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UNIVERSIDADE DO AMAZONAS

FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E ANÁLISE
PLANO DE CURSO

Disciplina: ECONOMIA POLÍTICA

Carga horária: 60 horas

Professor: PAULO FELIZOLA DE ARAÚJO

I – EMENTA
1) Valor e mercadoria. 2) Teoria da mais-valia. 3) Teoria marxista da acumulação. 4)
Teoria marxista da reprodução do capital. 5) Teoria marxista das crises. 6) Teoria da
Renda da Terra. 7) Teoria do capital financeiro.

II – OBJETIVO
Oferecer uma introdução à teoria econômica de Marx, que permita ao aluno, ao final do
curso, entender a natureza e as especificidades inerentes ao capitalismo, através da
análise da realidade econômica e social.
 III – INTRODUÇÃO
 A Escola Mercantilista. OSER (1983) Cap 2;
HUNT (1989) Cap 2.
 A Escola Fisiocrata. OSER (1983) Cap 3 HUNT
(1989) Cap 2; NAPOLEONI (1983) Cap II.
 A Escola Clássica. . OSER (1983) Caps 4, 5 6 7
e 8; HUNT (1989) Caps 3, 4 e 5; NAPOLEONI
(1983) Caps III e IV.
 A TEORIA MARXISTA DO VALOR
 4.1 – Valor: Substância e Magnitude.
 MARX (1980) Livro I Cap I item 1; RUBIN (1980)
Cap. VIII e XI.
 – A problemática do trabalho.
 MARX (1980) Livro I Cap I item 2; RUBIN (1980)
Cap. XIII a XVI.
 – A Forma do valor.
 MARX (1980) Livro I Cap I item 3; RUBIN (1980)
Cap. XII; De PAULA (1984).
 - Divisão do Trabalho, a mercadoria e o mercado: o
fetichismo da mercadoria.
 MARX (1980) Livro I Cap. I item 4; RUBIM (1980)
Cap I a VII eX.
 TEORIA DA MAIS-VALIA
 5.1 - Como o dinheiro se transforma em capital.
 MARX (1980) Livro I Cap. IV
 5.2 – Processo de trabalho e processo de valorização
 MARX (1980) Livro I Cap.V e VI; MARX (1975) pág.
29 a 92.
 5.3 – Mais-valia absoluta e relativa.
 MARX (1980) Livro I Cap. VII a XVI.
 5.4 – Trabalho produtivo e improdutivo.
 MARX (1975) Pág. 93 a 113; MARX (1980) Cap. IV;
RUBIN (1980) Cap. XIX; SINGER (1981).
 5.5 – Formas de organização e controle do processo de
trabalho: Taylorismo e Fordismo.
 GRAMSCI (1986) Parte VI; BRAVERMAN (1977) Cap.
1 a 10; FERREIRA (1984).
 6.TEORIA MARXISTA DA REPRODUÇÃO
DO CAPITAL.
 6.1 – A reprodução simples
 MARX (1980) Livro II Cap. XX
 6.2 – A reprodução ampliada
 MARX (1980) Livro II Cap. XXI
 SINGER, Paul. “Trabalho produtivo e
excedente” IN: Revista de economia Política. S.
Paulo, Brasiliense, vol.1, janeiro-março de 1981
 7.TEORIA MARXISTA DA
ACUMULAÇÃO DO CAPITAL.
 7.1 – A.Lei geral da acumulação capitalista
 MARX (1980) Livro I cap XXIII
 7.2 – A.acumulação primitiva
 MARX (1980) Livro I cap XXIV
 8. TEORIA MARXISTA DAS CRISES
 MARX (1980) Livro III, Cap. XII XIV e
XV.
 9.A TEORIA DO CAPITAL
FINANCEIRO
 MARX (1980) Livro III Cap. XVI a
XXXIII; HILFERDING (1973) primeira
parte.
 IV – ESTRATÉGIAS
 Leitura de todos os textos indicados no conteúdo
programático, antes que os respectivos assuntos sejam
discutidos na sala de aula.
 Na primeira hora de cada aula, o professor fará uma
abordagem sumária e objetiva sobre o assunto objeto da
aula;
 Na segunda hora de cada aula será desenvolvida uma
discussão sobre o assunto, tendo por base os
questionamentos levantados na prévia e a exposição do
professor;
 Serão feitas orientações individuais, ou em grupo de, no
máximo quatro alunos, a todos que assim desejarem, em
horário a combinar.
 V – AVALIAÇÃO
 Será feito um único trabalho.
 VI – BIBLIOGRAFIA

 BELUZZO, Luiz G. De M. Valor e Capitalismo. S. Paulo, Brasiliense, 1980.


 BRAVEMAN, Harry. Trabalho e Capital Monopolista. Rio de Janeiro, Zahar, 1977.
 DE PAULA. João A. “Ensaios sobre atualidade da lei do Valor”. IN: Revista de
economia política. S. Paulo, Brasiliense, vol. 4 abril- junho de 1984.
 FERREIRA, Cândido G. Processo de Trabalho, Tecnologia e Qualificação. Notas para
discussão. Belo Horizonte, CEDEPLAR, 1984.
 GRAMSCI, Antônio. Maquiavel, a política e o Estado Moderno. Rio de janeiro,
Civilização Brasileira, 1986.
 HUNT, E. K. História do pensamento econômico. Rio de janeiro: Campus, 1989.
 LUXEMBURGO, Rosa. A Acumulação de Capital. Rio de janeiro, Zahar, 1970.
 MARX, Karl. O Capital. Rio de janeiro, Civilização Brasileira, 1980.
 ___________. Teoria da Mais -valia: História crítica do pensamento econômico. Rio
de janeiro, Civilização Brasileira, 1980a Vol. I.
 ___________. Capítulo inédito de capital. Porto, Publicações escorpiões 1975.
 NAPOLEONI, Cláudio. Smith, Ricardo, Marx. Rio de Janeiro, Graal, 1981.
 OSER, Jacob. História do Pensamento Econômico. São Paulo: Atlas, 1983.
 RICARDO, David. Princípios de Economia Política e de Tributação. S. Paulo, Abril
Cultural, 1982.
 RUBIN, Issak. A Teoria Marxista do valor. S. Paulo, Brasiliense, 1980.
Conceitos básicos
 Modo de produção
o uma estrutura global formada por estruturas regionais, com uma autonomia e
dinâmica própria, ligadas a uma unidade dialética, ou seja, uma estrutura
complexa formada por:
uma infra-estrutura econômica;
uma superestrutura jurídico-política;
uma superestrutura ideológica.

o Uma estrutura global na qual existe sempre uma estrutura regional que
domina as demais.

o Uma estrutura global na qual é sempre o nível econômico que determina,


como estrutura global, em última instância, as outras estruturas. É importante
acentuar que não é sempre a estrutura regional econômica que detém o papel
dominante
 Formação Social: é um termo que designa uma
sociedade historicamente determinada, um todo
social em um momento de sua existência.
A FS é uma combinação particular, específica, de
vários modos de produção puros. Assim, a FS
constitui por si mesma uma unidade complexa na
qual domina um certo modo de produção, que
determina o caráter dos outros.
Economia Política: É a ciência social que estuda a
produção, a distribuição e o consumo dos bens e
serviços que são utilizados para satisfazer as
necessidades humanas.
 Problema econômico fundamental: Os desejos e necessidades de uma
sociedade são ilimitados e os recursos para efetivar-se a produção dos bens e
serviços que devem atendê-los são limitados.

 o que produzir: o dilema da escolha que a sociedade terá que fazer,


diante do leque de possibilidades de produção;

 como produzir: sociedade terá que escolher também quais os recursos


produtivos que serão utilizados para a produção dos bens e serviços elegidos
dado o nível tecnológico existente;

 para quem produzir: a sociedade terá também que decidir como os seus
membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção, ou seja,
se todos participarão igualmente desses resultados ou, em caso contrário,
quais deles serão os mais ou menos beneficiados.

 A maneira como esses problemas são resolvidos depende do modo de


produção predominante (sistema econômico).
 I. O contexto social da escola

 Doutrina econômica que apareceu entre a idade média e


o período de triunfo do “laissez-faire”, embora as datas
variem em países e regiões diferentes.

 Revolução Comercial: conjunto de mudanças que


marca a transição da economia estática e contrária ao
lucro, dos fins da Idade Média, para o dinâmico regime
capitalista do século XV e seguintes.
 II. Causas da Revolução Comercial
 A conquista do monopólio comercial do Mediterrâneo pelas cidades italianas;
 o desenvolvimento de um lucrativo comércio entre as cidades italianas e os
mercadores da Liga Hanseática, no norte da Europa;
 a introdução de moedas de circulação geral, como o ducado veneziano e o
florim toscano;
 a acumulação de capitais excedentes, frutos das especulações comerciais,
marítimas ou de mineração;
 a procura de materiais bélicos e o estímulo dado pelos novos monarcas ao
desenvolvimento do comércio, afim de criar mais riquezas tributáveis; e
 a procura de produtos oriundos do extremo Oriente
 Essa combinação de fatores deu aos homens do começo da Renascença novos
horizontes de opulência e poder e dotou-os com parte do equipamento
necessário à expansão dos negócios.
 Era inevitável a insatisfação com o acanhado ideal das corporações medievais,
que proibia o comércio lucrativo.
III. A essência da Escola
Mercantilista
1. Os mercantilistas consideravam o ouro
e a prata como a forma mais desejável
de riqueza.

2. Para acumular esse metal, propunham


a obtenção de excedente de exportações,
necessárias para um País que deseja
receber pagamentos em moeda.
3. Os mercantilistas promoveram o
nacionalismo. O lucro de um homem
representa o prejuízo de outro. ... Nenhum
homem pode receber lucros exceto pelo
prejuízo de outros” (Michel de Montaigne)

4. O nacionalismo mercantilista implicava em


militarismo.
5. Ênfase sobre as exportações e
relutância em importar.

6. Os capitalistas mercantes acreditavam


na dominação e exploração de colônias
e no monopólio do comércio em seu
próprio benefício. (As colônias
eternamente dependentes).
7. Para promover seus interesses comerciais, os
mercantilistas acreditavam no livre comércio dentro
do país , isto é, opunham-se a impostos internos,
taxas e outras restrições sobre o movimento de bens,
o que não quer dizer que eram favoráveis à entrada
de qualquer pessoa no ramo do comércio.

8. O mercantilismo favorecia a existência de um


governo centralizado forte para garantir a
regulamentação dos negócios. (garantir
regulamentação nacional uniforme).

9. Embora o mercantilismo promovesse riqueza para a


nação, não encorajava a riqueza para a maioria da
população.
IV. A quem serviu a
Escola mercantilista
 Aos capitalistas mercantes;

 Aos reis e a seus seguidores imediatos;

 Aos mais poderosos e fortalecidos, que


possuíam monopólios, detinham
privilégios e outros favores oficiais;
V. Validade, utilidade e
adequação, na época
 Com o rápido crescimento do comércio que
exigia uma maior circulação e a existência de
um deficiente sistema bancário, justificavam a
acumulação metalista;

 Sem um sistema de finanças internacionais


desenvolvido, a acumulação de metais preciosos
desempenhou um importante papel na
efetuação dos pagamentos internacionais;
 O uso da teoria quantitativa da moeda;

 Mudanças de atitude em relação aos


comerciantes e à prática do lucro;

 Promoção do nacionalismo;
VI. Como fomos influenciados pelo
Mercantilismo?
 Desenvolvimento do sistema bancário que
superou a necessidade de as trocas
basearem-se em moedas de ouro ou prata;

 Os bens de capital passaram a ser a ser


itens mais importantes de riqueza do que o
ouro e a prata;

 O crescimento conseguido desencadeou


grandes transformações e mudanças de
comportamentos;
 Atualmente existem políticas e idéias que
se assemelham às mercantilistas:

 o nacionalismo

 protecionismo

 garantias de monopólios para encorajar


novos investimentos.
VII. OS AUTORES
MERCANTILISTA
Comerciante Inglês, nascido em
Londres e reconhecido como um dos
mais destacados membros da escola
mercantilista.

Foi um ativo e próspero comerciante


na Itália e Oriente, onde fez grande
riqueza. Regressou a Londres, onde
Thomas Mun foi membro do conselho e diretor da
(1571-1641)
Companhia das Índias Orientais.
Em 1621 publicou “A Discourse of Trade from
England unto the East Indies”.

principal tese: “enquanto as exportações totais


excedessem as importações totais, a drenagem de
espécies de um país em qualquer ramo de comércio
não importava”;

Analisando o balanço de pagamentos totais, foi


quem primeiro incluiu itens invisíveis.
GERARD MALYNES

Mercador no comércio exterior;

Não sendo bem sucedido, passou uma


temporada na prisão de devedores;

Comissário britânico de comércio na


Bélgica;
 Assessor governamental nas questões de
comércio e da moeda.

 Embora achasse que o comércio e tráfico


fossem saudáveis, elaborou um lista dos
que estavam isentos de serem
mercadores;
 Defendia a regulamentação dos bens para
assegurar a boa qualidade;

 Tinha pavor da superpopulação e por isso


defendia o apoio aos mercadores que
objetivassem descobrir novas terras;

 Mais dinheiro, elevados preços bons negócios


 Escritor inglês que tratou dos
temas políticos e econômicos.

