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Circuitos Elétricos

(ELE0506)
Circuitos de 1ª Ordem
Circuitos de 1ª Ordem – Resposta à Entrada
Zero
Circuito RC • Para esse circuito, tem-se:
• No circuito da figura abaixo, o capacitor é
inicialmente carregado pela fonte de tensão
constante até que a voltagem vc(t) em seus terminais
iguale a tensão da fonte, E. dvc (t ) vR (t )
Mas, ic (t )  C e iR (t ) 
dt R
• Em t = 0 a chave é mudada da posição 1 para a =VR
• Logo: dvc (t ) vc (t )
posição 2, conectando o capacitor carregado ao C  0
resistor R. dt R
• É fácil demonstrar que equações desse tipo
têm solução da forma:

• onde K e  são parâmetros a determinar.


Lembrando que este é um típico “problema
do valor inicial – PVI”, aplica-se a condição
inicial sobre vc(t), como segue:
• Considere que vc(0) =E e que, com a chave na
posição 2, a única porção efetiva de circuito, onde
pode circular uma corrente é: • Substituindo agora na equação
diferencial de 1a ordem, fica:

• .
Circuitos de 1ª Ordem – Resposta à Entrada
Zero
• Portanto, (a “resposta à entrada zero” ou • Portanto, t1 = RC = T. A grandeza . tem
“ resposta livre” do circuito é dimensão de freqüência e é medida em
, t ≥ 0 e a constante de tempo do rad/s.
circuito é T = RC. • Essa freqüência é conhecida como
A constante de tempo é igual ao tempo necessário para que a “freqüência natural do circuito”.
tensão do capacitor suba até aproximadamente 63% ou desça
até aproximadamente 37,8% de seu valor final .
• Observe que a fonte independente de tensão
• Os gráficos de vc(t) e vR(t), t, são foi útil apenas para carregar o capacitor.
mostrados abaixo: • O funcionamento do circuito após o
desligamento da fonte (entrada) depende
apenas da tensão inicial do capacitor e da
grandeza dos parâmetros dos elementos de
circuito.

• Como não existe fonte de excitação,


• É fácil mostrar que a reta tangente à costuma-se designar a resposta do circuito
como “resposta à entrada zero” ou “resposta
exponencial, no ponto t = 0, intercepta o
livre”.
eixo vdos tempos
' (t )  
E  RCem 't1 = T: E
e
t
 v (0)    tg  
E
c c
RC RC t1 Fazer exemplo 1.
Circuitos de 1ª Ordem – Resposta à Entrada
Zero
Circuito RL
Condição Logo:
Inicial

i L 0  I 0
i L  i R
Gráfico:
t  0

diL (t ) di (t )
Para t  0 VL = VR  L  RiR  L L  RiL (t )  0
dt dt
VL VR = -RiL
Semelhantemente:

 iL(0) = K = I0

Substituindo:
d ( Ket )
L
dt
 
 R Ket  0 • Constate de tempo:
T L
R
R • Freqüência Natural: R
LI 0et  RI 0et  0  I 0et ( L  R)  0  L  R  0     L
L
Circuitos de 1ª Ordem – Resposta ao Estado
Zero (elementos de circuito com condições iniciais nulas)
Entrada de Corrente Constante
• A solução de equações diferenciais ordinárias
pode ser escrita na forma:
V= vparticular + vhomogênea
Depende das C.I. e da sua topologia
Depende da excitação

• Onde vparticular é uma solução da equação


diferencial não homogênea, para alguma
excitação particular; vhomogênea é a solução da
v0    v0    0 Condições Iniciais nulas
equação diferencial homogênea.
• A solução geral é dada na forma :
iC  iR  i f V(t) = K1 + K2 eαt.
t0 dv(t ) v(t )
C   I f (*) • Substituindo a solução geral na equação
dt R
diferencial (*), onde V’(t) = K2 α eαt, temos:
K1 K 2et K K et
CK 2et    I f  CK 2et  1  I f  2
R R R R
K1
 I f  K1  RI f e C   1     1
R R RC
Circuitos de 1ª Ordem – Resposta ao Estado
Zero (elementos de circuito com condições iniciais nulas)
• E a resposta completa fica:

• Gráfico:
• A constante K2 pode ser
determinada a partir das
condições iniciais, de acordo
com:

V(0) = 0 = RIf + K2 → K2 = -RIf

• Assim:

Fazer exemplo 2.
Circuitos de 1ª Ordem – Resposta ao Estado
Zero (elementos de circuito com condições iniciais nulas)
Entrada Senoidal
sen(a  b)  sena cos b  senb cos a
E Lembrando que: cos(a  b)  cos a cos b  senasenb

• Considere ainda o mesmo circuito


anteriormente estudado, mas com excitação
• CBChega-se a:
sent cos  sen cost   B cost cos  sentsen 
2
2 2 2 2 2
de uma fonte de corrente senoidal: R
 Acost cos1  sentsen1 
i f (t )  A cos(t   1 )
• A solução da equação homogênea é
B2
idêntica:  CB2 sen 2 cos t  cos t cos  2  A cos t cos 1
t

R
v h (t )  B1e RC
B
 cos t (CB2 sen 2  2 cos  2 )  cos t ( A cos 1 )
R
• A solução da equação particular é suposta • Igualando os B
A cos 1  CB2 sen 2  2 cos  2 (*)
como: R
coeficientes:
B
v p (t )  B2 cos(t   2 )  CB2 sent cos  2  2
sentsen  2   Asentsen 1
R
Se a excitação é senoidal a resposta forçada é senoidal, se a
excitação fosse exponencial a resposta forçada seria exponencial e B2
 sent (CB2 cos  2  sen 2 )  sent ( Asen1 )
assim por diante. R
• Substituindo na equação diferencial B
 Asen1  CB2 cos  2  2 sen 2 (**)
R
B2
 CB2sen(t   2 )  cos(t   2 )  A cos(t  1 ) dv(t ) v(t )
R C   If
dt R
Circuitos de 1ª Ordem – Resposta ao Estado
Zero (elementos de circuito com condições iniciais nulas)
B2 •
A cos1  CB2 sen 2  cos 2 (*) Substituindo agora nas equações (*) e (**)
R
B
 Asen1  CB2 cos 2  2 sen 2 (**)
R Onde :
A
Elevando (*) e (**) ao quadrado: B2 
Y
 2C 1 
cos 2 1 A 2  B22  2 C 2 sen 2 2  sen 2 cos  2  2 cos 2  2 
 R R 
+ cos 1   sen y sen 2  cos  y cos  2  cos( 2   y )

 2C 1  ou 
sen 21 A 2  B22  2 C 2 cos 2  2  sen 2 cos  2  2 sen 2 2   sen1   sen y cos  2  cos  y sen 2  sen( 2   y )

 R R 
 1  A • Dividindo membro a membro:
A 2  B22 (C ) 2  2   B2  tg  2   y   tg 1 ,
Sen y
sendo 1   2   y
 R  (1 / R)  (C ) 2
2
 C
  2  1   y  1  tg 1  2  1tg 1RC
1/ R
A cos y
Y  (1 / R) 2  (C ) 2  Y 2  (1 / R) 2  (C ) 2  B2  • Portanto, a solução completa é:
Y 
t
A
Seja: v(t )  B1e RC  cos(t   2 )
1 / R   C 
2 2

• Aplicando as condições iniciais:


Isso sugere a construção do seguinte triângulo A A
v(0  )  v(0  )  0  B1  cos( 2 )  B1   cos  2
retângulo: cos  y 
1/ R Y Y
onde, Y
C • E a solução completa fica:
sen  y 
Y
Circuitos de 1ª Ordem – Resposta Completa:
Transitória e de Regime Permanente
• Seja um circuito linear invariante no tempo, caracterizado por uma excitação
(entrada) fS(t) e uma resposta (saída) x(t), relacionadas através da equação:
dx(t )
A1  A0 x(t )  f S (t ), x(0)  X 0 (*)
dt

dxi (t )
A1  A0 xi (t )  0, xi (0)  X 0
• A resposta à entrada zero, desse circuito, é definida por: dt

dx0 (t )
A1  A0 x0 (t )  f S (t ), x0 (0)  0
• E a resposta ao estado zero, por: dt

• Somando ambas as equações e ambas as condições, fica:


d ( xi (t )  x0 (t ))
A1  A0 ( xi (t )  x0 (t ))  f S (t ), xi (0)  x0 (0)  X 0(**)
dt

• equações (*) e (**) são idênticas e, uma vez que a resposta do circuito é única,
tem-se: xt   xi t   x0 t , x0  X 0 (***)
Circuitos de 1ª Ordem – Resposta Completa:
Transitória e de Regime Permanente
• Exemplo: Considere o circuito RC • É claro que essa mesma
paralelo estudado anteriormente,
resposta pode ser obtida a
excitado por uma fonte de corrente
constante If, quando o capacitor estava partir da resolução direta da
carregado, com tensão inicial V0, equação diferencial completa,
conforme mostra a figura abaixo: aplicando a condição
v  RI inicial
p f

V(0) = V0: v (t )  Ke
 1 
 t
 RC 
h
 1 
 t
 RC 
v(t )  v p (t )  vh (t )  RI f  Ke
– Solução particular:

v(0)  V0  RI f  K  K  V0  RI f
– Solução homogênea:
• De acordo com a equação (***) a Então :
resposta completa pode ser obtida da  1 
 t
superposição entre a resposta à entrada – v(tSolução
)  (V0  RI  RC 
f )e
global:  RI f
zero e a resposta ao estado zero. Logo:

Fazer exemplo 3.
Circuitos de 1ª Ordem – Respostas
Transitórias e de Regime Permanente
• Designando a resposta de um circuito de - Resposta transitória:
x(t), define-se como resposta de regime A 
t
vtr (t )   e RC cos  2
permanente: lim Y
x rp  t  x(t )
(Resposta permanente: aquela que não se anula quando t→) - Resposta de regime
A
permanente:
v rp (t )  cos(t   2 )
Y
• E como resposta transitória a xtr(t) de x(t) tal
que: lim
x (t )  0 Onde,
t  tr  2  1  tg 1RC
(Resposta transitória: aquela que se torna zero quando t→)

• Em geral, a resposta de regime permanente


• Observe que é possível controlar o
corresponde à solução particular da equação transitório, através do ângulo de
diferencial que relaciona entrada/saída e a chaveamento (instante em que a fonte é
resposta transitória, à solução da equação ligada).1  tg 1RC, 2  0
homogênea correspondente.
• Para e a resposta transitória
1
• Para o circuito RC simples já estudado, por 1  tg
terá RC  máxima.
amplitude / 2, 2   Por
/ 2, COS  2  lado,
outro 0
exemplo, com excitação senoidal, tem-se: se e a resposta
transitória se anula.
Circuitos de 1ª Ordem – Circuitos com Várias
Constantes
• Considere o circuito abaixo, onde, para t < 0, a • Para fins de análise, o tempo de
chave S1 está fechada e a chave S2 está funcionamento do circuito pode ser dividido
aberta. em 03(três) intervalos: t < 0, 0 ≤ t ≤ t1 e t > t1.

