Você está na página 1de 24

Guia de Orientação – Documentos

Psicológicos
Seminários de práticas de ênfase
Orientação da COF
• Quais normativas orientam sobre a elaboração de
documentos psicológicos?
• Todo documento escrito decorrente do exercício profissional
da(o) Psicóloga(o), nos mais variados campos de atuação,
deve estar pautado nas diretrizes descritas na Resolução CFP
Nº 6/2019, que institui regras para a elaboração de
documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no
exercício profissional e revoga as Resoluções CFP Nº 15/1996,
Nº 7/2003 Nº 04/2019.
Orientação da COF
• Considerando a complexidade e constante evolução
do exercício profissional da(o) Psicóloga(o), a
Resolução supracitada foi construída de modo a
ampliar o leque de documentos psicológicos
decorrentes do exercício profissional, fornecendo os
subsídios éticos e técnicos necessários para a
elaboração qualificada da comunicação escrita.
Orientação da COF
• Importante: O norteador da elaboração de documentos para as(os)
Psicólogas(os) é a Resolução CFP Nº 6/2019. Contudo, para as(os)
profissionais que atuam em áreas onde é necessária a elaboração de
documentos que perpassam por outras Legislações Federais, tais
como documentos previstos nas políticas públicas, protocolos, ofícios,
Plano Terapêutico Singular, entre outros, estas Legislações devem ser
respeitadas quando a natureza do trabalho assim exigir. A Resolução
CFP Nº 6/2019 também não se aplica a documentos como ofícios
administrativos.
Orientação da COF
Na elaboração do documento decorrente de seu trabalho, a(o)
psicóloga(o) deve estar familiarizada(o) com os dispositivos do Código
de Ética Profissional do Psicólogo – Resolução CFP Nº 10/2005:
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:
b. Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para
as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente;
c. Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho
dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios,
conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência
psicológica, na ética e na legislação profissional;
Orientação da COF
Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:
f. Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos
procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão;
g. Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico-científica;
h. Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus
resultados ou fazer declarações falsas;
j. Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação
que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado;
k. Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos pessoais ou profissionais,
atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos
resultados da avaliação;
q. Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em
meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações.
Documentos decorrentes do serviço
psicológico
Quem tem direito de receber documentos decorrentes do serviço
psicológico?
A(O) paciente ou os responsáveis legais, no caso de crianças, adolescentes
e interditos, poderão solicitar um documento referente ao trabalho
realizado, o qual deve estar de acordo com o que determina a Resolução
CFP Nº 6/2019. Conforme Código de Ética Profissional do Psicólogo –
Resolução CFP Nº 10/2005:
Documentos decorrentes do serviço
psicológico
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:
f. Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações
concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional;
g. Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços
psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que
afetem o usuário ou beneficiário;
h. Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da
prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos
pertinentes ao bom termo do trabalho;
Art. 13 – No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser
comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem medidas
em seu benefício.
Documentos decorrentes do serviço
psicológico
A entrega deste documento deverá ser feita diretamente à(ao) paciente ou
responsável legal, conforme está previsto na Resolução CFP Nº 6/2019:
Art. 16 Os documentos produzidos pela(o) psicóloga(o) devem ser entregues
diretamente ao beneficiário da prestação do serviço psicológico, ao seu
responsável legal e/ou ao solicitante, em entrevista devolutiva.
§ 1º É obrigatório que a(o) psicóloga(o) mantenha protocolo de entrega de
documentos, com assinatura do solicitante, comprovando que este
efetivamente o recebeu e que se responsabiliza pelo uso e sigilo das
informações contidas no documento.
§ 2º Os documentos produzidos poderão ser arquivados em versão impressa,
para apresentação no caso de fiscalização do Conselho Regional de Psicologia
ou instâncias judiciais, em conformidade com os parâmetros estabelecidos na
Resolução CFP nº 01/2009 ou outras que venham a alterá-la ou substituí-la.
Documentos decorrentes do serviço
psicológico
Cabe ressaltar que “É facultado à(ao) psicóloga(o)
destacar, ao final do relatório, que este não poderá ser
utilizado para fins diferentes do apontado no item de
identificação, que possui caráter sigiloso, que se trata de
documento extrajudicial e que não se responsabiliza pelo
uso dado ao relatório por parte da pessoa, grupo ou
instituição, após a sua entrega em entrevista devolutiva”
(Resolução CFP Nº 6/2019, Art. 11, § 6º).
