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CORROSÃO EM TUBOS

DE ALTA PRESSÃO

Nikolas Woellner

2011 Corrosão
CLASSIFICAÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DE TUBOS

• Material de fabricação

• Tipo de junta

• Pressão de serviço

Alta pressão: tubos metálicos

CORROSÃO

2011 Corrosão
CORROSÃO CÁUSTICA E DANO POR HIDROGÊNIO EM
TUBOS DE CALDEIRAS

Uma caldeira da REDUC, que utiliza pressão de projeto 119kgf/cm2


e carga nominal de 365 t/h de vapor, sofreu parada de
manutenção, e após aproximadamente uma semana de operação
ocorreu uma falha com características frágeis. Na seqüência novas
fraturas, também frágeis, ocorreram durante teste hidrostático
estrutural.

* Estudo realizado nos laboratórios da Petrobrás, no setor de Inspeção de


Equipamentos da Refinaria de Duque de Caxias (REDUC) e no setor de Tecnologia de
Materiais, Equipamentos e Corrosão do Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez
de Mello. Apresentado no 22º Congresso Brasileiro de Corrosão.

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CORROSÃO CÁUSTICA

A soda cáustica é utilizada em caldeiras com objetivo de


preservar o filme protetor de magnetita através da elevação do
pH.

Elevada concentração de nos aços Mecanismos de deterioração:

- Perda localizada de metal: Forma côncava e lisa. Profundidade é função da


concentração e tempo de exposição ao meio corrosivo.

- Concentrações acima de 5% podem migrar para fendas ou locais onde a magnetita foi
previamente destruída, reagindo com o ferro para originar hidrogênio, ocasionando na
formação da molécula de H2, que provoca fragilização localizada.

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INSPEÇÃO

Remoção de segmentos de tubos para amostragem:

• Um tubo falhado em operação; ASTM A 178 Gr.C –


aço médio carbono
• Quatro durante teste hidrostático;

• Cinco durante o teste hidrostático após dois anos de uso.

Ensaios:

- Fratura por dobramento para análise metalográfica por microscopia eletrônica

- Remoção de uma camada de óxido na região da falha para análise por difração de
raios-X.

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PRESSÃO
AMOSTRAS ROMPIMENTO TEMP (oC)
(kgf/cm2)
Tubo 1 Operação 104 310
Tubo 2 Teste Hidrostático 130 25
Tubo 3 Teste Hidrostático 123 25
Tubo 4 Operação 104 310
Tubo 5 Teste Hidrostático 160 25
Tubo 6 Teste Hidrostático 160 25
Tubo 7 Teste Hidrostático 165 25
Tubo 8 Teste Hidrostático 165 25
Tubo 9 Teste Hidrostático 178 25

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RESULTADOS

Resultados obtidos nas análises em amostras da camada


de óxido removida da superfície interna do tubo:

- Os valores mais altos de Cl no lado externo da camada de óxido indicam a realização


da fase ácida da lavagem química com HCl.

- Os valores de Na são praticamente os mesmos ao longo da espessura do filme de


magnetita, sugerindo que durante a fase alcalina o NaOH difundiu-se uniformemente
por todo o filme poroso de magnetita nesta região.

- Os valores de P são maiores do lado externo, o que pode indicar difusão do inibidor de
corrosão a base de fosfatos e/ou do fosfato trissódico (Na3PO4) usado no tratamento
da água da caldeira.

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Resultados obtidos na análise do lado externo da superfície de fratura:

-Os altos teores de Na ao longo de todo o comprimento da trinca reforçam a hipótese de


ataque pelo NaOH.

-Os altos teores de P sugerem a difusão de Na3PO4 e fosfatos para o seu interior.

- Os altos teores de S podem significar problemas de dureza da água (presença de


Ca3(SO4)2), desaeração com sulfito de sódio ou problemas de conservação da amostra
enviada para análise.

Conclusões:

1) As falhas ocorreram por um mecanismo de fragilização cáustica, devido à retenção de


NaOH no filme de magnetita durante a lavagem química por alguma falha na remoção da
soda cáustica durante a fase ácida.

