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Resumo dos conteúdos do

semestre
Prof. Edney Cavalcante
PASSAGEM DO MITO AO LOGOS

 A mitologia formava o conjunto de


crenças que o povo grego usava para
explicar os fenômenos e fatos de sua
vida comunitária ou pessoal.

 Mas, dos séculos VIII a VI a.C., alguns


fatos modificaram a visão do povo
grego. São eles:
O surgimento da Pólis,
cidade-estado grega
O surgimento da escrita e as leis
Invenção da moeda
Do mito ao logos
 O homem grego começava a viajar e receber
visitantes estrangeiros.
 As cidades gregas caminham para um auge
econômico e cultural e isso requer explicações
mais elaboradas, além da:
 Arte de debater;
 Discussão acerca das virtudes, etc.
Do mito ao logos
 A filosofia surgiu
como herdeira da
mitologia, mas, com
uma missão clara:
apresentar aos
homens explicações
que fossem além
dos mitos.
PRIMEIROS FILÓSOFOS –
OS PRÉ-SOCRÁTICOS
 Os 1ºs filósofos surgiram na Jônia, conjunto de
colônias gregas, e, mais tarde, ao sul da Itália, na
Magna Grécia.
Acatavam parcialmente os mitos, mas
acreditavam que havia uma explicação
racional para os fenômenos.
Maior preocupação: encontrar a ARCHÉ
(princípio fundamental) do Universo.

Principal pergunta:
qual o elemento que
deu origem, compõe
e sustenta o cosmos?
Cosmos = mundo ordenado
 Eles eram cosmólogos (cosmos=mundo
ordenado, universo, logia= lógica, explicação)
ou físicos (ou como se diz em grego eram
phisyologoi): queriam explicação para o
mundo físico – a natureza.
São chamados pré-socráticos pois é com
Sócrates que se tem início o período clássico
da filosofia e o surgimento dos grandes
sistemas filosóficos.
TALES DE MILETO

O “pai” da filosofia.
Foi o 1º a formular um
princípio filosófico.

Princípio do universo: a água.


A água se apresenta em vários estados, é imprescindível à
vida, está em todos os lugares. Logo, deve ter sido dela
que surgiu o Universo.
TALES DE MILETO
Ora, a água deve ter alguma faculdade
especial que lhe permita transformar-se
ilimitadamente.
A água está em todos os lugares onde a vida
floresce, onde ela não está não há vida.
Ex: Quando observava o ciclo das águas do
Nilo, Tales observou que a terra, até então,
árida e infértil, depois do contato com a
água, revelava-se próspera e cheia de vida.
 Explicar logicamente aquilo que se
diz é o que difere, basicamente, a
filosofia da mitologia.
HERÁCLITO
DE ÉFESO

Primeiro princípio: o fogo, ou o vir-a-ser.


PANTA REI (tudo flui)
Esse constante movimento que faz as coisas
surgirem e desaparecerem continuamente,
sem nunca ser.
PARMÊNIDES DE ELÉIA

Não há movimento.

Tudo o que vemos de movimento não passa


de ilusão causada por nossos sentidos. O
princípio do universo é o SER, que é eterno,
imóvel e origem de todas as coisas.
PITÁGORAS
DE SAMOS
Primeiro princípio: o número.
Ao observarmos o universo, percebemos
a presença do número em todas as
relações.
PITÁGORAS DE SAMOS
O universo, em toda a sua complexidade,
harmonia e extensão (desde a música até
os fenômenos climáticos e astronômicos),
pode ser traduzido, exprimido,
compreendido e mensurado pelo número.
ANAXÍMENES

Primeiro princípio:
o AR.

Partiu de um princípio material encontrado na


natureza que justificasse a composição,
sustentação e determinação de todo o universo.
O ar pode transforma-se por condensação em
água e terra e, por rarefação, em fogo.
EMPÉDOCLES
DE AGRIGENTO

Primeiro princípio:
agregação ou desagregação dos quatro
elementos (fogo, terra, água e o ar).
EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO
Por ser cada elemento
eterno e incorruptível,
eles permanecem os
mesmos – herança dos
eleatas –, mas, com
sua contínua agregação
e desagregação, dão
origem à multiplicidade
do mundo e ao devir.
As forças agregadoras e
desagregadoras são
respectivamente o
amor e o ódio.
DEMÓCRITO
DE ADBERA

Primeiro princípio:
ÁTOMO, do qual tudo deriva.

1ª teoria atômica: um espaço vazio separa


os átomos, permitindo-lhes que se movam
livremente.
DEMÓCRITO
E LEUCIPO

Como os átomos se movem, podem colidir um com


outro para formar novas disposições de átomos, de
modo que os objetos no mundo parecem mudar.
Os 2 pensadores consideravam que há um número
infinito desses átomos eternos, mas que o número
de diferentes combinações aos quais eles podem se
ajustar é finito.
ANAXIMANDRO

Primeiro princípio: apeíron,


o ilimitado, indeterminado e infinito.

