população mais rural do que urbana. Insere-se na literatura tradicional de transmissão oral: memorização de histórias – normalmente, ligadas a crenças religiosas, costumes populares, à simbologia do divino ou da magia, ao exorcismo do Mal – contadas de geração em geração (daí as perdas de informação). Conto popular Pertence ao património coletivo – faz parte da cultura de um povo, ameaçada pela civilização urbana.
Possui um emissor anónimo – desconhece-se o autor:
é o povo que se encarrega de o transmitir. Conto popular Trata-se de uma narrativa breve, um relato pouco extenso de um episódio, um caso humano ou uma situação exemplar. A série de peripécias é resolvida por um/a herói/heroína que terá de passar por determinadas provações e que será ajudado/a por entidades (sobrenaturais), pertencentes ao mundo do Bem – adjuvantes – e perturbado por forças do Mal – oponentes, sendo evidente a luta entre estas duas forças. Conto popular A ação centra-se em torno de um acontecimento particular e aparentemente simples, sendo por norma quatro os momentos que a constituem: - situação inicial de estabilidade; - acontecimento perturbador; - série de peripécias; - restabelecimento da ordem inicial. Conto popular A localização no espaço e no tempo é indeterminada, o que permite a generalização de situações e a identificação com mitos universais (o incipit – Era uma vez… – reenvia para um espaço indefinido, sempre reatualizável, conferindo às histórias um carácter atemporal e universal). Conto popular O número de personagens é reduzido, a caracterização física é escassa, quase nula; a psicológica é essencialmente feita de modo indireto; as personagens são anónimas, remetendo para atributos, valores, profissões, etc. Conto popular A descrição está praticamente ausente, pois os pormenores vão-se perdendo ao longo do tempo.
A linguagem assume um papel importante, na
medida em que se procura reproduzir a língua de um povo (cf. Registo de língua de cunho popular e marcas de oralidade).