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Direito e Gestão Ambiental

Direito Ambiental aplicável ao sector


petrolífero
5 de Julho de 2019

1
Nélia Daniel Dias
Material complementar de estudo
2 a 8 de Julho 2019
Index

 1. Enquadramento legal da inspecção e


auditoria ambiental;
 2. Enquadramento legal da
desmobilização de operações petrolíferas
em Angola;
1. Enquadramento legal da inspecção e auditoria ambiental
;

 Regulamento sobre a Inspecção Ambiental (Decreto 1/10 de 13 de


Janeiro)

• Este Regulamento estatuiu o regime de auditoria ambiental para actividades prejudiciais


ao meio ambiente. Este Regulamento estabelece a realização de auditorias ambientais
obrigatórias para actividades públicas e privadas susceptíveis de causar danos
significativos ao meio ambiente;

• Previamente a este Decreto, tal preocupação já se espelhara na LBA (artigo 18º) e no


RPAAP (artigo 24º), mas nem estes diplomas nem o recente regime mencionam a
frequência com que estas auditorias devem ocorrer;

• Acresce a esta lacuna o facto de tão pouco se estabelecer qualquer frequência de


apresentação, por parte das companhias petrolíferas, de relatórios de monitorização das
suas actividades ao Ministério dos Petróleos (cfr. o artigo 76º do RPAAP) ― cuja
publicação o Decreto 1/10 impõe (artigo 10º/2) , com resultados práticos duvidosos, em
razão da fraca capacidade de compreensão deste tipo de informações pela grande
maioria da população angolana.
2. Enquadramento legal da desmobilização de operações petrolíferas em Angola;

 Regulamento sobre a protecção do ambiente no decurso das


actividades petrolíferas

• De acordo com o Regulamento, cada novo projeto deverá apresentar um plano


de abandono de instalações, bem como um plano de reabilitação, que descreva
as operações de desmantelamento e demonstre como se recuperará o local após
o abandono da actividade (o mesmo resulta da Lei das Actividades Petrolíferas).

 Lei das Actividades Petrolíferas

• Segundo a Lei, aquando da descoberta de um poço de petróleo passível de


exploração comercial, deve ser submetido, pela Concessionária Nacional, à
aprovação do Ministério dos Petróleos, um Plano Geral de Desenvolvimento e
Produção. Entre outras coisas, este plano deve incluir uma estimativa de custos
de abandono das instalações no fim da vida útil do campo petrolífero, bem como
uma previsão dos fundos necessários para a sua desactivação.
2. Enquadramento legal da desmobilização de operações petrolíferas em Angola;

 De acordo com o Artigo 26.º do Regulamento de Operações


Petrolíferas a decisão de abandonar as operações petrolíferas ou
não deverá basear-se num avaliação geral dos aspectos técnicos,
económicos, ambientais e de segurança que forem considerados
relevantes. Adicionalmente, essa decisão deve levar em conta a
possibilidade de reconversão desse mesmo projecto para
actividades como a agricultura, as pescas ou a indústria.
2. Enquadramento legal da desmobilização de operações petrolíferas em Angola;

 O Artigo 27.º do Regulamento das Operações Petrolíferas requer


que o plano que a Concessíonária Nacional e as suas Associadas
devem submeter, ao abrigo do Artigo 75 da Lei de Actividades
Petrolíferas, contenha o seguinte:

a) A possibilidade de se continuarem as operações;


b) O abandono das instalações; e
c) Uma avaliação de impacto ambiental e sócio-económico;
2. Enquadramento legal da desmobilização de operações petrolíferas em Angola;

 O plano de abandono de qualquer instalação deverá conter as


seguintes informações:

a) Breve descrição da “história” do campo;


b) A descrição das instalações incluindo localização, profundidade e tipo de
materiais utilizados na sua construção;
c) Registos de reservatório e produção;
d) Aspectos técnicos, económicos, ambientais e de segurança das operações
de abandono;
e) Impacto das operações na àrea envolvente;
f) Descrição do abandono e calendarização;
g) Inventório dos materiais quimicos existentes nas instalações e o plano para
a sua remoção;
h) Outros aspectos considerados relevantes;
2. Enquadramento legal da desmobilização de operações petrolíferas em Angola;

 O Plano de Abandono está sujeito a aprovação por parte do


Ministério dos Petróleos e nenhum abandono pode ser iniciado
sem a prévia autorização.

