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Diagnóstico

Situacional de Saúde
Prof.ª Dr.ª Eliane Caixeta de Lima Lucas

2021-1
IDENTIFICAR E RESOLVER OS PROBLEMAS DA
COMUNIDADE
I. Conhecer a História natural das doenças;
II. Conhecer os Determinantes Sociais de Saúde;
III. Realizar o diagnóstico de saúde da comunidade – (Ex: perfil epidemiológico);
IV. Identificar os determinantes de doenças ou agravos da comunidade;
V. Monitorar as condições de saúde da comunidade;
VI. Validar os métodos diagnósticos;
VII. Planejar e executar ações de saúde específicas para a comunidade;
VIII. Avaliação dos serviços de saúde ofertados;
IX. Promover saúde nos territórios.

Os princípios metodológicos da epidemiologia têm aplicação direta no manejo


clínico dos doentes e no planejamento, gerenciamento e avaliação dos serviços de
saúde
PROCESSO HISTÓRICO DE SAÚDE
Na antiguidade acreditava-se que a saúde era uma dádiva e a doença um castigo dos

deuses, e mais tarde ao Deus único.


Em 400 anos a.c., Hipócrates desenvolveu o tratado “Os ares e os lugares”, onde

relacionou os locais de moradia, a água para consumo, os ventos com a saúde e a


doença.
Mais tarde, a teoria miasmática que considerava que a doença é transmitida pela

inspiração de “gases” “maus ares”.


No séc. XIX, na Europa explicava a doença como sendo resultado socioambientais.
Com o advento da era bacteriológica, os critérios socioambientais foram

substituídos pela teoria microbiana.


Processo Histórico de Saúde (cont.)

 Atualmente passa-se do modelo de


unicausalidade para a multicausalidade que
propõe a articulação das dimensões individual
e coletiva no processo saúde e doença.
 Saúde é um estado de completo bem-estar
físico, mental e social e não apenas a ausência
de doença ou enfermidade (Organização
Mundial da Saúde - OMS 1947).
Processo Histórico de Saúde (cont.)
 No Brasil, em 1986, VII Conferência Nacional de Saúde, adota o
conceito sobre saúde, de um modo mais abrangente:
 “a saúde é resultante das condições de alimentação, habitação,
educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer,
liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de
saúde.É assim, antes de tudo, o resultado das formas de
organização social da produção, as quais podem gerar grandes
desigualdades nos níveis de vida” (BRASIL, 1986).
Processo Histórico de Saúde (cont.)
 Modelo determinação social da saúde e doença.
 Intersetorialidade.

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação
(Constituição Federal de 1988, art. 196.)
 Determinação causal e o processo saúde-doença, representa o
conjunto de relações e variáveis que produzem e condicionam o
estado de saúde e de doença de uma população.
PROCESSO DE SAÚDE E DOENÇA
A saúde:
qualidade de vida;
Não é um bem para troca;
É um bem comum;
É um direito social.

Os recursos e as tecnologias devem ser aplicados para promoção, proteção

da saúde, prevenção, diagnóstico da doença, tratamento e reabilitação do


indivíduo, família e comunidade.
É um componente do exercício de cidadania!
Determinantes Sociais de Saúde
O modelo de Dahlgren e Whitehead dispõe os Determinantes Sociais de Saúde

em diferentes camadas, segundo seu nível de abrangência, desde uma camada


mais próxima aos determinantes individuais até a camada mais distal, em que se
situam os macrodeterminantes (1991).
Abordagem foi adotada pela OMS (2005) para ampliar o conhecimento sobre os

determinantes sociais e serviu de base para a proposição de ações voltadas para


as “causas das causas”, ou seja, os elementos estruturantes da estratificação
social, como as políticas macroeconômicas, sociais e de saúde, o contexto
político e social e os valores e normas sociais e culturais.
https://www.scielo.br/pdf/sausoc/v19n1/04.pdf
Determinantes Sociais de Saúde (cont.)
 Os determinantes sociais da saúde e as questões ambientais são importantes:
 desenvolvimento de políticas públicas e programas para a promoção da

equidade em saúde;
 promover a mobilização de diferentes instâncias do governo e da sociedade
civil.
 Três compromissos éticos:
 assegurar a equidade em saúde e reduzir as iniquidades,
 recomendar intervenções baseadas em evidências científicas,
 agir por meio de políticas e programas no combate às iniquidades em saúde
(CNDSS, 2008).
https://www.scielo.br/pdf/sausoc/v19n1/04.pdf
Determinantes Sociais de Saúde 1991
Principais fatores determinantes do processo
saúde-doença:
 Fatores socioeconômico, cultural, político, e ambiental: Globalização;

urbanização; envelhecimento populacional


 Fatores de riscos comuns modificáveis: tabagismo; consumo abusivo de álcool;
dieta não saudável; sedentarismo.
 Fatores de risco não modificáveis: idade; sexo; dieta não saudável; hereditariedade

