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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

- Instituto de Química -

Estrutura Atômica
As propriedades ondulatórias do elétron

Hermi F. Brito
hefbrito@iq.usp.br

QFL 1101 Química Geral I , 07 e 10 de maio-2021


Dualidade onda-partícula dos elétrons (1924)

A teoria de Bohr conseguia explicar as


propriedades do átomo de H, mas fracassava na
previsão dos espectros de átomos multieletrônicos.
LouisLouis
de Broglie (1892-1987)
De Broglie (1892-1987)
Prêmio Nobel
Nobel1929
1929

- Os fótons comportando-se como partícula (efeito fotoelétrico - Einstein).


- Em 1925, Louis De Broglie (nobre francês – duque) sugeriu que os elétrons podem
também ser associados a um comprimento de onda.

Propriedades ondulatórias () Propriedades corpuscular (m e v)

h

mv
h
Massa e velocidade
p  mv 
da partícula momento linear p
Baseado na fórmula de De Broglie, uma partícula de m = 1g e
v = 1 m/s tem  igual a

h 6,626  10 34 J  s  31 kg  m  s
2 1
   7  10  7  10 10
m
mv (1 10 3 kg )  (1m  s 1 ) kg  m  s 1

Este  é muito pequeno para ser detectado.

O mesmo se aplica a qualquer objeto macroscópico (visível)


que viaje a v normais.
Caráter ondulatório do elétron (1925)
(Experimental)
Clinton Davisson, Lester Germer e G.P. Thomson
confirmaram experimentalmente a hipótese de De Broglie.

Descobriram que um feixe elétrons eram difratados como


Davisson (Nobel 1937)
ondas de luz pelos átomos. e Germer (aluno)

descobriram que um feixe


elétrons eram difratados
como ondas de luz pelos
cristais de Ni.

Padrão de difração de raios X Difração de elétrons


de uma folha de Al. por uma folha de Al
A semelhança entre os dois padrões mostra que os elétrons podem comportar-se
como raios X e apresentar propriedades ondulatórias.
Caráter ondulatório do elétron (1927)
(Experimental)
G. P. Thomson dividiu o Prêmio Nobel de Física de 1937
G. P. Thomson
com Davisson. (Nobel 1937)

G. P. Thomson incidiu um feixe de elétrons sobre uma fina


lâmina de ouro.

Difração de elétrons por uma folha de Au

Um feixe de elétrons se difrata de maneira similar ao Ambos receberam o Prêmio Nobel.


- J.J. (pai) o elétron é uma partícula
de um feixe de Raios X, logo elétrons apresentam
- G.P. (filho) o elétron é uma onda.
comportamento ondulatório, assim como os Raios X.
Fendas de Thomas Young (1801)
Thomas Young com a experiência das duas fendas reforça a teoria
ondulatória da luz descobre os princípios da “interferência” da
luz.
Thomas Young
1773-1829

Projeta-se no anteparo
Padrão de interferência construtiva e destrutiva
Interferências construtiva e destrutiva
Quando o pico da 1ª onda coincide com o pico da 2ª onda ocorre interferência CONSTRUTIVA.
- As amplitudes das duas ondas se somam.

Onda A Resultante
Interferência construtiva
(amplitude aumentada)
Onda B

Quando o pico da 1ª onda coincide com o vale da 2ª onda ocorre interferência DESTRUTIVA.
- As amplitudes das duas ondas se cancelam.

Onda A
Resultante
Interferência destrutiva
(amplitude zero)
Onda B
De Broglie - Se o elétron realmente comporta-se como uma onda estacionária no
átomo de H, o comportamento da onda deve se ajustar à circunferência da órbita.
Onda de matéria

L
2

h

p L2

2

Órbita permita Órbita proibida


A circunferência da órbita é A circunferência da órbita não

igual a no inteiros de . é igual a no inteiros de . L3
2

2 r  n , n  1, 2, 3

Momento angular quantizado (Bohr)

Ondas estacionárias – apresenta uma  única e os nodos não sofrem deslocamentos.


Ondas estacionárias
- São ondas que possuem um padrão de vibração estacionário.

- Formam-se a partir de uma superposição de duas ondas idênticas mas em sentidos


opostos, normalmente quando as ondas estão confinadas no espaço como ondas de
uma corda com as extremidades fixas.

- Esse tipo de onda é caracterizado por pontos fixos de valor zero, chamados de
nodos, e pontos de máximo também fixos, chamados de antinodos.

- São ondas resultantes da superposição de duas ondas de mesma frequência, mesma


amplitude, mesmo comprimento de onda, mesma direção e sentidos opostos.
Princípio da incerteza de Heisenberg (1927)
1 h
( x i )( pi )   
2 2
posição momento
W. Haisemberg
Na mecânica clássica, uma partícula tem trajetória bem definida, Nobel 1932
segue um caminho em que a localização e momento linear são
especificado a cada instante.