– P/ t < 0 →

– P/ 0 ≤ t ≤ t1 →

v(t1 )  0,63R1I f  R1 I f (1  e t1 / t1 ) 


– P/ t = t1 →
 (1  e 1 ) R1 I f  (1  0,3679) R1I f
• O capacitor C está inicialmente descarregado
e em t = 0, S1 é aberta, fazendo com que a
fonte If forneça corrente ao circuito RC • Para t ≥ t1, tem-se o funcionamento de um
paralelo de constante de tempo t1 = R1C. circuito RC com condições iniciais diferentes
de zero.
• Considere ainda que, em t = t1 a chave S2 é
fechada, paralelando o resistor R2 ao restante • A equação diferencial que rege o
dv (t ) v(t )
do circuito e definido uma nova constante de comportamento
C do circuito
  I é:
f
dt Req
tempo t2 = (R1//R2)C.
Circuitos de 1ª Ordem – Circuitos com Várias
Constantes
• Cuja solução é:
t t
 
ReqC t2
v(t )  Req I f  Ke  Req I f  Ke  t  t1 (1)

t

t Para encontrar K, deve-se igualar a condição
v(t )  R1 I f (1  e R1C
)  R1 I f (1  e )  0  t  t1 (2)t1
inicial a (1) e para encontrar a condição inicial

t1 faz-se t=t1 (equação 2).
1 t2
v(t1 )  R1 I f (1  e )  Req I f  Ke
t1

 

1 t2
 K  R1 (1  e )  Req I f e

• Logo,

 t / t2
v(t )  Req I f  Ket / t2  Req I f  [ R1 (1  e 1 )  Req ]I f et1 / t2 e 
t1 t t1 t
1 t2 t2
 Req I f  R1 I f (1  e )e  Req I f e 

t1

t

t t1 
t2 t2 1 t2
 Req I f (1  e .e )  R1I f (1  e )e

v(t )  R1I f (1  e 1 )e (t t1 ) / t2  Req I f (1  e (t t1 ) / t2 ), t  t1


Circuitos de 1ª Ordem – Resposta-Degrau
• Em vez de representar a ação de uma • Sua resposta pode
fonte independente conectada em t =
entãov(t )ser
 RI (dada
1  e )  (por:
t

0 a um circuito, através de uma f t)
RC

operação de chaveamento, pode-se


simplesmente supor a fonte
permanentemente conectada, mas
com valor da grandeza (tensão ou
corrente) modulado por um degrau.
t

(t )  R (1  e )  (t ), RC

• Assim, o circuito RC estudado • Essa resposta


Considerandoserá ,
anteriormente pode ser caracterizado
como na figura:
designada
I  1, por
f  (t )(t)

0, t  0e, de
1, t  0
acordo com a equação
acima, resulta em:
.
Circuitos de 1ª Ordem – Resposta-Impulso
• Denomina-se resposta-impulso de um circuito • Derivando ambos os membros:
a sua resposta ao estado zero, quando excitado d  d   d 
por um impulso unitário. C    G    (t )
dt  dt   dt 

• Considere mais uma vez o circuito RC paralelo, d


h(t ) .
sendo que, desta vez excitado por um impulso • Comparando com a eq.(1), pode-se concluirdt
unitário. que a resposta-impulso, h(t), equivale a

dv(t ) diferencial é: 
t
 1  RCt 
• Sua equação
C  Gv (t )   (t )(1), v(0  )  v(0)  0 • (t )  R (1  e RC
)
Derivando a expressão da Rresposta-degrau:
h (t )  . e   (t )
dt  RC 

t
 (t )  0, t  0 
 (t )  R(1  e RC
)  (t )
 t
• Uma vez que (t) não é propriamente uma • A primeira
(1  e ) parcela

RC
 0, t  0 é nula, pois:
função, torna-se difícil a resolução “direta” da
equação acima. Essa dificuldade pode ser
contornada através de alguns artifícios, um dos
quais é apresentado a seguir. 1 
t
h(t )  e RC  (t )
d C
C  G   (t )
dt
• Partindo da equação que define a resposta
• Portanto:
degrau, tem-se:

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