do que clama no deserto

vê-Lo. Deus é o único que tem imortalidade e habita em luz inacessível


(1 Tm 6:16). Assim como o homem não pode viajar na velocidade da
luz nem se aproximar do sol, também não podemos nos achegar a
Deus. Mas Cristo, que é o resplendor da glória de Deus, trouxe Deus
até nós.
O próprio Deus, que habita na eternidade, em luz inacessível, que
homem nenhum é capaz de ver, habita também com o contrito e
abatido de espírito (Is 57:15). Ele quer vivificar o espírito dos abatidos
e o coração dos contritos. Por esse motivo, João Batista veio preparar
o coração das pessoas para receberem o Senhor Jesus. Ele fez isso para 11
afastar o homem de toda arrogância e prepotência, a fim de mostrar
quem este realmente é.
Se o Filho não tivesse revelado o Pai, não O conheceríamos nem
poderíamos desfrutar de Suas bênçãos, pois “toda boa dádiva e todo
dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes” (Tg 1:17). O
melhor que o Senhor nos pode dar está lá no alto, junto ao Pai das
luzes, nas regiões celestiais (Ef 1:3). Todas as bênçãos celestiais, isto
é, a boa dádiva e o dom perfeito que estavam no Pai nos foram dados
em Cristo. Sendo assim, embora seja impossível nos achegarmos a
Deus porque Ele habita em luz inacessível, Deus pode se achegar a
nós por meio de Cristo, que é o resplendor de Sua glória. “Ele, que é o
resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas
as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação
dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas” (Hb 1:3).
O termo “expressão exata”, em grego é caractere. A palavra “Ser”
é hupostase, que significa “substância de Deus”, “o próprio Ser de
Deus”, “a própria essência de Deus”. Então, Cristo é o caractere do
hupostase, que veio para gravar no coração do homem a substância, a
essência de Deus, o próprio Deus.
Na eternidade, Jesus era o Filho unigênito de Deus, Seu único Filho.
Mas um dia, por nossa causa, o Senhor veio à terra e se fez homem,
vivendo uma vida humana perfeita. Ele morreu na cruz para nos
resgatar e nos conceder eterna redenção, cumprindo assim a vontade
do Pai. Ao terceiro dia, Deus O ressuscitou e, como homem, Jesus se
tornou o Filho primogênito (Hb 1:5-6). Portanto, na eternidade, Ele
era o Filho unigênito com Deus; em Sua ressurreição, Deus Pai O
introduziu como homem em Si mesmo.
Ao ressuscitar, Jesus se tornou o Filho primogênito de Deus, pois
tem gerado e conduzido muitos filhos à glória (Hb 2:9-11). Hoje nosso
Senhor Jesus não se envergonha de nos chamar de irmãos. Ele é nosso
Irmão mais velho, o Filho primogênito de Deus, e nós somos os muitos
filhos gerados em Sua ressurreição. Aleluia!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


Vem e vê!

Destaque os pontos-chave dessa frase.

12 Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


SEMANA 1 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Dt 18:18-20; Jo 1:19-23; At 2:22
Ler com oração:
“Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis,
vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo; a ele ouvi” (Mt 17:5).

O PAI DÁ TESTEMUNHO DO FILHO


Os judeus de Jerusalém enviaram sacerdotes e levitas para
questionar João Batista, pois viam seu poder e carisma, e o povo indo
até ele para ser batizado. Em sua pregação, ele dizia: “Arrependei-vos,
porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:2). O povo o considerava
profeta. Então os líderes queriam saber quem ele era e com que poder
fazia tais coisas. Leiamos: “Este foi o testemunho de João, quando
os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe
perguntarem: Quem és tu? Ele confessou e não negou; confessou: Eu
não sou o Cristo. Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias?
Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não” (Jo 1:19-21).
Os judeus ainda aguardam a vinda do Messias, o que já aconteceu.
Segundo a profecia de Isaías, alguém viria preparar Seu caminho e
anunciar Sua chegada. Por isso os judeus perguntaram se ele era Elias,
aquele que preanuncia a vinda de Cristo. E João Batista respondeu que
não era Elias, nem o Cristo, nem o profeta, mas aquele de quem falou
o profeta Isaías: “Eu sou a voz do que clama no deserto” (v. 23). Por
essas palavras, os judeus deveriam ter percebido que João preparava o
caminho para a vinda de Cristo e dar-lhe a devida importância.
Esse profeta, segundo os judeus, seria semelhante a Moisés,
conforme lemos: “Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos,
A voz do que clama no deserto

semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes


falará tudo o que eu lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as
minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas”
(Dt 18:18-19). Moisés aqui preanunciou a chegada de Cristo como o
Profeta. Então, quando o Profeta surgisse, o povo deveria ouvi-Lo, e
quem não o fizesse, Deus disso lhe pediria contas. Todavia, se surgisse
alguém dizendo: “Eu sou profeta” e não fosse, “esse profeta seria
morto” (v. 20). Para identificar o verdadeiro profeta, basta observar se
o que ele profetiza se cumpre. Se o que ele profetizar se cumprir, fica
comprovado que é um profeta enviado por Deus. 13
Muitas vezes os judeus pressionaram Jesus, perguntando se Ele era
o Profeta, ou se era o Cristo, ou se era aquele a quem Deus enviaria
ao Seu povo. Isso apenas demonstrava que eles não criam no Senhor.
Então Jesus disse: “Se eu testifico a respeito de mim mesmo, o meu
testemunho não é verdadeiro” (Jo 5:31). Deus, por meio de Moisés,
havia profetizado como identificar o profeta quando ele viesse. Não
bastava alguém dizer que era o profeta, pois poderiam surgir muitos
falsos profetas, mas o verdadeiro profeta seria reconhecido pelo
cumprimento de suas profecias.
Jesus continua no versículo 32: “Outro é o que testifica a meu
respeito, e sei que é verdadeiro o testemunho que ele dá de mim”
(Jo 5). Os judeus pensaram que Jesus falava de João Batista:
“Mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade”
(v. 33). Jesus então disse que não se referia a João Batista: “Eu,
porém, não aceito humano testemunho; digo-vos, entretanto, estas
coisas para que sejais salvos” (v. 34). Não foi essa a maneira que
o Pai definiu para identificar o verdadeiro profeta. Não é outro
homem que deve dar testemunho desse profeta, mas o verdadeiro
profeta é identificado pelo próprio Deus.
Jesus não precisava que João Batista dissesse que Ele era o profeta.
Na verdade, o Senhor tinha um testemunho maior: “porque as obras
que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço
testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou” (v. 36). Tudo o
que o Pai ordenou, Ele realizou. Esse é o critério do Pai para identificar
o profeta. Homem nenhum consegue realizar as obras de Deus e,
quando Jesus profetizou, a obra aconteceu, testificando que Ele era
o enviado de Deus, o Profeta. Ele era o Cristo! Era Deus quem dava
testemunho de Jesus.
Prosseguindo, no capítulo sexto vemos que o povo reconhecia que
Jesus era o Profeta: “Vendo, pois, os homens o sinal que Jesus fizera,
disseram: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo”
(v. 14). Entretanto os líderes religiosos não O reconheceram como tal
e quiseram matá-Lo: “Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam
matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que
Vem e vê!

Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 5:18).
Depois da morte de Jesus, Pedro levantou-se no meio dos judeus
e deu testemunho de que Ele era o Cristo: “Varões israelitas, atendei
a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante
14 de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus
realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis”
(At 2:22). Pedro afirmou que Jesus era o Cristo porque Suas obras
foram aprovadas por Deus, obras que o próprio Deus realizou por
intermédio Dele. Diante do que foi exposto, está claro que Jesus é o
Profeta, o Messias, o Cristo. Louvado seja o Senhor!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

A voz do que clama no deserto

15
SEMANA 1 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 1:24-29
Ler com oração:
“Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Rei dos Reis e
Senhor dos Senhores” (Ap 19:16).

JOÃO BATISTA, O PRECURSOR DO REI DOS REIS


João Batista veio com a missão de preparar o caminho do Senhor
Jesus. Pelo seu modo de falar e agir, podemos perceber que João era
humilde, pois afirmou que Aquele que viria depois dele seria maior
do que ele, conforme está escrito: “Ora, os que haviam sido enviados
eram de entre os fariseus. E perguntaram-lhe: Então, por que batizas,
se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? Respondeu-lhes João: Eu
batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis,
o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias
das sandálias. Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do
Jordão, onde João estava batizando” (Jo 1:24-28). João Batista deixou
claro que ele era a voz do que clamava no deserto, e, como já vimos, os
judeus deveriam saber que depois dele viria o Profeta, o Cristo. Eles,
porém, não tinham um coração desejoso e receptivo para recebê-Lo.
João Batista tinha consciência do quanto era pequeno diante
de Cristo, dizendo não ser digno de desatar-Lhe as sandálias. No
Evangelho de Lucas, vemos quem era João Batista e qual era sua
função: “Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque
precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos, para dar ao seu
povo conhecimento da salvação, no redimi-lo dos seus pecados, graças
à entranhável misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol
nascente das alturas” (1:76-78). Ele era apenas o precursor, aquele
que viria para preparar o caminho do “sol nascente das alturas”. Caro
leitor, nós também precisamos saber quem somos e quem é Jesus.
Quem era o homem que João Batista introduziria? Jesus, o Rei
que o Pai escolheu para reger o mundo: “Eu, porém, constituí o meu
Rei sobre o meu santo monte Sião” (Sl 2:6). Lúcifer pensou que ele
Vem e vê!

mesmo deveria ser esse rei, mas Deus disse: “Eu constituí o meu Rei”.
Jesus Cristo é o Rei. Nos versículos seguintes, lemos: “Proclamarei o
decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.
Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da
16 terra por tua possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás
como um vaso de oleiro” (Sl 2:7-9). Por isso João Batista sentiu-se
pequeno diante de Jesus Cristo, a quem Deus havia constituído Rei.
O livro de Salmos também fala sobre Aquele que seria introduzido
por João Batista: “Disse o Senhor ao meu senhor: Assenta-te à
minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus
pés” (110:1). Jesus é Rei e Senhor, e dominará sobre todos os Seus
inimigos. Para isso, Deus Lhe prometeu um exército de jovens santos:
“O Senhor enviará de Sião o cetro do seu poder, dizendo: Domina
entre os teus inimigos. Apresentar-se-á voluntariamente o teu povo, no
dia do teu poder; com santos ornamentos, como o orvalho emergindo
da aurora, serão os teus jovens” (vs. 2-3).
Na Epístola aos Colossenses, o apóstolo Paulo faz uma rica descrição
do Senhor Jesus: “Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito
de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e
sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias,
quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e
para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a
cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre
os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a
Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (1:15-19). Você não fica
encorajado ao ver quão grande é nosso Senhor?
João Batista apresentou ao mundo o Herdeiro de todas as coisas:
“Nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu
herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.
Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser,
sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter
feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade,
nas alturas” (Hb 1:2-3). Ele conhecia as Escrituras e reconhecia que
A voz do que clama no deserto

Jesus era o Cristo, declarando publicamente: “Eis o Cordeiro de


Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29).
O livro de Isaías descreve Jesus como uma raiz de uma terra seca.
Se olhássemos para Sua aparência, não daríamos nada por Ele. Era
uma pessoa de cerca de 30 anos de idade, mas parecia ter mais de 50.
“Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra
seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma
beleza havia que nos agradasse” (53:2).
Somos muito enganados pela aparência das pessoas. Provavelmente,
quando João Batista olhou para Jesus, deve ter pensado: “Como Deus
mandou Seu filho com essa aparência?”. Não sejamos enganados pela 17
aparência nem confiemos em homem algum. Devemos firmar nossa fé
na palavra de Deus e confiar somente Nele, pois Ele é fiel!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


Vem e vê!

18
SEMANA 1 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Mt 11:2-3; Mc 1:6; Lc 1:15; 7:11-19; Jo 1:30; 3:30
Ler com oração:
“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a
si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24).

CONVÉM QUE ELE CRESÇA E QUE EU DIMINUA


O ministério de João Batista começou de maneira gloriosa. A Bíblia
diz que, desde o ventre materno, ele estava cheio do Espírito (Lc 1:15).
João realmente era cheio do Espírito. Ele não servia no templo nem
se vestia de vestes sacerdotais, como era o costume dos sacerdotes,
mas vestia-se de pelos de camelo e se alimentava de gafanhotos e
mel silvestre (Mc 1:6). Além disso, pregava o evangelho no deserto e
batizava as pessoas no rio Jordão. Ele era um servo de Deus “fora da
caixa”, do convencional, pois era cheio do Espírito. Mas, infelizmente,
sua carreira terminou de maneira desastrosa.
O mesmo João que afirmou não ser digno de desatar as sandálias
de Jesus e proclamou publicamente que Ele era o Cordeiro de Deus,
quando estava preso e ouviu falar das obras de Jesus, enviou seus
discípulos para perguntar se Ele era Aquele que esperavam ou se
viria outro (Mt 11:2-3). Nos versículos seguintes, lemos: “E Jesus,
respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e
vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados,
os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está
sendo pregado o evangelho” (vs. 4-5). Jesus mandou os discípulos
anunciarem a João o que tinham visto e ouvido a respeito de Suas
obras. Continuando: “E bem-aventurado é aquele que não achar em
mim motivo de tropeço” (v. 6). Quem está nas trevas, tropeça com
A voz do que clama no deserto

facilidade, pois lhe falta luz.


No início, João Batista sabia que, quando Jesus chegasse, deveria
ceder-Lhe o lugar, pois Ele tinha a primazia (Jo 1:30). Além disso,
afirmara que o Senhor deveria crescer e ele, diminuir (3:30). Mas
João Batista gostou da fama e prosseguiu com seu ministério e com
seus discípulos. Pouco tempo depois, foi preso. Ainda no capítulo
terceiro, lemos: “Depois disto, foi Jesus com seus discípulos para a
terra da Judeia; ali permaneceu com eles e batizava. Ora, João estava
também batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas
águas, e para lá concorria o povo e era batizado. Pois João ainda não
tinha sido encarcerado” (vs. 22-24). 19
Um dos primeiros milagres de Jesus foi ressuscitar o filho de uma
viúva, e essa notícia se espalhou rapidamente (Lc 7:11-17). Tudo o
que Jesus fazia era relatado a João Batista por seus discípulos. Por
isso João os enviou para questionar o Senhor (vs. 18-19). Ele ficou
incomodado pelo fato de Jesus realizar obras maiores que as dele,
porque João Batista era respeitado entre o povo de Israel. Diante disso,
entendemos que homem nenhum é confiável.
O próprio Senhor Jesus não confiava nos homens, nem mesmo
naqueles que haviam crido em Seu nome por causa dos milagres que
fizera: “Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da Páscoa, muitos,
vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome; mas o próprio Jesus
não se confiava a eles, porque os conhecia a todos. E não precisava
de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele
mesmo sabia o que era a natureza humana” (Jo 2:23-25). Ele sabia
que o homem é falho e não pode ser modificado por métodos terrenos.
Precisamos reconhecer isto também: o homem natural não é confiável.
Em Atos, lemos: “Mas, ao completar João a sua carreira, dizia: Não
sou quem supondes; mas após mim vem aquele de cujos pés não sou
digno de desatar as sandálias” (13:25). João Batista pronunciou essas
palavras quando apresentou Jesus. Paulo disse que, a partir daquele
momento, a carreira de João estava encerrada e ele tinha cumprido
sua missão, devendo então sair de cena, pois Cristo já havia sido
apresentado. João tinha de diminuir para o Senhor crescer. Após
apresentar Jesus, ele deveria segui-Lo, mas não foi o que aconteceu.
Caro leitor, sejamos encabeçados por Cristo em nosso viver.
Diminuamos para que Ele cresça. Para isso ocorrer, precisamos deixar
nossos interesses de lado e seguir o Senhor. Como seguidores de
Cristo, devemos permitir que Ele sempre esteja a nossa frente. A Ele
toda honra e glória! Amém!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.


