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Teste de Apercepção

Temática
T.A.T
SAT – IDOSOS
CAT - CRIANÇAS
Caracterização do Instrumento
• Natureza: Técnica Projetiva Temática de Expressão Verbal.
• Tarefa: Apresentar uma série de pranchas selecionadas pelo
examinador ao sujeito que deverá, assim, contar uma história sobre
cada uma das pranchas.
• Autores: Henry Murray e Christiana Morgan -> 1935 - 1945

• Objetivo: Avaliação de componentes importantes da personalidade.


• Dinâmica entre as instâncias psíquicas e ambiente; relações com
figuras significativas; auto-imagem; momentos importantes na
história de vida do indivíduo.

• Faixa Etária: 14 a 59 anos de idade.

• Fundamentos Teóricos: Projeção; Apercepção.


Preparação do Sujeito e Ambiente
• O uso do T.A.T não é recomendado como primeira técnica em
uma bateria de testes de um Psicodiagnóstico devido às defesas
eliciadas pelo que as imagens provocam.
• A tarefa proposta pelo T.A.T envolve uma atividade criativa, que
poderá ser influenciada pelo tipo de postura do psicólogo
(frieza, postura crítica, intelectualmente arrogante, etc).
• “(...) é importante que o sujeito tenha bons motivos para sentir
que o ambiente é acolhedor e que capte bons motivos para
sentir que o ambiente é que estão presentes a receptividade,
boa vontade e apreço por parte do psicólogo”.
• Iniciar com a acomodação do sujeito e rapport inicial.
INSTRUÇÃO
• “Este é um teste de imaginação que é uma das formas da
inteligência. Vou lhe mostrar alguns cartões, um de cada vez, e a
sua tarefa será inventar, para cada um deles, uma história com o
máximo de ação possível. Conte-me o que levou ao fato mostrado
no cartão, descreva o que está acontecendo no momento, o que os
personagens estão sentindo e pensando. Conte depois como
termina a história. Procure expressar seus pensamentos conforme
eles forem ocorrendo em sua mente. Você compreendeu? . . . Aqui
está o primeiro cartão.”
Aplicação do T.A.T
Material da Técnica
• Conjunto Completo: 20 pranchas (lâminas, cartões) com
situações humanas clássicas.
• Informações no Verso das pranchas:
• Número: ordem em que o estímulo deverá ser apresentado.
• Letras: sexo e/ou idade dos testandos aos quais o estímulo se
destina.
U: Universal
H: Homem
F: Feminina
R: Rapaz
M: Menina
Dados a serem anotados durante a
aplicação
1) O tempo de latência para responder desde o momento em que
recebeu o cartão (anotado em segundos) e o tempo total da
história.
2) As verbalizações do testando, exatamente do modo como falou.
3) As verbalizações do examinador – anotadas entre parênteses.
4) Os momentos em que ocorreram pausas.
5) Comportamento do testando: mudanças de postura, reações
corporais aos estímulos dos cartões, alterações na voz, sinais de
ansiedade.
Sobre as instruções...
• O examinador deve cuidar para que as instruções sejam seguidas, isto é, deve
enfatizar a necessidade de o testando fornecer histórias completas.

• Se a resposta é uma descrição da figura, com elaboração mínima de história, o


examinador deve lembrar as instruções ao testando e solicitar uma história
completa.

• Se faltarem alguns dados na história, o examinador deve perguntar (por


exemplo: “O que aconteceu antes?”, “O que acontece depois?”, “O que eles
estão pensando e sentindo?”). -> Inquérito – “Retomar as instruções”.

• O examinador não deve pressionar exageradamente o testando, portanto as


perguntas devem ser feitas apenas uma única vez.

• Se o testando fizer perguntas sobre detalhes pouco claros da figura, o


examinador deve responder: “Podem ser o que você quiser”.
Normas Temáticas: Temas
Frequentemente Evocados
Pelos Estímulos
PRANCHA 1 - UNIVERSAL
Prancha 1 - Universal
“O menino e o violino”

• É sempre a primeira prancha do protocolo, pois em geral não


representa uma situação muito ameaçadora ou ansiogênica.
• Importante observar o discurso inicial do indivíduo sobre esta
prancha -> ela pode sinalizar a atitude do indivíduo diante da
tarefa e do aplicador.
• Pode ser considerada um importante indicador sobre o
prognóstico, pois fala da capacidade de adaptação do indivíduo
(aplicando) a novas situações.
Prancha 1 - Universal
“O menino e o violino”
• Temas:
• Relação com autoridade (pai , professor).
• Atitude frente ao dever e também ideal do ego (capacidade de
realização, de atingir objetivos propostos).