Não é possível especificar a localização precisa da partícula se ela se comporta


como uma onda.

A dualidade onda-partícula elimina a possibilidade de descrever a localização se o


momento linear é conhecido e não se pode especificar a trajetória das partículas.

Se a incerteza na posição é muito pequena, (x, muito pequeno), então a incerteza


no momento linear deve ser grande, e vice-versa.
A localização e o momento de uma partícula são complementares.
Ambos não podem ser conhecidos simultaneamente com precisão
arbitrária.

“Não é possível projetar qualquer experimento no qual seja possível


determinar, ao mesmo tempo, ambas as características corpuscular e
ondulatória de um objeto físico”.

Não é possível estabelecer a localização de um elétron em um


átomo.

Em vez disso, é necessário considerar a probabilidade do elétron


ocupar uma certa região do espaço.

Esta demonstração da dualidade onda-partícula foi importante no


estabelecimento da mecânica quântica e da equação de Schrödinger.
Mecânica quântica ondulatória (1927)
(Erwin Schrödinger – austríaco)

Como as partículas têm propriedades de onda, não podemos


esperar que elas se comportem como como objetos pontuais que se
movem em trajetórias precisas.
Schrödinger (1887-1961)
Schrödinger sugeriu uma equação para determinar a função de Nobel 1933
onda de qualquer sistema:

Operador hamiltoniano Função de onda

H = E
autovalores
Equação diferencial:
Mecânica quântica ondulatória

Átomo com apenas um elétron

As autofunções para sistemas atômicos


monoeletrônicos são funções do tipo:
Coordenadas esféricas


 (r)  R n, l (r) Yl (, )
ml

Parte radial Parte


angular
Produtos de exponenciais Harmônicos
e polinômios de Laguerre esféricos
Partícula na caixa

Função de onda de uma partícula de massa m confinada entre duas paredes rígidas
separada pela distância L.

- Somente alguns  podem existir na caixa.

- As formas das funções de onda são idênticas às das


vibrações de um fio esticado e suas fórmulas
matemá-ticas obedecem à descrição de uma onda
estacionária.

1/ 2
2  nx 
n ( x)    sen  n  1, 2, 3
L  L 

no quântico principal

Essas restrições são chamadas são chamadas de condições de contorno


Partícula na caixa
As energias permitidas para uma partícula de massa m de
uma caixa em uma dimensão e comprimento L.

n2h2
En  n  1, 2, 3
8mL2

A energia da partícula é quantizada!!!

(Condições de contorno)

Uma partícula confinada não pode ter energia igual


a zero, pois o menor valor de n = 1

h2
E1  n  1 (energia do ponto zero)
8mL2
Densidade de probabilidade
Na interpretação de Born da função de onda:

A probabilidade de encontrar uma partícula em uma região é


proporcional ao valor 2 .
Max Born (1882-1970)
Nobel 1954
2 é densidade de probabilidade

2  n 
  2 2
 ( x)  2 sen 
2
n x n  1, 2, 3
L  L 

Quando 2 = 0, a densidade de
probabilidade é zero (nodos).

A densidade de probabilidade
nunca é negativa.
Modos Permitidos de Modos Proibidos de
Vibração Vibração
= Função de Onda Equação Diferencial

Série de Soluções

Orbital Números Quânticos: n, l, ml


Número quântico principal (n)
n: define grupos de orbitais distintos pelos valores de l e ml
Qualquer valor inteiro n= 1, 2, 3, 4............

Energia elétron Dimensão do orbital

Os níveis de energia de um átomo de H são definidos são definidos pelo n = 1, 2, 3,...

Z2 hR m ee 4
En  R 3 2 n  1, 2, 3
n2 8h 0

 (r)  R n, l (r) Yl (, )
ml


 (r)  R n, l (r) Yl (, )
ml

Parte radial Parte


angular
Produtos de exponenciais Harmônicos
e polinômios de Laguerre esféricos

P. Atkins e L. Jones – Princípios de Química – 3ª edição (2006)


Número quântico de momento angular (l)
(secundário, azimutal)

Define a forma do orbital

Assume valores de l = 0, 1, 2, 3....n-1

0=s
1=p
2=d
3=f
- Existem n valores diferentes de l para cada n.
Cada valor de l (0, 1, 2, 3....n-1) assume uma forma diferente
Número quântico de magnético (ml)

Os orbitais numa dada subcamada diferem somente pela


orientação do espaço, não pela forma (orientação do orbital)

ml = +l, l - 1, l - 2, ...- l

ml = 0, ±1, ±2, ±3, .... ± l

- Existe 2l+1 valores de ml para cada valor de l.


- Relacionado ao comportamento do orbital perante um campo
magnético externo.
Disposição espacial dos orbitais s (l = 0)
Disposição espacial dos orbitais p (l = 1)
Disposição espacial dos orbitais d (l = 2)
Tipos de Orbitais Atômicos
H.F. Brito

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