Vem e vê!

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

20
SEMANA 1 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Jr 13:23; Ef 3:14-21
Ler com oração:
“E conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que
sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:19).

PERMITIR QUE CRISTO NOS PREENCHA


Jesus não confiava na natureza humana, pois ela nasce caída, no
velho homem. As regras de conduta e os métodos de aperfeiçoamento
pessoal, representados pela luz do primeiro dia, são incapazes de nos
transformar. Somos, portanto, incorrigíveis e, por nós mesmos, não
conseguimos mudar, assim como ninguém consegue tirar as pintas de
um leopardo nem as listras de uma zebra (Jr 13:23).
No meio cristão, muitos ainda gostam da fama e da preeminência.
Alguns sentem ciúmes quando outros se destacam e passam a disputar
entre si cargos e liderança. Esse é aquele cristão que ensina os outros,
mas vive na luz do primeiro dia. Precisamos da luz da vida, da luz do
quarto dia, da circulação da vida. Precisamos ter consciência de que
não somos confiáveis e por isso devemos crer no profeta, permitindo
que a palavra seja inculcada em nosso coração. A circulação da palavra
profética pode nos transformar. Pelo fato de não sermos confiáveis,
Cristo precisa preencher todos os vazios de nosso ser.
Quando a situação socioeconômica e política de um país é
desfavorável, com muitos problemas internos e disputas pelo poder,
o Estado não preenche todos os espaços e há um vácuo de poder.
Essa situação abre caminho para o crime organizado preencher esses
vazios. Assim também acontece conosco. Não devemos nos enganar
dizendo: “Eu gosto da Bíblia e a respeito, por isso vou praticar o que
A voz do que clama no deserto

ela diz. Se ela ensina que Cristo é o cabeça, então vou sempre deixá-
Lo governar minha vida”. Não vamos conseguir pôr isso em prática.
Enquanto existir algum vazio em nosso ser que não seja preenchido
por Cristo, não seremos encabeçados por Ele e certamente um dia
iremos fraquejar e cair.
O livro de Efésios revela que precisamos permitir que Cristo
preencha nosso ser. Se permitirmos que Cristo preencha todos os
nossos vazios com Ele mesmo, nós nos tornaremos confiáveis. Essa
é a única maneira! Por isso fazemos imersão na palavra e gritos de
guerra. Dessa forma inculcamos a palavra em nosso coração e saímos 21
para pregar o evangelho, usando a palavra para fazer a obra de Deus.
Assim conhecemos o amor de Cristo, que excede todo entendimento e
somos preenchidos até a plenitude de Deus (Ef 3:19).
Nós somos menores que os anjos. O homem foi criado um pouco
menor que os anjos porque Deus teve problemas com Lúcifer. O
Senhor o criou de maneira perfeita: ele era o sinete da perfeição; era
formoso, sua beleza era magnífica e sua sabedoria sobrepujava a de
seus companheiros. Mas um dia o orgulho entrou em seu coração e
ele quis ser igual a Deus. Por isso Deus não nos criou poderosos e
capazes; pelo contrário, criou-nos como vasos para conter o Todo-
Poderoso. Assim, o poder, a capacidade e a sabedoria vêm de Deus e
não de nós. É Ele quem enche o vaso. Se permitirmos que Cristo nos
encha, teremos o poder de Deus para fazer Sua obra. Portanto não
devemos achar que somos capazes de fazer milagres e realizar a obra
de Deus, mas precisamos permitir que Ele nos preencha com toda a
Sua plenitude. Dessa forma nos tornaremos confiáveis e Deus poderá
contar conosco.
A igreja em Filadélfia tem pouca força, porém não nega o nome do
Senhor e guarda Sua palavra. Ela permite que Cristo a preencha e,
assim, torna-se uma igreja confiável para executar o que resta no final
dos tempos; do contrário, enfrentará os mesmos problemas das igrejas
em Pérgamo, Tiatira e Sardes, nas quais havia disputas de poder e
posição. Que em nosso meio não haja esse tipo de coisa. Sejamos
encabeçados por Cristo e deixemos o poder de Deus fazer Sua obra.
Caro leitor, a palavra profética resolverá todos os nossos problemas.
A circulação da palavra entre os membros do Corpo de Cristo gera
vida, preenche todos os vazios e traz o encabeçamento de Cristo à
igreja. Não é a capacidade humana, mas o poder de Deus que faz Sua
obra. Que o Senhor nos abençoe!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.


Vem e vê!

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

22
SEMANA 2 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:17; 3:1, 6; Jo 1:29
Ler com oração:
“Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se
tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um
só, muitos se tornarão justos” (Rm 5:19).

ESTAR ATENTO PARA NÃO SER ENGANADO


O tema desta semana é “O batismo de Jesus e o chamamento dos
discípulos”. Antes de desenvolver esse assunto, recapitulemos alguns
pontos da semana passada, em que alertamos que a única maneira de
o homem se tornar confiável é ser plenamente preenchido por Cristo.
Enquanto houver vazios em nossa vida, não seremos encabeçados
por Ele e podemos até desistir de seguir nesta carreira. Por meio da
imersão e dos gritos de guerra, inculcamos a palavra em nosso ser,
pregamos o evangelho e somos preenchidos até a plenitude de Deus.
Não precisamos ser capazes ou sábios para fazer a obra, mas apenas
permitir que Cristo nos preencha completamente, pois Ele é quem faz
a obra. Querido leitor, isso é uma pérola. Ao longo de vinte séculos,
poucos perceberam que o mero ensinamento bíblico não é capaz de
transformar o homem. Contudo, quando permitimos que a palavra nos
preencha com graça até a plena realidade de Cristo, a igreja de Deus

O batismo de Jesus e o chamamento dos discípulos


torna-se confiável.
Sabendo disso, Deus não nos criou como superdotados.
Diferentemente da criação de Lúcifer, o homem não foi criado como
sinete da perfeição, mas sim como um vaso para conter a Deus, que é
onipotente, capaz de tudo. Quando somos preenchidos por Ele, temos
tudo. Talvez você possua muito conhecimento bíblico, saiba explanar
bem as verdades de Deus ou tenha muitas experiências na vida cristã,
contudo não confie nisso. Confie no Cristo que está em você, na
palavra que lhe foi inculcada no coração mediante a comunhão com
os membros do Corpo de Cristo.
Jesus é o Cordeiro de Deus! Essa foi a primeira apresentação de
Jesus feita por João Batista (Jo 1:29). Os líderes judeus esperavam a
chegada do Messias em grande estilo; aguardavam o profeta de Deus
vindo como Elias. A religião não percebe que a necessidade primária
do homem caído e pecador é a redenção, que visa resolver o problema
do pecado, para que ele possa ter paz com Deus. 23
No jardim do Éden, o homem foi enganado pela astúcia da serpente,
que plantou nele dúvida quanto à palavra de Deus (Gn 3:1). Satanás
sabia que o homem, por ter total confiança em Deus, era simples e
puro ao ouvir Sua palavra e obedecer. Não adiantaria a serpente falar
contra Deus, pois o homem não aceitaria. Satanás, porém, sabia que
bastava gerar nele uma pequena dúvida quanto à palavra de Deus, e
uma brecha se abriria para enganá-lo.
Dessa forma começou sua argumentação: “É assim que Deus
disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn 3:1). É claro
que Deus não disse isso! Ele deu ao homem toda sorte de árvores
do jardim para lhe servir de alimento. Mas a serpente, muito sagaz,
inseriu uma pequena dúvida a fim de que Eva apenas questionasse
um pouco, criando uma oportunidade para enganá-la. Hoje o inimigo
age da mesma maneira. Ainda que sejamos puros, simples e amemos
a palavra de Deus, ele só precisa provocar um pouco de dúvida quanto
à palavra profética. Isso é o bastante para começar a demover-nos de
nossa simplicidade e pureza devidas a Deus. Por isso fiquemos atentos
para não ser enganados.
Após duvidar, o homem transgrediu aquilo que Deus lhe ordenara e
comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 3:6). Deus
havia dito somente para não comer do fruto da árvore do conhecimento
do bem e do mal, dessa única árvore (2:17)! Ao comer desse fruto, eles
transgrediram a Palavra de Deus. E, pela desobediência de Adão, o
homem foi desconectado de Deus, o pecado entrou no mundo, e a
morte passou a todos os homens. Precisamos crer na palavra de Deus,
que é a verdade, sem nenhuma desconfiança.
No capítulo quinto de Romanos, lemos: “Portanto, assim como por
um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte,
assim também a morte passou a todos os homens, porque todos
pecaram” (v. 12). O versículo 19 é mais específico ainda: “Porque,
como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram
pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se
tornarão justos”. Por isso todos nos tornamos pecadores, não porque
cometemos pecado, mas porque já nascemos pecadores por causa da
Vem e vê!

transgressão de Adão.
Vejamos ainda o que foi registrado no capítulo terceiro: “Que se
conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma;
pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão
24 debaixo do pecado” (Rm 3:9). Não importa se judeu ou grego, todos
estão debaixo do pecado: “Como está escrito: Não há justo, nem um
sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se
extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não
há nem um sequer” (Rm 3:10-12). Por fim: “São os seus pés velozes
para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria;
desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de
seus olhos” (vs. 15-18).

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura de apoio:
“Sala de guerra - Uma palavra aos líderes” – caps. 5 e 7 – Pedro Dong.
“Parceiros da obra de Deus” – cap. 5 – Pedro Dong.

O batismo de Jesus e o chamamento dos discípulos

25
SEMANA 2 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Êx 12:1-13; Hb 9:13-15
Ler com oração:
“Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio
sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido
eterna redenção” (Hb 9:12).

A ETERNA REDENÇÃO
Como vimos, o capítulo quinto de Romanos retrata a condenação
do homem: “Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre
todos os homens para condenação” (v. 18). Por causa da ofensa de
Adão, todos nós já fomos julgados e condenados à morte. Nosso
futuro já estava traçado, e faltava apenas a execução dessa sentença.
Nesse contexto, no livro de Hebreus, lemos: “Com efeito, quase
todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem
derramamento de sangue, não há remissão” (9:22). Não havia salvação
para nós. A transgressão de Adão nos sentenciou à morte eterna.
Estávamos numa situação bastante complicada. A única maneira de
obter o perdão dos pecados seria derramando nosso próprio sangue, o
que implicaria nossa morte, e então estaríamos acabados.
Contudo vejamos o caminho preparado por Deus para nós: “Não por
meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue,
[Jesus Cristo] entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo
obtido eterna redenção” (Hb 9:12). Deus sabia que o homem não era
capaz de obter o perdão dos pecados e conquistar a salvação. Por isso
Ele mandou Seu Filho, que morreu em nosso lugar, derramando Seu
sangue em nosso favor. Dessa forma, Ele, de maneira absoluta, por
meio do sangue de Cristo, realizou a eterna redenção (vs. 13-15). Isso
é maravilhoso!
Nosso Senhor Jesus é o Cordeiro Pascal, que morreu por nossa
causa. O capítulo doze de Êxodo mostra como Deus tirou o povo do
Egito. Faraó, com o coração endurecido, não queria libertar o povo,
impedindo-o de ir servir a Deus, mesmo após ter Ele enviado nove
Vem e vê!

pragas contra os egípcios. A décima e última praga foi a morte dos


primogênitos egípcios. Um primogênito representa toda a casa, e sua
morte representa a morte da família inteira. A morte de todos seria a
execução da sentença de Deus para o homem pecador. Todos pecaram
26 e carecem da glória de Deus. Sem derramamento de sangue, não há
perdão dos pecados, por isso todos precisariam morrer. Contudo Deus
providenciou uma salvação para Seu povo (Êx 12:1-3).
Um cordeiro perfeito deveria ser morto ao final da tarde, e seu sangue
colocado nas ombreiras das portas das casas (Êx 12:5-7). O que são as
ombreiras das portas? As ombreiras e as vergas formam o batente de
uma porta; as ombreiras são as duas peças verticais e a verga é a peça
horizontal. O sangue do cordeiro imolado deveria ser aplicado sobre
os batentes da porta. Depois a ordem era que todos da casa comessem
a carne assada no fogo com pães asmos e ervas amargas (v. 8). O pão
asmo não tem fermento, que simboliza o pecado. E as ervas indicavam
a jornada amarga que o povo enfrentaria.
Deus disse que enviaria um anjo exterminador para passar por todas
as casas, ferindo de morte os primogênitos. Mas, ao ver o sangue
nos batentes das portas da casa de um filho de Israel, passaria por
eles sem causar nenhum dano (Êx 12:11-13). Esse “passar” significa
a Páscoa. Deveria haver morte naquela casa, mas não houve porque
alguém já havia morrido por eles. Quem morreu no lugar deles? O
cordeiro pascal, cujo sangue estava nos umbrais e também na verga da
porta. No versículo quatorze, lemos: “Este dia vos será por memorial,
e o celebrareis como solenidade ao Senhor; nas vossas gerações o
celebrareis por estatuto perpétuo”. O Senhor livrou da morte as
famílias de Israel; por isso, querido leitor, fomos livrados da morte.
Nenhum de nós deveria estar aqui, nosso destino já estava traçado.

O batismo de Jesus e o chamamento dos discípulos


Todo pecador já havia sido julgado, condenado, e faltava apenas a
execução da sentença. Contudo Jesus, em Sua primeira vinda, veio à
terra como o Cordeiro de Deus para realizar nossa redenção.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

27
SEMANA 2 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Is 53:1-2; Mt 3:2, 7; Jo 1:30-31
Ler com oração:
“Eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus” (Jo 1:34).