 Fatores de risco intermediários: alteração dos valores pressóricos; alterações

glicêmicas; sobrepeso/obesidade.
 Principais doenças crônicas: doenças cardíacas; acidente vascular cerebral; câncer;

diabetes; doenças respiratórias crônicas.


Múltiplas ações requer
múltiplos conhecimentos
Necessário compreender a epidemiologia das doenças infecciosas:
AÇÕES de promoção à saúde e PREVENÇÃO de DOENÇAS
Transmissíveis, arbovirose, parasitoses, e etc
Qual a importância da história natural da doença?
Prevenção, controle e tratamento das doenças
transmissíveis!
 Para conhecer a progressão ininterrupta  Tuberculose;
das doenças, desde a exposição ao  Hanseníase;
agente até a recuperação, cura ou óbito.  AIDS;
 Planejar e executar ações de prevenção  Sífilis
de doenças.  DOENÇAS
 Planejar e executar ações de promoção TRANSMISSÍVEIS.
à saúde.
 Tratamento dos doentes.
 Assistência à saúde individual e
coletiva.
Necessário compreender as doenças e agravos NÃO
TRANSMISSÍVEIS (DANTS)
 Doenças cardíacas;
 Cerebrovasculares;
Fatores de  Cânceres;
risco;  Diabetes;

Causas;
 Hipertensão;
 Doenças auto-imunes;
Causa da causa;  Doenças respiratórias;

Estratégias de  Doenças mentais;


prevenção.  Lesões por acidentes (DANT);
 Violência (DANT)...
Doenças e agravos NÃO TRANSMISSÍVEIS (DANTS) (cont.)

 Dos 38 milhões de vidas perdidas em 2012 por doenças e agravos não


transmissíveis (DANTs), 16 milhões, ou seja, 42% eram prematuras (antes dos
70 anos) e evitáveis (um aumento de 14,6 milhões mortes em relação a 2000).
 Os países tem como dever reduzir a morbidade e mortalidade.

 A estratégia de ação:
a)Vigilância.
b)Política e Promoção da causa (“advocacy”).
c)Promoção da saúde e prevenção.
d)Cuidado integrado das DCNT e seus fatores de risco.
(OMS)

Organização Pan-Americana da Saúde. http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=4766%3Adoencas-cronicas-nao-


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transmissiveis-causam-16-milhoes-de-mortes-prematuras-todos-os-anos&Itemid=839
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)
Vigilância para conhecer a ocorrência, a
magnitude e a distribuição das doenças e de
seus fatores de risco, identificar seus
determinantes e condicionantes econômicos,
sociais e ambientais.

Os três componentes essenciais da vigilância :


a) Monitoramento dos fatores de risco;
b) Monitoramento da morbidade e
mortalidade das DCNT; e
c) Monitoramento e avaliação das ações de
assistência e promoção da saúde.
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https://www.saude.gov.br/noticias/43036-sobre-a-vigilancia-de-dcnt
Vigilância constante
Questões Mundiais da Saúde

 Saneamento básico;
 Pobreza e subdesenvolvimento;
 “Doenças tropicais”
 Início precoce da vida sexual;
 Educação / escolaridade;
 Entre outras...

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Vigilância e intervenções baseadas:
 Riscos e danos;

 Necessidades;

 Considera os determinantes da saúde;

 Intervenções sobre as situações de saúde;

 Ações voltadas para a coletividade e inclui ações de


prevenção e promoção;
 Análise das situações e contextos.
Vigilância e intervenções baseadas: (cont.)