 Entre sus obras sobre estas


materias, se destaca:
Discourses on the Publick
Revenues and on the Trade of
CHARLES DAVENANT
England (2 vols. 1698), em
(1656-1714) que estuda amplamente o
comércio regional da África,
Indias Orientais e ilhas do
Pacífico.
 Passou grande parte de sua vida ocupando
cargos governamentais relacionados à
arrecadação de impostos e ao controle de
importações e importações;

 Membro do Parlamento

 Embora se mostrasse um iluminista ou um


eclético, que tentou combinar o novo com o
velho, não passava de um mercantilista
ortodoxo;
 Reagiu contra o Ato do Sepultamento em
Mortalha de Lã;

 Defendeu o benefício do valor completo;

 Preferia as guerras dentro do país às no


exterior;

 Defendeu a regulamentação governamental


dos negócios.
 Marquis de Seignelay
 intendant des
Finances (1661),
 contrôleur général
(1665),
 surintendant des
Bâtiments,
Arts et Manufactures
(1664),
 secrétaire d'Etat à la
Maison du roi et à la
JEAN BAPTISTE COLBERT Marine.
(Reims, 1619-Paris, 1683)
 Representa o coração e a alma do
mercantilismo na França, que por isso passou a
chamar-se de COLBERTISMO;

 Defensor da acumulação de metais preciosos;

 Acreditava que a força do estado depende de


suas finanças, que depende da arrecadação de
impostos;
 Apoiava a expansão de exportações,
redução de importações e leis que
impedissem a saída de ouro do País;

 Arquinacionalista e Militar, acreditava que


apenas quatro atividades eram importante:
agricultura, comércio, guerra em terra e
guerra no mar;
 As Colônias eram importantes como mercado
e fontes de matérias-prima;

 Era necessária uma grande navegação e


marinha mercante;

 Um país só fica mais rico às custa de outros;


 O comércio é uma guerra contínua e
amarga entre nações em busca de
vantagens econômicas;

 Defendeu a regulamentação
governamental dos negócios com fortes
características feudais;
 Foi marinheiro, físico, professor
de anatomia, inventor,
pesquisador e membro do
parlamento, estatístico e grande
proprietário de terras;
SIR WILLIAM PETTY
(1623-1687)
 Sir William Petty's quantulumcungue concerning
money 1682: to the Lord Marquess of Halyfax."
 Defensor do pleno emprego;

 Apoiava um comércio exterior mais livre, para


evitar o contrabando;

 Apoiava a sôbre taxa nas importações de bens


de consumo que eram produzidos internamente;

 Apoiava a produção mais que o comércio


A ESCOLA FISIOCRATA
I. Introdução

 Foi desenvolvida na França entre 1756 -


1776
 Teve como marco inicial a publicação do
Artigo de Quesnay intitulado Grande
Encyclopédie;
 Apesar de ter subsistido formalmente por
apenas duas décadas, provocou influências
por muito mais tempo.
II. O contexto social da Escola
1. CRÍTICAS AO MERCANTILISMO
 Sobre a proibição de importação de mercadorias.
A respeito escreve Nicholas Bardon, na obra A
Discourse of Trade: “ A proibição do comércio é a
causa de sua decadência, pois todos os produtos
estrangeiros são trazidos pela troca com as
mercadorias locais, assim, proibindo-se qualquer
mercadoria estrangeira, impede-se o fabrico e
exportação de parte correspondente da
mercadoria nacional, que pela primeira
costumava ser trocada. Os artífices e mercadores
que trabalham em tais mercadorias perdem seu
comércio...”
 Sobre o argumento da balança de comércio. A respeito
escreveu Dudley North, no livro Discourse Upon Trades:
“Não há muito, houve grande agitação com pesquisas sobre
a balança de exportação e importação, e com a balança de
comércio, como diziam. Imaginava-se que, se trouxéssemos
mais mercadorias do que mandávamos para fora,
estávamos a caminho da ruína. Pode parecer estranho
ouvirmos dizer, hoje, que todo o mundo é, quanto ao
comércio, apenas uma nação ou um povo, e que as nações
são como pessoas... ... Que não pode haver comércio sem
lucro para o público, pois quando não há lucros, o
comércio é abandonado... ... Quando nenhuma lei pode
estabelecer prêmios, ao comércio, pois estes devem vir por
si mesmos. Equando essas leis são baixadas em qualquer
país, constituem um empecilho ao comércio, e, portanto,
sãom prejudiciais”.
 Sobre a política mercantiliste dos monopólios,
escreveu Joseph Tucker: “Nossos monopólios,
companhias públicas e companhias por ações
são um prejuízo e destruição para o comércio
livre... Toda a nação sofre em seu comércio, e
fica privada do comércio com mais de três
quartos do Globo, para enriquecer alguns
diretores ambiciosos. Eles se enriquecem dessa
forma, ao passo que o público se torna pobre”.
 Sobre a noção mercantilista da importância
que para um país tinha o estoque de ouro e
prata, escreveu David Hume: “Um grande
tesouro não traz vantagens duradouras para
um país... ... Em conseqüência do comércio
internacional, todo país com um dinheiro
metálico consegue o volume de ouro que
estabelece seus preços de modo a equilibrar as
importações e as importações... ... Se
considerarmos qualquer reino em si, é evidente
que a maior ou menor abundância de dinheiro
não tem importância: pois o preço das
mescadoris é sempre proporcional à
abundância do dinheiro”.
2. As estruturas

 A estrutura econômica desenvolvida pelo


Colbertismo, principalmente pela
regulamentação detalhada da produção;

 A indústria foi prejudicada em seu


desenvolvimento em função dos impostos e
tarifas e pedágios internos, que dificultava
o movimento das mercadorias;
 A agricultura vivia sobrecarregada pelas
condições impostas pela nobreza que era a
proprietária das terras;

 As guildas continuaram a ser um grande


obstáculo ao impedir a entrada de mão-de-
obra especializada em certas ocupações;

 A escola Fisiocrata foi assim uma reação


contra uma sociedade corrupta e decadente
e a um mercantilismo com fortes
características feudais.
 Controle demasiado da indústria estimulou a luta pela
ausência total de controle.

 Turgot escrevendo sobre Gournay: “Espantou-se ele ao


verificar que um cidadão não podia fazer nem vender nada
sem ter comprado o direito disso, conseguido, por alto preço,
sua admissão numa corporação... Nem havia imaginado que
um Reino onde a ordem de sucessão fora estabelecido apenas
pela tradição... ... O governo teria condescendido em
regulamentar, por leis expressas, o comprimento e largura de
cada peça de tecido, o número de fios de que deve ser formada,
e consagrar com o selo da legislatura quatro volumes in-
quarto cheios desses detalhes importantes, bem como deixar
numerosas leis ditadas pelo espírito monopolista. Não o
surpreendeu menos ver o governo ocupar-se da
regulamentação de preços de cada mercadoria, proibindo um
tipo de indústria com a finalidade de fazer florescer outro... E
julgar que assegurava a abundância do cereal, tornando a
situação do agricultor mais incerta e desgraçada do que a de
todos os outros cidadãos”.
 Surpreso com a regulamentação excessiva,
Gourmay queria ver a França livre dela e
imaginou a famosa frase:

laissez-faire, laissez-passer

...que tornou-se o lema dos fisiocratas


franceses
III. A essência da Escola
 Os fisiocratas desenvolveram a idéia da
ordem natural: Na esfera econômica, o
direito natural das pessoas era desfrutar seu
próprio trabalho, desde que isso fosse
coerente com o direito dos outros;

 Oposição a quase todas as restrições feudais,


mercantilista e governamentais;
 A indústria, o comércio e as profissões
eram úteis mais estéreis. Somente a
agricultura era produtiva, pois criava um
excedente, um produto líquido acima dos
custos de produção;

 Somente os proprietários de terras


deveriam pagar impostos, porque a
agricultura era a única que gerava
excedente;
 Condenava o consumo de produtos de luxo.
Era um ato que dificultava a acumulação de
capital;

 Consideravam a economia como um todo e


analisavam o fluxo circular da riqueza.
IV. A quem a Escola serviu?
 À indústria

 À agricultura

 Ao comércio interno de grãos

 Às exportações de produtos agrícolas

 Às importações de produtos manufaturados.


V. A utilidade da Escola

 Ao considerar a sociedade como um todo


e analisando as leis que governam a
circulação de riqueza, fundaram a
Economia como ciência;
VI. Os Autores da Escola
 Médico;
 Interessou-se por economia em 1750, depois
que conheceu Vicent de Gournay (1712-1759),
que era inspetor da qualidade de produtos de
acordo com as marcas registradas e é
considerado o autor da famosa frase laissez-
faire, laissez-passer;
 A sociedade era análoga ao organismo físico. A
circulação de riqueza de riqueza e de bens na
economia era como a circulação do sangue no
corpo;
 Tableu Economique (1758): precursor da
análise da renda nacional.
FRANÇOIS QUESNAY
(1694-1774)
2.
3.

Anne Robert Jacques Turgot Pierre Samuel du Pont de Nemours


(1727-1781) (1739-1817)
A ESCOLA CLÁSSICA
I. O contexto social da escola
 O período de influência da Escola Clássica
pode ser datado de 1776, com a publicação da
obra de Adam Smith, a 1871, quando Stanley
Jevons e Carl Menger publicaram os trabalhos
que deram origem à teoria neoclássica.

 No Século XVII, a Inglaterra ocupava uma


posição inferior à da Holanda em comércio, e
inferior à França em produção manufatureira.
 Em meados do Século XVIII, a Inglaterra
assumiu supremacia em comércio e indústria.

 A Revolução Industrial, que em seqüência à


Revolução Comercial, que foi o ponto de partida
de rápidas e decisivas mudanças no campo
econômico, não só ampliou ainda mais a esfera
dos grandes empreendimentos comerciais mais
ainda se estendeu aos domínios da produção.
 Em síntese, podemos dizer que a Revolução
Industrial compreendeu:

1) A mecanização da indústria e da agricultura;


2) A aplicação da força motriz à industria;
3) O desenvolvimento do sistema fabril;
4) Um sensacional aceleramento dos transportes e
das comunicações;
5) Um considerável acréscimo do controle
capitalista sobre quase todos os ramos de
atividades econômicas.
O Esquema Egoísta de Thomas Hobbs

O Sistema Egoísta de Hobbs pode ser


sintetizado na afirmação de um estado
natural no qual cada comportamento
humano somente possui como objetivo a
mera autoconservação, ou egoísmo, de
cada indivíduo, e do qual, se alguma vez
se tornar possível sua realização integral,
decorreria uma guerra geral e
Thomas Hobbes 1588–1679
desagregadora entre os seres humanos.
Conseqüência dessa filosofia moral no terreno da
política:

 Se os atos humanos não possuem outro objetivo natural


que não o egoísmo, torna-se impossível a constituição da
sociedade sem a intervenção coercitiva do Estado;

 A política não é considera simplesmente como a


atividade ordenadora de uma sociedade que extrai seu
próprio fundamento e seu próprio princípio de uma
tendência natural e espontânea dos homens no sentido da
construção de um tecido de relações recíprocas estáveis;
 A política converte-se no meio ao qual todos os
homens são encaminhados pelo temor, como
contrapartida a uma tendência natural à
desagregação. Ou seja, a política chega a ser a
própria fonte da vida social. Portanto, inexiste
uma sociedade civil que, em sua ordem natural,
preceda logicamente ao Estado; ao contrário, é
exatamente em virtude da constituição desse
Estado que a sociedade se forma;
• Conseqüentemente, a sociedade subsiste
apenas enquanto os homens renunciem à
própria liberdade, ou seja, segundo
Hobbes, enquanto o homem renuncie às
suas próprias tendências centrífugas e
destrutivas em favor da autoridade estatal,
qualquer que seja a forma pela qual esta
venha a se configurar constitucionalmente.
 Segundo Locke é da natureza do
homem um estado essencialmente bom,
logo a existência de contrastes,
independente de uma perversidade
natural, tem a ver com uma espécie de
avareza da natureza física.

 O Estado, assim, não é mais a fonte da


sociedade civil, mas a simples garantia
John Locke (1632–1704) da PROPRIEDADE, que cada ser
humano pode conquistar através do seu
próprio trabalho – A propriedade
privada torna-se o único argumento da
moral econômica.
 A realidade do Estado, diferente da
existente no Sistema Egoísta, não implica
na alienação da liberdade por parte dos
seres humanos. Essa realidade configura o
instrumento através do qual a
LIBERDADE pode se desenvolver de
forma plena, constituindo-se numa garantia
contra qualquer tentativa de desordem.
 O Estado limita suas funções à contínua conservação da
ordem da sociedade civil;

 O estado não tem condições de superar os limites impostos


pela natureza física, do qual deriva a possibilidade de
desordem.

 Existência de um fenômeno não eliminável, os EXCLUÍDOS,


cuja existência é explicada por uma menor capacidade de
conquista de uma propriedade por intermédio do trabalho.