O BATISMO DE JESUS
Em Sua primeira vinda, Jesus não veio como os líderes judeus
esperavam. Eles acreditavam que Deus mandaria o Messias de uma
forma pomposa, da maneira como os religiosos esperam a chegada de
um grande líder. Entretanto Deus enviou Jesus com uma forma muito
humilde, contrariando o que imaginavam.
Conforme descrito por Isaías, a aparência de Jesus era como raiz de
uma terra seca. Aquele retrato de um homem bonito, loiro, de olhos
azuis não representa a forma como Deus enviou Seu Filho à terra.
Ele veio sem aparência atraente, sem beleza, sem formosura alguma
(53:1-2). Quando olhamos para as pessoas a nossa volta, todas têm
certa beleza. Mas em Jesus não havia nenhuma beleza que agradasse.
Por isso a aparência Dele já era um teste para João Batista.
Nos versículos seguintes, lemos: “Era desprezado e o mais rejeitado
entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como
um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não
fizemos caso. Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades
e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido
de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões
e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava
sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos
desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o
Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido
e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao
matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele
não abriu a boca. Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem,
quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por
causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. Designaram-lhe
Vem e vê!

a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte,


posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca.
Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando
der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade
28 e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas
suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará
satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará
a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe
darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o
despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com
os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos
transgressores intercedeu” (Is 53:3-12).
Ninguém deu importância ou valor a Ele. Você sabia que até a
aparência de Jesus se devia a nossos pecados? Ele levou sobre Si
nossas iniquidades e foi amaldiçoado por causa de nossos pecados até
na aparência física. Por isso é muito significativa a forma como João
Batista O apresentou. A primeira apresentação foi: “Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo”.
Sabemos que João Batista tinha um grau de parentesco com Jesus.
Contudo ele disse que não O conhecia (Jo 1:30-31). Embora seja difícil
compreender como isso seria possível, cremos que provavelmente
eles apenas se haviam encontrado quando crianças. Então João Batista
não sabia quem era Jesus, não conhecia Sua aparência. É possível que
a aparência de Jesus, sem beleza alguma, fosse um teste para ele. Tal
aparência já era, por si só, um grande teste para qualquer pessoa.
João Batista explicava aos judeus a razão do batismo com água para
arrependimento. Era para que Jesus fosse manifestado a Israel. Ele
fez algo “fora da caixa”, absolutamente fora do convencional. Desde

O batismo de Jesus e o chamamento dos discípulos


o ventre materno, João era diferenciado, cheio do Espírito. Como
sacerdote, ele poderia desfrutar de todas as regalias de sua função
dentro do templo, contudo não usufruía desses privilégios. Ele tinha
comida e vestimenta de graça, e, como sacerdote, seu sustento estava
garantido por toda a vida. Entretanto, cheio do Espírito, buscou fazer
algo que chamasse a atenção de todos.
Em vez de ficar no templo, João Batista foi para o deserto, sem
vestes sacerdotais, vestindo apenas peles de camelo. Ele não comia
a comida fina de sacerdotes, mas sim gafanhotos e mel silvestre. Seu
discurso era: “Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus”.
E dizia aos fariseus: “Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da
ira vindoura?” (Mt 3:2, 7). Sua conduta fora do tradicional chamava
a atenção para sua pregação sobre o arrependimento. Ele era muito
ousado e assim preparava o coração do povo para receber Jesus.
No Evangelho de João, lemos: “E João testemunhou, dizendo: Vi
o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele. Eu não o 29
conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse:
Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza
com o Espírito Santo. Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele
é o Filho de Deus” (Jo 1:32-34). É importante perceber que naquele
momento Jesus ainda não tinha discípulos e estava sozinho em meio à
multidão, que fazia fila para ser batizada por João Batista.
Deus havia avisado João Batista sobre como ele poderia reconhecer
Jesus: Aquele sobre quem ele visse o Espírito pousar quando O
batizasse. João estava batizando, e, de repente, surgiu um homem
que não tinha nenhuma beleza, nem porte de alguém importante, nem
se parecia com alguém que Deus pudesse ter enviado para a terra.
E como identificar que Ele era o Cristo? João Batista teria de ver o
Espírito descer sobre Ele como uma pomba.
O Espírito Santo é invisível, mas naquele momento João Batista
O viu descer em forma de pomba. Com isso deu testemunho de que
quem ele estava batizando era Jesus, Aquele que batizaria com o
Espírito Santo. João foi testemunha naquele momento de que Jesus
estava sendo ungido por Deus para iniciar Seu ministério, como o
Enviado de Deus, o Cristo.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


Vem e vê!

30
SEMANA 2 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 4:5; 8:6-12
Ler com oração:
“Vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus! Os dois discípulos,
ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus” (Jo 1:36-37).

EIS O CORDEIRO DE DEUS!


No batismo de Jesus, João Batista viu o Espírito descer do céu sobre
Ele como pomba. Por que a forma de pomba? Lembremo-nos da
experiência de Noé. Quando a arca parou, Noé precisava saber se as
águas do dilúvio haviam secado. Então ele soltou uma pomba, mas,
antes dela, um corvo (Gn 8:6-7). Noé sabia das coisas, pois o corvo
é uma ave que come cadáveres. Assim, enquanto a terra ainda não
estava seca, o corvo não tinha lugar para pousar e voltava para a arca.
O corvo certamente encontrou cadáveres, mas não tinha onde pousar
e voltava à arca.
Em seguida Noé soltou uma pomba. Ela não encontrou onde pousar
e retornou. Depois de sete dias, Noé tornou a soltá-la. Dessa vez,
ela retornou trazendo no bico uma folha nova de oliveira. Após sete
dias, soltou-a de novo, e ela não retornou mais (Gn 8:8-12). Ela não
retornou porque já era possível sobreviver lá fora, a vida já havia
brotado e crescido.

O batismo de Jesus e o chamamento dos discípulos


Precisamos perceber essa diferença. O corvo vai atrás da morte,
de carniça. No Brasil dificilmente encontramos corvos, mas aqui
existem urubus, que também comem carniça. Quando vemos urubus
sobrevoando algum lugar, certamente ali existe algum animal em
estado de putrefação. Semelhantemente existem cristãos que só
comem carniça. Quando há morte espiritual, coisas negativas, eles
se juntam. Alguém que você conheceu no passado se junta com
alguém que você conheceu agora, eles têm conexão entre si, ficam
ali ruminando, alimentando-se da morte. Mas a pomba se alimenta de
vida. Ela trouxe no bico um raminho de oliveira, que é vida. A oliveira
produz o azeite, que tipifica o Espírito. Assim, a pomba está associada
à vida e ao Espírito. Isso mostra que Deus deseja dar vida ao homem
por meio de Jesus.
O Espírito também representa a unção. Todos os utensílios do
tabernáculo ou do templo e todos os sacerdotes que ali oficiavam,
precisavam ser ungidos com óleo para iniciar seu trabalho. O Espírito 31
Santo ungiu Jesus para dar início a Seu ministério terreno. A unção
em grego é chrisma, e Cristo é Christos, que significa “ungido pela
unção”. Então, quando João Batista viu o Espírito descendo como
pomba sobre Ele, Deus estava ungindo Jesus para o início de Seu
ministério na terra.
Por isso, querido leitor, não sejamos semelhantes a urubus ou
corvos, que só procuram morte, palavras negativas e críticas. Quem
se alimenta da morte tem o semblante caído. Busquemos, pois, a vida.
A alegria que encontramos no viver da igreja é o resultado da vida!
Quando Caim estava tomado de inveja de Abel, seu irmão, e de
ódio contra ele, seu semblante descaiu (Gn 4:5). Quando alguém toca
na morte, seu semblante cai, e a alegria do rosto se esvai. Embora
acredite que esteja cheio de razão, não tem alegria. Não toquemos na
morte. Que tenhamos o anelo de nunca perder a simplicidade, mas
prosseguir, tomando como exemplo nossos adolescentes, que são
simples e obedientes. Isso é bênção.
No capítulo primeiro de João, lemos: “No dia seguinte, estava
João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos e, vendo
Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus! Os dois discípulos,
ouvindo-o dizer isto, seguiram Jesus” (vs. 35-37). João Batista veio
para introduzir Cristo. Após ter sido usado para batizar Jesus, no dia
seguinte, apontou o Senhor para dois de seus discípulos, afirmando que
Ele era o Cordeiro de Deus. Ali ambos entenderam que não deveriam
mais seguir João Batista e passaram a seguir Jesus. João Batista já
havia cumprido sua missão, então ele também deveria seguir Jesus.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


Vem e vê!

32
SEMANA 2 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 3:22-30; 4:1-2
Ler com oração:
“Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30).

CRISTO QUER CRESCER EM NÓS


Hoje vamos falar um pouco mais sobre João Batista. No capítulo
primeiro do Evangelho de João, lemos: “O qual vem após mim, do
qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias” (v. 27). E
em Atos 13:25, lemos: “Mas, ao completar João a sua carreira, dizia:
Não sou quem supondes; mas após mim vem aquele de cujos pés
não sou digno de desatar as sandálias”. Com esses dois versículos,
concluímos que, quando João Batista apresentou Jesus, ele completou
sua carreira, e, embora reconhecesse a superioridade de Cristo, não
conseguiu deixar seu ministério para segui-Lo.
No capítulo terceiro de João, lemos: “Depois disto, foi Jesus com
seus discípulos para a terra da Judeia; ali permaneceu com eles e
batizava. Ora, João estava também batizando em Enom, perto de
Salim, porque havia ali muitas águas, e para lá concorria o povo e
era batizado. Pois João ainda não tinha sido encarcerado” (vs. 22-24).
Jesus estava na região da Judeia com Seus discípulos, onde batizava.
Contudo, naquela mesma região, João Batista também estava fazendo

O batismo de Jesus e o chamamento dos discípulos


uma obra paralela, e o povo concorria para lá. João Batista parecia
não se importar em concorrer com a obra de Jesus ou atrapalhá-la,
ou até mesmo distrair aqueles que buscavam o Messias. Ele já havia
preparado o caminho do Senhor, sua carreira já estava encerrada; logo,
não deveria continuar atuando. Ele mesmo disse: “Convém que ele
cresça e que eu diminua”. Então esse seria o momento de ele se ocultar
e seguir Jesus. Essa situação é muito estranha, a ponto de Deus não se
agradar dessa concorrência.
No capítulo terceiro de João, lemos mais: “Ora, entre os discípulos
de João e um judeu suscitou-se uma contenda com respeito à
purificação. E foram ter com João e lhe disseram: Mestre, aquele
que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho,
está batizando, e todos lhe saem ao encontro. Respondeu João: O
homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada.
Vós mesmos sois testemunhas de que vos disse: eu não sou o Cristo,
mas fui enviado como seu precursor” (vs. 25-28). Sua resposta 33
foi doutrinariamente correta. Contudo, se João era Seu precursor,
aparecendo Cristo, não deveria ter saído de cena? E ele continuou
dizendo: “O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está
presente e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois
esta alegria já se cumpriu em mim. Convém que ele cresça e que eu
diminua” (Jo 3:29-30). Seu discurso estava correto, mas sua conduta
era totalmente diferente do discurso.
Seguindo pelo capítulo quarto, lemos: “Quando, pois, o Senhor
veio a saber que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia
e batizava mais discípulos que João (se bem que Jesus mesmo não
batizava, e sim os seus discípulos)” (vs. 1-2). Ou seja, havia mais
discípulos seguindo Jesus do que seguindo João. E Jesus, vendo que
os fariseus estavam percebendo essa concorrência, deixou a Judeia e
foi para a Galileia. É evidente que essa situação não estava adequada.
Se quisermos ser confiáveis para com Deus, precisamos permitir
que Sua palavra trabalhe em nós e Cristo habite em nosso coração,
preenchendo os espaços vazios, pois ainda temos muitas partes sem
realidade espiritual, cheias de elementos da velha criação. Somos
enganados até mesmo pela parte boa de nossa alma. Não podemos
confiar em nós mesmos. Quando imergimos na palavra, falando-a
entre nós uns com os outros, estamos buscando fazer habitar
ricamente em nós a palavra de Cristo, instruindo-nos e admoestando-
nos mutuamente.
Dessa forma, seremos preenchidos pelo próprio Cristo. Pouco a
pouco, todos aqueles elementos de nosso velho homem, incluindo a
parte boa de nossa alma, são eliminados de nós, dando lugar a Cristo.
Se você quer ser confiável para com Deus, esse é o único caminho. Ser
detentores de grandes conhecimentos bíblicos não nos garante isso.
Somente se deixarmos a palavra de Cristo habitar em nós, preenchendo
nosso ser, Cristo poderá encabeçar-nos, e, então, seremos confiáveis.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


Vem e vê!

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

34
SEMANA 2 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Jo 1:39-42; Fp 2:19-21
Ler com oração:
“Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento,
propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança, as minhas
perseguições e os meus sofrimentos” (2 Tm 3:10-11a).