 O Artigo 27.º do Regulamento das Operações Petrolíferas refere


expressamente que o Ministério dos Petróleos é responsável por
emitir um regulamento relativo a aspectos técnicos que devem
ser seguidos aquando do abandono de um campo petrolífero.
2. Enquadramento legal da desmobilização de operações petrolíferas em Angola;

Decreto Presidencial n.º 91/18


Estabelece as regras e procedimentos das actividades de abandono e
poços e desmantelamento de instalações de petróleo e gás no território
nacional

 O Presidente da República aprovou as regras e os procedimentos aplicáveis às


actividades de abandono de poços e desmantelamento de instalações de
petróleo e gás em Angola (em terra e no mar), através do Decreto Presidencial
n.º 91/18, de 10 de Abril. O diploma inclui uma longa lista de directrizes
técnicas, que entrou em vigor na data da sua publicação e se aplica a todas as
concessões petrolíferas;

 Nos termos do Decreto, as actividades de abandono e desmantelamento estão


sujeitas, entre outros, aos princípios da reconstituição do ambiente e
recuperação paisagística, e de responsabilização dos Contratantes com a
Concessionária Nacional pelo financiamento das actividades de abandono e
desmantelamento;
2. Enquadramento legal da desmobilização de operações petrolíferas em Angola;

Decreto Presidencial n.º 91/18


Pontos principais:

1. Exclusão do desmantelamento de infraestruturas de downstream;

2. Obrigação das Entidades sob Contrato de prepararem planos de abandono provisórios e definitivos
e requisitos para a sua elaboração e aprovação;

3. Realização, por parte das autoridades, de inspecções e auditorias antes, durante e após as
actividades de abandono e desmantelamento;

4. Provisionamento, metodologia e estimativa de custos;

5. Directrizes técnicas;

6. Modelos de certificado de abandono e desmantelamento, e de certificado de entrega de poços e


instalações, e exoneração de responsabilidade; e

7. Termos e condições da conta de garantia.


2. Enquadramento legal da desmobilização de operações petrolíferas em Angola;

 O Operador tem a obrigação de não só providenciar a informação


adequada relativamente às razões técnicas e económicas que
justificam a decisão de abandonar um campo petrolífero mas
também de discutir as soluções ambientais e de segurança bem
como o impacto que as operações de abandono tem sobre as
populações e outros interesses.

 O que isto significa é que o Operador deverá fazer um Estudo de


Impacto Ambiental e adoptar as medidas que possam ser
necessárias para prevenir ou minimizar qualquer impacto
negativo que possa resutlar num dano ao ambiente no contexto
das operações de abandonio.
2. Enquadramento legal da desmobilização de operações petrolíferas em Angola;

 A implementação das medidas mencionadas está sujeita a


fiscalização por parte do Ministério e todas as falhas e
incumprimentos estão sujeitos a multas e outras penalidades.
Em especial, relativamente a danos ambientais, a Sonangol e as
suas Associadas são responsáveis por acidentes, poluição e/ou
contaminação que possa vir a ocorrer;

 O Regulamento de Protecção Ambiental menciona que o


abandono deve ser feito de acordo com a “normal prática da
indústria”. Porém, este conceito não está definido na Lei
Angolana.
Index

 1. Enquadramento Constitucional da protecção ambiental em Angola;

 2. Estrutura e hierarquia administrativa dos orgãos decisores;

 3. Modelo de protecção ambiental em Angola;

 4. Enquadramento legal aplicável ao inicio das operações petrolíferas


em Angola;
1. Enquadramento Constitucional da protecção
ambiental em Angola

Artigo 39.º

“1. Todos têm o direito de viver num ambiente sadio e não poluído, bem como o
dever de o defender e preservar.

