Profa. Nara L. M.

Quintão
 EMBRIOLOGIA
“Embriologia é o estudo do embrião (3ª a 8ª semana, inclusive),
entretanto, o termo geralmente se refere ao desenvolvimento
pré-natal, ou seja, o estudo do embrião e do feto.”

IMPORTÂNCIA
“A embriologia tem importância
devido aos avanços que propicia ao
conhecimento dos primórdios da vida
humana e das mudanças que
ocorrem ao longo do
desenvolvimento até o nascer.”

“auxilia na compreensão das relações

normais das estruturas do corpo e
das causas de malformações
congênitas”
“Por que estudar embriologia?”
Razões para o aluno:
•Entender a anatomia humana;
•Inserção na genética humana,
patologia; sistemas de órgãos e
biologia reprodutiva e também
envelhecimento;
•Medicina: conectar a obstetrícia e a
pediatria...

•Discussão sobre temas polêmicos:

aborto / controle do nascimento /
criopreservação/ clonagem / FIV /
doação de gametas / células tronco e
mãe de aluguel

A embriologia humana apesar de

já ter avançado bastante não é uma
ciência estática, ainda há grandes
descobertas!
A visão dos antigos sobre a Embriologia

“Da conjugação do sangue com o sêmen, o embrião passa a

existir. Durante o período favorável a concepção, após o
contato sexual, torna-se um kalada (embrião de um dia).
Depois de sete noites, é uma vesícula. Passada uma quinzena,
vira uma massa esférica. Após um mês, já é uma massa firme.
Depois de dois meses, a cabeça está formada. Decorridos três
meses, aparecem as regiões dos membros. Durante o sétimo
mês torna-se dotado de vida.”

- Garbha Upanishad (tratado sânscrito sobre embriologia)

escrito em 1416 a.C.
 Contribuições gregas

Os primeiros estudos embriológicos de que

se tem registro encontram-se nos livros de
Hipócrates, o famoso médico grego do
quinto século a.C., por muitos considerado
o Pai da Medicina.

Para reconhecer como um embrião se desenvolve ele

recomendou: “pegue vinte ou mais ovos e deixe-os
serem chocados por duas ou mais galinhas. Então, a
cada dia a partir do segundo de incubação, retire um ovo,
quebre-o e examine-o. Você encontrará exatamente as
situações que eu informo, pois a natureza da ave
assemelha-se à do homem”
 Os embriologistas
consideram Aristóteles o
Fundador da Embriologia,
apesar da idéia errônea da
formação do feto descrita
por ele. ....

“Aquele que vê as coisas

desde o princípio terá delas
a melhor visão”
-Aristóteles , 384 – 322 a.C.
Outro grego que se destacou, no início da
embriologia, foi Galeno (século II d.C.)
preocupou-se com o desenvolvimento e a
nutrição dos fetos, descrevendo os anexos
embrionários que hoje são conhecidos como
alantóide, âmnio e placenta.
Idade média, a ciência passou passou por um longo período
com poucos pontos em destaque para a pesquisa
embriológica.

Citações do corão, livro sagrado

dos muçulmanos:

relatam que os seres humanos

são uma mistura de secreções
do homem e da mulher,
salientando a importância da
gota de esperma para a criação
do no indivíduo, o qual se fixaria
na mulher como uma semente.
Em certos locais, ainda hoje, considera-se que o
embrião em desenvolvimento só se torna humano em
torno do 40° ao 42° dia. Esse é um raciocínio trazido
do Corão, pois, até essa data, o embrião humano se
parece com embriões de outros animais. Só depois é
que começa a adquirir características humanas.

Sônia Maria Lauer de Garcia e Casimiro Garcia

Fernandez- 2001
Com o surgimento das lentes e dos microscópios, um
mundo novo se abre para a ciência:

• Em 1651, Harvey descreveu a circulação em galinhas.

Observou blastocistos de veados no útero materno. Como não
conseguiu observar estágios iniciais, pensou que os óvulos
eram secretados pelo útero.
Em 1677, Hamm Leeuwenhoek observaram pela primeira
vez, espermatozóides humanos, descrevendo homúnculos
em miniaturas nestes.

Fica assim reforçada a teoria

do pré-formismo, que teve
sua força nos séculos XVI,
XVII e XVIII
 Se estabeleceu duas correntes:

• Dos ovistas e a das animanculistas...

Citações bíblicas eram relembradas p/ demonstrar a

superioridade masculina: a mulher era apenas o
campo fértil onde se desenvolvia a semente laçada
pelo homem.
 


A preocupação foi tal que matemáticos da época

calculavam o tamanho dos ovários de Eva, quantas
crianças pré-formadas deveriam estar contidas neles;
quando nasceria a última criança e, conseqüentemente,
quando seria o fim do mundo.
 Em 1775, Spallanzani demonstrou que o espermatozóide
e o óvulo eram necessários para a fecundação.