SEGUIR DE PERTO
No capítulo primeiro do Evangelho de João, podemos ler:
“E Jesus, voltando-se e vendo que o seguiam, disse-lhes: Que
buscais? Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer Mestre), onde assistes?
Respondeu-lhes: Vinde e vede. Foram, pois, e viram onde Jesus
estava morando; e ficaram com ele aquele dia, sendo mais ou menos
a hora décima” (vs. 38-39). Em seu evangelho, João usa o horário
romano. Sendo assim, esta “hora décima” equivale às dez horas da
manhã. Esta mesma hora no horário judaico seriam quatro horas da
tarde. Em outras palavras, às dez horas da manhã ocorreu esse diálogo:
“Rabi (que quer dizer Mestre), onde você mora?”. E Jesus respondeu:
“Vinde e vede”. Eles foram e viram onde Jesus morava e ficaram com
ele naquele dia. Isso não é maravilhoso?
Hoje o Senhor nos chama da mesma forma: “Vinde e vede”. Nós
também muitas vezes não precisamos dar muitas explicações, só

O batismo de Jesus e o chamamento dos discípulos


precisamos dizer: “Vem e vê”. É o que os adolescentes têm feito.
Quando encontram as pessoas na rua, eles dizem: “Vem e vê!”. Eles
não explicam muito o que é imersão, grito de guerra. Mas aqueles que
os seguem são conquistados pelo ambiente espiritual que esclarece
melhor do que as palavras. Nós, adultos, precisamos aprender com
eles. Quando abordamos as pessoas, queremos dar muitas explicações
e, por nosso muito falar, acabamos afugentando-as. A melhor forma é
dizer: “Vem e vê”. Agora as reuniões da igreja com os adolescentes
não são mais tradicionais, convencionais e religiosas, mas cheias de
vida, imersão, palavra e energia celestial. Quem não é conquistado por
esse ambiente? Por isso o melhor a se fazer é chamar as pessoas para
ver nossa real situação.
Durante a pandemia, não era possível reunir-nos com os irmãos
líderes das igrejas. Mas o Senhor providenciou um ambiente na Estância
Árvore da Vida, onde tivemos comunhão com aproximadamente cinco
mil irmãos líderes, distribuídos ao longo de diversos encontros, alguns 35
por várias vezes. Foram momentos maravilhosos de comunhão, cujo
intuito era aproximar os líderes, a fim de que conhecessem melhor uns
aos outros.
Como Timóteo se tornou o cooperador em que Paulo mais confiava?
A resposta está na carta aos Filipenses: “Espero, porém, no Senhor
Jesus, mandar-vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu me
sinta animado também, tendo conhecimento da vossa situação” (2:19).
E por que Paulo estava enviando Timóteo aos filipenses? Nos versículos
seguintes, lemos: “Porque a ninguém tenho de igual sentimento que,
sinceramente, cuide dos vossos interesses; pois todos eles buscam o
que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus” (vs. 20-21). Assim
como Jesus, Paulo sabia que o homem não é confiável. Então por que
Timóteo era alguém da total confiança de Paulo? No capítulo segundo
da Segunda Epístola a Timóteo, lemos: “Tu, porém, tens seguido, de
perto, o meu ensino” (3:10a). É isso que desfrutamos na comunhão
com esses cinco mil irmãos. Como conseguimos conhecer e confiar
uns nos outros? Seguindo de perto o ensino, a palavra.
Atualmente lideranças formidáveis têm surgido na África. Não
conheço pessoalmente muitos desses líderes de diferentes países,
nunca os vi, mas eles seguem o ministério de perto. Deus providenciou
acesso à internet para eles. Se acaso vocês se encontrarem com eles,
ficarão surpresos de ver como acompanham de perto a palavra. Isso
faz com que, embora nem nos conheçamos pessoalmente, eles sintam-
se próximos a mim, e eu, íntimo deles, por seguirem de perto o ensino.
Acredito que, pela graça de Deus, muitos irmãos têm seguido de
perto e não perdem as transmissões do canal do Instituto Vida Para
Todos, como as lives de quinta-feira e sábado e a palavra profética
transmitida aos domingos. Isso vai aumentando nossa confiança, e
passamos a conhecer melhor uns aos outros.
Assim, quando surge uma palavra negativa, você não dá ouvidos,
pois conhece de quem vem o ensino. Todavia apenas conhecer o ensino
não é o bastante. Prosseguindo nos escritos de Paulo a Timóteo: “Tu,
porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito,
fé, longanimidade, amor, perseverança, as minhas perseguições e os
Vem e vê!

meus sofrimentos” (2 Tm 3:10-11a). Era como se Paulo dissesse a


Timóteo: “Você tem-me acompanhado nas viagens e visto como eu
reajo às situações diversas e adversas. Você viu meu procedimento
em cada uma delas, sabe discernir meu propósito nessas situações
36 adversas pelas quais passou comigo, você conhece minha fé”.
Por vezes parecia que nada iria dar certo, mas Paulo tinha fé
em que no final se produziria vida. A obra do Senhor exige muita
paciência, mas Timóteo conhecia a longanimidade de Paulo. Tudo o
que ele fazia, procedia do amor; nada era para sua glória ou vontade
própria. Por fim, a perseverança é uma das credenciais do apostolado.
Timóteo também conhecia de perto as perseguições contra Paulo e
seus sofrimentos, por isso era tão chegado a ele, a ponto de ser o
único em quem o apóstolo confiava.
Deus está criando esse ambiente em nosso meio. Quando o irmão
Dong estava entre nós, acompanhávamos suas viagens e gostávamos
de estar nos bastidores com ele. Além das conferências e reuniões,
também o acompanhávamos nas refeições, quando podíamos ter
comunhões informais. Assim, víamos como ele procedia em diversas
situações, o propósito de seu coração, sua fé; nós conhecíamos sua
pessoa. Isso significa: “Vem e vê”!
Convide as pessoas para conhecer o viver da igreja, a imersão na
palavra, a Casa de Adolescentes, os capitães e as tropas. Não são
necessárias muitas explicações. André foi ver onde o Senhor morava
e ficou lá o dia todo.
Podemos ver o resultado de André ter ido e visto: “Era André, o
irmão de Simão Pedro, um dos dois que tinham ouvido o testemunho
de João e seguido Jesus. Ele achou primeiro o seu próprio irmão,
Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo) e o

O batismo de Jesus e o chamamento dos discípulos


levou a Jesus. Olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, o filho de
João; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)” (Jo 1:40-42).
André apenas viu onde Jesus estava morando e disse para Pedro:
“Achamos o Messias!”. Esse é o poder de um ambiente onde há
realidade. O Messias era quem os judeus mais buscavam. Até hoje
o povo de Israel aguarda o Messias, mas Ele já veio, e agora só O
verão em Sua segunda vinda.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

37
SEMANA 2 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Mt 16:18; Jo 1:43-51; 1 Pe 2:4-5
Ler com oração:
“Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa?
Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê” (Jo 1:46).

VEM E VÊ
André foi e viu, e avisou seu irmão Simão que encontrara o Messias!
Esse Simão é Pedro, que ficou impressionado a ponto de, em sua primeira
epístola, dizer que somos pedras para a edificação, isto é, materiais,
fios sendo entretecidos em um tecido de amor. Isso é a edificação. No
capítulo 16 de Mateus, lemos: “Também eu te digo que tu és Pedro, e
sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (v. 18a). Pedro não era essa
rocha, mas sim uma pedra para a edificação (1 Pe 2:4-5).
No capítulo primeiro do Evangelho de João, lemos: “No dia imediato,
resolveu Jesus partir para a Galileia e encontrou a Filipe, a quem disse:
Segue-me. Ora, Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro”
(Jo 1:43-44). Filipe era próximo de André, pois eles eram da mesma
cidade, Betsaida. Filipe também foi chamado por Jesus, creu, seguiu
o Senhor e logo foi chamar Natanael: “Filipe encontrou a Natanael e
disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem
se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José” (v. 45). No
versículo seguinte, lemos: “Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode
sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê” (v. 46). Nazaré
era um lugar rejeitado, desprezado. Jesus, na verdade, nasceu em Belém
e foi morar em Nazaré. Por isso Ele foi chamado de nazareno. Ele era
conhecido como filho de José, mas, na verdade, Ele nascera de Maria.
Quando Natanael questionou se de Nazaré poderia sair alguma coisa
boa, Filipe não discutiu com ele, mas disse: “Vem e vê”.
Neste tempo final, na era dos Sete Espíritos, não precisamos
explicar muito. Use a palavra profética até para orar com as pessoas
nas ruas. Quando nossos adolescentes saem para orar pelas pessoas
e perguntam: “Tem algum pedido de oração?”, não é raro alguém
Vem e vê!

dizer: “Estou com problema no casamento”. Nossos adolescentes são


corajosos! Mesmo não tendo a experiência do casamento, eles oram
a palavra profética, e muitas vezes a pessoa que recebeu a oração diz:
“Você não orou conforme o que eu pedi, mas orou exatamente o que
38 eu precisava”. Por isso não se preocupe, venha e veja, use a palavra
profética. Tais experiências nos mostram que a palavra profética
funciona nas ruas e faz milagres. Muitos, porém, pensam que isso
não funciona na igreja. Por exemplo, há certas orações para abençoar
o pão na reunião de partir o pão que ainda se parecem com aquelas
orações religiosas de vinte anos atrás. Querido leitor, nas reuniões da
igreja, também podemos usar a palavra profética para orar. Vamos ser
simples: “Vem e vê!”.
A presença de Deus nos enche de fervor. Aqueles que vêm, podem
não só ver a alegria entre nós, mas também sentir, na circulação da
palavra, a presença de Deus, que faz arder o coração, como aqueles
dois discípulos no caminho de Emaús. Jesus lhes falava, e eles não
sabiam que era Ele, mas o coração deles ardia ao ouvir Suas palavras.
Então, quando dizemos: “Vem e vê”, não precisamos falar muito, mas
apenas usar a palavra profética, a imersão e gritos de guerra. O ardor
no coração faz as pessoas verem e perceberem que Deus está ali!
Ainda no capítulo primeiro do Evangelho de João, lemos: “Jesus
viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: Eis um verdadeiro
israelita, em quem não há dolo! Perguntou-lhe Natanael: Donde me
conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes de Filipe te chamar, eu te
vi, quando estavas debaixo da figueira. Então, exclamou Natanael:
Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel! Ao que Jesus
lhe respondeu: Porque te disse que te vi debaixo da figueira, crês?
Pois maiores coisas do que estas verás. E acrescentou: Em verdade,

O batismo de Jesus e o chamamento dos discípulos


em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (vs. 47-51). O Senhor
está dizendo-nos que veremos coisas maiores! Depois de Sua morte e
ressurreição, Ele é a escada que leva o homem até o céu.
Assim, foi possível ao apóstolo João nos mostrar que lá no céu há
uma porta aberta e uma voz que diz: “Sobe para aqui!”. Nós já temos
uma ligação da terra com o céu. A escada é Cristo, e podemos subir.
Portanto, queridos leitores, venham e vejam que a palavra profética
traz a presença de Deus.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima. 39


SEMANA 3 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 1:2; At 1:15; 2:1-4
Ler com oração:
“Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos
de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1:51).

CRISTO LIGA A TERRA AO CÉU


O tema da mensagem desta semana é “A casa de Deus, a porta dos
céus”, baseado no sonho de Jacó: uma escada unindo o céu à terra.
Como veremos, Jacó era um suplantador que almejava o direito
de primogenitura e lutou por ele. Veremos também a maravilhosa
realidade da terra ligada ao céu por meio de Cristo, o Filho do Homem,
simbolizado por uma escada por meio da qual os anjos de Deus sobem
e descem (Jo 1:51).
Nosso Senhor Jesus é o Deus que um dia se fez homem, o Verbo que
“tabernaculou” entre nós cheio de graça e de verdade. Ele morreu por
nossos pecados para realizar a eterna redenção e selar nossa paz com
Deus, reconciliando-nos com Ele, para que Sua vontade seja feita na
terra como já é feita no céu.
Depois que morreu e ressuscitou, Jesus se tornou o Espírito da
verdade, o outro Consolador, enviado pelo Pai. O Senhor, como o
Espírito, entra em todo aquele que Nele crê. Graças à obra de Cristo
como essa escada, o homem pode reconectar-se com Deus, e a terra
hoje está ligada ao céu por meio Dele.
No primeiro capítulo do Evangelho de João, vemos os anjos de Deus
subindo e descendo uma escada (Jo 1:51). Nós, homens regenerados,
já estamos em Cristo, conectados a Ele, e, por Sua ressurreição,
fomos também levados aos lugares celestiais. Em Efésios está escrito:
“Juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares
celestiais em Cristo Jesus” (2:6).
Após Cristo ressuscitar dentre os mortos e se tornar o Espírito, a igreja
foi gerada. No dia de Pentecostes, o Espírito desceu sobre aqueles 120
galileus que creram no Senhor Jesus e eles foram batizados como os
Vem e vê!

primeiros membros do Corpo de Cristo (At 1:15; 2:1-4).


Deus, com a suprema grandeza de Seu poder, ressuscitou Jesus,
fazendo-O sentar-se a Sua direita, acima de todo principado, potestade,
poder, domínio e de todo nome a que se possa referir não só no presente
40 século como também no vindouro. Ele hoje está nos lugares celestiais.
Por meio de Sua ressurreição, o Senhor Jesus levou a igreja às regiões
celestiais, tornando-se Ele a escada pela qual podemos entrar no céu.
Já habitamos nos lugares celestiais, mas ainda assim frequentemente
vivemos e olhamos para as coisas da terra. Os escritos de João nos
convidam a viver no céu! Colossenses 3:1 nos encoraja a buscar as
coisas lá do alto.
No mesmo capítulo de Colossenses, lemos: “Se fostes ressuscitados
juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive,
assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas
que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta
juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida,
se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em
glória” (3:1-4). Aqui podemos perceber Cristo como a escada posta na
igreja, a casa de Deus (Betel). Subimos a escada ao buscar as coisas lá
do alto e nelas pensar.
Antes de chegarmos a Gênesis 28, onde está escrito que Jacó
disse que a Casa de Deus é a porta dos céus, vamos entender o que
acontecera até esse momento. Deus havia tirado Abraão do meio de
um mundo pagão, idólatra, para dele fazer surgir Sua nação eleita.
Isaque, seu filho, precisava de descendentes para o cumprimento do
propósito de Deus, mas sua esposa era estéril. Deus, então, ouviu as
orações de Isaque, e Rebeca concebeu.
Aconteceu assim: “Isaque orou ao Senhor por sua mulher, porque
ela era estéril; e o Senhor lhe ouviu as orações, e Rebeca, sua mulher,
concebeu. Os filhos lutavam no ventre dela; então, disse: Se é assim,
por que vivo eu? E consultou ao Senhor. Respondeu-lhe o Senhor:
Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão:
A casa de Deus, a porta dos céus

um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais
moço. Cumpridos os dias para que desse à luz, eis que se achavam
gêmeos no seu ventre. Saiu o primeiro, ruivo, todo revestido de pelo;
por isso, lhe chamaram Esaú. Depois, nasceu o irmão; segurava com
a mão o calcanhar de Esaú; por isso, lhe chamaram Jacó. Era Isaque
de sessenta anos, quando Rebeca lhos deu à luz” (Gn 25:21-26). O
Senhor disse que o mais velho serviria ao mais moço e que os dois
povos nascidos de Rebeca se dividiriam: um seria mais forte do que o
outro. O que fora escolhido por Deus não nasceu primeiro, portanto,
não obteve o direito de primogenitura.
“Cresceram os meninos. Esaú saiu perito caçador, homem do
campo; Jacó, porém, homem pacato, habitava em tendas” (Gn 25:27). 41
Jacó nasceu segurando o calcanhar do irmão, por isso deram-lhe um
nome que significa “aquele que segura o calcanhar” ou “suplantador”.
Deus precisava de Jacó para, por meio dele, introduzir Cristo e,
consequentemente, introduzir a igreja, Seu reino e a nova Jerusalém.
Na genealogia de Jesus apresentada em Mateus, há o nome de Jacó,
não o de Esaú (Mt 1:2).
Abraão, o avô de Jacó, porque sua mulher Sara era estéril, usou
sua força natural para tentar ajudar Deus a cumprir Sua promessa, e
acabou gerando Ismael. Deus não precisa da ajuda do homem. Jacó
também usou sua força natural para conquistar a primogenitura.
Na verdade, Deus permitiu que ele não fosse o primogênito, pois o
próprio Senhor, por Sua vontade, Se encarregaria de dar-lhe a bênção
da primogenitura. Há situações nas quais não precisamos lutar, pois o
que é da vontade de Deus, Ele realizará.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura de apoio:
“Fundamentos da fé cristã – vol. 4” – lição 21 – Editora Árvore da Vida.
“Minha meta: governar com Cristo” – cap. 5 – Dong Yu Lan.
Vem e vê!

