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Curso superior em Engenharia de Bioprocessos E Biotecnologia

Unidade de Santa Cruz Do Sul Disciplina de Biotransformação e Biocatálise

PERSPECTIVAS
NO USO DE
BIOCATALISADORES

Acadêmicas: Professor:
Luana Cardoso, Lívia Fraticelli, Stefany Lôpo Rodrigo Sanchotene Silva
ARTIGOS A SEREM APRESENTADOS

• BIOCATALIZADORES IMOBILIZADOS - Uso de células e enzimas imobilizadas em


processos biotecnológicos
• AVANÇOS DOS BIOCATALISADORES USADOS EM CÉLULAS A BIOCOMBUSTIVEL
• POTENCIAL CATALÍTICO DE LIPASES LIGADAS AO MICÉLIO DE FUNGOS
FILAMENTOSOS EM PROCESSOS DE BIOTRANSFORMAÇÃO
INTRODUÇÃO
• Há uma evolução histórica da tecnologia das células a biocombustível, passaram muitos anos para que
esta tecnologia gerasse um forte interesse no meio da ciência e da indústria. Contudo, a partir de 1998
que se iniciou um constante e às vezes crescente número de depósito de patentes até a presente data.

• O desenvolvimento de processos biotecnológicos envolvendo o uso de enzimas ou células microbianas


imobilizadas tem apresentado considerável destaque nos últimos anos, principalmente pelas vantagens
que apresentam em termos de estabilidade e da possibilidade de reutilização em processos contínuos,
implicando na facilidade de manuseio e redução dos custos de downstream.
AVANÇOS DOS
BIOCATALISADORES USADOS
EM CÉLULAS A
BIOCOMBUSTIVEL
Em 1780, Galvani deu inicio a suas
Já em 1911 Potter produz energia elétrica a partir de uma colônia de pesquisas de eletro-fisiologia chegando a
E. coli em contato com eletrodos de platina sendo medido o potencial de observar o movimento das pernas de uma
saída com um galvanômetro. rã devido à aplicação de uma corrente
elétrica, investigando assim a relação entre
a eletricidade e a vida, para finalmente
Estes dispositivos, compostos por eletrodos que conduzem os
elétrons produzidos na reação anôdica, são baseados na capacidade descobrir o fenômeno da bioeletricidade.
catalisadora dos M.O. ou enzimas isoladas que promove reações de oxi-
redução.

As células a biocombustível, além da classificação segundo o tipo


de biocatalisador (M.O. ou enzimas), também podem ser classificadas
baseados na transferência dos elétrons desde o catalisador até o eletrodo,
onde a transferência pode ser direita ou pode ser dirigida por um co-fator
ou substância intermediária.
Estas células são análogas às células a combustível tradicionais,
as quais usam catalisadores a base de metais nobres.

V A NT A GEN S DES VA N TA G ENS

• Diminuição de custos na aplicação em larga escala • Como baixa geração de potência de saída e de
(elimina o uso de platina), corrente elétrica,
• Não forma substâncias tóxicas como subprodutos, • Baixa estabilidade e reduzido tempo de vida útil da
• Elevada eficiência da catálise enzimática, enzima.

• Uso de condições mais amenas de reação,


(temperatura e pH).
Mas apesar destes desafios, a aplicação das
Estas vantagens, em particular a condição de células a biocombustível é um fato e a procura pela
operação, permitem aplicações mais simples e mais melhora de sua eficiência na produção de energia
fácil manipulação das biocélulas. elétrica é cada dia mais importante.
As possibilidades de aplicação para este tipo de dispositivo vão desde o uso de energias mais limpas para o
ambiente, visando no futuro substituir o uso das fontes não renováveis, até as contribuições e melhorias na
qualidade de vida humana na área de saúde.

Exemplos:

Na área da saúde já foram desenvolvidas biocélulas implantadas em animais vivos (ratos e caracóis) que
utilizam como combustível a própria glicose dos organismos; estas células são baseadas nos processos naturais de
enzimas oxirredutases imobilizadas nos eletrodos.
Existe um amplo número de possibilidades de biocatalisadores assim como de substratos a
utilizar. Então foi realizado um estudo do tipo de catalisador usado nas células a biocombustível,
onde no gráfico abaixo observa-se:
•Um dos motivos para o maior uso de M.O. •Por sua vez a enzima é muito cara, pois
comparado com as enzimas, é que os M.O. são requer uma série de passos no processo de
muito mais baratos e possuem um complexo purificação, mas por elas se encontrarem puras ou
enzimático que, dependendo das condições pelo menos isoladas, fazem com que sejam muito
ambientais, pode ter muita mais eficiência que a mais eficientes que os próprios M.O.
enzima isolada.