Documentos decorrentes do serviço
psicológico
Por quanto tempo a(o) usuária(o) do serviço, ou responsável legal, possui direito de
receber documento referente ao serviço prestado?
É dever da(o) profissional emitir documento referente ao serviço realizado dentro do
prazo de 5 anos, após encerramento do serviço. Reforçamos que o recebimento do
documento é de direito apenas da(o) usuária(o) ou seu responsável legal.
Durante o prazo estabelecido, a(o) profissional tem a obrigatoriedade de manter todos
os registros referentes aos atendimentos prestados. Caberá verificar se este prazo deve
ser ampliado, devido previsão legal, determinação judicial, ou em caso específico que
determine a manutenção da guarda por maior tempo.
O documento psicológico deve ser fundamentado no registro documental produzido.
Este registro da prestação de serviços psicológicos é obrigatório, independente da área
de atuação, de acordo com a Resolução CFP nº 01/2009. Para mais informações acesse
o Guia de Orientação – Registro Documental e Prontuário.
Como eleger a modalidade de documento a
ser escrito?
As modalidades de documento previstas na Resolução são: Declaração,
Atestado, Relatório Psicológico, Relatório Multiprofissional, Laudo Psicológico
e Parecer Psicológico. Cada modalidade possui objetivos específicos, conforme
descrito na Resolução, e estes devem ser de conhecimento da(o) profissional.
Tendo em vista sua autonomia profissional, cabe à(ao) Psicóloga(o) a escolha
tanto da modalidade do documento a ser emitido, como a seleção do
conteúdo a ser escrito. Sendo assim, a(o) Psicóloga(o) deve considerar a
natureza do serviço que foi desenvolvido junto à(ao) usuário, analisar o
objetivo/finalidade para a elaboração dos documentos, além do contexto para
o qual ele está sendo solicitado.
Como eleger a modalidade de documento a
ser escrito?
A Resolução também avança ao distinguir os documentos
que são provenientes de avaliação psicológica (Atestado e
Laudo Psicológico) de outros relativos às demais formas de
atuação (Relatório e Parecer Psicológico).
A Declaração é um documento que pode ser emitido nas
diversas áreas de atuação. Para consultar a estrutura e a
finalidade de cada um dos modelos de documento, acesse a
Resolução CFP Nº 6/2019.
Quais cuidados a(o) Psicóloga(o) deve
observar em relação ao conteúdo do
documento?
A(O) Psicóloga(o) ao emitir um documento deve possuir
fundamentação em relação às informações apresentadas neste
documento. A COF do CRP-PR ressalta que as informações e
orientações fornecidas e documentos elaborados devem estar em
consonância com a natureza do trabalho que foi desenvolvido por
parte da(o) Psicóloga(o) junto à(ao) usuário, devendo ponderar as
possibilidades e limites técnicos e éticos de sua atuação.
Quais cuidados a(o) Psicóloga(o) deve
observar em relação ao conteúdo do
documento?
A(o) profissional tem autonomia para decidir quais procedimentos,
observações e análises serão comunicados, a depender do contexto
da solicitação. Esta análise deverá estar pautada nas diretrizes,
normativas e princípios éticos da profissão, orientados pelo respeito
e defesa dos direitos e dignidade da pessoa humana e das
coletividades.
Quais cuidados a(o) Psicóloga(o) deve
observar em relação ao conteúdo do
documento?
É de responsabilidade da(o) profissional eleger qual o documento a ser
emitido e entregue, devendo analisar o objetivo/finalidade para a elaboração
dos documentos, além do contexto para o qual ele está sendo solicitado.
Também devem ser avaliados os dados e subsídios para a produção do
documento, observando-se o dever do Psicólogo de emitir documentação com
a devida fundamentação e qualidade técnico-científica.
Orientações de ordem técnica para a produção do documento (como a
seleção do conteúdo e a redação) podem ser buscadas em supervisão
técnica, junto a uma (um) Psicóloga(o) capacitada(o).
Quais cuidados a(o) Psicóloga(o) deve
observar em relação ao conteúdo do
documento?
Por fim, destacamos os seguintes trechos da NOTA TÉCNICA CRP-PR 005/2018 que orienta
as(os) Psicólogas(os) sobre autonomia profissional.
