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ESTÁCIO

CURSO DE DIREITO
DIREITO
EMPRESARIAL I
2ª. AULA DIA
1902.2016
Conceito de comércio:

 Do latim comercium.
 Para Scaccia é o direito de mutuamente comprar e vender .
 No sentido econômico:
atividade humana, de caráter especulativo,
em circulação a riqueza produzida,
disponíveis bens e serviços.
No sentido jurídico:
é o complexo de operações efetuadas entre produtor e
consumidor, exercidas de forma habitual, visando o lucro, com
o propósito de realizar, promover ou facilitar a circulação de
produtos da natureza e da indústria.
Conceito de Direito Comercial:

 é o conjunto de normas jurídicas que


disciplinam as atividades das empresas e
dos empresários comerciais, bem como os
atos considerados comerciais, ainda que não
diretamente relacionados às atividades das
empresas.
AUTONOMIA

Assegurada pela Constituição Federal, no art.


22, I, que ao tratar da competência privativa da
União em legislar sobre diversas matérias,
explicitou dentre elas distintamente o Direito
Civil e o Direito Comercial, que atualmente é
melhor chamado de Direito Empresarial, pois a
preocupação da disciplina também se refere à
prestação de serviços.
Autonomia

 O Direito Empresarial possui um conjunto


sistematizado de princípios e normas que lhe
dão identidade, bem como institutos
exclusivos como a recuperação de empresas
e a falência, o que faz com que se diferencie
de outros ramos do direito.
Fontes

Formais (primárias ou principais)


 Constituição da República Federativa do
Brasil; Leis Comerciais – CC, Lei
10.406/2002, arts. 966 a 1195; Lei 6404/76 –
S A; Lei 11.101/2005 – Falência e
Recuperação Judicial e Extra-judicial;
Fontes formais

Lei 9179/96 – Propriedade Industrial; Lei


5474/68 – Lei das Duplicatas; Código
Comercial – Lei 556/1850, que trata do
Comércio Maritímo e que não foi revogada
pelo CC.; Tratados e Convenções
Internacionais (Lei Uniforme de Genebra).
Fontes secundárias

Compõem-se de: Leis civis – fonte direta no


caso de obrigações, considerando a unificação
do CC 2002; Usos e costumes – podem
ser: Secundum legem: previstos em lei; Praeter
legem – na omissão da lei; e Contra legem:
contra lei (cheque pós-datado).
Fontes secundárias:

No que tange a costumes locais,


exemplo: art. 111 do CC., tem-
se: Analogia; Costumes;
Princípio Gerais do Direito; e a
Jurisprudência.
RELACIONAMENTO DO DIREITO EMPRESARIAL COM OS
OUTROS RAMOS DO DIREITO PÚBLICO OU PRIVADO

Embora seja um ramo autônomo do direito


privado, mantém íntimas relações com outras
áreas do direito. As principais são:
 Direito Civil – direito obrigacional único para
os dois ramos do direito privado. São
inúmeras as relações, a começar do atual
compartilhamento do CC, que reservou
dispositivos dedicados à matéria comercial,
seja sobre títulos de crédito, empresa,
empresário, registro de empresa, etc.
Posição enciclopédica

 b) Direito Público: relaciona-se


especialmente na parte relativa à sociedade
anônima, aos transportes marítimos,
aeronáuticos e terrestres.
Posição enciclopédica

 c) Direito Tributário – influência marcante


nos lançamentos da contabilidade mercantil
e seus efeitos quanto à incidência dos
tributos e à circulação de mercadorias. A
responsabilização dos sócios-gerentes por
obrigações da sociedade de natureza
tributária, à exegese do art. 135, III, CTN, ou
mesmo da imposição de algumas espécies
de livros fiscais aos empresários.
 d) Direito do Trabalho – relações entre os
empregados e os empregadores, que são os
empresários individuais e coletivos. Basta
vermos as causas trabalhistas sendo
decididas no âmbito da Justiça do Trabalho
para, em seguida, habilitarem-se no Quadro
Geral de Credores admitidos na falência.
Também os débitos de natureza trabalhista
sendo cobrados dos sócios das sociedades
anônimas ou limitadas.
 e) Direito Econômico: envolve as atividades
comerciais ao limitar o preço de
mercadorias, proibir a comercialização de
certos produtos importados, enfim, ao
interferir na vontade das partes.
 f) Direito Penal e Processual: aproxima-se
desses ramos do direito, particularmanete no
que se refere aos crimes falimentares e
concorrência desleal.
 g) Direito Internacional – o Brasil é seguidor
de convenções internacionais que tratam de
títulos de crédito e propriedade industrial,
dentre outros. Para inserção das normas em
nosso Ordenamento Jurídico, utilizam-se
procedimentos afeitos ao Direito
Internacional.
Histórico:

 A teoria dos Atos de Comércio nasceu em 1808 na França pós revolução.


Essa teoria separava o direito dos nobres do direito dos burgueses, sendo que
o direito civil era voltado a aplicado aos nobres enquanto que o direito
comercial era aplicado aos burgueses.
Pode-se, desde já perceber a grande falha dessa teoria, pois não é possível
separar o direito por classes.
O legislador francês elencou os atos da comunidade burguesa, ou atos de
comércio:
·Ato do comércio.
·Ato da indústria.
·Ato de intermediação monetária (bancos)
·Ato de intermediação do risco (seguros).
Esses atos foram copiados pelo Código Comercial Brasileiro.
A doutrina discute se essa classificação de atos de comércio é numerus
clausus.
Há 4 hipóteses de se identificar a atividade
como não empresarial.

