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HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II

AULA 8 : CONFLITOS DA GUERRA FRIA – VIETNÃ, COREIA ,


CUBA E IRÃ

Profª. Joselia de Castro Silva


HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II

Nesta aula, analisaremos os desdobramentos da oposição


socialismo e capitalismo e veremos que, embora a guerra
fria não se trate de um conflito direto, ela foi
responsável por diversas crises civis e políticas em
diversos países, onde destacaremos os casos coreano,
vietnamita, cubano e iraniano. 
 

AULA 8 : CONFLITOS DA GUERRA FRIA – VIETNÃ, COREIA , CUBA E IRÃ


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HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II

COREIA

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Durante o período imperialista, a Coreia foi invadida e


ocupada pelo Japão, que considerava esta região
estratégica, política e militarmente, além de terem
interesses nos recursos locais. Com a entrada do Japão na
Segunda Guerra, a situação da Coreia se agravou, já que
além de buscar recursos, muitos coreanos foram enviados
para engrossar as fileiras do exército japonês. Em 1943, as
potências mundiais decidiram que, após a guerra, a Coreia
se tornaria independente. Enquanto isso não ocorresse, o
país seria dividido a partir de um marco geográfico, o
paralelo 38.

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Este paralelo dividiria a Coreia em uma zona de


influência soviética e outra estadunidense, com o
objetivo, de enfraquecer as forças japonesas, o que
aceleraria o fim do conflito.
Mas, após a guerra, essa divisão, que seria temporária,
acabou se tornando definitiva e a Coreia foi dividida
entre Coreia do Norte ou República Democrática da
Coréia, sob influencia soviética e Coreia do Sul, sob
influencia estadunidense.

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A guerra civil se estendeu até 1953, quando a morte do


líder soviético Joseph Stalin provocou a alteração na
política externa da URSS. Stálin foi sucedido por Nikita
Khrushchev, cujo governo vigorou durante quase toda
Guerra Fria. Por outro lado, os EUA também passavam por
eleições, vencidas por Dwight Eisenhower. Os dois novos
líderes buscaram negociar a paz, já que a ninguém
interessava a extensão da Guerra da Coreia. O acordo que
selaria o armistício foi assinado em junho de 1953, em Pan
Munjon, que acabou por confirmar a divisão original entre
as duas Coreias.

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CUBA

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Ao se tornar independente, no século XIX, Cuba foi


submetida a política estadunidense do Big Stick e da
Doutrina Monroe, que justificativa a intervenção dos
Estados Unidos nos países latinos com o pretexto de
manter a ordem e garantir a emancipação das ex-colônias
latinas de suas respectivas metrópoles. Dessa forma, a
constituição cubana possuía um mecanismo que, na
prática, submetia a ilha aos interesses estrangeiros, a
Emenda Platt. Esta emenda permitia a presença militar
dos Estados Unidos em Cuba e quebrava a soberania do
país, motivo de grande revolta entre a população cubana.

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O país foi obrigada a ceder uma área de mais de 100


km², na Baía de Guantánamo, para sediar uma base
militar estadunidense. Os investimentos dos Estados
Unidos em Cuba eram intensos, e na maior parte das
vezes, pouco favoreceriam a população – ainda que
gerassem empregos. Hotéis e cassinos eram
explorados por empresários estrangeiros e além da
miséria, Cuba convivia com o crime e a prostituição.

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Em 1933 chega ao poder Fulgêncio Batista, cujo governo


rapidamente assumiu o aspecto de uma ditadura. Batista
tinha diversos interesses afins aos estadunidenses e
conforme a ditadura se tornava cada vez mais opressora,
cresciam também os grupos que a ela se opunham,
normalmente, na clandestinidade. Nos anos 1950 surgiu
um movimento guerrilheiro, liderado por Fidel Castro.
Junto com seu irmão, Raul, e com o apoio de Camilo
Cienfuegos e do médico argentino Ernesto “Che” Guevara,
Fidel iniciou um movimento sistemático de oposição a
Fulgêncio, objetivando a derrubada da ditadura e o
estabelecimento de um modelo democrático cubano. Por
princípio, a revolução cubana que este grupo lideraria não
era um movimento socialista – Che Guevara era um dos
poucos que defendia a adoção deste regime em Cuba.

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Com a tática de guerra de guerrilhas, os revolucionários


foram tomando aos poucos as cidades do interior, até que,
no ano novo de 1959, entram vitoriosos em Havana, a
capital cubana. Batista fugiu as pressas do país, tendo se
exilado em Portugal e, posteriormente, na Espanha, onde
faleceu em 1973. O ano de 1959 marca a vitória da
Revolução Cubana.

Primeiras medidas:

•realização de uma intensa reforma agrária;


•nacionalização de diversos empreendimentos, como
refinarias, usinas e diversas industrias;

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Em 1961, assume o poder John F. Kennedy, que


mantem as hostilidades contra Cuba: seria imposto um
embargo econômico, a menos que Fidel cedesse e
abrisse novamente as portas para investimentos
estrangeiros. Este embargo significava que nem os EUA
nem seus aliados comprariam ou venderiam qualquer
produto para os cubanos, sufocando o mercado, e por
consequência, sua economia. Sem aliados, Cuba se vira
para a União Soviética, que passou a comprar os
produtos cubanos.

