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RESPONSABILIDADE

CIVIL – TEORIA GERAL

ORIGEM ETIMOLÓGICA
SIGNIFICADO ATUAL
FUNDAMENTO GERAL
DIREITO E RESPONSABILIDADE
RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÃO
CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL
ORIGEM ETIMOLÓGICA
 Verbo latino respondere = assegurar,
afiançar, significando a “obrigação de se
responder pelos próprios atos ou pelos atos
de quem se é responsável”.
 Para alguns, contém ainda a raiz latina
spondeo = no direito romano, forma pela
qual se vinculava o devedor nos contratos
verbais (stipulatio):
- dare mihi spondes?
- spondeo.
SIGNIFICADO ATUAL DO TERMO
RESPONSABILIDADE:
 Dever jurídico de se responder pelas
conseqüências do não cumprimento ou
cumprimento defeituoso de um negócio
jurídico (responsabilidade civil contratual),
 ou de um ato ilícito (responsabilidade civil
extracontratual),
 ou de ato delitual (responsabilidade penal).

O que é uma pessoa responsável?


FUNDAMENTO GERAL
 Princípio fundamental de “não ofender” (não
causar dano), ou seja, na idéia de que “a
ninguém se deve lesar”(neminem laedere),
um dos princípios fundamentais do Direito,
segundo ULPIANO. O dever de não ofender
(não lesar a outrem) constitui limite objetivo
da liberdade individual, numa sociedade
civilizada, como regra de justiça necessária à
convivência e paz social.
DIREITO E RESPONSABILIDADE
 O DIREITO POSITIVO congrega as regras necessárias para a
convivência social, punindo todo aquele que, infringindo-as,
cause lesão aos interesses juridicamente tutelados (patrimônio,
vida, integridade física e moral, etc.)
 Como sentimento humano (individualmente considerado), a
ordem jurídica não se compadece com o fato de que alguém
cause prejuízo a outrem e reste incólume. Daí a idéia de
reparação, que visa a composição do prejuízo individual,
material ou moral. (responsabilidade civil).
 Como sentimento social (outro campo da tutela jurídica), a
ordem jurídica não se satisfaz com o fato de que alguém possa
causar um mal a outrem (matar, ferir, roubar, etc), e restar
impune. Vendo no agente um fator de desequilíbrio social, o
ordenamento lhe estende uma série de punições (penas). Esta
satisfação social é a responsabilidade penal, que também se
assenta na violação de um dever originário: não matar, não
ferir, não roubar, etc... (CONT...)
(continuação) DIREITO E
RESPONSABILIDADE
 Vejam que tanto a Responsabilidade Civil quanto a
Responsabilidade Penal se assentam no dever
jurídico originário de não causar dano:
 A RESPONSABILIDADE CIVIL pressupõe um dano
individual, particular, e a conseqüência é a
reparação, como forma de satisfazer o interesse
privado;
 a RESPONSABILIDADE PENAL pressupõe um
dano social, e a conseqüência é a pena, dada no
interesse público.
 É nesse contexto que surge a idéia de
responsabilidade. OBS.: De um mesmo fato pode
ocorrer diversas responsabilidades (civil, penal, e até
administrativa, como por ex.: danos ecológicos...).
RESPONSABILIDADE E
OBRIGAÇÃO:
 Para os que distinguem obrigação de
responsabilidade, OBRIGAÇÃO é um dever jurídico
originário; RESPONSABILIDADE é um dever jurídico
sucessivo, eis que decorrente da violação do
primeiro. RESPONSABILIDADE, então, é uma
“obrigação” derivada, decorrente, sempre, da
violação de uma obrigação originária (obrigação de
não causar dano). Daí dizer STOLZE:
Responsabilidade é uma espécie de “sombra” da
obrigação. Para sabermos “quem é o
responsável”, basta saber a quem a lei imputou a
obrigação (dever originário).
continua ..........
(continuação) RESPONSABILIDADE
E OBRIGAÇÃO
 Com efeito, se alguém se compromete a prestar serviços profissionais
a outrem, assume uma obrigação (dever jurídico originário). Se deixa
de prestar os serviços a que se obrigou, estará violando o dever
jurídico originário (a obrigação), surgindo daí a responsabilidade (dever
de compor o prejuízo, por força do art. 389 CC (responsabilidade
civil contratual face o inadimplemento de obrigação contratual).
 Do mesmo modo, se alguém, dirigindo imprudentemente, atinge o
veículo de outrem, terá violado a obrigação genérica de não causar
dano, praticando, assim, ato ilícito (lesão ao direito patrimonial da
vítima) e, portanto, terá que indenizá-lo, por força do art. 186 c/c 927
CC, que cuida da responsabilidade civil extracontratual ou
aquiliana, que tem por sede o ato ilícito.
 O mesmo ocorrerá se alguém violar um interesse não patrimonial de
alguém, juridicamente protegido, como a honra, por força do art. 5º -
X, CF (“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação”), mais art. 186 c/c 927
CC (reparação do dano, ainda que exclusivamente moral, cuja ofensa
importa em ato ilícito). ( continua)
(continuação) RESPONSABILIDADE
E OBRIGAÇÃO
 Excepcionalmente haverá responsabilidade sem
obrigação e obrigação sem responsabilidade (ex.
fiança e obrigações naturais ou imperfeitas).
 Excepcionalmente haverá responsabilidade civil
por ato lícito, nos casos expressos em Lei (188 c/c
929 e 930 CC) = ato que, embora lícito, causa
prejuízo a terceiro inocente (fatos justificados).
 Excepcionalmente (?) haverá responsabilidade
independentemente de culpa (OBJETIVA), nas
atividades de risco e nos casos expressos em lei
(927, p. único, CC), desde que haja dano, é
evidente, já que o dano é pressuposto da
responsabilidade (às vezes a lei presume o dano).
CONCEITO DE
RESPONSABILIDADE CIVIL
 SÍLVIO RODRIGUES, citando SAVATIER: “É a
obrigação que pode incumbir uma pessoa a reparar
o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por
fato de pessoas que dela dependam”.
 MARIA HELENA DINIZ: “É a aplicação de medidas
que obriguem uma pessoa a reparar o dano moral ou
patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por
ela mesma praticado, por pessoa por quem ela
responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de
simples imposição legal”.
 RUI STOCO, citando GIORGIO: “É a obrigação de
reparar, mediante indenização quase sempre
pecuniária, o dano que o nosso fato ilícito causou a
outrem”.

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