42
SEMANA 3 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Cr 5:1-2
Ler com oração:
“Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira
ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo
contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os
mil anos” (Ap 20:6).

O DIREITO DE PRIMOGENITURA
Já vimos que Jacó, embora sendo o escolhido por Deus para estar
na genealogia de Jesus, não era o primogênito de Isaque, e, sim,
Esaú. Esaú era perito caçador, homem do campo, enquanto Jacó
era homem pacato e habitava em tendas. Isaque amava Esaú, que
era hábil para obter a carne que o pai tanto apreciava. Rebeca,
porém, amava Jacó, em virtude do que o Senhor dissera a ela na
gestação dos gêmeos.
Eis o que aconteceu certo dia: “Tinha Jacó feito um cozinhado, quando,
esmorecido, veio do campo Esaú e lhe disse: Peço-te que me deixes
comer um pouco desse cozinhado vermelho, pois estou esmorecido.
Daí chamar-se Edom” (Gn 25:29-30). Jacó viu nessa circunstância a
oportunidade ideal para conseguir o direito de primogenitura, obtendo-a
de seu irmão por um prato de comida. E “Disse Jacó: Vende-me primeiro
o teu direito de primogenitura. Ele respondeu: Estou a ponto de morrer;
de que me aproveitará o direito de primogenitura? Então, disse Jacó:
Jura-me primeiro. Ele jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a
Jacó. Deu, pois, Jacó a Esaú pão e o cozinhado de lentilhas; ele comeu
e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, desprezou Esaú o seu direito de
A casa de Deus, a porta dos céus

primogenitura” (Gn 25:31-34).


Para Esaú, o direito de primogenitura tinha pouca importância. No
Antigo Testamento, o direito de primogenitura significava receber
benefícios elevados. O primeiro deles era ter como herança uma
porção dobrada de terra. Os outros filhos recebiam apenas uma porção,
o primogênito recebia duas porções. Rúben era o filho primogênito
de Jacó, mas, por profanar o leito de seu pai, deitando-se com uma
concubina deste, ele perdeu esse direito (1 Cr 5:1-2). A porção dobrada
então passou a ser de José, cujos dois filhos herdaram, cada um, uma
porção de terra, motivo pelo qual Efraim e Manassés são citados entre
as doze tribos de Israel.
43
Em nossa realidade atual, a primeira porção representa o que
recebemos na terra, na igreja. Cristo é a porção de terra que já recebemos
para nela laborar e dela desfrutar. Ao imergir na palavra, ao fazê-la
circular como vida, desfrutamos dessa terra e o resultado do desfrute
da boa terra é alegria. Hoje trabalhamos na boa terra e colhemos os
frutos desse trabalho na igreja. Depois, por desfrutarmos dessa porção
no viver da igreja, imergindo na palavra, lutando pelo reino, fazendo
a vontade de Deus, na era do reino receberemos a segunda porção: o
direito de reinar com Cristo por mil anos! Essa é a porção dobrada.
Todos os cristãos recebem a primeira porção, mas muitos desprezam a
primogenitura, amando o mundo e lutando por coisas terrenas. Os que
não valorizam a primeira porção vendem seu direito de primogenitura
por um prato de lentilhas e perderão a segunda porção.
Muitas vezes o inimigo de Deus nos enlaça com as situações
cotidianas, tomando nosso tempo e nossa energia, e pensamos: “Já
me formei, tenho um bom emprego e meu chefe gosta muito de mim.
Tenho todas as condições de um dia chegar à diretoria desta empresa.
Não tenho tempo para fazer imersão nem para ter um viver da igreja.
Primeiramente preciso conquistar meu lugar no mundo, depois darei
meu tempo para servir ao Senhor!”. Quem começar assim, terminará
assim. Não venda seu direito de primogenitura. É possível ter uma
boa posição na terra sem menosprezar a primogenitura. Em Salmos
127, lemos: “Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde,
comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá
enquanto dormem” (v. 2). O Senhor dá o pão a quem quiser, enquanto
dormem, sem necessidade de labuta. Por isso devemos buscar em
primeiro lugar o reino!
O segundo benefício do direito de primogenitura é o sacerdócio:
“De Levi disse: Dá, ó Deus, o teu Tumim e o teu Urim para o homem,
teu fidedigno, que tu provaste em Massá, com quem contendeste nas
águas de Meribá; aquele que disse a seu pai e a sua mãe: Nunca os vi;
e não conheceu a seus irmãos e não estimou a seus filhos, pois guardou
a tua palavra e observou a tua aliança. Ensinou os teus juízos a Jacó e
a tua lei, a Israel; ofereceu incenso às tuas narinas e holocausto, sobre
Vem e vê!

o teu altar” (Dt 33:8-10). Levi também não era o primogênito, mas
assim como José recebeu a porção dobrada de terra no lugar de Rúben,
que perdeu o direito de primogenitura, Levi recebeu o sacerdócio.
Por que o sacerdócio foi para Levi? Quando Moisés demorou para
44 descer do monte, ao receber de Deus as tábuas da lei, o povo de
Israel rapidamente prevaricou e adorou o bezerro de ouro. Moisés,
zeloso por Deus, ordenou que quem estivesse do lado do Senhor se
posicionasse. A tribo de Levi colocou-se ao lado de Moisés, e assim
recebeu o encargo do sacerdócio. Quem quiser ser sacerdote deve
exercer seu sacerdócio servindo a Deus na igreja.
Por servirmos ao Senhor hoje, lutando pelo direito de primogenitura,
receberemos também o sacerdócio eterno: “Bem-aventurado e santo é
aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda
morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus
e de Cristo e reinarão com ele os mil anos” (Ap 20:6). Para não
perdermos esse sacerdócio de mil anos, devemos ser absolutos ao nos
posicionar hoje a favor de Deus, a Seu lado. Não coloquemos em risco
nosso direito de primogenitura por nenhuma outra proposta.
Por fim, o terceiro item ligado ao direito de primogenitura é a realeza.
José recebeu a porção dobrada da terra, Levi recebeu o sacerdócio e
Judá recebeu a realeza.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

A casa de Deus, a porta dos céus

45
SEMANA 3 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 27:5-19; Hb 12:16
Ler com oração:
“Ele amarrará o seu jumentinho à vide e o filho da sua jumenta, à
videira mais excelente; lavará as suas vestes no vinho e a sua capa, em
sangue de uvas. Os seus olhos serão cintilantes de vinho, e os dentes,
brancos de leite” (Gn 49:11-12).

AMARRADOS À VIDEIRA VERDADEIRA


O direito de primogenitura proporciona três grandes recompensas:
a porção dobrada de terra, o sacerdócio e a realeza. Após Rúben
perder seu direito de primogênito, a realeza foi dada a Judá: “Judá é
leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como leão
e como leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem
o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os
povos” (Gn 49:9-10). O leão da tribo de Judá, aqui, é o próprio Senhor
Jesus que, sendo da tribo da realeza, herdou-a em Seu nascimento.
Nos versículos 11 e 12, porém, vemos que Judá começa como um
jumentinho. Assim também somos nós: jumentinhos teimosos.
Quando o jumento decide não obedecer, ninguém o faz andar. Mas
o Senhor tem a solução! Em nosso homem natural, somos todos
imprestáveis para a vontade de Deus, pois somos teimosos, opiniosos,
de egos fortes. Todavia, no Senhor, esse jumento tem esperança.
O Senhor nos amarrou a uma videira excelente, assim como fez
com Judá. Prendeu-nos para não mais continuarmos com nossa
dieta anterior. Nossa alimentação agora é vida, muita vida; palavra,
muita palavra. Por estarmos amarrados à vide, gostamos tanto de
fazer imersão na palavra profética. Talvez sua família e amigos não
entendam o que você está fazendo, mas ouvir a palavra e nela imergir
fazem a Palavra do Senhor circular como vida!
Quando olhamos para um jumentinho, percebemos que seus olhos
não são bonitos, mas, depois de se alimentar de uva, de vida e mais vida,
seus olhos ficam cintilantes! Antes, tínhamos um olhar inexpressivo,
Vem e vê!

mas, graças ao Senhor, hoje temos brilho nos olhos. Fiz o seguinte
pedido aos irmãos que cuidam da Conferência Geração Santa,
destinada aos adolescentes: “Não quero que nossos adolescentes saiam
da conferência cheios de doutrinas e regras de conduta na cabeça.
Quero ver um resultado: brilho nos olhos!”. Amado leitor, meu desejo
46
não é que você termine esta leitura cheio de conhecimentos bíblicos
teóricos, e, sim, como o jumentinho de Judá, com os olhos brilhantes
e com os dentes brancos de leite, que só as pessoas transformadas têm.
Continuando, lemos em Hebreus (12:16) que, por uma simples
refeição, Esaú desprezou o direito de primogenitura, ou seja, a porção
dobrada da terra, que é o direito de desfrutar de Cristo, o sacerdócio,
que é o direito de servir ao Senhor e a realeza, que é o direito de
reinar com Ele. Não venda seu direito de primogenitura por nenhum
prazer mundano ou satisfação passageira. Devemos viver para fazer a
vontade de Deus, trabalhar para que Cristo seja o Cabeça sobre todas
as coisas.
Pela transação com seu irmão, Jacó já havia conquistado o direito de
primogenitura, mas ele ainda precisava da bênção de seu pai. Isaque,
no momento certo, daria sua bênção ao primogênito, mas ele não
sabia que Esaú havia vendido seu direito de primogenitura a Jacó.
Esse coração teimoso de Jacó era, de certa maneira, positivo, pois
valorizava o direito de primogenitura e amava o que Deus ama, mas
não era necessário usar seus próprios métodos para alcançar o que
Deus já lhe queria conceder.
Gênesis 27 relata-nos os meios ilícitos pelos quais Jacó conseguiu a
bênção de seu pai. Ele demonstrou seu amor ao direito de primogenitura
e seu anseio pela bênção do pai, enganando-o e fazendo-o acreditar
que era Esaú (vs. 5-19). Essa passagem reforça o valor que Jacó dava à
bênção da primogenitura. Não é necessário, porém, fazer uso de meios
ilícitos e escusos para conquistar o que o Senhor quer nos dar.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


A casa de Deus, a porta dos céus

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

47
SEMANA 3 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 27:20-40; 28:1-5; Gl 3:16
Ler com oração:
“Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo,
a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido” (Gl 3:14).

A BÊNÇÃO PROMETIDA A ABRAÃO E JACÓ


Jacó conquistou a bênção de seu pai colocando-se no lugar de seu
irmão: “Disse Isaque a seu filho: Como é isso que a pudeste achar
tão depressa, meu filho? Ele respondeu: Porque o Senhor, teu Deus,
a mandou ao meu encontro. Então, disse Isaque a Jacó: Chega-te
aqui, para que eu te apalpe, meu filho, e veja se és meu filho Esaú ou
não. Jacó chegou-se a Isaque, seu pai, que o apalpou e disse: A voz
é de Jacó, porém as mãos são de Esaú. E não o reconheceu, porque
as mãos, com efeito, estavam peludas como as de seu irmão Esaú. E
o abençoou. E lhe disse: És meu filho Esaú mesmo? Ele respondeu:
Eu sou. Então, disse: Chega isso para perto de mim, para que eu
coma da caça de meu filho; para que eu te abençoe. Chegou-lho, e
ele comeu; trouxe-lhe também vinho, e ele bebeu. Então, lhe disse
Isaque, seu pai: Chega-te e dá-me um beijo, meu filho. Ele se chegou
e o beijou. Então, o pai aspirou o cheiro da roupa dele, e o abençoou,
e disse: Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro do campo, que
o Senhor abençoou; Deus te dê do orvalho do céu, e da exuberância
da terra, e fartura de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações
te reverenciem; sê senhor de teus irmãos, e os filhos de tua mãe se
encurvem a ti; maldito seja o que te amaldiçoar, e abençoado o que
te abençoar” (Gn 27:20-29).
Em sua bênção, Isaque cita as gotas do orvalho, a bênção que só
Deus pode dar e que Jacó não queria perder. Por causa da bênção de
Jacó, hoje temos o orvalho espiritual que cai do alto. Essa passagem
nos mostra que devemos valorizar o direito de primogenitura e não
desprezar nem trocar a bênção que vem com ele por nada. Quando
descobriu o que seu irmão tinha feito e compreendeu o que havia
Vem e vê!

perdido, Esaú ficou furioso, porém nada mais podia fazer porque
Isaque já havia constituído Jacó senhor sobre o irmão mais velho e
a bênção da primogenitura já lhe havia sido entregue (Gn 27:30-40).
No capítulo 27 de Gênesis, Jacó tomou conhecimento de que seu
48 irmão estava extremamente amargurado e que tencionava matá-lo
depois da morte do pai. Rebeca, mãe de Esaú e Jacó, pediu a Isaque que
enviasse Jacó a sua terra, para tomar por esposa alguém da parentela
dela, e não uma mulher cananeia. Isaque concordou (Gn 28:1-5).
Em seguida, Jacó inicia sua viagem: “Partiu Jacó de Berseba e
seguiu para Harã. Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois
já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro e
se deitou ali mesmo para dormir” (Gn 28:10-11). Jacó era um homem
pacato que não saía da tenda de sua mãe, enquanto Esaú era homem
do campo. Não era fácil para Jacó deixar sua casa e viajar sozinho
enfrentando perigos, mas, por medo de seu irmão, ele teve de partir.
Chegando a determinado lugar, já cansado da viagem, Jacó pegou
uma pedra que ali estava e a usou como travesseiro para dormir, e
sonhou: “Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os
anjos de Deus subiam e desciam por ela. Perto dele estava o Senhor
e lhe disse: Eu sou o Senhor, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de
Isaque. A terra em que agora estás deitado, eu ta darei, a ti e à tua
descendência” (Gn 28:12-13). A palavra “descendência” aqui está no
singular. Em Gálatas, lemos que as promessas foram feitas a Abraão e
ao seu descendente, no singular, que é Cristo (3:16). Aquela terra foi
prometida a Abraão, a Jacó e ao seu descendente: Cristo.
Essa terra chamada Betel, que significa “casa de Deus”, será dada
a Cristo, e Nele serão benditas todas as famílias da terra. “Para que
a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim
de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido” (Gl 3:14). A
bênção que chegou a todas as famílias da terra, nós incluídos, é o
Espírito prometido. Nosso Senhor Jesus Cristo foi morto para realizar
a redenção por nós, e Deus O ressuscitou, tornando-O o Espírito, a
A casa de Deus, a porta dos céus

bênção de Abraão que nos foi concedida.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

49
SEMANA 3 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 28:14-19; Jo 19:34; Rm 3:24; Ef 1:7; Cl 1:14; Hb 9:12
Ler com oração:
“Disse o Senhor: Ocultarei a Abraão o que estou para fazer, visto que
Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele
serão benditas todas as nações da terra? Porque eu o escolhi para que
ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o
caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor
faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito” (Gn 18:17-19).