 A lógica do Estado de Locke resume-se na convivência entre


a bondade natural e a desigualdade natural.
II. OS AUTORES DA ESCOLA
• Filho de um comissário da alfândega,
nasceu na cidade portuária de Kirkaldy,
na Escócia.
• Estudou Ciência Moral e Política e
Línguas.
• Foi professor de Filosofia Moral por 12
anos, no Glasgow College, em 1751.
• Principais obras:
 The Theory of Moral Sentiments (1759)
 An Inquiry into the Nature and Cause
ADAM SMITH (1723-1790) of the Wealth of Nations ( 1776)
 Com Smith o dualismo psicológico do ser
humano (ser bom e avarento), já antevisto por
Locke e desenvolvido pelos filósofos ingleses,
torna-se o problema mais importante do discurso
filosófico;

 Separa o comportamento humano em duas


áreas: de um lado, a moral, na qual a utilidade
dos indivíduos e da sociedade é obtida através do
exercício da simpatia. De outro lado, a
econômica na qual, a mesma, utilidade é obtida
através do exercício do egoísmo.
O conflito entre as duas faculdades, para ser
evitado, exige uma condição: Ninguém, na
busca de seus próprios interesses, impeça
aos demais a obtenção de seus respectivos
interesses, ou seja, todos são livres para
usufruir de suas propriedades, desde que não
prejudique alguém – Princípio do Direito
Natural.
 Existe, assim, o direito de comer, de estudar,
de trabalhar, mas não se contempla o direito
ao alimento, ao lugar de trabalho, ao estudo,
razão pela qual, em relação à comunidade, a
pessoa tem o direito de não ser impedida, mas
não tem o direito de ser sustentada. – Toda
ajuda ao mais fraco não é exigível pelo mais
fraco como direito, mas só possível de ser
implorada como esmola.
 A competição reprime o egoísmo e a busca
da satisfação individual promove a riqueza
social. A sociedade, assim, seria conduzida
por uma mão invisível de um Deus
Benevolente – O MERCADO
A RIQUEZA DAS NAÇÕES

• A divisão do trabalho

“Um maior aproveitamento das forças


produtivas do trabalho e da maior parte da
habilidade, destreza e julgamento com que é
sempre dirigido, ou aplicado, parece ter sido o
efeito da divisão do trabalho”.
Motivos da eficiência da divisão do trabalho:

 Cada trabalhador desenvolve destreza crescente


no desempenho de uma tarefa simples;
 Poupa-se tempo se o trabalhador não precisa
mudar o tipo de trabalho que realiza;
 Pode-se inventar maquinaria para aumentar a
produtividade, uma vez que as tarefas foram
simplificadas e rotinizadas com a divisão do
trabalho.
 O lado obscuro da divisão do trabalho:
estupidifica a mente e embrutece a personalidade.
“... em toda a sociedade desenvolvida e
civilizada, este é o estado em que os operários
pobres, isto é, a maior parte do povo, deve
necessariamente cair, a menos que o governo
tome algumas medidas para impedir isto”.

 O governo deveria promover a educação das


pessoas comuns em escolas paroquiais gratuitas e
possivelmente obrigatórias.
2. As leis econômicas de uma sociedade
livre.

a) Valor:
1. Valo-de-uso: expressa a utilidade de um
objeto particular.
2. Valor-de-troca: expressa o poder de
compra de outros bens que a posse
daquele objeto contém
•O valor de um bem para a pessoa que o possui, caso deseje
trocar por outros bens, é igual a quantidade de trabalho que lhe
permita adquirir ou comandar.
• O trabalho é a medida real do valor-de-troca de todos os bens.
• Contradição do valor-trabalho: produção que evitam grandes
investimentos e garantem o mesmo retorno para seu trabalho.
• Em uma sociedade em que os investimentos de capital se
tornam importantes, os bens são trocados normalmente por
outros bens, por dinheiro ou por trabalho a um valor suficiente
para cobrir salários, lucros e aluguéis.
• A quantidade de trabalho que um bem pode comprar excede a
quantidade de trabalho envolvida em sua produção pelo
montante de lucros e aluguéis. O valor é influenciado pelo
custo de produção.
b) Preço de mercado

 Preço natural: é um preço a longo prazo, que


é o menor preço ao qual os empresários
continuam a vender seus bens. Quando um
bem é vendido ao seu preço natural, haverá
receita exatamente suficiente para pagar as
taxas naturais de salário, lucros e rendas.

 Preço real ou de mercado: depende da oferta


e da procura a curto prazo e tenderá a flutuar
em torno do preço natural.
c) Salários

 Conflito na determinação dos salários.

 Taxa salarial mínima: deve ser aquela que


permita ao trabalhador com sua família
sobreviver e perpetuar a oferta de trabalho.

 A variação da riqueza nacional determina a


demanda por trabalho e o salário.
d) Lucro
•Todo investimento está exposto ao risco de
perda, de forma que a menor taxa de lucro deve
ser suficiente para compensar essas perdas e
ainda deixar um excedente para o empresário.
• Lucro bruto: inclui a compensação pela perda e
o excedente.
• Lucro líquido: corresponde apenas ao
excedente, a receita líquida do negociante.
• Concorrência e salários podem reduzir o lucro.
e) Renda

 Na terminologia clássica, a renda é um preço pago


pelo uso da terra. É o preço mais alto que o rendeiro
pode pagar após a dedução dos salários, da
depreciação do capital, dos lucros médios e de
outras despesas de produção.

 Preços altos, rendas elevadas. Preços baixos, rendas


baixas. Mas Smith havia afirmado que a renda da
terra entra no preço do produto. Que contradição.
3. Desenvolvimento econômico

 A maquinaria e a divisão do trabalho


aumentavam a produção de riqueza.

 O comércio é significativo, porque permite a


especialização do trabalho, que é limitado pelo
tamanho do mercado. Portanto, mercados em
ampliação aumentam a produtividade.

 Os que vivem de salários seriam mais


beneficiados, não pela grande riqueza, mais pela
riqueza crescente.
Pensador dedutivo ( do geral para
o particular) que fazia
generalizações vastas, as quais
denominava de leis econômicas
(leis que regulavam a distribuição
de metais preciosos no mundo;
leis que governavam o
intercâmbio internacional de
DAVID RICARDO
(1772 - 1823)
bens; leis que governavam a
distribuição da renda.
• Mudou a ênfase da análise econômica da
produção para a distribuição. Da noção de
que a produção e a divisão do trabalho
determinavam o bem-estar da nação, para a
de que a distribuição era o problema
principal. Apontava como problema-chave
a divisão da produção da terra entre três
classe: proprietários de terras, capitalistas e
trabalhadores.
 Para Ricardo, o otimismo de Smith sobre um
mundo em constante aperfeiçoamento era
errôneo, visto que a pressão populacional forçaria
as pessoas ao trabalho em solos cada vez mais
pobres e ao cultivo mais intensivo dos solos
melhores o que faria cair a produtividade
empobrecendo o mundo a longo prazo. Logo, o
problema central pareceria ser a questão de como
e por que certo padrão de distribuição de
produção limitada se desenvolvia entre números
sempre crescentes de pessoas.

 Principal obras: On the Principles of Political


Economy and Taxation.
Algumas questões relevantes

1. Salário e Lucros
• Preço Natural do trabalho: é o preço que permite
aos trabalhadores subsistirem e perpetuarem sem
mudança em seu número e depende do preço das
necessidades vitais requeridas pelos trabalhadores
e por suas famílias.
• Se o custo de vida subir os salários também
sobem. Se cair os salários também caem.
• O preço de mercado do trabalho depende da
oferta e da procura.
A Lei de Ferro dos Salários: No longo prazo o
trabalhador somente recebe um salário de
subsistência.
 As taxas de lucro em áreas empresariais
diferentes dentro de um mesmo país tendem a
igualar-se.
 Lucros e salários variam inversamente devido :
Salários mais elevados devem sair dos lucros em
vez de serem transferidos para preços mais
elevados. (igualdade de troca e balanço
internacional de pagamentos).
2. A Lei dos Rendimentos decrescentes

 Com a aproximação do final das guerras


napoleônicas, fazendeiros e donos de terras
temiam a entrada de grão, em abundância,
na Inglaterra, com baixos preços e por isso
solicitavam ao Parlamento maior proteção
em nome do bem-estar geral
Os empresários faziam oposição às elevadas
tarifas para a importação de cereais baseados nos
argumentos de Ricardo: “Se os salários tendem
para um nível mínimo de subsistência, então,
preços mais baixos para os grãos e para o pão
manterão os salários baixos, reduzindo, desta
forma, os custos de produção dos empresários e
permitindo aos bens ingleses competirem mais
eficientemente em mercados externos”.
 Sacrificar os interesses dos senhores de terras
para beneficiar os empresários, gerou a Teoria da
Renda.

 Renda: “é a porção do produto da terra paga a


seu proprietário pelo uso dos poderes originais e
indestrutíveis do solo”.

 Essa definição foi modificada por Ricardo ao


incluir o retorno sobre os investimentos de
capital, a longo prazo, conseguido com o uso da
terra e com o aumento de sua produtividade.
 A Renda deriva do uso de terras de diferentes
qualidades ou do cultivo intensivo da terra em
virtude da Lei dos Rendimentos Decrescentes:
“Se unidades sucessivas de trabalho e capital
forem adicionadas a um pedaço de terra,
enquanto a tecnologia permanece constante,
cada unidade adicional de investimento
acrescentará menos à produção do que as
unidades anteriores”.
Preço p/und Renda da Renda da Renda da Renda da Renda da
$ Terra A ($) Terra B ($) Terra C ($) Terra D ($) Terra E ($)
Insumo: 10 Insumo: 10 Insumo: 10 Insumo: 10 Insumo: 10
Rendimento: Rendimento: Rendimento: Rendimento: Rendimento:
20 und/ha 15 und/ha 10 und/ha 5 und/ha 4 und/ha

0,50 0,00

0,66 3,20 0,00

1,00 10,00 5,00 0,00

2,00 30,00 20,00 10,00 00,00

2,50 40,00 27,50 15,00 2,50 0,00


• Todo aumento no preço do grão cria renda e
toda redução diminui renda.
• A renda é, assim um retorno diferencial e um
excedente sobre os custos.
• A renda é determinada pelo preço, mas não é
determinante do preço.
• A taxa de lucro é determinada pela taxa de
lucro sobre a terra marginal. Não se paga renda
sobre essa terra e o produto total é dividido
entre empregadores e empregado. Se os salários
sobem os lucros caem, e vice-versa.
 Se a taxa de lucro na indústria for maior do
que a da terra marginal cultivada o capital
fluirá para a indústria e a nova terra
marginal passa a ser a de melhor qualidade.

 Se a agricultura for mais lucrativa que a


indústria, o capital fluirá para a agricultura,
e a terra de pior qualidade seguinte tornar-
se-á a terra marginal cultivada.
 Grande conflito entre senhores de terra e o
restante da sociedade.À medida que a
população aumentava, aumentando a
procura por alimentos, elevava os preços.
Terra mais pobre será cultivada e terra
melhor será cultivada de maneira intensiva,
elevando as rendas e os salários e reduzindo
os lucros. “Todas as classes, portanto,
exceto os senhores de terra, serão
prejudicadas pelo aumento no preço dos
cereais”.
Adam Smith e David Ricardo em uma caricatura da época
Principais contribuições:

1. A Teoria da População

2. A Teoria da saturação dos


mercados ou da
superprodução.
THOMAS R. MALTHUS
(1766-1834)
Principais Obras:
1) An Essay on the Principle of Population

2) Principles of Political Economy

3) A Summary View of the Principle of


Population
A Lei da População: “A população, quando
não controlada, aumenta
geometricamente; os meios de subsistência
aumentam, na melhor das hipóteses,
apenas aritmeticamente”.
Os controles populacionais preventivos:

1) Que reduziam a taxa de nascimento


(restrições morais): as pessoas que poderiam
sustentar filhos deveriam adiar o casamento ou
nunca casar-se: a conduta anterior ao
casamento deveria ser estritamente casta.
2) Que aumentavam a taxa de mortalidade:
a fome, a miséria, as epidemias e as
guerras. Estes controles deveriam ser
tratados como fenômenos ou leis naturais,
males necessários para limitar a população
e como punição àqueles que não haviam
praticado a restrição moral.
A pobreza e a miséria deveria, assim, ser encarada
como uma punição à classe inferior, ou seja, a
todos aqueles que não restringiram sua
multiplicação, o que sugere uma conclusão
política altamente significativa: não deve haver
auxílio governamental aos pobres. Auxiliá-los
permitiria que mais crianças sobrevivessem,
piorando, desta forma, o problema da fome.
Proposição à Lei dos Pobres:

“Refleti muito sobre a questão das leis dos pobres, e


espero ser perdoado por aventurar-me a sugerir uma
forma para sua abolição gradual. ... Devemos, por
justiça e honra, formalmente destruir o direito dos
pobres de reivindicar sustento”.
Lei dos Pobres: Foi criada com a finalidade de proporcionar conforto aos
pobres. A responsabilidade na organização e execução da Lei era da Igreja (1536)

Lei Speenhamland: garantia ao homem um mínimo de subsistência,


independente de sua contribuição em impostos. Era baseada no preço do pão e
no número de filhos de cada família.
Apesar de teoricamente ser uma grande conquista social, a Lei Speenhamland foi
criada durante a expansão da Revolução Industrial e, portanto, não teve o êxito
esperado por seus mentores. As características competitivas do período exigiam o
rompimento de qualquer entrave que impedisse a disseminação do trabalho livre
e ao proclamar que nenhum homem deveria temer a fome porque a paróquia
local se responsabilizaria em oferecer sustento a ele e à sua família por menos
que ganhasse, a referida Lei foi duramente criticada - por significar a fixação do
trabalhador à sua micro-região de origem e por representar um impedimento à
formação de um proletariado industrial nas regiões mais urbanizadas.
Em 1834, para atender aos ditames do Liberalismo, o sistema
de proteção social foi revisto na Poor Law Amendment Act,
que transformou um auxilio aos necessitados que antes era
universal, em seletivo e residual. Essa Lei revisionista
permitiu a formação de um mercado de trabalho mais
competitivo e desprotegido, abrindo espaço para a ampliação
do processo de industrialização e para a consolidação de uma
economia de mercado. Ou seja, o conceito de renda mínima
como um direito de cada cidadão foi bruscamente abolido e
aos pobres, voltou a ser atribuída a responsabilidade de
garantir sua própria sobrevivência.
Oh no!!! We're all going to starve to death!!!!!!
A Lei da Superprodução