2. O Estado adopta as medidas necessárias à protecção do ambiente e das


espécies da flora e da fauna em todo o território nacional (...)”

Artigo 16.º

“Os recursos naturais, sólidos, líquidos ou gasosos existentes no solo, subsolo, no


mar territorial, na zona económica exclusiva e na plataforma continental sob
jurisdição de Angola são propriedade do Estado, que determina as condições para a
sua concessão, pesquisa e exploração, nos termos da Constituição, da lei e do Direito
Internacional.”
2. Estrutura e hierarquia administrativa dos órgãos decisores
2. Estrutura e hierarquia administrativa dos órgãos decisores

O Ministério do Ambiente tem, para além das demais previstas na lei, as


seguintes atribuições:

1) No domínio das actividades em geral:

- Coordenar, elaborar e fiscalizar a execução de estratégias e políticas de


educação ambiental;

- Elaborar o quadro legal e normativo regulador da matéria do ambiente e


promover a realização de estudos de investigação científica neste domínio;

- Assegurar as actividades administrativas do sector do ambiente;

- Garantir a efectiva aplicação das leis e de outros instrumentos de política


do ambiente;

- Exercer a superintendência e tutela dos órgãos vocacionados para a


gestão da matéria do ambiente;
2. Estrutura e hierarquia administrativa dos órgãos decisores

- Desenvolver sistemas de monitorização ambiental e promover a


divulgação pública de informação sobre o estado do ambiente;

- Promover a participação dos cidadãos e das instituições na definição e


execução das políticas do ambiente;

- Criar condições que permitam que todos os sectores da vida nacional


promovam um desenvolvimento sustentável e respeitador da solidariedade
inter-geracional;

- Coordenar acções de recuperação dirigidas às áreas consideradas críticas


em termos ambientais, sobretudo da orla costeira, dos solos susceptíveis de
contaminação e dos desertos;

- Coordenar as acções nacionais de resposta aos problemas globais do


ambiente, nomeadamente através da aplicação de convenções e acordos
internacionais.
2. Estrutura e hierarquia administrativa dos órgãos decisores

2) No domínio do ambiente:

- Coordenar e dinamizar a elaboração de medidas de política de gestão da qualidade do


ambiente;

- Assegurar a aplicação dos instrumentos legais e a realização de objectivas, programas e


acções de controlo da poluição atmosférica e das águas visando a protecção da saúde pública,
do bem-estar das populações e dos ecossistemas;

- Assegurar, nos termos da lei, a fiscalização e o controlo permanente da produção e gestão de


resíduos;

- Estabelecer mecanismos de prevenção e controlo da contaminação das águas por elementos


industriais e domésticos;

- Assegurar a gestão do litoral e zonas ribeirinhas dos ecossistemas das águas continentais ou
fluviais de forma integrada e sustentada, e promover a implementação de acções e medidas
indispensáveis à sua requalificação e ordenamento, tendo em vista a salvaguarda e preservação
dos valores ambientais;

- Promover medidas necessárias para a garantia da segurança biológica, a fim de assegurar a


protecção do ambiente e da saúde humana.
2. Estrutura e hierarquia administrativa dos órgãos decisores

3) No domínio da biodiversidade:

- Elaborar e assegurar a execução de estratégias tendentes à protecção e


conservação da biodiversidade e integridade dos ecossistemas, com ênfase
para as espécies ameaçadas ou em via de extinção e áreas sensíveis;

- Promover acções de conservação da natureza e da protecção paisagística;

- Promover e incentivar a participação das populações locais na co-gestão


dos recursos naturais e seus ecossistemas;

