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DIREITO DO TRABALHO I

PROFESSOR:

Francisco Valdece Ferreira de Sousa

f_valdece@hotmail.com
DIREITO DO TRABALHO I Aula nº. 16

FGTS. PIS.

01.- FGTS, CONCEITO.


O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado com o objetivo
de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de
uma conta vinculada ao contrato de trabalho.
No início de cada mês, os empregadores depositam em contas abertas na
Caixa Econômica Federal, em nome de cada um dos seus empregados, o valor
correspondente a 8% da remuneração auferida no mês anterior.
O FGTS é constituído pelo total desses depósitos mensais e os valores
pertencem aos empregados, os quais, em certas e determinadas situações,
podem dispor do total depositado em seus nomes.


DIREITO DO TRABALHO I
FGTS. PIS.

02.- FGTS, NATUREZA JURIDICA.


A busca pela definição da natureza jurídica do FGTS tem causado intensa
controvérsia entre os doutrinadores, resultando nos mais variados posiciona-
mentos.
Citamos, inicialmente, Délio Maranhão, para quem o FGTS não passa de
"crédito legal dos trabalhadores, decorrentes da execução do contrato de
trabalho”.
Tal definição é bastante assemelhada à de Arnaldo Süssekind que assim
conclui: "o FGTS corresponde a créditos do trabalhador, que se acumulam
mediante depósitos mensais em conta vinculada”.
Vale ainda mencionar a posição do insigne professor Sérgio Pinto Martins, para
quem o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço possui natureza jurídica
híbrida, uma vez que deve ser distinguida sob dois ângulos, tais sejam: o ponto
de vista do empregado e o do empregador.
O STF já declarou que os depósitos no FGS têm a natureza jurídica de
contribuição social.
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FGTS. PIS.
03.- FGTS, QUEM FAZ OS DEPÓSITOS E QUAL O SEU
VALOR.
Os depósitos nas contas vinculadas do FGTS constituem obrigação dos
empregadores, quantificado em 8% (Oito por cento) da remuneração auferida
por cada empregado no mês imediatamente anterior, e deve ser depositado em
agências da Caixa Econômica Federal até o dia 07 de cada mês. No caso de
contratos de trabalho de menores aprendizes o percentual é de 2% (Dois por
cento).

04.- QUEM TEM DIREITO AO FGTS.


Todos os trabalhadores regidos pela CLT que firmaram contrato de trabalho a
partir de 05/10/1988. Antes dessa data, a opção pelo FGTS era facultativa.
Também têm direito ao FGTS os trabalhadores rurais, os temporários, os
intermitentes, os avulsos, os safreiros e os atletas profissionais (jogadores de
futebol, vôlei, etc.). O diretor não-empregado poderá ser equiparado aos
demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS. Foi facultado ao
empregador doméstico recolher ou não o FGTS referente ao seu empregado
até 30/09/2015, a partir de 01/10/2015 o recolhimento passou a ser
obrigatório.
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FGTS. PIS.

05.- QUEM ADMINISTRA O FGTS.


O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, criado pela Lei nº 5.107, de
13 de setembro de 1966, vigente a partir de 01 de janeiro de 1967, atualmente
regido pela Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, é gerido e administrado por um
Conselho Curador.
O Conselho é um colegiado tripartite composto ​por entidades representativas
dos trabalhadores, dos empregadores e representantes do Governo Federal.
O Decreto 6.827/09 aumentou o número de Conselheiros do FGTS de 16 para
24. A nova composição ampliou a participação dos representantes da
Sociedade Civil e do Governo.
O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - CCFGTS é
composto por representantes do Governo Federal (12), dos trabalhadores (6) e
dos empregadores (6).
O Conselho Curador do FGTS é presidido pelo MINISTRO DO TRABALHO e tem
como vice-presidente o MINISTRO DAS CIDADES.
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06.- APLICAÇÃO DOS RECURSOS DO FGTS.


Os valores ficam depositados em contas da Caixa Econômica Federal, que é
quem administra (?) os recursos, vinculadas ao trabalhador (As contas podem estar
ativas, quando ainda há depósito, ou inativas, quando o contrato de trabalho é encerrado ).
O rendimento é de 3% ao ano, mais a TR (Taxa Referencial) calculada pelo
Banco Central, que vem rendendo menos que a inflação e a poupança.
Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.
Cumpre anotar, por oportuno, que os valores depositados pelos empregadores
não ficam parados.
Os recursos são aplicados em projetos públicos, como o financiamento de
habitação e obras de infraestrutura e saneamento básico. Ou seja, o dinheiro é
usado pelo governo para fazer investimentos que o setor privado não faz.
Em 2008, o governo criou o Fundo de Investimento do FGTS (o FI-FGTS), que
recebe parte dos recursos das contas dos trabalhadores e os aloca em
empreendimentos de infraestrutura urbana, como portos, aeroportos,
rodovias, hidrovias, ferrovias e energia.
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07.- DO LEVANTAMENTO DOS RECURSOS PELO


TRABALHADOR.
O saque só é permitido em situações específicas como após a demissão sem
justa causa, quando da compra da casa própria e ou para o custeio de
tratamento de doenças como a AIDS, câncer ou outra doença em estágio
terminal.
Também é possível sacá-lo quando o trabalhador fica mais de três anos sem
vínculo trabalhista. Na situação da demissão sem justa causa, o trabalhador
ganha, além do valor depositado no FGTS durante a vigência de seu contrato
naquela empresa, um bônus de 40% sobre esse valor, pago pelo empregador na
forma de multa.