Todas as coisas que existem são diversas


tanto em qualidade quanto em quantidade.
1º a utilizar o termo técnico arché para
designar o princípio fundamental de tudo.
ANAXÁGORAS

Primeiro princípio: NOUS.


A mente, a inteligência.
Afirmava que, as estrelas, a Lua e o Sol
são rochas, não deuses.
Período mitológico= preocupação
cosmogônica (cosmos= universo + gonos=
origem)
Período pré-socrático= preocupação
cosmológica (lógica do cosmos); busca
estabelecer explicações racionais, lógicas
para o funcionamento do universo.
PERÍODO CLÁSSICO
Período clássico= preocupação antropológica
(antropos=homem + logia= explicação)
A filosofia se volta para o homem interior e
exterior.
PERÍODO CLÁSSICO
Séc. V a.C, na Grécia, Atenas se firma como grande
capital, ao organizar a resistência das cidades gregas
contra a Pérsia, de Dario (Guerras Médicas).
PERÍODO CLÁSSICO
3 grandes figuras= Sócrates, Platão e Aristóteles, além
dos sofistas, professores itinerantes que cobravam por
seus ensinamentos.
PERÍODO CLÁSSICO
Nesse tempo a filosofia amadurece,
tomando conta do pensar grego, dando-lhe:
racionalidade, lógica, rigor
argumentativo e preocupação com a
educação.
PERÍODO CLÁSSICO
A educação, que era muito importante,
agora torna-se vital para a formação do
cidadão que almeja influir nos rumos da
cidade.
Período socrático ou
antropológico
 Século de Péricles: É a época de maior florescimento da
democracia.
 Garantia a todos a participação no governo, e os que dele
participavam tinham o direito de exprimir, discutir e
defender em público suas opiniões sobre as decisões que
a cidade deveria tomar.
Período socrático ou
antropológico
 Ora, para conseguir que a sua opinião fosse aceita nas
assembleias, o cidadão precisava saber falar e ser
capaz de persuadir. Com isso, uma mudança profunda
vai ocorrer na educação grega.
 Assim, a nova educação estabelece como padrão ideal a
formação do bom orador, isto é, aquele que saiba
falar em público e persuadir os outros na política.
 Para dar aos jovens essa educação, substituindo a
educação antiga dos poetas, surgiram, na Grécia, os
sofistas, que são os primeiros filósofos do período
socrático.
Período socrático ou
antropológico: Sofistas
 Diziam que os ensinamentos dos
filósofos cosmólogos estavam
repletos de erros e contradições e
que não tinham utilidade para a vida
da pólis.
 "O homem é a medida de todas
as coisas". Protágoras
 Argumentavam, por exemplo, que as
práticas culturais existiam em função
de convenções ou "nomos", e que a
moralidade ou imoralidade de um ato
não poderia ser julgada fora do
contexto cultural em que aquele
ocorreu.
Período socrático ou
antropológico: Sofistas
 Os sofistas ensinavam técnicas de persuasão para os jovens, que aprendiam a
defender a posição ou opinião A, depois a posição ou opinião contrária, não-
A, de modo que, numa assembleia, soubessem ter fortes argumentos a favor
ou contra uma opinião e ganhassem a discussão.
Período socrático ou antropológico:
Sócrates
 O filósofo Sócrates,
considerado o patrono da
Filosofia, rebelou-se contra os
sofistas, dizendo que não
eram filósofos, pois não
tinham amor pela sabedoria
nem respeito pela verdade,
defendendo qualquer ideia, se
isso fosse vantajoso.
Corrompiam o espírito dos
jovens, pois faziam o erro e a
mentira valer tanto quanto a
verdade.
Período socrático ou
antropológico:
Sócrates
 Propunha que, antes de querer conhecer a
Natureza e antes de querer persuadir os
outros(sofistas), cada um deveria, primeiro e
antes de tudo, conhecer-se a si mesmo. A
expressão que estava gravada no pórtico do
templo de Apolo, patrono grego da sabedoria,
tornou-se a divisa de Sócrates.
 Por fazer do autoconhecimento ou do
conhecimento que os homens têm de si
mesmos a condição de todos os outros
conhecimentos verdadeiros, é que se diz que
o período socrático é antropológico, isto é,
voltado para o conhecimento do homem,
particularmente de seu espírito e de sua
capacidade para conhecer a verdade.
Período socrático ou
antropológico:
Sócrates
 “Eu também não sei, por isso estou perguntando”.
Donde a famosa expressão atribuída a ele: “só sei
que nada sei”. A consciência da própria ignorância
é o começo da Filosofia.
 O que procurava Sócrates? Procurava a definição
daquilo que uma coisa, uma ideia, um valor é
verdadeiramente.
 Procurava a essência verdadeira da coisa, da ideia,
do valor. Procurava o conceito e não a mera
opinião que temos de nós mesmos, das coisas, das
ideias e dos valores.
Período socrático ou
antropológico:
Sócrates
 Qual é o fundamento racional daquilo que você fala e pensa?
 Ora, as perguntas de Sócrates se referiam a ideias, valores,
práticas e comportamentos que os atenienses julgavam certos e
verdadeiros em si mesmos e por si mesmos. Ao fazer suas
perguntas e suscitar dúvidas, Sócrates os fazia pensar não só
sobre si mesmos, mas também sobre a pólis. Aquilo que parecia
evidente acabava sendo percebido como duvidoso e incerto.
 Sabemos que os poderosos têm medo do pensamento, pois o
poder é mais forte se ninguém pensar, se todo mundo aceitar as
coisas como elas são ou melhor, como nos dizem e nos fazem
acreditar que elas são.
Período socrático ou
antropológico:
Sócrates
 Sócrates foi acusado de desrespeitar os deuses,
corromper os jovens e violar as leis. E foi obrigado a
suicidar-se.
Platão e a República
 Platão nasceu em Atenas em 428 a.C. e morreu na
mesma cidade em 347 a.C. Um ano após a morte de
Péricles, e faleceu dez anos antes da queda da Grécia
para os macedônicos, na batalha de Queronéia.
Platão e a República
 O período que Platão viveu foi marcado pela
ascensão política e cultural de Atenas. A
democracia, por exemplo, encontrava seu auge.