- Propor a reclassificação e a criação de áreas de protecção ambiental de


âmbito nacional e regional, bem como promover a criação das mesmas a
nível local.
2. Estrutura e hierarquia administrativa dos órgãos decisores

4) No domínio das tecnologias ambientais:

- Promover e incentivar a utilização, em todos os sectores de actividade económica,


de tecnologias ambientais, de forma a reduzir a pressão sobre os recursos naturais e
preservar o bem-estar e saúde do homem;

- Desenvolver, incentivar e orientar programas de investigação científica no domínio


das tecnologias ambientais;

- Assegurar a fiscalização permanente das actividades que pela sua natureza ou


tecnologia interfiram directa ou indirectamente no ambiente;

- Garantir o cumprimento das normas nacionais e internacionais de utilização da


referida tecnologia;

- Difundir conhecimentos relativos ao respectivo domínio de actividades;

- Realizar acções de formação e sensibilização para as tecnologias ambientais,


destinadas aos consumidores e empresas.
2. Estrutura e hierarquia administrativa dos órgãos decisores

5) No domínio da prevenção e avaliação dos impactes:

- Promover a identificação, avaliação e prevenção dos impactes da


actividade humana sobre o ambiente;

- Participar na avaliação e gestão de riscos naturais e industriais;

- Realizar, orientar e efectuar avaliações e auditorias de impactes


ambientais;

- Garantir a prevenção e o controlo integrados da poluição provocada por


certas actividades, designadamente através do licenciamento ambiental;

- Participar na avaliação e gestão de riscos naturais e industriais.


2. Estrutura e hierarquia administrativa dos órgãos decisores

Ministério dos Petróleos tem a atribuição de


“Coordenar, supervisionar, fiscalizar e controlar as actividades no sector
dos petróleos”
3. Modelo de protecção ambiental em Angola

 Lei de Bases do Ambiente (Lei 5/98 de 19 de Junho)

• Define os conceitos e os princípios básicos da protecção, preservação e


conservação do ambiente, promoção da qualidade de vida e do uso racional dos
recursos naturais;

• É aplicável a todos os projectos de acções cujas actividades impliquem com os


interesses das comunidades, interfiram com o equilíbrio ecológico e utilizem
recursos naturais com prejuízo de terceiros, devem ser sujeitos a processos de
Avaliação de impacto Ambiental e Social, nos quais é obrigatória a prática de
Consultas Públicas;

• Impõe um seguro de responsabilidade civil sobre todas as pessoas singulares


ou colectivas, que exerçam actividades que envolvam riscos de degradação do
ambiente.
3. Modelo de protecção ambiental em Angola

 A Lei das Actividades Petrolíferas visa estabelecer as regras de acesso e


de exercício das operações petrolíferas nas áreas disponíveis da
superfície e submersas do território nacional, das águas interiores, do
mar territorial, da zona económica exclusiva e da plataforma
continental.

Artigo 7.º 
“As operações petrolíferas devem ser conduzidas de forma prudente e
tendo em devida conta a segurança das pessoas e instalações, bem como
a protecção do ambiente e a conservação da natureza”.
3. Modelo de protecção ambiental em Angola

Artigo 24.º
(Protecção ambiental)

“1. No exercício das suas actividades, as licenciadas, a Concessionária Nacional e


suas associadas devem tomar as precauções necessárias para a protecção
ambiental, com vista a garantir a sua preservação, nomeadamente no que
concerne à saúde, água, solo e subsolo, ar, preservação da biodiversidade, flora e
fauna, ecossistemas, paisagem, atmosfera e os valores culturais, arqueológicos e
estéticos (...)”