1827, Karl Ernst von Baer(150 anos depois da descoberta do

espermatozóide e 155 depois da descoberta de Graaf - descrever
os folículos ovarianos vesiculares em ovários de coelhas) observou
a seqüência do desenvolvimento inicial, isto é, descreveu o ovócito
dentro do folículo ovariano de uma cadela, zigotos na tuba uterina
e blastocistos no útero.

“É considerado o pai da embriologia moderna”

 Genética e desenvolvimento humano

Sobre a Origem das Espécies

Caráter hereditário da variabilidade entre
membros de uma espécie como um
importante fator da evolução
1809-1882

O princípio da hereditariedade
Mendel
1865
Walter Flemming Sutton
Cromossomos e o provável papel da
fecundação
1878
 Genética e desenvolvimento humano

James Watson & Crick

Diferenciaram a
estrutura molecular do
DNA
1953

Seqüenciamento do
genoma humano
2000
 Alteração no desenvolvimento
embrionário por fatores ambientais

Sir Norman Gregg

Número atípico de casos de catarata
Mães que contraíram rubéola
1941

Lenz & McBride

Focomelia x talidomida
Após 20 anos
Biologia molecular
Buscas constantes de conhecimento
http://www.youtube.com/watch?v=_ij9T-W2Tgk&playnext=1&list=PL2DDC2F9
01A45FC68&feature=results_main

https://www.youtube.com/watch?v=QWq8Fywmdv4

Fertilização

https://www.youtube.com/watch?v=_5OvgQW6FG4
 FASES DA EMBRIOLOGIA

Ovogênese
Gametogênese
Espermatogênese

Fertilização
Zigoto

Clivagem

Mórula

Blastocisto

Gastrulação

Morfogênese

Organogênese
 EIXOS DO EMBRIÃO

Gastrulação: eixo dorso-ventral ; crânio-caudal e medial-lateral;

Eixo proximal-distal
https://www.youtube.com/watch?v=6RlAq8bgDH4
 Início do Desenvolvimento Humano
1ª semana

• O desenvolvimento humano começa com a concepção ou

fertilização, quando um gameta masculino (espermatozóide) se
une ao gameta feminino (óvulo) para formarem uma única
célula, chamada de zigoto.
• O zigoto é visível a olho nu (como um ponto) e contém

cromossomos e genes provenientes da mãe e do pai.

 GAMETOGÊNESE

• A Gametogênese (formação de gametas ou células

germinativas) é o processo de formação e desenvolvimento
de células geradoras especializadas denominadas gametas ou
células germinativas.
• Esse processo, envolvendo cromossomos e citoplasma dos
gametas, prepara as células sexuais para a fertilização
(união dos gametas masculino e feminino).
• Durante a gametogênese o número de cromossomos é
reduzido a metade e a forma da célula é alterada.
 GAMETOGÊNESE II

• O espermatozóide e o ovócito (óvulo), os gametas germinativos

masculino e feminino, são células sexuais altamente
especializadas. Possuem metade do número de cromossomos
(número haplóide) presentes nas células somáticas (do corpo).
• O número de cromossomos é reduzido durante a meiose. Esse
processo de maturação é chamado de espermatogênese e
ovogênese.
 ESPERMATOGÊNESE
• É toda a seqüência de eventos através da qual células
germinativas primitivas chamadas espermatogônias
transformam-se em espermatozóide.

• Esse processo tem início na puberdade (13 a 16 anos) e

continua até a velhice. As espermatogônias se mantém em
estado de latencia nos túbulos seminíferos do testículo
desde o período fetal, e começam a aumentar de número
na puberdade.

• Após várias divisões mitóticas, as espermatogônias

crescem e sofrem mudanças graduais transformando-se em
espermatócitos primários.

• Os espermatócitos passam por uma divisão de redução

(1ª div. Meiótica);

• a segunda div. Meiótica vai dar origem as espermátides.

 OVOGÊNESE
• É toda a seqüência de eventos através da qual células
germinativas primitivas chamadas ovogônias transformam-se em
óvulos maduros.

• Durante o 1º estágio de vida fetal, a ovogônia prolifera por

divisão mitótica. Em seguida elas ficam maiores formando
ovócitos primários antes do nascimento.

• quando se forma o ovócito 1º, as cél. do estroma ovariano o

rodeiam e constituem uma camada de cél. foliculares.

• A cerca de 2.000.000 de ovócitos primários nos ovários de uma

menina recém nascida.

• Pouco antes da ovulação, o ovócito 1º completa a 1ª divisão

meiótica.