Além disso, podem ser construídos complexos enzimáticos que misturam várias biomoléculas e
geram uma reação em cascata, permitindo o uso de diferentes substratos e a possibilidade do
desenvolvimento de biocélulas com maiores potenciais de saída.
CONCLUSÃO

•A tecnologia das células a biocombustível é uma tecnologia um pouco recente, mesmo sendo seu uso
projetado em níveis portáteis, a área de portes maiores está por pesquisar e seu desenvolvimento é promissor
de apropriação tecnológica.
•Utilizando processos naturais de enzimas oxirredutases imobilizadas nos eletrodos, busca-se no futuro
poder substituir dispositivos como marcapassos e bombas de insulina implantadas no homem, que
atualmente funcionam com baterias inorgânicas.
INTRODUÇÃO

Biocatálise:
• Versatilidade reacional;
• Especificidade;
• Redução no número de etapas no processo;
• Alto rendimento;
• Completamente degradáveis;
• Processos enzimáticos são realizados sob condições
operacionais mais brandas;
LIPASES
Lipases
• Catalisam a hidrólise de acilgliceróis de
cadeia longa;
• Grande representatividade e destaque no
cenário industrial;
• Hidrólise, alcoólise, glicerólise, acidólise,
transesterificação;
• Especificidade;
• Regiosseletividade;
FUNGOS

Fungos
• Excreção de proteínas;
• Substratos variados, baratos;
• Conhecimento da fisiologia,
bioquímica e genética;
• Outras enzimas;
• Fungos endofíticos;
IMOBILIZAÇÃO DE CÉLULAS ÍNTEGRAS
APLICAÇÕES
INDUSTRIAIS
• Síntese de Ésteres;
• Biodísel.
CONCLUSÃO

• O uso de células íntegras de fungos filamentosos com atividade lipolítica ligada ao micélio vem
despertando grande interesse de investigação pelo seu potencial de uso na biotecnologia, pois
sua aplicação pode reduzir consideravelmente os custos de um processo enzimático. A
simplicidade da técnica de imobilização, que se baseia na habilidade natural de adesão celular
ao suporte durante o crescimento, e a possibilidade de utilização do biocatalisador em
processos contínuos, confere as células imobilizadas vantagens do ponto de vista comercial e
industrial.
BIOCATALIZADORES
IMOBILIZADOS
USO DE CÉLULAS E ENZIMAS IMOBILIZADAS
EM PROCESSOS BIOTECNOLÓGICOS
IMOBILIZAÇÃO DE
BIOCATALIZADORES
• Definida como o movimento não independente das células ou enzimas na parte aquosa do sistema, por
estarem alojadas dentro ou na superfície do agente imobilizador, ou seja, ocorre a fixação de enzimas
ou células vivas em um ambiente, de maneira que sua atividade catalítica não seja afetada
negativamente.
• Vantagens:
• 1. O uso em processo contínuo,
• 2. Aumento da estabilidade do biocatalisador em relação às variações de pH, temperatura, concentração
de nutrientes ou do meio de fermentação.
• 3.Reutilizar o biocatalisador por mais de um ciclo fermentativo;
• 4. Usar um processo contínuo sem reciclo celular;
TIPOS DE IMOBILIZADORES

São 2 tipos de imobilizadores:


1. Os que as aprisionam fisicamente: são encapsuladas em glóbulos ou fibras feitas de
polissacarídeos, de proteínas ou de polímeros sintéticos. Exemplos: membranas de alumina.
2. Os que as aderem à superfície: No segundo, as células são fixadas ao suporte de
imobilização diretamente por ligações químicas (iônicas ou covalentes) . Exemplo: DEAE
celulose
IMOBILIZAÇÃO X CÉLULAS LIVRES
IM O B IL IZ A Ç Ã O D E C É L U L A S D E C É L UL AS L IV R E S D E
LEVEDURAS L E V E D UR A S

• Aumento de produtividade em razão das elevadas


• Fermentação limitada.
densidades celulares.
• A imobilização eleva a atividade fermentativa da • Perda de células no fermentador.
levedura, promovendo a adaptação das células ao
meio e eliminando a fase lag em bateladas
sucessivas de fermentação.
• Menos risco de contaminação em operações com
altas taxas de diluição.
• Facilidade de reutilização dos biocatalisadores, o
aumento da estabilidade destes biocatalisadores e a
redução de custos operacionais
• Resistentes a condições adversas, uma vez que a
matriz de imobilização geralmente resulta em maior
proteção a estas células. Por este motivo, procura-se
produzir etanol com células imobilizadas.
IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS

