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Electrocardiologia I

Aula 02 / Prof. Vatúsia

Derivações eletrocardiográficas
 Derivações uni/bipolares
 Colocação

Cardiopneumologia, Eletrocardiografia I – 2020 – 2º Ano/1º Sem. – Prof. Antónia Vatúsia Marino Martins
Aula passada….
o estudo do eletrocardiograma começou a ter enfase em 1902, quando Willem
Einthoven, considerado o pai da eletrocardiografia, com o galvanômetro
obtendo registros fidedignos e com padronização empregada até hoje.
Thomas Lewis foi grande estudioso das arritmias, sucessor de Einthoven, e
professor de Frank N. Wilson. As derivações unipolares de Wilson permitiram o
registro dos potenciais elétricos em qualquer parte do corpo. A
eletrocardiografia também propiciou o estabelecimento da teoria coronariana
das síndromes anginosas e, mais recentemente, novas aplicações clínicas,
tais como os testes ergométricos, eletrofisiológicos, holter e a
eletrocardiografia de alta resolução.
Nódulo SA: “Pacemaker” natural do coração. Frequência de 60 a 100 bpm em repouso.
Feixes internodais: conduzem o impulso elétrico entre o NS e o AV, Manda parte do
estimulo da NS para AE.
Nódulo AV: Recebe o impulso do NS. Entrega o impulso ao sistema His-Purkinje.
Frequência de 40 a 60 bpm.
Feixe de His: Inicia a condução para os ventrículos. Tecido da união AV. Frequência de
40 a 60 bpm. Se for necessário iniciar aqui o impulso elétrico, a frequência cardíaca
será cada vez menor.
RD/RE:F.HIS: Conduzem o impulso através dos ventrículos até as fibras de purkinje
para que estes se contraiam.
Rede de Purkinje: Ramos do feixe de his. Fibras de Purkinje. Conduzem o impulso
através dos ventrículos para que estes se contraiam. Proporcionam um ritmo de escape.
Frequência de 20 a 40 bpm.
DERIVAÇÕES DO ECG
ECG standard é constituído por doze derivações divididas em
dois grupos: seis derivações dos membros e seis derivações
pré-cordiais.
O conjunto das diversas derivações permite obter uma
representação tri-dimensional da actividade eléctrica cardíaca.

Cada derivação pode ser comparada a uma câmara que olha


segundo ângulos diferentes para os mesmos fenómenos.
DERIVAÇÕES DO ECG
BIPOLARES
DI DII DIII

AUMENTADAS DE MEMBROS OU
UNIPOLARES
AVR AVL AVF

PRECORDIAIS
V1 – V6
STANDARS
• Triángulo de Einthoven
• Plano Frontal
AUMENTADAS DE MEMBROS
• Triângulo de Einthoven
• Plano Frontal
• Unipolar
PRECORDIAIS
• Triângulo de Einthoven
• Plano Horizontal
POSICÕES DAS PRECORDIAIS

• V1: 4to EIC dir. Do esterno.


• V2: 4to EIC esq. Do esterno
• V3: entre V2 e V4
• V4: 5to EICI e LMC
• V5: 5to EICI e LAA
• V6: 5to EICI e LAM
Derivações especiais
O ECG convencional de doze derivações pode ser
complementado com derivações especiais em determinadas
circunstâncias. Assim, por exemplo, derivações precordiais
direitas, que são úteis na detecção de isquemia ventricular
direita. Derivações esofágicas podem revelar actividade auricular
que não é detectada pelo ECG de superfície.
Derivações especiais
As derivações posteriores são úteis quando há suspeita de
enfarte posterior. São realizadas, colocando os eléctrodos V4,
V5 e V6, no mesmo espaço intercostal do ECG convencional,
mas continuando para as costas do paciente.

V7: no quinto espaço intercostal, na linha axial posterior


V8: no mesmo nível que o eléctrodo V7, na linha média
escapular, no ângulo inferior da escápula.
V9: no mesmo nível que os eléctrodos V7 e V8, na linha
paravertebral esquerda
Derivações especiais

As Derivações direitas são recomendadas em pacientes com:


• Enfarte do miocárdio da parede inferior, quando se suspeite
enfarte do ventrículo direito.
• Também são úteis em pacientes com dextrocardia, situs
inversus.
• Em alguns casos de doença cardíaca congénita.
• São bastante utilizadas também para idade pediátrica (por as
crianças terem mais coração direito).
Derivações especiais

 V1: com a posição normal.