• Na ovulação, o núcleo do ovócito 2º começa a 2ª divisão

meiótica, mas avança até a metáfase II, quando a divisão é
interrompida.
• se o espermatozóide penetra no ovócito 2º a meiose é
completada.

• após a maturação do ovócito secundário pela expulsão do 2º

corpo polar, passa a se chamar óvulo.
ESTRUTURA DO ÚTERO

• É um órgão com parede espessa, em formato de pêra, cujo

tamanho varia muito. Possui cerca de 7 – 8 cm de
comprimento, 5 – 7 cm de largura na porção superior e 2 – cm
de espessura.

• é constituído de 2 partes principais: o cérvix e o corpo. O

fundo é a parte superior arredondada do corpo.

• a parede do corpo uterino possui 3 camadas: serosa

externa, ou perimétrio; camada espessa de músculo liso,
miométrio; camada interna, endométrio.
• O endométrio é constituído de três camadas: (1) camada compacta, (2)
camada esponjosa, (3) camada basal.

• Tanto a camada compacta quanto a camada esponjosa, conhecidas como

camada funcional, desintegram-se na menstruação e após o parto.
 TUBA UTERINA

• também conhecida como

trompa de Falópio tem 10 – 12 ístmo
cm de comprimento e 1 cm de ampola

diâmetro. infundíbulo

• transportam os ovócitos desde

os ovários, e os espermatozóides
desde o útero, até o sítio de
fertilização na ampola da tuba ovário

uterina..
 TRANSPORTE DOS GAMETAS
• Transporte do ovócito: Na ovulação, o ovócito secundário é
expelido do folículo ovariano e do ovário junto com o líquido
folicular.

•Durante a ovulação, a extremidade da trompa uterina com fímbrias

adere intimamente ao ovário, cobrindo-o.

• As fimbrias movem-se para trás e para frente varrendo o ovócito

secundário para o infundíbulo da tuba uterina.

• O ovócito passa então para a

ampola da tuba levado
principalmente pelas suaves
ondas peristálticas que
percorrem a tuba em direção ao
útero.
• Transporte do espermatozóide: Do seu local de armazenamento
no epidídimo, e possivelmente na ampola do ducto deferente, os
espermatozóides são transportados para a uretra por meio de
contrações peristálticas.
•entre 200 a 600 milhões de espermatozóides são depositados no
colo do útero e no fórnice posterior da vagina durante o ato sexual.
• Os espermatozóides atravessam o canal cervical, utilizando o
movimento de suas caudas.
 Espermatozóides são
Tubos Seminíferos formados e lançados no
espaço do tubos

Epidídimo

Testículo

Células em divisão
(mitose x meiose)
• A enzima vesiculase, produzida pelas vesículas seminíferas, provoca a
coagulação de uma parte do sêmen (líquido que contêm o
espermatozóide) e forma um tampão vaginal que pode impedir o refluxo
do sêmen para a vagina.
• Quando há ovulação, a quantidade de muco cervical aumenta e ele se
torna menos viscoso, facilitando o transporte dos espermatozóides.
• a passagem do espermatozóide através do útero e das tubas uterinas
resulta principalmente das contrações musculares do útero.
• somente cerca de 200 espermatozóides alcançam o sítio de
fertilização.
 VIABILIDADE DOS GAMETAS

• Ovócito: Estudos indicam que os ovócitos são usualmente

fertilizados até 12 h após sua expulsão dos folículos na
ovulação.
• Espermatozóide: a maioria dos espermatozóides não
sobrevivem mais de 48 h no trato genital feminino.
• Alguns deles, armazenados nas dobras da mucosa do colo
do útero, vão sendo gradualmente liberados para o canal
cervical, passando pelo útero para as trompas uterinas.
•A estocagem a curto prazo de espermatozóides no colo do
útero proporciona sua liberação gradual, aumentando assim
as chances de fertilização.
Proibição de pesquisa com células embrionárias rouba esperanças de doentes e
frusta cientistas.

A câmara dos deputados aprovou um projeto de lei que

proíbe pesquisas com células embrionárias e rouba
esperanças de 5 milhões de brasileiros portadores de
doenças genéticas e outros que sofrem de males
degenerativos.

“O material biológico que interessa à ciência é uma

aglomerado amorfo de células formado cinco dias
após a fecundação, e não um bebê”.
No corpo da mulher, apenas uma em cada cinco dessas massas
de células se fixa no útero para dar origem a um feto- as outras
são eliminadas pelo canal vaginal sem que a mulher ao menos
perceba.

As células-troncos (que podem se

transformar em qualquer tipo de tecido)
extraídas dessas embriões são a única
esperança dos pacientes que sofrem de
doenças degenerativas como distrofias
musculares e atrofias espinhais.

ËPOCA 9 DE FEVEREIRO, 2004