2) A operação normal da caldeira reuniu as condições necessárias à manifestação do fenômeno


de fragilização por hidrogênio: difusão do hidrogênio; formação de metano; aumento da
tensão localizada devido à pressão interna.

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CORROSÃO SOB TENSÃO

Deterioração de materiais devido à ação combinada de tensões residuais


ou aplicadas e meios corrosivos, ocasionando fratura em um tempo mais
curto do que as somas das ações isoladas de tensão e corrosão. Para que
aconteça, três fatores devem estar presentes:

-Uma tensão aplicada ou residual do processo de fabricação. A tensão deve


ser de tração;

-Um meio agressivo capaz de provocar esta forma de corrosão, íons


halogeneto, principalmente íons cloreto e, em certas condições, hidróxido de
sódio e ânions sulfeto;

- Material susceptível.

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• O aspecto da corrosão sob tensão é sempre Material
o de uma fratura frágil, mesmo que o material susceptíivel
seja dúctil.

• As trincas são transgranulares, mas se


o material estiver sensitizado, as trincas CST
avançam intergranularmente.
Tensões
Meio
• Quando não existe uma pré-trinca, o trativas
agressivo
mecanismo de nucleação é
normalmente lento. A propagação,
em troca, é rápida.

• Uma corrosão por pites pode evoluir e transformar-se


em uma corrosão sob tensão, porque no fundo de um pite
existe uma concentração de tensões.

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CASO 1: RUPTURA E VAZAMENTO DE PETRÓLEO EM
OLEODUTO DE TRANSMISSÃO

Acidente ocorrido no norte do Irã em abril de 2004, que resultou numa


fuga considerável de petróleo.

Tubulação com diâmetro de 10 polegadas e espessura de parede de 5


mm, enterrada 1 metro abaixo da superfície.

Material API 5L X52 -> Dentro da classificação de tubos petrolíferos


representa um aço médio carbono com inclusões alongadas de sulfeto de
manganês.

Sistema de proteção usado: recobrimento de polietileno e proteção


catódica.

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INSPEÇÃO

- Visual: Macrofissuras e fendas abertas na superfície.

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- Análise metalográfica de uma seção transversal da zona de fissura: observou-se que as
fissuras iniciaram na base das fendas na superfície exterior da tubulação, propagando-se
para o interior.

- Análise microbiológica: Presença de bactéria redutora de sulfato (BRS), que utiliza o


sulfato como agente oxidante.

Tal presença ocasionou a formação de bolsas no interior da estrutura, promovendo


crescimento arredondado.

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RESULTADO

Em posterior análise de solo verificou-se a presença de compostos


corrosivos como hidróxidos, carbonatos, bicarbonatos e nitretos.

Comprovou-se que no local que a tubulação se encontrava houve


deslizamento de terras que pode haver retirado o recobrimento de
polietileno em algumas áreas.

Conclusão: A causa da falha foi corrosão sob tensão em presença de


carbonetos, intensificada pelas bactérias, em áreas nas quais o
recobrimento de proteção foi retirado devido à esforços mecânicos.

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CASO 2: RUPTURA DE TUBOS DE TRANSMISSÃO DE GÁS
NATURAL

Acidente ocorrido na Argentina que apresenta duas falhas idênticas no


sistema de tubulação.

Material 5L X52, com diâmetro de 24 polegadas e espessura de parede 7,3 mm.

Apresentava proteção catódica e recobrimento por asfalto.

Pressão de trabalho da ordem de 60 kg/cm²

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INSPEÇÃO

- Visual: numerosas fissuras internas de até 9 mm.

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- Análise metalográfica: as fissuras iniciaram-se na
superfície exterior e se propagaram para o interior se
ramificando intergranularmente.

Em alguns casos chegaram a penetrar mais da metade


da espessura de parede.

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- Análise por microscopia de varredura: confirmação do sentido de
propagação das fissuras.

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- Em várias regiões da tubulação verficou-se o desprendimento do
recobrimento.

-Análise química dos solos: Alta quantidade de carbonetos.

Conclusão: A causa da falha em ambos foi fissuração por corrosão na presença


de carbonatos nas áreas onde o revestimento protetor saiu e sob
tensões residuais no tubo.

Caracterização de CST.

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OBRIGADO PELA ATENÇÃO!

DÚVIDAS?

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