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PLANO DE ACÇÃO DO

SOCORRISTA

Escola Secundária Infante D. Pedro


Prof. Cristina Levita e Maria João Almeida
Plano de Acção do Socorrista
Não é mais do que uma abordagem sistematizada, de modo a
que uma sequência de atitudes conduza ao desenvolvimento de
um bom primeiro socorro, respeitando os princípios gerais do
socorrismo (P.A.S.)
 Plano de acção do socorrista compreende quatro
fases:

Primeira Fase PREVENIR/PROTEGER Segunda Fase ALERTAR/OBSERVAÇÃO

 A prevenção do socorrista – Só poderá  Avaliação da situação – Observação do


actuar quando existirem condições de local e da(s) vítima(s) – EXAME GERAL À
segurança. VÌTIMA. Interrogatório à vítima e/ou
A prevenção do vítima e mirones – Testemunhas
Afastar o perigo da vítima ou afastar a vítima  Hipótese de Diagnóstico
do perigo  Liga-se o 112
Evitar que ocorra um maior número de
vítimas
Aspectos de Segurança
Medidas Preventivas

 Em situação de intoxicação
 Reduzir riscos de  vapores tóxicos dos ácidos cianídrico e
infecção (face à possibilidade clorídrico e certos organofosforados são
de transmissão de doenças facilmente absorvidos pela pele e mucosas;
infecciosas)  ácidos ou bases fortes  corrosão

Exemplos
 utilizar barreiras de protecção:
 evitar tocar nos líquidos orgânicos da
vítima (em especial o vómito) ou ser  mão da vítima para comprimir
salpicado por eles, e manusear com
hemorragia externa;
cuidado objectos ou peças de roupa que  luvas de látex ou vinil;
possam estar contaminados; Máscara de bolso descartável
 lavar cuidadosamente as mãos com
NÃO USAR LENÇO DE BOLSO
água e sabão anti-séptico, imediatamente
após ter administrado os 1ºs socorros,
mesmo que tenha luvas.
Avaliação da Situação
Afogamento

O QUE SE DEVE FAZER:


O QUE NÃO SE DEVE FAZER:
 Não demorar na tentativa de salvar uma
 Se o afogamento se deu no mar pessoa que se está a afogar;
ou num rio, o socorrista não deve:
 lançar-se à agua se não souber  A vítima será agarrada por trás e segura
nadar muito bem ou se não tiver a por baixo dos braços e do queixo ou até
formação e o treino adequados para o puxada pelo cabelo, MAS NUNCA de frente,
salvamento  é preferível procurar porque o socorrista corre o risco de ser
ajuda ou atirar um salva-vidas, uma agarrado por ela, o que pode pôr em perigo a
corda, uma vara...;
 procurar salvar um afogado que está sua própria vida.
muito longe de terra;
deixar-se agarrar pela pessoa que
quer salvar
Avaliação da Situação
Intoxicação e Envenenamentos

O QUE SE DEVE FAZER:

 Investigar em detalhe as circunstâncias em que ocorreu a


intoxicação  inquérito aos acompanhantes, familiares ou
testemunhas
Observar a vítima em busca de pistas diagnósticas cheiros
típicos, marcas de picadas de agulha, restos de embalagem de
medicamentos ou sinais de corrosão da mucosa oral
 Se a vítima estiver contaminada com venenos ou tóxicos, deverão
ser utilizadas luvas ou outro material de protecção e, logo após,
removidas as peças de vestuário contaminadas.
Cobrir a boca e o nariz com uma compressa húmida , se houver
fumo rente ao solo.
 Na eminência de incêndio, afastar a vítima do local do acidente e
estabelecer um perímetro de segurança.
Avaliação da Situação
Acidente Rodoviário

O QUE SE DEVE FAZER:

 Estacionar o seu carro a uma distância segura, atrás do local do


acidente e ligar as luzes intermitentes;
 Vestir o colete reflector e sinalizar o local com um triângulo;
 Desligar os motores e as baterias em funcionamento para
diminuir a probabilidade de incêndio e, havendo avisos ou
etiquetas de produtos químicos, prevenir o contacto com
matérias perigosas.
Bloquear o travão de mão e colocar calços debaixo das rodas
de automóveis em desequilíbrio.
 Cobrir restos de gasolina ou óleo com terra e evitar que as
pessoas fumem.
 Apenas na eminência de incêndio, afastar a vítima do local do
acidente e estabelecer um perímetro de segurança.
Avaliação da Situação
Electrocussão

O QUE SE DEVE FAZER:

 Desligar a corrente eléctrica ou separar a vítima


da fonte de electricidade  é imperativo NÃO
TOCAR directamente no acidentado mas sim desligar Se isto NÃO FOR POSSÍVEL:
o interruptor ou os fusíveis;

 É preciso afastar a vítima da fonte de


electricidade assegurando-se que se encontra
isolado (não deve ir descalço nem molhado,...) e
empurrando-o ou agarrando-o com um material
isolante (um pau, um cinto de couro, um lençol, um
casaco ou roupa, ...);
 Afastada a vítima da electricidade, há que avaliar
imediatamente as funções vitais (respiração,
pulsação, sensibilidade e consciência)
Exame Geral à vítima
EXAME PRIMÁRIO

Consiste em verificar as funções vitais da vítima,


vítima a fim de
despistar e de tratar prioritariamente os casos em que a vítima
corre perigo de vida.

O Exame Primário :,
 Compreende a avaliação,
avaliação do estado de consciência, da
respiração, circulação e estado de lucidez da vítima.
 Faz parte integrante do Plano de Acção do Socorrista,
constituindo uma componente da Segunda Fase –
Observação e Alerta, avaliação da vítima.
 Deve efectuar-se sempre um exame primário da vítima
inconsciente.
As componentes do Exame Primário

O “O” é o estado de consciência:


É o bom funcionamento das O “B” é a boca: Caracterização da respiração
actividades cerebrais. ou ventilação (duração de 10 segundos).

O “A” é o ar: As vias


respiratórias devem
estar livres de
qualquer obstáculo.

O “C” é a Circulação:
Caracterização dos batimentos
cardíacos, circulação (duração de
10 segundos)
Acções a Desenvolver para Avaliação de OABC

Avaliação do Estado de
Consciência
A vítima está consciente, sonolenta ou inconsciente ?
Deve aproximar-se da vítima e perguntar-lhe : “Está a
ouvir ?“ “sente-se bem?”.
bem? Se for um bebé grite : “Bebé,
Bebé!”.
Bebé! É importante falar à vítima antes de lhe tocar.

Deve abanar ligeiramente os ombros da


vítima. Se for um bebé dê-lhe também
palmadinhas nos pés.
pés

Lançar um pedido de socorro para chamar alguém


que se encontre próximo e designar uma pessoa
para chamar os Serviços de urgência.
urgência Deve pedir
que volte para junto de si logo a seguir.
ESTADO DE CONSCIÊNCIA

Problema : Se a vítima estiver de barriga para baixo ?

Se a vítima respira,
respira o socorrista deve
deixa-la nessa posição,
posição a fim de evitar
manipulações inúteis e muitas vezes
perigosas.

SE não poder determinar se a vítima respira ou não o socorrista deve


colocar a vítima de costas (se não suspeitar de fracturas na
coluna e na cabeça), voltando-a cuidadosamente em bloco
Acções a Desenvolver para Avaliação de OABC

Abertura e Desobstrução das Vias


Respiratórias

1- Deve desapertar as roupas no pescoço e


na cintura,
cintura pois, podem exercer uma
compressão ao nível da traqueia e do
diafragma.
diafragma

2- Deve olhar para dentro da boca,


boca para
verificar se não há nenhum corpo
estranho;
estranho caso isso aconteça, deve ser
retirado.
Acções a Desenvolver para Avaliação de OABC
Avaliação da Função
Ventilatória
VER – Os movimentos do tórax e abdómen.
abdómen

OUVIR – O ar a entrar e sair das vias respiratórias.

SENTIR – O ar expirado da vítima

Encosta-se a face ao nariz e boca da vítima

No Caso da ventilação estar presente deve-se avaliar :

-A sua frequência (n.º de ciclos ventilatórios/min.);


-Amplitude (superficial ou profunda);
-Ritmo (regular ou irregular).
Acções a Desenvolver para Avaliação de OABC

Avaliação da Função Circulatória

O socorrista deve procurar a existência ou ausência de


pulsação arterial, pesquisando-a ao nível do pescoço,
na artéria carótida (pulsação carotidiana ou carotídea),
para adultos e crianças,
crianças e ao nível do braço, na artéria
umeral,
umeral para bebés,
bebés utilizando o dedo indicador e
médio, nunca o polegar.