BETEL, A CASA DE DEUS


Depois de tomar uma pedra por travesseiro e dormir sobre ela,
Jacó recebeu uma promessa de Deus e viu que o lugar em que estava
era Betel, a Casa de Deus (Gn 28:14-19). Muitas vezes, enquanto o
Senhor ainda está nos amadurecendo, nosso alvo é tê-Lo como bênção,
proteção, descanso ou tudo o mais que precisarmos. Mesmo amando
o Senhor, ainda somos egocêntricos, dando importância somente ao
que diz respeito a nós. Entretanto, quando começamos a ter a visão de
Deus e de Sua casa, consideramos Betel um lugar especial: a casa de
Deus, a porta dos céus, onde há uma escada que liga a terra aos céus.
Ao perceber onde estava, Jacó exclamou: “Quão temível é este
lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus” (Gn 28:17). Ele, então,
imediatamente tomou a pedra que fazia de travesseiro e a levantou
como coluna – elemento de edificação – para Deus. Tudo o que
antes era para nós, agora entregamos ao Senhor. Doravante, nosso
projeto pessoal não tem mais valor, pois agora vivemos para o
projeto de Deus. O Senhor quer edificar Sua casa. Cristo disse:
“Edificarei a minha igreja e as portas do Hades não prevalecerão
contra ela” (Mt 16:18, grego).
Este é nosso projeto: o projeto de Deus. Assim como Jacó, devemos
tomar a pedra que antes era para nosso descanso e consagrá-la como
coluna ao Senhor. Erguendo a pedra, Jacó sobre ela entornou azeite,
que representa o Espírito (Gn 28:18). O capítulo quarto de Zacarias
mostra que a edificação de Deus não ocorre por força nem por poder
Vem e vê!

humanos, mas pelo Espírito do Senhor. Por isso precisamos do Espírito


para edificar a casa de Deus.
A escada é Cristo, é a Palavra de Deus que se tornou homem
e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. Deus desejava
50
restabelecer a comunicação com o homem, mas, para isso ser possível,
alguns processos eram necessários. O Evangelho de João indica-nos o
primeiro processo: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de
graça e de verdade” (Jo 1:14). A primeira parte, a encarnação, já havia
ocorrido, mas ainda faltavam o viver humano de Jesus, Sua morte e
ressurreição para o processo ficar completo.
A encarnação de Cristo trouxe Deus ao homem, por meio da Palavra
que se fez carne. Deus não se esqueceu do homem; pelo contrário, este
está no centro de Sua vontade. Deus enviou Seu Filho em carne para
Ele cumprir Seu próprio ministério na terra. Jesus cumpriu Sua parte:
pregou o evangelho do reino, escolheu discípulos, sofreu oposição
e perseguições, deixou ensinamentos preciosos para Seu povo e
foi obediente até a morte, realizando a redenção para o perdão dos
pecados do homem.
É pela redenção e pelo sangue de Cristo que obtemos o perdão
dos pecados (Ef 1:7). Infelizmente, ao longo dos dezenove séculos
de história da igreja, principalmente sob os ensinamentos errados de
Jezabel na igreja em Tiatira, os homens se esforçaram para alcançar
o perdão dos pecados. Muitos tornaram-se monges, martirizando o
próprio corpo e voluntariamente sofrendo para obter o perdão dos
pecados. Para ter paz com Deus, não é necessário esforço próprio nem
sofrimento físico. Cristo já realizou a redenção por nós (Cl 1:14), a
eterna redenção, uma vez por todas (Hb 9:12).
Cristo Jesus precisava morrer. Se não morresse, não seríamos levados
de volta para Deus e estaríamos perdidos para sempre (Rm 3:24).
Durante Sua crucificação, um dos soldados abriu-Lhe o lado
com uma lança, e João, que estava bem próximo, viu sair sangue
e água (Jo 19:34). Assim como João, hoje precisamos seguir o
A casa de Deus, a porta dos céus

Senhor de perto, seguir de perto a palavra profética e tudo o que


o Senhor está fazendo.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

51
SEMANA 3 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Jo 7:37-39; 19:34; At 2:24; Ef 2:18
Ler com oração:
“Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja
para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode
receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele
habita convosco e estará em vós” (Jo 14:16-17).

A IGREJA É A CASA DE DEUS, A PORTA DOS CÉUS


Já dissemos que João foi o único dentre os discípulos a ver a água e
o sangue saindo do lado de Jesus (Jo 19:34). O sangue é vermelho, por
isso é visto facilmente, mesmo de longe; já a água, por ser incolor, só
é distinguida de perto. Muitos cristãos veem e celebram o sangue de
Cristo, que trouxe o perdão dos pecados e redimiu o homem caído; mas
quantos veem a água? Somente os que estão suficientemente perto.
Precisamos ser aqueles que seguem o Senhor de perto, sem deixar
escapar nenhuma palavra, nenhum detalhe. Precisamos aprender com
os adolescentes a prática de dormir com Deus, acordar com Deus e
transcrever a palavra.
Quem alguma vez já fez transcrição de uma mensagem? Tenho
vários cadernos antigos, nos quais costumava transcrever e anotar
as mensagens que ouvia. Desde os tempos de estudante, mantinha
o hábito de fazer anotações, mesmo que tivesse os livros didáticos.
Enquanto o professor falava e escrevia no quadro, eu fazia questão
de anotar tudo. Quando anotamos, a informação que escrevemos
passa por nosso cérebro mais vezes, o que nos leva a fixar melhor seu
conteúdo. Depois, eu ouvia a mensagem novamente numa gravação.
O importante é que eu utilizava qualquer recurso para conferir minhas
anotações e completar algum tópico quando necessário.
As folhas de meus cadernos eram divididas da seguinte forma:
na parte central da folha eu transcrevia a mensagem na íntegra; na
margem direita anotava o que mais havia desfrutado daquela porção.
Se ao reler as mensagens, eu recebesse alguma luz adicional, fazia
Vem e vê!

anotações na margem esquerda. Assim eram todos os meus cadernos.


Recebi muita luz fazendo transcrição e ouvindo as mensagens mais
de uma vez. Espero que os adolescentes não sejam os únicos a manter
esse hábito. Faça isso você também, se puder. Vale a pena, para seguir
a palavra de perto.
52
Ao terceiro dia, Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos (At 2:24).
Ele retornou como o Espírito da verdade, como o outro Consolador:
“Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo
não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis,
porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14:16-17). Jesus
disse “Vós o conheceis” (v. 17), falando de algo que os discípulos
conheciam. O outro Consolador prometido pelo Senhor Jesus é o
Espírito da realidade, que o mundo não vê nem conhece, mas nós sim!
Os discípulos entenderam que esse Espírito da realidade era o próprio
Senhor Jesus. No trecho “que vós o conheceis, porque ele habita
convosco e estará em vós” (v. 17), o verbo habitar está no tempo
presente: Ele habita. Quem habitava com os discípulos? Jesus!
Jesus como homem habitava com os discípulos, mas, ao morrer e
ressuscitar, Ele passou a estar neles por meio do Espírito da realidade.
Por isso esse Espírito é a bênção de Abraão para abençoar todas as
famílias da terra. Nosso Senhor Jesus não é somente o Verbo que se fez
carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade, mas Ele morreu
por nossos pecados, tornando possível nossa reaproximação de Deus,
regenerando- nos com Seu Espírito e entrando em nós na forma do
Espírito da realidade quando cremos Nele. Esse é o Espírito prometido
a Abraão e a Jacó! Jesus hoje já foi ressuscitado e glorificado pelo Pai,
voltando na forma do Espírito. Todo aquele que Nele crê, recebe-O
como Espírito e do seu interior fluem rios de água viva (Jo 7:37-39).
No quarto capítulo de João, Jesus encontra uma mulher samaritana
que procurava achar satisfação por meio de casamentos, mas
continuava sedenta: “Aquele, porém, que beber da água que eu lhe
A casa de Deus, a porta dos céus

der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será
nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14). Esta é a bênção
de Abraão: o Espírito prometido. Esse Espírito nos dá acesso ao Pai.
Ninguém jamais viu a Deus, que habita em luz inacessível e não pode
ser visto por olhos humanos, mas, por meio do Espírito, temos acesso
ao Pai (Ef 2:18).
Há um lugar na terra que é a casa de Deus, a porta dos céus: a igreja.
Aqui é Betel! Quando vivemos e desfrutamos do ambiente da igreja,
parece que estamos no céu! Isso acontece porque a igreja e os céus de
fato estão ligados.
Em João, lemos: “Em verdade, em verdade vos digo que vereis
o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho 53
do Homem” (Jo 1:51). O ponto principal aqui não é subir e descer.
Enquanto estivermos fazendo a vontade de Deus, sendo unidos e
identificados com o Cabeça, já estaremos no céu, fazendo parte dos
quatro seres viventes. Essa visão da escada, da porta dos céus, do céu
aberto com anjos subindo e descendo sobre o Filho do Homem indica
que o céu e a terra se uniram, estão ligados por meio de Cristo. Hoje,
o céu e a terra estão unidos.
Por isso não sabemos se os quatro seres viventes são do céu ou da
terra, se são Cristo ou a igreja, pois de fato são ambos. Essa figura
mostra a realidade dos quatro seres viventes. A realidade da escada de
Jacó, da porta dos céus, de Betel, a casa de Deus, está acontecendo em
nossos dias. Estamos vendo um cenário do céu e trazendo o ritmo do
céu à terra, porque Cristo uniu céus e terra.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


Vem e vê!

54
SEMANA 3 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Gn 29:15, 21-30; Mt 16:18-19
Ler com oração:
“Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar
nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me
vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o
Senhor será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa
de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o
dízimo” (Gn 28:20-22).

DEIXEMOS O SENHOR NOS VENCER


A igreja é Betel, a casa de Deus, a porta dos céus, é a conexão entre
os céus e a terra (Mt 16:18-19). Quando a igreja vive a realidade dos
quatro seres viventes, quando o céu e a terra estão unidos, cumprimos
o que o céu ordena e este se alinha com o que acontece na terra. Esse
é o mover dos quatro seres viventes. Por isso Jacó exclamou: “Quão
temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus” (Gn 28:17).
Deus deseja ter um lugar de habitação na terra. Jacó então chamou de
“Betel” a cidade que outrora se chamava Luz, fez um voto diante do
Senhor, ergueu a pedra em que dormira para a edificação da casa de
Deus e falou a respeito do dízimo.
Lemos sobre o voto de Jacó no capítulo 28 de Gênesis: “Fez
também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar
nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que
me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai,
então, o Senhor será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna,
será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente
A casa de Deus, a porta dos céus

eu te darei o dízimo” (vs. 20-22). Aqui o dízimo é mencionado pela


segunda vez na Bíblia. Jacó fez um voto, mas condicionado ao
cuidado do Senhor para com ele. Se o Senhor o guardasse e o suprisse
de todo o necessário, então ele entregaria o dízimo e edificaria a
Casa de Deus. Entretanto, ainda que sua consagração tivesse sido
condicional, o Senhor viu seu coração.
A partir do capítulo 29, vemos Jacó, o suplantador, sofrer nas
mãos de Labão, seu tio e sogro. Este era mais suplantador que
Jacó e não o recebeu em sua casa de graça, mas colocou-o para
trabalhar (Gn 29:15). Jacó amava muito Raquel, filha de Labão, e
propôs ao tio trabalhar de graça por sete anos em troca da filha por
55
esposa. Ao final do período, Labão entregou-lhe Lia, sua filha mais
velha e, depois de uma semana, Raquel. Entretanto, condicionou a
entrega de Raquel a mais sete anos de trabalho gratuito por parte
de Jacó (Gn 29:21-30). Jacó se achava esperto, mas Deus colocou
alguém mais esperto que ele em seu caminho. Após catorze anos de
trabalho, ele continuou trabalhando e teve seu salário modificado
diversas vezes. Todavia o Senhor o abençoava e cuidava dele, pois
era Seu escolhido. Deus cuida de Seus escolhidos.
Depois de viver anos sendo explorado por Labão, Jacó decidiu ir
embora, mas temia a fúria de Esaú quando chegasse a casa. Em sua
jornada de volta, Jacó lutou com Deus no ribeiro Jaboque. Ele era
tão forte em seu homem natural que Deus não conseguia vencê-Lo.
E nós? Há quantos anos estamos lutando com Deus sem permitir que
Ele nos vença? É hora de deixar o Senhor vencer! O Senhor conseguiu
vencer Jacó ferindo-o na coxa, deixando-o com um sinal permanente
dessa derrota. A partir daquele dia, Jacó passou a mancar.
Jacó iniciou sua vida como suplantador, esperto, tentando obter
vantagem em tudo. Deus então colocou em sua vida: Labão, duas
mulheres que brigavam por filhos, duas concubinas e servas, e ainda
Esaú. Para o encontro com seu irmão, Jacó, temeroso, planejou uma
defesa de modo a preservar a melhor parte de seus bens. Mas o Senhor
era com ele. Seu plano não foi necessário porque Esaú o acolheu bem.
Esta é a lição que aprendemos: não venda seu direito de primogenitura.
Lute pelo reino, por seu direito, pela bênção! Vamos receber a porção
da terra em dobro, ser Seus sacerdotes, servi-Lo e reinar com Cristo
por mil anos. Nem todos os cristãos herdarão a porção dobrada da
terra, mas somente os que valorizarem e se apossarem do direito
de primogenitura. Estes, sim, poderão desfrutar das bênçãos que
acompanham a primogenitura e reinar com Cristo. Paguemos o preço
por isso. Jesus é o Senhor!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


Vem e vê!

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

56
SEMANA 4 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 1:51; Ap 4:1-2, 5
Ler com oração:
“Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no
céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar
comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer
depois destas coisas” (Ap 4:1).

