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Ergonomia

e
Segurança do Trabalho
Qual é o movimento correto?
SITUAÇÃO 1
A B
Qual é o movimento correto?
SITUAÇÃO 1
A B
SITUAÇÃO 2

C D
SITUAÇÃO 2

C D
SITUAÇÃO 3

E F
SITUAÇÃO 3

E F
Razões para o Estudo da
Ergonomia
Discussões como essas motivaram
o surgimento de uma área do
conhecimento voltada para a
saúde, segurança e bem-estar do
indivíduo enquanto realiza alguma
atividade produtiva.
INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO – PÓS
1850
Imagem de um trabalhador possivelmente
durante os raros intervalos de descanso
Linha de Montagem
Henry Ford (1863-1947)

Fordismo, termo criado por Henry Ford, em


1914 refere-se aos sistemas de
produção em massa ( linha de produção ) e
gestão idealizados em 1913 .
Frases de Ford sobre o Trabalho
Cenas do Filme “Tempos Modernos” de Charlie
Chaplim.
Tecnologia de interfaces entre as pessoas e
Sistemas Produtivos
Qualquer forma de interação entre o
componente humano e os demais
componentes do sistema de trabalho
constituir-se-á em uma interface, sem que
tenhamos necessariamente uma boa
interface. As boas interfaces (adequadas)
atenderão de forma conjunta, integrada e
coerente os critérios de conforto, eficiência e
segurança.
Ergonomia e Interfaces
Conceituação de Ergonomia
O conceito “Ergonomia” é oriundo das palavras
gregas Ergon (trabalho) e nomos (regras). Nos
Estados Unidos, usa-se também, como
sinônimo, human factors (fatores humanos).

É o estudo do relacionamento entre o homem e


seu trabalho, equipamento e ambiente,
considerando a aplicação dos conhecimentos de
anatomia, fisiologia e psicologia na solução de
problemas surgidos desse relacionamento.
Ergonomia e Atuação Profissional
Ergonomia é uma atitude profissional
que se agrega à prática de uma profissão
definida. Neste sentido é possível falar
de um médico ergonomista, de um
psicólogo ergonomista, de um designer
ergonomista e assim por diante.
Ergonomia e Atuação Profissional
Esta atitude profissional advém da própria
definição estabelecida pela Associação
Brasileira de Ergonomia, com base num debate
mundial:
A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de
trabalho para adequar a atividade nele existentes
às características, habilidades e limitações das
pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente,
confortável e seguro (ABERGO, 2000).
Fases da Ergonomia

 Pode-se considerar que


existiram três fases que
caracterizaram a evolução da
Ergonomia.
Exemplos das Fases de Ergonomia

FASE ATUAÇÃO EXEMPLOS

1a DIMENSIONAL Botões, pedais, alavancas, painéis.

Cabines, salas, galpões, divisões, iluminação,


2 a
AMBIENTAL ventilação, isolamento termo-acústico, cores nas
paredes e objetos, sinalização.
Horários, pausas para descanso, relacionamento
3 a
ORGANIZACIONAL entre trabalhadores e chefia, sono, rodízio em
tarefas repetitivas, treinamento, integração.
Ergonomia e Segurança do Trabalho
As posturas inadequadas, que advém
principalmente de um posto de trabalho mal
dimensionado, e os movimentos repetitivos
são alguns dos fatores que mais contribuem
para o aparecimento de algumas doenças. 

Neste âmbito, a prevenção continua sendo a


melhor solução para evitar problemas aos
empregados e, conseqüentemente, aos
empregadores.
Ergonomia e Segurança do Trabalho
 A engenharia tem prestado grande contribuição
na elaboração de projetos que contemplem as
prescrições da ergonomia como, por exemplo, o
mobiliário, que deve primar não só pelo conforto,
mas também observar os alcances visuais e dos
membros. 

 O controle administrativo também é uma forma


de reduzir a exposição do trabalhador à condição
anti ergonômica, mediante rodízio dos
trabalhadores, alternância de postura ou redução da
jornada laboral.
Algumas formas de prevenção :

 Realizar pequenas pausas rápidas em qualquer


atividade que se exerça repetição excessiva ou postura
inadequada por tempo prolongado. Intervalos breves e
freqüentes são mais eficazes para a recuperação do que um
período de descanso igual, tomado de uma só vez;

 Cuidar para sempre permanecer com uma boa postura,


incluindo a adequação do posto de trabalho, de acordo
com as características físicas dos indivíduos e a atividade
realizada;

 Não aplicar força nem pressão exageradas, repetitivas


ou freqüentes durante a atividade.
Benefícios gerados com Ergonomia no trabalho:
• Redução de acidentes e doenças ocupacionais; 
• Aumento da eficiência do trabalhador;
• Melhoria da qualidade técnica dos trabalhadores;
• Aumento do moral e satisfação dos
trabalhadores;
• Aumento da produtividade das áreas;
• Melhoria na qualidade dos produtos;
• Redução do absenteísmo; 
• Diminuição do custo de produção; 
• Redução do desperdício; 
• Prevenção de danos na produção;
• Prevenção de avarias em máquinas e
equipamentos. 
A boa notícia é que, segundo a medicina,
essas doenças são curáveis,
principalmente nos primeiros estágios.
Por isso, a prevenção e o diagnóstico
precoce são essenciais, tanto para
proteger o trabalhador como para evitar
passivos em segurança e saúde no
trabalho nas empresas.
Objetivos da ergonomia:
 Aumentar a eficiência
organizacional (produtividade e
lucros).

 Aumentar a segurança, a saúde e o


conforto do trabalhador.
Objetos de estudo alvo de análise pela
ergonomia:

Posturas adotadas pelos trabalhadores;

 Movimentos corporais efetuados;

 Fatores físicos ambientais que enquadram o


trabalho;

 Equipamentos utilizados.
Tipos de intervenção da ergonomia:

 Concessão de postos e métodos de trabalho,


ferramentas, máquinas e mobiliário;

 Correção de problemas identificados através de


metodologias próprias;

 Sensibilização, informação e formação sobre os


métodos e técnicas mais adequados para realizar as
suas tarefas.
Com base na NR 17 (após a leitura da mesma)e sua
vivencia cotidiana na lojas do comercio local, faça um
relato qualitativo de problematizações e/ou situações
observadas e/ou vivenciadas nestes locais.
Entregar o relato via Teams para compartilhar as situações
descritas com os colegas e após a entrega faremos uma
roda de conversa das situações.
OBS: ocultar o nome do estabelecimento
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE
LESÕES
LESÃO IMEDIATA
São aquelas em que os traumas físicos ou psicológicos
se observam imediatamente, ou no espaço de algumas
horas após a ocorrência do acidente.É o caso das lesões
traumáticas como corte,fraturas e
escoriações,queimaduras,choques elétricos e também
das intoxicações agudas como substâncias nocivas.
LESÃO MEDIATA
São aquelas em que os estados patológicos,às
vezes,demoram até anos para se manifestarem.É o
caso das intoxicações e das maiorias das doenças
profissionais decorrentes de exposições constantes e
prolongada a agentes ambientais agressivos.
O QUE É DOENÇA PROFISSIONAL OU DO
TRABALHO ?
Doença não degenerativa nem inerente a grupos etários,
resultante das condições excepcionais em que o trabalho é
executado,desde que diretamente relacionada com a
atividade exercida,que cause redução da capacidade para o
trabalho e justifique a concessão de benefício por
incapacidade.