Artigo 73.º
(Gás Natural)

“1. É obrigatório o aproveitamento do gás natural produzido em qualquer jazigo


de petróleo sendo expressamente proibida a sua queima, excepto por um curto
período do tempo e quando necessário por motivo de ensaios ou por outras
3. Modelo de protecção ambiental em Angola

Regras e procedimentos dos concursos públicos no sector dos


petróleos (Decreto Presidencial 86/18, de 2 de Maio - RCPSP)

Artigo 5º/1 d) do RCPSP, onde se refere que qualquer empresa que


pretenda candidatar-se ao cargo de “Operadora” de um Bloco de Petróleo
deve

“apresentar informação sobre segurança, da protecção ao ambiente, da


prevenção de situações de poluição e do emprego, integração e formação
de pessoal angolano”.
4. Enquadramento legal aplicável ao inicio das operações petrolíferas em Angola

 Regime de Licenciamento Ambiental (Decreto 59/07 de 13 de


Julho)

Nos termos deste Regime, qualquer projecto que venha a utilizar os


recursos naturais do país e seja susceptível de causar impactos ambientais
significativos requer uma licença ambiental de instalação concedida pelo
Ministério do Ambiente;

Este regime impõe o licenciamento ambiental em caso de construção,


instalação, ampliação, modificação, operação e desactivação de projectos
que exijam uma AIA, ou sempre que os projectos sejam susceptíveis de ter
um impacto ambiental considerável.
4. Enquadramento legal aplicável ao inicio das operações petrolíferas em Angola

 Regime de Licenciamento Ambiental (Decreto 59/07 de 13 de


Julho)

O procedimento de licenciamento ambiental está dividido em duas fases, às quais correspondem


duas licenças, nomeadamente:

a) A licença de instalação, a qual visa autorizar a implementação/construção das


instalações necessárias, de acordo com as especificações descritas no projecto
aprovado pela entidade com autoridade de supervisão sobre essas mesmas
actividades. Esta licença, de acordo com o Decreto-Executivo Conjunto nº 140/13,
de 13 de Maio (Decreto que aprova a Base de Cálculo das Taxas Ambientais
aplicáveis aos Projectos da Indústria Petrolífera = DBCTAPIP), é concedida por um
período de três anos para actividades sísmicas, perfuração e construção; e

b) A licença de operação, a qual é emitida depois de todos os requisitos


estabelecidos na AIA terem sido cumpridos. De acordo com o DBCTAPIP, esta
licença é concedida por um período de cinco anos, sendo que a quantificação da
taxa aplicável segue os mesmos moldes do previsto para a licença de instalação.
4. Enquadramento legal aplicável ao inicio das operações petrolíferas em Angola

 Regulamento de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto


51/04, de 23 de Julho)

Nos termos do Regulamento, estão sujeitas a AIA as atividades que, em


virtude da sua natureza, dimensão ou localização, possam ter implicações
para o equilíbrio ambiental e social. As actividades petrolíferas estão,
necessariamente, sujeitas a licenciamento ambiental prévio;

 Prazo de 30 dias para as autoridades se pronunciarem sobre o AIA.


 Esta solução parece violar o principio geral do Indeferimento tácito contido
nas Normas sobre Procedimento e da Actividade Administrativa
4. Enquadramento legal aplicável ao inicio das operações petrolíferas em Angola

 AIA deve, de acordo com o artigo 6º do Regulamento sobre a protecção


do Ambiente no decurso das Actividades Petrolíferas (Decreto 39/00 de
10 de Outubro):
(i) identificar o estado do local (onde o projecto irá ser implementado) e as
modificações que o projecto provocará;
(ii) indicar ​impactos ambientais que se prevê possam vir a ser causados ​
pelo projecto, incluindo as consequências directas e indirectas
relativamente ao consumo de recursos naturais, desperdícios, remoção
e depósito de resíduos e derrames, entre outros;
(iii) descrever as medidas jurídicas, financeiras, económicas e práticas que
deverão ser tomadas para reduzir o impacto ambiental durante a
construção, operação e abandono do projecto; e
(iv) descrever quaisquer medidas a tomar com o fim de determinar e
documentar o impacto ambiental do projecto e a eficácia dos esforços
para os atenuar.
4. Enquadramento legal aplicável ao inicio das operações petrolíferas em Angola