Princípios básicos:

a) O ilimitado desejo humano por bens;

b) A necessidade de obtenção de lucro na


produção;

c) a existência de um mercado consumidor que


não elimine o lucro e nem aumente os custos .
 A questão, então, resume-se em: quem
consumirá o excedente?
 1) Os trabalhadores não podem porque os lucros
desapareceriam.
 2) Os capitalistas não o fariam por não ser parte
de seus hábitos
 3) Os senhores de terras e seus serviçais seriam os
responsáveis por esse consumo, pois o uso de
outras rendas que não a da terra, tais como
salários, juros e lucros, elevam os custos de
produção, que devem ser mantidos baixos para
que o País mantenha sua posição na competição
comercial. Por isso a defesa da “Lei dos Cereais”.
 Ao governo deveria ser proibido o consumo
improdutivo, tais como a remuneração pelos
serviços públicos.
 A sociedade deveria considerar sagrada a
propriedade privada.
 Não deveria ser permitida uma
redistribuição da riqueza por meio de
tributação excessiva.
 A guerra deveria ser considerada como um
instrumento para eliminar a superprodução.
III. A essência da Escola Clássica

• A doutrina clássica é freqüentemente


chamada de liberalismo econômico.
• Baseia-se na liberdade pessoal, na
propriedade privada, na iniciativa individual
e no controle individual da empresa, apoiadas
na doutrina do laissez-faire;
Principais características:

 O primeiro princípio da Escola Clássica era o


laissez-faire. O melhor governo é aquele que
menos governa. As forças do mercado
competitivo livre orientam a produção, a troca e
a distribuição. A economia era considerada auto
ajustável e tendia para o pleno emprego, sem a
intervenção governamental;

 Com exceção de Ricardo, enfatizava a harmonia


de interesses;
 Ressaltava a importância de todas as
atividades econômicas, especialmente a
indústria;
 4) Visava a promoção do máximo
crescimento e desenvolvimento econômico
e a crença do desejo individual inato de
acumular riqueza como um fim em si
mesmo;
 5) Os Clássicos consideravam a
economia como um todo – a abordagem
macroeconômica.
IV. A validade da Escola Clássica em sua época.

•A doutrina clássica foi uma racionalização das práticas adotadas


pelos empresários. A concorrência era um fenômeno crescente e a
indicação dela como grande reguladora da economia era um ponto
de vista válido. Promoveu a empresa de negócios.

•No início da industrialização a maior necessidade da sociedade era


concentrar recursos na maior expansão possível da produção. A
elevação do setor privado acima do setor público serviu a esse
propósito. Qualquer crescimento do setor público teria exigido
maior tributação, desviando recursos da formação de capital
privado.
V. Como a utilidade da Escola Clássica
influenciou épocas posteriores?
 A doutrina do laissez-faire sucumbiu quando as
flutuações das empresas abalaram o equilíbrio
da sociedade capitalista e quando a concorrência
cedeu lugar a estruturas de mercado alteradas,
caracterizadas pelo quase-monopólio, pelo
oligopólio, pelas indústrias regulamentadas e
assim por diante.
 Menosprezo a mudanças tecnológicas futuras;
 Comércio Internacional que prejudica aos
menos desenvolvidos.
A ESCOLA SOCIALISTA
 O Contexto social do Socialismo

1) Destruição da antiga economia agrícola, quase artesanal dos vilarejos;


2) Surgimento de grandes fábricas;
3) Aglomeração dos trabalhadores, nas proximidades das fábricas, em
favelas onde a forma de vida era caracterizada pela miséria, a fome,
as doenças, os crimes e os vícios;
4) Os acidentes industriais traziam miséria, sem nenhuma compensação
para as famílias dos aleijados ou mortos;
5) Não existiam direitos políticos para os assalariados e os sindicatos
eram proibidos;
6) A pobreza das massas parecia cada vez mais opressiva à medida que
as grandes fortunas se multiplicavam.
7) A Revolução Industrial não conduziu ao paraíso.
Las calles de las ciudades inglesas se poblaban
de trabajadores en busca de ocupación para
subsistir, a causa del desempleo o empleo
temporario. Por esta razón nacieron las casas de
empeño, que fue creciendo en número a medida
que se incrementaba la desocupación.
I. O Socialismo Utópico (1800)

 Fundadores: Saint-Simon, Charles Fourier,


Robert Owen, Sismondi e Proudhon

 Idéia básica:
 consideravam injusta e irracional a economia
de mercado capitalista competitiva;
 crença em que o mundo todo adotaria seus
conceitos de arranjos sociais;
 substituição da luta de classe pela fraternidade
universal.
Principias Autores

Desenvolveu suas idéias antes de o


movimento político da classe
trabalhadora na França tomar forma.
Portanto, não apelou aos trabalhadores
pelo confronto com os empregadores.
HENRI CONTE DE SAINT-
SIMON
(1760-1825)
 Tomou a produção, e não a propriedade, como base para a sua nova
sociedade, fazendo do trabalho e a indústria os elementos centrais.
 Propôs um Parlamento industrial constituído por três câmaras:
 1) Invenção: composta por artistas e engenheiros, planejaria as obras
públicas.
 2) Revisão: comandado por cientistas, examinaria os projetos e
controlaria a educação.
 3) Execução: composta pelos líderes das indústrias, realizaria os projetos
e controlaria o orçamento.
 Primeira proposta de uma economia centralmente planejada e governada
por uma elite educada.
 Insistia no fato de que a nova ética era necessária para restringir o
egoísmo anti-social dos ricos e para impedir uma ascensão anárquica dos
pobres.
 A defesa de uma indústria de larga escala ajudou a inspirar grandes
bancos, ferrovias, rodovias e enormes empreendimentos industriais.
 Não defendia a apropriação da propriedade privada, o que o afastava do
ideário socialista.
 Foi um socialista utópico, que
adquiriu numerosos seguidores,
embora não possa ser
considerado um revolucionário,
dirigindo seus apelos,
usualmente, aos ricos e ao rei.
CHARLES FOURIER
(1772-1837)
 Críticas ao capitalismo:
1) A concorrência multiplicava o desperdício na venda, pois os
comerciantes retêm ou destroem os bens para elevar seus
preços.
2) O comércio era perniciosa e corrupto e demonstrava
cruamente a pobreza moral e material do mundo burguês;
3) Denunciava a proteção aos agentes da fome e da peste;
4) Via o progresso das finanças , um sistema de extorsão e as
falências indiretas como a arte de devorar o futuro.
5) Relacionava o espírito mercantil com seques comerciais e à
patifaria;
6) Via a corretagem como algo que usurpava todos os frutos da
sociedade.
 A solução de Fourier para os problemas sociais: a
organização de comunidades cooperativas
denominadas FALANGES.
 A Falange era um sistema cooperativo de
habitação e produção, base de um novo tipo de
indivíduo inteiramente nobre.
 As Falanges forneceriam segurança social
vitalícia e para os primeiros estágios de uma
sociedade ideal deveria ser praticado o
garanteísmo, que consistia na segurança de que
cada pessoa receberia um mínimo de subsistência,
segurança e conforto.
 Funcionamento de uma Falange:
1. Cada associação combinaria trezentas famílias (1.800
pessoas) em nove milhas quadradas de terra.
2. Todos viveriam em uma habitação com três andares.
3. A produção agrícola e artesanal predominaria.
4. Se as pessoas vivessem juntas com honra e conforto,
seriam eliminados os roubos e as despesas para a
proteção contra os mesmos.
5. O trabalho coletivo melhoraria as condições
climáticas, e menor quantidade de roupas seria
necessária.
 A falange resolveria o principal problema,
que não era de desigualdade de riqueza, mas
de insuficiência.

 Apelou aos capitalistas que financiassem tal


projeto, com base em retornos satisfatório.
El francés Fourie uno de los
partidarios de eliminar las injusticias
derivadas del desarrollo industrial,
propuso construir falansterios. Se
trataba de un conjunto de edificios
fabriles y de granjas, habitados por
una comunidad que se autoabastecía,
en la que todos sus miembros
compartían las herramientas de
trabajo y se distribuían
equitativamente las tareas y los
frutos de éstas. Algunos intentaron
poner en marcha esta sociedad ideal
de Fourier en Es’tados Unidos, pero
la experiencia fracasó.
Economista e Historiador e um dos
primeiros a atacar diretamente a
economia clássica, embora tenha sido
um ardente seguidor de Adam Smith.
Principais obras:

1) History of the Italian Republucs of


the Middle Ages
Sismonde de Sismondi
(1773-1842)
2) History of the Franch
3) New Principles of Political Economy
 Pressuposto básico: A empresa capitalista não
restringida, em lugar de produzir os resultados esperados,
conforme o previsto pelos clássicos, conduzira à miséria e
ao desemprego.

 Principais contribuições teórica: Argumentando a


respeito da possibilidade de superprodução e crise,
contribuiu com o desenvolvimento das seguintes teorias:
1) Teoria dos ciclos econômicos
2) Teoria do imperialismo econômico
3) Teoria da distribuição da riqueza
 Acreditava que quando os salários estão ao nível
de subsistência, maior quantidade de fundos de
capital se tornam disponíveis para investimento
em máquinas. Portanto, a produção de bens
manufaturados aumenta, enquanto a procura por
bens de consumo diminui. Como conseqüência
desenvolvem-se crises de superprodução
periódicas que liquidam uma grande parte do
capital investido nas indústrias de larga escala.
 A crise de superprodução pode ser agrava pelos
banqueiros quando estes aumento o crédito.
 Questionando o argumento clássico de que a maior
produção agregada possível necessariamente corresponde
a maior felicidade para o povo, advogava:
1. A necessidade da intervenção estatal para garantir ao
trabalhador um salário de subsistência e um mínimo de
segurança social.
2. Melhor distribuição da riqueza, alegando que seria
preferível uma produção menor, porém bem distribuída.
À medida que a concentração de riqueza diminui, cada
vez mais, o mercado interno, a indústria é, cada vez mais,
compelida a abrir-se para mercados externos, o que
necessariamente resulta em guerras nacionalistas, logo o
Imperialismo Econômico seria inerente ao capitalismo.
 Por muitos é considerado o mais espetacular e famoso
dos socialistas utópicos.

 Suas principais idéias estão contidas em um ensaio


intitulado “A New View of Society and Other
Writings”.

 Principal tese: “A natureza humana é moldada para


Robert Owen melhor ou para pior de acordo com a conjuntura”.
(1771-1858)
Uma vez que o caráter é formado pelas circunstâncias, as pessoas não são responsáveis por
seus atos, e deveriam ser moldadas para a bondade em vez de serem punidas pela maldade.
Ou seja “a criação de melhores condições geraria pessoas melhores”.

Chocou o mundo quando ao denunciar que todas as religiões existentes ensinavam que as
pessoas eram responsáveis por suas maldades em vez de atribuir o mal a uma má
conjuntura. Assim a reforma social era preferível à reforma moral.
 Tentou materializar suas idéias convertendo a Fiação New
Lanark em uma comunidade-modelo;
1. pressionando o governo a empregar os pobres em vilas de
cooperação;
2. criando uma comunidade cooperativa modelo (a Colônia de
New Harmony), através da qual pensava eliminar o capitalismo
e o sistema competitivo.

 Suas idéias, também, contribuíram para:


1. incentivar o desenvolvimento dos sindicatos;
2. Incentivar o cooperativismo de consumo, este baseado no
National Equitable Labour Exchange, que era um mercado
em que os produtos poderiam ser trocados com base em notas
que representassem o tempo e trabalho. Assim esperava
eliminar o dinheiro e os lucros, males sociais gêmeos,
colocando produtores e consumidores em contato direto.
EL PARALELOGRAMO DE
ROBERT OWEN

El industrial inglés Robert Owen, sensibilizado ante la situación tan penosa en la que
el mundo moderno estaba dejando a muchos trabajadores, no dudó en introducir en sus
fábricas algunas de las emergentes ideas socialistas. Al igual que todos los llamados
socialistas utópicos, Owen quería cambiar el mundo; quería extender a las capas más
desfavorecidas esa libertad de la que tanto se hablaba en el mundo moderno. "El
hombre es un producto de las circunstancias", afirma Owen, que añade: "¿Y quién
crea las circunstancias, sino el hombre mismo? El mundo no es ni bueno ni malo de
manera inevitable, sino en el grado en que nosotros hacemos que lo sea".
Proveniente de família de ascendência real, foi
jornalista e historiador e considerado o fundador
do socialismo de Estado.

Principais obras: Organization du Travail


A Catechism of Socialism

Louis Blanc
(1811-1882)
 Foi um socialista utópico francês que teve um importante papel
na Revolução de 1848, quando suas idéias foram colocadas em
prática devido à associação entre liberais e socialistas, na
tentativa de derrubar a monarquia.