Algumas doenças que,embora possam resultar do exercício


de determinadas atividades, exigem a comprovação o nexo
de causa efeito,por incidirem também com certa frequência
na população em geral,não sendo,então possível considerá-
las como tipicamente profissionais.Nesses casos necessita-se
de uma verificação minuciosa do nexo causal.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS
CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE

LESÃO PESSOAL ou LESÃO

É qualquer dano sofrido pelo organismo humano como


consequência de acidente de trabalho.

NATUREZA DA LESÃO
É o tipo de lesão que ocorreu .As lesões que mais
comumente ocorrem são :

CONTUSÃO
É a decorrente de um traumatismo sobre qualquer região
do organismo,sem que ocorra rompimento da pele.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS
CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE
(continuação)

ENTORCE
É a ocorrida na articulação dos ossos e provocada por um
movimento anormal ou exagerado.

LUXAÇÃO
É quando ocorre rompimento da superfície da pele dando
origem a uma hemorragia .

QUEIMADURA
É a lesão produzida nos tecidos pela ação do calor.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE (continuação )

LOCALIZAÇAÕ DA LESÃO

A localização da lesão merece análise cuidadosa e deve ser


feita com muita atenção.
As vezes a identificação do agente da lesão só se dá por
meio da localização deste.O estudo estatístico,pela sua
localização e o estudo de ocorrências nos mesmos pontos
pode iniciar a existência de determinado fator de
insegurança, seja ato inseguro ou condição insegura. A
localização da lesão tem ainda importância para os efeitos
legais decorrentes das normas previdenciárias.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS
CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE (continuação)

FONTE DA LESÃO

Em uma análise, após saber qual a parte do corpo que


foi lesionada,procura-se identificar aquilo que, em
contato com a pessoa, determinou a lesão, isto é busca-
se determinar o agente ou fonte da lesão.
Podem ser ácidos e outros produtos químicos, uma
ferramenta, parte de uma máquina, materiais
incandescentes e\ou excessivamente quente,arestas
cortantes,corrente elétrica,superfícies abrasivas,etc...
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS
CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE (continuação)

A determinação da fonte da lesão é um dado


fundamental na análise de acidentes.
É importante apurar e anotar, os fatores pessoais
que estiverem presentes no momento que aconteceu
o acidente.Os fatores ee insegurança ficam evidentes
quando o indivíduo apresenta desconhecimento dos
riscos de acidentes, treinamento inadequado,falta de
aptidão ou interesse pelo trabalho,excesso de
confiança,incapacidade física para o trabalho,etc..
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS
CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE (continuação)

MORTE

MORTE é a cessação da capacidade de


trabalho pela perda da vida,
independentemente do tempo ocorrido
desde a lesão.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS
CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE (continuação)

LESÃO COM PERDA DE TEMPO OU


INCAPACITANTE
É a lesão pessoal que impede o acidentado de
voltar no dia imediato ao do acidente ou de que
resulte incapacidade permanente

LESÃO SEM PERDA DE TEMPO


É a lesão pessoal que não impede o
acidentado de voltar ao trabalho no dia
imediato ao do acidente, desde que não haja
incapacidade permanente.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS
DO ACIDENTE(CONTINUAÇÃO)

INCAPACIDADE TOTAL PERMANENTE

Esta incapacidade corresponde à lesão que, não provocando a


morte, impossibilita o acidentado, permanentemente, de
exercer ocupação remunerada ou da qual decorre a perda total
do dos seguintes elementos:

a) ambos os olhos;
b)um olho e uma das mãos ou um olho e um pé;
c)ambas as mãos ou ambos os pés ou uma das mãos e um pé
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS
CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE (continuação)
INCAPACIDADE PARCIAL PERMANENTE
É a redução parcial da capacidade de trabalho, em caráter
permanente.

Esta incapacidade corresponde à lesão que, não


provocando morte ou incapacidade permanente total, e
causa de perda de qualquer membro ou parte do corpo,
perda total do uso desse membro ou parte do corpo, ou
qualquer redução permanente de função orgânica.

A vítima desse tipo de incapacidade é incluída nas


estatísticas de acidentados com “lesões com perda de
tempo”.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS
DO ACIDENTE(CONTINUAÇÃO)

INCAPACIDADE TEMPORÁRIA
Consiste na perda temporária da capacidade para o trabalho,
impossibilitando ao acidentado voltar à sua ocupação habitual
no mesmo dia ou no dia imediato ao acidente, no horário
regulamentar.
Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de


Trabalho

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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

Considerações Gerais
 Posto de Trabalho: é definido como a menor unidade produtiva em um
sistema de produção. O posto de trabalho envolve o homem, seu local de
trabalho, e toda ajuda material que o indivíduo necessita para realizar suas
tarefas, abrangendo: máquinas, ferramentas, equipamentos, mobiliário, softwares,
sistemas de proteção e segurança e o próprio sistema de produção.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

Considerações Gerais

 Historicamente o projeto do posto de trabalho surgiu antes da Ergonomia, ou


seja, surgiu com o trabalho, e este, como sabemos, é tão antigo quanto a
humanidade.

 A Ergonomia como ciência teve suas origens em estudos e pesquisas na área


da Fisiologia do Trabalho, mais especificamente na fadiga e no consumo
energético provocado pelo trabalho.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

Considerações Gerais
 Na Inglaterra, durante a I Guerra Mundial (1914 à 1917), fisiologistas e
psicólogos foram chamados para colaborar no setor industrial, como recurso para
aumentar a produção de armamentos com a criação da Comissão de Saúde dos
Trabalhadores na Indústria de Munições, em 1915.

 Com o fim da guerra, esta comissão foi transformada no Instituto de Pesquisa


da Fadiga Industrial, que, por sua vez, realizou diversas pesquisas sobre o
problema da fadiga na indústria.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

Considerações Gerais
 Com a reformulação do Instituto de Pesquisa da Fadiga Industrial, que se
passou a chamar Instituto de Pesquisa Sobre Saúde no Trabalho, o campo de
atuação e abrangência das pesquisas em Ergonomia foi ampliado. 