 Segundo a Lei de Bases do Ambiente, a AIA deve conter, no mínimo: (a) Um


resumo não técnico do projecto; (b) Uma descrição das actividades a
desenvolver; (c) Uma descrição geral da situação ambiental do local de
implantação da actividade; (d) Um resumo das opiniões e críticas resultantes das
consultas públicas; (e) Uma descrição das possíveis mudanças ambientais e
sociais provocadas pelo projecto; (f) Indicação das medidas previstas para
eliminar ou minimizar os efeitos sociais e ambientais negativos; e (g) Indicação
dos sistemas previstos para o controlo e acompanhamento da actividade.

 Esta AIA deverá ter como base estudos de impacto ambiental, a realizar de
acordo com os termos de referência contidos no Decreto 92/12, de 1 de Março
(Termos de referência para elaboração de estudos de impacto ambiental).

 Existe uma certa desarticulação entre o Regulamento de Avaliação de Impacto


Ambiental e o Regulamento sobre a protecção do ambiente no decurso das
actividades petrolíferas. O primeiro prevê um prazo de 30 dias enquanto o
segundo estabelece um prazo de aprovação de 90 dias. Na nossa opinião, deve
ser seguido o prazo de 30 dias, uma vez que este decreto é posterior e versa
especificamente sobre o procedimento de avaliação de impacto ambiental .
4. Enquadramento legal aplicável ao inicio das operações petrolíferas em Angola

 Cumpre sublinhar que tanto o Regulamento sobre a protecção do ambiente no


decurso das actividades petrolíferas, como o Regulamento de Avaliação de
Impacto Ambiental prevêem que as AIA sejam submetidas a uma fase de consulta
pública ― concretizando assim um princípio afirmado na Lei de Bases do
Ambiente (cfr. o artigo 10º).

 Com vista a regulamentar este mesmo processo de consulta pública, foi publicado
o Decreto-Executivo nº 87/12 de 24 de Fevereiro (Regulamento de Consultas
Públicas dos Projectos Sujeitos à Avaliação de Impacto Ambiental = RCPPSAIA).
4. Enquadramento legal aplicável ao inicio das operações petrolíferas em Angola

 Regulamento sobre a protecção do ambiente no decurso das


actividades petrolíferas

Este regulamento impõe a elaboração de uma série de planos prévios, indispensáveis à


implementação de um projecto para exploração e produção de petróleo e gás:

 Apresentação e manutenção de um plano de prevenção de derrames, que terá sempre


de ser submetido a aprovação do Ministério dos Petróleos;

 Apresentação de planos de resposta autónomos para cenários de derramamento de


pequena, média e grandes dimensões. Estes planos devem detalhar os procedimentos
de notificação, o organigrama da estrutura de resposta;

 Apresentação de um plano de gestão, remoção e depósito de desperdícios, o qual


forneça estimativas sobre a quantidade de resíduos que serão gerados, sobre as
medidas que irão ser implementadas para reduzir a criação de resíduos, sobre as
medidas relativas a manuseio, tratamento e eliminação de resíduos, sobre os locais
onde os resíduos serão depositados, e ainda sobre a forma como esses locais serão
projectados, utilizados e fechados.
4. Enquadramento legal aplicável ao inicio das operações petrolíferas em Angola

 Regulamento sobre a protecção do ambiente no decurso das


operações petrolíferas

Apresentação e manutenção de um plano de gestão de descargas


operacionais, o qual inclua a estimativa das quantidades de descargas,
bem como a qualidade do tipo de descargas operacionais geradas pelo
projeto, as concentrações das descargas operacionais, os métodos que irão
ser utilizados para reduzir o impacto ambiental dessas mesmas descargas,
os pontos de descarga e os princípios e regras que irão ser utilizadas na
projecção, operação e encerramento das instalações.
5. Convidado especial HSE

 Gabriel dos Santos/ Margarida Boaventura


Obrigada!

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