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GLOBALIZAÇ Õ ES, Realizado por:

Mariana Lopes nº50697,


RESISTÊ NCIAS E/OU Ana Margarida Silva nº50685,

ALTERNATIVAS Maria Anastácio nº51045.


Disciplina: Sociologia I
Ano Letivo: 2022/2023
ÍNDICE
• Biografia dos Autores
• Introdução
• A Globalização é velha e nova”
• Proto-Globalização Contemporânea
• Globalização económica ou Globalizações?
• O global, o local e a ação coletiva em Portugal
• Apenas Resistências ou também alternativas?
• Perguntas
• Bibliografia
PEQUENA BIOGRAFIA DOS
AUTORES
Fernando Bessa Ribeiro:
Antropólogo, Assistente, Departamento de Ciências da Educação da Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro.
José F. G. Portela:
Sociólogo Rural, Professor Catedrático, Departamento de Economia e Sociologia da
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
INTRODUÇÃO
Os autores dos quais vamos analisar o texto, afirmam que a globalização é um tema
bastante recorrente em investigações de várias áreas científicas, incluindo a
Sociologia. :)
Em Portugal, este tema tem dimensões transnacionais, e até um revival de lutas
sociais emancipatórias.
1ª PARTE: “A GLOBALIZAÇÃO
É VELHA E NOVA”
As hipóteses da origem da Globalização: • Ou: o séc. XIX, o imperialismo e o capitalismo
deram início à globalização. – Silva, 2000;
• Há quem defenda que se tenha iniciado há 20 ou
30 anos atrás, seguindo as mudanças económicas, • Ou: a globalização ser coincidente com o
tecnológicas e políticas do socialismo do leste desenvolvimento do capitalismo que começa no séc.
europeu. Que os gestores multinacionais deram XVI. – Wallerstein, 1999;
início à sua propagação verbal. – Levitt, 1983; • Ou: As 6 grandes globalizações capitalistas, a de
1500 a 1765 e a industrialização, de 1765 a 1873 e o
• Ou: é global pois não se fica pela sociedade
capitalismo, de 1873 a 1914 e a expansão colonial,
ocidental. Apesar de termos um entendimento do de 1914 a 1945 com a crise do capitalismo, 1945 a
global “ocidentalizado”. – Boyer, 1998; 1973 com a expansão de produção e consumo e a
• Ou: a queda do comunismo e socialismo deu hegemonia americana, e a atual liberalizada – Vindt,
início à era da globalização. – Drucker, 1993; 1999;
• Ou: no séc. XIX e a homogeneização de condições
• Ou: a globalização toma apenas forma em países
da teoria comunista, visavam cobrir a Terra e assim
“ocidentalizados.”
Em – Smith, 1997;
suma, vários intelectuais já teorizam sobre o início do oglobal
criar e como
fenómeno nos afeta,–tanto
‘globalizador’ como
Santos, afetou
1995.
nas mudanças económicas, transportes, comunicações, a própria cultura, etc.
2ª PARTE: PROTO-
GLOBALIZAÇÃO
CONTEMPORÂNEA
A Globalização tem a sua raiz no centro Esta globalização está fortemente ligada
do sistema mundial e a sua existência ao galope veloz do capitalismo e por isso
implica um movimento de expansão. tem se vindo cada vez mais a traduzir
numa “mercadorização da vida”, no
No séc. XX: sentido em que a mundialização das
• Nas décadas 20 a 30 ainda não havia trocas se estende também nos espaços
surgido o termo globalização, porém sociais, serviços, etc. A necessidade de
surge a noção de “americanização”. consumo dos indivíduos expande-se.
Para além disso, surgem novas
• Nas décadas de 60 e 70, os meios de comemorações e antecipam-se os tempos
comunicação começam a surgir e fazem de consumo de festas antigas.
nascer aquilo a que chamamos de
“aldeia global”.
2ª PARTE: PROTO-
GLOBALIZAÇÃO
CONTEMPORÂNEA
• Na década de 90, o sentido do termo • Por último, resta-nos ainda um conceito
globalização amplia-se, as resultante da globalização, o conceito de
multinacionais multiplicam as parcerias e “metropolização”, que consiste no facto
as alianças estratégicas à escala mundial. das cidades muito grandes atraírem para
Desta forma, as multinacionais ganham elas grande parte do crescimento
um enorme poder e passam a ter grande económico, da riqueza e do poder, e por
presença e impacto nas instituições isso a maioria da economia está
políticas e económicas nacionais. Foi concentrada nestas cidades.
também na década de 90 que se assistiu a
um avanço tecnológico e, portanto, a
tecnologia vem também ser um impulso
para a consolidação daquilo a que
chamamos “Global Marketplace”.
3ª PARTE: GLOBALIZAÇÃO
ECONÓMICA OU
GLOBALIZAÇÕES?