 O projeto de design do posto de trabalho torna-se ergonômico na medida em


que os conhecimentos científicos relativos ao homem são utilizados na concepção
do projeto de design, com vistas a reduzir a fadiga física, facilitar a operação dos
equipamentos e instrumentos, proporcionar segurança, eficiência e eficácia.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

Considerações Gerais
 Nos dias atuais o que estamos percebendo é que a maioria dos problemas
ergonômicos estão exatamente onde sempre estiveram, ou seja, no projeto das
máquinas, dos equipamentos, das ferramentas, do mobiliário e do posto de
trabalho e, evidentemente, agravados pelas inadequações relativas a organização
do trabalho.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

Considerações Gerais
 As mudanças tecnológicas e as novas técnicas de gestão dos negócios, tem
causado várias alterações nos métodos e processos de produção. Para acompanhar
estas mudanças, é necessário proporcionar aos funcionários/colaboradores
condições adequadas para que estes possam exercer suas tarefas e atividades com
conforto e segurança. Desta forma, é necessário projetar o posto de trabalho e,
organizar o sistema de produção com concepção ergonômica.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

Considerações Gerais
 Tendo como premissa que a conquista da qualidade dos produtos ou serviços e,
o aumento da produtividade, só será possível com a qualidade de vida no
trabalho, o projeto ergonômico do posto de trabalho e do sistema de produção não
é mais apenas uma necessidade de conforto e segurança, e sim, uma estratégia
para a empresa sobreviver no mundo globalizado.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

Considerações Gerais
 Os profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho, (engenheiros de
segurança do trabalho, médicos do trabalho, técnicos de segurança e enfermeiros
do trabalho), devem estar plenamente conscientes, capacitados e habilitados para
utilizarem a Tecnologia Ergonômica em toda a sua plenitude
(multidisciplinaridade e abrangência), para proporcionar as organizações
empresariais e governamentais, meios de adequar ergonomicamente as condições
de trabalho.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

Considerações Gerais
 Com o processo de globalização que estamos vivenciando, a empresa para
sobreviver precisa tornar-se competitiva, portanto é necessário que ela modernize
seus recursos técnicos (máquinas, equipamentos, ferramentas métodos e
processos de produção), qualifique e capacite seus recursos humanos
(funcionários/colaboradores) e proporcione boas condições de trabalho aos
mesmos.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

NORMA NR 17
 A Portaria número 3751 de 23/11/90 criou a Norma Regulamentadora NR-17
(Ergonomia) do Ministério do Trabalho - MTE, que obriga as empresas regidas
pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT a realizar a Análise Ergonômica
das Condições de Trabalho e a adequar as condições de trabalho a proporcionar
conforto e segurança nas tarefas e atividades realizadas nos postos e ambientes de
trabalho.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

NORMA NR 17
A Análise Ergonômica de que trata a Norma , diz respeito a 4 frentes:

 Levantamento, transporte e descarga individual de materiais;

 Mobiliário do posto de trabalho;

 Condições ambientais de trabalho;

 Organização do trabalho.
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Ergonomia e Segurança do Trabalho

5. Equipamentos dos Postos de Trabalho

NORMA NR 17
 Ambiente de Trabalho

A abordagem ambiental sob a ótica da Ergonomia, é centrada no ser humano e


abrange tanto o critério da saúde quanto os de conforto e desempenho.
Com relação ao posto de trabalho, principalmente nos ambientes cobertos
(residência, galpão, escritório, fábrica, armazém, silo, etc.), devem ser observados
os cuidados construtivos e operativos necessários para propiciar ao trabalhador:
conforto térmico, acústico, luminosidade, instalações sanitárias e locais para
descanso.
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Acessibilidade
O Presidente da República expediu o 
Decreto nº 5.296/2004, que regulamenta as Leis 
10.048/2000 e10.098/2000.
A primeira dá prioridade de atendimento às pessoas
com deficiência e mobilidade reduzida, e a segunda
estabelece normas e critérios para a promoção da
acessibilidade delas.
ACESSIBILIDADE

Acessibilidade significa não apenas permitir que


pessoas com deficiências participem de
atividades que incluem o uso de produtos,
serviços e informação, mas a inclusão e extensão
do uso destes por todas as parcelas presentes
em uma determinada população.
TIPOS DE ACESSIBILIDADE

- Acessibilidade Arquitetônica
Não deve haver barreiras ambientais físicas nas casas,
nos edifícios, nos espaços ou equipamentos urbanos e
nos meios de transportes individuais ou coletivos.

- Acessibilidade Comunicacional
Não deve haver barreiras na comunicação
interpessoal, escrita e virtual.
(Curso de Libras – CODEVA/PREFEITURA)
TIPOS DE ACESSIBILIDADE

- Acessibilidade Metodológica
Não deve haver barreiras nos métodos e técnicas
de estudo, de trabalho, de ação comunitária e de
educação dos filhos.

- Acessibilidade Instrumental
Não deve haver barreiras nos instrumentos,
utensílios e ferramentas de estudo, de trabalho
e de lazer ou recreação.
(Computadores UNIS)
TIPOS DE ACESSIBILIDADE

- Acessibilidade Programática
Não deve haver barreiras invisíveis embutidas
em políticas públicas e normas ou regulamentos.

- Acessibilidade Atitudinal
Não deve haver preconceitos, estigmas e
discriminações.
DECRETO LEI 5.296 DE 04/12/2004 (LEI DA ACESSIBILIDADE)

Art. 8º Para os fins de acessibilidade, considera-se:

I - acessibilidade: condição para utilização, com segurança e


autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e
equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de
transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e
informação, por pessoa com deficiência ou com mobilidade
reduzida;
II - barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade
de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem
ou terem acesso à informação, classificadas em:

a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos espaços de uso público;

b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das edificações de uso


público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum nas edificações de
uso privado multifamiliar;

c)  barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de transportes;

d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte


ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos
dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como
aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação;
Acessibilidade enquanto Norma

Quem são as pessoas com deficiência?