 V2: com a posição normal.
 V3R: a meio caminho entre os eletrodos V1 e V4R.
V4R: no quinto espaço intercostal direito, na linha
hemiclavicular.
 V5R: no quinto espaço intercostal direito, na linha axilar
anterior.
 V6R: no quinto espaço intercostal direito, na linha axilar média.
INTRERPRETAÇÕES ERRONEAS

• Interferência eléctrica
• Cabos frochos
• Tremores musculares
• Movimentos do paciente
• Corrimento do gel
Vetor de Despolarização
O movimento do impulso elétrico em direção ao
elétrodo positivo, resulta numa deflexão positiva no
ECG.

O movimento do impulso elétrico em direção ao


elétrodo negativo, resulta numa deflexão negativa
no ECG.

O movimento do impulso elétrico perpendicular


entre o elétrodo positivo e negativo, resulta numa
deflexão bifásica no ECG.
Papel Milimétrico
Despolarização
auricular
Despolarização
Ventricular
Ondas, Intervalos e Segmentos
Onda P
• Duração: até 0.11seg ou 110ms
• Morfologia arredondada, monofásica, pequenos entalhes; na taquicardia,
pontiaguda;
• Amplitude: até 0.25mV ou 2.5mm
• Polaridade
Positiva em DI, DII e de V4 a V6
Negativa em aVR
Bifásica em DIII, aVL e de V1 a V3
Em V1 (50%) é bifásica;
Ondas, Intervalos e Segmentos
Intervalo PR (PQ)
• Mede-se no início da onda P ao início do QRS
• Duração normal é de 0.12 a 0.20seg ou 120 a 200ms
A sua duração encurta quando a FC aumenta e prolonga-se
quando a FC diminui.
Representa a quantidade total de tempo necessário para a
despolarização das aurículas (onda P), assim como o tempo
necessário para que o impulso se desloque lentamente através da
junção AV, pelos ramos do feixe até à despolarização ventricular
(complexo QRS).
Ondas, Intervalos e Segmentos
Complexo QRS
• Duração até 0.10seg ou 100ms
• Morfologia variável: a ativação ventricular é representada por 3
vetores e o coração pode apresentar rotação sobre os seus
eixos;
• Amplitude até 25mm ou 2.5mV
• Polaridade:
• Positiva em DI, aVL, V5, V6, DII, DIII, aVF.
• Negativa em avR, V1, V2
• Bifásica em V3, V4 e por vezes em DIII
Ondas, Intervalos e Segmentos
Segmento ST
• Representa o início da repolarização ventricular;
• É do fim do QRS (junção denominada ponto J) ao início da onda
T;
• Normalmente isoelétrico, ou seja, deve estar ao mesmo nível do
P-R que o antecede;
Alterações do ST:
 Supradesnivelamento
 Infra desnivelamento
Ondas, Intervalos e Segmentos
Onda T
• Duração: não é medida
• Morfologia: arredondada e assimétrica, em que o ramo
ascendente é mais lento que o descendente;
• Amplitude: não é medida embora seja menor que a amplitude
do QRS;
Polaridade;
• Positiva em DI, DII, aVL, avF, V2, V3, V4, V5 e V6
• Negativa em DIII, aVR e V1
• CRIANÇAS é negativo de V1 a V3
Ondas, Intervalos e Segmentos
Intervalo QT e QTc

Representa o tempo total necessário para que ocorram a


despolarização e repolarização dos ventrículos;
É medido do início do complexo QRS ao fim da onda T;
Intervalo QT normal vai de 0.35 a 0.45seg ou 350 a 450ms;
Duração do intervalo QT varia normalmente com a idade, o
género e especialmente com a FC;
À medida que a FC aumenta o intervalo QT diminui e à medida
que a FC diminui o intervalo QT aumenta.
Formula para o calculo do INT. QTC
QT/raiz quadrada do intervalo R a R

À medida que a FC aumenta o intervalo QT diminui e à medida


que a FC diminui o intervalo QT aumenta.
DÚVIDAS
? ???

Cardiopneumologia, Eletrocardiografia I – 2021 – 2º Ano/1º Sem. – Prof. Antónia Vatúsia Marino Martins
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Princípios físicos e eletrolíticos na eletrocardiografia:

• Derivações eletrocardiográficas
• Vectores
• Derivações uni/bipolares
• Colocação

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