 Principais Idéias:
1. criação de associações profissionais de trabalhadores de um
mesmo ramo de produção e das Oficinas Nacionais, financiadas
pelo Estado;
2. divisão do lucro entre o Estado, os associados e para outros fins.
 Como líder do proletariado
1. exigia que o Estado se apoderasse do sistema econômico para
garantir trabalho e justiça para todos. Porém, os liberais e os
socialistas romperam relações e o Estado fechou as Oficinas
Nacionais, começou a perseguir os socialistas e anulou todas as
reformas feitas em benefício da classe operária.
Principais contribuições:

1. A popularização das idéias socialistas;

2. Pressupondo a solidariedade de toda a comunidade, advogava o


planejamento econômico estatal para o pleno emprego;

3. Advogava a necessidade de o Estado ser a fonte do capital inicial


para as cooperativas de trabalhadores e assim tornar-se o
banqueiro dos pobres.
Principais Obras:
 O que é a propriedade?
 Sistema das Contribuições Econômicas
ou Filosofia da Miséria

De origem pobre, promoveu o anarquismo


como movimento de massa. O anarquismo,
que não significa desordem, mas a ausência
de um chefe, um soberano. O Estado
deveria ser totalmente suprimido, assim
como a polícia e os tribunais porque,
segundo ele, estes eram meios de opressão.
Deste modo, o poder político seria o
Pierre-Joseph Proudhon resultado da combinação entre os
(1809-1865)
trabalhadores.
Propriedade é roubo. A grande propriedade que permitia a
seu proprietário viver sem trabalhar com o recebimento
de renda, juros e lucro dos produtores. Assim, defendeu a
demolição da grande propriedade capitalista que, segundo
ele, estava na origem da exploração do proletariado e da
desigualdade. A cada trabalhador deveria ser dada uma
pequena propriedade, e estes, por sua vez, organizar-se-
iam em cooperativas.

A liberdade individual e a justiça eram os objetivos por ele


proclamados.
II. O socialismo científico - O
marxismo

Karl Heinrich Marx


(1818-1883) Friedrich Engels
(1820-1895)
 Karl Heinrich Marx
 05/05/1818, Trier (Alemanha)
 14/03/1883, Londres (Inglaterra)
 Teórico do socialismo, Karl Marx estudou direito nas universidades de Bonn e Berlim,
mas sempre demonstrou mais interesse pela história e pela filosofia. Quando tinha 24
anos, começou a trabalhar como jornalista em Colônia, assinando artigos racial-
democratas que provocaram uma grande irritação nas autoridades do país.
 Integrante de um grupo de jovens que tinham afinidade com a teoria pregada por Hegel
(Georg Wilhelm Friedrich, um dos mais importantes, um dos mais influentes filósofos
alemães do século 19), Marx começou ater mais familiaridade dos problemas
econômicos que afetavam as nações quando trabalhava como jornalista.
 Após o casamento com uma amiga de infância (Jenny von Westplalen), foi morar em
Paris, onde lançou os "Anais Franco-Alemães", órgão principal dos hegelianos de
esquerda. Foi em Paris que Marx conheceu Friedrich Engels, com o qual manteve
amizade por toda a vida.
 Na capital francesa, a produção de Marx tomou um grande impulso. Nesta época,
redigiu "Contribuição à crítica da filosofia do direito de Hegel". Depois, contra os
adeptos da teoria hegeliana, escreveu, com Engels, "A Sagrada Família", "Ideologia
alemã" (texto publicado após a sua morte).
 Depois de Paris, Marx morou em Bruxelas. Na capital da Bélgica, o economista
intensificou os contatos com operários e participou de organizações clandestinas. Em
1848, Marx e Engels publicaram o "Manifesto do Partido Comunista", o primeiro
esboço da teoria revolucionária que, anos mais tarde, seria denominada marxista.
 Neste trabalho, Marx e Engels apresentam os fundamentos de um movimento de luta
contra o capitalismo e defendem a construção de uma sociedade sem classe e sem
Estado. No mesmo ano, foi expulso da Bélgica e voltou a morar em Colônia, onde
lançou a "Nova Gazeta Renana", jornal onde escreveu muitos artigos favoráveis aos
operários.
 Expulso da Alemanha, foi morar refugiado em Londres, onde viveu na miséria. Foi na
capital inglesa que Karl Marx intensificou os seus estudos de economia e de história e
passou a escrever artigos para jornais dos Estados Unidos sobre política exterior.
 Em 1864, foi co-fundador da "Associação Internacional dos Operários", que mais tarde
receberia o nome de 1ª Internacional. Três anos mais tarde, publica o primeiro volume
de sua obra-prima, "O Capital".
 Depois, enquanto continuava trabalhando no livro que o tornaria conhecido em todo o
mundo, Karl Marx participou ativamente da definição dos programas de partidos
operários alemães. O segundo e o terceiro volumes do livro foram publicados por seu
amigo Engels em 1885 e 1894.
 Desiludido com as mortes de sua mulher (1881) e de sua filha Jenny (1883), Karl Marx
morreu no dia 14 de março. Foi então que Engels reuniu toda a documentação deixada
por Marx para atualizar "O Capital".
 Embora praticamente ignorado pelos estudiosos acadêmicos de sua época, Karl Marx é
um dos pensadores que mais influenciaram a história da humanidade. O conjunto de
suas idéias sociais, econômicas e políticas transformou as nações e criou blocos
hegemônicos. Muitas de suas previsões ruíram com o tempo, mas o pensamento de
Marx exerceu enorme influência sobre a história.
 Friedrich Engels
28/11/1820, Barmen (Alemanha)
05/08/1895, Londres (Reino Unido)
Junto com Karl Marx, Friedrich Engels realizou uma obra marcante na filosofia e na política, cuja característica
principal foi a elaboração das teorias do materialismo histórico.
Engels era filho de um rico industrial alemão e soube analisar a sociedade de forma muito eficiente, como
poucos antes dele. Na juventude, ficou impressionado com a miséria dos trabalhadores das fábricas de sua
família, uma delas em Manchester, Inglaterra.
Engels completou e publicou o segundo e o terceiro volumes de O Capital, principal obra teórica do socialismo,
após a morte de Marx. Com grande capacidade crítica e estilo claro - ao contrário do de seu parceiro -, escreveu
sozinho algumas das obras mais importantes do marxismo, como "A Origem da Família, da Propriedade
Privada e do Estado".
Ao mesmo tempo, tentou ir além de sua área de conhecimento, provando que os fundamentos do marxismo
poderiam ser encontrados também nas ciências biológicas. Para isso, escreveu obras como "A Dialética da
Natureza" e "O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em Homem", que não têm o menor
fundamento científico, como se sabe atualmente.
O filósofo cursou a escola secundária, abandonando-a um ano antes de se formar: seu pai insistiu em que fosse
trabalhar nos negócios da família. Passou os três anos seguintes (1838-41) nos escritórios da empresa de
exportação em Bremen.
Sob o pseudônimo de Friedrich Oswald, escreveu artigos que lhe abriram as portas do Clube de Doutores,
freqüentado por Marx.
Interessou-se pelo movimento dos "Jovens Hegelianos", intelectuais esquerdistas como o teólogo e historiador
Bruno Bauer e o anarquista Max Stirner que cultivavam a dialética do filósofo alemão Hegel: o conceito de que
o progresso racional e as mudanças históricas resultam do conflito de idéias e classes opostas, concluindo numa
nova síntese.
Rejeitavam, portanto, a interpretação oficial e conservadora da filosofia hegeliana que justificava a
Monarquia prussiana (décadas mais tarde, em 1871, Guilherme, rei da Prússia, receberia a coroa
do recém unificado Império Alemão).
De 1841 a 1842, Engels serviu como voluntário num regimento de artilharia em Berlim. A
experiência foi útil na derrotada revolução de 1848 na Alemanha, contra o poder feudal dos
junkers (grandes proprietários de terras).
Em Manchester, em 1842, Engels passou a viver com Mary Burns, uma operária irlandesa sem
instrução. Quando Mary morreu em 1863, Engels exigiu que Marx se desculpasse por ter recebido
a notícia com indiferença.
Engels endossou sua nova interpretação materialista da História, após reencontrar Marx em
Bruxelas (1845). Ambos montaram o fundamento de uma nova teoria, a do socialismo científico,
em oposição ao socialismo religioso, idealista e utópico. Os dois fundadores do comunismo
procuraram uma organização revolucionária alemã socialista. Engels e Marx convenceram o
Segundo Congresso Comunista em Londres a adotar suas posições. Eles foram indicados para
escrever uma declaração política: "O Manifesto do Partido Comunista", de 1848.
Após a derrota da Revolução de 1848, Marx e Engels tiveram de sair da Alemanha e ir para a
Inglaterra. Para sustentar-se e ajudar Marx, Engels trabalhou como subordinado nos escritórios da
Ermen & Engels, em Manchester. Novamente foi bem-sucedido como homem de negócios.
Assim pôde também sustentar Marx, sua mulher e as duas filhas, enquanto o filósofo se dedicava
exclusivamente aos estudos. Ou melhor, talvez nem tanto, Afinal, Marx engravidou a empregada
de sua família. Para evitar o escândalo, Engels assumiu a paternidade da criança.
A teoria do valor

“A riqueza das sociedades onde rege a produção


capitalista configura-se em imensa acumulação de
mercadorias, e a mercadoria, isoladamente
considerada, é a forma elementar dessa riqueza”.
“A mercadoria é, antes de mais nada, um objeto
externo, uma coisa que, por suas propriedades,
satisfaz necessidades humanas, seja qual for a
natureza, a origem delas, provenham do estômago
ou da fantasia. Não importa a maneira como a
coisa satisfaz a necessidade humana, se direta,
como meio de subsistência, objeto de consumo,
ou indiretamente, como meio de produção”.
Toda coisa útil pode ser considerada sob duplo
aspecto, segunda qualidade e quantidade: Como
valor-de-uso e valor-de-troca.
Como valor-de-uso revela-se pela utilidade
determinada pelas propriedades
materialmente inerentes à mercadoria e só
existe através dela.
Como valor de troca, revela-se, de início na
relação quantitativa entre valores-de-uso de
espécies diferentes, nas proporções em que
se trocam. Essa relação muda no tempo e
no espaço.
Qualquer mercadoria se troca por outra, nas
diversas proporções. Logo:
1) os valores-de-troca vigentes da mesma
mercadoria expressam, todos, um significado
igual;
2) o valor-de-troca só pode ser a maneira de
expressar-se, a forma de manifestação de uma
substância que dele se pode distinguir.
Trabalho humano concreto ou útil:
chamamos simplesmente de trabalho útil
aquele cuja utilidade se patenteia no valor-
de-uso do seu produto ou cujo produto é
um valor-de-uso. Sob esse ponto de vista
será considerado sempre associado a seu
efeito útil.
 No conjunto formado pelos valores-de-uso
diferentes ou pelas mercadorias materialmente
distintas, manifesta-se um conjunto
correspondente de trabalhos úteis diferentes – a
divisão social do trabalho.

 A divisão social do trabalho é, assim, condição


para que exista a produção de mercadorias,
embora, reciprocamente, a produção de
mercadorias não seja condição necessária para a
existência da divisão social do trabalho.
Trabalho humano abstrato ou
homogêneo: É uma objetividade
impalpável, ou seja, massa pura e simples
de trabalho humano em geral ou do
dispêndio de força de trabalho humano,
sem consideração pela forma como foi
despendida.
No processo de troca os produtos passam a
representar apenas a força de trabalho
humana, gasta em sua produção, o trabalho
humano que nele se corporificou. Assim,
como configuração dessa substância social
que lhes é comum, são valores, valores-
mercadorias
Todo trabalho é:

1. Dispêndio de força humana de trabalho,


no sentido fisiológico, e, nessa qualidade
de trabalho humano igual ou abstrato, cria
o valor das mercadorias;

2. Dispêndio de força humana de trabalho,


sob forma especial, para um determinado
fim, e, nessa qualidade de trabalho útil e
concreto, produz valores-de-uso.
 A grandeza do valor: é o tempo de trabalho
socialmente necessário para produzir-se um valor-
de-uso qualquer, nas condições de produção
socialmente normais, existentes, e com o grau
social médio de destreza e intensidade do trabalho.

 Como valores, as mercadorias são apenas


dimensões definidas do tempo de trabalho que
nelas se cristaliza.
 Para criar mercadoria, é mister não só produzir valor-de-
uso, mas produzi-lo para outros, dar origem a valor-de-
uso social.

 O produto, para se tornar mercadoria, tem de ser


transferido a quem vai servir como valor-de-uso por meio
da troca.