 Atenas estende sua influência sobre outras


cidades-estados impondo, por exemplo, a sua
moeda.
Platão e a República
 Um dos fatos marcantes da vida de Platão foi
seu encontro com Sócrates. A postura filosófica
de Sócrates fascinou Platão.

 O julgamento e condenação de Sócrates pela


democracia ateniense causou uma grande
desilusão em Platão com a estrutura democrática
ateniense.
Platão e a República
 Quadro representando a execução de Sócrates.
Platão e a República
 A decepção de Platão com a corrupção da
democracia ateniense o levou a elaborar uma
obra que propunha uma sociedade perfeita: A
República.
Platão e a República
Platão e a República
Divisão da República
Livro I e II

 Nestes livros o tema central é a definição do


termo justiça. O que é a justiça? Esta é a
grande questão colocada no início do diálogo.
Platão e a República
Platão e a República
 Os livros I e II é marcado pela discussão travada
por Sócrates e Trasímaco tentando estabelecer o
que é a justiça.

 Trasímaco define a justiça como “a


conveniência do mais forte”.
Platão e a República
 Sócrates se contrapõe ao conceito apresentado

pelo sofista Trasímaco, mostrando que na

verdade justiça é harmonia (ou a justa

medida).
Platão e a República
Platão e a República
Biografia
 Aristóteles nasceu em Estagira em 384 a.C., uma
colônia jônica localizada no reino da Macedônia,
no norte da Grécia, e morreu em 322 a.C.
Biografia
 Seu pai, Nicômaco, era médico do rei Amintas, e
deu ao filho estrutura para construir e solidificar
seus estudos.

 Aristóteles foi viver em Atenas aos 17 anos, onde


conheceu Platão, tornando-se seu discípulo.
Biografia
 Passou o ano de 343 a.C. como preceptor do
imperador Alexandre, o Grande, da Macedônia.
Biografia
 Auxiliado sempre por Alexandre que o

prestigiava, fundou em Atenas, no ano de 335

a.C, a escola Liceu, voltada para o estudo das

ciências naturais.
Período Sistemático
 Este período é designado desta maneira porque

Aristóteles realiza a sistematização, ordenação

de todo saber produzido pelos gregos desde o

surgimento da filosofia (cerca de 400 anos de

conhecimento).
Período Sistemático
 Além disso Aristóteles estabelece a divisão do
conhecimento filosófico.

 Divisão dos campos da filosofia:

 1º) ciências produtivas;

 2º) ciências práticas;

 3º) ciências contemplativas.


Período Sistemático
 Ciências produtivas – são aquelas que
estudam atividades de natureza técnica ou
produtivas, cuja finalidade é produzir uma obra,
ou um objeto. A finalidades das ações produtivas
não se encontram em si mesmas.
Período Sistemático
Período Sistemático
 Ciências práticas – são aquelas que estudam
as ações humanas que possuem sua finalidade
nelas mesmas. Por exemplo, a ética e a política
que têm nas ações individuais e coletivas guiadas
pela racionalidade, seu objeto de estudo.
Período Sistemático
Período Sistemático
 Ciências contemplativas – são aquelas que
estudam as coisas que existem independente de
nossa vontade, e de nossas ações. Para
Aristóteles, a física, a matemática, a metafísica
e a teologia são estas duas ciências. Estes
objetos podem apenas ser contemplados pelos
homens.
Período Sistemático
Período Sistemático
A metafísica
 A metafísica é a atividade de “descrição
categorial”. Ao falarmos da realidade, fazemos
inúmeras divisões, algumas das quais são mais
gerais, como a distinção entre coisas e suas
propriedades, entre eventos e seus tempos e
lugares, etc.
Período Sistemático
A metafísica da modernidade
A metafísica da modernidade
A metafísica da modernidade
A metafísica da modernidade
A metafísica da modernidade
A metafísica da modernidade
A metafísica da modernidade
A metafísica da modernidade
A metafísica da modernidade
A metafísica da modernidade

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