 Vigilância à saúde: território, processos e planejamentos e programação das

intervenções com foco nas necessidades e problemas de saúde; articulação


intersetoriais para promover a saúde da população da área.
 clínica ampliada em defesa da vida: acolhimento (processo de humanização);

continuidade da assistência;
 Ações programáticas em saúde: efetivação dos programas especiais (mulher,

criança, adulto, idoso, AIDS, tuberculose, hanseníase, diabetes, hipertensão...);


 Saúde da Família: Território, família, trabalho em equipe, planejamento das

ações.
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL
 Para o reconhecimento dos problemas enfrentados pela comunidade;
 Para oferecer maneiras e soluções para os problemas,
 Tem como objetivo conhecer a realidade;
 Conhecer o que acontece no território;
 A comunidade é o objeto de estudo e a ideia é reconhecer sinais e sintomas

dos problemas enfrentados pela comunidade, ou seja; reconhecer uma ou


mais situações problemáticas;
 As informações valiosas por dar a possibilidade para o enfermeiro prever seu

impacto social e intervir nos processos.


Descrevendo o diagnóstico situacional
 A descrição do problema constitui o elemento mais importante , porque é aqui
que os participantes expõem a realidade que afeta negativamente a comunidade;
 E de acordo com as observações feitas e da aplicação do instrumento, o
enfermeiro lista as necessidades e carências da comunidade.
 Identifica a ausência de algo: serviços, programas, informações, compara etc...
 Detectar disfuncionalidade: ausência de saúde, determinantes de saúde e
doenças, presença de doenças, presença de fatores de risco...
 Após detectar as necessidade, os projetos/ planejamentos são elaborados de
diversas formas e métodos; realizar intervenções para suprir as necessidades,
reduzir ou eliminar os fatores de risco que determinam a saúde e doença da
população da área.
Etapas para o diagnóstico situacional
1. Territorialização da Unidade Básica de Saúde;
2. Caracterização da área de abrangência em relação aos fatores
de risco;
3. Classificação de Risco Segundo Setor Censitário;
4. Perfil epidemiológico da população da área;
5. Acesso aos serviços;
6. Indicadores auxiliam na elaboração de análises contextuais para
planejamento das ações específicas.
Características Gerais da População

 Atividades econômicas;
 Meios de transporte e comunicação utilizados;
 Problemas de saúde prevalentes;
 Problemas sociais prevalentes;
 Nível de escolaridade;
 Equipamentos sociais importantes...
Aspectos ambientais
 Destino do lixo e resíduos;
 Condições água para consumo;
 Destino de dejetos / esgoto;
 Cobertura dos serviços de abastecimento de água e energia elétrica para as
famílias;
 Tipo e condições de moradia;
 Número de profissionais para assistência à comunidade e acesso aos
serviços;
 Perfil de criminalidade;
 Estrutura física da unidade para atendimento à população.
 Aspectos censitários: saneamento, ocupação do terreno, escolaridade,
TERRITORIALIZAÇÃO

 É uma forma a permitir o planejamento, a programação


descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e
intersetoriais com foco em um território específico, com
impacto na situação, nos condicionantes e determinantes
da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele
espaço e estão, portanto, adstritos a ele.

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidacao/comum/250693.html
Territorialização (cont.)

 O Território é uma unidade geográfica única, de construção descentralizada do


SUS na execução das ações estratégicas destinadas à vigilância, promoção,
prevenção, proteção e recuperação da saúde.
 Os Territórios são destinados para dinamizar a ação em saúde pública, o
estudo social, econômico, epidemiológico, assistencial, cultural e identitário,
possibilitando uma ampla visão de cada unidade geográfica e subsidiando a
atuação na Atenção Básica, de forma que atendam a necessidade da
população adscrita e ou as populações específicas.

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidacao/comum/250693.html
Territorialização (cont.)
 A territorialização do SUS significa organizar os serviços de acordo com o
território, ou seja, conhecer o território,onde as pessoas vivem,e a partir das suas
necessidades organizar os serviços. 
 Não há fórmula mágica que funcionará em todos os territórios da mesma forma.
Os territórios são extremamente diferentes uns dos outros; dessa forma, devem
ser planejados de acordo com as necessidades de cada população.
 Por isso é necessário conhecer o território, isso significa conhecer a população, o
ambiente, e as suas relações. A partir disso, é possível conhecer as suas
necessidades e, então, organizar o serviço de forma eficaz.
 Os serviços de saúde devem se adaptar às necessidades da população, e não o
contrário.
https://redehumanizasus.net/94416-a-importancia-da-territorializacao
Territorialização (cont.)