 Nenhuma coisa pode ser valor se não é objeto útil. Se não


é útil, tampouco será o trabalho nela contido, o qual não
conta como trabalho e, por isso, não cria nenhum, valor
As formas do valor
a) Forma simples, singular ou fortuita
20 metros de linho = 1 casaco
20 metros de linho valem 1 casaco

Os dois pólos da expressão do valor:


1) a forma relativa do valor: a mercadoria cujo
valor é expresso
2) a forma equivalente do valor: a mercadoria
através da qual se expressa o valor
b) Forma total ou extensiva do valor: o valor
de uma mercadoria é expresso em
inúmeros outros elementos do mundo das
mercadoria.
c) Forma geral do valor: imprime à
mercadoria eleita o caráter de equivalente
geral, ou seja a mercadoria equivalente
geral expressa o valor de todos os outros
elementos do mundo das mercadorias.
d) Forma dinheiro do valor: mercadoria
determinada, com cuja forma natural se
identifica socialmente a forma equivalente.

e) Forma preço: é a expressão simples e relativa do


valor de uma mercadoria, através de uma
mercadoria que já esteja exercendo a função de
mercadoria-dinheiro.
COMO O DINHEIRO SE

TRANSFORMA EM CAPITAL
1. A FÓRMULA GERAL DO CAPITAL

 A circulação das mercadorias é o ponto de


partida do capital;
 Todo capital novo, para começar, surge no
mercado de mercadorias.
 Dinheiro que é dinheiro se distingue do
dinheiro que é capital, através da
diferença na forma de circulação.
A forma Simples da circulação das mercadorias:

M - D - M

A forma da circulação do capital:

D - M - D
M - D - M

 O que ambas tem em comum? D - M - D

1. Ambos os circuitos se decompõem nas mesmas duas fases:


M–D (VENDA)
D-M (COMPRA)
2. Em cada uma das duas fases se defrontam os mesmos elementos
materiais, mercadoria e dinheiro e os mesmos personagens
econômicos, um comprador e um vendedor;
3. Cada um dos dois circuitos constitui a unidade das mesmas fases
antitéticas;
4. Em ambos os casos essa unidade é efetivada pela intervenção de três
contratantes: um que apenas vende, outros só compra e o
terceiro compra e vende alternadamente.
M - D - M

 O que as distingue? D - M - D

1. A sucessão inversa de ambas as fases opostas de circulação;


2. Na circulação da mercadoria o dinheiro é gasto de uma vez por todas, enquanto na
circulação do capital, o comprador gasta dinheiro para fazer dinheiro como
vendedor;
3. Na forma M - D - M a mesma peça de moeda muda de lugar duas vezes, enquanto
que em D - M - D quem muda de lugar duas vezes e a mesma mercado;
4. Na circulação simples das mercadorias, a dupla mudança de lugar da mesma peça
de dinheiro ocasiona sua transferência definitiva de uma mão para outra, já na
circulação D - M - D, a dupla mudança da mesma mercadoria ocasiona a volta do
dinheiro a seu ponto de partida;
5. Na circulação M - D - M, o dispêndio do dinheiro nada tem a ver com o seu
retorno. Em D - M - D, ao contrário, a volta do dinheiro é determinada pela
maneira como foi despendido;
6. Em M - D - M, o objetivo final é o valor-de-uso, enquanto que em D - M - D o
objetivo é o valor-de-troca.
 Comprar para vender, ou mais precisamente comprar para
vender mais caro é a forma particular do capital
mercantil D - M - D’;

 O Capital industrial também é dinheiro que se converte


em mais dinheiro, através de fatos que ocorrem fora da
esfera da circulação, entre a compra e a venda, não
ocorrendo nenhuma mudança na forma de movimento:
D-M...p...M’-D’;

 No capital que rende juro, o Capital Bancário, a


circulação D - M - D’ é abreviada pelo desaparecimento
do estágio intermediário: D - D’;
Portanto D - M - D’ é a forma
geral do capital conforme ele
aparece diretamente na circulação.
2. Compra e venda da Força de Trabalho
 D’- D = ΔD (mais-valia ou excedente)
 Para extrair valor do consumo de uma mercadoria, nosso possuidor de dinheiro deve
ter a felicidade de descobrir, dentro da esfera de circulação, no mercado, uma
mercadoria que possua a propriedade peculiar de ser fonte de valor: a capacidade
de trabalho ou a força de trabalho.
 Força de Trabalho: é o conjunto das faculdades físicas e mentais, existentes no
corpo e na personalidade viva de um ser humano, as quais ele põe em ação toda vez
que produz valor-de-uso de qualquer espécie.

 Para que a força de trabalho seja mercadoria é necessário algumas condições:


1) Enquanto for e por ser oferecida ou vendida como mercadoria no mercado pelo
próprio possuidor , pela pessoa da qual ela é a força de trabalho;
2) A continuidade dessa relação exige que a força de trabalho seja vendida por tempo
determinado;
3) O dono da força de trabalho não pode vender mercadoria em que encarne trabalho,
e é forçado a vender sua força de trabalho que só existe nele mesmo;
 Quem quiser vender mercadorias que não seja sua força de
trabalho, tem de possuir meios de produção;

 Para transformar dinheiro em capital, o possuidor de dinheiro


tem que encontrar o trabalhador livre no mercado de trabalho.

 Como se determina o valor da força de trabalho? Pelo


tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção e, por
conseqüência, à sua reprodução;
PROCESSO DE TRABALHO

PROCESSO DE VALORIZAÇÃO
I. O Processo de trabalho
 A utilização da força de trabalho é o próprio trabalho. A realização do que
antes era apenas potencialmente capacidade de trabalho em valor-de-uso,
sob o controle do capitalista.
 É muito importante não esquecer que a produção do valor-de-uso pode ser
realizada independentemente do capitalista. Faz parte da natureza do
homem, pois o processo de trabalho é o processo de produzir as
satisfações.

 Trabalho: é um processo em que participam o homem e a natureza,


processo em que o ser humano com sua própria ação, impulsiona, regula e
controla seu intercâmbio material com a natureza.
1. Elementos componentes do processo de trabalho:

a) O objeto de trabalho: a matéria a que se aplica o trabalho.Todas as


coisas que o trabalho apenas separa de sua conexão imediata com seu
meio natural são objetos de trabalho fornecidos pela natureza.

b) Matéria-prima: é todo o objeto de trabalho filtrado através de


trabalho anterior.

c) Os meios de trabalho: é uma coisa ou um complexo de coisas que o


trabalhador insere entre si mesmo e o objeto de trabalho e lhe serve
para dirigir sua atividade sobre esse objeto.

d) O próprio trabalho.
2. Material acessório: é todo material consumido pelo meio de trabalho ou
adicionado à matéria-prima para modificá-la materialmente, ou ainda para
facilitar a execução do próprio trabalho.
• O mesmo produto pode servir de matéria-prima de processos de trabalho
muito diversos.
• O mesmo produto pode no processo de trabalho servir de meio de trabalho
e de matéria-prima.
• Um produto que existe em forma final para consumo pode tornar-se
matéria-prima.
• Um valor-de-uso pode ser considerado matéria-prima, meio de trabalho ou
produto, dependendo inteiramente da sua função no processo de trabalho,
da posição que nele ocupa, variando com essa posição a natureza do valor-
de-uso.
• O processo de trabalho é um processo de consumo produtivo cujo
resultado é um produto distinto do consumidor, por consumir os meios
através dos quais funciona a força de trabalho posta em ação.
• Consumo individual: é o processo que gasta os produtos como meios
de vida do indivíduo e tem como produto o próprio consumidor.

• O processo de trabalho, quando ocorre como processo de consumo da


força de trabalho pelo capitalista, apresenta dois fenômenos
características:
1. O trabalhador trabalha sob o controle do capitalista, a quem
pertence seu trabalho;
2. O produto é propriedade do capitalista, não do produtor imediato,
o trabalhador.

• Concluindo: “O processo de trabalho é um processo que ocorre entre


coisas que o capitalista comprou, entre coisas que lhe pertencem. O
produto desse processo pertence-lhe do mesmo modo que o produto do
processo de fermentação em sua adega”
2. O processo de valorização
•O capitalista objetiva produzir mercadoria e não apenas o valo-de-uso.
•Como a mercadoria é a unidade de valor-de-uso e valor o processo de
produzi-la tem de ser um processo de trabalho e, ao mesmo tempo, um
processo de produzir valor.
•Para 10Kg de fio:
10Kg de algodão....................R$ 10,00
Fusos......................................R$ 2,00
sub-total R$ 12,00................24 horas
Força de trabalho....................R$ 3,00................ 6 horas
total R$ 15,00................30 horas

•Para 20 Kg de fio
20Kg de algodão.....................R$ 20,00.........R$ 20,00
Fusos.......................................R$ 4,00 ........R$ 4,00
sub-total R$ 24,00 R$ 24,00
Força de trabalho....................R$ 3,00..........R$ 6,00
total R$ 27,00..........R$ 30,00 54 horas.....60 horas
MAIS-VALIA ABSOLUTA
E
MAIS-VALIA RELATIVA
1. Capital Constante e Capital Variável
• Capital Constante: é a parte do capital que se converte em meios
de produção, isto é, em matéria-prima, materiais acessórios e
meios de trabalho e que, portanto, não muda a magnitude do seu
valor no processo de produção.

• Capital Variável: é a parte do capital convertida em força de


trabalho e que por isso muda de valor no processo de produção.
Ou seja, reproduz o próprio equivalente e, além disso,
proporciona um excedente, a mais-valia.

C=c+v onde C = Capital adiantado


c = Capital constante
v = Capital variável
2. A taxa da mais valia

w = (c + v) + m onde m = mais-valia
(magnitude absoluta da mais valia criada)

m/v = m’ - taxa de mais-valia = magnitude


relativa da mais-valia criada
• Tempo de trabalho necessário: é a parte do dia de trabalho na qual é gerado o valor
diário da força de trabalho
• Trabalho necessário: o trabalho despendido durante o tempo de trabalho necessário.

• Tempo de trabalho excedente: é a parte do dia de trabalho em que o trabalhador


opera além dos limites do trabalho necessário, que embora constitua trabalho,
dispêndio de força de trabalho, não representa nenhum valor para o trabalhador.
Trabalho excedente: o trabalho realizado durante o tempo de trabalho excedente.

• Portanto: m/v = trabalho excedente/trabalho necessário

• A taxa de mais-valia é, por isso, a expressão precisa do grau de


exploração da força de trabalho pelo capital ou do trabalhador
pelo capitalista.
3. A Jornada de Trabalho: é o período pelo qual o trabalhador alienou sua força de
trabalho.

Jornada I Jornada II jornada III


A......B.C A......B...C A.......B......C

• A Jornada de trabalho não é uma grandeza constante, mas variável.


• A parte constante é determinada pelo tempo de trabalho necessário
• A parte variável é determinada pelo tempo de trabalho excedente
• A jornada de trabalho é portanto determinável, mas, considerada em si mesma, é
indeterminada.
• Limites da Jornada de trabalho:
1) Mínimo que é indeterminado
2) Máximo que é determinado duplamente por um limite físico e por um limite
moral.
 A mais-valia absoluta: é a extraída pelo
prolongamento da jornada de trabalho.

 A mais-valia relativa: é a produzida pela


contração do tempo de trabalho necessário
e da correspondente alteração na relação
quantitativa entre ambas as partes
componentes da jornada de trabalho.
•A produtividade é o principal fator determinante da mais-
valia relativa.

•“Para diminuir o valor da força de trabalho, tem o aumento


da produtividade atingir ramos industriais cujos produtos
determinam o valor da força de trabalho...”

•O valor da mercadoria varia na razão inversa da


produtividade, mas a mais-valia relativa varia na razão direta
da produtividade do trabalho.

•O valor absoluto da mercadoria não interessa, por si mesmo,


ao capitalista que a produz. Só lhe interessa a mais-valia nela
inserida e realizável através da venda.
 4. Taxa e Massa da Mais-Valia

M = (m/v) x V

M = f x (t’/t) x n

 Não é qualquer quantidade arbitrária de dinheiro ou de valor que se


pode transformar em capital.

 O montante mínimo de valor de que tem que dispor um possuidor de


dinheiro ou de mercadorias, para virar capitalista muda de acordo
com diferentes estágios da produção capitalista e, em determinado
estágio de desenvolvimento, difere nos diferentes ramos de produção,
segundo as condições técnicas de cada um.
FORMAS DE ORGANIZAÇÃO E CONTROLE DO
PROCESSO DE TRABALHO: TAYLORISMO E
FORDISMO.

Frederick W. Tylor. “The Principles of Scientific Management, 1911.

• Os manuais de engenharia de produção, de ergonomia e de


psicologia industrial, estão permeados da ideologia
taylorista, traduzida explicitamente pelos seus princípios ou
implicitamente pelos seus pressupostos.
 A administração tradicional: Funcionava com os mecanismos de iniciativa e
incentivo. O administrador deveria induzir o trabalhador a usar a atividade, o
melhor esforço, os conhecimentos tradicionais, a habilidade, a inteligência e a boa
vontade, ou seja, sua INICIATIVA no sentido de dar maior rendimento ao patrão. O
administrador deveria, para isso, fornecer um INCENTIVO, que poderia assumir
várias formas.

• Crítica à administração tradicional: A persuasão (incentivo) do operário só


poderia ter efeito quando se tivesse o controle do trabalho. Logo a administração
não poderia depender da iniciativa operária, mesmo porque os métodos de trabalho
ainda guardavam algumas tradições das corporações de ofício e, portanto, eram
obsoletas em face das necessidades econômicas de aumentar o excedente naquele
momento histórico.

 A Administração científica: é um marco no desenvolvimento das técnicas de


gestão e controle do trabalho. “A administração científica consiste
fundamentalmente em certos princípios gerais ou numa filosofia, aplicável de
muitos modos, mas a descrição do que algumas pessoas acreditam ser o melhor
meio de implantar esses princípios gerais não deve ser, absolutamente, confundida
com os princípios em si”.
• Os Princípios:
1) A interferência e disciplina do conhecimento operário sob o comando da
gerência.”À gerência é atribuída ... A função de reunir os conhecimentos
tradicionais que no passado possuíam os trabalhadores e então classificá-los,
tabulá-los, reduzi-los a normas, leis ou fórmulas, grandemente úteis ao operário
para execução do seu trabalho diário”. Estudos de tempos e movimentos para
identificar o tempo ótimo para realizar uma tarefa. Estava eliminada a iniciativa do
operário na escolha do melhor método.