No caso de existência de pulsação,


pulsação o socorrista deve avaliar :

-Sua frequência (n.º de batimentos/min.);


-Amplitude (fraco ou forte);
-Ritmo (regular ou irregular).
Plano de Acção do Socorrista

Terceira fase SOCORRER

 Socorro Essencial (ACHE)


Alterações Cardio-respiratórias
Choque Quarta Fase EVACUAÇÃO
Hemorragias
Envenenamento  É Feita pelos elementos das
ambulâncias – que competirá a execução
 Socorro Secundário (outras situações) de uma correcta evacuação (bom
Fracturas levantamento e transporte), garantindo um
Feridas transporte cuidadoso sem grandes
Queimaduras variações de velocidade e usando a sirene
somente quando necessário.
etc
PROBLEMAS:
1) Que problemas poderão advir da não realização da
primeira fase do Plano de Acção do Socorrista ?
2) Porque razão a evacuação deverá ser feita pelos
elementos das ambulâncias?
ambulâncias
Exame Secundário
O Que É ?

Quando Deve Ser Feito?  Exame minucioso e completo da


vítima, desde a cabeça aos pés, para
 Apenas depois de termos
descobrir a presença dos ferimentos
dispensado os cuidados
escondidos ou de deformações debaixo
prioritários a uma vítima
do vestuário ou em lugares não visíveis
inconsciente, não esquecendo
(cabeça, costas).
nunca as causas e
circunstâncias do acidente.

Alguns desses ferimentos podem


pôr a vítima em perigo ou agravar o Pesquisa de SINTOMAS e
seu estado, se não forem tratados. de SINAIS

SINTOMA – é aquilo
SINAL – é aquilo que vemos que a vítima diz ter
na vítima (ex.: a cor da pele) (ex.: dor de cabeça,
uma tontura ou uma
falha de visão)
Exame Secundário - Etapas
 OBSERVAÇÃO DA FACE Pesquisa de SINAIS

 PUPILAS
Diâmetro (normais, dilatadas ou contraídas);
Simetria ( comparação dos diâmetros);
Reacção à luz (presente ou ausente)

 PELE
Temperatura (normal, quente ou fria);
Grau de humidade (normal, seca ou com suores);
Coloração (normal, congestionada, pálida ou cianosada).

 PESQUISA DE POSSÍVEIS
HEMORRAGIAS nos orifícios
naturais
Exame Secundário - Etapas
 OBSERVAÇÃO DO CORPO Pesquisa de SINAIS

(SEMPRE no sentido DA CABEÇA PARA OS MEMBROS


INFERIORES)
Pesquisa detalhada através da palpação e observação,
procurando encontrar outras situações, tais como: feridas,
fracturas, outros traumatismos.

 INTERROGATÓRIO DA VÍTIMA Pesquisa de


SINTOMAS

SE O GRAU DE CONSCIÊNCIA O PERMITIR , o socorrista


deve ainda pesquisar sintomas de modo a confirmar ou
desmentir suspeitas anteriores.

 Circunstâncias do acidente;  Medicação;


 História Clínica;  Última refeição.
 Alergias;
Exame Secundário - Etapas

 INTERROGATÓRIO DAS TESTEMUNHAS

 Este interrogatório torna-se muitas vezes


indispensável sobretudo nas situações em que a vítima
se encontra inconsciente.

 Se bem que este interrogatório possa completar a


observação metódica da vítima, em boa verdade ele
não faz parte desta observação.
RESUMO

Exame Geral à Vítima


Prevenção
Exame Primário – Estado de Consciência
A- Abertura da Via Aérea
B- Ventilação (durante 10 segundos)
C- Circulação (durante 10 segundos)
D- Disfunção neurológica (estado de lucidez)
E- Exposição
RESUMO CONT.

Exame secundário
C- Circunstâncias ( dados relativos ao acidente);
H- História clínica ( historial de doenças da vítima);
A- Alergias (alergias a medicamentos e/ou
comidas);
M- Medicação ( se toma medicamentos e se fez a
medicação do dia, se não, porquê?);
U- Última refeição ( quando foi e o que comeu?).
RESUMINDO : Chegada ao local

NÃO O Socorrista, a vítima, SIM


Posso intervir imediatamente as testemunhas Aplico medidas concretas para
estão ameaçadas tornar o local seguro
por qualquer perigo?

- Apresento-me e ofereço a
NÃO Alguém já SIM
minha ajuda; chamou a si
a responsabilidade Confio tarefas a testemunhas
- Designo uma pessoa para da situação ?
chamar os Serviços de
Urgência

CONSCIENTE
-Avalio os sinais e sintomas;
INCONSCIENTE -Procedo ao exame primário
(OABC);

-Administro os 1os Socorros; Qual é o estado -Administro os 1os Socorros


da Vítima ? prioritários;
-Procedo ao exame -Procedo ao exame secundário;
secundário;
-Vigio OABC enquanto espero
- Vigio OABC enquanto espero pelos socorros especializados
pelos socorros especializados

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