• Estudos com células imobilizadas mostraram que a imobilização de células é mais vantajosa
em relação à imobilização de enzimas, pois evita o trabalho de extraí-las dos microorganismos
para fixá-las, em seguida, a um suporte.
• Por que as células são melhores que as enzimas para imobilização?
- As células possuem a capacidade de regenerar os cofatores naturalmente, além de não requerer
etapas de extração e purificação, apresentar menor custo e maior resistência a perturbações
ambientais. As células podem ser imobilizadas sem perda significativa de sua atividade catalítica
e, portanto, são mais eficazes quando se trata de catalisar uma série de reações subseqüentes,
além de apresentarem alta estabilidade operacional e de armazenamento .
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO E TIPOS
DE SUPORTE
• Dependerá basicamente de dois fatores:
• 1- das características peculiares do material biológico;
• 2- das condições de uso do sistema imobilizado.
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO
Tipos de reatores utilizados com células imobilizadas
• Embora todos os tipos de métodos de imobilização, tem suas vantagens e desvantagens e não
podendo garantir a estabilidade da célula. Mas, mesmo assim, as vantagens se predominam
tendo um inóculo retido no suporte, possibilidade de melhor controle das propriedades
reológicas do meio, maior pureza e rendimento de produtos, não há necessidade de extração e
purificação das enzimas e podem ser esperados resultados econômicos mais favoráveis.
SUPORTES UTILIZADOS PARA A
IMOBILIZAÇÃO DE CÉLULAS
• Alginato de cálcio: formação do gel ocorre rapidamente na presença de íons cálcio, sem
alterações drásticas de temperatura, pH e pressão osmótica, a atividade e a viabilidade dos
microorganismos imobilizados são conservadas.

Utilização: aditivos na produção de alimentos


SUPORTES UTILIZADOS PARA A
IMOBILIZAÇÃO DE CÉLULAS
• Carragena: polímero natural presente na estrutura celular de algas do tipo Rodophyceae.

Utilização: Promissor para a produção industrial de etanol, suporte do qual já foi utilizado para a
imobilização de células de S. cerevisiae, visando à produção de etanol
• Poliacrilamida: polímero formado pela mistura de dois monômeros, acrilamida e
bisacrilamida, formando uma espécie de rede.

• Utilização: imobilização de S. cerevisiae, para a bioconversão de etanol e butanol em aldeídos.

S. cerevisiae
• Alumina: material inorgânico que apresenta diversas vantagens para ser utilizada como suporte
de imobilização. Sua vida útil, se não ilimitada, é mais longa do que a dos suportes orgânicos
mais comumente usados em testes com fermentação alcoólica.

• Utilização: utilizado na imobilização de células de S. cerevisiae, para a produção de etanol,


Zymomonas mobilis, para produção de levânio e etanol, Lactobacillus rhamnosus,para a
produção de ácido lático.
OUTROS TIPOS DE SUPORTES
• Células de levedura também foram imobilizadas em suportes porosos de terra de Kanuma (solo
proveniente do Japão), carvão ativado e celulose em pó, por polimerização e por irradiação a
baixa temperatura.

Substrato de Kanuma
CONCLUSÕES

• O uso de biocatalisadores imobilizados (enzimas e células) é uma estratégia a ser utilizada para
a condução de bioprocessos em várias situações. Aliada à engenharia, bioquímica,
microbiologia e genética, esta tecnologia pode ser utilizada como uma ferramenta para
aumentar a eficiência de processos biotecnológicos e, consequentemente, reduzir custos de
produção.
REFERÊNCIAS
• MUÑOZ, G. R. ; BOAVENTURA, J. S. ; DRUZIAN, J. I. Avanços Dos Biocatalisadores
Usados Em Células A Biocombustivel. Cadernos de prospecção – Salvador-BA, vol.6, n.3,
p.293-301, 2013.
• DANIELA V. CORTEZA; HEIZIR F. DE CASTROA; GRAZIELLE S. S. ANDRADEB.
POTENCIAL CATALÍTICO DE LIPASES LIGADAS AO MICÉLIO DE FUNGOS
FILAMENTOSOS EM PROCESSOS DE BIOTRANSFORMAÇÃO. QUIM. NOVA, 2016.
• B I O TEC N O LO G I A CI ÊN C I A & D E SE N VO LVI ME N TO A N O I X - Nº 3 6 -
JANEIRO/JUNHO 2006
• E C G I E S E  - R E V I S T A G E I N T E C - G E S T Ã O , I N O V A Ç Ã O E T E C N O L O G I A S ,
2 0 1 5 - R E V I S TA G E I N T E C . N E T

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