2) Tratava da seleção e treinamento. Não se desejam qualidades profissionais, mas


habilidades pessoais específicas para atender à exigência do trabalho. A par da
seleção estava a necessidade de treinar o indivíduo, não em uma profissão, mas de
modo que executasse uma tarefa conforme a gerência indicasse.

3) O planejamento e o controle do trabalho. Para cada uma das funções da produção


deveria existir especialistas responsáveis (disciplina, reparação, métodos,
preparação do trabalho etc.). Surgimento dos departamentos de PCP, TeM, CQ, AI,
Ferramentaria etc. Surge a “Tarefa”ou a “Ordem de Produção” como elemento
central da programação do trabalho.
• FORD E A LINHA DE MONTAGEM

• Henry Ford (1863 – 1947)

• Somente em 1913, dez anos após a inauguração da Ford Motor


Company, que Ford aplicaria pela primeira vez, plenamente, os
princípios da linha de montagem, substituindo o sistema de
carretilhas aéreas, usado nos matadouros, pela esteira rolante,
que passou a ter um funcionamento ininterrupto, combinando
operações extremamente parceladas dos trabalhadores.
 Os princípios:

 Sempre que for possível, o trabalhador não dará um passo supérfluo;

 Não permitir, em caso algum, que ele se canse inutilmente, com movimentos à
direita ou à esquerda, sem proveito algum. As regras gerais que nos levaram a
consegui-los são as seguintes:

 Tanto os trabalhadores como as peças devem ser dispostos na ordem natural das
operações, de modo que toda peça ou aparelho percorra o menor caminho possível
durante a montagem;

 Empreguem-se planos inclinados ou aparelhos similares, de modo que o operário


sempre possa colocar no mesmo lugar as peças em que trabalhos, e sempre ao seu
alcance. Todas as vezes que for possível deve-se usar a gravitação como meio de
transporte, para chegar às mãos do operário próximo à peça em trabalho;

 Construa-se uma rede auxiliar para a montagem dos carros, pela qual, deslizando
as peças que devem ser ajustadas, cheguem ao ponto exato onde são necessárias.
O resultado prático destas normas é a economia das faculdades
mentais e a redução ao mínimo dos movimentos de cada operário
que, sendo possível, deve fazer sempre o mesmo movimento ao
executar a mesma operação.

•A simplificação e o parcelamento extremo do trabalho reduziu


as necessidades de todo o potencial humano para o trabalho.
Alargamento da oferta de trabalho.

•A linha de montagem tornou-se um notável instrumento de


intensificação do trabalho.
TRABALHO PRODUTIVO E TRABALHO
IMPRODUTIVO

• Trabalho Produtivo: é aquele que serve diretamente ao capital como instrumento


da sua auto-valoração, como meio para a produção da mais-valia.
• Considerando uma mercadoria de forma isolada o trabalho produtivo é aquele
que, numa parte alíquota desta, representa trabalho não pago.
• Considerando o produto total, trabalho produtivo é aquele que, numa parte
alíquota da massa total de mercadorias, representa simplesmente trabalho não
pago, ou seja um trabalho que nada custa ao capitalista.

• Trabalhador produtivo: aquele que executa um trabalho produtivo. Ou seja, só é


produtivo o operário cujo processo de trabalho seja igual ao processo de consumo
produtivo de capacidade de trabalho – pertencente ao depositário desse trabalho –
por parte do capital ou do capitalista.
• .
 Conseqüências:
 Com o desenvolvimento da subordinação real do trabalho
ao capital ou do modo de produção especificamente
capitalista não é o operário individual que se converte no
agente real do processo de trabalho no seu conjunto mas
sim uma capacidade de trabalho socialmente combinada.

 O trabalhador defronta-se com o capitalista, no mercado,


como vendedor de um trabalho vivo, não de uma
mercadoria. É UM TRABALHADOR ASSALARIADO
• Todo trabalhador produtivo é um assalariado mas nem todo
assalariado é um trabalhador produtivo.

• Assim, mesmo um trabalho de idêntico conteúdo pode ser


produtivo ou improdutivo.

• Fontes das definições de trabalho produtivo e de trabalho


improdutivo em função do seu conteúdo material:
1) A concepção fetichista, que é peculiar do modo de
produção capitalista.
2) Se se considerar o processo de trabalho enquanto tal, é
produtivo o trabalho que desemboca num produto.
3) O estabelecimento da diferença entre o trabalho que se
manifesta em artigos reprodutivos e o que se manifesta em
meros artigos sumptuários.
A TEORIA MARXISTA DA REPRODUÇÃO DO CAPITAL

I. Pressupostos básicos
1) Que o capital realiza normalmente seu processo de
circulação;
2) Que o capitalista que produz a mercadoria vende-a pelo seu
valor;
3) Que o produtor capitalista é o proprietário de a mais-valia ou
o representante de todos s que participam com ele do butim.
4) Encaramos a acumulação, de início, de um ponto de vista
abstrato, como simples fase do processo imediato de
produção.
5) Que a acumulação, quando ocorre de fato, é porque o
capitalista conseguiu vender a mercadoria produzida e
reconverter o dinheiro recebido em capital.
 II. A Reprodução

 “Qualquer que seja a forma social do processo de produção


tem este de ser contínuo ou de percorrer, periódica e
ininterruptamente, as mesmas fases. ... Por isso, todo processo
social de produção encerrado em suas conexões constantes e
no fluxo contínuo de sua renovação, é ao mesmo tempo
processo de reprodução”.

 As condições da produção são simultaneamente as da


reprodução.

 No modo capitalista de produção, o processo de trabalho é


apenas um meio de criar valor; analogamente, a reprodução é
apenas um meio de reproduzir o valor antecipado como
capital, isto é como valor que se expande.
1. A reprodução Simples
Refere-se a um sistema capitalista que preserva
indefinidamente o mesmo volume e as mesmas
proporções entre as várias partes. É um sistema
que funciona ano após ano pelos mesmos canais e
sem modificações, mas nos permite compreender
a estrutura das relações existentes no sistema
como um todo, em sua forma mais clara e simples.
1.1 Pressupostos:
1) Os capitalistas devem substituir anualmente o capital desgastado ou consumido e
empregar toda a sua mais-valia em consumo;
2) Os trabalhadores devem gastar todo o salário, também, em consumo.

1.2 Hipótese: Não há acumulação ou desgaste do estoque de meios de produção.

1.3 O Esquema de Reprodução Mostra apenas que o valor


a) Setores econômicos: do capital constante
Setor I: onde os meios de produção são criados utilizado no ramo de bens
Setor II: onde os bens de consumo são produzidos de consumo deve ser igual
ao valor das mercadorias
b) Condição básicas da Reprodução
consumidas pelos
trabalhadores e
I: c1 + v1 + m1 = w1 capitalistas empenhados
II: c2 + v2 + m2 = w2 na criação de meios de
produção. Se essa
condição for satisfeita, a
c 1 + c 2 = c 1 + v 1 + m 1 → c 2 = v1 + m 1 escala de produção
v 1 + m 1 + v 2 + m 2 = c 2 + v 2 + m 2 → c 2 = v1 + m 1 permanece inalterada de
um ano para outro.
1.4 Produção e Renda
Produção dos meios de produção e produção dos bens de consumo → oferta total
social de mercadorias.
Renda: a renda do capitalista que deve ser empregada em meios de produção para que
ele mantenha sua posição como capitalista e no consumo (mais-valia); a renda do
trabalhador (salários). → Procura total de mercadorias.

1.5 Análise
Cada um dos dos itens do esquema de reprodução tem um caráter duplo pelo fato de
representar um elemento de procura e ao mesmo tempo em elemento de oferta:

c1: constitui parte do valor dos meios de produção e também constitui parte das
rendas dos capitalistas do setor I, derivada da venda dos meios de produção e
normalmente destinada a ser empregada em novos meios de produção. Assim c 1
representa tanto a oferta como a procura dos meios de produção. As trocas serão feitas
entre os capitalistas do setor I.

v1: é oferta dos meios de produção e, por ser salário dos trabalhadores do setor um, é
também procura de meios de consumo. Não há correspondência entre os elementos de
oferta e procura.
m1: é oferta dos meios de produção e renda dos capitalistas do setor I e por isso
é procura de meios de consumo. Não há correspondência entre os elementos da
oferta e da procura.

v1 + m1: oferta de meios de produção sem destino e demanda de meios de


consumo insatisfeita.

c2: oferta do bens de consumo e demanda de meios de produção. Não há


correspondência entre oferta e demanda. Demanda insatisfeita.

v2 e m2: oferta e meios de consumo e demanda de meios de consumo. As trocas


serão feitas entre os capitalistas do setor II.

C2: é demanda insatisfeita do setor II e v 1 + m1 demanda insatisfeita do setor I.


Ambos os setores pode estabelecer relações comerciais, desde que c 2 = v1 + m1

•O esquema de reprodução simples é em essência um recurso para colocar a


estrutura da oferta e procura da economia capitalista em termos de gêneros de
mercadorias produzidas e de funções dos recipientes de rendas.
 2. Reprodução Ampliada
 Como o capital nasce da mais-valia, Aplicação
de mais-valia como capital ou conversão de
mais-valia em capital é o que se chama de
acumulação de capital.
 Para acumular, é necessário transformar parte
do produto excedente em capital. A mais-valia
só pode ser transformada em capital porque o
produto excedente, do qual ela é o valor, já
contém os elementos materiais de um novo
capital.
2.1 Pressupostos:
1) Os capitalistas devem substituir anualmente o capital desgastado e gastar a mais-
valia em novos meios de produção e meios de consumo;
2) Os trabalhadores devem gastar todo o salário, também, em consumo.

2.2 Hipótese: Há acumulação ou desgaste do estoque de meios de produção.

2.3 O Esquema de Reprodução


a) Setores econômicos:
Setor I: onde os meios de produção são criados
Setor II: onde os bens de consumo são produzidos
b) Condição básicas da Reprodução

I: c1 + v1 + m1 = w1
II: c2 + v2 + m2 = w2

c1 + c2 + m1c + m2c = c1 + v1 + m1c + m1v + m1

c2 + m2c = v1 + m1v + m1
A LEI GERAL DA ACUMULAÇÃO CAPITALISTA
•Examinar a influência que o aumento do capital tem sobre a sorte da classe
trabalhadora.
•Fatores mais importantes: A composição do capital e as modificações que
experimenta no curso do processo de acumulação.
• A composição do capital
a) Do ponto de vista da matéria que funciona no processo de produção
(Composição técnica do capital): é determinada pela relação entre a massa dos meios
de produção empregados e a quantidade de trabalho necessária para eles serem
empregados.
b) Do ponto de vista do valor (Composição segundo o valor ou composição
orgânica do capital):é determinada pela proporção em que o capital se divide em
constante, o valor dos meios de produção, e variável, o valor da força de trabalho, a
soma global dos salários. Ou seja, é a medida da relação entre o capital constante e
capital variável no capital total usado na produção. Em linguagem não-técnica, a
composição orgânica do capital é uma medida da proporção na qual o trabalho é
equipado com materiais, instrumentos e maquinaria no processo produtivo

q=c/(c+v)
•A taxa de lucro: a razão entre a mais-valia e o investimento total de capital. É a razão
crucial para o capitalista.
p=m/(c+v)
•Observações sobre a razão que determina a taxa de lucro:
1. Ao identificar diretamente a mais-valia como lucro, estamos supondo que nenhuma
parte dela terá de ser paga como outra forma de renda.
2. A fórmula mostra a taxa de lucro sobre o capital realmente usado na produção de
determinada mercadoria.
•Os fatores determinantes da taxa de lucro são idênticos aos fatores determinantes da mais-
valia (índice dos salários, produtividade do trabalho, etc.)
•A taxa de lucro é uma função da taxa de mais-valia e da composição orgânica do capital:

p = m/(c+v) = mv/v(c+v) = (mc+mv-mc)/v(c+v) = [m(c+v)-mc]/v(c+v)


