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QUILOMBOS EM GOIÁS

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LIBERDADE
POR UM FIO:
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 A arqueologia é uma perspectiva nova de abordagem dos quilombos entre


nós e promete revelar aspectos impossíveis de abordar a partir da
documentação convencional, manuscritos, depositada em arquivos

 Carlos Magno (historiador) [...] Maior perigo advinha de serem grupos


politicamente estruturados, contando com lideranças consagradas e uma
rede de alianças com diversos setores sociais. O autor acentua que os
quilombolas faziam política e tinham projetos políticos próprios, uma tese na
contramão dos estudiosos que acentuam a reificação da gente escrava e
sua incapacidade para pensar e agir politicamente

 O importante, insistimos, é que se pode identificar um modelo


organizacional e político dos quilombolas, impressão reforçada pelas
alianças que celebravam com escravos assenzalados, libertos (ex-
escravos) e mesmo gente livre branca, recebendo dessas pessoas
informações sobre movimento de tropas, mantendo com elas relações de
troca, em alguns casos trocas afetivas
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 O importante é que se pode identificar um modelo organizacional e
político dos quilombolas, impressão reforçada pelas alianças que
celebravam com escravos assenzalados, libertos (ex-escravos) e
mesmo gente livre branca, recebendo dessas pessoas informações
sobre movimento de tropas, mantendo com elas relações de troca,
em alguns casos trocas afetivas

 apesar das longas distancias, os quilombos negociavam o que


extraiam e o excedente do pouco que plantavam, seus produtos
chegando aos centros urbanos da costa, ou ainda, alcançado os
quilombolas independentes do Suriname por intermédio de grupo
indígenas. E apesar do isolamento da floresta, tinham notícias dos
acontecimentos nacionais e de além-fronteiras. Durante a Guerra
do Paraguaia, pediram paz e liberdade, do contrário emigrariam
para a Guiana Holandesa, onde sabiam já não existir a escravidão
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SUSTENTO E FORMAÇÃO DAS
COMUNIDADES QUILOMBOLAS EM GOIÁS

 Na sua maioria, os quilombos do século XVIII eram escravos garimpeiros em fuga


que continuaram a praticar seu oficio escondidos em montanhas remotas.

 Suspeitamos que trocavam seu ouro por mercadorias de que precisavam em seus
esconderijos, tais como armas, munição, cachaça e tecidos.

 Talvez também negociassem com contrabandistas mestiços, acusados pelos


portugueses de contrabandear ouro para a Bahia.

 Esses fugitivos trocaram ouro por cartas de alforria.

 Os quilombolas então contribuíram para a descoberta e exploração da riqueza


mineral da capitania de Goiás.

 Viviam de caça, pesca e cultivo de roças

 Eles negociavam com vizinhos, guerreavam com índios-frequentemente para


captura de mulheres- e estabeleceram vários tipos de relações com a população
livre de cor da fronteira.
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VANTAGENS
 A capitania de Goiás era um local ideal para a formação de quilombos. Afastada dos centros
administrativos portugueses do litoral, a capitania estava distante das forças coloniais militares
responsáveis pela destruição de quilombos

 Conforme revela a correspondência oficial, a maioria dos governadores estava mais preocupada com
as guerras indígenas e o contrabando de ouro do que com quilombos

 Uma segunda vantagem desses quilombolas no século XVIII foi a capitania possuir uma população
esparsa, especialmente de brancos. Afinal, revoltas escravas e quilombolas costumavam ocorrer com
mais frequência quando os escravos, especialmente escravos africanos, superavam numericamente
os senhores.

 O último fator favorecendo a formação de quilombos era o tipo de terreno dos estados de Goiás e
Tocantins.

 Raramente formavam núcleos maiores, com líder ou rei, onde pudessem viver como agricultores
sedentários. Por causa do perigo de serem descobertos, a maioria não permanecia num lugar fixo

 Algumas vezes o grupo de escravos garimpeiros não ficava muito tempo aquilombado porque
descobria ouro, negociava o retorno para seus proprietários e comprava deles a alforria. Assim, os
quilombos de Goiás eram geralmente grupos transitórios, sem continuidade territorial ou temporal
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FUGA

 Homens negros tinham mais chances de fugir do que mulheres por causa da
natureza do trabalho que desempenhavam. Enquanto as mulheres e
crianças eram vigiadas de perto nas casas dos colonos e as mulheres eram
forçadas a viver com os senhores como concubinas e domesticas, ou a
cultivar alimentos nas fazendas, os homens eram a levados a campos
isolados de mineração e fazendas de gado ou alocados no trabalho em
grandes engenhos de açúcar.

 Os escravos fugiam para os quilombos por muitas razões. Embora não


tenhamos o testemunho dos quilombolas, as autoridades coloniais
responsáveis por resolver o problema das constantes fugas de africanos e
índios escravizados geralmente acusavam os senhores de os maltratarem.
Na década de 1750, vários funcionários da Coroa acusarem os proprietários
de não os alimentar nem os vestis adequadamente e de sujeita-los a
“bárbaros castigos
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A FORÇA DE REPRESSÃO

 o mesmo ecossistema que os protegia também os ameaçava.

 No “tempo das aguas” chovia torrencialmente, formando-se grane


alagadiços, o que provocava pragas de mosquitos. A malária era um
problema particularmente grave durante a estação chuvosos

 Aos que tentavam fugir das bandeiras na estação seca, com


frequência lhes faltava agua até para matar a sede. Onde quer que
encontrassem refúgio também tinham de enfrentar “uma infinidade de
insetos.

 Onças e cobras venenosas também representavam perigos especiais


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BANDEIRANTES, CAPITÃES DO
MATO E INDIOS
 Das muitas expedições de ambos os tipos, aquela que parece ter eliminado o maior, número de
quilombolas foi a Bartolomeu Bueno do prado, que guerreou contra quilombos no caminho entre
Goiás e São Paulo

 Além dos bandeirantes os governadores da capitania também nomeavam capitães-do-mato

 O terceiro grupo envolvido na repressão aos quilombos eram as nações independentes de índios
de Goiás. As fontes do século XVIII sugerem que elas destruíram mais quilombos do que as
bandeiras luso-brasileiras.

 Duas nações que frequentemente atacavam e destruíram quilombos eram os Xavantes e Caiapó.

 No início do século XVIII, consideravam os negros seus inimigos, fossem escravizados ou livres.

 É de suspeitar-se que os Carajás esperassem receber presentes, típicos nesses casos, como
recompensa por serviços prestados já que uma das razões dos ataques indígenas a quilombos
era obter cativos que pudessem trocar por ferramentas, tecidos e comida nas povoações
portuguesas

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