Pessoas com deficiência física, pessoa com
deficiência auditiva, pessoa com deficiência
visual, pessoa com deficiência
mental/intelectual, pessoa com deficiência
múltipla (Decreto nº 5.296/2004) e pessoa
com surdez.
Acessibilidade enquanto Norma

Quem são as pessoas com mobilidade


reduzida?
Aquela que, não se enquadrando no conceito de
pessoa com deficiência, tenha, por qualquer
motivo, dificuldade de movimentar-se,
permanente ou temporariamente, gerando
redução efetiva da mobilidade, flexibilidade,
coordenação motora e percepção. (Decreto n°
5.296/2004).
Acessibilidade
Barreiras para Acessibilidade
( Decreto nº 5.296/2004) Barreiras
comunicações e
nas

informações:
entrave ou
Barreiras obstáculo que
Barreiras Barreiras nas
Barreiras nas nos dificulte ou
urbanísticas: edificações:
edificações: transportes: impossibilite a
existentes Existentes no
Existentes existentes expressão ou o
nas vias interior e no
interior e nos serviços recebimento de
públicas e entorno das
entorno das de mensagens, bem
espaços de edificações .
edificações. transportes.
uso público. como
impossibilitem
Acessibilidade
• As instituições de ensino superior deverão
oferecer adaptações de provas e os apoios
necessários, previamente solicitados pelo
aluno portador de deficiência, inclusive tempo
adicional para realização das provas, conforme
as características da deficiência.
(Decreto n° 3.298/1999).
Acessibilidade
Acessibilidade
Pedagógica
Acessibilidade
Nos
Acessibilidade Transportes
Acessibilidade de enquanto
Urbanística Prática
Acessibilidade
nas
Comunicações
Acessibilidade e Informações
Nas Edificações
III - elemento da urbanização: qualquer componente das obras
de urbanização, tais como os referentes à pavimentação,
saneamento, distribuição de energia elétrica, iluminação pública,
abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que
materializam as indicações do planejamento urbanístico;

IV - mobiliário urbano: o conjunto de objetos existentes nas


vias e espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos
da urbanização ou da edificação, de forma que sua modificação ou
traslado não provoque alterações substanciais nestes elementos,
tais como semáforos, postes de sinalização e similares, telefones e
cabines telefônicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, marquises,
quiosques e outros;
V - ajuda técnica: os produtos, instrumentos,
equipamentos ou tecnologia adaptados ou
especialmente projetados para melhorar a
funcionalidade da pessoa com deficiência ou com
mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal,
total ou assistida;

VI - edificações de uso público: aquelas


administradas por entidades da administração pública,
direta e indireta, ou por empresas prestadoras de
serviços públicos e destinadas ao público em geral;
VII - edificações de uso coletivo: aquelas destinadas
às atividades de natureza comercial, hoteleira, cultural,
esportiva, financeira, turística, recreativa, social,
religiosa, educacional, industrial e de saúde, inclusive
as edificações de prestação de serviços de atividades da
mesma natureza;

VIII - edificações de uso privado: aquelas destinadas


à habitação, que podem ser classificadas como
unifamiliar ou multifamiliar.
ADAPTAÇÃO EM PRÉDIOS PÚBLICOS
Data limite: 03/06/2007 - Quem não cumprir o prazo
determinado estará sujeito às penalidades
administrativas, cíveis e penais previstas.

Decreto-lei 5.296/2004 (Lei da Acessibilidade)

TRANSPORTES COLETIVOS

Data limite: Até 2014


(04 Vans porta a porta – mais de 150 pessoas
atendidas por dia, 30 ônibus adaptados) - 50%
da frota.
CONVENÇÃO DA ONU – DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA – RATIFICADA PELO
BRASIL – JULHO/2008

O principal objetivo da convenção: O primeiro artigo do texto, é o


de "promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo
de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas
as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua
dignidade inerente". Além do respeito por essa dignidade, são
princípios da convenção a não-discriminação, a plena e efetiva
participação e inclusão na sociedade, o respeito pela diferença, a
igualdade de oportunidades e acessibilidade. Prevê ainda que a
falta de condições de acessibilidade nas cidades/instituições
configura-se discriminação contra as pessoas com deficiência.
1. A fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma
independente e participar plenamente de todos os aspectos da
vida, serão tomadas as medidas apropriadas para assegurar às
pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à
informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da
informação e comunicação, bem como a outros serviços e
instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na zona
urbana como na rural. Essas medidas, que incluirão a identificação
e a eliminação de obstáculos e barreiras à acessibilidade, serão
aplicadas, entre outros, a:
A - Edifícios, rodovias, meios de transporte e outras
instalações internas e externas, inclusive escolas,
residências, instalações médicas e local de trabalho;

B - Informações, comunicações e outros serviços,


inclusive serviços eletrônicos e serviços de
emergência;
2. Também serão tomadas medidas apropriadas para:

A - Desenvolver, promulgar e monitorar a implementação


de normas e diretrizes mínimas para a acessibilidade das
instalações e dos serviços abertos ao público ou de uso
público;

B - Assegurar que as entidades privadas que oferecem


instalações e serviços abertos ao público ou de uso
público levem em consideração todos os aspectos
relativos à acessibilidade para pessoas com deficiência;
C - Proporcionar, a todos os atores envolvidos,
formação em relação às questões de acessibilidade
com as quais as pessoas com deficiência se
confrontam;

D - Dotar os edifícios e outras instalações abertas ao


público ou de uso público de sinalização em braille e em
formatos de fácil leitura e compreensão;
E - Oferecer formas de assistência humana ou animal e
serviços de mediadores, incluindo guias, ledores e
intérpretes profissionais da língua de sinais, para facilitar
o acesso aos edifícios e outras instalações abertas ao
público ou de uso público;

F - Promover outras formas apropriadas de assistência e


apoio a pessoas com deficiência, a fim de assegurar a
essas pessoas o acesso a informações;
G - Promover o acesso de pessoas com deficiência a
novos sistemas e tecnologias da informação e
comunicação, inclusive à Internet;

H - Promover, desde a fase inicial, a concepção, o


desenvolvimento, a produção e a disseminação de
sistemas e tecnologias de informação e comunicação, a
fim de que esses sistemas e tecnologias se tornem
acessíveis a custo mínimo.
DESENHO UNIVERSAL

"Desenho universal" significa a concepção de produtos,


ambientes, programas e serviços a serem usados, na
maior medida possível, por todas as pessoas, sem
necessidade de adaptação ou projeto específico. O
"desenho universal" não excluirá as ajudas técnicas para
grupos específicos de pessoas com deficiência, quando
necessárias.
(Marcelo Guimarães – Arquiteto – UFMG)
ESTATÍSTICAS

Pessoas com Mobilidade Reduzida (PMR) 36,8 milhões


Deficiência Motora 7.939.784 (Censo 2000)

Idosos 14,5milhões (Censo 2000)


8,6% da população total do País.

Gestantes e crianças até 3 anos 14,42milhões (projeção IBGE 2007)


8,5% da população total do País.

PcD + PMR 53,4 milhões (29% da população)

Acidentes Trânsito
Produzem 100 mil pessoas com deficiência permanente
por ano.
Diversidade
LEIS E DECRETOS

Lei Federal n° 10.048/00 Prioridade de atendimento.