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU


Se você está em uma condição de frieza e frustração em seu
relacionamento conjugal, se pensa que casamento é algo triste e sem
vida, e sente-se preso a uma rotina entediante, ou ainda acha que a vida
“é isso mesmo”, a mensagem desta semana mudará totalmente seu
modo de pensar! Com o título “Casamento em Caná da Galileia”, com
base no Evangelho de João 2:1-11, o conteúdo dos próximos dias irá
surpreender você. Sabia que o casamento foi instituído por Deus para
proporcionar satisfação e prazer ao casal? E também para que, juntos,
marido e mulher possam realizar a vontade de Deus na terra? Mas por
que não vemos isso acontecer nas famílias que estão a nossa volta?
Por que muitos estão presos a uma rotina entediante? Como colocar
seu casamento dentro do propósito original de Deus? As respostas a
essas perguntas serão respondidas ao longo desta semana. Portanto
receba estas palavras com simplicidade e esteja disposto a praticá-las.
Fazendo assim, creio que as famílias serão o testemunho vivo e real da
vontade original de Deus. Bom desfrute!
Antes de entrar nesse conteúdo, queremos falar de algo muito
importante na vida de cada um de nós, que está na oração que Jesus
Casamento em Caná da Galileia

ensinou a Seus discípulos no Evangelho de Mateus: “Vós orareis assim:


Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu
reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (6:9-10).
Em outras palavras, nosso Deus está no céu, habita na eternidade e
está acima de todo principado e potestade. Jesus nos ensinou a orar ao
Pai para vir o reino, para que Sua vontade se faça na terra assim como
é feita no céu. No céu não há impedimentos para o Senhor fazer Sua
vontade, pois lá não há nenhuma resistência a Sua autoridade. Mas na
terra há resistência contra a vontade de Deus. Portanto nossa tarefa é
restaurar a terra para que Ele também faça Sua vontade aqui.
Por meio dos escritos do apóstolo João, o Senhor está levando-nos
a ver que existe uma porta aberta no céu, e de lá uma voz convida a 57
igreja a subir: “Sobe para aqui”! (Ap 4:1). Se tivermos a mesma visão
de águia que João teve, veremos que no céu está o trono de Deus e que
dele saem relâmpagos, vozes e trovões (v. 5). Em outras palavras, o
céu está em plena atividade e carregado de muita energia.
O céu está assim porque lá não existe resistência à vontade de Deus.
Ninguém é contra Ele. Deus agora quer trazer a mesma condição do
céu para a terra. Como Ele fará isso? Por meio de Cristo e de Sua
igreja. Cristo é a escada que pode conectar a terra com o céu (Jo 1:51).
Por meio Dele e de Sua ressurreição, podemos assentar-nos hoje nos
lugares celestiais. E acredito que estamos conectados com o céu.
Em outubro de 2024, teremos uma conferência que marcará a história
do continente africano, na cidade de Joanesburgo, África do Sul. Creio
que esse evento está intimamente relacionado à formação do filho
varão e à vinda do Senhor. Além de cooperar para a concretização
dessa conferência, temos outros encargos para o país, como ampliar
o CEAPE para receber muito mais colportores e ceapistas. Também
precisamos complementar os diversos pontos de trabalho existentes
em vários países da África onde o CEAPE, a colportagem e a
publicação de livros já estão em pleno vapor. Para isso aproveitamos
que estávamos reunidos na Conferência Internacional em Sumaré-SP
e sugerimos que levantássemos ofertas com esse propósito.
Graças a Deus, quando a igreja está conectada com o céu, os
irmãos se apresentam voluntariamente, e as ofertas aparecem como
relâmpagos, abundantes e intensas. Ninguém segura a igreja, porque
ela está conectada com o trono de Deus no céu. O céu está em plena
atividade. E nós na terra também estamos. Satanás pode tentar o pior,
mas ele não vai barrar quem está conectado com o céu! Estamos
voando acima dele. Ele não nos atinge! Aleluia!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.


Vem e vê!

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura de apoio:
“Sala de guerra - Uma palavra aos líderes” – caps. 6-7 – Pedro Dong.
58 “A palavra profética na era do Apocalipse” – cap. 1 – Pedro Dong.
SEMANA 4 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 17:22-23; 20:19; Lc 8:3; 1 Co 15:4
Ler com oração:
“Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galileia;
manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele” (Jo 2:11).

O CASAMENTO EM CANÁ:
NA GALILEIA E NO TERCEIRO DIA
Hoje vamos iniciar o tema da semana, o casamento em Caná da
Galileia. Em João lemos: “Três dias depois, houve um casamento em
Caná da Galileia, achando-se ali a mãe de Jesus” (2:1). O que houve
em Caná não foi simplesmente um casamento. O termo utilizado no
original grego nesse texto é gamos, que denota “bodas” ou “festa de
casamento”. O versículo finaliza com a afirmação: “Achando-se ali a
mãe de Jesus” (v. 1b). Isso significa que esse casamento tinha algo a
ver com a mãe de Jesus, provavelmente de algum amigo da família ou
da própria família. É possível que Maria estivesse ali para ajudar nos
preparativos da festa.
Vamos mergulhar em dois aspectos desse versículo. O primeiro: o
casamento aconteceu na Galileia. Jesus tinha seguido para Betsaida ou
próximo dessa cidade, que fica no extremo norte do Mar da Galileia.
Essa era a cidade dos discípulos Filipe, André e Pedro. Vejamos: “No
dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galileia e encontrou a Filipe,
a quem disse: Segue-me. Ora, Filipe era de Betsaida, cidade de André
e de Pedro” (Jo 1:43-44). Quando João Batista apresentou Jesus como
o “Cordeiro de Deus” (v. 36), dois irmãos, André e Cefas (cujo nome
o Senhor mudou para Pedro), decidiram seguir Jesus a partir desse
Casamento em Caná da Galileia

momento. Portanto foi ali na Galileia, depois de ser batizado por João
Batista, que Jesus iniciou Seu ministério terreno com a escolha de
Seus discípulos.
É interessante notar que Jesus realizou Seu primeiro milagre na
Galileia, bem longe de Jerusalém. Se estivesse à procura de maior
notoriedade e fama, Jesus deveria fazer o milagre em Jerusalém,
porque lá era o centro político e religioso do povo judeu. Mas preferiu
realizar o primeiro sinal entre pessoas mais simples e humildes, e não
entre os orgulhosos e preconceituosos rabinos políticos de Jerusalém.
Qual lição aprendemos com o Senhor? Não busque servir a Deus
somente nos serviços de maior visibilidade e fama. Se existe esse 59
sentimento em seu coração, este é um bom momento para pedir ao
Senhor um coração de simplicidade e um espírito de servo.
Outra lição: nunca devemos fazer acepção de pessoas. Jamais!
Devemos seguir os passos de Jesus e não abrir mão daqueles que são
rejeitados e excluídos pela sociedade. Jesus, no entanto, não se limitou
a eles, pois também havia pessoas ricas que ajudaram a sustentar o
ministério terreno do Senhor, inclusive mulheres (Lc 8:3). Observe
que Jesus não excluiu ninguém! Nenhuma pessoa deve ficar de fora
em nossas abordagens na rua. O “Posso orar por você?” não deve
ser seletivo.
Voltando ao casamento em Caná da Galileia, vejamos o segundo
aspecto: Jesus esperou três dias para realizar o milagre. Esse
casamento nos apresenta uma importante lição sobre o poder
da ressurreição, uma vez que o número três na Bíblia tem esse
significado (Mt 17:22-23; 20:19; 1 Co 15:4).
A sociedade é formada por uma pequena célula que chamamos de
família. É por meio dela que os homens podem garantir a permanência
de seus descendentes e de sua vida na terra. Contudo esse projeto,
mais do que nunca, hoje está ameaçado e desacreditado. Mas o Senhor
esperou pelo terceiro dia, pelo dia da ressurreição, para enviar uma
grandiosa mensagem de esperança a todos nós, aos casais, às famílias,
aos jovens. Não há nada que possa resistir ao poder da ressurreição!
Creia! Se sua família ou seu casamento parece estar sem brilho ou numa
condição de morte, dê um basta a essa situação, pois a ressurreição está
disponível para você: seu terceiro dia chegou! Estamos conectados
com o céu. Se você imergir na palavra profética, convidar seu cônjuge
a orar pelas pessoas, não haverá poder das trevas que resista à força
da ressurreição que brotará em sua família e em seu casamento. Creia!
Seja simples e obediente. É no ambiente da “Galileia” (de pessoas
simples, sem tradição religiosa) que o Senhor pode agir e produzir
Seus milagres. Esse é o caminho da mudança para nossa vida. Provai
e vede que o Senhor é bom! Aleluia.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


Vem e vê!

Destaque os pontos-chave dessa frase.

60 Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


SEMANA 4 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 1:26-29
Ler com oração:
“Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei
a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos
céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gn 1:28).

O PROPÓSITO ORIGINAL DE DEUS PARA O CASAMENTO


O casamento foi instituído por Deus para dar continuidade à vida
humana na terra e para que, juntos, marido e mulher pudessem exercer
o domínio espiritual sobre a terra e dominá-la segundo a vontade de
Deus. Vejamos: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e
lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a;
dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre
todo animal que rasteja pela terra” (Gn 1:27-28). Nessa porção da
palavra, esse homem que deveria dominar a terra representa Cristo
encabeçando todas as coisas.
O Senhor ainda disse: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei
uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2:18). Apesar de já ter criado
o homem no primeiro capítulo de Gênesis e ter-lhe dado uma função,
aqui o Senhor percebeu que ele não seria capaz de cumprir sozinho
sua missão de se multiplicar, encher a terra e dominá-la. Então deu
a ele a mulher, cuja função é cooperar com o homem para que eles
se multipliquem por meio do casamento, gerem descendentes para
encher a terra e sujeitá-la. Sem uma auxiliadora, por mais competente
que esse homem seja, ainda estará limitado e precisará da mulher para
Casamento em Caná da Galileia

ser bem sucedido em executar a vontade de Deus na terra. Essa é a


preciosa função que Deus concedeu às mulheres. Por isso encorajamos
todas elas a permanecer firmes, incentivando marido, filhos e toda a
sua casa a se engajar em fazer a vontade do Senhor.
O casamento foi instituído por Deus no seguinte versículo: “Por
isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se
os dois uma só carne” (Gn 2:24). Você, que já se uniu a seu cônjuge,
está entendendo o motivo de seu casamento? Seu casamento somente
terá sentido se for para que Cristo domine a terra por meio de você
individualmente e pela igreja coletivamente. Meu casamento só faz
sentido se eu estiver colaborando para que Deus, por meio de nós, faça
Cristo encabeçar todas as coisas na terra. 61
A festa do casamento em Caná significa o prazer e a satisfação que
o ser humano espera extrair dessa união, por isso temos o costume
de realizar uma comemoração com amigos, famílias e parentes.
Logo, tanto o casamento instituído por Deus, quanto a satisfação
no matrimônio são experiências legítimas. Deus se preocupa com a
alegria do homem. Observe o que Ele disse ao criar o jardim do Éden:
“Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis
à vista e boas para alimento” (Gn 2:9). Deus se preocupou em criar
árvores que seriam agradáveis ao homem. Quando olhamos para as
paisagens, com várias tonalidades de verde, folhagens variadas, flores
de diversas espécies com cores diferentes, vemos quanto cuidado o
Senhor teve ao criar algo que fosse prazeroso para o homem.
O mesmo ocorre com o casamento, que não foi instituído para os
cônjuges viverem com cara fechada, carrancudos. O casamento foi
instituído por Deus para que, juntos, marido e mulher possam, com
alegria, no desfrute do prazer matrimonial, fazer a vontade de Deus.
Neste mundo perdido, não há nada mais poderoso do que o testemunho
de um casal feliz, que preserva um matrimônio prazeroso, engajado na
pregação do evangelho e em fazer a vontade de Deus na terra. É isso
que Deus espera de um casamento!
Os jovens que almejam casar-se não devem abrir mão de ter satisfação
no matrimônio para juntos se empenharem fortemente em fazer a
vontade de Deus. E os mais experientes devem buscar renovação.
Um bom meio para isso é sair juntos para orar pelas pessoas. Não
duvide: um casal que ora pelas pessoas nas ruas não volta para casa
sem vida. Se o seu casamento se tornou entediante e monótono, se
perdeu a satisfação e o prazer, a solução é ir para as ruas e orar pelas
pessoas. Estar envolvidos com a vontade de Deus traz a bênção do
Senhor sobre nossa casa. E essa bênção restaura nossa satisfação e
felicidade. Mas não podemos desfrutar dos prazeres do casamento e
nos esquecer da vontade do Senhor. Esse é um perigo real sobre o qual
iremos discorrer amanhã. Jesus é nosso Senhor.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


Vem e vê!

Destaque os pontos-chave dessa frase.

62 Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


SEMANA 4 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mc 3:35; Lc 17:26-30; Ef 1:9-10; 5:15-17
Ler com oração:
“Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-
vos do Espírito” (Ef 5:18).

UM ALERTA PARA AS FAMÍLIAS


O homem não pode perder de vista o propósito original do
casamento: fazer a vontade de Deus. Jesus sempre colocou a
vontade de Deus acima de tudo (Mc 3:35). Conforme vimos ontem,
o matrimônio nos traz satisfação e alegria. Mas, quando nos unimos
a uma pessoa, nosso foco deve ser cooperar juntos, um com o outro,
para deixar Cristo nos encabeçar. Será assim que Ele estabelecerá
Seu governo na terra (Ef 1:9-10).
Quando perdemos o foco original do casamento, caímos na
mesma situação que antecedeu ao dilúvio, descrita em Mateus 24:
“Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e
bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé
entrou na arca” (v. 38). Não há nenhum problema em o homem viver
e desfrutar daquilo que é legítimo e de direito, mas jamais pode perder
de vista o propósito, o zelo em fazer a vontade de Deus. Este é um
alerta para todos nós: não permitir que as coisas legítimas de nossa
vida cotidiana, como casar-se, dar-se em casamento, comer, beber, e
também nos alegrar, passear com a família e criar os filhos, se tornem
um “vinho” que nos embriague. Apesar de ser experiências legítimas,
elas podem tirar-nos do foco principal. Se o tempo dedicado a seu
casamento ou a seus filhos impede você de servir na igreja ou sair para
Casamento em Caná da Galileia

pregar o evangelho, reconsidere seu viver.


