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SISMOLOGIA

Sismos e tectónica de placas


O que é um sismo?
É um movimento vibratório brusco da superfície terrestre devido à
súbita libertação de energia.

A sismologia é a ciência que estuda os fenómenos sísmicos.

Os sismos podem ser de maior ou menor intensidade, consoante a


quantidade de energia libertada. Assim podem classificar-se em:
•Macrossismos
•Microssismos
Os Macrossismos são sentidos pela população.
Os Microssismos não causam danos e são mesmo impercetíveis.
Grande parte do conhecimento que se tem atualmente sobre a
estrutura interna da Terra é baseado na interpretação do
comportamento das ondas sísmicas que se propagam no interior da
Terra.
Os Sismos podem ser de origem natural ou artificial.
Sismos artificiais – são causados pelas atividades humanas (explosões
em minas, pedreiras, ensaios nucleares).
Sismos naturais – podem ter três origens diferentes:
•Sismos de colapso ou de implosão
•Sismos vulcânicos
•Sismos tectónicos

Os mais graves e frequentes são os de origem tectónica.

Sismos de colapso – são originados pelo colapso de certas estruturas


geológicas, como cavernas, ou devidos a movimentos em massa.
Sismos vulcânicos – são originados pelo movimento brusco do magma
ao ascender na chaminé vulcânica.
Sismos tectónicos – são originados pelo movimento das placas
litosféricas, provocando rutura nas rochas.
Qual o mecanismo que está na origem dos sismos
tectónicos?
Resolução do exercício da pág. 144
A MAIORIA DOS SISMOS É DE ORIGEM TECTÓNICA
No material rochoso
podem atuar três tipos
de forças:
compressivas,
distensivas e de
cisalhamento que, de
acordo com a natureza
do material – plástico,
elástico ou rígido –
provocam dobras,
Deformações no material de acordo com a sua natureza.
estiramentos, e falhas.
A teoria que melhor explica a ocorrência de sismos
causados por forças tectónicas, é a do ressalto
elástico.
Teoria do ressalto elástico ou teoria de
Reid (geólogo)
De acordo com esta teoria, as forças tectónicas
criam estados de tensão que vão deformando
lentamente as rochas devido à sua elasticidade.
Essas tensões vão-se acumulando ao longo de
séculos e mesmo milénios. Quando se ultrapassa o
limite de acumulação de energia e de deformação,
ocorre uma falha, ou seja, uma rutura acompanhada
por um movimento relativo de dois blocos rochosos.
O deslocamento repentino dos dois blocos da falha origina
vibrações que se propagam segundo ondas sísmicas. O
deslocamento dos blocos rochosos ao longo do plano de
falha permite que a rocha deformada recupere parte da sua
forma original. Este processo denomina-se por ressalto
elástico e permite que a rocha regresse ao seu estado inicial
após cessar o estado de tensão.
Hipocentro ou foco sísmico – é a zona do interior da Terra
onde tem origem o sismo.
Epicentro – é o local da superfície que fica na vertical do
foco. É o local da superfície onde o sismo é sentido em
primeiro lugar e com maior intensidade.
Os sismos podem ser classificados, de acordo com a
profundidade do foco:
Superficiais- (<70 Km)
Intermédios- (entre 70 e 300 Km)
Profundos- (>300 Km)
PROPAGAÇÃO DAS ONDAS SÍSMICAS A PARTIR DO FOCO
A energia emitida a partir do foco, propaga-se segundo
superfícies esféricas, com o centro no foco sísmico, transmitindo
essa propagação em todas as direções, a que se dá o nome de
ondas sísmicas.
Frentes de onda – são as superfícies esféricas definidas pelos
pontos que se encontram na mesma fase de movimento.
Raios sísmicos – são as linhas radiais perpendiculares à frente de
onda.
Quais os diferentes tipos de ondas sísmicas?