Lei Federal n°10.098/00 Requisitos e critérios para promoção da
acessibilidade em edificações, equipamentos e mobiliários urbanos, nas
escolas e universidades, nos transportes e comunicações.

Decreto Lei nº 5.296/04 Regulamenta as Leis 10.048 e Lei 10.098.


 Desenvolvimento de Políticas Públicas
 Prioriza o atendimento e autonomia.
 Fiscalizações, autuações, sanções e multas.
 Incentivos fiscais e linhas de crédito.
 Fomento de Tecnologias para Acessibilidade.
Decreto Lei 5296

“Art. 10.  A concepção e a implantação dos projetos arquitetônicos


e urbanísticos devem atender aos princípios do desenho universal,
tendo como referências básicas as normas técnicas de
acessibilidade da ABNT, a legislação específica e as regras
contidas neste Decreto.”
DESENHO UNIVERSAL
NORMAS

Função das Normas


Tem um papel preponderante no desenvolvimento do país:
 Reduz a variedade de produtos;
 Elimina o desperdício e o retrabalho;
 Facilita a troca de informações;
 Especifica critérios de aferição do desempenho;
Fixa padrões de qualidade e segurança;
 Rege a produtividade e o desenvolvimento tecnológico.
NORMAS para Acessibilidade
http://www.mj.gov.br/corde/normas_abnt.asp
Gratuitas

1. NBR 9050/04 – Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos


Urbanos; em revisão
2. NBR 15450 - Sistema de transporte aquaviário
3. NBR 14020 –Trem de Longo Percurso;
4. NBR 14021 - Transporte - Sistema de Trem Urbano ou Metropolitano
5. NBR 14273 –Transporte Aéreo Comercial
6. NBR 14970-1 Veículos Automotores- Requisitos de Dirigibilidade;
7. NBR 14970-2 - Veículos Automotores- Diretrizes para avaliação clínica de condutor
8. NBR 14970-3 Veículos Automotores- Diretrizes para avaliação da dirigibilidade do
condutor com mobilidade reduzida em veículo automotor apropriado;
9. NBR 15250 - Caixa de Auto-Atendimento Bancário.
NORMAS para Acessibilidade
Não gratuitas

NBR15655-1 Norma Nacional para Plataforma Elevatória Vertical. (08/01/2009)


NBR15570 Transporte – Especificações para fabricação de veículos de características
urbanas para transporte coletivo de passageiros. (21/05/2008)
NBR15646 Plataforma elevatória veicular e rampa de acesso veicular para
acessibilidade em veículos com características urbanas para o transporte coletivo de
passageiros. (15/01/2009)
NBR12892 Elevador Unifamiliar ou de uso restrito para pessoa portadora de
deficiência. Em revisão
NM 313 (NBR13.994 ) Elevadores de Passageiros. Também deve atender
NM207:1999-elétricos NM267:2001-hidráulicos
NORMAS para Acessibilidade
http://www.mj.gov.br/corde/normas_abnt.asp
Gratuitas
10. NBR 15290 - Comunicação na televisão
11. NBR 15320 - Transporte rodoviário;
12. NBR 14022 - Veículos de características urbanas para o transporte coletivo de passageiro.
Complementada pela norma NBR15570
13. BR 13994 – Elevadores de Passageiros – Elevadores para Transportes de PcD; substituída
pela NM313
NBR9050/04
Sinalização tátil direcional e alerta — Modulação do piso
NBR9050/04
Sinalização tátil direcional e alerta — Modulação do piso
NBR9050/04
Sinalização tátil direcional e rampa de acesso
NBR9050/04
Sinalização tátil direcional e alerta — Modulação do piso
NBR9050/04
Sinalização tátil direcional e alerta — Modulação do piso
NBR9050/04
Degrau / Rampas
NBR9050 Sinalização em escadas

 As pessoas com baixa visão sentem dificuldades em subir escadas com os


degraus todos de uma cor.
 Os idosos necessitam de corrimão! Qualquer queda em escadas, pode
comprometer seus movimentos por um bom tempo, já que a recuperação para
idosos é mais demorada
Plataformas 1
Não atende a Norma NBR15655-1 
Plataformas 2
Não atende a Norma NBR15655-1 
Plataformas 3
Não atende a Norma NBR15655-1 
NBR9050
Rampas

 Inclinação máxima.
 Piso antiderrapante.
 Largura mínima de 1,20 m.
 Sinalização com Piso Tátil.
 Corrimãos duplos em ambos os lados.
 Rodapés com altura mínima de 5,0 cm.
 Patamares no início e final de cada segmento.
Rampas
Rampas fora da Norma NBR9.050
Rampas
Rampas fora da Norma NBR9.050
Rampas
Rampas fora da Norma NBR9.050
Rampas
Rampas fora da Norma NBR9.050
Rampas

Rampa que atende a Norma NBR9.050


Custos Acessibilidade

COMPARATIVO DE CUSTOS
CUSTOS COM ACESSIBILIDADE
De acordo com estudos do Arquiteto americano Edward Steinfeld EUA-1979, se uma
construção for executada dentro dos padrões adequados, os custos são
insignificantes, porém se tiver que ser adaptada, pode chegar a custar 25% do custo
global.

ACRÉSCIMO DE CUSTOS EM CONSTRUÇÕES ADEQUADAS AO DESENHO


UNIVERSAL
 0,5% a 3% na construção de casas;
 0,5% a 1% na construção de edifícios de habitação coletiva;
 0,11% na construção de centros comerciais, restaurantes e estacionamentos;
 0,13% na construção de salas de aula;
 0,006% na construção de shoppings.
Acessibilidade?

Lembre-se! São mais de 53.000.000 PcD ou PMR


“Posso aceitar que o deficiente físico seja vítima
do destino, só não posso aceitar que seja vítima
também da nossa indiferença”

J.
F. Kennedy
Ergonomia e Segurança do Trabalho

11. Legislação de Segurança e


Medicina do Trabalho

109
Ergonomia e Segurança do Trabalho

Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho


Constituição Federal de 1988

do Trabalho
• A Constituição Federal de 1988, refletindo as preocupações
da sociedade internacional com a viabilidade da vida no
planeta, alçou o meio ambiente, como bem essencial à sadia
qualidade de vida, a direito fundamental, tanto para as
presentes como para as futuras gerações, nos termos do art.
225.

110
Ergonomia e Segurança do Trabalho

Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho

CLT ( Lei 6514/77)


do Trabalho
• É a principal lei da área de Segurança e Saúde do Trabalho.

• Ela é o capítulo V do Título II da CLT, que trata sobre a segurança e a


medicina do trabalho;

• Ela é que deu origem as NRs (Normas Regulamentadoras de Segurança e


Saúde no Trabalho), publicadas através da Portaria 3214/78.