Tem como objetivo permitir a identificação de prioridades


dos problemas nos grupos sociais inseridos em um
determinado espaço.

Isso auxiliará na definição das ações necessárias para a


população, de acordo com a natureza dos problemas
identificados geradores de maior impacto sobre seus
níveis de saúde e condições de vida.
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Territorialização (cont.)
Área adscrita

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PROMOÇÃO DA SAÚDE
 É o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na
melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no
controle deste processo.
 Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os
indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e
modificar favoravelmente o meio ambiente.
 A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver.
 Nesse sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e
pessoais, bem como as capacidades físicas.
 Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e
vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global.
Carta de Ottwa, 1986
Promoção à Saúde (cont.)
 Promover a qualidade de vida;

 Identificar as necessidades dos diferentes territórios e culturas;

 Apontar os aspectos que determinam e condicionam o processo saúde-doença;

 Visando a redução das situações de vulnerabilidade, risco e danos, garantindo a

equidade;
 Potencializa a participação e controle sociais na gestão das políticas públicas;

 Atua como estratégia de articulação transversal dos diferentes setores: sujeito-

coletivo, público-privado, estado-sociedade.


http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca/txt_1423.pdf
Pré-requisitos para a saúde
 Paz;
 Habitação;
 Educação;
 Alimentação;
 Renda;
 Ecossistema estável;
 Recursos sustentáveis;
 Justiça social e
 Eqüidade.
(Carta de Ottwa, 1986)
PROMOÇÃO À SAÚDE
 Promoção da saúde e níveis de prevenção
 O sanitarista Henry Sigerist, no início do século XX , define como
quatro funções da Medicina: promoção da saúde, prevenção das
doenças, tratamentos dos doentes e reabilitação.
 A promoção da saúde envolve ações de educação em saúde e ações
estruturais do Estado para melhorar as condições de vida da
população.
Perfil epidemiológico
Para que serve a Saúde Púbica?
 A saúde pública tem por objetivo, proteger a saúde das populações e é através da
epidemiologia que é identificado o agente causal e/ou os fatores de risco relacionados à
causa dos agravos à saúde da população (identificação da causa da causa).
 Identificar o modo de transmissão das doenças que incidem na população,e identifica e
explica a distribuição geográfica que ocorrem;
 Desenvolve métodos e estratégias de controle dos agravos na saúde da população;
 Propõe medidas de prevenção;
 Descreve os aspectos clínicos das doenças e sua história natural;
 Identifica os fatores de risco de uma doença em grupos de indivíduos que apresentam maior
risco de agravos;
 Avalia as respostas, as ações ,que as instituições de saúde realizam de acordo com as
necessidades das populações;
 Avalia e testa a eficácia e o impacto das estratégias e intervenções, a qualidade, o acesso a
saúde e a disponibilidade dos serviços para controle, prevenção, tratamento e reabilitação
dos agravos de saúde na comunidade.
Para que serve o Perfil Epidemiológico?
 Informar e atualizar os
profissionais e gestores sobre
as informações referentes às
comunidades:
 Dados demográficos;
 Dados habitacionais;
 Doenças e agravos;
 Etc..
Dados do perfil epidemiológico
 Os dados geram indicadores de saúde da população, servem para avaliar a
situação sanitária e sua evolução em uma população;
 Planejar e programar ações específicas e reduzir as taxas de
morbimortalidade.
 Sua elaboração consiste em um processo complexo: coleta dos dados, registro e
transmissão dos dados; contagem direta dos casos até o calculo de proporções,
razões, taxas ou índices, Frequência de casos, tamanho da população em risco;.
 Os indicadores podem também refletir as tendências da situação e identificar
grupos humanos com maiores necessidades de saúde, para estratificar o risco
epidemiológico e identificar áreas críticas, facilitam o monitoramento de
objetivos e metas em saúde, estimulam o fortalecimento da capacidade analítica
das equipes e promovem o desenvolvimento de sistemas de informação (RIPSA, 2008).
Indicadores
 Esperança de vida ao nascer;
 Mortalidade / sobrevivência (Mortalidade geral e mortalidade por
causa específica, letalidade);
 Morbidade / gravidade / incapacidade (incidência, prevalência);
 Nutrição / crescimento e desenvolvimento;
 Aspectos demográficos;
 Condições socioeconômicas;
 Saúde ambiental;
 Serviços de saúde.
Variáveis epidemiológicas relacionadas à pessoa

 Inerentes: (sexo, idade,etnia).