...Nova formula para o saque?


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FGTS. PIS.

08.- DO PIS / PASEP.


O Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio
do Servidor Público (PASEP), mais conhecidos pela sigla PIS/PASEP,[1] são
contribuições sociais de natureza tributária, devidas pelas pessoas jurídicas, com
objetivo de financiar o pagamento do seguro-desemprego e participação na receita dos
órgãos e entidades para os trabalhadores públicos e privados. Foram criados em 1970
pelos militares brasileiros durante o regime civil-militar, mais precisamente, pelo Emílio
Garrastazu Médici, em 7 de setembro de 1970, pela Lei Complementar 7/70, nº 7.
O PIS é destinado aos funcionários de empresas privadas, regidos pela CLT, sendo
administrado pela CEF. Já o PASEP é destinado aos servidores públicos regidos
pelo Regime Jurídico estatutário federal e é administrado pelo Banco do Brasil S.A.
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09.- DO PIS / PASEP. DESCRIÇÃO.
O PIS/PASEP é um número cadastrado (de onze dígitos decimais) através de Documento
de Cadastro do NIS (DCN) e Cartão de CNPJ, sendo que este serve para dar segurança
ao FGTS e gerir o Programa de Integração.
O Programa de Integração é um programa de complementação de renda governamental.
Até a promulgação da CF/88, a taxa PIS-COFINS era destinada para quotas deste
programa, sendo que o rendimento destas quotas podem ser sacadas anualmente e
somente em eventos específicos como aposentadoria, morte ou doenças graves
(Neoplasia e AIDS).
O matrimônio não é mais motivo para o saque.
Outra possibilidade de ganho é o abono salarial que segue a seguinte métrica,
tendo cinco anos de cadastro no banco de dados que é o PIS, trinta dias
trabalhados formalmente e media salarial igual ou inferior a dois salários
mínimos informados por meio da RAIS. Existem outras possibilidades de ganho
como o defeso para pescadores.
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FGTS. PIS.

09.- DO PIS / PASEP. DESCRIÇÃO.


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Há também um banco de dados onde a CEF, o SUS, o Ministério de Trabalho e
Emprego, entre outros, tem os dados de cidadãos, porém somente a CEF acata
o DCT que serve para a contagem do tempo do cadastro do cidadão.
O PIS foi instituído com a justificativa de promover a integração do empregado
na vida e no desenvolvimento das empresas. Na prática consiste em um
programa de transferência de renda, possibilitando melhor distribuição de
renda nacional.
Atualmente o abono do PASEP (funcionários públicos) é pago no Banco do Brasil,
enquanto que o abono do PIS (empregados de empresas privadas) é feito na Caixa
Econômica Federal.
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09.- DO PIS / PASEP. HISTÓRIA.
Além de servir como comprovante do número de inscrição no PIS, também
serve para o recebimento dos pagamentos a ele associados. O PIS foi criado
pela Lei Complementar 07/70 (para beneficiar os empregados da iniciativa
privada), enquanto o PASEP foi criado pela Lei Complementar 08/70 (para
beneficiar os servidores públicos). O fundo PIS PASEP é administrado pelo
Ministério da Fazenda, embora muito afirmem que a CAIXA foi o primeiro
arrecadador.
O fato é inverídico, a CAIXA era fiel depositária, o governo criou a LEI e cada
empresa arrecadava o dinheiro dos trabalhadores e de si mesma e depositava
em conta na CAIXA. O Fundo de Participação, que na época era gerido pelo
Conselho Monetário Nacional, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda que
era é continua sendo responsável por gerir o fundo, fica muito claro no artigo
11 da LEI COMPLEMENTAR Nº 7, DE 7 DE SETEMBRO DE 1970.
Na época o fundo era formado por duas parcelas e não quatro como se
costuma divulgar. Fato claríssimo no Art. 3º - O Fundo de Participação será
constituído por duas parcelas: (transcrito tal qual aqui)
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FGTS. PIS.
09.- DO PIS / PASEP. HISTÓRIA.
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Mais tarde o PIS passou a ser arrecadado pela Secretaria da Receita Federal e
passou por várias reformas legais: em 1988, por intermédio de Decretos-lei (2.445,
de 29-6-88 e 2.449 de 21-07-88) foi eliminado o PIS Repique, mas em compensação
passou-se a incluir no faturamento outras receitas operacionais, procurando
tributar as empresas que possuíam grandes ganhos financeiros em função da
hiperinflação brasileira. Essa mudança acarretou reação dos contribuintes, pois
na mesma época havia sido criado o Finsocial ( atual COFINS), que também tinha
como base as Receitas. Além disso, o Decreto-lei não era o instrumento adequado
para se legislar sobre tributos. Houve uma série de ações na Justiça que
culminaram com a declaração de inconstitucionalidade da citada reforma pelo
STF. Após esse fato, o Governo editou MP 1.676 tentando continuar com a
cobrança sobre as receitas operacionais, o que também gerou protestos, sob a
tese de que MP não poderia alterar a lei complementar de 1970. A MP foi
convertida na lei 9.715 de 25.11.1998. Muitas empresas voltaram a recolher o PIS
sem faturamento, serviços e o PIS Repique, com base na LC 07/70, via ação
judicial, até que fosse aprovada uma lei complementar que resolvesse a questão,
dentro da nova ordem constitucional instaurada em 1988.

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