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CRISE DOS MÍSSEIS


Em 1961, logo após ter formalizado o apoio a URSS e
aderido ao bloco socialista, o líder soviético Nikita
Khruschev instalou, em Cuba, diversos mísseis de médio e
longo alcance, direcionados para os EUA. Se disparados,
estes mísseis atingiriam parte significativa dos Estados
Unidos além de cidades densamente povoadas. Durante
quase duas semanas – chamadas de “os treze dias que
abalaram o mundo” – Kennedy exigiu a retirada dos mísseis
soviéticos, ameaçando uma retaliação de proporções
desastrosas. Prevendo um conflito com resultados
inimagináveis, Khruschev recua e retira os mísseis. Foi o
mais próximo que o mundo esteve, até então, de uma
terceira guerra mundial, dessa vez, nuclear.

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VIETNÃ

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O Vietnã foi dividido a partir da Convenção de Genebra. O


sul ficaria sob o comando de Bao Dai (capitalista) e o norte,
sob o comando de Ho Chi Minh (comunista). Em 1956,
deveriam ser realizadas eleições livres, que novamente
unificariam o país em um único regime. Antes que as
eleições ocorressem, o presidente Eisenhower, temendo
que o país se consolidasse sob a liderança de Ho Chi Minh,
enviou tropas para o Vietnã do Sul e mediante um plebiscito
– que estima-se, tenha sido fraudado – colocou no poder,
Ngo Dinh Diem, que apoiava abertamente os EUA.

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Ngo Dinh Diem logo se tornaria um ditador, cancelando


as eleições e proclamando a independência do sul. A
ditadura do sul acabou por provocar uma oposição
interna. Surgiram grupos de orientação comunista,
dispostos a lutar contra a interferência estadunidense e
pela redemocratização do país. Em 1959, estes grupos
receberam o apoio das forças dos EUA e da URSS. Os
Estados Unidos se mantinham fornecendo armas e
suprimentos, mas logo passaram a intervir diretamente,
enviando tropas para o Vietnã.

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O Vietnã rapidamente se tornou um conflito impopular nos


EUA. O discurso de impedir a ameaça comunista não mais
convencia pais, mães, esposas e filhos, que viam seus
entes queridos mortos em uma guerra que não era sua. A
partir dos anos 1970, sem um avanço significativo contra o
norte e contabilizando milhares de mortos, a derrota
estadunidense era iminente.

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Diversos grupos protestavam abertamente contra o


conflito. Feministas, hippies, músicos, intelectuais,
jornalistas, formadores de opinião, levantavam suas
vozes e pediam pelo fim do conflito. O Vietnã foi um dos
primeiros conflitos a ter cobertura maciça da imprensa e
a divulgação das informações vindas diretamente do
front revelavam o horror da guerra. Armas químicas,
como o napalm (adicionado a bombas e lanças chamas,
aumentando sua capacidade incendiária) e o agente
laranja, um pesticida que provoca câncer e
deformidades, eram usados pelos estadunnidenses não
somente contra os soldados inimigos, chamados de
Vietcongs, mas também contra a população local,
formada, em sua maioria, por camponeses.

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As derrotas consecutivas, o enorme número de mortos e


a oposição da opinião pública foram alguns dos fatores
para que o conflito chegasse ao fim com a derrota do sul
e dos estadunidenses em 1975. No ano seguinte, o Vietnã
se unificou, adotando o comunismo com o apoio
soviético. O uso das armas químicas passou a ser
discutido e regulamentado em conflitos internacionais. O
número de mortos desse conflito é impreciso, e estimado
entre 1,5 e 2 milhões de pessoas, entre soldados e civis.
Poucos eventos foram tão abordados no cinema quanto
esta guerra. É interessante pensar que nos filmes
produzidos pelos EUA, o Vietnã permanece como uma
ferida aberta, mas raramente é mencionado que esta foi
uma guerra no qual saíram derrotados.

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IRÃ

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O Irã, antigo Império Persa, era governado pelo Xá Reza


Pahlevi, que favorecia claramente os interesses
estadunidenses na região, o que provocava a oposição
dos nacionalistas, que não desejavam interferências
estrangeiras em sua soberania nacional. O Xá governava
com mão de ferro, perseguia os opositores e lançava
mão da violenta polícia secreta, a Savak. A população,
insatisfeita, levou ao poder o aiatolá Ruhollah al-
Khomeini – no Islã, o aiatolá é a mais alta figura na
hierarquia religiosa – em 1979. Esta revolução levou ao
poder o fundamentalismo islâmico, a ala radical dos
muçulmanos. Logo, radicais e moderados passaram ao
embate, provocando uma guerra civil.

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Em meio a desordem, em 1980, o Iraque, liderado por


Saddam Hussein, invade o Irã, em uma disputa por
territórios. Inicialmente, o Iraque era um comprador de
armas dos soviéticos, mas, conforme o apoio estadunidense
aos iraquianos se tornou cada vez mais declarado, os
soviéticos voltaram seus esforços para o Irã. A Guerra Ira-
Iraque prosseguiu até os anos 1990, quando o Iraque
finalmente reconheceu a posse do Irã de seu território
original. Esta foi uma guerra sem vitoriosos e os dois países
sofreram intensas perdas, humanas e materiais.

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NESSA AULA VOCÊ:

Nesta aula, vimos as guerras gestadas a partir da


guerra fria, buscando compreender de que forma
um conflito ideológico promoveria conflitos
armados, com a perda de milhares de vidas.

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