Aquelas pessoas contemporâneas de Noé estavam vivendo seu dia
a dia envolvidas com questões legítimas, mas isso lhes custou a vida.
Que sirva de alerta para cada um de nós! Quando Noé entrou na
arca “não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a
todos, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24:39).
O Senhor está voltando, e a maioria das pessoas deste mundo está
entorpecida, comendo, bebendo, comprando, vendendo, plantando
e edificando, como acontecia nos dias de Ló (Lc 17:28-30). Nada
disso é errado, mas o problema é que essas pessoas desperdiçavam
seu tempo e não faziam a vontade do Senhor. E todas essas coisas 63
legítimas tornaram-se um “vinho” a embriagá-las, entorpecendo-as
quanto à vontade de Deus.
Por isso não ande como os néscios, aqueles que sem discernimento
comem e bebem, casam-se e dão-se em casamento, fazem negócios,
edificam, compram e vendem, como se isso fosse tudo na vida (Ef 5:15).
Não é! Pelo contrário, devemos andar como os sábios. E como andam
os sábios? Remindo o tempo porque sabem que os dias são maus (v. 16).
Devemos procurar compreender a vontade do Senhor, que é fazer Cristo
encabeçar todas as coisas: você, sua família e seu casamento (v. 17).
Quando a Bíblia evidencia: “E não vos embriagueis com vinho, no
qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18), certamente
esse vinho não se refere somente aos prazeres do pecado, mas também
às coisas legítimas que um cristão como você e eu temos: direito de
trabalhar, direito de ter uma esposa, um marido, de criar os filhos, de
ter prazer de viver com eles e passear. Tudo isso é legítimo, mas não
devemos embriagar-nos com essas coisas. Se isso ocorrer, perderemos
o rumo. Não devemos abrir mão de fazer a vontade de Deus.
Então qual caminho devemos tomar? Devemos encher-nos do
Espírito: “Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de
coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais” (Ef 5:19). É
falando entre nós a palavra de Deus, por meio da imersão na palavra
profética, que salvaremos nosso casamento e nossa família de um
viver fora do propósito do Senhor. Aleluia! Nossa família e casamento
podem ser saudáveis hoje! Isso só depende do tipo de atitude que
teremos daqui para a frente. Louvado seja o Senhor.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


Vem e vê!

64
SEMANA 4 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 7:6; 2 Tm 3:10, 14
Ler com oração:
“Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o
casamento” (Jo 2:2).

O CASAMENTO SEM CRISTO É COMO O VINHO QUE ACABA


Jesus, assim como Seus discípulos, foi convidado para o casamento
em Caná da Galileia (Jo 2:2). Esse é um princípio para nós: convide
o Senhor para entrar em todos os aspectos de sua vida; não O deixe
de fora! Faça isso por meio da oração, e você trará salvação para seu
casamento e para sua família. Também estamos convidando Jesus
para nosso casamento quando seguimos de perto aqueles que nos
transmitem a palavra profética, assim como Timóteo seguia o apóstolo
Paulo e este o encorajava a perseverar assim (2 Tm 3:10, 14).
Não se iluda: o vinho do mundo sempre acaba! Foi o que aconteceu
naquela festa de casamento: “Tendo acabado o vinho, a mãe de
Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho” (Jo 2:3). Você já passou
pela experiência de o vinho acabar em seu casamento? Quando nos
casamos, estamos cheios de sonhos e expectativas. Sonhamos com
uma vida de prazer e satisfação, com os filhos e netos que virão.
Mas, se o casamento não estiver dentro do propósito de Deus, esse
vinho acabará. A frustração, o tédio e os afazeres cotidianos pouco
a pouco apagarão cada um desses sonhos. E, se for esse seu caso,
convide o Senhor para ocupar aquelas partes de seu coração que
estão frias, e faça isso por meio da imersão na palavra profética.
Além disso, visite as igrejas em sua região junto com outros servos
Casamento em Caná da Galileia

de Deus e saia com os irmãos para pregar o evangelho. Convide seu


cônjuge e seus filhos para fazer a imersão com você. Não haverá
frieza que resista ao poder do Espírito que essas práticas trarão para
sua experiência. “Provai e vede”! Seu casamento e sua família nunca
mais serão os mesmos.
Quando o vinho daquela festa em Caná acabou, a mãe de Jesus
apelou para Ele. A reação do Senhor nos revela muito sobre Sua
pessoa e obra: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada
a minha hora” (Jo 2:4). Na tradução para o português, a palavra
“mulher” para se referir à mãe de Jesus parece desrespeitosa, mas
não é o caso. Entre os judeus, esse era um tratamento altamente 65
respeitável e carinhoso. Outro fato nesse texto é que Jesus não
aceitava a interferência dos homens em Sua obra porque fazia
somente aquilo que o Pai mandava (Jo 7:6).
Apesar de tentar interferir indevidamente na obra do Senhor, Maria
acertou no que disse aos serventes. “Então, ela falou aos serventes:
Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2:5). O que saía da boca do
Senhor era uma palavra de comando, uma palavra profética. A palavra
profética é uma ordem. Então tudo que Ele mandar, devemos fazer.
Nossos jovens e adolescentes têm sido tão ricamente abençoados
porque se comportam como esses serventes: fazem tudo o que a
palavra manda, sem duvidar. Na simplicidade eles acatam, obedecem
e colocam em prática. E nós, adultos, temos de aprender com eles.
Tenho recomendado aos líderes das igrejas que passem ao menos
três dias no PAC. Longe da estrutura confortável de suas localidades,
onde são honrados e respeitados pelos irmãos, os líderes são levados ao
limite nas ruas. Ali eles provam o que é orar por pessoas desconhecidas
e receber um não. Eles demoram um tempo até perceber que toda a
experiência adquirida ao longo da caminhada na igreja não funciona
muito bem nesses lugares.
E é aí que entram em cena os coordenadores das equipes de pregação
do evangelho. São jovens serventes de menos de 20 anos. Com muito
respeito e carinho, eles encorajam os líderes a imergir na palavra
profética e orar apenas segundo o que está sendo falado na imersão.
Os líderes estão acostumados a fazer orações e ser reconhecidos
pela irmandade como espirituais, mas na rua precisam abandonar
as antigas experiências e lançar-se com simplicidade ao que é
proposto por esses serventes. O segredo está na frase: “Fazei tudo o
que ele vos disser”. E é nesse momento que o milagre acontece, e a
água transforma-se em vinho ali mesmo, em plena rua! Muitos dão
testemunho do quanto as orações e a abordagem às pessoas nas ruas
tornam-se leves e fluem com mais naturalidade a partir do momento
em que passam a acompanhar a palavra profética. Esse é o caminho
para ver o vinho, a satisfação e a alegria surgirem novamente. E isso
pode e deve acontecer também em seu casamento e em sua família.
Vem e vê!

Se você não pode ir ao PAC, vá com seu cônjuge e família para o


CEAPE. Chega de frieza espiritual, de tédio no casamento. Chegou
a hora de provarmos o vinho do Senhor! E ele é muito melhor do que
o vinho que nos é oferecido pelo mundo. Aleluia!
66
Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Casamento em Caná da Galileia

67
SEMANA 4 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Mt 14:15-21; 15:2-9; Rm 9:21; 2 Co 4:7
Ler com oração:
“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si
mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado
por meio da lavagem de água pela palavra” (Ef 5:25-26).

O MILAGRE DEPENDE DE CRER E OBEDECER


O texto do casamento em Caná da Galileia continua: “Estavam ali
seis talhas de pedra, que os judeus usavam para as purificações, e cada
uma levava duas ou três metretas” (Jo 2:6). As talhas de pedras eram
usadas em cerimônias para os judeus lavarem suas mãos, conforme
seus ritos de purificação. O número seis faz referência à criação do
homem, que foi criado do pó da terra, no sexto dia, como um vaso
para conter o próprio Deus (Rm 9:21; 2 Co 4:7). E foi colocado no
jardim do Éden para ser preenchido pelo fruto da árvore da vida, que
representa Cristo.
Antes da vinda de Cristo, a lei com seus rituais eram a sombra de
uma realidade que ainda viria: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de
comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo
isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de
Cristo” (Cl 2:16-17). A lei, com todas as suas cerimônias e rituais, é uma
sombra da realidade que é Cristo. Com o tempo, os rituais de purificação
com água tornaram-se meras práticas religiosas. Vocês se lembram de
que os judeus acusaram os discípulos de Jesus de não lavar as mãos
quando comiam (Mt 15:2-8)? O Senhor os chamou de hipócritas porque
estavam apegados a ritos e formas exteriores: “Em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (v. 9).
A verdadeira purificação deve acontecer de dentro para fora: “Não
compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre
e, depois, é lançado em lugar escuso? Mas o que sai da boca vem
do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração
procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição,
Vem e vê!

furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas as coisas que


contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não o
contamina” (Mt 15:17-20). Não é o ritual de purificação, da tradição
dos pais, que purifica o homem. Mas a realidade da purificação
68 chegou com Cristo!
O que é nossa verdadeira purificação? Vejamos: “Maridos, amai
vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se
entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio
da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa
e sem defeito” (Ef 5:25-27). O que realmente purifica a igreja é a
lavagem de água pela palavra! Por isso estamos insistindo tanto sobre
imergir na palavra. Encorajamos muito cada um a ruminar a palavra,
mexer o caldeirão, fazer grito de guerra, imersão explosiva e tudo
aquilo que faz a palavra circular entre nós. Esse será o real processo
de purificação que nos santificará e nos apresentará para Cristo como
“igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém
santa e sem defeito”.
No casamento em Caná, o milagre aconteceu exatamente em que
momento? Vejamos: “Jesus lhes disse: Enchei de água as talhas. E
eles as encheram totalmente. Então, lhes determinou: Tirai agora e
levai ao mestre-sala. Eles o fizeram. Tendo o mestre-sala provado a
água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que
o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo e
lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já
beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom
vinho até agora” (Jo 2:7-10). Quando aconteceu o milagre? Eram seis
talhas, cada uma com capacidade para duas ou três metretas. Uma
metreta tem cerca de 40 litros, então cada talha tinha a capacidade
de conter entre 80 a 120 litros. O milagre aconteceu no momento em
que elas foram preenchidas com água? Não! Aconteceu quando eles
obedeceram à voz de comando do Senhor: “Tirai agora e levai ao
Casamento em Caná da Galileia

mestre-sala. Eles o fizeram”.


Para fazer o milagre hoje, Deus conta com a cooperação do homem.
Quando o homem obedece à palavra e faz conforme o que Ele ordena, o
milagre acontece! Que maravilha! Vocês se lembram da multiplicação
dos pães? Jesus pediu que Seus discípulos alimentassem a multidão,
mas eles disseram que tinham apenas cinco pães e dois peixes. O
Senhor pediu que os trouxessem, abençoou-os e os entregou nas
mãos dos discípulos para que eles mesmos alimentassem as multidões
(Mt 14:15-21). Quando os discípulos obedeceram à palavra dele e
começaram a distribuir, o milagre aconteceu! Se o milagre tem uma
receita, é a seguinte: crer e obedecer! Jesus é nosso Senhor!
69
Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


Vem e vê!

70
SEMANA 4 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Jo 2:11-12; 2 Co 3:4-6
Ler com oração:
“A letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Co 3:6b).

JESUS TRANSFORMA A MORTE EM VIDA


Na festa de casamento em Caná, o milagre aconteceu quando a água se
transformou em vinho, o que nos revela que o Senhor quer transformar
morte em vida. “Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná
da Galileia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele”
(Jo 2:11-12). A partir daí, Jesus começou a fazer os milagres, que João
chama de sinais. Esse foi o primeiro sinal. Transformar água em vinho
é transformar morte em vida. As águas paradas nas talhas eram para o
rito de purificação que não era capaz de dar vida ao homem. Cumprir
rituais religiosos não nos garantirá a transformação de que precisamos.
A mera observância da letra das Escrituras não produz a obra de Deus.
Você pode ser um cristão que observa a Bíblia, assim como no Antigo
Testamento, os fariseus procuravam guardar a letra da lei. Mas isso não
os transformou, não lhes deu vida. Cristo é quem nos concede vida, e vida
em abundância. Não devemos acomodar-nos em nossa velha estrutura
de servir ao Senhor. Nossa velha maneira convencional, tradicional
não produzirá os devidos frutos para Deus. Mas, quando obedecemos à
palavra e a praticamos, o Senhor faz milagre! Os casamentos mudam,
as famílias são transformadas, e a igreja é edificada.
Devemos dar total atenção à palavra viva que sai da boca do Senhor
e segui-la com simplicidade, dando liberdade para o Espírito fazer
milagres e sinais. Deus quer levar-nos para outra dimensão. Se
Casamento em Caná da Galileia

você até hoje viveu na igreja de maneira convencional, saiba que o


Senhor quer, no tempo final, fazer milagres, sinais. Ele quer dar vida!
Vamos ser simples e crer na palavra. Estamos no final dos tempos.
Deus precisa que Sua igreja valorize a palavra profética, crendo que,
seguindo a direção dela, os sete Espíritos de Deus terão liberdade
para concluir esta era e introduzir a era do reino. Precisamos de uma
mudança radical. Vamos sair da mera observância da letra morta e
entrar, de fato, na realidade da nova aliança, que não é da letra, mas do
Espírito, porque a letra mata, mas o Espírito dá vida.
Se continuarmos a confiar em nossa velha maneira de fazer a obra de
Deus, não viveremos o ministério da nova aliança. Esse ministério está 71
assentado em uma dependência absoluta da palavra: “E é por intermédio
de Cristo que temos tal confiança em Deus; não que, por nós mesmos,
sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo
contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para
sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito;
porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (2 Co 3:4-6). Por isso não
ousamos usar nossa capacidade. Quando o vinho acaba, não temos
capacidade própria para fazer nada.
Vamos confiar na palavra profética. Não ousemos usar nossa
capacidade, representada pelo rito da purificação, mas sigamos o
Senhor em Sua trajetória, que é incompreensível para o homem
natural: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de
Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente” (1 Co 2:14). Muitos nos criticam porque
não conseguem entender o que o Espírito está fazendo em nossos dias:
“Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não
é julgado por ninguém” (v. 15).
O vinho que o mundo nos oferece realmente acaba. O casamento,
marcado no início por sonhos e felicidade, tende a tornar-se refém de um
viver entediante e complicado. E as famílias seguem, por consequência,
o mesmo caminho. Vários servos de Deus estão aprisionados em
coisas que são legítimas, mas que os impedem de fazer a vontade de
Deus. É hora de dar um basta em tudo isso! Chega de morte! Chegou
a hora de experimentar os milagres de Deus em nosso casamento,
em nossa família e na igreja em que nos reunimos. E cremos que já
estamos experimentando isso. A alegria das crianças e adolescentes está
contagiando-nos. Vamos seguir o caminho da simplicidade. Pratique
a imersão na palavra em sua casa, trabalho, com seu cônjuge, com
seus filhos, e até mesmo com desconhecidos. Siga de perto a palavra
profética. Todas as vezes que agimos seguindo a voz de comando do
Senhor, o milagre é certo! Vai acontecer. Tão somente seja simples e
experimente o sobrenatural de Deus em sua vida.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


Vem e vê!

Destaque os pontos-chave dessa frase.

72 Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

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