= {[m(c+v)]/[v(c+v)]}-{mc/[v(c+v)]} = (m/v)-(m/v) x [c/(c+v)] = m’-m’xq = m’(1-q)

p=m’(1-q)
•Apesar de que a taxa de lucro seja a variável crucial do ponto de vista do comportamento
do capitalista, para a análise teórica ela deve ser considera como dependente de variáveis
primárias, a taxa de mais-valia e composição orgânica do capital.
1. Aumento da acumulação com a composição orgânica do capital constante:
•Acréscimo do capital implica acréscimo de sua parte variável. Se a COC não for alterada
haverá um aumento na demanda por trabalho e do fundo de salários na mesma proporção do
capital, e tanto mais rapidamente quanto mais rápido for o crescimento do capital.
•A força de trabalho tem de incorporar-se continuamente ao capital como meio de expandi-
lo, não pode livrar-se dele. Acumular capital é portanto aumentar o proletariado.
•A elevação do preço do trabalho não liberta o trabalhador de sua condição de submissão ao
capital, significando apenas redução quantitativa do trabalho gratuito que o trabalhador tem
que realizar.
•Ou o preço do trabalho continua a elevar-se por não perturbar a acumulação ou a
acumulação retarda-se devido a elevação do preço do trabalho.
•Não é a diminuição no crescimento absoluto ou proporcional da força de trabalho ou da
população trabalhadora, que torna o capital supérfluo, mas, ao contrário, é o aumento do
capital que torna insuficiente a força de trabalho explorável.
•Não é o aumento que ocorre no crescimento absoluto ou proporcional da força de trabalho
ou da população trabalhadora que torna o capital insuficiente, mas, ao contrário, é a
diminuição do capital que torna superabundante a força de trabalho explorável ou excessivo
o seu preço.
•A magnitude da acumulação é a variável independente, o montante dos salários, a variável
dependente, não sendo verdadeira a afirmação oposta.
2. Decréscimo relativo da parte variável do capital com o progresso da acumulação e
da concentração que a acompanha.
•Dados os fundamentos gerais do sistema capitalista, chega-se sempre, no curso da
acumulação, a um ponto em que o desenvolvimento da produtividade do trabalho social se
torna a mais poderosa alavanca da acumulação.
•O grau da produtividade do trabalho, numa determinada sociedade, se expressa pelo
volume relativo dos meios de produção que um trabalhador, num tempo dado, transforma
em produto, com o mesmo dispêndio de força de trabalho.
•Com o aumento da produtividade aumenta a massa dos meios de produção
transformados, ou seja a grandeza crescente dos meios de produção, em relação a força de
trabalho (mudança na composição técnica), expressa a produtividade crescente do
trabalho.
•Incremento condição: é o incremento dos meios de trabalho
•Incremento conseqüência: é o incremento dos objetos de trabalho.
•Essa mudança na composição técnica do capital, reflete-se na composição orgânica do
capital, com o aumento da parte constante às custas da parte variável.
•Qualificações:
1. O aumento da diferença entre capital constante e variável é menor do que o aumento da
diferença entre a massa dos meios de produção e a massa da força de trabalho. O aumento
da composição orgânica é menor do que o aumento da composição técnica.
2. Se o progresso da acumulação reduz a magnitude relativa da parte variável do capital,
não exclui, com isso, o aumento de sua magnitude absoluta.
•Condição preliminar do Modo de Produção Capitalista: certa acumulação de capital em
mãos de produtores particulares de mercadorias.
•Se certo grau de acumulação do capital se revela condição do modo de produção
capitalista, quando este reage causa acumulação acelerado do capital.
•Cada acumulação se torna meio da nova acumulação.
•Acumulação: ampliação da massa de riqueza que funciona como capital.
•Concentração: concentração da riqueza nas mãos de capitalistas individuais.
•Com a acumulação:
1. Cresce a concentração, que é limitada pelo crescimento da riqueza social.
2. Cresce o número de capitalistas, que confrontam-se como produtores de mercadorias,
independentes e concorrentes.
•Essa dispersão do capital social em muitos capitais individuais ou a repulsão entre os
fragmentos é contrariada pela força de atração existente entre eles. A força do processo de
Centralização.
•Centralização: Alteração na repartição dos capitais que já existem e estão funcionando,
cujo limite é um único controle sobre todo o capital social.
•As alavancas da centralização:
1. A concorrência, cujo acirramento exige o rebaixamento dos preços, que por sua vez
impõe o aumento da produtividade, o aumento da escala mínima de produção e a
eliminação dos pequenos pelos grandes.
2. O crédito, que aparece como um auxiliar modesto da acumulação, mas se revela num
imenso mecanismo social da centralização dos capitais.
•A centralização se realiza:
1. Pela via compulsória da anexação, quando certos capitais se tornam centros de
gravitação tão poderosos que quebram a coesão individual de outros capitais, absorvendo
seus fragmentos;
2. Pela fusão de capitais já formados ou em formação, obtida por meio de processo mais
suave de constituição de sociedades anônimas.
•Aumentando e acelerando os efeitos da acumulação, a centralização amplia e acelera ao
mesmo tempo as transformações na composição técnica do capital, as quais aumentam a
parte constante às custas da parte variável, reduzindo assim a procura relativa de
trabalho.
•A redução relativa da parte variável do capital assume a aparência de um crescimento
absoluto da população trabalhadora.
•A acumulação capitalistas sempre produz uma população trabalhadora supérflua
relativamente, isto é, que ultrapassa as necessidades médias das expansão do capital,
tornando-se, desse modo, excedente.
•Lei da população peculiar ao modo de produção capitalista: a população
trabalhadora, ao produzir a acumulação do capital, produz, em proporções
crescentes, os meios que fazem dela, relativamente, uma população supérflua.
•Se uma população trabalhadora excedente é produto necessário da acumulação ou do
desenvolvimento da riqueza no sistema capitalista, ela se torna por sua vez a alavanca da
acumulação capitalista, e mesmo condição de existência do modo de produção
capitalista. Ela constitui um Exército Industrial de Reserva.
•E.I.R.: população excedente que pertence ao capital e que está a disposição para ser
utilizada independentemente do crescimento da população.
•Com a formação do EIR:
1. Um capital variável maior põe em movimento maior quantidade de trabalho sem
recrutar mais trabalhadores;
2. Um capital variável da mesma magnitude põe mais trabalho em ação, utilizando a
mesma quantidade de força de trabalho;
3. Os movimentos gerais dos salários se regulam exclusivamente pela expansão e
contração do EIR, correspondentes às mudanças periódicas do ciclo industrial.
•Formas de existência da superpopulação relativa:
1. Flutuante: são os trabalhadores que ora são repelidos, ora são atraídos em quantidade
maior, de modo que, no seu conjunto, aumente o número dos empregados, embora em
proporção que decresce com o aumento da escala de produção.
2. Latente: é parte da população rural que encontra-se sempre na iminência de transferir-
se para as fileiras do proletariado urbano ou da manufatura e na espreita de circunstância
favoráveis a essa transferência.
3. Estagnada: Parte do exército de trabalhadores em ação, mas com ocupação totalmente
irregular.
•Categorias do proletariado:
1. Os aptos para o trabalho;
2. Os órfãos e filhos de indigentes
3. Os degradados, desmoralizados, incapazes de trabalhar
•A Lei geral, absoluta, da acumulação capitalista: A
magnitude relativa do EIR cresce, portanto, com as potências
da riqueza mas, quanto maior esse exército de reserva em
relação ao exército ativo, tanto maior a massa da
superpopulação consolidada, cuja miséria está na razão inversa
do suplício de seu trabalho. E ainda, quanto maior essa camada
de lázaros da classe trabalhadora e o exército industrial de
reserva, tanto maior, usando-se a terminologia oficial, o
pauperismo.

•Outra versão da Lei: quanto maior a produtividade do trabalho,


tanto mais precária, portanto, sua condição de existência, a
saber, a venda da própria força para aumentar a riqueza alheia
ou a expansão do capital
TEORIA DAS CRISES

1. A natureza da crise capitalista

•A atenção do capitalista está focalizada na mais-valia; ele está interessado em


fazer que esta seja a maior possível.

•O êxito ou o fracasso não é julgado pelo tamanho absoluto da mais-valia, mas


pelo seu tamanho em relação à grandeza do capital original, ou seja, pela relação
m/c+v (taxa de lucro).

•O capitalista está interessado em elevar ao máximo a taxa de lucro, que esse é o


objetivo imediato que tem em vista ao empregar seu capital na produção.

•Se algo acontecer à mais-valia, o capitalista reconsiderará imediatamente a


possibilidade de lançar seu dinheiro em circulação. Senão vejamos:
 1) Quando a mais-valia desaparecer ou se tornar negativa: o incentivo
ao capitalista desaparece, este retirará seu capital, a circulação se
contrairá e a crise, seguida da superprodução, terá início.

 2) Quando a mais-valia cai, embora a taxa de lucro permaneça


positiva: a motivação do capitalista não desaparecerá totalmente, mas
haverá razão para esperar que em certos estágios os capitalistas
possam reduzir suas operações o suficiente para provocar uma crise.
A taxa de lucro usual não precisa ser uma cifra definida, basta que
seja uma escala definida.

 Portanto, não é preciso que a taxa de lucro deva desaparecer ou torne-


se negativa, para produzir uma crise. É necessário apenas induzir os
capitalistas a começar a reter seu capital em forma de dinheiro, à
espera da volta de condições mais favoráveis.

 A forma específica da crise capitalista é uma interrupção do processo


de circulação, provocada por um declínio da taxa de lucro abaixo de
seu nível usual.
2. Tipos de Crises

I) Crises ligadas à tendência decrescente da taxa de lucro


• O processo de acumulação encerra em si uma tendência de declínio na taxa de lucro.
Se essa tendência não for contida de forma contínua e gradualmente, o desfecho será a
crise.
• Satisfação plena da lei do valor.
• Crise provocada pela elevação dos salários, que possa levar à redução do lucro e à
redução da taxa de lucro.

II) Crises de realização


• Se as mercadorias não são vendidas pelos seus respectivos valores, independente dos
motivos, surge, então, outra possível fonte de decréscimo do lucro, pois estará havendo
uma dificuldade para a realização do valor já corporificado nas mercadorias prontas
para a venda. A crise resultante é de realização
• Nesse caso, o declínio do lucro já é um sintoma de desequilíbrio, intensificado pala
crise iminente.

 Tipos da crise de realização:

 1) Crises provocadas pela Desproporção


 Este tipo de crise decorre de um conhecimento incompleto, por parte
dos capitalistas, dos mercados em que atuam, resultando que ora muito
pouco, ora demais é produzido, o que se reflete nos preços de venda,
ora superiores, ora inferiores aos valores.
 Este fato, sem que as condições sejam modificadas, poderia ser
resolvido pelas tendências que levariam à conformidade dos preços.
 Na prática, porém, as condições se modificam, de forma que a
conformidade dos preços de venda com valores é, na melhor das
hipóteses, aproximada e temporária.
 A desproporção entre os vários ramos da produção é o vetor principal
desse tipo de crise, o que, por sua vez, tem raízes no caráter anárquico
da produção capitalista.
2) A Crise provocada pelo subconsumo (Teoria do Subconsumo)

2.1) Objetivo: Demonstrar que o capitalismo tem uma tendência inerente de expandir a
capacidade de produzir bens de consumo mais rapidamente do que a procura desses
bens. Em outras palavras, há uma tendência a utilizar os recursos de tal modo que
deforma a relação entre a oferta potencial e a procura potencial de bens de consumo.

2.2) Formas de manifestação da tendência:

i) Quando a capacidade se expande realmente e a dificuldade só se torna aparente


quando um aumento no volume de bens de consumo começa a chegar ao mercado.
Haverá, então, um ponto além do qual a oferta excede a procura em preços
normalmente lucrativos, e ultrapassa-se o ponto em que a produção de bens de
consumo, ou produção de capacidade adicional, ou mais provavelmente ambos, serão
reduzidos. Nesse caso, então, a tendência em questão manifesta numa crise.

ii) Quando há recursos produtivos ociosos que não são utilizados para produzir
capacidade adicional, porque se compreende que essa capacidade seria redundante, em
relação à procura de mercadorias que pudesse produzir. Nesse caso, a tendência não se
manifesta numa crise, mas numa estagnação da produção.
 2.3) Hipótese
 Se todos os recursos são sempre igualmente
utilizados, na ausência de forças
contrabalançadoras, isso leva a uma
contradição que só pode ser resolvida por
uma violação da suposição original, que por
sua vez significa, na prática, crise e
estagnação.
2.4) Supostos
i) Que os trabalhadores consomem todos os salários;

ii) Que a mais-valia, em poder dos capitalistas, pode ser dividida em quatro partes: a
primeira, que mantém seu consumo no nível anterior; a segunda, que aumenta se
consumo; a terceira, que é acumulada e serve para empregar novos trabalhadores; e a
quarta, que é acumulada e contribui para o estoque de capital constante:
m = mcs+macs+mav+mac
mav+mac = acumulação
mac = investimento
* A acumulação é em parte consumida pelos trabalhadores e em parte investida em
novos meios de produção.

iii)Que os capitalistas extraem tanto lucro quanto possível, o que compreende um


aperfeiçoamento constante dos métodos de produção, principalmente pela utilização de
mais e mais máquinas e material por trabalhador.

iv) Que os capitalistas acumulam a maior parte possível dos lucros, o que implica na
acumulação de proporções cada vez maiores de um lucro crescente.
 2.5) Formalização
 i) Pela ótica do crescimento do consumo (demanda)
 * Pelo suposto (ii) a acumulação aumenta com o
crescimento da mais-valia e os investimentos crescem com
a acumulação.
 * O consumo aumenta porque os capitalistas aumentam
seu próprio consumo e investem parte de sua acumulação
no aumento de salários. (aumento do consumo=
macs+mav)
 * Mas, como pelo pressuposto (iv) o incremento do
consumo do capitalista é uma proporção decrescente da
acumulação total. ou seja, como o crescimento do consumo
dos capitalista é menor do que o crescimento da
acumulação, implica que a razão entre a taxa de
crescimento do consumo e a taxa de crescimento dos
meios de produção e decrescente.

 0 < (a%demanda / a% mac) < 1


ii) Pela ótica do crescimento da produção de de bens de consumo (oferta)
* Considerando:
A) a existência de uma relação definida entre a massa de meios de produção e a
produção de bens de consumo (dada pela função de produção);
B) a existência de uma relação definida entre os investimentos e a produção de bens
de consumo;
C) rendimentos constantes de escala (a relação tecnicamente determinada entre o
estoque de meios de produção e a produção de bens de consumo permanece
constante).
* Partindo de uma situação de equilíbrio: a razão entre a taxa de crescimento da
produção de bens de consumo e a taxa de crescimento dos meios de produção
permanece constante.

0 < (a%oferta / a%investimentos) < 1


* Logo há uma tendência inerente para o crescimento da demanda por bens de
consumo atrasar-se em relação ao crescimento do oferta.

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