111
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho
RESUMO
CONSTITUIÇÃO:
Art. Artigo 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e CONGRESS
rurais. O
INCISO XXIII – adicional de remuneração para NACIONAL
atividades insalubres.
CONGRES
LEI 6514/77 SO
SEÇÃO XIII NACIONA
Das atividades insalubres ou perigosas – artigos de 189 a 197 – L
detalham melhor o adicional de insalubridade.
PORTARIA 3214/78 EXECUTIV
NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES O
INSALUBRES Ministério
Há um grande detalhamento das situações que geram o pagamento do Trabalho
do adicional de insalubridade previsto na Constituição.
112
Ergonomia e Segurança do Trabalho

7. SESMT – Serviço Especializado em


Engenharia de Segurança e Medicina
do Trabalho

113
Ergonomia e Segurança do Trabalho
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho

Fundamentos

SESMT é a sigla para Serviço Especializado em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho. É uma equipe de
profissionais da saúde, que ficam dentro das empresas para proteger
a integridade física dos trabalhadores.

114
Ergonomia e Segurança do Trabalho
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho
Fundamentos
 O SESMT está estabelecido no artigo 162 da
Consolidação das Leis do Trabalho e é regulamentado pela Norma
Regulamentadora 04.

 Dependendo da quantidade de empregados e da natureza das


atividades, o serviço pode incluir os seguintes profissionais: médico
do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de enfermagem do
trabalho, engenheiro de segurança do trabalho e técnico de segurança
do trabalho.  

115
Ergonomia e Segurança do Trabalho
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho

Fundamentos
 O SESMT foi criado com o aumento de acidentes que os
funcionários, em geral, estavam sofrendo no local de trabalho.

 Tem a função de alertar e dar instruções para os funcionários sobre


o aparecimento de novas doenças, esclarecimentos sobre qualquer
tipo de doença e também evitar que pequenos acidentes de trabalho
possam acontecer e prejudicar a empresa.

116
Ergonomia e Segurança do Trabalho
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho

SESMT - Como atua?


 Regulamenta procedimentos.
 Medidas de precaução.
 Mantém dados dos acontecimentos.
 Atua para que as medidas sejam respeitadas.
 Apura os acontecimentos.
 Atende a legislação
 Aplica as melhores práticas.

117
Ergonomia e Segurança do Trabalho
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho
SESMT – Fundamentação Legal e
Técnica

Art. 162 da CLT.


¨Artigo 162. As empresas, de acordo com as normas a serem expedidas pelo
Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços de segurança e
em medicina do trabalho.¨

NR 04 – Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho.

118
Ergonomia e Segurança do Trabalho
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho
SESMT – Quando é necessário?

Art. 4.1 da NR 04:

• TODAS as Empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da


administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário .

• Que possuem empregados celetistas .

119
Ergonomia e Segurança do Trabalho
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho

SESMT – Quem participa?


 Médico do trabalho.
 Engenheiro de Segurança do Trabalho.
 Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.
 Técnico de Segurança do Trabalho.

120
Ergonomia e Segurança do Trabalho
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e Medicina do Trabalho

SESMT – Como dimensionar?

O dimensionamento do SESMT é função de:

 Grau de risco da atividade desenvolvida (Quadro I da NR 04).

 Número de empregados.

121
Ergonomia e Segurança do Trabalho

8. CIPA – Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes

122
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes

NR 5 – Comissão Interna de Prevenção


de Acidentes – CIPA
DO OBJETIVO

5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como


objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de
modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação
da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

123
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes
NR 5 – Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes – CIPA
DA CONSTITUIÇÃO

5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular


funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia
mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes,
associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que
admitam trabalhadores como empregados.

124
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes

NR 5 – Comissão Interna de Prevenção


de Acidentes – CIPA
DA CONSTITUIÇÃO

5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos


trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as
disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores
econômicos específicos.

125
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes
NR 5 – Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes – CIPA
DA CONSTITUIÇÃO

5.4 (Revogado pela Portaria SIT n.º 247, de 12 de julho de 2011)

5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através de


membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de
promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças
decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a
participação da administração do mesmo.

126
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes

O que é a CIPA e para que serve?


A comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho,
de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A CIPA
será composta de representantes do empregador e dos empregados.

127
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes

O que é a CIPA e para que serve?


Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por
eles designados. Os representantes dos empregados, titulares e
suplentes serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem,
independente de filiação sindical, exclusivamente os empregados
interessados. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração
de um ano, permitida uma reeleição.

128
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes

Estabilidade e direito dos cipeiros


 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para
cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o
registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.

 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem


suas atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro
estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos
primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.

129
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes

Estabilidade e direito dos cipeiros


 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os
representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.

 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro


dia útil após o término do mandato anterior.

130
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes

Atribuições da CIPA
 O A CIPA terá por atribuição identificar os riscos do processo de trabalho, e
elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de
trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver.

 Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de


problemas de segurança e saúde no trabalho.

131
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes

Atribuições da CIPA
Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de
prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos
locais de trabalho.

 Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho


visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança
e saúde dos trabalhadores, entre outras.

132
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão
Obrigações Interna
do Patrão e de Prevenção de
Acidentes
Empregados
 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os
meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo
tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano
de trabalho.

 Cabe aos empregados participar da eleição de seus


representantes, colaborar com a gestão da CIPA, indicar a CIPA, ao
SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões
para melhoria das condições de trabalho; observar e aplicar no
ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

133
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes
Funcionamento da CIPA
 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o
calendário preestabelecido. As reuniões ordinárias da CIPA serão
realizadas durante o expediente normal da empresa e em local
apropriado. As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes
com encaminhamento de cópias para todos os membros. As atas
ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do
Trabalho - AIT.

134
Ergonomia e Segurança do Trabalho
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes
Reuniões extraordinárias deverão ser
realizadas quando
 Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine
aplicação de medidas corretivas de emergência, ocorrer acidente do
trabalho grave ou fatal; houver solicitação expressa de uma das
representações. As decisões da CIPA serão preferencialmente por
consenso.

 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação


direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-
se a ocorrência na ata da reunião.

135
Ergonomia e Segurança do Trabalho

10. Acidente do Trabalho

136
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Considerações Gerais
 Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, "acidente de trabalho é o que ocorre
pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos
segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho".
     
 

137
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Considerações Gerais

  Os acidentes de trabalho geram custos também para o Estado. Incumbe ao Instituto


Nacional do Seguro Social – INSS administrar a prestação de benefícios, tais como
auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e
pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por morte. Estima-se que a Previdência
Social gastou, só em 2010, cerca de 17 bilhões de reais com esses benefícios.