Resolução do exercício da pág.148


Conclusões:

As ondas sísmicas podem ser:


•Profundas ou de volume – são ondas internas.
Dividem-se em ondas longitudinais ou primárias (ondas P) e ondas
transversais ou secundárias (ondas S).
•Superficiais – Propagam-se ao longo da superfície e resultam da
interferência de ondas do tipo P e do tipo S.
São as responsáveis por grande parte da destruição quando ocorre um
sismo.
Dividem-se em ondas de Love (ondas L) e ondas de Rayleigh (ondas R).
Ondas P ou (primárias) – a vibração das partículas faz-se paralelamente à
direção de propagação da onda. Estas ondas têm uma velocidade
elevada e são as primeiras a chegar a qualquer ponto da superfície.
Ondas S ou (secundárias) – a vibração das partículas faz-se
perpendicularmente à direção de propagação da onda. Estas apresentam
uma velocidade inferior à das ondas P, pelo que surgem em segundo
lugar, daí a designação de ondas secundárias. Estas ondas introduzem
deformação nos materiais rochosos e só se propagam através de corpos
sólidos.
Como se propagam as ondas sísmicas à superfície da
Terra?

Onda R

Onda L

ONDAS R – as partículas deslocam-se ONDAS L – as partículas materiais


em movimentos circulares, num plano deslocam-se horizontalmente numa
perpendicular à direcção de propagação direcção perpendicular à direcção de
da onda; propagação da onda;
– são lentas e de grande amplitude; – são lentas e de grande amplitude;
– a sua velocidade de propagação é – a sua velocidade de propagação é
constante. constante.

As ondas superficiais, pelo facto de se deslocarem à superfície e terem grande amplitude,


são as que causam maiores prejuízos.
Registo dos movimentos do solo através de sismógrafos

Sismógrafos – são aparelhos que registam os movimentos verticais e horizontais


do solo. Numa estação sismográfica são utilizados geralmente três sismógrafos
para registar os movimentos do solo. Um regista os movimentos verticais e os
outros dois, os movimentos horizontais.
As ondas sísmicas mais rápidas são as P, seguidas das ondas S e
depois as ondas L. Estas últimas são sem dúvida as mais destrutivas.
Como as ondas sísmicas se propagam a diferentes velocidades, o seu
registo no sismograma não é simultâneo.
É possível determinar a velocidade das ondas sísmicas para as várias
estações sismográficas a partir do tempo que decorre entre o início do
sismo e o início do seu registo pelo sismógrafo.
Distância percorrida desde o epicentro até à estação
sismográfica (Km)

Resolução do questionário do livro, pág. 151.


Localização do epicentro de um sismo nos Açores
A distância epicentral é a distância entre uma estação sismográfica e o
epicentro de um sismo, que pode ser expresso em Km ou em função do ângulo
epicentral.

Uma das formas de calcular a distância epicentral é através do ângulo epicentral.


Para se calcular, traça-se uma circunferência, no local da estação considerada,
com centro nesse ponto e com raio igual à distância epicentral reduzida à escala
da carta. O epicentro ficará algures nessa circunferência. Procede-se de igual
modo para uma segunda e terceira estação. O ponto de interseção das três
circunferências corresponde à posição do epicentro.
Intensidade sísmica e Magnitude
A intensidade sísmica é dada pelos efeitos produzidos por um
sismo em pessoas, estruturas, objetos, etc.. Uma das escalas
mais utilizadas para medir a intensidade sísmica, é de Mercalli
modificada.
Esta escala é composta por doze divisões, é arbitrária e
qualitativa.
Após a determinação da intensidade de um sismo em vários
locais de uma região e localizado o epicentro, pode obter-se uma
carta de isossistas.
Isossistas são linhas curvas que unem locais de igual intensidade
sísmica.
Que dados podem ser obtidos
a partir de uma carta de
Isossistas?