• Situações Frequentes:
1) Menino forçado a praticar os estudos de violino (relato feito por
indivíduos que se sentem dominados pelos pais).
• Reações à imposição: passividade; conformidade; oposição; rebelião ou
fuga na fantasia.

2) História sobre aspirações; objetivos; dificuldades e realizações do


herói (são produzidas por sujeitos ambiciosos).
Prancha 1 - Universal
“O menino e o violino”
• Distorções aperceptivas mais frequentes: vê-se o menino
dormindo ou cego; violino com uma das cordas quebradas; ou se
percebe mal o violino (livro, folha, brinquedo).
• Quando o violino é visto como quebrado podemos ter um
indicativo de algo mais sério.
• Omissões significativas: não se vê o arco, o violino ou ambos.

• Simbolizações: em geral apontam para a ansiedade de castração


(violino quebrado).
Prancha 4 – Universal
“A mulher que retém o homem”
• Refere-se a histórias de conflitos -> drama do eterno triangulo amoroso, o
homem, a mulher e a amante.
• O tipo de figura pode favorecer a construção de enredos como um “filme de
Hollywood”.
• Temas:
• Conflitos nas relações heterossexuais (abandono, traição, ciúmes).

• Conflitos na área controle X impulso (mulher: a razão, o controle; homem: a


ação, a impulsividade).
• Esta última associação pode simbolizar o controle do indivíduo sobre seus
impulsos e desejos.

• Outros temas evocados: dificuldades na vida matrimonial.


• Omissão: eventualmente é omitida a mulher ao fundo.
Prancha 6 – R.H
“O filho que parte”
• Refere-se à relação com a figura materna -> dependência X
independência; abandono X culpa.
• Temas:
• O filho solicita a sua mãe permissão para levar a cabo um projeto.

• Abandonar sua casa para ir trabalhar em outra cidade.


• Casar-se ou alistar-se no exército.

• Seus desejos quase sempre estão em conflitos com os da mãe.


Prancha 6 – M.F
“Mulher surpreendida”
• Refere-se a relação com a figura paterna.
• Temas:
• Em geral, a filha surpreendida pelo pai, escondendo algo.

• A figura masculina pode também ser percebida como parceiro ou


possibilidade de contato afetivo-sexual.
Prancha 8 – R.H
“A intervenção cirúrgica”
• Trata-se de um estímulo desconcertante -> contraponto rifle x médicos.
• Pode ser percebida como um sonho, uma lembrança do passado ou
projeto futuro.
• Em geral o adolescente é identificado como o “herói”.
• Temas: Abarca a área da agressividade (hetero ou auto).
• 1) A cena do fundo representa sua fantasia ou desejo de ser médico (seus
ideais).
• 2) Atirou contra a pessoa que está sobre a mesa e agora espera o resultado
da operação (histórias que revelam tendências agressivas do sujeito).

• Omissão: eventualmente é omitido o rifle.


• Simbolizações: amputar a perna -> ansiedade de castração.
Prancha 8 – M.F
“Mulher pensativa”
• Evoca associações referentes aos conflitos atuais e conteúdos de
devaneios.
• Temas: são amplos, irão depender do tipo de conteúdo relatado
na narrativa
• Autoquestionamento; contemplação; desejos; preocupações.
Análise de conteú do
• Categorias de análise -> Possibilita uma análise gradual de cada narrativa. A
análise de uma categoria auxilia a identificação e compreensão do próximo.
Categorias de Análise (Bellak, 1954):
1. Tema;

2. Herói (características do herói);

3. Necessidades do Herói;

4. Concepção do Ambiente;

5. Relacionamentos com outras figuras (Relações de Objeto);

6. Conflitos Significativos;

7. Natureza da Ansiedade;

8. Principais Defesas;

9. Adequação do Superego;

10. Integração do Ego.


9) Adequação do Superego

“Castigo “é proporcional
ao “crime”?
• Superego rígido: punição
drástica pelo menor deslize

Herói • Superego atuante: punição


• Manifestação Consequência compatível com a ofensa.
de um
impulso • Superego Frágil: não
apresenta punição a atos anti-
sociais do herói.
10) Integração do Ego

• Bom nível de vocabulário e riqueza do conteúdo das


histórias.
Boa • Uso adequado das defesas, que não impedem emergência
de aspectos mais pessoais.
• Desenlaces realistas, apresentando soluções adequadas.

• Emergência do conflito é impedida através do uso intenso


de mecanismos de defesa.
Fraca • Relato em geral é pobre e descritivo, ou hesitante e
contraditório.
• Indivíduo reluta em entrar em contato consigo mesmo.

Desestruturação • Invasão de conteúdos inconscientes, sem qualquer possibilidade de

do ego defesa.
• Contato com realidade comprometido.
• Relato tem pouca ou nenhuma relação com estímulo.

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