138
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho
Conceito legal e prevencionista
 Ao lado da conceituação acima, de acidente de trabalho típico, por expressa
determinação legal, as doenças profissionais e/ou ocupacionais equiparam-se a
acidentes de trabalho. Os incisos do art. 20 da Lei nº 8.213/91 as conceitua:

 doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício


do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

 doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.

 
139
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Conceito legal e prevencionista

 Como se revela inviável listar todas as hipóteses dessas doenças, o § 2º do


mencionado artigo da Lei nº 8.213/91 estabelece que, "em caso excepcional,
constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste
artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se
relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho".

140
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Conceito legal e prevencionista


  O art. 21 da Lei nº 8.213/91 equipara ainda a acidente de trabalho:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;

141
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho
Conceito legal e prevencionista
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em
conseqüência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de


trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao
trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro
de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força
maior;

142
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho
Conceito legal e prevencionista
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de
sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;


b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

143
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho
Conceito legal e prevencionista
 § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação
de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado
é considerado no exercício do trabalho.

 Esses acidentes não causam repercussões apenas de ordem jurídica. Nos acidentes
menos graves, em que o empregado tenha que se ausentar por período inferior a quinze
dias, o empregador deixa de contar com a mão de obra temporariamente afastada em
decorrência do acidente e tem que arcar com os custos econômicos da relação de
empregado. O acidente repercutirá ao empregador também no cálculo do Fator
Acidentário de Prevenção - FAP da empresa, nos termos do art. 10 da Lei nº
10.666/2003.
    

144
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Comunicação do Acidente do Trabalho

 A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para


reconhecer um acidente de trabalho  ou uma doença ocupacional. Deve ser emitida
pela empresa no prazo de 1 dia útil, ou, se ocorreu óbito, imediatamente. Pode também
ser emitida - mesmo fora do prazo - pelo médico, pelo familiar, por um dependente do
segurado, pelo sindicato ou por uma autoridade pública; nesse caso o INSS enviará
uma carta à empresa para que emita sua CAT.

145
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Comunicação do Acidente do Trabalho

 Mesmo sem a CAT empresarial, o perito médico do INSS pode reconhecer o nexo
técnico, ou seja, que a lesão ou doença foi causada no ambiente de trabalho. Para tanto,
pode solicitar outros documentos (atestado de saúde ocupacional, perfil
profisiográfico previdenciário, etc.) ou vistoriar o posto de trabalho na empresa. O
segurado especial (pequeno agricultor e pescador) não é empregado, logo não pode
apresentar CAT empresarial e o trabalhador avulso apresenta CAT emitida pela
empresa tomadora de serviço. Os outros segurados não possuem direito a benefícios
acidentários.

146
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho
Comunicação do Acidente do Trabalho

 A comunicação será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT, preenchido em


4 (quatro) vias, com a seguinte destinação (Artigo 357 da Instrução Normativa
INSS/PRES nº 45/2010):

1ª via, ao INSS; b) 2ª via, ao segurado ou dependente; c) 3ª via, ao sindicato dos


trabalhadores; d) 4ª via, à empresa.

Observação: uma 5ª via, poderá se fazer necessária quando houver solicitação de


Autoridade Pública. As autoridades públicas reconhecidas para esse fim são:
Magistrados em geral, Membros do Ministério Público e dos Serviços Jurídicos da
União e dos Estados. Comandantes do Exército, Marinha, Aeronáutica,
Bombeiros, Polícia Militar e Forças Auxiliares.

147
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho
Comunicação do Acidente do Trabalho
 A CAT é inicial para novas doenças ou acidentes e de reabertura para agravamento
de condição anterior.

 Ocorrendo agravamento da lesão ou doença, a empresa deverá emitir uma CAT de


reabertura. Se emitir uma CAT inicial (para negar continuidade de exposição a riscos),
esta poderá ser desqualificada pelo médico-perito, que tomará as medidas acima para o
nexo técnico. A empresa fica sujeita a multa se o segurado continuou exposto aos
agentes nocivos mesmo após o acidente ou a doença.

 O nexo causal difere do técnico porque representa apenas a constatação de que a


doença é ocupacional, sem ligá-la ao posto de trabalho atual.

148
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Responsabilidade Civil e Penal

 A manutenção da integridade física do trabalhador deve ser encarada pelo


empregador como fator imprescindível ao desenvolvimento da parceria, no contexto
da empresa moderna, que procura agregar esforços e acrescentar valores para se tornar
competitiva e vencer os desafios  resultantes da globalização da economia.

 Para tanto, deve o empregador investir na mudança de cultura do empregado,


treinando-o, conscientizando-o, tornando-o co-responsável pela sua própria proteção,
mostrando-lhe as conseqüências dos seus descuidos  e os resultados que poderão advir
da inobservância de normas de segurança.

149
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Responsabilidade Civil e Penal

 Não basta fornecer  equipamentos de proteção coletiva ou individual, é necessário


ensinar o empregado a  manusear,  usar e cuidar e higienizar esses equipamentos,
mostrando-lhe as vantagens de se auto resguardar e manter a integridade física pelo seu
próprio bem e segurança de sua família e da própria sociedade.

 Não terá o empregador  complementado essa obrigação se não   exercer uma


vigilância constante sobre o empregado, verificando se o mesmo está seguindo os
ensinamentos que lhe foram transmitidos, se aprendeu e se conscientizou da
necessidade de uso do EPI, se o faz ou passou a fazê-lo porque percebeu os benefícios
do seu uso e não apenas porque está sendo observado de perto.
 

150
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Responsabilidade Civil e Penal

 O empregador, divide ou transfere aos seus prepostos:  SESMT - Serviço


Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho e a todos aqueles
que detém  efetivamente o comando direto dos empregados, como  os Gerentes,
Chefes, Supervisores, Encarregados, etc, essas atribuições, pois, a ele difícil seria
exercê-las concomitantemente com o comando do negócio.

 Conseqüentemente, não é só o empregador que pode vir a responder por perdas de


capacidade laborativa de um empregado seu. Se estiver em vias de ser
responsabilizado, chamará a se co-responsabilizar ou a se responsabilizar diretamente
aqueles a quem confiou a tarefa de acompanhamento e vigilância direta , aos quais
delegou representatividade.