Resolução do exercício da pág.153


Conclusão:
As cartas de isossistas mostram a
variação da intensidade sísmica ao
longo de uma região. Se as rochas
atravessadas pelas ondas sísmicas
fossem idênticas, as isossistas teriam a
forma de circunferências concêntricas.
Nos oceanos não é possível traçar
isossistas.
Perante as limitações inerentes à escala de intensidades, utiliza-
se uma outra grandeza para avaliar o efeito dos sismos, que é a
magnitude.
Magnitude de um sismo – é a quantidade de energia libertada no
foco sísmico. Só cerca de 20 a 30% da energia, é libertada sob a
forma de ondas sísmicas, a restante é dissipada sob a forma de
calor.
O termo magnitude foi introduzido por Charles Richter em 1935.
Na escala de Richter, a energia libertada por um sismo de
determinada magnitude, é cerca de 30x a de um sismo de
magnitude inferior apenas numa unidade. Assim um sismo de
magnitude 8 liberta 30x mais energia do que um sismo de
magnitude 7.
Como se determina a magnitude de um sismo?
Resolução do exercício da pág.154
Os sismos de magnitude superior a 7 são relativamente raros. Os
sismos de magnitude inferior a 2 não são sentidos, mas são
registados pelos sismógrafos. Só os sismos de magnitude
Existem áreas de grande atividade sísmica que contrastam com
outras mais estáveis. As áreas de grande atividade sísmica são
preferencialmente a cintura circumpacífica, a cintura
mediterrânico-asiática e as cristas oceânicas.
Estas áreas coincidem com fronteiras de placas litosféricas.
A estes sismos dá-se o nome de sismos interplacas.
Há contudo sismos no interior de placas, mas são da ordem dos
5% e têm origem em falhas, aí localizadas. A estes dá-se o nome
de sismos intraplacas.
Qual o contexto tectónico do sismo de Samatra?
Resolução do exercício da pág.156
Conclusão:
A ilha de Samatra está situada numa região de fronteira de placas
convergentes/subducção entre a placa Australiana e a placa da
Birmânia.
O sismo foi superficial (+ ou – 30 Km de profundidade).
Como o foco sísmico teve origem no mar ocasionou um Tsunami
ou raz de maré ou maremoto.
Possíveis estruturas geradoras de sismos e tsunamis da margem
continental portuguesa

Portugal continental pode ser delimitado por dois sistemas sismogénicos, a sul
pela falha Açores-Gibraltar e a oeste pelo rifte do Atlântico Norte

Portugal continental tem sido afetado por muitos sismos, alguns dos quais violentos.
Temos o sismo histórico de 1755 (1 de Novembro). As áreas de maior risco
correspondem aos Açores, área metropolitana de Lisboa, Algarve e Setúbal.
Minimização de riscos sísmicos
A previsão a curto prazo está longe de ter sucesso. A previsão
baseia-se normalmente em alguns sinais precursores.
Ex: ocorrência de microssismos, flutuação no campo magnético,
variação no nível da água dos poços.
O grau de destruição depende, quer das características do solo,
quer do grau de resistência sísmica das construções, quer do
próprio sismo.

Medidas preventivas:
•Estudo geológico do terreno
•Construções parassísmicas

Tsunami no Japão
Ondas sísmicas e descontinuidades internas

Trajecto de um raio laser numa superfície de descontinuidade


Que informações fornecem as ondas sísmicas sobre as camadas
superficiais da Geosfera?
Resolução do exercício da pág.164
Conclusões:
A velocidade das ondas sísmicas no interior não é sempre a
mesma.
Pode então admitir-se que essas ondas atravessam meios com
características diferentes.
De acordo com os estudos de Mohorovicic, existe uma superfície
de descontinuidade que separa a crusta do manto, situada a uma
profundidade de 35 a 40 Km. A esta superfície dá-se o nome de
superfície de descontinuidade de Mohorovicic.
Esta superfície separa duas zonas constituídas por materiais
diferentes com propriedades físicas diferentes.
Que dados levaram a admitir a existência de núcleo terrestre?

Resolução do exercício da pág.167


Conclusões:
De acordo com Gutenberg a zona de sombra sísmica é devida à existência de
algo que modifica o modo de propagação das ondas sísmicas.
Este meio foi designado por núcleo terrestre e tem início a uma profundidade
de 2900 Km, situando-se aí uma superfície de descontinuidade designada
descontinuidade de Gutenberg. As ondas S não se propagam a partir dessa
profundidade. As ondas P a partir dessa profundidade, reduzem a sua
velocidade e são refratadas, verificando-se um “silêncio sísmico” entre os 103º
e os 143º.
Estes dados permitem inferir que o núcleo externo da Terra deve apresentar
uma constituição bem distinta da do manto e propriedades bem diferentes.
Pode então admitir-se que o núcleo externo se encontra no estado líquido.
A cerca de 5140 Km de profundidade verifica-se um aumento da velocidade
das ondas P, o que sugere a existência de nova superfície de descontinuidade.
Esta superfície separa o núcleo externo (estado líquido), do núcleo interno
(estado sólido) e designa-se por descontinuidade de Lehmann.
Velocidade das ondas S e estrutura do manto

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