A globalização é extremamente difícil de definir, porque ela reflete tensões, oposições e
conflitos. Estes últimos podem ser expressos em dicotomias simplistas, tais como:
• Autarcia local e regional versus trocas transcontinentais e transoceânicas;
• Materialismo versus alta cultura;
• Americanização e imperialismo versus independência e socialismo;
• Mercado nacional e de bloco regional versus mercado mundial;
• Gestão parcialmente versus totalmente integrada à escala mundial de multinacionais;
• Estados versus multinacionais quanto à definição de políticas;
• Economia internacional versus economia mundial.
3ª PARTE: GLOBALIZAÇÃO
ECONÓMICA OU
GLOBALIZAÇÕES?
• Isto indica-nos que várias definições se prendem com a economia, quer esta seja
economia dos conglomerados multinacionais, economia política formulada pelo
Estado ou economia mundial das últimas duas décadas.
• Deste modo podemos também falar, para além do que já foi referido, sobre
globalização, mundialização ou, quiçá melhor, de trans-nacionalização de
informações e imagens. Podemos também abordar temas como ideias e o direito; de
trabalhadores e turistas; e até mesmo de refugiados e da sua causa principal: as
invasões e as guerras.
• É também importante referir que para a corrente de Globalização que temos hoje,
concorreram nascentes frescas de desejos de paz global e de reconhecimento de
valores universais
3ª PARTE: GLOBALIZAÇÃO
ECONÓMICA OU
GLOBALIZAÇÕES?
• Segundo Dewitte, não podemos falar sobre uma globalização de migrações, no
entanto, os migrantes no geral, recebem menores salários e proteção social do que os
nacionais. De acordo com uma estimativa do Fundo das Nações Unidas para a
População, em 1993 havia um total de 100 milhões de migrantes, mas este valor não
alcança sequer 2% da população mundial.
• Os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados nutrem a
ideia duma crescente “globalização” dos conflitos político-militares. Esta considera
existirem em todo o mundo mais de 17 milhões de refugiados, grande parte dos
quais vítimas de conflitos.
3ª PARTE: GLOBALIZAÇÃO
ECONÓMICA OU
GLOBALIZAÇÕES?
Seria redutor definir a globalização com base na economia. Devemos identificar, caraterizar e
classificar as diferentes globalizações que se conhecem. Segundo Santos, existem 4 formas
de globalização:
• Localismo globalizado - consiste no processo pelo qual um dado fenómeno local é
globalizado com êxito.
• Globalismo localizado - Consiste no impacto específico de práticas e imperativos
transnacionais nas condições locais.
• Cosmopolitismo - Trata-se da identificação e da defesa de interesses percebidos como
comuns por parte dum grande número de atores de tipo diverso, Estados-nação ou regiões,
classes ou grupos sociais, que, para o efeito, recorrem às potencialidades e oportunidades
criadas pelas novas tecnologias.
• Brotar de temas - são tão globais como o próprio planeta, e que só neste quadro
ganham sentido pleno, os temas da gestão do património comum da humanidade.
3ª PARTE: GLOBALIZAÇÃO
ECONÓMICA OU
GLOBALIZAÇÕES?
• O localismo globalizado e o globalismo localizado surgiram e desenvolveram-se
de forma pujante, já o cosmopolitismo e o património comum da humanidade
surgiram nos anos 80 e 90, opondo-se com frequência entre si.
• “Neste contexto é útil distinguir entre globalização de cima para baixo e
globalização de baixo para cima, ou entre globalização hegemónica e contra-
hegemónica. O que eu denomino localismo globalizado e globalismo localizado
são globalizações de cima-para-baixo; cosmopolitismo e património comum da
humanidade são globalizações de baixo para cima”. - Santos
4ª PARTE: O GLOBAL, O LOCAL
E A AÇÃO COLETIVA EM
PORTUGAL
• A globalização estará já omnipresente em • Cruzam então o global, do fora e geral,
todos os lugares do planeta, portanto com o nacional e local. Por exemplo, a
também em Portugal. ATTAC depende apenas do Estado e não
• No seu artigo, os autores focaram-se na da empresa-mãe, em certos casos.
ATTAC (Associação para uma Taxação • Usam também as novas tecnologias para
das Transações financeiras para a Ajuda propagar os movimentos, como a Internet
dos Cidadãos) e na associação dos Amigos e redes sociais ou anúncios televisivos.
do “Le Monde Diplomatique”. Em ambos,
estão presentes grandes números de • Mas, se por um lado lhes permite