 Qualquer um que não se adeque aos requisitos do artigo 966 do CC/02 não
será empresário.
Profissional Intelectual: Está previsto no parágrafo único do Artigo 966 do
CC/02. Não é empresário aquele que exerce profissão intelectual, de natureza
artística, científica ou literária, ainda que com o uso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício constituir elemento de empresa.
O profissional intelectual torna-se empresário quando ele perde sua
autonomia. Quando o cliente procura a instituição e não mais o profissional. No
momento em que o profissional deixa de ser a referência, a atividade é
empresarial. Nesse caso, a atividade vira a referência e o profissional,
elemento da empresa. (Ex:Grandes Hospitais)
Atividade rural: Para essas atividades, o registro é obrigatório, porém é
facultado ao produtor, fazê-lo no cartório de registro civil de pessoas naturais,
caso em que a atividade será civil ou fazê-lo na Junta Comercial, caso em que
a atividade será empresarial.
Conceito da Teoria da empresa

 Ao positivar a teoria da empresa, o novo


Código Civil passa a regular as relações
jurídicas decorrentes de atividade econômica
realizada entre pessoas de direito privado.
Evidentemente, várias leis específicas ainda
permanecem em vigor, mas o cerne do
direito civil e comercial passa a ser o novo
Código Civil.
O Código Civil e o Direito
Empresarial

 O novo Código Civil, na Parte Especial, trata


no Livro II Do Direito de Empresa. Esse Livro
II, por sua vez, está dividido em quatro
títulos: Título I - Do Empresário, Título II - Da
Sociedade, Título III - Do Estabelecimento,
Título IV - Dos Institutos Complementares.
O art. 966 define o que seja empresário:

 "Art.966. Considera-se
empresário quem exerce
profissionalmente atividade
econômica organizada para a
produção ou a circulação de
bens ou de serviços.
 Parágrafo único. Não se considera
empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária
ou artística, ainda com o concurso de
auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento
da empresa".
Profissionalismo:

 Para ser considerado empresário é


necessário o profissionalismo que pode ser
representado pela habitualidade,
pessoalidade e monopólio de informações.
A habitualidade

 é representada pela periodicidade.


A pessoalidade

 significa
que a atividade tem
que ser prestada pelo
empresário ou em nome dele.
monopólio de informações

 implica no conhecimento das


informações essenciais à prática da
atividade, tais como qualidade do
produto, condições de uso, matéria
prima utilizada, eventuais defeitos de
fabricação etc.
Exercício de atividade econômica:

 Para se caracterizar como


empresário, mister se faz que a
atividade prestada seja de cunho
econômico. Econômico aqui tem o
sentido de lucro. Na atividade
empresarial o lucro é o fim.
Organização:

 É a articulação, pelo empresário, do capital,


mão-de-obra, insumos e tecnologia, os 4
(quatro) fatores de produção.
O capital pode ser próprio ou alheio; a mão-
de-obra pode ser direta ou indireta; o insumo
é a matéria-prima utilizada pelo empresário e
tecnologia é o aprimoramento dos meios de
produção para atender à demanda.
 Há entendimentos na doutrina que os
quatro elementos, ou fatores de
produção são obrigatórios, e a falta de
um deles descaracteriza a atividade
empresarial. (Ex: Se o indivíduo não
contrata mão-de-obra ele não é
empresário).
Da Teoria da Empresa:

O Código Civil, o Direito brasi-


leiro adota a Teoria da Empresa,
que substitui a teoria dos atos de
comércio.
 Deixando de lado determinadas
atividades (as de mercancia) para
disciplinar uma forma específica de
produzir ou circular bens ou serviços: a
empresarial. Isto ocorre em razão da
evolução operada no comércio mundial,
notadamente com a difusão e aquisição
de importância da prestação de serviços.
Da teoria da empresa

 Para tanto foi criada a Teoria da Empresa,


que nasceu na Itália e desenvolveu-se para
corrigir falhas da teoria dos atos de
comércio, vindo, atualmente, a nortear a
legislação pátria. Considera-se empresa a
atividade econômica organizada. Sendo:
 - Objetiva – o estabelecimento – um conjunto
de bens corpóreos e incorpóreos reunidos
pelo empresário, para o desenvolvimento de
uma atividade econômica;
 - Subjetiva – o empresário – sujeito de
direitos que organiza o estabelecimento para
o desenvolvimento de uma atividade
econômica;
 Funcional – atividade econômica
desenvolvida por vontade do empresário por
meio do estabelecimento;
 - Corporativo – empresário + empregados e
colaboradores (recursos humanos utilizados
na execução da atividade econômica a que a
empresa se propõe).
 Abrange as atividades de comércio, indústria
e serviço. É facultativo para a atividade rural.
São excluídos: profissionais liberais
regulados por lei especial e profissionais
intelectuais de natureza científica, literária ou
artística.
 O atual sistema jurídico passou a adotar
uma nova divisão que não se apóia mais na
atividade desenvolvida pela empresa, isto é,
comércio ou serviços, mas no aspecto
econômico de sua atividade, ou seja,
fundamenta-se na teoria da empresa.
 Com a Teoria da Empresa dependendo da
existência ou não do aspecto econômico da
atividade, se uma pessoa desejar atuar
individualmente (sem a participação de um
ou mais sócios) em algum segmento
profissional, enquadrar-se-á como
empresário ou autônomo.
Caso prefira se reunir com uma ou mais
pessoas para, juntos, explorar alguma
atividade, deverão constituir uma sociedade
que poderá se tornar uma sociedade
empresária ou sociedade simples.
 O Código Civil de 2002, revogou
expressamente a primeira parte do Código
Comercial.
 PEDE-SE AOS ALUNOS QUE
CONSULTEM O Cccom lembrando que
ainda está vigendo.
 1 – Conceitue empresário à luz do Direito
Civil:

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