151
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Responsabilidade Civil e Penal

 O inciso XXVIII do Art. 7º da Constituição Federal, lei maior, ao tratar da


indenização a que está obrigado, o empregador, quando incorrer em dolo ou culpa, nos
conduz, primeiramente ao Art. 769 da C.L.T. que diz: “Nos casos omissos, o direito
comum será fonte subsidiária do direito processual do Trabalho, exceto naquilo
em que for incompatível com as normas deste título” e conseqüentemente ao Art.
186 do Código Civil, que diz: ”Aquele que, por ação ou omissão, voluntária,
negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

152
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Responsabilidade Civil e Penal

 
 Há uma tendência crescente do empregado buscar reparação por dano material ou
moral resultante de acidente ou patologia ocupacional, ocorrido por ato do empregador
ou de seus prepostos ou, ainda, imputação inadequada de falta grave. O
empregador  não  preparado para essa eventualidade vem  sentindo grandes
dificuldades em reunir elementos materiais de provas para defesa.

153
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Responsabilidade Civil e Penal

 
 Temos avançado e bastante na conscientização e redução dos Acidentes de
Trabalho, entretanto, as empresas precisam estar cada dia mais alicerçadas nos
elementos necessários ao comprometimento do ápice à base estrutural de sua cultura
preventiva e de manutenção da qualidade de vida do trabalhador, podendo, a partir de
2008, gozar dos incentivos que premiam esse esforço, ao passo que, aquelas que não se
conscientizaram, até então pagarão pelo descaso e aprenderão, estamos certos, a evitá-
los como medida redutora de seus custos.

154
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Análise e Investigação de Acidentes do Trabalho

 
 Na análise de um acidente de trabalho é importante diferenciarmos acidente,
incidente e quase acidente.

 O acidente  é um evento indesejável que resulta em morte, doença, lesão, dano ou


outras perdas. 

 
155
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Análise e Investigação de Acidentes do Trabalho

 
 Incidente é o evento que deu origem a um acidente ou que tinha potencial de levar a
um acidente. Um incidente em que não ocorre doença, lesão, dano ou outra perda
também é chamado de quase acidente. 

 O quase acidente é um evento ou ocorrência inesperada, relacionada a um


trabalhador ou equipamento, que por pouco deixou de ser um acidente.

156
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Análise e Investigação de Acidentes do Trabalho

 
 É importante fazer uma investigação de acidente muito bem feita, pois deles
decorrem grandes perdas para as empresas, para os trabalhadores e suas famílias, para
a Previdência Social, e para a sociedade, dificultando assim o desenvolvimento da
riqueza nacional e a preservação da saúde dos seus trabalhadores. 

 A partir da informação da ocorrência de um acidente a equipe de investigação deve,


se possível, inteirar-se do tipo de caso a ser investigado, visando preparar-se
tecnicamente para conduzi-la. 

157
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Acidente do Trabalho

Análise e Investigação de Acidentes do Trabalho

 Os objetivos da análise de um acidente de trabalho são:

• Prevenir acidentes do trabalho;

• Difundir a compreensão de acidentes do trabalho como fenômenos resultantes de rede


de fatores em interação, superando a visão dicotômica (atos/ condições inseguras);

• Identificação de rede de fatores de acidentes, cuja interação levou ao evento,


sobretudo os mais a montante da lesão relacionados a aspectos organizacionais e
gerenciais do sistema em questão;

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Acidente do Trabalho

Análise e Investigação de Acidentes do Trabalho


 

• Investigação da situação de trabalho habitual e de origens das mudanças e alterações


que ocorreram, contribuindo para o evento, bem como a análise de barreiras existentes
e de seu efetivo funcionamento;

• A partir do caso específico, avaliar fatores relacionados ao gerenciamento de riscos


adotado na organização de forma a contribuir com a prevenção de novos eventos.
Subsidiar ações de outros órgãos e instituições.

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Acidente do Trabalho
Análise e Investigação de Acidentes do Trabalho
 
• O acidente deve ser rapidamente investigado. Recomenda-se que os membros da
CIPA devem dispor de um "kit" pronto com papel, prancheta, lápis, caneta, borracha,
trena, maquina fotográfica e, ou filmadora, e filmes. 

• A escolha do método de investigação depende da complexidade do fenômeno


investigado. Em situações de trabalho caracterizadas por desrespeito evidente à
legislação e às regras básicas de segurança, a investigação é relativamente fácil de ser
conduzida. 

• Em situações de trabalho complexas em que o acidente é fruto da interação entre


vários fatores, são necessários métodos de investigação capazes de elucidar os vários
aspectos envolvidos em sua gênese. 

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Acidente do Trabalho
Análise e Investigação de Acidentes do Trabalho
 
 Nas investigações de acidente de trabalho é realizada a coleta de dados com
auxílio da atividade em desenvolvimento, desdobrada nos componentes:

• Indivíduo: qualificação, treinamento recebido, função ou posto de trabalho habituais e por


ocasião do acidente etc.;

• Tarefa: o que os trabalhadores executam em condições habituais de trabalho e por ocasião do


acidente;

• Material: máquinas e equipamentos, matérias-primas utilizados na execução da tarefa, o meio


de trabalho – entendido como o meio social da empresa (relações sociais, pessoais, hierárquicas),
forma de organização do trabalho, treinamentos ministrados, etc.

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Acidente do Trabalho
Análise e Investigação de Acidentes do Trabalho
 
 São recomendações importantes na análise dos acidentes de trabalho:

• Tirar fotografias ou filmar e fazer esquemas no cenário relacionado ao acidente de


trabalho;

• Descrever instalações físicas, condições de iluminação, nível de ruído, posição de


máquinas, equipamentos etc.;

• Verificar o tipo de energia utilizada, se for o caso, descrever máquinas e, ou


equipamentos (tipo, forma de acionamento, de alimentação, etc.);

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Acidente do Trabalho

Análise e Investigação de Acidentes do Trabalho


 

• Descrever a forma habitual de execução da atividade em desenvolvimento no


momento de ocorrência do acidente;

• Identificar, em relação às condições de trabalho habituais, isto é, sem ocorrência de


acidente, o que mudou, alterou ou variou, investigando as origens das alterações /
mudanças / variações ocorridas. É extremamente importante identificar as condições
do sistema que permitiram o aparecimento dessas mudanças (ou variações). Em outras
palavras, buscar as "causas das causas".

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Acidente do Trabalho
Análise e Investigação de Acidentes do Trabalho
 

• Descrever cuidadosamente as mudanças que provocaram perturbações que


ultrapassaram a tolerância habitual do sistema, ou seja, aquelas que não foram
solucionadas com as estratégias adotadas no funcionamento do sistema nas situações
sem acidente.

• Quando não for possível esclarecer como se originou determinada modificação ou


variação, explorar hipóteses possíveis acerca de sua origem e, para cada hipótese,
buscar evidências diretas ou indiretas de sua ocorrência.

• Buscar confirmação para todas as afirmações colhidas nas entrevistas visando


descrever os fatores que participaram do desencadeamento do acidente com a maior
fidelidade possível.

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