cidadãos e instituições. Estão interligados expandir negócios, também permite os
e em alguns casos são cofundadores de fóruns públicos onde os cidadãos podem
movimentos sociais como sindicatos ou a debater sobre o assunto e pressionar
Federação Nacional de Professores. Governos, por exemplo.
5ª PARTE: APENAS
RESISTÊNCIAS OU TAMBÉM
ALTERNATIVAS?
À globalização hegemónica opõem-se várias resistências, uma vez que não somos capazes
de superar as divergências, isolamento e escassez de recursos. No entanto, não existe uma
alternativa suficientemente sólida ao capitalismo. No entanto, o projeto socialista de
matriz marxista não é dominante nesta constelação de resistências. É difícil definir uma
alternativa.
Santos argumenta: “Não é possível reunir todas as resistências e agências sobre a alçada
de uma grande teoria comum. Mais do que uma teoria comum, do que necessitamos é de
uma teoria de tradução que torne as diferentes lutas mutuamente inteligíveis e permita aos
atores coletivos conversarem sobre as opressões a que resistem e as aspirações que os
animam”.
5ª PARTE: APENAS
RESISTÊNCIAS OU TAMBÉM
ALTERNATIVAS?
Acrescenta ainda que, a hegemonia das classes dominantes assenta na convicção de que não
existem alternativas ao que existe, quer seja bom ou mau. Por este motivo, podemos afirmar que a
reflexão e a ação são a melhor estratégia para enfrentar as classes dominantes e o “capitalismo
realmente existente”, numa definição de alternativa.
Apple argumenta que não basta a resistência, é necessário a produção de uma alternativa. Uma vez
que as classes dominantes não têm qualquer interesse em criar consenso, as múltiplas e crescentes
resistências que emergem nas mais diversas zonas do globo limitar-se-ão a fazer recuar
momentaneamente a globalização hegemónica, o que significa que sem alternativa as resistências
estão condenadas.
Santos propôs que a alternativa terá de articular valores socialistas e ecologistas. Existem múltiplas
resistências à globalização capitalista que têm alimentado e que fazem crescer aquilo a que o autor
designa como o paradigma eco-socialista. Concluímos então que uma possível alternativa, no
quadro de superação do capitalismo, deve basear-se numa nova relação entre os seres humanos, e
dos seres humanos com a natureza.
5ª PARTE: APENAS
RESISTÊNCIAS OU TAMBÉM
ALTERNATIVAS?
O Estado representa uma dimensão bastante importante no que toca a lutas
emancipatórias, porém, tem se vindo a assistir cada vez mais, nas últimas décadas, a
uma erosão deste poder estatal-nacional, o que tem vindo a beneficiar as empresas
transnacionais e as instituições supra-nacionais dominadas pelos países que regulam
as relações económicas e políticas a nível mundial.
Com tudo, esta erosão por parte do poder estatal não tem vindo a afetar todos os
Estados, têm surgido, por exemplo, em alguns países da América Latina, projetos não
capitalistas e anti-hegemónicos, que apenas são possíveis se os Estados-nação com
este objetivo tiver a capacidade de se agruparem, caso contrário, devido ás
interdependências cada vez mais crescentes (nomeadamente a nível tecnológico),
construir este projeto isoladamente torna se impossível.
5ª PARTE: APENAS
RESISTÊNCIAS OU TAMBÉM
ALTERNATIVAS?
O mesmo pode ser “jogado” na Europa. Partindo de um ponto de vista teórico
substancialmente diferente, Bourdieu, 1999, argumenta que a ação contra a
hegemonia neoliberal, empenhada na supressão dos direitos e benefícios sociais
duramente conquistados pelo movimento operário e de trabalhadores ao longo dos
últimos 150 anos, é viável no quadro supranacional da União Europeia.
Apesar de se estar perante alguns dos mais poderosos Estados centrais, a defesa do
Estado-Providência e de tudo o que lhe é inerente não é possível ser realizada no
quadro nacional.
Assim, é necessário que os governos queiram participar na definição de estratégias e
ações contra-hegemónicas de dimensão europeia.
CONCLUSÃO E PERGUNTAS
 Nas últimas décadas, que ferramenta tem ajudado bastante à globalização?
 Na vossa opinião, acham que Portugal já incorporou algo global para o
nacional/local? Se sim, deem um exemplo. :)
BIBLIOGRAFIA
https://associacaoportuguesasociologia.pt/cms/docs_prv/docs/DPR462dbf30ecd32_
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PDF

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