 Adquiridas: (situação conjugal, estado imune).
 Derivadas de atividades: (lazer, profissão).
 situação sócio-econômica: (acesso a serviços de saúde).
Variáveis epidemiológicas relacionados ao espaço

 Distribuição espacial dos casos: oferece uma visão da dispersão


do problema em determinado território/localização de áreas de
maior incidência;
 Pontos de referência: local de residência, local de trabalho,
escola, unidade hospitalar, países, estados, municípios, áreas
rurais ou urbanas, objetiva identificar locais/grupos
populacionais de maior risco.
Para que serve o diagnóstico situacional?
 Prestar assistência integral e contínua, com responsabilidade e qualidade, suprir
as necessidades de saúde da população, seja ,na unidade ou no domicílio;
 Promover a intervir nos fatores de risco aos quais a população está exposta;
 Assistir a família em seu espaço social - o núcleo básico de abordagem no
atendimento à saúde;
 Humanizar as práticas de saúde através do estabelecimento de vínculo entre os
profissionais de saúde e a população;
 Estabelecer parcerias - ações intersetoriais;
 Contribuir para a democratização do conhecimento do processo saúde/doença, da
organização dos serviços e da produção social da saúde;
 A saúde deve ser reconhecida como um direito de cidadania - qualidade de vida;
 Estimular a organização da comunidade para o exercício do controle social.
Por quê da territorialização?
 Para organizar os serviços de acordo com o território, ou seja,
conhecer o território, que é onde a vida acontece, e, a partir das
suas necessidades organizar os serviços ofertados à comunidade.
Conhecer a população, o ambiente e suas relações.

Conhecer suas necessidades e então organizar o serviço


de forma eficaz.

Conhecer o perfil da região.


Humaniza SUS
Como fazer diagnóstico?
Levantamento dos dados epidemiológicos da população

 Adscrição da clientela – trabalhar com a definição de um território


de abrangência - área sob sua responsabilidade.
 Os territórios de responsabilidade de cada unidade é demarcado
levando em consideração:
 diversidade sociopolítica e econômica das regiões,
 densidade populacional e acessibilidade aos serviços,
 e outros itens de relevancia para o local.
Levantando o perfil epidemiológico da
população / cadastramento da população
1) Identificar os componentes familiares, morbidade referida, condições
de moradia, saneamento e condições ambientais das áreas onde essas
famílias estão inseridas;
2) estabelecer vínculo;
3) Informar os serviços ofertados à comunidade;
4) Analisar da situação de saúde local e seus determinantes.
5) Após levantamento do perfil epidemiológico, inicia o planejamento das
ações necessárias à serem desenvolvidas na comunidade.
6) É necessários o uso de instrumento específico para a coleta de dados.
Genograma
  É um instrumento de abordagem familiar que possui o objetivo de avaliar a
anatomia da família.
 Possibilita coletar informações qualitativas sobre as dimensões da dinâmica
familiar, como processos de comunicação, relações estabelecidas e equilíbrio/
desequilíbrio familiar.
 É a representação visual da estrutura e dinâmica familiar, dos eventos
importantes em sua história, como separação, nascimento e morte.
 Utilizado para reflexões acerca de um problema , num contexto amplo das
relações que se apresentam, e facilita discussões sobre intervenções .
 Informações complexas podem ser coletadas e organizadas sistematicamente em
um genograma. https://www.scielo.br/pdf/tce/v14n2/a17v14n2.pdf
https://www.scielo.br/pdf/tce/v14n2/a17v14n2.pdf
Ecomapa
 É um instrumento de abordagem familiar, com objetivo de avaliar a anatomia da
família, identificar a rede de apoio social e familiar. Representa a presença ou
ausência de recursos sociais, econômicos e culturais.
  Possibilita uma visão ampla da estrutura e a dinâmica da família, para guiar
intervenções e condutas, baseadas nos desequilíbrios identificados (áreas:
trabalho; amigos; grupos recreativos; unidade de saúde; igreja; escola; família
alargada; animais de estimação e outros).
 Permite tecer hipóteses, avaliar situações desfavoráveis, potencialidades,
fragilidades, graus de investimento em recursos e seus possíveis retornos e
benefícios, etc.
Pubmed
Pubmed
https://www.scielo.br/pdf/tce/v14n2/a17v14n2.pdf
Organização das práticas de trabalho
DIAGNÓSTICO DA SAÚDE DA COMUNIDADE
 serve para planejar e organizar adequadamente as ações de saúde. Cadastro das famílias e
levantamento dos indicadores epidemiológicos e sócio-econômicos.
 Usar diversas fontes de informação para identificação da área (oficiais- IBGE, cartórios e
secretarias de saúde). E as informações da própria comunidade.
PLANEJAMENTO/PROGRAMAÇÃO :
 Quem planeja , como , para quê, e para quem se planeja.
 É preciso conhecer as necessidades da população, identificadas a partir do diagnóstico
realizado e do permanente acompanhamento das famílias.
 O planejamento deve ser pensado como um todo e direcionado à resolução dos problemas,
visa a melhoria progressiva das condições de saúde e de qualidade de vida da população
assistida.
O papel da equipe de atuação no processo saúde doença:
Atribuições do Enfermeiro
 DESENVOLVE SEU PROCESSO DE TRABALHO: na unidade de saúde, junto à equipe de profissionais,
e na comunidade, apoiando e supervisionando o trabalho da equipe, bem como assistindo às pessoas
que necessitam de atenção de enfermagem,
 Suas atribuições básicas são:
 executar, ações de assistência básica de vigilância epidemiológica e sanitária nas áreas de atenção à
criança, ao adolescente, à mulher, ao trabalhador e ao idoso;
 desenvolver ações para capacitação da equipe;
 oportunizar os contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando promover a saúde e abordar os
aspectos de educação sanitária;
 promover a qualidade de vida e contribuir para que o meio ambiente torne-se mais saudável;
 discutir de forma permanente, junto a equipe de trabalho e comunidade, o conceito de cidadania,
enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que os legitimam
 participar do processo de programação e planejamento das ações e da organização do processo de
trabalho das unidades de Saúde da Família.
O papel da equipe de atuação no processo saúde doença