“A definição da abordagem teórica e manejo decorre da análise e da decisão da(o)
Psicóloga(o). A seleção de técnicas, instrumentos, métodos e a identificação do tempo de
atendimento e demais características do trabalho ficam também a cargo da(o) profissional,
tendo em vista que somente as(os) Psicólogas(os) são dotadas(os) de capacidade teórica e
técnica em matéria de Psicologia, conforme o Decreto nº 53.464/64, que dispõe sobre a
profissão de Psicóloga(o). […]
Assim, espera-se que os profissionais informem à sociedade sobre as competências da
Psicologia, assegurando a entrega de um serviço eticamente compatível com a demanda
recebida. Para tal, é importante que se posicionem diante das diferentes solicitações de
prestação de serviço, para que cumpram os preceitos éticos e técnicos da profissão.”
Importante em todas as modalidades de
documentos:
• Ao articular o raciocínio psicológico crítico, para elaborar
um documento escrito resultante da prestação de serviço
psicológico à pessoa, grupo ou instituição, é necessário que
a(o) profissional leve em conta:
• Os princípios fundamentais Éticos e de Direitos Humanos
que norteiam a atividade profissional da(o) psicóloga(o);
• O objetivo, finalidade e contexto para o qual o documento
foi solicitado;
Importante em todas as modalidades de
documentos:
• A qualidade da escrita, que deve seguir as normas cultas da
língua portuguesa, além da forma impessoal (terceira
pessoa);
• Os documentos psicológicos não devem apresentar
descrições literais dos atendimentos realizados, salvo
quando tais descrições se justifiquem tecnicamente.
• A precisão na articulação de ideias: coerência que expresse
a ordenação de ideias e a interdependência dos diferentes
itens da estrutura do documento;
Importante em todas as modalidades de
documentos:
• A sequência lógica de posicionamentos que representem o nexo
causal resultante de seu raciocínio;
• A validade teórica e técnica da informação, conhecimento, técnica
ou procedimento utilizados, que devem ser pautados na ciência
psicológica, e reconhecidos pela comunidade científica;
• A visão crítica e interdisciplinar; os condicionantes históricos e
sociais e seus efeitos nos fenômenos psicológicos; a manutenção ou
prática de preconceito, discriminação, violência e exploração como
formas de dominação e segregação;
Importante em todas as modalidades de
documentos:
• A autonomia intelectual, que prevê uma atitude
investigativa, avaliativa, integradora e reflexiva para o
desenvolvimento de uma percepção crítica da realidade,
diante das demandas das diversidades individuais, grupais e
institucionais, além de uma consistência dos argumentos
utilizados;
• A natureza dinâmica, não definitiva e não cristalizada do
fenômeno psicológico;
Importante em todas as modalidades de
documentos:
• O sigilo profissional;
• A fidedignidade dos dados que validam a construção da Avaliação Psicológica.
• Qualquer modalidade de documento deverá ter todas as laudas numeradas,
rubricadas da primeira até a penúltima lauda, e a assinatura e carimbo da(o)
psicóloga(o) na última página.
• É recomendado à(ao) psicóloga(o) destacar, ao final do documento, que este
não poderá ser utilizado para fins diferentes do apontado no item de
identificação, que possui caráter sigiloso, que se trata de documento
extrajudicial e que não se responsabiliza pelo uso dado ao documento por
parte da pessoa, grupo ou instituição, após a sua entrega em entrevista
devolutiva.
Importante em todas as modalidades de
documentos:
• Na Avaliação Psicológica, os procedimentos adotados devem ser
pertinentes à complexidade do que está sendo demandado e a(o)
psicóloga(o) deve atender ao rigor técnico e ético que estabelece a
Resolução CFP Nº 9/2018, ou outras que venham a alterá-la ou
substituí-la. Para outras orientações sobre a temática, acesse
Guia de Orientação – Avaliação Psicológica.
• O conteúdo do documento deve estar fundamentado no registro
documental, regido pela Resolução CFP Nº 01/2009 ou aquelas que
venham a alterá-la ou substituí-la, não isentando a(o) psicóloga(o)
de guardar os registros em seus arquivos profissionais, pelo prazo
mínimo de cinco anos.
Leis e Resoluções Relacionadas
Resolução CFP nº 006/2019 – que institui regras para a elaboração de
documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional
e revoga a Resolução CFP nº 15/1996, a Resolução CFP nº 07/2003 e a
Resolução CFP nº 04/2019 – Comentada
Resolução CFP nº 010/05– Aprova o Código de Ética Profissional do
Psicólogo.
Resolução CFP nº 001/2009 – Dispõe sobre a obrigatoriedade do registro
documental decorrente da prestação de serviços Psicológicos
Referências, Notas Técnicas e outros documentos sobre o tema
NOTA TÉCNICA CRP-PR 005-2018 – que orienta as(os) Psicólogas sobre
autonomia profissional.

Você também pode gostar