 Papel de educador em saúde;


 Autonomia: cada indivíduo deve ser autor desse processo;
 Prestar assistência ao indivíduo, família e comunidade de acordo com suas
necessidades de saúde, direitos, deveres e valores de acordo com a singularidade.
 O ambiente exerce nela influências na saúde – domicílios pequenos com muitos
habitantes: conflitos entre si, problemas de saúde mental; ambiente insalubre gera
doenças: bronquite, tuberculose, etc.
 É necessário compreender as condições , interferência e estilo de vida.. atentar para
não culpar os indivíduos .
 Não fazer juízo de valor
 Garantir , proteger a dignidade da vida humana.
O papel da equipe de atuação no processo saúde doença

 Referência e contra-referência
 Educação continuada
 Estímulo à ação intersetorial
 Acompanhamento e avaliação (satisfação do usuário; satisfação
dos profissionais ; qualidade do atendimento/desempenho da
equipe; impacto nos indicadores de saúde.
 Sistema de informação
 Controle social (participação popular)
O papel da equipe de atuação no processo saúde doença

Consideração alguns princípios básicos:

 O enfrentamento dos determinantes do processo saúde/ doença

 A integralidade da atenção

 A ênfase na prevenção, sem descuidar do atendimento curativo

 O atendimento nas clínicas básicas de pediatria, ginecologiaobstetrícia,


clínica médica;
 Parceria com a comunidade;

 As possibilidades locais.
EXERCÍCIO: buscando a causa da causa

Diabetes

HAS
Intervenção nas causas e fatores de risco
Planejamento das ações
Problema Causa Meta

Intervenção Planejamento

Avaliação dos resultados alcançados


Planejamento das ações (cont.)

 Observar;
 Identificar as necessidades e problemas;
 Verificar o potencial de risco.

 Identificar, quantificar, examinar, qualificar,


planejar, executar, avaliar
Referências
 Carta de Otawa https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf
 Saúde e doença http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca/dados/txt_14423743.pdf
 Conceito e determinantes de saúde
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/artigos/334-o-conceito-de-promocao-da
-saude-e-os-determinantes-sociais
 Contribuições do genograma e do ecomapa para o estudo de
 Famílias em enfermagem pediátrica
https://www.scielo.br/pdf/tce/v14n2/a17v14n2.pdf
Diagnóstico
Situacional de Saúde
Prof.ª Dr.ª Eliane Caixeta de Lima Lucas

2021-1

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